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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica
Coordenação Geral de Áreas Técnicas
Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares
Secretaria de Gestão de Trabalho e da Educação na 
Saúde
Departamento de Gestão da Educação na Saúde
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Presidência
Paulo Ernani Gadelha Vieira
Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da 
Saúde
Valcler Rangel Fernandes
Assessoria de Promoção da Saúde
Annibal Coelho de Amorim
Coordenação Geral
Joseane Carvalho Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Reitoria
Emmanuel Zagury Tourinho
Vice-Reitoria
Gilmar Pereira da Silva
Pró-Reitoria de Extensão
Nelson José de Souza Júnior
Assessoria de Educação a Distância
José Miguel Martins Veloso
Coordenação Administrativa
Ivanete Guedes Pampolha
Este texto-base integra os recursos didáticos elaborados para o Curso de Qualificação em Plantas Medicinais e Fitote-
rápicos na Atenção Básica, concebido, desenvolvido e ofertado pela parceria entre o Ministério da Saúde, a Fundação 
Oswaldo Cruz e a Universidade Federal do Pará.
O curso completo pode ser acessado em: www.avasus.ufrn.br
Coordenação Pedagógica
Marianne Kogut Eliasquevici
Coordenação de Meios e Ambientes de Aprendizagem
Dionne Cavalcante Monteiro
Laboratório de Pesquisa e Experimentação em Multimídia
Maria Ataide Malcher
Editora
Presidência
José Miguel Martins Veloso
Diretoria
Cristina Lúcia Dias Vaz
Conselho Editorial
Ana Lygia Almeida Cunha
Dionne Cavalcante Monteiro
Maria Ataide Malcher
CRÉDITOS DO CURSO 
Coordenação Geral
Daniel Miele Amado - DAB | MS
Joseane Carvalho Costa - VPAAPS | 
Fiocruz
José Miguel Martins Veloso - AEDi | 
UFPA
Coordenação Administrativa
Lairton Bueno Martins
Paulo Roberto Sousa Rocha 
Coordenação de Conteúdo
Silvana Cappelleti Nagai
Coordenação Pedagógica
Andrea Cristina Lovato Ribeiro
Nilva Lúcia Rech Stedile
Coordenação Pedagógica em EaD
Maria Ataide Malcher
Marianne Kogut Eliasquevici
Sônia Nazaré Fernandes Resque
Concepção e Avaliação de Recursos 
Multimídia em EaD
Fernanda Chocron Miranda
Suzana Cunha Lopes
Concepção e Comunicação Visual
Rose Pepe
Roberto Eliasquevici
2016 Ministério da Saúde | Fundação Oswaldo Cruz | Universidade Federal do Pará
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamen-
to pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra em qualquer suporte ou 
formato, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministé-
rio da Saúde [www.bvsms.saude.gov.br]. Todo o material do curso também está disponível na RetisFito [www.retisfito.
org.br] e no repositório institucional UFPA Multimídia [www.multimidia.ufpa.br].
DISTRIBUIÇÃO DIGITAL 
MINISTÉRIO DA SAÚDE 
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica
Coordenação Geral de Áreas Técnicas
Núcleo de Práticas Integrativas e Com-
plementares em Saúde
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CEP: 70070-600 – Brasília/DF 
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Este conteúdo está disponível em: www.
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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e 
Promoção da Saúde
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CEP: 21040-900 – Rio de Janeiro/RJ
Fone: (21) 3885-1838
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
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CEP: 66075-110 – Belém/PA 
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Site: www.aedi.ufpa.br
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CRÉDITOS DESTE RECURSO DIDÁTICO
Consultoria e Produção de Conteúdo
André Hinsberger
Antonio Carlos de Carvalho Seixlack
Daniel Miele Amado
Glaucia de Azevedo Saad
José Carlos Tavares Carvalho
Lairton Bueno Martins
Paulo Roberto Sousa Rocha
Ricardo de Figueiredo Murta
Silvana Cappelleti Nagai
Revisão de Conteúdo
Andrea Cristina Lovato Ribeiro
Daniel Miele Amado
Joseane Carvalho Costa
Lairton Bueno Martins
Paulo Roberto Sousa Rocha
Silvana Cappelleti Nagai
Consultoria e Revisão em EaD
Felipe Jailson Souza Oliveira Florêncio 
Maria Ataide Malcher
Marianne Kogut Eliasquevici
Sônia Nazaré Fernandes Resque
Suzana Cunha Lopes
Direção de Arte
Acquerello Design 
Ilustração e Grafismos
Andreza Jackson de Vasconcelos
Weverton Raiol Gomes de Souza
Diagramação e Editoração Eletrônica
Andreza Jackson de Vasconcelos
Weverton Raiol Gomes de Souza
Ficha Catalográfica
__________________________________________________________________________________________
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Núcleo de Práti-
cas Integrativas e Complementares em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Pro-
moção da Saúde. Universidade Federal do Pará. Assessoria de Educação a Distância.
 Curso de Qualificação em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica – Etapa 4: Fitoterapia aplica-
da/ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Fundação Oswaldo Cruz. 
Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde. Universidade Federal do Pará. Assessoria de Educação a 
Distância – 1. ed. – Belém: [EditAEDi], 2016.
 83 p. : il.
ISBN 978-85-65054-41-6
1. Fitoterapia. 2. Plantas Medicinais. 3. Atenção à Saúde. I. Título. 
CDU 633.88 
__________________________________________________________________________________________
S U M Á R I O
ETAPA 4 - FITOTERAPIA APLICADA | 06
17
59
2 APLICAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NOS SISTEMAS ORGÂNICOS
2.1 Exemplos de aplicação de plantas medicinais e fitoterápicos nos tratamentos dos sistemas orgânicos | 19
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
08 1 INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS
1.1 Conceitos básicos | 08
1.2 Planta medicinal e fitoterápico | 09
1.3 Vantagens e desafios no uso de plantas medicinais e fitoterápicos | 10
1.4 Aspectos técnicos importantes para a farmacologia de fitoterápicos | 11
1.5 Classificação das plantas medicinais | 11
1.6 Aspectos farmacológicos importantes no desenvolvimento de fitoterápicos | 12
1.7 Emprego e classes das plantas medicinais e dos fitoterápicos conforme mecanismo de ação | 12
1.8 Ação biológica das plantas medicinais e dos fitoterápicos | 14
1.9 Princípios ativos de plantas medicinais e fitoterápicos e suas afinidades orgânicas | 15
1.10 Aplicação terapêutica das plantas medicinais e fitoterápicos | 15
06
ETAPA 4
PARÂMETROS PARA A ATENÇÃO 
À SAÚDE EM FITOTERAPIA
Caro(a) cursista,
 
O estudo das plantas medicinais e dos fitoterápicos requer a interação de diversas ciências 
que caracterizam a medicina moderna. Assim como as práticas de saúde contemporâneas são 
definidas pelas práticas baseadas em evidências cientificas, o mesmo não poderia ser diferen-
te com as plantas medicinais e fitoterápicos. 
Uma só planta medicinal é capaz de atuar em diferentes sistemas biológicos e isso só é possí-
vel devido à riqueza em princípios ativos na sua composição. Em relação a esse aspecto, é de 
suma importância que você procure compreender os efeitos específicos dos princípios ativos 
que são determinados pela característica química das plantas com que estiver trabalhando.
Nesse sentido, este texto visa oferecer a você, profissional de saúde, subsídios para a indica-
ção e prescrição de plantas medicinais e fitoterápicos, por meio do conhecimento das princi-
pais classes de bioativos com atividade terapêutica e toxidez, além de informações tradicio-
nais e científicas atualizadas sobre Fitoterapia aplicada na terapêutica dos diversos sistemas 
orgânicos humanos.
