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PROJETO- Alimentação saudável na escola

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Alimentação Saudável na Escola: um caminho de 
mão dupla 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A alimentação saudável, é a estrutura para o 
corpo. Traz qualidade de vida, equilíbrio 
mental, e a esperança de uma longevidade 
lúcida. É um conjunto favorecido através de 
uma orientação adequada mantida integral e 
perfeita”. 
Francisco Aparecido de Castro 
 
Jéssica pollyana de sousa - jespolly@hotmail.com - IP: 201.17.172.224
2 
1 INTRODUÇÃO 
 
A obesidade é um problema de saúde pública que vem ganhando abrangência em 
toda a população mundial, causando inúmeros problemas de saúde, principalmente em 
crianças onde este agravo tem aumentado em grande proporção, causando desde desconforto 
corporal, patologias cardíacas, hipertensão arterial, diabetes entre outras doenças que 
gradativamente, podem levar até à morte. A obesidade tem sido comumente definida, como 
uma doença que se resulta do excesso de gordura corporal, ou ainda, pode ser conceituada, 
considerando os aspectos biofisiológicos, como o acúmulo de tecido gorduroso, localizado em 
todo o corpo (ARAÚJO, 2014). 
As estatísticas acerca da obesidade são por si impactantes, sua evolução tem sido 
substancial, especialmente em crianças menores de 5 anos, que segundo a Organização 
Mundial de Saúde (OMS), em 2014 chegou aos expressivos dígitos de 41 milhões de crianças 
afetadas no mundo. Os dados, inclusive, regionalizam as incidências continentais da patologia 
apontando para aproximadamente 50% desse número vivendo na Ásia, e 25% no continente 
africano (WHO, 2016). No Brasil, os dados, apontam para elevada prevalência de obesidade 
em crianças, sendo que as meninas se mostraram mais vulneráveis (BARBOSA, 2009). 
O manejo da obesidade em crianças é um grande desafio, sobretudo pela 
inconsciência dos danos e gravidades que pode lhe trazer, além, é claro, da necessidade de 
mudanças de hábitos e disponibilidade de acompanhamento dos pais. É exatamente por isso 
que é importante enxergar a escola como um espaço para o desenvolvimento de medidas que 
salientem a qualidade de vida. Os exercícios físicos e lúdicos e a busca pela saúde 
possibilitam a prevenção e promoção em saúde, assim como apresentação influente de outros 
modos de alimentação (ARAÚJO, 2014). 
Ao observar o momento da alimentação das crianças de 6 a 11 anos de uma escola 
evangélica privada do município de Cuiabá-MT no horário do intervalo, percebeu-se que 
muitas delas compram lanche na cantina, dando preferência aos refrigerantes, salgados fritos e 
assados, biscoitos salgados. Algumas trazem sua alimentação de casa, priorizando o consumo 
de sucos industrializados, achocolatados, bolachas doces, biscoitos salgados e sanduíches. E 
destaca-se que na cantina, local de obtenção da alimentação dos referidos alunos, não foi 
possível verificar a venda de alimentos saudáveis e/ou naturais. Tal situação observada na 
instituição de ensino despertou o interesse no desenvolvimento de um trabalho final de curso, 
no formato projeto de intervenção. 
Jéssica pollyana de sousa - jespolly@hotmail.com - IP: 201.17.172.224
3 
1.1 JUSTIFICATIVA 
 
