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Classificação e Fatores Ambientais das Bactérias

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11 
Elany Portela 
Bacteriologia 
Morfologia 
De forma morfológica as bactérias podem ser 
classificadas quanto à forma (coco, bacilo, 
vibrião, espirilo e espiroqueta) e quanto ao seu 
grau de agregação (diplococo, estreptococos, 
estafilococos, sarcina, diplobacilos e 
estreptobacilos). 
 
Coco: possui forma esférica ou subesférica. 
As principais bactérias patogênicas 
gram-positivas, morfologicamente são os 
coccus. 
Bacilo ou Bastonetes: Em forma de bastonete, 
podem apresentar extremidades com ângulo 
reto. 
Escherichia coli: principal bactéria da 
microbiota intestinal, é responsável pela 
maior parte das doenças do nosso 
organismo. 
Os bacilos gram-negativos são chamados 
de enterobactérias, pois estão presentes 
no intestino, dessa forma sua veiculação 
e disseminação são mais fáceis, por isso 
são considerados as bactérias que mais 
causam infecções. 
Vibrião: possui forma semelhante a uma vírgula 
Espirilo: possui forma espiral ou ondulada 
Helicobacter pylori – é encontrada no 
estômago, na maioria das vezes está 
inativa. Algumas pessoas possuem 
suscetibilidade para que sua mucosa 
estomacal (células parietais), sejam 
colonizadas por essa bactéria, o que 
causa, inicialmente gastrite e refluxo, 
podendo gerar úlceras, com o tempo. 
Além disso, essa bactéria tem elevado 
potencial carcinogênico, a maioria das 
infecções tardias de helicobacter pylori 
causam cânceres gástricos. 
Espiroqueta: possui forma acentuada de espiral. 
Leptospita sp: causa leptospirose, uma 
infecção grave, frequente em ambientes 
com baixo saneamento básico, é 
transmitida pela urina do rato, possui alta 
neurotoxicidade e alta citotoxidade. 
Apenas os bacilos e cocos formam colônias, por 
isso só eles podem ser classificados quanto ao 
grau de agregação. 
Diplococo: possui forma esférica ou subesférica 
agrupada em pares 
Estreptococos : cocos alinhados em fileiras 
Estafilococos: agrupamento em cachos 
Apresentam coloração azul ou roxa, ou 
seja, gram-positiva 
Estafilococos aureus: possui alta 
virulência e patogenicidade, possui 
elevada resistência aos atuais 
antibióticos. 
Sarcina: possui forma cúbica, com 4 ou 8 cocos 
organizados simetricamente. 
Diplobacilos: bacilos reunidos em pares 
Estreptobacilos : bacilos alinhados em fileiras 
 
12 
Elany Portela 
Componente Nutricional 
Todas as bactérias que se relacionam com o 
organismo humano e animal, são heterótrofas, 
ou seja, decompõe matéria orgânica para 
adquirir carbono. 
Todas as bactérias são decompositoras e são 
consideradas fertilizantes, realizam extração de 
nitrogênio. 
A maioria das bactérias do nosso organismo 
agem de forma saprófita, extraem matéria 
orgânica e oferecem benefícios ao organismo, 
produzindo aminoácidos, vitaminas e auxiliando 
na digestão e equilíbrio homeostático. 
Dentre as bactérias saprófitas no nosso 
organismo podemos destacar a microbiota oral, 
genital, epitelial, respiratória e gastrointestinal. 
Esses microrganismos vivem em simbiose com 
nosso corpo. 
Fatores Ambientais 
pH 
O pH neutro é o mais adequado para a absorção 
de alimentos na grande maioria das bactérias, 
mas existem bactérias adaptadas a ambientes 
ácidos e alcalinos. 
 Acidófilas: organismos com afinidades 
por meios com pH variando entre 0,1 e 4,5. Como 
o Lactobacillus (bacilos de doderlein- presentes 
na microbiota vaginal), que produz ácido lático, 
mas suporte apenas uma acidez moderada. 
Esse mecanismo de manter a acidificação da 
microbiota vaginal impede a colonização por 
outros microrganismos, caracterizando uma 
relação de simbiose. 
 Neutrófilas: vivem em meios com valores 
de pH entre 5,4 e 8,5. Exemplo: Streptococcus 
mutans, presente na boca, forma o biofilme 
bacteriano no esmalte dentário, causando a 
cárie. 
 Alcalófilas: vivem em meios com valores 
de pH entre 7 e 11,5. Como o Vibrio cholerae, 
agente causador da cólera asiática, que vive 
melhor em ambientes com pH em torno de 9. As 
enterobactérias também tem preferência por 
pH alcalino, 
Temperatura 
Cada bactéria tem uma temperatura ótima 
para absorção de nutrientes que está 
intimamente associado ao crescimento e 
desenvolvimento de culturas. Esse fator pode 
dividir as bactérias em grupos: termófilos, 
mesófilos, psicrotróficos, psicrófilos e 
hipertermófilas. 
 
