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Módulo 2 
Tema 1 - Trauma de tórax 
Licensed to Gabriel Torres - gctbiel@gmail.com - 043.640.243-25 - HP15516320652004
 
 
 
 
Sobre nós: 
Socorrista por amor, é um projeto que oferece 
conhecimentos de, qualificação e capacitação 
profissional na área da saúde. 
 
Utilizamos a simulação aplicada ao ensino em saúde que 
é uma técnica destinada a substituir experiências de 
pacientes reais por práticas orientadas, reproduzidas 
artificialmente em cenários e manequins, evocando 
aspectos do mundo real de maneira interativa. 
 
Nos acompanhe no instagram @socorrista_por_amor_ 
 
 
Sobre esta apostila: 
Esta apostila foi elaborada para auxiliar o estudo do 
Trauma de Torax e noções primarias sobre o assunto 
 
Bons estudos e Sucesso!
Licensed to Gabriel Torres - gctbiel@gmail.com - 043.640.243-25 - HP15516320652004
https://www.instagram.com/socorrista_por_amor_/
 
 
 
Urgências Traumaticas 
Neste material, serão apresentadas as principais emergências na área da cirurgia do trauma. O 
profissional de saúde que atua na área terá informações importantes sobre anatomia, fisiologia, 
manejo e principais condutas a serem tomadas no atendimento ao traumatizado. 
 
Trauma de tórax 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
• Conhecer a epidemiologia do trauma torácico. 
• Aprender sobre a anatomia do tórax. 
• Identificar as lesões com risco 
imediato de morte. 
• Saber como proceder no atendimento primário a lesões com risco imediato de morte. 
• Conhecer os métodos complementares da avaliação do trauma de tórax. 
• Saber interpretar uma radiografia de 
tórax no trauma. 
• Identificar as lesões com risco 
potencial de morte. 
• Conhecer a toracotomia de reanimação. 
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Urgências Traumáticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 Trauma 
 de Tórax 
Licensed to Gabriel Torres - gctbiel@gmail.com - 043.640.243-25 - HP15516320652004
 
 
 
 
 1. Introdução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
trauma torácico é a causa de 25% das mortes em traumatizados. Pode 
decorrer de trauma contuso ou penetrante. 
A grande maioria dos casos é tratado por procedimentos simples, não cirúr- 
gicos, que devem ser de conhecimento dos profissionais que prestam aten- 
dimento a esses pacientes, já que somente alguns deles precisarão de inter- 
venção cirúrgica através de uma toracotomia: 10% daqueles com traumas 
contusos e de 15 a 30% daqueles com traumas penetrantes.
O 
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 Anatomia 
A anatomia do tórax é representada pelo arcabouço torácico e pelos órgãos 
internos. 
O arcabouço torácico é formado superiormente pelas clavículas, anteriormente pelo 
esterno e posteriormente pelas escápulas e pela coluna torácica. Tanto na região 
anterior quanto na lateral e na posterior, há a presença das costelas. A conformação 
em forma de caixa é importante na dinâmica da ventilação e na proteção dos órgãos 
internos. 
 
 
 
Clavícula Clavícula 
 
Escápula 
Úmero 
Escápula 
 
Úmero 
 
Esterno 
 
 
Costelas 
 
 
 
 
Os órgãos internos da cavidade torácica são os órgãos dos sistemas respiratório (traqueia, 
brônquios, pulmões, diafragma), circulatório (coração, grandes vasos 
– veia cava, aorta, artérias e veias pulmonares) e digestivo (esôfago, que se 
encontra posteriormente à traqueia). 
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 Lesões com risco imediato de morte 
Independentemente da localização do trauma no indivíduo, o atendimento ao 
traumatizado é igual e respeita os mesmos princípios. Ou seja, devemos conhecer o 
mecanismo do trauma, entender a sua biomecânica e proceder ao atendimento 
inicial seguindo a sequência do “ABCDE”, a fim de promover a adequada avaliação e 
a implementação de medidas de cuidado. 
No atendimento inicial, devemos reconhecer as lesões com risco imediato de morte 
e já promover as primeiras medidas, assim que diagnosticadas. É importante 
lembrar que o diagnóstico é clínico, não se devendo esperar por métodos 
complementares. 
Entre essas lesões temos pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto, 
hemotórax maciço, tórax instável e tamponamento cardíaco. 
 