A motivação pessoal pela pesquisa deste tema nasce do contato com o ambiente 
escolar, diariamente, tanto na modalidade da educação infantil, quanto no ensino fundamental, 
em que foi possível perceber situações diversas com especial atenção para crianças que, a 
despeito da pouca idade, convivem com restrições alimentares, algumas por suspeita de 
doenças crônicas como o diabetes, e outras, por terem altos índices de colesterol e 
hipertrigliceridemia, surgindo, assim, o interesse e a preocupação por casos semelhantes a 
estes, cada vez mais frequentes em escolas. 
Este estudo considera a cronicidade da obesidade, reconhecendo especialmente o 
crescimento da doença no contexto infantil. Aponta-se a relação direta entre os fatores 
hereditários, contudo destacando os maus hábitos alimentares e o sedentarismo como aspectos 
relevantes para a compreensão desse fenômeno. É importante ponderar o valor, a influência e 
contribuição familiar para o debate e, principalmente, para o desenvolvimento de novos 
hábitos. 
A escola é um espaço social privilegiado para a promoção da saúde e prevenção 
de doenças. Durante a permanência na instituição de ensino, as crianças fazem consumo 
alimentar de pelo menos uma refeição diária, além de adquirirem novos hábitos e 
comportamentos. Além da importância da atividade física, é imprescindível desenvolver nos 
alunos, pais e educadores, o despertar acerca do consumo alimentar saudável e a consequente 
melhoria da saúde. 
A saúde e educação são setores interdependentes, que precisam caminhar juntos 
no sentido de prover as condições necessárias para o desenvolvimento pleno da criança. As 
ações das instituições sociais de saúde e educação devem ser permeadas pela premissa que a 
saúde de um indivíduo perpassa a questão biológica. O processo saúde-doença é uma 
construção humana social, que se inicia na infância e culmina em resultados agudos ou 
crônicos durante a vida. A construção de práticas pedagógicas relacionadas a essa interação é 
um grande desafio, contudo, é necessário haver uma incorporação da educação em saúde 
como prática cotidiana dos equipamentos sociais que atendem crianças. 
A contribuição oferecida por este trabalho está na utilização da educação em 
saúde, como uma importante ferramenta para sensibilização das crianças sobre a importância 
do consumo de alimentos saudáveis, indispensáveis para manutenção da saúde e qualidade de 
vida. 
Jéssica pollyana de sousa - jespolly@hotmail.com - IP: 201.17.172.224
4 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Orientar as crianças da Educação Infantil e anos iniciais sobre a importância da 
alimentação saudável. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
• Caracterizar os comportamentos e hábitos alimentares das crianças; 
• Realizar oficina, e rodas de conversa com ênfase em hábitos alimentares saudáveis, 
atividades físicas e obesidade infantil, direcionando as crianças; 
• Verificar as mudanças de comportamentos e hábitos alimentares das crianças. 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
3.1 OBESIDADE NA INFÂNCIA 
 
3.1.1 Dados gerais sobre obesidade na infância 
Consideraremos neste estudo o conceito de criança disposto no Estatuto da 
Criança e do Adolescente, em que se distingue de forma objetiva, o conceito legal. 
Salientando inclusive, a distinção existente entre esse conceito e outros advindos das ciências 
humanas como a pedagogia e psicologia. Para os propósitos deste trabalho, bem como para o 
público, e a faixa etária utilizada, para a qual a intervenção aqui proposta se destina, utiliza-se 
da definição do termo ‘criança’ apresentada pelo Art. 2º, nas Disposições Preliminares, da Lei 
nº 8.069/1990: “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de 
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade” (BRASIL, 2012). 
A obesidade tem sido arrolada como uma das principais causas de preocupações 
com doenças que atingem faixas etárias infantis, principalmente porque a patologia, tanto nos 
casos de sobrepeso, constatados, quanto nos potenciais, que estão em risco, são inúmeros, em 
todo o mundo. Pontua-se que a evolução da doença tem ocorrido, particularmente, em países 
desenvolvidos, tendo a classe infantil como a principal afetada. Nos Estados Unidos, a partir 
do cruzamento de dados para verificação do avanço da obesidade, através de inquéritos 
Jéssica pollyana de sousa - jespolly@hotmail.com - IP: 201.17.172.224
5 
nacionais de 1965 e 1980, constata-se que a obesidade nas crianças de 6 a 11 anos aumentou 
em 67% entre os meninos e em 41% entre as meninas (ESCRIVÃO, 2000). 
A obesidade incorporou-se ao rol das doenças pediátricas a partir da década de 80, 
atualmente, é um dos eventos patológicos mais comuns enfrentados pelos médicos na prática 
clínica diária.Estima-se que existam cerca de 17,6 milhões de crianças menores de cinco anos 
com sobrepeso ou em risco de sobrepeso em todo o mundo. Nos Estados Unidos, a obesidade 
afeta entre 20 e 27% das crianças e adolescentes, enquanto que, na Europa, 20% das crianças 
estão com sobrepeso, sendo que um terço são realmente obesas. De acordo com estimativas 
da Organização Mundial de Saúde, a obesidade é responsável por 2 a 8% dos gastos em saúde 
(SANTOS et al., 2014). 
A prevalência de sobrepeso, em dados com referências mundiais, entre crianças 
menores de 5 anos aumentou de 4,8% para 6,1% entre 1990 e 2014, passando de 31 milhões 
para 41 milhões de crianças afetadas durante esse período. Em 2014, quase metade (48%) de 
todas as crianças com sobrepeso e obesas com idade inferior a cinco anos vivia na Ásia e um 
quarto (25%) na África. O número de pessoas nessa faixa etária com excesso de peso na 
África, em 1990, era de 5,4 milhões passando para 10,3 milhões em 2014 (OMS, 2016). 
Em 1975, havia, no Brasil, pouco mais de 8% de crianças e adolescentes 
subnutridos, e cerca de metade, 4%, de obesos. Na atualidade, esse quadro se inverteu e os 
dados apontam para 9% de obesos e 3% de subnutridos. O Brasil, com sua dimensão 
continental e suas diferenças socioeconômicas, apresenta dois quadros: desnutrição e 
obesidade. Nos últimos cinquenta anos observaram-se, ao mesmo tempo, a redução da 
desnutrição em crianças e adultos e o aumento de sobrepeso e obesidade na população 
brasileira, inclusive na de baixa renda (BARBOSA, 2009). 
A transição nutricional vivenciada no Brasil decorre de fatores externos derivados 
da globalização e de processos históricos e culturais próprios, e vincula-se à facilidade de 
acesso a alimentos industrializados que acompanha a urbanização e à falta de informação 
adequada, provocando erros no consumo alimentar alimentares e altos consumo de alimentos 
ricos em sal e gordura. Estudo epidemiológico de base domiciliar realizado no município de 
Santos, em 36 setores censitários sorteados aleatoriamente, utilizando-se de uma amostra de 
crianças de 7 a 10 anos, apontou uma prevalência de sobrepeso e obesidade de 26,7% para 
meninos e 34,6% para meninas. O acúmulo de gordura na região abdominal está associado a 
fatores de risco cardiovascular e a distúrbios metabólicos (BARBOSA, 2009). 
 