Assim, nesta Etapa, serão abordados dois grandes tópicos. Primeiro você será introduzido à 
farmacologia de plantasmedicinais e fitoterápicos, além da farmacocinética e farmacodinâ-
mica dos diversos grupos de drogas vegetais. Em um segundo momento, poderá ver estudos 
de caso em que se faz uso das plantas medicinais e dos fitoterápicos como terapêutica. Além 
deste texto, são também disponibilizados outros materiais em diversos formatos com esses 
conteúdos, tais como: infográfico, apresentação em slides, vídeo sobre os parâmetros para 
indicação e prescrição de fitoterápicos pelos profissionais de saúde e histórias em quadrinhos 
com estudos de casos que têm por objetivo auxiliar no desenvolvimento do seu raciocínio 
clínico na indicação das plantas medicinais e dos fitoterápicos para o tratamento de enfermi-
dades nos diversos sistemas do corpo humano.
O uso das plantas medicinais está inserido na história da medicina e da farmácia. Se hoje é 
possível encontrarmos fitoterápicos que podem servir como medicamento de primeira esco-
lha no tratamento de algumas patologias, esse fato deve-se à recomendação da Organização 
Mundial da Saúde de incluir a Fitoterapia como prática na saúde pública. Por isso, observam-
se, em diversos países, investimentos consideráveis, colocando essa terapêutica em um pata-
mar não como prática alternativa, e sim como complementar. Já no Brasil, o marco da efeti-
vação das práticas integrativas e complementares deu-se no ano de 2006, com a implantação 
da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e, em 2008, com 
07
a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, sendo observada a expansão da 
Fitoterapia no serviço de saúde pública e maior engajamento para oferta no Sistema Único de 
Saúde. 
A partir das informações aqui apresentadas e das atividades desta Etapa 4, você poderá apro-
ximar um pouco mais o conhecimento das plantas medicinais e da Fitoterapia ao seu cotidia-
no profissional.
Bons estudos!
08
1 INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA DE 
PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS
Sistema
Quadro 01 Os sistemas de tratamento e medicamentos correspondentes
Homeopatia
Alopatia Inorgânica
Alopatia Quimioterapia 
Orgânica
Terapia
Homeoterapia
Quimioterapia
Quimioterapia
Homeoterápico
Quimioterápico
Quimioterápico
Vegetal, animal 
e mineral
Inorgânica natural 
e sintética
Orgânica sintética 
e natural
Alopatia Opoterapia Opoterapia Opoterápico Animais e derivados deles obtidos
Alopatia Fitoterapia Fitoterapia Fitoterápico Vegetais, drogas e preparados deles obtidos
Medicamento Matéria-prima
1.1 Conceitos básicos
Para iniciar seus estudos neste tópico, é importante que você tenha clareza de alguns concei-
tos relacionados à farmacologia de plantas medicinais e de fitoterápicos.
A farmacologia é a ciência que estuda a ação terapêutica dos fármacos no organismo vivo. É 
altamente especializada, dividindo-se nas seguintes ramificações: farmacologia geral, farma-
cocinética, farmacodinâmica e toxicologia. O estudo das plantas medicinais e de fitoterápicos 
deve se apoiar na farmacologia para o entendimento da ação dos fitofármacos e seus efeitos 
terapêuticos.
Ao se deparar com as plantas medicinais e os fitoterápicos, é necessário usar das ferramentas 
da farmacologia para que se esclareça a ação desses produtos. São particularmente necessá-
rios os conhecimentos da Fitofarmacologia, que é a ciência que estuda os efeitos farmaco-
lógicos e toxicológicos das plantas medicinais e fitoterápicos no organismo vivo e tem como 
base os conhecimentos de fisiologia, patologia e farmacologias básica e aplicada e, acima de 
tudo, o conhecimento das características físico-químicas dos princípios ativos naturais que 
compõem as estruturas das plantas medicinais. 
Nos estudos farmacológicos, devem-se considerar dois fatores preponderantes, que são a to-
xicidade e a atividade farmacológica. Além disso, é relevante atentar para a existência de dois 
sistemas terapêuticos: a Alopatia e a Homeopatia. A Fitoterapia faz parte do sistema alopáti-
co (Quadro 01), logo, todos os aspectos que devem ser aplicados para outros medicamentos 
desse sistema terapêutico valem, também, para os fitoterápicos.
Esses sistemas 
também podem 
ser estudados 
no texto-base da 
Etapa 1.
09
1.2 Planta medicinal e fitoterápico
No estudo da fitofarmacologia é de grande importância saber diferenciar e definir planta me-
dicinal e fitoterápico. Planta medicinal é qualquer planta, ou parte desta, capaz de provocar 
um efeito biológico. Pode ser aplicada diretamente na terapêutica ou processada para ob-
tenção de um fitoterápico. Já o fitoterápico é o produto final, apresentado como uma forma 
farmacêutica e uma fórmula farmacêutica.
O fitoterápico é o medicamento que contém exclusivamente matérias-primas vegetais. Não 
se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias 
ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações dessas com extratos vegetais.
Os princípios ativos que determinam a possível ação farmacológica da planta medicinal e dos 
fitoterápicos são os fitofármacos, que podem ser considerados os marcadores farmacológi-
cos desses produtos e/ou marcadores fitoquímicos. Esses elementos são importantes para a 
definição do controle de qualidade desses produtos.
Observe, nos exemplos na Figura 01, os marcadores fitoquímicos/farmacológicos para o óleo 
de copaíba (Copaifera sp.): β-cariofileno, β-bisaboleno, ácido caurenoico e ácido polialtico.
Figura 01 Marcadores fitoquímicos/farmacológicos para o óleo de copaíba
Fonte: Ilustrações cedidas por JC Tavares.
10
Quanto à formulação, os fitoterápicos podem ser classificados em: 
Simples: se apenas um derivado vegetal ativo compõe a formulação. Como exemplo, tem-
se a tintura de Passiflora edulis, indicado para ansiedade.
Compostos: se mais de um derivado vegetal como princípio ativo compõe a formulação. 
Como exemplo, tem-se a tintura composta de Passiflora edulis e Melissa officinalis, indicada 
para ansiedade. 
1.3 Vantagens e desafios no uso de plantas medicinais e 
fitoterápicos
Diversas são as vantagens do uso de plantas medicinais e fitoterápicos que levam à valori-
zação dessa terapêutica farmacológica, ao se considerar seus aspectos inerentes. A seguir 
destacamos algumas dessas vantagens:
Baixo risco de intoxicação: o uso da planta medicinal consolidado ao longo tempo opor-
tuniza que sejam realizadas observações em relação às ocorrências de possíveis intoxicações. 
Como exemplo, tem-se a Lantana camara, conhecida como cambará. Enquanto essa planta 
provoca intoxicações no gado ao ingeri-la nos pastos, devido à presença de cumarinas, na te-
rapêutica fitoterápica é usada como expectorante. Nesse caso específico, as observações e o 
uso ao longo do tempo tornaram possível chegar à concentração ideal da planta para que não 
provoque intoxicações ao homem.
Fácil administração: as formas farmacêuticas mais empregadas para as plantas medici-
nais e para os fitoterápicos são de administração oral e tópica, tais como: comprimidos, cáp-
sulas, xaropes, soluções, cremes, géis, pomadas, loções, entre outras.
Fácil disponibilidade: plantas medicinais e fitoterápicos já com uso consagrado pela popu-
lação de determinadas regiões são de fácil acesso.
Efeitos colaterais mínimos: os efeitos são menores principalmente para plantas medici-
nais e fitoterápicos obtidos a partir de espécies que possuem uma longa história de uso tradi-
cional.
Atenção!
O baixo custo das plantas medicinais e fitoterápicos que poderia ser uma vantagem, atual-
mente, tem sido objeto de discussão, uma vez que é possível encontrar no mercado farma-
cêutico produtos fitoterápicos de alto custo comercial, cuja justificativa para a elevação des-
ses preços está baseada nos complexos processos para obtenção de extratos padronizados.
Além das vantagens, há também desafios ao uso de plantas medicinais e de fitoterápicos. 
Uma delas refere-se aos princípios ativos, que geralmente atuam em grupo no organismo 
vivo, dificilmente de forma isolada, o que torna complexos os estudos farmacológicos eas 
formas de controle de qualidade desses produtos.
