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Resenha Crítica do livro Marley & Eu Discentes: Deyvid Emiliano Rodrigues Tavares – RA202011213 Gabriela Querino Carvalho – RA202012398 Juliana Sousa Lina – RA202112451 Nayany Sabrina Alves do Carmo – RA202121236 Renata Camilly Alves ‘Bispo – RA202011309 Goiânia-Go, 27 de setembro de 2021. 2 Marley & Eu Referência bibliográfica: GROGAN, John. Marley & Eu: A vida e o amor ao lado do pior cão do mundo. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2020. O livro foi escrito por John Grogan, e retrata suas memórias com o seu cão labrador, que viveu por treze anos com sua família. Marley era um cão impulsivo e indisciplinado, a falta de conhecimento didático de seus tutores e o carinho em excesso, estimularam ainda mais esse comportamento. Com o tempo, o cão começa a sofrer com distúrbios comportamentais e que afetam a sua qualidade de vida e de seus tutores. O livro traz detalhadamente todas as ações de Marley e as consequências sofridas, fazendo com que seus leitores sintam a importância de um acompanhamento especialista, tanto na saúde do animal quanto no adestramento. Os recém-casados Srs Grogan, John e Jenny, dois repórteres que viviam na Flórida, e que decidiram ter um novo membro na família, comprando assim, um cão. Onde em meios á diversas pesquisas, optaram pela raça dos labradores. Encontraram uma mulher que tinha um casal deles e que vendia seus filhotes como um “hobby”, nada muito comercial como as fazendas locais faziam. Apaixonaram-se pelo único filhote que teve uma boa resposta ao que John dizia ser um teste certeiro para se escolher um bom companheiro de quatro patas. Após o tempo estimulado pela criadora para que o pequeno pudesse finalmente ir para seu lar, e os seus tutores entrarem em um acordo de qual seria o seu nome, finalmente o filhote Marley foi para sua nova residência. Desde pequeno, já se mostrava um cachorro atentado e que possivelmente traria alguns problemas posteriormente, onde a energia estava sempre elevada e parecia nunca ter fim. Tudo que estava ao seu alcance, já iria direto para a sua boca sem que pelo menos, desse tempo de impedi-lo. O tempo foi passando, a família de John e Jenny crescendo, juntamente com o pequeno Marley. Nesse período começou a haver alguns comportamentos preocupantes para seus tutores em relação a ele. 3 Todas as vezes em que seus tutores saíam, ao retornarem para casa, tinham uma surpresa nova. Buracos nas paredes, móveis detonados, entre outros estragos provocados na casa. Sem contar o fato de que o animal não podia ouvir trovões, que entrava em pânico, ao ponto de se machucar arranhando ou quebrando alguma coisa na casa como forma de reação a aquele barulho. Marley não sabia se comportar em público, muito menos na companhia de outro animal. Nada em relação á agressão, mas sim em não possuir limites. Ficar se esfregando em outras pessoas, não obedecer a comandos básicos de John ou Jenny, esses desesperos com barulhos altos e seu comportamento ao estar sozinho em casa, eram situações que davam inúmeras dores de cabeça aos seus tutores. E só se agravavam no decorrer dos anos, deixando diversos prejuízos por onde passava. Há um transtorno comportamental chamado de Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS), que é uma junção de comportamentos ocasionada quando os cães são deixados sozinhos pelos seus tutores. Os principais sinais da SAS são: defecação e eliminação de urina em local errado, destruição de objetos/móveis no alcance do animal, latidos, choros e podendo ocorrer até mesmo automutilação. Características essas, que levam a pensar que o cão Marley possuía um distúrbio comportamental, já que nos momentos em que seus tutores John e Jenny saíam de casa, o cão destruía tudo o que via pela frente e chorava bastante. Um dos exemplos citados no livro foi na primeira noite de Marley na casa do Sr. Grogan, em que o animal teve problemas em ficar sozinho na garagem e o seu tutor piorou ainda mais a situação, tendo a atitude de levar Marley para dormir em sua cama com ele. Outro ocorrido foi quando o cão comeu a secretária eletrônica enquanto seus tutores estavam ausentes, primeiro de muitos estragos que tiveram pela frente. Conclui-se que um dos problemas comportamentais de Marley, eram sintomas da Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS), decorrente do excesso de relacionamento que John e Jenny tinham com seu animal. Atitude que comprovava e acrescenta isso, era o fato de que Jenny (que sonhava em ser uma boa mãe) via Marley como uma figura de um filho, o que agravava ainda mais a situação do cão, criando uma dependência do cão pelos seus tutores. 