 
As bactérias que vivem melhor no nosso 
organismo são as mesófilas, cujo temperatura 
ótima varia entre 30 e 37 ºC. 
Água 
É indispensável para o crescimento, as bactérias 
se nutrem pela passagem de substâncias em 
solução através da membrana plasmática, 
regula a pressão osmótica além de exercer 
regulação térmica (a maioria das bactérias, em 
especial as que não esporulam, morrem por 
dessecação) 
Nutrientes 
As bactérias necessitam de fontes de energia, 
nitrogênio, vitaminas e sais minerais. O peso 
13 
Elany Portela 
bacteriano é formado por 50% de carbono, 14% 
de nitrogênio e 4% de enxofre e fósforo. 
Fonte de carbono: as bactérias autótrofas 
podem usar o carbono inorgânico do meio, na 
forma de carbonato ou CO2, para produção de 
energia. Os organismo que necessitam 
obrigatoriamente de uma fonte orgânica de 
carbono são heterótrofos. 
Fonte de nitrogênio: serve para compor 
proteínas e ácidos nucleicos, mas para um grupo 
de bactérias ele ainda serve para formar nitrato 
(aceptor final de elétrons da cadeia de 
transporte em anaerobiose). É obtido pela 
decomposição de matéria orgânica proteica, 
algumas bactérias são fixadoras de nitrogênio, 
conseguindo absorvê-lo da atmosfera, como o 
Rhizobium e Bradyrhizobium. 
Nitrogênio, fósforo e enxofre atuam na 
síntese de aminoácidos, proteínas, DNA, 
RNA, ATP e compõem vitaminas (tiamina 
e biotina) 
Fonte de oxigênio: é o aceptor final da cadeia de 
transporte de elétrons aeróbia, pode ser 
assimilado tanto na forma de molécula, quanto 
combinado. 
Fonte de hidrogênio: é obtido de forma 
combinada, com exceção de um grupo de 
bactérias que precisa de H2 na forma molecular. 
Oligoelementos (elementos traços): ferro, cobre, 
molibdênio e zinco, são utilizados como 
cofatores e são constituintes do meio ou da 
água. Muitas bactérias causadoras de sepse 
produzem hemolisinas, que degradam 
hemácias para obtenção de ferro, importante 
elemento para o seu metabolismo, 
Oxigênio 
Funciona como receptor final de hidrogênio na 
respiração aeróbica. 
As células aeróbias exigem a presença de 
oxigênio livre, são as aeróbias estritas 
(superóxido dismutase, catalase, peroxidase), 
outras necessitam dele apenas em pequena 
quantidade, são as microaerófilas (Neisseria sp.). 
As anaeróbias obrigatórias (Treponema 
pallidum) não toleram a presença de oxigênio e 
as facultativas (Mycobacterium tuberculosis e 
Mycobacterium bovis) podem crescer tanto na 
ausência quanto na presença de oxigênio. As 
anaeróbias aerotolerantes crescem na ausência 
de O2, mas toleram sua presença 
(Streptococcus sp.) 
14 
Elany Portela 
Reprodução 
Assexuada 
 
Bipartição: A célula mãe é dividida em duas 
células filhas idênticas, 
1. Alongamento da célula. 
2. Duplicação do material genético. 
3. Invaginação da parede. 
4. Separação das paredes. 
5. Separação das duas células-filhas. 
 
 Sexuada 
É qualquer processo de transferência de DNA 
entre células, depois de transferido o DNA se 
combina com o do receptor produzindo 
cromossomos com novas misturas de genes, 
esses cromossomos serão transmitidos às 
células-filhas quando a bactéria se dividir. 
 
Pode ser: transformação, transdução ou 
conjugação. 
 
Transformação: bactéria viva absorve material 
genético de bactérias destruídas, que está livre 
no meio. Para conseguir capturar o DNA, a célula 
precisa encontrar-se no estado de competência. 
 