11
No que se refere à plantação e colheita, um dos desafios é a manutenção da qualidade desses 
produtos relativos à presença dos princípios ativos que definem os possíveis efeitos terapêu-
ticos. Para tanto, é necessária a aplicação de técnicas rigorosas relacionadas à plantação e à 
colheita para a obtenção de fitoterápicos de qualidade. 
1.4 Aspectos técnicos importantes para a farmacologia de 
fitoterápicos
Para os estudos dos fitoterápicos, você pode considerar como importantes os seguintes 
aspectos:
Forma farmacêutica: as formas fitoterápicas podem ser líquidas (extratos, tinturas, xa-
ropes, soluções, emulsões, etc.) e semi-sólidas (pomadas, cremes e géis) e sólidas (cápsulas, 
comprimidos e drágeas). Devem ser definidas conforme as características dos marcadores da 
espécie medicinal. Sua não observância poderá comprometer a atividade terapêutica.
Fórmula farmacêutica: representa a associação do princípio ativo e os adjuvantes/exci-
pientes, bem como a composição de um medicamento, em que se define a somação, poten-
ciação, sinergismo ou antagonismo dos princípios ativos das espécies vegetais, além da ade-
quada apresentação e boa estabilidade do produto.
Você poderá 
complementar esse 
assunto acessando 
a apresentação 
de slides sobre o 
cultivo de plantas 
medicinais e boas 
práticas agrícolas 
na Etapa 2.
Atenção!
É de suma importância o conhecimento das características químicas dos marcadores da es-
pécie medicinal a ser utilizada para evitar a ocorrência de interações farmacotécnicas inviá-
veis, que poderão comprometer o efeito farmacológico/terapêutico do produto.
Aplicação terapêutica: baseia-se nas indicações terapêutica e nas características dos 
princípios ativos das plantas medicinais a serem empregadas na obtenção do fitoterápico. A 
observância desse aspecto é importante para a definição da forma e da formulação do 
fitoterápico.
1.5 Classificação das plantas medicinais 
As plantas medicinais são classificadas conforme a ordem de prioridade. Verifique a seguir os 
grupos de plantas medicinais:
Plantas empregadas diretamente na terapia: são empregadas sob a forma de droga ve-
getal, in natura ou em associação formando as espécies para infusos ou decocção.
Plantas que constituem matéria-prima para manipulação galênica: oferecem subprodu-
tos a serem utilizados em determinadas formas e formulações farmacêuticas. Como exemplo, 
têm-se as mucilagens, importantes para a definição da viscosidade de determinados produtos 
12
e que podem ser obtidas diretamente de algumas espécies vegetais, no caso, os aloés. 
Plantas que constituem matéria-prima para indústria: apresentam fitofármacos que po-
dem servir de precursores em semi-síntese, por exemplo, os esteroides, para obtenção de 
corticoides.
1.6 Aspectos farmacológicos importantes no desenvolvimento 
de fitoterápicos
As características que um medicamento deve apresentar são: eficácia, segurança e qualidade, 
o que não é diferente para as plantas medicinais e fitoterápicos. Além desses elementos, de-
vem ser observadas as questões relacionadas às interações que as envolvem, uma vez que se 
tratam de produtos complexos, que apresentam dezenas e/ou centenas de princípios ativos 
nas suas composições.
As interações para esses produtos fitoterápicos podem envolver:
Interação farmacotécnica: baseia-se nas características fitoquímicas dos princípios ativos 
naturais da espécie vegetal e suas incompatibilidades com certos princípios ativos que podem 
afetar a ação farmacológica. Por exemplo, taninos com derivados proteicos e alcaloides. Os 
taninos precipitam os derivados proteicos e alcaloides impedindo inclusive a sua absorção.
Interação farmacológica: baseia-se na ação farmacológica de cada princípio ativo e suas 
associações. Essas interações podem ser de dois tipos:
Viáveis: quando levar à ocorrência de sinergismos e potencializações, o que favorece melhor 
resposta farmacológica e/ou terapêutica. 
Inviáveis: quando levar à ocorrência de antagonismos e gerações de efeitos indesejáveis, o 
que impede a resposta farmacológica e/ou terapêutica.
1.7 Emprego e classes das plantas medicinais e dos fitoterápicos 
conforme mecanismo de ação
As plantas medicinais têm sido uma rica fonte para obtenção de moléculas para serem explo-
radas terapeuticamente. Elas e os fitoterápicos podem ser empregados na terapêutica para:
Fornecimento de elementos carentes ao organismo: é o caso das plantas medicinais que 
apresentam em sua composição pró-vitaminas, minerais e cofatores enzimáticos. Por exem-
plo, tem-se Taraxacum officinalis Weber (dente-de-leão) rico em K+ e carotenoides.
Prevenção de uma doença ou infecção: é o caso de plantas medicinais que podem favo-
Consulte esse 
assunto também 
na apresentação 
em slides dispo-
nibilizada nesta 
Etapa 4.
13
recer a resposta imune ou que possuem princípios ativos que atuam especificamente sobre 
determinados quadros infecciosos. Por exemplo, tem-se Rosmarinus officinalis L. (alecrim), 
Allium sativum L. (alho) e Echinacea purpurea L. (equinácia).
Combate a uma infecção: apesar de existirem antibióticos e quimioterápicos altamente 
eficientes, encontram-se plantas medicinais que se destacam como adjuvantes no comba-
te de determinados quadros infecciosos. Esse fato é justificado pela presença de princípios 
ativos, como as substâncias terpênicas, em sua composição fitoquímica. Pode-se citar como 
exemplo as Copaifera sp., com seu óleo-resina, destacado na história de uso tradicional, como 
também pela sua comprovação científica em casos de infecções ginecológicas baixas.
Bloqueio temporário de função normal: baseia-se em observações do uso tradicional por 
diversas populações. Como exemplo, cita-se o uso das folhas de Inga edulis Mart., por popula-
ções indígenas da Amazônia brasileira, como anticoncepcional. Nesse caso, foi demonstrada 
a existência de princípios ativos esteroidais com características hormonais, que podem estar 
envolvidos na resposta contraceptiva.
Correção de uma função orgânica desregulada: ocorre com plantas medicinais e deriva-
dos que podem modular determinadas respostas biológicas que se encontram comprometi-
das. É o caso da depressão, que apresenta deficiência nas sinapses serotoninérgicas. Nessa 
situação especifica, cita-se a ação de Hypericum perforatum L. sobre as mono-aminoxidases 
em casos de depressão.
Atenção!
As plantas medicinais e os fitoterápicos podem ser utilizados de forma complementar na 
terapêutica, mas podem também ser utilizados como terapia de primeira opção em deter-
minados casos patológicos, como verá mais adiante neste texto.
As plantas medicinais e os fitoterápicos também podem desencadear mecanismos farmaco-
lógicos produzindo efeitos terapêuticos, tais como:
Inibidores de enzimas: modulam ou inibem determinadas enzimas específicas. Como 
exemplo, cita-se a Caesalpinia ferrea Mart. (pau-ferro) que atua em processos inflamatórios 
agudos, possivelmente por inibição de cicloxigenase. Outro exemplo de grande importância 
farmacológica é o Pterodon emarginatus Vog. (sucupira-branca), que atua inibindo cicloxige-
nases e diversos outros sistemas enzimáticos (CARVALHO et al., 1996, 1999).
Antimetabólitos: interferem em determinadas rotas metabólicas, provocando modula-
ção da fisiopatologia. É o caso de plantas medicinais ricas em monoterpenos, nos óleos es-
senciais, os quais interferem nas vias metabólicas bacterianas e virais desencadeando efeitos 
antibacterianos ou antivirais. É o caso da Colchicum autumnale L., cujo princípio ativo (colchi-
cina) interfere no metabolismo das xantinas, o que impede a formação de ácido úrico.