 Pneumotórax hipertensivo 
O pneumotórax hipertensivo decorre de uma lesão pulmonar extensa ou de uma 
lesão na árvore traqueobrônquica, com consequente extravasamento de grande 
quantidade de ar (pneumotórax) no espaço pleural. 
No caso do pneumotórax hipertensivo, a entrada de ar é persistente e uni- 
direcional, levando ao colabamento do pulmão do lado acometido e ao pro- gressivo 
deslocamento das estruturas centrais (mediastino) para o lado contralateral. 
Com isso, nota-se, ao exame físico do pescoço, desvio da traqueia e turgên- cia 
jugular, ou seja, um ingurgitamento das veias do pescoço originado pela di- minuição 
do retorno venoso ao coração devido ao desvio dos vasos mediastinais. 
 
Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas 
da Unicamp - Acervo pessoal 2017. 
Há consequentes sinais de choque por não haver sangue a ser bombeado para o 
restante do organismo, em decorrência da redução do retorno venoso. A persis- 
tência do quadro faz com que o coração não possua mais conteúdo a bombear e 
acabe parando. 
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Normal Traqueia desviada para a direita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cartilagem tireóide 
 
 
Cartilagem cricóide 
Cartilagem tireóide 
 
 
Cartilagem cricóide 
 
Traqueia 
Traqueia 
 
 
 
 
 
Dessa forma, o diagnóstico clínico é realizado na avaliação da respiração e da 
ventilação, na qual encontramos, no lado acometido: ausculta pulmonar abolida 
com hipertimpanismo à percussão e, na maioria das vezes, presença de estase 
jugular, desvio de traqueia e sinais de choque. 
A conduta imediata, assim que detectado o pneumotórax, é a toracocentese no 2º 
espaço intercostal do lado acometido, com dispositivo para acesso venoso periférico 
calibroso a 90°. A toracocentese fará com que o ar, que está presente em grande 
quantidade no lado acometido, saia parcialmente, deixando de desviar as estruturas 
mediastinais. 
 
 
 
 
Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da 
Unicamp - Acervo pessoal 2017. 
Após a toracocentese, deve-se 
realizar a drenagem de tórax no 
lado acometido. Realizada a 
drenagem de tórax, o dispositivo 
para acesso venoso periférico 
usado para a punção já pode ser 
retirado.
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 Pneumotórax aberto 
O pneumotórax aberto decorre de uma abertura na parede torácica por um trauma 
penetrante, que possibilita a entrada de ar pelo orifício e não pelas vias aéreas, por 
ter menos resistência. Para isso, é necessário que essa abertura tenha no mínimo 2/3 
do diâmetro da traqueia do paciente. 
A persistência da entrada de ar gera um colapso pulmonar similar ao quadro do 
pneumotórax hipertensivo, podendo ocasionar o desvio do mediastino. 
O diagnóstico se faz, inicialmente, na inspeção ao exame físico, em que se nota o 
ferimento presente no tórax, muitas vezes um ferimento soprante (traumatopneia). 
A conduta imediata a ser realizada é a oclusão valvulada do orifício, denominado 
curativo de 3 pontas. 
Esse curativo impede a entrada de ar na inspiração e permite a saída de ar na 
expiração. 
 
Curativo de três pontas 
 
O objetivo é produzir um efeito de válvula. Quando o paciente inspirar, a sucção da ferida 
fará o curativo colabar, impedindo a entrada de ar. ... Ocluindo os quatro lados 
do curativo ocorrerá acúmulo de ar no espaço pleural resultando em pneumotórax 
hipertensivo.Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da 
Unicamp - Acervo pessoal 2017. 
 