 
 
Conjugação: requer contato entre as células, é a 
interligação de bactérias através de fimbrias, o 
intercâmbio implica a transferência de um 
plasmídeo. Pode ser dividido em 4 estágios: 
1. formação de uma união específica 
doador-receptor (contato efetivo); 
2. preparação para transferência do DNA 
(mobilização);3. transferência do DNA 
4. formação de um plasmídeo funcional 
replicativo no receptor. 
 
Transdução: ocorre durante infecções causadas 
por bacteriófagos (vírus que infectam bactérias). 
É o processo no qual o DNA bacteriano é 
transferido entre células por um vírus 
 
Plasmídeo bacteriano: possui alta taxa de mutagenicidade, 
está em constante mutação e induz a síntese de proteínas 
bacterianas que podem promover a adaptação ao 
ambiente. É o DNA extracromossomial e circular. 
15 
Elany Portela 
 
 
Crescimento Bacteriano 
As bactérias se multiplicam por fissão binária 
(bipartição) numa progressão geométrica, e o tempo 
que isso leva (surgimento de duas células idênticas à 
célula mãe) é chamado de tempo de geração. 
Quando uma determinada bactéria é semeada num 
meio líquido de composição apropriada e incubada em 
temperatura adequada, o seu crescimento segue uma 
curva definida e característica, que é dividida em fases: 
1. Fase de lag: praticamente não ocorre divisão 
celular, porém há aumento de massa. 
2. Fase logarítmica: ocorre divisão regular numa 
velocidade máxima e constante. 
3. Fase estacionária : a velocidade de multiplicação 
diminui gradualmente, até que se anule. O 
número de bactérias presentes, por unidade de 
volume, permanece constante por um tempo 
determinado. Durante essa fase, o número de 
bactérias novas que se formam contrabalança 
com o número daquelas que estão morrendo. 
4. Fase de declínio: os micro-organismos 
gradualmente diminuem em número até que a 
cultura se torne estéril, ou seja, todos os micro-
organismos morrem. 
 
 
Fermentação 
É decomposição microbiana de carboidratos na 
ausência de oxigênio, os compostos orgânicos 
servem como doadores e receptores de 
elétrons (hidrogênio). A fermentação conduz, 
geralmente, à cisão parcial de moléculas de 
glicose (glicólise). 
Dentre os vários tipos de fermentação, pode-se 
citar: 
– Fermentação homo lática: produção de ácido 
lático como produto final. 
 – Fermentação alcoólica: produção de álcool 
como produto final. 
 – Fermentação mista: produção de álcool, ácido 
e gás. 
 – Fermentação butileno-glicólica: produção do 
butileno glicol (não ácido) como produto final. 
Controle do Crescimento de 
Microrganismos 
Terminologia Relacionada ao Controle do 
Crescimento Microbiano 
Esterilização Processo de destruição, inativação 
definitiva e/ou remoção de todas as 
formas de vida de um objeto ou material. 
Inclui os endósporos que são as formas 
mais resistentes de vida. É um processo 
absoluto, não havendo graus de 
esterilização. 
Desinfecção Destruição (morte) de micro-organismos 
capazes de transmitir infecção, 
patógenos. São usadas geralmente 
16 
Elany Portela 
substâncias químicas que são aplicadas 
em objetos ou materiais. 
Reduzem ou inibem o crescimento, mas 
não esterilizam necessariamente. 
Antissepsia Desinfecção química da pele, mucosas e 
tecidos vivos. Antissepsia é um caso 
particular da desinfecção. 
Germicida Agente químico genérico que mata 
germes, micróbios: bactericida — mata 
bactérias; virucida — mata vírus; fungicida 
— mata fungos; esporocida — mata 
esporos etc. 
Bacteriostase A condição na qual o crescimento 
bacteriano está inibido, mas a bactéria 
não está morta. Se o agente (substância 
ou condição) for retirado, o crescimento 
pode recomeçar. Substâncias químicas, 
quimioterápicos, podem ser 
bacteriostáticos. Refrigeração 
pode funcionar como microbiostática 
para a maioria dos organismos. 
Assepsia Ausência de micro-organismo em uma 
área. Técnicas assépticas previnem a 
entrada de (sem infecção) micro-
organismos. 
Degermação Remoção de micro-organismos da pele 
por meio da remoção mecânica e/ou pelo 
uso de antissépticos. Exemplos; antes das 
injeções, o algodão embebido em álcool é 
passado na pele; igualmente o álcool-
iodado, preparando o campo cirúrgico. 
 
