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MINERAÇÃO NO BRASIL COLONIAL A ECONOMIA MINERADORA NO BRASIL Século XVIII, a economia encontrava-se em declínio tanto no Brasil quanto em Portugal após o fim da União Ibérica. Com isso, qualquer chance de melhoria para a economia da colônia e da metrópole seria difundida rapidamente, e foi o que aconteceu, com a descoberta do ouro em 1693 e do diamante em 1727 em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Os bandeirantes finalmente descobriram o ouro no Brasil, e isso pode ser explicado com a frágil economia litorânea que estava se formando no Brasil, daí o avanço para o interior e com isso a descobertas das jazidas de ouro. OS IMPOSTOS DA MINERAÇÃO Muita gente veio para o Brasil achando que ia se enriquecer facilmente (de fato, a mineração é uma área muito próspera) mas era tanta gente que a metrópole teve que estabelecer duras legislações para controlar isso. Entre elas: O QUINTO: imposto cobrado para todos os garimpeiros, um quinto da quantidade de ouro encontrada deve ser dado à metrópole; A CAPITAÇÃO: era o imposto que o minerador deveria pagar, referente à quantidade de escravos que ele utilizaria para a descoberta do ouro. Mais precisamente, eram cobrados 17g de ouro por escravo; A FINTA: exige uma cobrança anual de ouro. No começo eram 30 arrobas por ano, no fim foram 100 arrobas por ano. A INTENDÊNCIA DAS MINAS A mineração era muito difícil de se controlar, a Intendência das Minas era rigorosa, cobrava tudo dos garimpeiros, todo o ouro que os garimpeiros encontrassem deveria ser imediatamente informado à Intendência, e ela ainda controlava o ouro que era circulado: quando o ouro fosse descoberto, a Intendência dividia toda a área em datas e o minerador que encontrou a área teria direito a apenas uma data, o resto seria doado para os demais garimpeiros. AS CASAS DE FUNDIÇÃO Ainda organizando dessa forma, não se podia controlar tudo, o ouro que circulava era em pó, e assim ficava difícil determinar o quinto que iria para a metrópole, e foi com essa justificativa que a metrópole criou as Casas de Fundição, responsáveis para fundir todo o ouro em pó, para facilitar a retirada do quinto. As regiões mineradoras precisavam ser abastecidas, e foi com essa justificativa que a pecuária avançou também para o sul. O único problema é que o restante da colônia foi esquecido, ficou sem recursos e sem abastecimento. CRISE NO PERÍODO DA MINERAÇÃO Os problemas da crise anterior foram agravados, visto que a concentração de recursos ficou apenas nas regiões mineradoras, mas um lado bom da mineração foi a diversificação da economia que ela causou, por necessitar de muitos recursos para que as atividades mineradoras funcionem. Dessa forma, a economia brasileira acabou se voltando para um abastecimento interno. A mineração teve seu apogeu entre 1740 e 1770. A partir daí é que os problemas começaram: o esgotamento das jazidas começou a trazer desespero para a metrópole, que começou a exigir mais dos garimpeiros, aumentando os impostos e criou a principal causa do fim da mineração, a derrama. A DERRAMA A derrama era um “pagamento” dos impostos atrasados que a metrópole ia cobrar nas casas das pessoas. A metrópole destruía tudo, até pessoas que não tinham nada a ver com o garimpo acabavam sendo prejudicadas por essa cobrança inesperada e inexplicável que a metrópole fazia, que era considerada uma “compensação” por não pagar o imposto que estava atrasado. A principal causa da Inconfidência Mineira foi exatamente a derrama. CONSEQUÊNCIAS DA MINERAÇÃO ◦ Aumento da população; ◦ Diversificação social (muitas classes sociais); ◦ Enriquecimento de pessoas que tinham poucos recursos (garimpeiros que não tinham dinheiro para construir um engenho enriqueceram só com o ouro); ◦ Maior diversificação da economia; ◦ Avanço da pecuária para o sul da colônia; ◦ Aumento da crise anterior nas regiões sem mineração (litorâneas); ◦ Economia brasileira se volta para o abastecimento interno; ◦ Inconfidência Mineira. OS DIAMANTES Ao contrário do que acontecia com o ouro, os diamantes ocupavam uma região muito pequena, daí a preocupação da metrópole em decretar estanco régio, ou seja, recurso que seria monopolizado pela metrópole. A região que foi cercada pela metrópole ficou conhecida como o Distrito Diamantino, em Minas Gerais. Os diamantes possuíam um preço muito maior do que o ouro, daí outro motivo para que a metrópole não declarasse livre extração, que significaria um desvio enorme de dinheiro. A extração era permitida apenas por uma minoria, os chamados contratadores, eles podiam até extrair, mas pagavam caro para isso, além de dar metade do que extraíam para a metrópole e pagar altas taxas de capitação. O mais famoso é João Fernandes, aprisionado por sonegar impostos à Coroa.