3.2 OBESIDADE ENQUANTO DOENÇA 
Jéssica pollyana de sousa - jespolly@hotmail.com - IP: 201.17.172.224
http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5366:em-evento-na-opasoms-brasil-assume-metas-para-frear-crescimento-da-obesidade-ate-2019&catid=1273:noticiasfgcv&Itemid=821
6 
 
3.2.1 Perspectiva conceitual da doença 
3.2.1.1 Definições e consequências 
A obesidade tem sido vista como uma doença complexa, mesmo que as 
ocorrências de casos, em todas as faixas etárias, tenham aumentado significativamente. Além 
disso, afirma-se seu caráter crônico, por apresentar-se permanentemente. 
As consequências da obesidade infantil podem ser vistas a curto e longo 
prazo. A curto prazo estão as desordens ortopédicas, os distúrbios 
respiratórios, a diabetes, a hipertensão arterial e as dislipidemias, além dos 
distúrbios psicossociais; a longo prazo ocorre aumento da mortalidade por 
diversas causas e por doenças coronarianas nos indivíduos que 
desenvolveram obesidade na infância e adolescência. O grau de obesidade 
em crianças e adolescentes tem importantes implicações clínicas, uma vez 
que o risco de morte entre os adultos com obesidade grave é o dobro do 
encontrado entre os adultos moderadamente obesos. Alguns estudos vêm 
sendo desenvolvidos na tentativa de apontar qual a possível etiologia da 
obesidade infanto-juvenil e quais os fatores de risco para o seu 
desenvolvimento. Uma das vertentes dos estudos diz respeito ao componente 
genético e os fatores biológicos da obesidade (SANTOS et al. 2014, p.11). 
 
