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179 CARBONO, UMA NOVA MOEDA Ao tornar o carbono um “produto” comercializável, os me- canismos flexíveis do Protocolo de Quioto, como o da Im- plementação Conjunta, inspiraram o surgimento de Bolsas de Valores independentes para negociar a redução dos ga- ses do efeito estufa. A diferença é que as transações nesses mercados não passam pelo crivo das Nações Unidas (ONU), nem servem como certificado para os países desenvolvidos cumprirem suas metas do Protocolo de Quioto. Ainda assim, especialistas da área econômica consideram que os créditos de carbono são um mercado promissor, por causa da crescente preocupação das empresas em reduzir suas emissões. Elas têm dois fortes motivos para isso: agra- dar os consumidores – que estão mais exigentes quanto aos efeitos socioambientais de suas escolhas – e preparar-se para medidas que, mais cedo ou mais tarde, os governos adotarão para cumprir seus compromissos internacionais. A primeira Bolsa de Valores com empresas que, volunta- riamente decidiram reduzir suas emissões, foi criada em dezembro de 2003, nos Estados Unidos. A Chicago Climate Exchange (CCX) nasceu tendo em carteira 13 empresas, cuja meta era diminuir 4% de seus gases. Dois anos de- pois, já eram 110 associados. Além de empresas, a CCX também tem em sua lista prefeituras e o estado americano do Novo México. Seguindo o exemplo americano, outras bolsas de créditos de carbono foram criadas no Canadá, na Europa e até no Brasil, onde, desde 2005, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro abri- ga o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE). A importância do engajamento empresarial na agenda das mudanças climáticas não deve ser menosprezada. Afinal, normalmente não são os países, com seus governos e popu- lação, que emitem gases do efeito estufa. Os emissores são os setores industrial e de transportes, além do agrícola.
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