Após o curativo de 3 pon- tas, 
deverá ser realizada a 
drenagem torácica do pa- 
ciente através de um orifício 
criado cirurgicamente, em 
condições assépticas. 
Com a cavidade devida- 
mente drenada, o ferimento 
pode ser suturado e comple- 
tamente ocluído. 
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 Hemotórax maciço 
O hemotórax maciço é originado por uma lesão de algum vaso intratorácico que origine 
sangramento de grande volume no espaço pleural, precisamente mais de 1.500ml. 
Geralmente decorre de ferimentos penetrantes, e muitas vezes o vaso que origina o 
sangramento faz parte do arcabouço torácico, como os vasos intercostais e a artéria 
mamária. 
 
 
 
 
 
 
Vasos 
intercostais 
Artéria 
mamária 
 
 
 
 
O paciente apresentará, ao exame físico, diminuição ou ausência de ausculta 
pulmonar no lado acometido, com submacicez ou macicez e sinais de choque pelo 
sangramento. 
Deve-se proceder à drenagem torácica ao ser diagnosticado hemotórax, e a grande 
quantidade de volume drenado é indicação formal de intervenção cirúrgica. 
 
 Tórax instável 
O tórax instável decorre da origem traumática de um segmento móvel 
flutuante no arcabouço torácico. 
Existem dois tipos de tórax instável: 
1. um mais frequente, que decorre da fratura de duas ou mais costelas consecutivas 
em dois ou mais lugares; 
2. outro mais raro, em que há a fratura de duas ou mais costelas consecutivas em 
apenas um lugar associado à disjunção das costelas com o osso esterno (tórax 
instável esternal). 
 
 
O diagnóstico é baseado na inspeção clínica, em que se 
constata um assincronismo entre o seg- mento móvel 
flutuante e os movimentos respi- ratórios, denominado 
respiração paradoxal. 
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Inspiração 
 
 
Segmento flutuante Expiração 
 
O tratamento do tórax instável consiste em suporte ventilatório e analgesia 
adequada. 
Invariavelmente, há a presença de lesões torácicas associadas, como pneu- motórax 
e principalmente contusão pulmonar, havendo, portanto, a necessidade de 
tratamento para cada uma dessas. 
 Tamponamento cardíaco 
O tamponamento cardíaco decorre na maioria das vezes de ferimento pene- trante, 
resultando em uma lesão cardíaca ou coronariana que sangra para o interior do 
espaço pericárdico. 
O coração, que bate livremente no espaço pericárdico, encontrará resistência 
devido à presença de sangue, com isso, diminuindo sua efetividade. 
Bombeando menos, o sangue que chega ao coração ficará represado, como um 
congestionamento, ocasionando ingurgitamento dos vasos antes de chegar ao 
coração e consequente sinais de choque. 
Dessa forma, o diagnóstico é clínico, com a presença de estase jugular, sinais de 
choque e abafamento das bulhas cardíacas à ausculta. 
Ao conjunto desses sinais, chamamos de tríade de Beck, que está presente em cerca 
de 30% dos tamponamentos. 
 
 
Saudável Tamponamento 
cardíaco 
Devemos suspeitar e descartar a pre- 
sença de lesão cardíaca em todos os fe- 
rimentos penetrantes na zona de risco, 
denominado área de Sauer-Murdock ou 
Ziedler – já que de 20% a 40% dos 
pacientes com ferimentos nessas áreas 
podem evoluir para tamponamento car- 
díaco e foram admitidos estáveis hemo- 
dinamicamente. 
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Tanto a área de Sauer-Murdock quanto a de Ziedler são projeções no tórax do 
paciente tanto anteriormente quanto posteriormente. 
Os limites são: superiormente encontra-se a linha das clavículas, nas laterais estão 
as linhas hemiclaviculares ou mamilares, e inferiormente o rebordo costal. 
 