Agentes alquilantes: promovem processos de alquilação. Para tanto, os princípios ativos 
presentes nas plantas medicinais necessitam apresentar grupos alquílicos dispostos a reagir 
com grupos específicos do sistema biológico. Nessa classe de plantas medicinais, citam-se os 
flavonoides metilados capazes de reagir com ácidos nucleicosimpedindo a replicação celular.
14
Antídotos: neutralizam determinados mecanismos de ações específicos. Nessa classe, ci-
tam-se plantas medicinais ricas em taninos, que possuem como característica a capacidade 
de precipitar proteínas. Há vários relatos de uso tradicional e pesquisas que demonstram a 
ação de espécies vegetais sobre acidentes ofídicos e sobre outros tipos de veneno. É o caso 
do óleo essencial de Casearia sylvestris Swartz sobre a ação do veneno de Bothrops alternatus 
(ESTEVES et al., 2011). 
1.8 Ação biológica das plantas medicinais e dos fitoterápicos
Independente da origem do medicamento, atente para o fato de que todos, ao serem admi-
nistrados, obrigatoriamente seguirão determinadas vias, caracterizando as seguintes fases: 
Fase farmacêutica: compreende desde o momento em que a planta medicinal ou o fito-
terápico é administrado até a exposição dos princípios ativos para sofrerem absorção. Uma 
forma farmacêutica que contenha um extrato bruto, um extrato padronizado ou uma tintura 
de determinada espécie vegetal, ao ser administrada, significa que já sofreu um processo de 
extração em que foram aplicadas técnicas específicas para a extração desses princípios ativos. 
Ao utilizar formas fitoterápicas contendo droga vegetal moída ou rasurada tem que ser obser-
vado quais princípios ativos poderão ser extraídos pelo suco gástrico. Para tal, deve-se con-
siderar que o suco gástrico possui pH em torno de 2 e é altamente polar, extraindo de forma 
ineficiente princípios ativos apolares. Portanto, é prudente optar por formas farmacêuticas 
contendo os princípios ativos já extraídos, mesmo que complexados.
Atenção!
Para que haja a biodisponibilidade dos princípios ativos de maneira eficiente, é imprescin-
dível que a forma farmacêutica seja adequada, para que esses princípios sofram absorção.
Fase farmacocinética: compreende os processos de absorção, metabolização, distri-
buição e excreção. Se os princípios ativos das plantas medicinais e dos fitoterápicos forem 
perfeitamente expostos no organismo, sofrerão o processo de absorção e, ao passarem pela 
circulação hepática, sofrerão metabolização, gerando compostos mais ativos, ou sofrerão 
inativação. No caso dos heterosídeos de isoflavonas, é mais do que necessário que esses prin-
cípios ativos passem inalterados e cheguem até o intestino grosso nessa forma. Lá ocorrerá 
o processo de hidrólise pelas bactérias que compõem a microbiota intestinal. Justifica-se a 
inatividade de isoflavonas ao fato de não ser protegido da hidrólise ácida que poderá ocorrer 
na cavidade estomacal. O mesmo pode ocorrer para os heterosídeos antraquinônicos.
Fase farmacodinâmica: é representada pela ocorrência da ligação dos princípios ativos 
aos seus sítios ativos, que poderão ser receptores presentes nas células do órgão alvo. Como 
exemplo, citam-se os receptores estrogênicos, aos quais as isoflavonas ligam-se e desenca-
deiam seus efeitos.
15
1.9 Princípios ativos de plantas medicinais e fitoterápicos e suas 
afinidades orgânicas 
A depender das características dos princípios ativos que se encontram nas plantas medicinais, 
é possível prever uma afinidade orgânica. Esse aspecto é definido por sua característica de po-
laridade e pela presença de grupos farmacológicos presentes nessas moléculas que as tornam 
capazes de ter afinidade por determinados órgãos e células alvos.
Veja a seguir as afinidades que podem ser encontradas para os principais grupos de 
fitofármacos:
Taninos e óleos essenciais ricos em monoterpenos: sistema digestório, pele (tanino – 
adstringente, óleo essencial – estimulante), cicatrizante, antimicrobiano.
Alcaloides: sistema nervoso central, musculaturas lisa e estriada. Apresentam atividades 
analgésica, ansiolítica, antidepressiva, estimulante e/ou depressor.
Flavonoides: diversos sistemas, antioxidante, anti-inflamatório e antálgico.
Antraquinonas: sistema digestório (estimulante), laxante, purgante, estimulante da mus-
culatura lisa uterina.
Mucilagem: pele (proteção e emoliente), cicatrizante.
Cumarinas: estimulante da circulação sanguínea do aparelho cutâneo, fotossensibilizante 
e estimulante da pigmentação.
Ácidos fenólicos: ação protetora hepática e estimulante biliar.
1.10 Aplicação terapêutica das plantas medicinais e fitoterápicos 
A aplicação terapêutica tem que ter como base a dose capaz de desencadear o efeito farma-
cológico previsto pela formulação do fitoterápico. O fitoterápico pode apresentar-se comple-
xo em termos de forma e formulação, mas pode ser administrado também como droga vege-
tal para uso na forma de infuso ou decocção. O que tem que ser preservada é a capacidade de 
veiculação dos princípios ativos para produzirem o efeito desejado. 
Observe no esquema a seguir a espécie medicinal Vitex agnus castus L., conhecida popular-
mente como pimenta-de-macaco. 
16
Essa planta medicinal é de grande importância na Fitoterapia, em casos de distúrbios hormo-
nais femininos, inclusive na hiperprolactinemia. Pode ser utilizada tanto na forma complexa 
em termos farmacotécnicos, quanto na forma de chá, já que seus marcadores para a ação são 
os iridoides, passíveis de extração em água quente. 
Observe outros exemplos:
Zingiber officinale Roscoe (gengibre): utilizado na forma de infuso, comprimidos ou cáp-
sulas contendo extrato seco padronizado (com presença de gingerois e zingiberenos). Indica-
do como antiemético, antidispéptico, expectorante e nos casos de cinetose.
Aloe vera L. (babosa): utilizado em formulações tópicas, preservando a presença de car-
boidratos, polissacarideos e ester0ides. Indicado como cicatrizante. 
Maytenus ilicifolia Mart. ex. Reissek. (espinheira-santa): indicado na forma de infuso, 
preservando os taninos, flavonoides e terpenos, como antidispéptico, antiácido e protetor da 
mucosa gástrica.
Foto: JC Tavares.
Figura 02 Ação farmacológica do Vitex agnus castus L.
Atenção!
Um aspecto a ser evitado é o uso de droga vegetal pulverizada em formulações fitoterápi-
cas, exceto quando há estudos mostrando a eficácia. Como já citado, há necessidade de pro-
cessos extrativos eficazes. No caso da droga vegetal pulverizada, o processo extrativo pelo 
suco gástrico é ineficiente, o que compromete a absorção dos princípios ativos, resultando 
em baixa biodisponibilidade. Para que seja usada a droga vegetal pulverizada, é fundamen-
tal a realização da padronização em termos da liberação dos princípios ativos marcadores 
da atividade da planta medicinal.
Você que atua na Atenção Básica à Saúde pode observar o frequente uso de plantas e ervas 
medicinais pela população. É provável que muitas vezes você se pergunte até que ponto é 
possível validar esse uso. Mas a partir dos estudos neste curso, você deverá perceber como as 
plantas possuem atividade farmacológica e não são “pura crendice”. 
No próximo item, um conjunto de exemplos foram selecionados para subsidiar você na aplica-
ção de plantas medicinais e fitoterápicos nos diversos sistemas orgânicos.
Leia também 
sobre a valida-
ção científica de 
plantas medicinais 
e fitoterápicos em 
apresentação em 
slides da Etapa 3.
17
2 APLICAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E 
FITOTERÁPICOS NOS SISTEMAS ORGÂNICOS
No Brasil, 82% da população utilizam produtos à base de plantas medicinais nos seus cuida-
dos com a saúde, seja pelo conhecimento da medicina tradicional indígena, quilombola, entre 
outros povos e comunidades tradicionais, seja por meio da medicina popular, de transmissão 
oral entre gerações, ou ainda pelos sistemas oficiais de saúde, como prática de cunho cientí-
fico, orientada pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) (RODRIGUES; 
DE SIMONI, 2010). Como você pode observar, é um conhecimento que encontra respaldo no 
sistema oficial de saúde.