4 Para doenças comportamentais, há o uso de medicações como uma das opções de tratamento contra animais que possuem SAS, que buscam amenizar os sinais clínicos de uma forma mais eficaz e rápida. No qual, é preciso fazer uma avaliação individual, de acordo com a demanda do animal e seu nível de evolução com a síndrome. Remédios como antidepressivos, agem diretamente nas sinapses nervosas inibindo hormônios como serotonina e noradrenalina, fazendo com que o animal sofra um efeito calmante sobre ele. Já o uso de ansiolíticos são recomendados em casos mais graves, onde se tem uma necessidade de intervenção médica imediata. Esse tipo de medicação atua em receptores do tipo GABA, fazendo com que ocorra a inibição desse, ocasionando um efeito de sedação e relaxamento muscular. Por proporcionar um comportamento mais calmo ao animal, outros métodos que são executados juntos (terapia comportamental, por exemplo) tendem a apresentar resultados melhores e mais rápidos. No caso de Marley, John e Jenny o levaram ao médico veterinário, que optou pelo uso de sedativos que buscam amenizar a ansiedade do animal. Após isso, tendo uma melhora, mas não tão significativa, o castraram por recomendação médica, para diminuir seus hormônios e tendo a esperança de que após isso, Marley teria uma resposta positiva. John insatisfeito pelo seu mau comportamento, inclusive na hora de passear com seu cão, passando por inúmeras vergonhas, optou pelo adestramento. Mas o cão foi expulso da aula de treinamento, sendo assim, John teve que se virar sozinho para fazer com que Marley aprendesse à comandos básicos (andar ao seu lado em uma caminhada, sentar-se, esperar a hora de avançar até seu dono, etc). Tentativas que se podem dizer que foram 50% concluídas. Agregando assim, ao seu tratamento com ansiolíticos. Esse posicionamento de John e Jenny, foi extremamente correto, pois um animal com esses problemas de ansiedade e síndrome da separação necessitam de uma atenção e um cuidado maior, inclusive do uso dos medicamentos para acalmá- lo, pois sem eles, o animal poderia até mesmo se ferir sozinho em momentos de crises, algo que já havia acontecido e que se queria ser evitado. O conjunto de medicações, exercícios com o adestramento, e a castração foi um combo importante, 5 mesmo que o efeito não seja o esperado, a atitude tomada, é a mais correta a ser feita. No entanto, caso houvesse também o uso da terapia comportamental, o efeito de 30% passaria a ser de 50%, pois é um método que faz a junção de novas rotinas, mudanças de ambientes e até mesmo da forma de como o tutor lida com a situação, tudo voltado para as necessidades do animal. Isso faria com que Marley, de pouco em pouco, apresentasse melhoras significativas em seu comportamento. No decorrer da leitura, e das estrepolias de Marley, os anos se passam e o cão já não é aquele filhote cheio de disposição como chegara a quase treze anos, e apesar da idade avançada nunca perdeu seu hábito de “comilão”, o qual fazia parecê-lo saudável aos olhos de John, que oalimentava de forma exagerada, e com os mais variáveis tipos de comida como: sanduíche, macarrão, frutas, e o que sobrava de restos nos pratos. Marley comia de tudo, bebia água fora do normal, sem falar no quanto era agitado. A falta de conhecimento de John e a empatia por Marley, fez com que já na sua velhice, Marley viesse sofrer consequências de uma dieta exagerada e desequilibrada, fazendo com que seu organismo já não fizesse digestão como antes. Marley começou soltar gazes com odor insuportável que nem ele mesmo conseguia suportar. Certo dia, o cão parecia desconfortável, começando a apresentar alterações no estômago, e foi quando em uma visita à médica veterinária, que ela diagnosticou que seu estômago estava inchado com comida, água e gases. O qual fez o órgão dilatar, e virando sobre si mesmo, impedindo a saída de tudo que havia no estômago. Constatou que se tratava de uma torção gástrica, que nada mais era resultado de refeições exageradas, consumo de água em excesso, agitação física após ter se alimentado, entre outros. Situação que quase sempre necessita de cirurgia. Gazes sem ter por onde sair, fez com que o estômago de Marley inchasse e causasse dor, tendo então que sedá-lo e introduzir um tubo no seu estômago para liberar gazes responsáveis pelo inchaço, o que resolveria o problema por um certo tempo. John estava diante de uma situação delicada pois teria que decidir o futuro do seu companheiro de anos, se acaso Marley tivesse complicações novamente, teria 6 que ser feito uma cirurgia na qual teria que abri-lo e prenderia seu estômago a cavidade da parede com suturas para que o órgão não a torcesse de novo. Porém, o cão já estava muito velho para isso, estava sofrendo com desgastes físicos, surdez, quase não enxergava. John teria a opção de apostar na cirurgia, ou simplesmente, dar o descanso ao seu velho amigo. John e Jenny decidiram acabar com o sofrimento de seu cão, considerando que não havia mais solução, pois a cirurgia havia grandes riscos, sem contar a recuperação complicada que Marley teria que enfrentar. Marley quando passou mal entrou em letargia, desse modo, seus tutores acabaram vendo e presenciando o sofrimento vivenciado pelo seu animal e optaram pela alternativa do uso de uma injeção e por conseguinte, o animal se foi para sempre, método conhecido como eutanásia. Na vida de Marley a eutanásia foi a melhor decisão, devido ao cão já estar velho e com diversas doenças e dores, que geram muita dificuldade no dia a dia. Analisando todo o decorrer da história, sua reta final de vida não foi influenciada pelos seus distúrbios comportamentais, nesse caso, ele viveu seus 13 anos, expectativa de vida ideal para um labrador. Chegou na sua velhice e viveu intensamente. A decisão de um “sono profundo” que trouxesse paz e conforto à Marley, foi a decisão de tutores que queriam o bem e o melhor para seu amado cão, pois esse método além de trazer fim ao sofrimento, impede que toda a família e o animal sofram ainda mais com a doença, visto que é rápido e indolor ao animal.
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