Marti e Martinez (2001, apud PRADO et al., 2009) se utilizam de uma 
interessante definição de obesidade, ressaltando-a de modo especial como “uma condição 
patológica acompanhada por acúmulo excessivo de gordura quando comparada com valores 
previstos para dada estatura, gênero e idade”. 
Endossando seu texto, PRADO et al. (2009) relaciona perspicazmente o conceito 
de obesidade à condição que considera, sine qua non, para compreensão da mesma, seu 
fundamento disfuncional, patológico. 
O Stedman’s Medical Dictionary (2000) define doença como: 1. Interrupção, 
cessação, ou desordem na função corporal, sistêmica ou orgânica; 2. Uma 
entidade mórbida caracterizada usualmente por pelo menos dois dos três 
critérios: agentes etiológicos reconhecidos; grupo de sinais e sintomas 
identificados; ou consistentes alterações anatômicas; 3. Literalmente, doença 
é o oposto de saúde, onde algo está errado na função corporal. [...] Conway 
& René (2004) categoricamente afirmam que a obesidade é uma doença 
complexa de etiologia multifacetada, com sua própria fisiopatologia, 
comorbidades e capacidades desabilitantes. Aceitar a obesidade como uma 
doença é fundamental para o seu tratamento (PRADO et al., 2009, p.378). 
 
ROSSUM et al. (2015) contextualiza a concepção e compreensão da questão da 
obesidade em seu texto “Uma abordagem atual da obesidade”, considerando: 
A obesidade, uma doença crônica, complexa e epigenética, pode ser definida 
como o aumento do armazenamento de tecido adiposo no organismo, se 
associa a inúmeros riscos para a saúde, em detrimento de inúmeras 
complicações metabólicas correlacionadas a tal morbidade, cujo enfoque 
principal paira sobre as doenças de cunho cardiovascular e o diabetes. Riscos 
Jéssica pollyana de sousa - jespolly@hotmail.com - IP: 201.17.172.224
7 
marcantes à saúde podem ser percebidos à somatória de dados como o Índice 
de Massa Corporal (IMC), o tabagismo, a hipertensão, a dislipidemia. A má-
alimentação, com escassez de frutas, legumes e verduras, e alto consumo de 
gorduras saturadas, carboidratos simples e álcool, além do sedentarismo, são 
fatores que podem levar à doença arterial coronariana, especialmente se 
existe predisposição genética. Fatores emocionais (ansiedade, estresse, a 
culpa e a preocupação, traumas e medo, a tristeza, frustração e raiva), 
motivam tanto a fadiga física, como algias e alergias, dificultando o 
tratamento da obesidade (ROSSUM et al., 2015, p. 54). 
 
Conforme CARVALHO et al. (2013), a obesidade infantil tem sido causa de 
alarme mundial, pelo fato de estimar-se que haja atualmente, em torno de 155 milhões de 
infantes com sobrepeso, dados que refletem principalmente a condição dos países 
industrializados, onde tem-se observado prevalência sobre essa informação numérica. A 
mesma autora assegura que: 
A obesidade infantil traz repercussões clínicas que levam à morbidade leve a 
moderada ou mesmo a condições potencialmente letais, em longo prazo. 
Pode-se afirmar que as consequências da obesidade têm implicações de 
caráter metabólico, anatômico, psicológico e comportamental. Distúrbios 
metabólicos relacionados à obesidade podem ser achados isolados de exames 
clínicos ou laboratoriais e a combinação entre resistência à insulina, 
hiperglicemia, hipertensão arterial sistêmica, aumento de triglicérides e 
diminuição do HDL constitui o diagnóstico de síndrome metabólica, com 
sérias repercussões para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares 
na vida adulta (CARVALHO et al., 2013, p. 77). 
 
Outros fatores associados ao excesso de peso e acúmulo de gordura abdominal em 
crianças, descritos na literatura científica, são nível socioeconômico da família, estado 
nutricional dos pais e comportamentos sedentários da criança, também tem os hábitos 
alimentares não saudáveis e o consumo elevado de macro nutrientes são apontados como 
possíveis causas do acúmulo de gordura abdominal (MELZER, 2015). 
 
3.2.1.2 Índice de Massa Corporal 
O diagnóstico de obesidade é clínico e se faz por meio da história clínica-
nutricional, exame físico minuciosoe medidas antropométricas. Atualmente, o Índice mais 
utilizado para identificar pessoas obesas é o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado pela 
fórmula peso (em kg) dividido pelo quadrado da altura (em metros) (ABRANTES, 
LAMOUNIER e COLOSIMO, 2003). 
Segundo ROSSUM et al. (2015), a obesidade, enquanto doença crônica, tem-se 
mostrado fator de risco, especialmente pela associação intrínseca com inúmeros outros fatores 
de risco e outras complicações de saúde. A autora salienta que essa relação, a que se 
denomina comorbidade, ocorre particularmente com o tipo de alimentação, tanto nos 
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compostos essenciais que deixa de prover como na falta de frutas e verduras, assim como nos 
excessos presente na mesma, como no elevado consumo de gorduras saturadas e o uso de 
álcool. É possível, porém, pontuar que a obesidade se relaciona com fatores adjetivos da 
qualidade de vida como o sedentarismo que “é fator predisponente às dislipidemias e doença 
arteriais coronarianas, aliado à predisposição genética” (ROSSUM et al., 2015). 
 