Segundo o professor Francisco de Abreu Matos, responsável pela criação do projeto Farmá-
cias Vivas, a Fitoterapia é uma prática que incentiva o desenvolvimento comunitário, a solida-
riedade e a participação social.
Você encontrará 
outrasinformações 
sobre Farmácias 
Vivas nos materias 
das Etapa 5 e 7.
Reflita!
Por que será que isto ocorre? Há resistências ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos 
como recurso terapêutico? Se sim, por parte de quem? No seu processo de formação, o seu 
curso universitário abordou esse tema? Ao longo da sua prática profissional, você já tinha 
buscado conhecer mais sobre esse assunto?
Na aplicação das plantas medicinais e fitoterápicos como recursos terapêuticos, cabe enfatizar 
a importância dos saberes populares, visto que eles são frequentemente a primeira aborda-
gem diante das patologias e servem de fonte às pesquisas etnobotânicas. O avanço da ciência 
na produção de novos medicamentos tem, muitas vezes, como base informações coletadas a 
partir do sucesso terapêutico empírico obtido pelo uso de plantas por essas populações. Dessa 
maneira, a respeitosa troca de informações entre os usuários do serviço e a equipe de saúde 
se mostra fundamental. 
Cada região, com seu bioma característico, possui um repertório de plantas que são mais utili-
zadas como primeiro tratamento de patologias específicas. No caso do Brasil, país de dimen-
sões continentais, há ampla oferta de plantas medicinais. É importante que cada prescritor ou 
serviço de saúde se familiarize com as plantas de fácil acesso em sua região. Ao escolher seu 
repertório, você deve levar em conta não apenas a ação farmacológica esperada, mas também 
a facilidade de acesso a uma determinada planta medicinal ou ao seu respectivo fitoterápico.
Assim, você deve observar alguns aspectos importantes ao fazer uso de plantas medicinais e 
fitoterápicos:
Nome popular e nome botânico: uma mesma planta pode ter diferentes nomes populares 
a depender da localidade em que é encontrada, bem como um mesmo nome pode indicar es-
Você encontrará 
mais informações 
sobre a importân-
cia da Etnobotâ-
nica em um vídeo 
de animação e 
no texto-base da 
Etapa 1.
Conheça algumas 
espécies medici-
nais de cada bioma 
brasileiro em um 
vídeo de animação 
e no texto-base da 
Etapa 2.
18
pécies diversas. O seu reconhecimento se dá pela identificação botânica do vegetal.
Qualidade da matéria prima vegetal: depende de boas práticas agrícolas que englobam 
desde o cultivo até o beneficiamento primário.
Parte da planta a ser utilizada: os teores de princípios ativos produzidos por uma planta 
não se distribuem de maneira homogênea por suas partes. Podem se concentrar em várias 
partes do vegetal, preferencialmente nas flores, nas folhas e nas raízes e, às vezes, nas semen-
tes, nos frutos e nas cascas.
Posologia: refere-se à dosagem, ao modo de usar e à duração da administração do fitote-
rápico e da planta medicinal e deve ser bem avaliada.
Dessa maneira, os exemplos selecionados mais adiante ajudarão você a refletir sobre os crité-
rios e os cuidados que se deve ter ao prescrever plantas medicinais, entre os quais:
Escolha da planta: a planta que pretende usar está disponível na unidade de saúde? Caso 
não esteja, é de fácil aquisição?
Forma de uso: para essa escolha, você tem que pensar na melhor maneira de extrair os 
princípios ativos da planta e também na facilidade de administração nas diversas situações 
clínicas. Pode usar a planta em infusão, decocção, tintura, pó, cápsulas, xarope, creme, entre 
outras formas.
Posologia: qual a dosagem, qual o intervalo entre as doses e por quanto tempo deve ser 
ingerida?
Efeito colateral e interação medicamentosa: a planta pode ter algum efeito adverso? Ela 
pode ser administrada junto com medicamentos sintéticos?
Revisão: a prescrição foi eficaz? A forma de usar foi seguida com facilidade pelo usuário? É 
necessário prosseguir com o tratamento? Caso seja necessário, manterá a mesma planta ou 
escolherá outra que tenha a mesma ação farmacológica? Será que, se for feita uma associa-
ção de plantas, os resultados serão superiores?
Leia sobre a iden-
tificação botânica 
do vegetal em uma 
história em quadri-
nhos da Etapa 2.
Você encontrará 
mais informações 
sobre controle de 
qualidade em um 
vídeo da Etapa 3.
Você encontrará 
mais informações 
sobre os aspectos 
botânicos das 
plantas medicinais 
em uma apresen-
tação em slides da 
Etapa 2.
Atenção!
Perceba que, em todos os exemplos citados a seguir, é fundamental verificar a possibilidade 
de interações medicamentosas com medicamentos alopáticos e devem se conhecer bem as 
indicações e contraindicações para cada planta medicinal em questão. 
A seguir, você conhecerá como algumas plantas podem ser usadas para o tratamento de en-
fermidades nos diferentes sistemas do corpo humano. Vale frisar que a divisão das plantas por 
sistemas orgânicos é apresentada aqui apenas por uma razão didática. Na prática, é bastante 
frequente que uma planta, em função de seu fitocomplexo, tenha ação relevante em mais de 
um sistema orgânico.
19
2.1 Exemplos de aplicação de plantas medicinais e fitoterápicos 
nos tratamentos dos sistemas orgânicos
Neste item, serão apresentadas indicações/prescrições de plantas medicinais e fitoterápicos, 
com eficácia e segurança no tratamento de afecções leves e moderadas dos sistemas orgâ-
nicos humanos, no tratamento de feridas e na área de odontologia. Esses exemplos foram 
elaborados por profissionais de saúde com enfoque na Atenção Básica à Saúde (médico, en-
fermeiro, farmacêutico, biólogo e odontólogo).
As prescrições indicadas são sugestões com base nas experiências clínicas desses profissionais 
de saúde, com especialização em Fitoterapia. Assim, em cada situação, optou-se por espécies 
medicinais sobre as quais existem estudos que dão segurança para essa prescrição. 
Os exemplos selecionados para os estudos de casos apresentados mostram de que forma uti-
lizar plantas medicinais e fitoterápicos com eficácia e segurança de várias maneiras e em di-
versas situações, sempre levando em conta o ambiente de assistência na Atenção Básica em 
saúde.
Para sensibilizar você, profissional de saúde, para o uso de plantas medicinais e fitoterápi-
cos como forma de ampliação do processo de cuidar, foram também elaborados, para cada 
um dos exemplos selecionados, um estudo de caso, com ilustração em forma de história em 
quadrinho, que retrata um atendimento em uma Unidade Básica de Saúde. De maneira com-
plementar, após as histórias, são fornecidas informações sobre as plantas medicinais mencio-
nadas, assim como referências e bibliografia para consulta.
Com isso, não se tem a intenção de esgotar os conteúdos abordados, portanto, é de funda-
mental importância que você observe os links e as referências apontadas para que possa apro-
fundar o assunto, tendo em vista que a proposta deste Curso é introduzi-lo sobre a temática e 
estimulá-lo a buscar novos conhecimentos e aprofundamentos.
2.1.1 Sistema Imunológico 
Para este sistema, apresenta-se um estudo de caso sobre herpes simples, seguido da prescri-
ção da planta medicinal ou fitoterápico.
Herpes simples é uma infecção, causada por vírus, que também pode ser denominada de her-
pes genital, bolhas de febre e herpes labial. O vírus do herpes simplex (HSV) geralmente pro-
voca infecções da pele e membranas mucosas. Por vezes, pode causar infecções mais graves 
em outras partes do corpo. Existem mais de 80 tipos de vírus do herpes. Eles diferem em 
muitos aspectos, mas os vírus partilham determinadas características, notavelmente, o termo 
"herpes", que é derivado de uma palavra grega que significa "rastejar". Isso se refere ao padrão 
de característica única de todos os vírus de herpes de "seguirem" ao longo das vias nervosas 
Leia a história em 
quadrinhos sobre 
a Herpes Zoster 
nesta Etapa 4.