 
 
 
Citologia Bacteriana 
Estruturas essenciais: estão presentes em todas 
as bactérias. São a parede celular, membrana 
celular, mesossomas, ribossomas e 
cromossoma. 
Estruturas acessórias: não estão presentes em 
todas as bactérias e estão associadas a fatores 
de aumento da virulência. São a cápsula, 
camada limosa , flagelo, pili (fímbria), esporos, 
grânulos de reserva e plasmídeo. 
Peptideoglicano 
Cadeias paralelas de N-acetilglicosamina (NAG) e ácido N-
acetilmurâmico (NAM) alternados, ligados por ligações β 1-4 
(ligações resistentes entre 1° e 4° carbono entre o NAG e NAM). 
Pontes de pentaglicina (Gly5) fazendo ligação inter-cadeias 
(bactérias Gram +) ou ligação peptídica cruzada (Gram –) 
Cadeias laterais de aminoácidos – 4 aminoácidos fazendo ligações 
laterais entre NAG e NAM. A transpeptidase é uma enzima 
bacteriana que ajuda na formação da cadeia lateral de 
aminoácidos. 
 
O peptídeoglicano é uma macromolécula composta por 
um arcabouço composto de uma alternância de N-
acetil-glicosamina (NAG) e ácido N-acetilmurâmico 
(NAM). 
No NAM, encontram-se cadeias laterais de 
tetrapeptídeos (L-alanina, D-glutamato, 
mesodiaminopimelato e D-alanina) ligadas 
covalentemente. O número de interligações entre as 
cadeias laterais de tetrapeptídeos em bactérias Gram-
positivas é bem superior ao encontrado em bactérias 
Gram-negativas. 
Embora as ligações glicosídicas entre NAG e NAM sejam 
fortes, apenas estas cadeias não são capazes de prover 
17 
Elany Portela 
toda a rigidez que esta estrutura proporciona. A total 
rigidez do peptideoglicano é atingida quando estas 
cadeias são interligadas pelos aminoácidos. A forma de 
cada célula é determinada pelo comprimento das 
cadeias de peptideoglicano e pela quantidade de 
interligações existentes entre essas cadeias. 
Parede Celular 
A parede celular bacteriana é uma estrutura rígida que 
recobre a membrana citoplasmática e confere forma 
às bactérias. Além disso ela oferece proteção osmótica 
e permeabilidade não seletiva, sendo essencial à 
sobrevivência e reprodução da bactéria. 
Sus estrutura é complexa composta por 
peptideoglicanos, polímeros de carboidratos ligados a 
proteínas como a mureína, com funções protetoras. A 
parede celular é o alvo de muitos antibióticos. Ela contém 
em algumas espécies infecciosas a endotoxina 
lipopolissacarídeo (LPS) uma substância que leva a 
reação excessiva do sistema imunitário, podendo causar 
morte no hóspede devido a choque séptico 
As autolisinas e lisozima são enzimas que degradam a 
parede celular das bactérias. As autolisinas são 
produzidas pelas próprias bactérias e atuam na 
degradação do peptideoglicano, elas só são produzidas 
e secretadas pelos mesossomas quando a bactéria está 
se dividindo (bipartição). 
 
As lisozimas são enzimas proteolíticas que ajudam a quebrar 
a parede bacteriana, principalmente onde tem 
peptideoglicano, ajudando a controlar a proliferação de 
bactéria. Essas enzimas .são encontradas na lágrima, saliva, 
leite materno, secreção genital, muco respiratório e muco 
gastrointestinal. 
 
 
 