3.2.2 Tratamento de obesidade infantil 
Para lidar com o relevante aspecto da promoção em saúde é importante considerar 
o papel exercido pelo tratamento da obesidade infantil, a respeito do qual há uma 
conscientização geral, havendo, porém, certo conflito quanto ao modelo correto e eficaz a ser 
desenvolvido, sem qualquer consenso nesse quesito (SANTOS et al., 2014). 
Entretanto, se pode afirmar que, a partir dos padrões de mudanças alimentares, 
comportamentais e de qualidade de vida, como ocorre comumente na terapêutica adulta, é de 
suma importância que haja apoio próximo de profissionais que possam auxiliar aos indivíduos 
desta singular faixa etária, adequando as ações e intervenções em saúde aos casos, 
particularmente (SANTOS et al., 2014). 
A Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) recomenda que o tratamento seja 
baseado sobre os seguintes domínios: dieta, modificação do estilo de vida, 
ajustes na dinâmica familiar, incentivo à prática de atividade física e apoio 
psicossocial. Deve-se ressaltar ainda a importância dessa abordagem deve 
ser realizada por uma equipe multiprofissional, composta pelo médico, 
nutricionista, educador físico, psicólogo e assistente social. O tratamento de 
crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade não deve ser adiado, 
pois as possibilidades de persistência dessas condições na vida adulta estão 
relacionadas com o tempo de duração da doença e a sua gravidade, somado 
ao risco de doenças cardiovasculares, dislipidemias, hipertensão e baixa 
tolerância à glicose. As mudanças no estilo de vida compreendem alterações 
dietéticas, a prática de atividade física, modificação de comportamentos e o 
incentivo da família. (SANTOS et al., 2014, p. 12). 
 
Especialmente, recomenda-se a inclusão de atividades físicas, e outras atividades 
lúdicas que despertem na criança e no adolescente a disposição pessoal para participação do 
tratamento, e como consequência contar com o empenho e vigor destes. Ainda assim, é parte 
relevante do tratamento da obesidade infantil, conjugar uma alimentação que privilegie além 
de nutrientes, alimentos comuns e de simples assentimento que facilitem o consumo e 
promovam uma necessária qualidade alimentar (SANTOS et al., 2014). 
Deve-se contemplar uma alimentação balanceada com distribuição adequada 
de macro e micronutrientes e orientação alimentar que permita escolha de 
alimentos de ingestão habitual ou de mais fácil aceitação. A alimentação tem 
sido um elemento chave na abordagem da obesidade infantil. As dietas 
hipocalóricas (baixa ingestão energética diária mantendo aporte equilibrado 
Jéssica pollyana de sousa - jespolly@hotmail.com - IP: 201.17.172.224
9 
de macro nutrientes) mostraram-se eficaz no controle do peso corporal, a 
curto e em longo prazo, em crianças dos seis aos 12 anos de idade. 
(SANTOS et al., 2014, p. 12). 
 