20
locais e de se alojarem, onde permanecem inativos por períodos variáveis de tempo. Existem 
duas formas de vírus do herpes simplex: vírus do herpes simplex 1 (HSV-1) e vírus herpes sim-
plex 2 (HSV-2).
Para que a infecção ocorra, as seguintes condições devem ser aplicadas:
a) O vírus do herpes simplex tem que passar através de fluidos corporais (tais como a saliva,sêmen ou fluido no trato genital feminino) ou em fluido de uma ferida do herpes.
b) O vírus deve ter acesso direto à pessoa não infectada através de sua pele ou membranas 
mucosas (como na boca ou na área genital).
c) Quando o vírus do herpes simplex entra no corpo, o processo de infecção ocorre tipicamen-
te como se segue: o vírus entra nas células vulneráveis nas camadas inferiores da pele e tecido 
e tenta se reproduzir nos núcleos celulares. Mesmo após a sua entrada nas células, o vírus ge-
ralmente não causa sintomas. No entanto, se o vírus destrói as células hospedeiras quando se 
multiplica, aparecem inflamação e bolhas cheias de líquido ou úlceras. Uma vez que o fluido é 
absorvido, formam-se as crostas e as bolhas desaparecem sem deixar cicatrizes.
O vírus do herpes simplex 1 (HSV-1) é a causa principal das infecções do herpes que ocorrem 
na boca e lábios. O vírus herpes simplex 2 (HSV-2) é a principal causa do herpes genital.
A maioria dos casos de herpes simplex se repete. O local do corpo e o tipo de vírus influencia 
na quantidade de vezes de recidiva. O vírus geralmente leva o seguinte curso: o surto de in-
fecção é muitas vezes precedido por um pró-dromo, um grupo precoce de sintomas que po-
dem incluir prurido na pele, dor ou sensação de formigamento anormal no local da infecção. 
A pessoa também pode apresentar dor de cabeça, gânglios linfáticos aumentados e sintomas 
gripais. O pró-dromo, que pode durar de duas horas a dois dias, cessa quando as bolhas se 
desenvolvem. Em cerca de 25% dos casos, a recorrência não vai além da fase de pró-dromo.
Surtos recorrentes apresentam sintomas iguais nos mesmos locais que o ataque principal, 
mas tendem a ser mais leves e mais breves. Depois que as bolhas se rompem, podem curar 
em seis a dez dias. Ocasionalmente, os sintomas podem não se assemelhar às do episódio 
primário, mas aparecer como fissuras e arranhões na pele ou como inflamação em torno da 
área afetada.
Em relação ao tratamento, nenhuma droga pode curar o vírus do herpes simplex. A infecção 
pode recorrer após o tratamento e, mesmo durante o tratamento, um paciente ainda pode 
transmitir o vírus para outra pessoa. Os medicamentos podem, no entanto, reduzir os sinto-
mas e melhorar o tempo de cura.
Há plantas medicinais e fitoterápicos que podem ser disponibilizados para o tratamento do 
herpes simples, tais como:
Casearia sylvestris Sw. (guaçatonga)
21
Echinacea purpurea L. Moench (equinácia)
Aloe vera L. (babosa)
Estudos demonstraram que os polissacarídeos encontrados no gel de babosa possuem ativi-
dade imunoestimulante e anti-inflamatória, antiviral, antibacteriana e antifúngica. Porém, o 
uso interno do aloe deve ser evitado na gravidez e durante o aleitamento materno, podendo 
causar efeito laxativo na criança.
Quando se apresenta o herpes simples, verifique as observações que devem ser consideradas 
quanto ao uso dessas espécies medicinais ou fitoterápicos e suas interações medicamento-
sas: a Echinacea purpurea L. pode reduzir os níveis de glóbulos brancos quando administrado 
por longos períodos de tempo. Esta espécie medicinal pode interferir com fármacos que são 
usados para tratar distúrbios do sistema imunitário.
Amplie seus estudos
Para você aprofundar seu conhecimento sobre a fisiopatologia e tratamento do herpes, são 
sugeridas as seguintes leituras e consultas:
Antiviral activity of characterized extracts from Echinacea spp against Herpes simplex 
vírus (HSV-I)
Autores: S. E. Binns, J. Hudson, S. Merali e J. T. Arnason
Publicado em: Planta Médica
Ano: 2002
Composition and applications of Aloe vera leaf gel
Autores: Josias H. Hamman
Publicado em: Molecules
Ano: 2008
Acesse em: http://www.mdpi.net/molecules/papers/13081599.pdf
Herpes simples: atualização clínica, epidemiológica e terapêutica
Autores: Mauro Geller, Mendel Suchmacher Neto, Marcia G. Ribeiro, Lisa Oliveira, Erika C. 
O. Naliato, Camila Abreu, Regina C. Schechtman
Publicado em: Jornal Brasileiro Doenças Sexualmente Transmissíveis
Ano: 2012
Acesso em: http://www.dst.uff.br/revista24-4-2012/8-Herpes%20Simples%20Atualizacao%20Clinica.pdf
Pharmacological assay of Casearia sylvestris, I: preventve anti-ulcer activity and toxicity 
of the leaf crude etratct
Autores: A. C. Basile, J. A. A. Sertié, S. Panizza, T. T. Oshiro e C. A. Azzolini
Publicado em: Journal of Ethnopharmacology
Ano: 1990
Acesse em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/037887419090007G
Uso tópico de extrato fluído de guaçatonga (Casearia sylvestris Swartz) topicamente em 
lesões de stomatite herpética
Autores: F. G. Camargo, E. Gomes, E. Pannunzio e V. S. Bueno
Publicado em: Lecta - Revista de Farmacia e Biologia da Universidade São Francisco
Ano: 1993
Site da Associação Americana de Saúde Social
Acesse em: http://www.ashastd.org
22
2.1.2 Sistema Nervoso Central 
Existem uma série de plantas medicinais e fitoterápicos indicados para os distúrbios mais fre-
quentes relacionados ao Sistema Nervoso, quais sejam a insônia, a ansiedade e a depressão 
leve ou moderada. 
Os estudos com plantas medicinais e fitoterápicos que atuam no sistema nervoso central de-
mostram que o mecanismo de ação dessas plantas é semelhante aos medicamentos sintéti-
cos, com resultados positivos para casos como os citados, além de apresentarem vantagens 
em relação ao menor efeito de sintomas colaterais.
Valeriana officinalis L.
A insônia é um distúrbio que se caracteriza pela dificuldade para adormecer, um despertar 
precoce ou a qualidade de sono que pode ser interrompido durante a noite. Para se distinguir 
a insônia, devem ser considerados os padrões individuais de sono e o envelhecimento, que 
podem apontar para uma menor quantidade de horas de sono.
Estudos clínicos demonstram que o uso de Valeriana officinalis L. tem resultados positivos 
no tratamento de insônia, sendo amplamente recomendada para pessoas com distúrbios do 
sono, por apresentar ação hipnótica suave com melhora dos parâmetros ligados ao sono, tais 
como tempo de latência, horário de despertar, qualidade do sono e ausência de “ressaca” 
matinal.
Leia a história em 
quadrinhos sobre 
o tratamento de 
insônia com a 
Fitoterapia nesta 
Etapa 4.
Curiosidade
A Valeriana officinalis L. é uma planta originária da Europa e do oeste da Ásia, conhecida 
desde a antiguidade, sendo recomendada por médicos árabes. No ocidente, seus efeitos te-
rapêuticos são conhecidos desde o Renascimento. Na Segunda Grande Guerra, foi utilizada 
para tratar neuroses provocadas após o acontecimento. 