 
 
A área de Ziedler também é um cubo, por ser projetada posteriormente. Da 
mesma forma que na área de Sauer-Murdoch, sua região anterior é delimi- tada 
superiormente pelas clavículas e inferiormente pelo rebordo costal. Porém, nas 
laterais observa-se um deslocamento das linhas vistas na área de Sauer- 
-Murdock para a esquerda, ou seja, delimitado pela linha paraesternal direita e pela 
linha axilar anterior. 
 
Importante! 
Lembre-se de que, sempre que tiver 
ferimento penetrante na la- teral ou 
dorso que represente a projeção das 
linhas desenhadas anteriormente, 
deve-se descartar lesão cardíaca e de 
grandes vasos. 
 
O ultrassom FAST pode evidenciar a presença de líquido livre na janela pericár- dica. 
 
Ao se suspeitar de tamponamento cardíaco, 
pode-se realizar a pericardiocentese subxi- 
foídea (punção de Marfan), que é uma pun- ção 
do saco pericárdico com agulha e aspira- ção do 
conteúdo presente nele. Atualmente, seu uso 
tem sido indicado, com o auxílio da 
ultrassonografia, para minimizar os riscos de 
complicações como perfuração ventricular ou 
coronariana, por exemplo. 
Como alternativa à pericardiocentese, pode-se indicar um procedimento cirúr- gico 
de janela pericárdica em que o cirurgião faz uma abertura no saco pericár- dico para 
avaliar o conteúdo presente, podendo inclusive esvaziá-lo quando for hemático. 
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 Métodos auxiliares da avaliação inicial 
Após proceder ao atendimento primário ao traumatizado e promover as medidas 
necessárias para a reanimação do paciente, ou seja, para a normalização dos sinais 
vitais, podemos utilizar métodos auxiliares. 
No trauma de tórax, tanto a radiografia simples (RX) de tórax quanto a tomografia 
computadorizada (TC) são métodos auxiliares imprescindí- veis, já que nos auxiliam 
em muitos diagnósticos. 
Além deles, tem se tornado mais popular a realização do ultrassom torácico. 
 
 Radiografia simples de tórax 
A radiografia simples de tórax geralmente é realizada na 
incidência anteroposterior, visto que o paciente se 
encontra deitado. 
Saber avaliar uma radiografia de tórax é imprescindível e, 
para isso, utilizamos uma forma baseada no programa 
de Advanced Trauma Life Support (ATLS) para interpretá-
lo e não deixar passar nenhuma avaliação. 
Seguimos o mesmo método mnemônico “ABCDE”. 
 
Avaliação do raio X de tórax – método “ABCDE” 
1) Avaliamos a identificação da radiografia, ou seja, se é do paciente a que es- 
tamos nos referindo. 
2) ABCDE do raio X: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A: Airway 
Avaliamos as vias aéreas, isto é, observamos a 
coluna de ar na traqueia e percebemos se está 
centrada, se possui algum dispositivo etc. 
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B: Breathing 
Avaliamos o parênquima pulmonar bilateral- 
mente, observando se está presente até a peri- 
feria, se existe alguma diferença entre os lados, se 
há alguma lesão no parênquima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C: Circulação 
Avaliamos o coração e grandes vasos, analisan- do 
a área cardíaca e o mediastino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D: Diafragma 
Observamos se este encontra-se linear bilate- 
ralmente, se existe algum velamento do seio 
costofrênico (derrame). 
 
 
E: Esqueleto 
Observamos se há alguma fratura no arcabouço 
torácico (costelas, clavículas, escápula, coluna). 
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F: Fios e dispositivos 
Observamos se há algum fio de monitorização ou 
dispositivos, como eletrodos, drenos, cânu- las 
intratraqueais, sonda nasogástrica, marca- passo 
etc. 
 
 Tomografia computadorizada (TC) de tórax 
Tem aumentado o uso da tomografia computadorizada (TC) de tórax pela sua 
maior indicação em quadros de traumas originados de grande energia. 
Saber interpretar os principais achados se faz importante. Mostraremos alguns 
achados principais ao longo deste capítulo. 
 
