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ARBOVIROSES As arboviroses, como o nome já diz, são viroses que são transmitidas por artrópodes. Os arbovírus fazem parte de famílias diferentes sendo elas: • Reoviridae • Rhabdoviridae • Flaviridae • Togoviridae No Brasil, as principais doenças transmitidas pelos arbovírus são a Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. Esses arbovírus são transmitidos para o homem através da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada. O período de incubação intrínseco, ou seja, que ocorre no ser humano é diferente nas 3 doenças. Na dengue, esse período pode variar de 4 a 10 dias, em que após esse período, inicia-se a fase de viremia no homem, que, geralmente, começa 1 dia antes do aparecimento da febre e se estende até o 5º dia da doença. Na chikungunya, o período de incubação intrínseca do vírus pode variar de 1 a 12 dias, em que o período de viremia no ser humano pode perdurar até 10 dias e, geralmente, se inicia 2 dias antes do aparecimento dos sintomas. Por fim, o período de incubação intrínseco da Zika é de 2 a 7 dias e estima-se que o período de viremia no homem se estende até o 5º dia do início dos sintomas. Dengue, Febre Amarela e Zika são causadas por vírus da família Flaviridae, enquanto a Chikungunya é causada por vírus da família Togoviridae. DENGUE A dengue é a arbovirose mais prevalente nas Américas, atingindo principalmente os países tropicais e subtropicais. Ela é um arbovirose causada pelo vírus da família dos flavivírus, cujo material genético é composto por um filamento único de RNA. Esse vírus possui 4 sorotipos (DEN-1, 2, 3, 4), em que todos esses tipos são capazes de provocar uma doença grave e levar à óbito. Em relação a imunidade, ela é sorotipo específico permanente e para os outros tipos ela é por funciona por um curto período. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica com várias manifestações clínicas. A dengue pode apresentar três fases clínicas: • Febril • Crítica • De recuperação Deve se suspeitar de caso de dengue em indivíduo que resida em área onde se registram casos de dengue ou que tenha viajado nos últimos 14 dias para área com ocorrência de transmissão ou presença de Aedes aegypti. Deve apresentar febre, usualmente entre 2 e 7 dias, e duas ou mais das seguintes manifestações: • Náusea e vômitos • Exantema • Mialgia e/ou artralgia • Cefaleia • Dor retro-orbital • Petéquias/prova do laço positiva • Leucopenia FASE FEBRIL A primeira manifestação é a febre que possui duração de 2 a 7 dias, geralmente alta, de início abrupto, associada à cefaleia, astenia, mialgia, artralgia, dor retro-orbitária e exantema. Além disso, o paciente pode cursar com anorexia, náuseas, vômitos e diarreia. Após a fase febril, a maioria dos pacientes recuperam-se gradativamente com melhora do estado geral. FASE CRÍTICA Apenas alguns dos pacientes com dengue desenvolvem a fase crítica, sendo que ela pode evoluir para formas graves e por isso são adotadas medidas diferenciais no manejo clínico do paciente. Ela tem início com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia da doença, acompanhada com surgimento de sinais de alarme. A maioria desses sinais são resultados do aumento da permeabilidade vascular e são caracterizados principalmente por: • Dor abdominal intensa e contínua (referida ou à palpação) • Vômitos persistentes • Acúmulo de líquidos → ascite, derrame pleura, derrame pericárdico • Hipotensão postural e/ou lipotimia • Hepatomegalia • Sangramento de mucosa • Letargia e/ou irritabilidade Há presença de variações genéticas entre os sorotipos, sendo que algumas variações podem ser mais virulentas, possuindo um maior potencial epidêmico. • Aumento progressivo do hematócrito As formas graves da doença podem manifestar-se com extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica. FASE DE RECUPERAÇÃO Nos pacientes que passaram pela fase crítica haverá reabsorção gradual do conteúdo extravasado com progressiva melhora clínica. DIAGNÓSTICO No curso de uma epidemia, a confirmação diagnóstica pode ser feita por meio de critério clínico-epidemiológico, no entanto, os casos graves devem ser preferencialmente confirmados por laboratório. MÉTODOS DIRETOS • Isolamento viral por inoculação • RT-PCR → até o 5º dia de início dos sintomas MÉTODOS INDIRETOS • ELISA o Pesquisa de IgG/ IgM → a partir do 6º dia de início dos sintomas o Pesquisa do antígeno NS1 • PRNT → Teste de neutralização por redução de placas • Inibição da hemaglutinação (IH) • Imuno-histoquímica Caso o resultado for positivo, o diagnóstico está confirmado. Caso o resultado seja negativo, deve ser colhida uma nova amostra para sorologia IgM para confirmação ou descarte. CHIKUNGUNYA A chikungunya, assim com a dengue, é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito fêmea do Aedes aegypti. Esse arbovírus pertence à família Togoviridae, cujo material genético é composto por um filamento único de RNA. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A chikungunya pode evoluir em três fases: • Febril ou aguda → duração de 5 a 14 dias • Pós-aguda → curso de até 3 meses • Crônica → se os sintomas persistirem por mais de 3 meses FASE AGUDA Essa fase é caracterizada principalmente por febre alta de início súbito e surgimento de intensa poliartralgia, geralmente acompanhada de dorsalgia, exantema, cefaleia, mialgia e fadiga. Na chikungunya, diferentemente da dengue, a diminuição da febre não está associada à piora dos sintomas. Ocasionalmente, pode ser associada a uma bradicardia relativa. O hematócrito, a contagem de plaquetas e a dosagem de albumina auxiliam na avaliação e no monitoramento dos pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de dengue, especialmente os que apresentarem sinais de alarme ou gravidade. FASE PÓS-AGUDA Nessa fase, normalmente a febre desaparece, mas pode haver recorrência. A artralgia pode melhorar, permanecer igual ou se agravar. O comprometimento articular costuma ser acompanhado por edema. Além disso, o paciente pode apresentar astenia, prurido, exantema e lesões purpúricas. FASE CRÔNICA Ela é caracterizada pela persistência ou recorrência dos sinais e sintomas, principalmente dor articular, musculo- esquelética e neuropatia. DIAGNÓSTICO MÉTODOS DIRETOS • Isolamento viral por inoculação • RT-PCR → até o 5º dia de início dos sintomas MÉTODOS INDIRETOS • ELISA o Pesquisa de IgG/IgM • PRNT • Inibição da hemaglutinação (IH) • Imuno-histoquímica ZIKA A Zika é uma arbovirose que pertence à família Flaviridae, cujo material genético é composto por um filamento único de RNA. A sua principal forma de transmissão é através da picada do mosquito Aedes aegypti, no entanto, ela também pode ser transmitida por via sexual, transfusional e vertical. Esse vírus se mostrou potencialmente teratogênico (capaz de produzir dano ao embrião ou feto), estando associado a casos graves de malformações congênitas, sendo o principal a microcefalia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A infecção pelo Zika vírus pode ser assintomática ou sintomática. Na maioria das vezes, a doença é autolimitada, durando cerca de 4 a 7 dias, podendo estar acompanhada de febre baixa, exantema de origem precoce, conjuntivite não purulenta,artralgias, edema periarticular, cefaleia, linfonodomegalia, astenia e mialgia. DIAGNÓSTICO MÉTODOS DIRETOS • Isolamento viral por inoculação • RT-PCR → até o 5º dia de início dos sintomas MÉTODOS INDIRETOS • ELISA o Pesquisa de IgG/IgM • PRNT • Inibição da hemaglutinação (IH) • Imuno-histoquímica Na maioria dos casos a artralgia torna-se crônica, podendo durar anos.
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