A parte da planta utilizada é a raiz, cujos principais componentes químicos são os alcaloides 
(valerina, valerianina), sesquiterpenoides (valeranona) e óleos essenciais, com ação depres-
sora do Sistema Nervoso Central. Suas principais indicações e usos são para a irritabilidade 
nervosa, insônia e ansiedade (SAAD et al., 2009). Estudos recentes demonstraram que a as-
sociação de valeriana e hipérico (Hypericum perforatum L.) apresentaram resultado superior 
ao diazepam no tratamento de ansiedade e em casos de depressão com ansiedade (MÜLLER 
et al., 2003).
Site do Centro para Doenças Controladas e Prevenção
Acesse em: http://www.cdc.gov/std/herpes
Site do Instituto Nacional Americano de Alergia e Doenças Infecciosas
Acesse em: http://www.niaid.nih.gov
23
Amplie seus estudos
Para que você possa aprofundar os seus conhecimentos sobre a Valeriana officinalis L., são 
recomendados os seguintes materiais:
Efficacy and tolerability of valerian extract LI 156 compared with oxazepam in the tre-
atment of non organic insomnia-a radomozed, double-blind, comparative clinical study
Autores: G. Ziegle, M. Ploch, A. Miettinen-Baumann e W. Collet
Publicado em: European Journal of Medical Research
Ano: 2002
Valerianaceae: etnofarmacologia, farmacologia e química
Autores: M. I. R. Sampaio, R. O. Castilho e M. A. C. Kaplan
Publicado em: Revista Brasileira de Farmácia
Ano: 1993
WHO monographs on selected medicinal plants (Volume 1)
Autor: Organização Mundial da Saúde
Editora: OrganizaçãoMundial da Saúde
Ano: 1999
Acesse em: http://apps.who.int/medicinedocs/pdf/s2200e/s2200e.pdf
Passiflora incarnata L. 
As espécies do gênero Passiflora (P. alata Curtis., P. edulis Sims. e P. incarnata L.) são origi-
nárias da América do Sul e foram levadas para a Europa pelos espanhóis, no século XVII. Eles 
aprenderam a utilizar o maracujá com os astecas, que já o empregavam no tratamento de 
insônia e nervosismo.
Segundo Lorenzi e Matos (2008), a Passiflora incarnata L. é a mais estudada das espécies e 
apresenta em seus componentes químicos: flavonoides, alcaloides indólicos (harmano ou 
passiflorina, harmina e harmanol), esteróis, cumarinas, lignanas, taninos e heterosídeos cia-
nogênicos. Os flavonoides estão em concentração de maior expressão nas folhas. Estudos re-
centes demonstram que a propriedade neuroléptica observada com o uso de chás das folhas 
de maracujá é devida à ação sinérgica de seus componentes químicos (complexo fitoterápico) 
e não somente a um desses componentes individualmente. 
A Passiflora incarnata L. possui ação sedativa, tranquilizante, antiespasmódica e é indicada 
para os casos de depressão, ansiedade, transtornos do climatério, insônia, nevralgias, palpi-
tações, hipertensão arterial. Pela presença de cumarinas em seu componente químico, apre-
senta também efeito antitussígeno. A sua utilização contra insônia e nervosismo foi referen-
dada pela comissão alemã de validação de plantas medicinais e continua sendo feita com base 
na tradição popular em vários países do mundo ocidental (LORENZI, MATOS, 2008). 
O uso prolongado da Valeriana officinalis L. e em altas doses pode causar cefaleia, agitação, 
reações alérgicas cutâneas e dispepsias, além de sedação pronunciada. Cuidados em relação 
ao álcool devem ser tomados, uma vez que potencializa os efeitos da Valeriana. Devem ser 
evitadas as interações medicamentosas, em especial com os anestésicos. É contraindicada 
durante a gravidez e a lactação. 
24
Atenção!
Veja as orientações para a preparação do chá de folhas de Passiflora Incarnata L. (maracujá):
A preparação do chá das folhas de maracujá deve ser feita fervendo-se bem as folhas, em re-
cipiente descoberto, para eliminar o excesso de ácido cianídrico, liberado pelos glicosídeos 
cianogênicos. Para isso, põe-se para ferver 6-10 g de folhas frescas ou 3-5 g de folhas secas 
em água suficiente para uma xícara de chá, que deve ser bebida, de preferência, à noite, 
para induzir o sono. Pode-se beber o chá preparado da mesma maneira na dose de duas a 
três xícaras ao dia, como tranquilizante.
A preparação do chá é do tipo decocto. Na decocção, geralmente, coloca-se a erva em água 
fria que, em seguida, é aquecida até a ebulição, deixando-se ferver por alguns minutos. No 
caso das folhas de maracujá (frescas ou secas), o recipiente deve ser mantido descoberto.
Erythrina mulungu Mart. & Benth.
A planta medicinal Erythrina mulungu Mart. & Benth. é indicada para os distúrbios do Sistema 
Nervoso Central, nos casos de transtorno de ansiedade. Os sintomas da ansiedade são defi-
nidos por uma sensação subjetiva de expectativa e apreensão, medo ou pressentimento que 
podem ser acompanhados por preocupações persistentes e excessivas, reais ou não, dimi-
nuindo a concentração, sensação de impaciência e inquietude, provocando insônia, podendo 
apresentar quadros de dispneia, palpitação e taquicardia. As causas podem estar relacionadas 
a alterações da regulação dos receptores benzodiazepínicos no complexo do receptor A do 
ácido gama-aminobutírico (Gaba) (SAAD et al., 2009).
Amplie seus estudos
Para revisão da fisiopatologia, você pode acessar informações específicas sobre depressão, 
ansiedade e insônia a partir das seguintes consultas sugeridas:
Diretrizes para um modelo de atenção integral em saúde mental no Brasil
Autores: Associação Brasileira de Psiquiatria, Associação Médica Brasileira, Conselho Fede-
ral de Medicina, Federação Nacional de Médicos, Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. 
Editora: ABP
Ano: 2014
Acesse em: http://www.abp.org.br/diretrizes_final.pdf 
Revisão das diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão
Autores: Marcelo P. Fleck, Marcelo T. Berlim, Beny Lafer, Everton Botelho Sougey, José Al-
berto Del Porto, Marco Antônio Brasil, Mário Francisco Juruena, Luis Alberto Hetem
Publicado em: Revista Brasileira de Psiquiatria
Ano: 2009
Acesse em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462009000500003
Segundo Saad e colaboradores (2009, p. 281-282) em relação às contraindicações: “[...] em 
geral é bem tolerado. Em doses elevadas pode provocar náuseas, vômitos, cefaleias, taqui-
cardia e parada respiratória. Evitar durante a gravidez e lactação.” Em relação às precauções, 
a planta “pode potencializar os efeitos de medicamentos inibidores da MAO. Evitar o uso con-
comitante de sedativos, anti-histamínicos e bebidas alcoólicas”.
25
As atividades farmacológicas das espécies do gênero Erythrina são determinadas pela produ-
ção de princípios ativos alcaloides, (eritrina) flavonoides e terpenos que promovem uma ação 
sedativa do Sistema Nervoso Central e relaxamento da musculatura lisa, sendo indicadas para 
estados de agitação, insônia, ansiedade e nevralgias.
Estudo realizado com cobaias submetidas a modelos de diferentes tipos de ansiedade e trata-
das com o extrato hidroalcoólico das inflorescências da E. mulungu demonstrou um resultado 
semelhante ao observado com algumas drogas antidepressivas como imipramina e fluoxeti-
na, utilizadas no tratamento de síndrome de pânico. Este estudo sugere que o extrato hidro-
alcoólico de Erythrina mulungu Mart & Benth. pode possuir atividade ansiolítica. Em outro 
estudo, em que foram analisados extratos de 25 plantas da medicina tradicional brasileira, 
foi demonstrado que o extrato etanólico da casca do caule de Erythrina mulungu apresentou 
atividade contra Staphylococcus aureus.