3.2.3 Perspectiva de saúde pública 
A obesidade é considerada um importante problema de saúde pública em países 
desenvolvidos e uma epidemia global. A epidemia mundial da obesidade vem crescendo em 
proporções alarmantes na infância, o que pode ser observado em países em desenvolvimento, 
que apresentaram aumento na prevalência da obesidade infantil, nas últimas décadas, e 
expressivamente “o desenvolvimento da obesidade torna-se cada vez mais precoce, sendo 
considerado um problema de saúde pública com tendência à perpetuação em todas as fases da 
vida do indivíduo” (ROSSUM et al., 2015). 
Diversas são as complicações médicas da obesidade, desde doenças circulatórias e 
dermatológicas até câncer e morte súbita. Problemas ortopédicos, complicações 
cardiovasculares, condições respiratórias, problemas de pele, intolerância à glicose, além de 
doenças gastrintestinais, aparecem muitas das vezes durante a vida de uma criança obesa. A 
pressão alta e diabetes tipo 2 já aparecem em crianças com 3 e 4 anos de idade, sendo a 
obesidade a principal causa (BARBOSA, 2009). 
Nas últimas três décadas tem-se um indicativo de comportamento epidêmico 
claramente, de forma a estabelecer um antagonismo de tendências temporais entre desnutrição 
e obesidade, o que define uma das características marcantes do processo de transição 
nutricional do país e é muito importante estar atento às funções psicossociais, em especial nas 
meninas, visto que crianças obesas têm maior risco de desenvolver distúrbio de 
comportamento alimentar na adolescência e no início da vida adulta (ESCRIVÃO, 2000). 
Do ponto de vista epidemiológico, para explicar essas mudanças, tudo 
conduz às teorias ambientalistas, uma vez que, nas últimas décadas, não 
ocorreram alterações substanciais nas características genéticas de tais 
populações, enquanto que as mudanças nos hábitos foram enormes. A 
prática de assistir televisão por várias horas por dia, a difusão dos jogos 
eletrônicos, o abandono do aleitamento materno, a utilização de alimentos 
formulados na alimentação infantil e a substituição dos alimentos 
processados no nível doméstico pelos alimentos industrializados, estes, em 
geral, com maior densidade energética, mais saborosos e sempre 
acompanhados de forte campanha de estímulo ao consumo, são fatores que 
devem ser considerados na determinação do crescimento da obesidade 
infantil (ESCRIVÃO, 2000, p. 2). 
 
3.3 ESCOLA/AMBIENTE OBESOGÊNICO 
 
Jéssica pollyana de sousa - jespolly@hotmail.com - IP: 201.17.172.224
10 
3.3.1 Definição do ambiente obesogênico 
A escola tem sido compreendida em todo o mundo como fator influenciador para 
o desenvolvimento da obesidade infantil. Sendo caracterizada como um ambiente 
potencialmente obesogênico, o que significa dizer, que o espaço é visto como aspecto 
relevante na contribuição tanto para o desenvolvimento do sobrepeso, como também para sua 
manutenção (REIS, VASCONCELOS e BARROS, 2011). 
A partir dessa compreensão o governo brasileiro, incluindo diversos estados, 
particularmente, tem proposto medidas e políticas que revisem as ações de educação alimentar 
e nutricional, por meio da restrição ao comércio de alimentos inadequados à saúde e que 
possam contribuir com a obesidade. Assim incitar propostas políticas e práticas, como no 
cultivo de horta própria no ambiente, é parte substancial do caminho escolhido para instituir 
novas diretrizes para a alimentação escolar, mesmo sob limitações, resistências e resignações 
(REIS, VASCONCELOS e BARROS, 2011). 
 
3.3.2 Prevenção da obesidade infantil 
Em relação à prevenção da obesidade infantil, SOUZA et al. (2003) afirmam que: 
O interesse na prevenção da obesidade infantil se justifica pelo aumento de 
sua prevalência com permanência na vida adulta, pela potencialidade 
enquanto fator de risco para as doenças crônico-degenerativas e mais 
recentemente pelo aparecimento de doenças como o diabetes mellitus tipo 2 
em adolescentes obesos, antes predominante em adultos (SOUZAet al. 
2003, p. 152). 
 
Essa declaração do autor contribui, em muito, para a importante discussão sobre 
prevenção e seu lugar interventivo na questão da obesidade infantil, considerando o aspecto 
desenvolvimentista da doença, seu avanço, e severidade, que poderiam ser interrompidos com 
interceptações em faixas etárias anteriores à vida adulta, contando inclusive com o auxílio das 
características metabólicas, “principalmente antes dos 10 anos de idade ou na adolescência, 
reduzem mais a severidade da doença do que as mesmas intervenções na idade adulta”. 
(SOUZA et al. 2003). 
E conforme confirma CARVALHO et al. (2013), é possível destacar a 
significativa relevância da intervenção infantil: 
Dada à prevalência da obesidade e suas graves consequências, é importante a 
implementação de medidas de prevenção e promoção de saúde ainda na 
infância, como ampliação de políticas de saúde com educação nutricional, 
desenvolvimento e infraestrutura apropriada para práticas recreativas e de 
exercícios físicos, legislação específica para a rotulagem de alimentos e 
publicidade e propaganda de alimentos. Além disso, é fundamental a atuação 
do pediatra, por meio de atendimento individualizado, especialmente se a 
Jéssica pollyana de sousa - jespolly@hotmail.com - IP: 201.17.172.224
11 
criança ou adolescente já apresenta excesso de peso. Os hábitos alimentares, 
que podem levar ao excesso de peso, estão relacionados à quantidade e a 
qualidade dos alimentos consumidos. Os padrões alimentares mudaram nos 
últimos anos, explicando parcialmente o aumento das taxas de obesidade 
(CARVALHO, et al. 2013, p. 77-78). 
 