 Ultrassom (E-FAST) 
A realização do ultrassom FAST no atendimento ao traumatizado utilizandoas 
janelas abdominais já é rotina, e seu uso já está oficializado. Porém, a sua 
popularização e maior disponibilidade têm mostrado sua importância em outros 
segmentos corpóreos, como o torácico. 
O FAST que inclui o segmento torácico é denominado E-FAST, ou seja, “extended” 
FAST (estendido). 
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Com o E-FAST, além das janelas abdominais, há o acréscimo de 4 janelas torácicas: 2 
apicais (4º espaço intercostal) e 2 basais posteriores, sendo uma de cada lado. 
 
 
O objetivo da realização do ultrassom no tórax 
encontra-se na pesquisa de líqui- do livre 
(hemotórax) ou linha de pneu- motórax. 
O hemotórax é visualizado como uma linha 
anecóica (preta) adjacente à linha do dia- 
fragma. 
Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciên- cias 
Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. 
 
Normalmente, o espaço pleural é visto como 
uma linha que se move durante a respiração, 
formando um sinal denominado “cauda do 
cometa”. Quando esse sinal não está presente, 
indica que nessa região não há deslizamento 
entre a pleura visceral e parietal, sugerindo 
pneumotórax. 
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No modo ultrassonográfico de movimento (modo M), conseguimos ver a 
normalidade do deslizamento da pleura, chamado “sinal da praia”. A presença de 
pneumotórax é vista como uma ausência da linha da praia, chamada “sinal da 
estratosfera”. 
Se somarmos o “sinal da estratosfera” com a presença do ponto “P” (limite entre a 
zona normal vista com “sinal da praia” com a zona alterada vista como “sinal da 
estratosfera”), temos 100% de especificidade para pneumotórax. 
 
A: sinal da praia 
B: sinal da estratosfera 
Seta: linha da praia 
P: ponto de intersecção área normal 
com área de pneumotórax 
 
 
 
 Lesões com risco potencial de morte 
As lesões torácicas com risco potencial de morte são aquelas que podem ser 
diagnosticadas após exames complementares, ou seja, podem ser suspeitadas no 
atendimento primário e confirmadas posteriormente, já que não originam alteração 
clínica inicial. 
 
 
 Pneumotórax “simples” 
Pneumotórax decorre da presença de ar no espaço pleural. 
Alguns usam a nomenclatura de pneumotórax simples para diferenciar do 
hipertensivo. Há o receio em nomear dessa forma para não subestimar a 
potencialidade da gravidade. Pode ser usado somente pneumotórax. 
Muitos casos são de pequeno volume, e dessa forma não apresentam 
sintomatologia ou achados no exame primário, sendo diagnosticados com exames 
complementares. Não deve ser feita toracocentese para o esvaziar, nem para 
diagnosticá-lo. 
O tratamento depende do tamanho do pneumotórax e da sintomatologia 
apresentada pelo paciente. 
Os pequenos pneumotórax, considerados menores que 30% da área torácica do lado 
acometido em pacientes assintomáticos, podem ser tratados sem drenagem de 
tórax. 
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A drenagem de tórax deve ser realizada nas seguintes situações: 
• pneumotórax maiores de 30%; 
• pacientes sintomáticos (dor torácica, dispneia, queda da saturação, 
taquipneia); 
• pacientes que serão submetidos a ventilação mecânica; 
• pacientes que utilizarão transporte aéreo. 
 
 
RX de tórax evidenciando pneumotórax 
à direita. 
 
 
 Hemotórax “simples” 
 
 
RX de tórax evidenciando derrame pleu- 
ral à esquerda. Como trata-se de trau- ma, 
temos um hemotórax. 
 