 
Penicilinas 
 
As penicilinas pertencem a família dos beta-
lactâmicos. 
A transpeptidade é uma enzima que produz as 
cadeias laterais de aminoácidos para formação 
do peptídeoglicano (que compõe 60% da parede 
celular das bactérias gram+). Essa enzima possui 
o sítio de ativação Proteína Ligadora de Penicilina 
(PBP). 
A penicilina age sobre a bactéria gram+ se 
ligando a PBP, ao realizar a ligação ela inativa a 
ação da transpeptidade, impedindo a formação 
do proteoglicano, logo ocorre a inibição do 
crescimento bacteriano. Dessa forma a 
penicilina não destrói bactérias, ela apenas inibe 
o seu crescimento, mas como a sobrevida das 
bactérias é curta elas são destruídas com o 
passar do tempo. 
A penicilina diminui a fase logaritmo, se não 
ocorre crescimento exponencial, não há 
colonização nem manutenção da infecção. 
A ação das penicilinas é mais eficiente em 
gram+ por causa da constituição da parede 
celular ( 60% de proteoglicanos) 
Antibióticos 
Podem ser classificados em amplo espectro e baixo 
espectro.Antibióticos de amplo espectro: tem uma atividade 
maior sobre as bactérias, sem atuar sobre um grupo 
Por que não temos infecções oculares, orais com 
frequência e os bebês não se contaminam durante a 
amamentação? 
Nosso organismo, a nível de mucosa, produz anticorpos 
da classe IGA, que neutraliza a infecção causada por 
vários microrganismos. 
IGA é anticorpo de mucosa 
Coleta na mucosa oral ou nasal: IGA 
Coleta no sangue: IGM e IGG 
 
18 
Elany Portela 
específico, agem contra bactérias gram-positivas e 
gram-negativas. Exemplo: tetraciclina e cloranfenicol. Ao 
ser utilizado com frequência pode estimular 
mecanismos de seleção natural, causando uma 
resistência (o paciente passa a ter menos opções de 
antibióticos para tratar infecções bacterianas). 
Antibióticos de baixo espectro: atuam sobre 
determinados grupos de bactérias, como a penicilina, 
que agre apenas sobre as bactérias gram-positivas. Esse 
tipo de antibiótico diminui as chances do paciente 
desenvolver resistência bacteriana. 
O antibiograma é um exame que testa os antibióticos e 
sua ação em uma bactéria especifica, para selecionar o 
antibiótico de menor espectro, essa ação diminui o 
desenvolvimento de resistência bacteriana. 
A resistência bacteriana acontece pois o uso 
indiscriminado de antibiótico e a interrupção precoce do 
tratamento resultam na manutenção das populações 
de bactérias no sítios de infecção, onde ocorre 
reprodução sexuada, que aumenta a variabilidade 
genética, facilitando o desenvolvimento de bactérias 
super-resistentes. 
 
Staphylococcus aureus meticilina resisten (MRSA): cepa 
de S. aureus, gram positiva, resistente ao antibiótico de 
amplo espectro mais potente (meticilina), ou seja, não 
existe nenhum antibiótico que atue contra a MRSA de 
forma eficiente. Caso essa cepa entre no sangue dos 
pacientes todos sofrerão óbito. A MRSA também 
expressa, na sua transpeptidase, a proteína PBP2, na qual 
nenhum antibiótico consegue se ligar para inibir sua 
função. 
KPC: é uma bactéria gram negativa resistente a todos os 
antibióticos existentes. 
 
