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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS JULIANA CRISTINA FONSECA DA SILVA SÍNTESE DA LEITURA 2: REVOLUÇÃO CIENTÍFICA E PARADIGMAS DE KUHN CAMPINAS 2021 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA FACULDADE DE PSICOLOGIA JULIANA CRISTINA FONSECA DA SILVA SÍNTESE DA LEITURA 2: REVOLUÇÃO CIENTÍFICA E PARADIGMAS DE KUHN Trabalho apresentado como exigência parcial para aprovação parcial na disciplina de Pesquisa em Psicologia I, ministrada no 2º período da Faculdade de Psicologia, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Orientadora: Prof.ª Drª. Sônia Regina Fiorim Enumo CAMPINAS 2021 2 Os estudos científicos são marcados por uma série de acontecimentos e eventualidades, além de teóricos importantes para sua constituição e, analisando dentro de tais parâmetros, percebe-se a ponderação prestigiável de Thomas Kuhn (1922-1996), físico estadunidense que proporcionou ao mundo científico suas observações acerca da ciência objetivista e suas referências históricas, construindo a história do saber científico (FRAZÃO, 2016). Em síntese à obra kuhniana, Ostermann (1996) aponta que tal modelo científico elabora criticamente uma oposição ao conhecimento lógico positivista – delimitado por observações neutras, processos indutivos, cumulativos e lineares - superando com a produção do saber direcionado através das teorias antecessoras de observações, destacando que não há concretização lógica para métodos por indução, mas sim, apenas para uma ciência determinada por um perfil construtivista, inventivo e não definitivo. No mais, presenciando as definições vistas por Chibeni (2020), a ciência de Kuhn aponta traços únicos para seu desenvolvimento, ocorrendo de uma forma semelhante ao método dialético, em que: há uma fase pré-pragmática (ou a fase das discussões sobre fenômenos, problemas e soluções) que revela o aparecimento da ciência normal (resolução e buscas), que entra em crise por falta de informações, transformando-se em uma revolução dos fatos, transmutando-se em uma nova ciência normal e assim por diante. Para compreender de fato a teorização kuhntiana, é primordial evidenciar os conceitos básicos descritos anteriormente e abreviá-los, levando em consideração suas relações e dependências. Em tese, a período “pré-pragmático” diz respeito a discussão entre estudiosos acerca de eventos a serem estudados, sendo articulado quais teorias e métodos analisariam o fenômeno, de que forma, dentre outras especificações. Essa fase sem forma – ou seja, uma ciência não genuína, sem status científico – é superada quando há o aparecimento de algum “paradigma” (conceito fundamental teórico kuhntiano), sendo tal termo explicado e dividido em dois semblantes: um de sentido geral, no qual é utilizado para classificar todos os componentes de responsabilidades científicas (tais como crenças, valores e técnicas compartilhadas), sendo determinado então como “matriz disciplinar” – por se tratar de um método ordenado de posse comum aos seus praticantes, possuindo generalizações, modelos únicos e valores partilhados - e o outro sentido, sendo o restrito, se trata dos “exemplares”, que são as resoluções dos problemas na área 3 científica ensinados em diversos locais, como: fim de capítulos, publicações periódicas, etc. Após a escolha de qual paradigma será o estudado, Kuhn descreve que a disciplina científica adquire a fisionomia da “ciência normal”, sendo a fase marcada por se dirigir ao paradigma através de teorias e processos fornecidos pelo mesmo, modelando resoluções de novos problemas dos “exemplares”, ou seja, voltando-se ao próprio paradigma na intenção de compreendê-lo, já que é ele quem determina as regras, técnicas, habilidades e inovações a serem seguidos para sua solução, como um jogo de quebra-cabeças. Entretanto, se esse paradigma não possuir veredito, ou seja, quando ele provoca uma situação de crise e suas “anomalias” – não soluções - forem insuperáveis pelas formas de resolução, há dois momentos perceptíveis: a tentativa de novos meios de elucidação por outros cientistas mais novos, ou há o abandono deste paradigma por um novo - caso esse se revele nas discussões entre os estudiosos. Para Kuhn, essa eventualidade de incertezas é denominada de “ciência extraordinária” e, se superada pela aceitação de um novo paradigma, é transacionada para o momento da “revolução científica”, no qual há uma renovação da área estudada devido a assimilação de novos métodos. Assim, o modelo científico kuhntiano ocorre em ciclo: fase pré-paradigmática, ciência normal, crise, revolução científica, nova ciência normal, nova crise, e assim por diante, encontrando novos problemas e soluções no mundo da ciência (CHINENI, 2010; OSTERMANN, 1996). REFERÊNCIAS CHIBENI, S.S. Síntese de: A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn. 2010. Disponível em: https://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/structure-sintese.htm. Acesso em: 21 ago. 2021. FRAZÃO, D. Biografia de Thomas Kuhn. Ebiografia, 21 jun. 2016. Thomas Kuhn. Disponível em: https://www.ebiografia.com/thomas_kuhn/. Acesso em: 21 ago. 2021. OSTERMANN, F. A epistemologia de Kuhn. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.13, n.3, p.184-196,1996. DOI: https://doi.org/10.5007/%25x. Acesso em: 21 ago. 2021. https://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/structure-sintese.htm https://www.ebiografia.com/thomas_kuhn/ https://doi.org/10.5007/%25x
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