 
 
 
Hemotórax é a presença de sangue 
no espaço pleural. 
Tal como com o pneumotórax, a no- 
menclatura “simples” serve para di- 
ferenciar do hemotórax maciço. É 
decorrente de lacerações pulmo- 
nares ou sangramentos menores nas 
artérias intercostais ou na artéria 
mamária. 
O diagnóstico pode ser radioló- gico 
ou tomográfico. Sabe-se que volumes 
maiores de 300mL são visí- veis na 
radiografia de tórax. 
Todo hemotórax deve ser drenado, 
visto que sua presença no tórax po- 
derá gerar complicações. 
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Urgências Traumáticas 
Drenagem de tórax
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 Fratura de costela, clavícula, escápula e esterno 
Em qualquer trauma torácico pode haver fraturas do arcabouço torácico sem que 
ocorra acometimento de estruturas intratorácicas, visto que esse arcabouço, 
juntamente com a musculatura, absorvem o impacto em muitos traumas. 
Já em crianças, pela elasticidade do arcabouço torácico em formação, pode haver 
lesões intratorácicas sem a presença de fraturas. 
Podemos considerar a fratura de costela como o trauma torácico mais frequente. 
Quando há fratura de costelas, dependendo de sua localização, podemos suspeitar de 
algumas lesões internas. Por exemplo, lesão nos primeiros arcos costais nos obriga a 
descartar lesão de grandes vasos, principalmente aorta. 
Já a fratura dos últimos arcos costais, pela dinâmica da respiração, em que se eleva 
e abaixa o diafragma, pode ocasionar lesões intra-abdominais, principalmente no 
fígado e no baço. 
 
 
 
A fratura de clavícula também é frequente, porém menos incidente que a de 
costela. A sua presença indica avaliação complementar da perfusão e pulsos do lado 
acometido, com comparação contralateral, visto que os vasos sanguíneos que 
irrigam o membro superior percorrem a porção inferior da clavícula, tendo 
localização justaclavicular. 
 
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Já as fraturas de escápula e esterno são raras, e para ocorrerem é necessá- rio um 
mecanismo de trauma de alta energia. Em ambas, temos que suspeitar de lesões de 
grandes vasos mediastinais, principalmente da aorta e na fratura esternal, além de 
descartar contusão miocárdica. 
 
 
 Contusão pulmonar 
A contusão pulmonar decorre do impacto sobre o pulmão, diretamente ou dele em 
relação ao arcabouço torácico. 
Pode apresentar-se sem outras lesões associadas, porém é mais frequente com 
outros achados, como fraturas de costelas, pneumotórax, etc. 
O impacto pulmonar leva à ruptura de vasos e consequente extravasa- mento de 
líquidos e sangue para o interstício pulmonar e intraalveolar. O resultado é a 
diminuição de espaço pulmonar sadio para a troca gaso- sa, levando a hipóxia. 
O seu principal tratamento é suporte ventilatório, sendo muitas vezes neces- sário o 
uso de ventilação mecânica. A fisioterapia respiratória é imprescindí- vel para evitar 
complicações, sendo a principal delas infecção. 
O principal diagnóstico diferencial é a presença de broncoaspiração. Porém, esta 
respeita os limites dos lobos e segmentos nos achados de imagem, diferen- te da 
contusão pulmonar. 
No raio X de tórax, a contusão pulmonar é caracterizada por imagem de opaci- dade, 
conforme imagens abaixo. 
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 Contusão Cardíaca 
A contusão cardíaca (miocárdica) decorre do impacto so- bre o 
coração, diretamente ou dele em relação ao arca- bouço torácico, 
principalmente o esterno. 
A lesão mais comum é a transmural, podendo haver rupturas 
cardíacas manifestadas como tamponamento cardíaco. 
Quando o mecanismo de trauma for de alto impacto, por exemplo, com deformi- 
dade de volante, alguns acionamentos de air bag e fraturas de esterno, devemos 
suspeitar de contusão miocárdica. 
Na sala de emergência, a realização do E-FAST pode auxiliar na busca de disci- nesias 
do batimento cardíaco. 
Em todos os pacientes suspeitos, deve ser realizado um eletrocardio- grama (ECG) 
e a dosagem laboratorial de troponina (marcador mais sensível de injúria 
miocárdica). 
 