Gram 
Através da parede celular e da Técnica de Coloração 
Gram (nome em homenagem a Christian Gram, 
desenvolvedor do método) é possível pode classificar o 
tipo de bactéria, as paredes de bactérias Gram-
negativas e Gram-positivas apresentam diferenças 
marcantes. 
O método de coloração gram baseia-se no tratamento 
sucessivo de um esfregaço bacteriano, fixado pelo calor, 
com os reagentes cristal violeta, lugol, etanol-acetona e 
fucsina básica. 
Ambos os tipos de célula absorvem o complexo 
iodopararronilina, devido a ligação iônica entre os grupos 
básicos do corante e os grupos ácidos constituintes da 
parede celular. O iodo, em solução, também penetra nos 
dois tipos de células e forma com o corante um 
complexo violeta-iodo. 
Ao fazer uso do álcool como substância descorante, nas 
células Gram-negativas, o mesmo dissolve o complexo 
corante-iodo (assim como as camadas externas de 
lipopolissacarídeos), elimina-o e deixa a célula incolor, a 
qual, ao ser corada com a fucsina, adquire a coloração 
avermelhada. 
Nas células Gram-positivas, o álcool penetra com 
dificuldade na espessa camada de mucopeptídeo. A 
maior parte do complexo violeta-iodo permanece na 
célula, que retém assim, a sua coloração azulada. 
Bactérias Gram-negativas possuem uma parede 
composta de várias camadas que diferem na sua 
composição química e, consequentemente, é mais 
complexa que a parede das Gram-positivas que, apesar 
de ser mais espessa, apresenta predominantemente um 
único tipo de macromolécula. 
As diferenças entre as paredes de bactérias Gram-
positivas e Gram-negativas são importantes no estudo 
dos mecanismos de ação dos quimioterápicos, de 
patogenicidade e de outros assuntos relacionados à 
composição química e estrutura da parede bacteriana. 
O médico pode prescrever o antibiótico de amplo 
espectro primeiro enquanto espera o resultado de cultura 
para saber qual o antibiótico de baixo espectro a ser 
utilizado – o médico pode fazer a troca do medicamento 
a qualquer momento, principalmente em ambiente 
hospitalar. Na sepse não é possível esperar o 
antibiograma, por isso deve-se iniciar com antibiótico de 
amplo espectro imediatamente. 
Como as bactérias comuns são produtores de penicilinases, 
dessa forma a penicilina não consegue atuar de maneira 
eficiente sozinha, para resolver esse problema foi 
desenvolvido antibióticos associados a princípio ativos. 
Exemplo: amoxicilina + ácido clavulânico. A amoxicilina inibe 
a transpeptidade, impedindo a produção de 
peptideoglicano, e o ácido clavulânico inibe as beta-
lactamases (penicilinases), que podem inativar as penicilinas. 
19 
Elany Portela 
Na maioria das bactérias, a parede celular deve a sua 
rigidez a uma camada composta por peptideoglicano, 
que representa a maior parte da parede celular das 
bactérias gram-positivas. 
Gram-positiva 
A parede celular das bactérias gram-positivas é 
formada por cerca de 60% de peptideoglicano, além 
disso ela possui também proteínas e ácidos teicoicos 
(polímeros formados por resíduos de glicerol ou ribitol). 
São propriedades dos ácidos teicoicos: 
1. Facilitar a ligação e a regulação da entrada e 
saída de cátions na célula; 
2. regular a atividade das autolisinas durante o 
processo de divisão celular impedindo que 
quebras excessivas ocorram, provocando a lise 
celular; 
3. constituir sítios receptores de bacteriófagos; 
4. servir de sítio de ligação com o epitélio do 
hospedeiro em algumas bactérias patogênicas. 
5. Constituir importantes antígenos celulares 
tornando possível a identificação sorológica de 
muitas bactérias Gram-positivas. 
 