O ambiente escolar funciona como uma excelente ferramenta para auxiliar no 
embate contra a obesidade infantil, sendo inclusive possível assegurar que a escola serve ao 
propósito educativo também para demandas alimentares, por servir como espaço de 
aprendizado de novos conceitos, novos hábitos, e até mesmo contar com a cooperação dos 
modelos, sejam pelos amigos e pares ou mesmo pelos professores, que de algum modo podem 
ser responsáveis pela conscientização das mudanças necessárias e apoiadores para prevenção 
por meios lúdicos e atrativos (CARVALHO et al., 2013). 
 
3.3.3 Escola e Promoção da Saúde 
A escola é um ambiente que serve há vários propósitos sociais, consideremos: 
educativo, desenvolvimentista, lúdico e outros. Além de colaborar como lócus oportuno para 
a inclusão de políticas, programas e ações voltados ao status social dos indivíduos, 
possibilitando a influência e a formação de saberes e opinião responsáveis pelos 
comportamentos de seus partícipes (GONÇALVES et al., 2008). 
Usar desse espaço para o desenvolvimento de programas de Educação e Promoção 
em saúde pode ser um importante fator para lidar com conflitos em saúde pública, 
principalmente por ter em seu caráter pedagógico o apoio necessário, “já que exerce uma 
grande influência sobre seus alunos nas etapas formativas e mais importantes de suas vidas” 
(GONÇALVES et al., 2008). 
A Promoção da Saúde como uma importante estratégia da saúde coletiva, 
contrapondo-se a medicalização da sociedade em geral e no interior do 
próprio sistema de saúde. Atualmente, a Promoção da Saúde é entendida 
como um campo conceitual, político e metodológico para analisar e atuar 
sobre as condições sociais que são críticas para melhorar a situação de saúde 
e a qualidade de vida das pessoas. Assim, desde a I Conferência 
Internacional de Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, em 1986, as 
demais conferências internacionais têm difundido conceitos básicos que 
exigem um reposicionamento da saúde coletiva em torno do compromisso de 
saúde para todos (MOYSÉS et al., 2004, p. 628). 
 
 
 
 
4-SUGESTÃOES DE ATIVIDADES 
4.1 Alfabeto dos legumes 
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12 
4.2 Arte com frutas 
4.3 Dado das frutas 
4.4 Dominó dos legumes 
4.5 Gráficos e tabelas 
4.6 Jogo da Memória 
4.7 Monte o seu prato 
4.8 Salada de frutas 
 
5-OFICINAS 
5.1 Mural 
5.2 Avental das frutas 
5.3 História dos vegetais 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
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	1 INTRODUÇÃO
	2
	3.1 OBESIDADE NA INFÂNCIA
	1.
	2.
	2.1.
	1.
	2.
	3.
	4.
	4.1.
	3.1.1 Dados gerais sobre obesidade na infância
	5.
	6.
	6.1.
	6.2.
	1.
	2.
	3.
	4.
	4.1.
	4.2.
	3.2.1 Perspectiva conceitual da doença
	3.2.2 Tratamento de obesidade infantil
	6.3.
	1.
	2.
	3.
	4.
	4.1.
	4.2.
	4.3.
	3.3.1 Definição do ambiente obesogênico
	OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório da Comissão pelo Fim da Obesidade Infantil busca reverter aumento de sobrepeso e obesidade. Application tools. Who AnthroPlus software. 2016
	REIS, C. E. G.; VASCONCELOS, I. A.; BARROS, J. F. N.; Políticas públicas de nutrição para o controle da obesidade infantil. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 29, n.4, jan. 2011.

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