Importante! 
A dosagem da enzima cardíaca CKMB não tem valor diagnóstico de lesão 
miocárdica, por encontrar rotineiramente com valores aumenta- dos decorrentesde injúria muscular sistêmica pelo impacto do trauma. 
 
A presença de arritmias, hematoma cardíaco na TC, alterações no ECG inicial ou 
troponina alterada indica a realização de ecocardiograma. 
Sua fisiopatologia é diferente da observada no infarto, em que há a obstrução ao fluxo 
de um dos vasos do coração (coronárias), de forma que o tratamento não deve ser 
igual. 
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 Ruptura traumática da aorta 
A maioria dos pacientes com ruptura de aorta não sobrevivem ao trauma, sendo que 
são admitidos em unidade de emergência somente cerca de 15% desses pacientes. 
O mecanismo de trauma que origina a lesão de aorta é uma grande desaceleração, 
ou seja, qualquer mecanismo em que o corpo do paciente sofre uma frenagem 
abrupta em seu movimento, como em atropelamentos, impactos frontais, ejeções 
dos veículos e quedas de altura. 
Por ocorrer devido a uma desaceleração, na maioria dos casos a ruptura ocorre no 
ligamento arterial, ou seja, sua fisiopatologia difere da observada no aneurisma de 
aorta e na dissecção de aorta, de forma que não podemos utilizar essas 
nomenclaturas. 
O principal método de triagem diagnóstica é a radiografia de tórax, 
sendo que alguns achados sugerem a sua lesão. 
Somente 1 a 2% das lesões de aorta não apresentam achados ao raio X. 
 
 
 
 
artéria 
branquiocefálica 
 
Estresse por 
torção 
 
 
aorta 
ascendente 
artéria caórtida 
comum esquerda 
 
artéria 
subclávia 
esquerda 
 
 
Estresse por 
cisalhamento 
 
Estresse por 
dobradura 
 
 
valva 
aórtica 
aorta 
descendente 
 
ligamento 
arterial 
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Urgências Traumáticas 
Achados no raio X de tórax sugerindo lesão de aorta 
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A confirmação do diagnóstico deve ser feita por tomografia contrastada na fase 
arterial ou arteriografia. 
 
Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp - Acervo pessoal 2017. 
 
O tratamento do trauma de aorta é cirúrgico e pode ser feito por via aberta 
(convencional) ou endovascular. 
 
 Ruptura do diafragma 
A ruptura do diafragma é uma condição pouco frequente. Decorre de mecanismos 
de aumento abrupto da pressão intra-abdominal no trauma fechado ou mais 
frequentemente no trauma penetrante. 
Não é fácil fazer o diagnóstico por imagem quando a lesão é pequena. A radiografia 
de tórax e a TC de tórax auxiliam no diagnóstico, porém muitas vezes há a 
necessidade de confirmação por laparoscopia. 
Na radiografia abaixo podemos notar uma irregularidade no contorno do diafragma 
à esquerda, com uma imagem arredondada no tórax que equivale a porção 
intestinal herniado. 
Se houver dúvida no raio X de tórax, pode-se 
passar uma sonda gástrica e repeti-lo. Será 
evidenciado que esta se encontra no tórax, 
corroborando para sua hipótese diagnóstica. 
O tratamento é cirúrgico. Tem-se discutido a não 
intervenção em lesões do lado direito, não sendo 
consenso na literatura. 
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 Lesão traqueobrônquica 
A lesão da traqueia ou dos brônquios principais é uma lesão incomum e potencialmente 
fatal. 
No trauma fechado, geralmente ocorre 2 a 3 cm da carina. 
Nos quadros graves, pode originar 
quadro de insuficiência respiratória ou 
mesmo o extravasamento de ar para a 
cavidade pleural, formando um pneu- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carina 
Traqueia 
 
