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climatologia (178)

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CARBONO, UMA NOVA MOEDA
Ao tornar o carbono um “produto” comercializável, os me-
canismos flexíveis do Protocolo de Quioto, como o da Im-
plementação Conjunta, inspiraram o surgimento de Bolsas 
de Valores independentes para negociar a redução dos ga-
ses do efeito estufa. A diferença é que as transações nesses 
mercados não passam pelo crivo das Nações Unidas (ONU), 
nem servem como certificado para os países desenvolvidos 
cumprirem suas metas do Protocolo de Quioto.
Ainda assim, especialistas da área econômica consideram 
que os créditos de carbono são um mercado promissor, por 
causa da crescente preocupação das empresas em reduzir 
suas emissões. Elas têm dois fortes motivos para isso: agra-
dar os consumidores – que estão mais exigentes quanto aos 
efeitos socioambientais de suas escolhas – e preparar-se para 
medidas que, mais cedo ou mais tarde, os governos adotarão 
para cumprir seus compromissos internacionais.
A primeira Bolsa de Valores com empresas que, volunta-
riamente decidiram reduzir suas emissões, foi criada em 
dezembro de 2003, nos Estados Unidos. A Chicago Climate 
Exchange (CCX) nasceu tendo em carteira 13 empresas, 
cuja meta era diminuir 4% de seus gases. Dois anos de-
pois, já eram 110 associados. Além de empresas, a CCX 
também tem em sua lista prefeituras e o estado americano 
do Novo México.
Seguindo o exemplo americano, outras bolsas de créditos de 
carbono foram criadas no Canadá, na Europa e até no Brasil, 
onde, desde 2005, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro abri-
ga o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE).
A importância do engajamento empresarial na agenda das 
mudanças climáticas não deve ser menosprezada. Afinal, 
normalmente não são os países, com seus governos e popu-
lação, que emitem gases do efeito estufa. Os emissores são 
os setores industrial e de transportes, além do agrícola.

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