Gram-negativa 
As bactérias gram-negativas possuem uma dupla 
camada externa, formada por lipopolissacarídeos 
(fosfolipídios e proteínas), que é o principal agente de 
patogenicidade, depois há a membrana plasmática 
externa, 10% de proteoglicano, espaço periplasmático 
(armazena enzimas para o metabolismo) e a 
membrana plasmática interna (fosfolipídios). 
A maior complexidade de sua parede não significa que 
a gram negativa é mais patogênica. Os fatores de 
virulência se classificam em: Endotoxinas (estruturas fixas na 
célula bacteriana) e exotoxinas (a bactéria tem a capacidade 
de liberar as toxinas produzida no ambiente), são esses 
fatores que fazem a bactéria ser mais ou menos patogênica. 
Geralmente as bactérias gram negativas são mais 
virulentas, por conta do LPS, porém as gram-positivas 
podem ser mais virulentas se tiverem os fatores 
acessórias. 
A membrana externa possui proteínas como: porinas 
(formam canais de comunicação com meio externo), 
proteínas de membrana externa (transporte de solutos 
e receptores da fimbria sexual) e lipoproteínas (faz uma 
ponte entre dois componentes) 
Lipopolissacarídeos (LPS) 
Os lipopolissacarídeos estimulam a produção de 
citocinas, que causam manifestações inflamatórias no 
paciente, como a febre, aumentando o potencial de 
antigenicidade dessas bactérias. 
São formados por lipídio A (endotoxina - estimula a 
produção de interleucinas), core (polissacarídeo), 
antígeno O (difere a LPS entre as bactérias – influencia 
na antigenicidade). 
Membrana Celular 
A membrana plasmática da célula procarionte é 
composta por proteínas (60%) imersas em uma 
bicamada de lipídeos (40%), sendo os fosfolipídios os mais 
importantes. A membrana não apresenta esteróis 
(colesterol) em sua estrutura, ele auxilia na fluidez da 
membrana. A função da MP bacteriana além de 
seletividade é a produção de energia, como os 
procariontes não tem mitocôndrias, a MP e os 
mesossomas atuam na produção de energia. A MP 
também secreta enzimas celulares. 
Mesossomas 
São invaginações da membrana celular, podendo ser 
septais ou laterais. Os mesossomas septais produzem 
autolisinas e os laterais fazem parte da respiração 
celular, gerando energia ,junto com a MP. 
Ribossomas 
São mais primitivos que o dos eucariontes, mas sua 
função desíntese proteica é a mesma 
Material Genético 
As bactérias não possuem carioteca, envoltório celular. 
Seu material genético consistem em cromossoma 
formado por fita de DNA dupla hélice, enovelado e 
disperso no citoplasma. 
O plasmídeo também é material genético bacteriano, 
geralmente é circular e não faz parte do material 
cromossômico, é extracromossomial e possui alta 
capacidade de mutabilidade. 
As bactérias conseguem produzir enzimas, novas 
substancias de virulência, por causa da alta 
mutaticidade do plasmídeo, é ele que proporciona os 
mecanismos de adaptação, aumento da variabilidade 
genética da bactéria. 
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Elany Portela 
ex.: algumas Escherichia coli causam infecção 
intestinal, pois existem populações de E. coli 
que conseguiram se adaptar e através de 
alterações plasmodiais conseguiu produzir 
fimbrias que se aderiram a mucosa do 
intestino, passando a ser patogênica, 
causando processos inflamatórios. 
Cápsula 
As estruturas acessórias não estão presentes em todas. 
As bactérias, essas estruturas auxiliam no potencial de 
virulência e patogenicidade de uma infecção, 
aumentando inclusive a intensidade dos sintomas. 
A cápsula é o material mais externo que a parede 
celular é polissacarídeo, semelhante ao glicocálice de 
células humanas, isso reduz a antigenicidade. 
Bactérias capsuladas presentes no tecido, quando vão 
para a corrente sanguínea são fagocitadas pelos 
macrófagos, mas quando o macrófago engloba essa 
bactéria, essa capsula inibe o mecanismo de sinalização 
para a produção do fagolisossomo, se o fagolisossomo 
não for formado os lisossomos não digerem a bactéria 
e ela fica presa no macrófago. 
As bactérias capsuladas conseguem sobreviver dentro 
de macrófagos sem serem destruídas, aproveitam esse 
momento para se multiplicar e disseminar no organismo 
do hospedeiro. Devido a isso, essas bactérias são capazes 
de causar bacteremia e septicemia em indivíduos 
imunocompetentes 
A capsula da bactéria é considerado antígeno K. Na 
sorologia é possível sorotipar os antígenos bacterianos, 
para descobrir cepas diferentes de bactérias. 
Camada limosa / Slime / Glicocálice 
São substâncias polimétricas extracelulares (PSE), 
predominantemente polissacarídeos, que estão 
frouxamente ligadas a parede celular, formam uma 
estrutura amorfa que pode evoluir para uma matriz 
altamente organizada, com camadas sobrepostas de 
bactérias, o biofilme. 
Facilita a interligação entres as bactérias , facilitando a 
agregação entre elas e a adesão nas superfícies . 
(humanas ou exógenas – como cateter urinário, prótese 
ortopédica, cama hospitalar). 
Streptococcus mutans é a bactéria que mais forma 
biofilme. 
Em pacientes com cateter urinário é comum a infecção 
por Staphylococcus epidemirdis, potente bactéria 
formadora de biofilme, a falta de higiene e tempo de uso 
prolongado facilitam a proliferação dessas bactérias, 
colonizando uretra, bexiga, causando desde cistite até 
uma pielonefrite 
Biofilme 
É uma comunidade bacteriana aderina a uma superfície, 
como ocorre na placa dental, nos grandes reservatórios 
de água e em caixas de lente de contato. 
Flagelos 
Possui função de locomoção bacteriana, dependendo do 
seu número e localização podem ser monotríquios, 
iofotríquios ou peitríquios, É formado por proteína 
(flagelina) e é um antígeno (Ag H) 
Fímbrias 
Fimbrias ou pili são prolongamentos proteicos, 
semelhante a “pelinhos”, que servem para fixação das 
bactérias no tecido. Normalmente as bactérias 
intestinais com fimbrias são patogênicas e as que não 
tem fimbrias são saprófitas 
A pili somática tem como função a aderência específica 
a células do hospedeiro e a pili sexual ajuda na 
conjugação entre bactérias gram negativas

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