 
Brônquio 
esquerdo 
motórax, e, por ter um alto fluxo, mui- 
tas vezes hipertensivo. 
A sintomatologia clínica depende do ta- 
manho da lesão e da necessidade do 
paciente de ventilação mecânica. 
Em lesões menores, os pacientes po- 
dem apresentar sintomatologia clíni- ca 
mínima, havendo suspeita de lesão 
tranqueobrônquica em caso de persis- 
tência do escape aéreo do pneumotórax 
ou de ausência de resolução do mesmo. 
Em lesões maiores, pode-se ter dificuldades de intubação orotraqueal e de 
ventilação. 
Inicialmente, alguns achados nos métodos complementares nos fazem levantar a 
suspeita de lesões, tais como a presença de ar no mediastino (pneumomedias- tino) 
no raio X de tórax. 
 
 
RX de tórax mostrando uma linha de ar em volta do 
coração (pneumomediastino) 
TC de tórax evidenciando ar (“preto”) em volta das 
estruturas mediastinais: pneumomediastino. 
 
Em pacientes estáveis, a broncoscopia confirma a lesão e espera-se para cor- reção 
cirúrgica eletiva. Em pacientes descompensados ou instáveis, a indi- cação cirúrgica 
deve ser imediata. 
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 Transfixante do mediastino 
Os ferimentos transfixantes do mediastino são um desafio para o profissional 
responsável pelo atendimento, decorrem de ferimento penetrante torácico que 
entrou por um hemitórax e percorreu para o outro passando pela região central. 
Todas as estruturas mediastinais podem estar acometidas. Para isso, vale refor- çar a 
anatomia de quais estruturas por lá passam: 
 
• traqueia e brônquios (sistema respiratório); 
• coração e grandes vasos (sistema circulatório); 
• esôfago (sistema digestório). 
 
Em um paciente estável, há a possibilidade de investigar todos os órgãos. Em um 
paciente instável, a conduta cirúrgica está indicada. 
A investigação dos órgãos faz-se através de exames complementares. A 
tomografia é o primeiro deles, e pode nos auxiliar a inferir o trajeto do pro- jétil e 
mostrar lesões. 
Porém, adicionalmente, temos que descartar as lesões que a tomografia com- 
putadorizada pode deixar passar: 
 
• traqueia e brônquios – broncoscopia; 
• coração – ecocardiograma; 
• coração e grandes vasos – TC multicanais tem boa sensibilidade, princi- 
palmente na fase arterial; 
• esôfago – endoscopia digestiva alta. 
 
 Toracotomia de reanimação 
A toracotomia de reanimação é o procedimento cirúrgico realizado na sala de 
emergência como medida salvadora. 
Suas indicações são controversas na literatura, porém está formalmente indicada nos 
quadros de ferimento penetrante do tórax em que o paciente é admitido com 
presença de sinais vitais ou quando apresenta sinais vitais e acaba evoluindo para 
parada cardiorrespiratória (PCR) ou admitido com PCR em atividade elétrica sem 
pulso (AESP). 
Não está indicado em pacientes que já apresentam sinais de morte evidente ou 
com tempo impreciso entre PCR e admissão hospitalar, desde que não esteja em 
AESP. 
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Deve ser realizada por médico capacitado e com a disposição de instrumentos 
cirúrgicos adequados, como um afastador para abertura e manutenção da abertura 
do tórax denominado Finochietto. 
Os objetivos principais são: 
 
• aliviar o tamponamento cardíaco; 
• controlar a hemorragia decorrente da lesão de vasos intratorácicos ou de lesão 
cardíaca; 
• realizar a massagem cardíaca aberta; 
• clampear temporariamente a aorta torácica descendente a fim de priorizar o 
fluxo sanguíneo para o miocárdio e para o cérebro, além de diminuir 
sangramentos infradiafragmáticos. 
 
Fonte: Centro de Simulação da Faculdade de Ciências Médicas da Uni- camp - 
Acervo pessoal 2017. 
 
 
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