Amplie seus estudos
Veja os resultados das pesquisas citadas, nos artigos indicados a seguir:
Anti-bacterial activity of some Brazilian medicinal plants
Autores: Maria Raquel Ferreira de Limaa, Josiane de Souza Lunaa, Aldenir Feitosa dos San-
tosa, Maria Cristina Caño de Andradea, Antônio Euzébio Goulart Sant’Anaa, Jean-Pierre Ge-
netb, Béatrice Marquezb, Luc Neuvilleb, Nicole Moreaub
Publicado em: Journal of Ethnopharmacology
Ano: 2006
Acesse em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874105007452
Efeito da Erythrina velutina e Erythrina mulungu em ratos submetidos a modelos ani-
mais de ansiedade e depressão
Autores: M. D. Ribeiro, G. M. Onusic, S. C. Poltronieri e M. B. Viana
Publicado em: Revista Brasiliera de Medicina e Pesquisa Biológica
Ano: 2006
Acesso em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-879X2006000200013
Plantas medicinais e seus constituintes bioativos: uma revisão da bioatividade e poten-
ciais benefícios nos distúrbios da ansiedade em modelos animais
Autores: Francisca C. F. Sousa, Carla T. V. Melo, Maria C. O. Citó, Francisca Helvira Cavalcante 
Félix, Silvânia M. M. Vasconcelos, Marta M. F. Fonteles, José Maria Barbosa Filho e Glauce 
S. B. Viana
Publicado em: Revista Brasileira de Farmacognosia
Ano: 2008
Acesse em: http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v18n4/v18n4a23
Hypericum perforatum L.
 
A planta medicinal Hypericum perforatum L. é indicada para o tratamento de depressão leve 
ou moderada. A depressão é uma patologia caracterizada por alterações do humor, distúrbios 
do sono e perda da libido. Seus sintomas mais comuns são a diminuição da concentração, 
o sentimento de culpa, a sensação de fadiga, a perda de peso, a falta de apetite e a perda 
de interesse e prazer. Vale ressaltar que algumas patologias tais como câncer, hipotireoidis-
mo, cardiopatias e uso de medicamentos anti-hipertensivos podem causar depressão (SAAD 
et al., 2009).
26
A indicação para depressão leve e moderada foi comprovada por vários estudos em huma-
nos e, segundo Linde e colaboradores (2005), foi observado menos efeitos colateraisquando 
comparados aos antidepressivos tricíclicos. Entretanto, ainda segundo os autores, o mecanis-
mo de ação do Hypericum perforatum ainda não está totalmente elucidado.
A atividade antidepressiva do Hypericum é decorrente da interação com vários receptores que 
resultam em inibição da recaptação de neurotransmissores no Sistema Nervoso Central. Men-
nini e Gobbi (2004) observaram afinidade significativa pelos receptores Gaba A e Gaba B, glu-
tamato e denosina. Seus componentes químicos principais são: hiperforina, hipericina (inibe 
monoaminoxidase), flavonoides, óleo essencial, taninos e resinas.
Essa planta, cujas partes utilizadas são as flores, é conhecida com o nome popular de erva-
de-são-joão, hipericão, alecrim-bravo, sendo originária da América do Norte, Europa, Ásia e 
regiões temperadas da África.
Atenção!
“O nome popular erva-de-são-joão, tradução literal da designação em língua inglesa St. 
John’s wort, pode causar confusão com outras plantas também conhecidas no Brasil como 
erva-de-são-joão, que, no entanto, são outras espécies utilizadas para outros fins, como 
o Ageratum conyzoides L. (Asteraceae) e Pyrostegia venusta (Bignoniaceae)” (SAAD et al., 
2009, p. 263).
Em relação às contraindicações, segundo Saad e colaboradores (2009), deve se administrar 
cuidadosamente usuários de inibidores da MAO e inibidores seletivos da receptação de sero-
tonina, pois poderá causar síndrome serotoninérgica: confusão, febre, sudorese, diarreia e es-
pasmos musculares. É contraindicada também na gravidez e na lactação. O hipérico estimula 
as enzimas hepáticas, responsáveis pela metabolização de vários medicamentos, diminuindo 
a concentração sérica de drogas como varfarina, digoxina, teofilina, ciclosporina e indinavir 
(SAAD et al., 2009).
Amplie seus estudos
Você pode aprofundar seus conhecimentos consultando os materiais a seguir:
Hypericum perforatum versus fluoxetine in the treatment of mild to moderate depres-
sion: a randomized double-blind trial in a Brazilian sample
Autores: Ricardo Alberto Moreno, Chei Tung Teng, Karla Mathias de Almeida e Hildeberto 
Tavares Junior
Publicado em: Revista Brasileira de Psiquiatria
Ano: 2006 
Acesse em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462006000100007
Physicians Desk Reference for herbal medicines
Autores: J. Gruenwald, T. Brendler e C. Jaenickke
Editora: Med. Econ. Co.
Ano: 2000
27
St John’s wort for depression: meta-analysis of andomized controlled trials
Autores: K. Linde, M. Berner, M. Egger e C. Mulrow
Publicado em: British Journal of Psychiatry
Ano: 2005
Acesse em: http://bjp.rcpsych.org/content/186/2/99.long
The antidepressant mechanism of Hypericum perfotatum L.
Autores: Tiziana Mennini e Marco Gobbi
Publicado em: Life Sciences
Ano: 2004
Para maiores informações sobre as interações medicamentosas da planta Hypericum 
perforatum L., você pode consultar também:
Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper 
methysticum
Autores: C.H.G. Cordeiro; Chung M.C., L.V.S. do Sacramento
Publicado em: Revista Brasileira de Farmacognosia
Ano: 2005
Acesse em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2005000300019
2.1.3 Sistema Musculoesquelético
O Sistema Musculoesquelético pode apresentar uma série de disfunções, caracterizadas 
principalmente por inflamações, quadros álgicos (dores) e limitações de movimentos. São 
exemplos: artrites e artroses (inflamações agudas e crônicas das articulações), osteoporose 
e síndromes miofasciais. Nas afeções crônicas também ocorre um desgaste de tecidos como 
cartilagem. 
Leia a história em 
quadrinhos sobre 
o tratamento de 
lombalgia e dores 
musculares com 
Fitoterapia nesta 
Etapa 4.
Outros problemas debilitantes podem decorrer desses quadros, tais como insô-
nia, depressão, entre outros.
A dor - caracterizada como interação complexa entre fatores biológicos, psíquicos e sociais - 
representa uma percepção sensorial subjetiva. Pode estar associada a emoções, como a raiva, 
a depressão, o medo e a ansiedade e não é determinada exclusivamente por sinais neuronais 
oriundos das fibras nervosas de nocicepção. 
Supõe-se, atualmente, uma modulação da percepção da dor no Sistema Nervoso Central por 
mecanismos complexos, como filtragem dos sinais neuronais aferentes no sistema. Emoções 
fortes ativam as mesmas áreas cerebrais semelhantes às da percepção da dor. Existem publi-
cações em que a dor, em decorrência de experiências de perda ou de rejeição, mostra mais 
congruências do que diferenças em relação ao seu processamento afetivo, ou seja, nesse con-
texto, pode ser referida como dor social.
Devido à complexidade da maioria dos quadros associados à dor, deve-se adotar uma abor-
dagem integrada no tratamento, empregando várias práticas integrativas e complementa-
28
res, como Fitoterapia, Acupuntura, Massoterapia, Fisioterapia, Meditação, entre outras. Com 
isso, visa-se recuperar o máximo de funcionalidade e independência. Portanto, a Fitoterapia 
oferece uma variedade de plantas medicinais que podem complementar um tratamento alo-
pático ou, ainda, ajudar no tratamento preventivo e na promoção da saúde osteomioarticular.
Além dos quadros álgicos, os quadros inflamatórios também se destacam e, com isso, a aten-
ção se volta para a inibição de enzimas chaves do processo inflamatório, como a lipoxigenase 
e a ciclooxigenase. Essas considerações levam às qualidades farmacológicas que as plantas 
medicinais devem apresentar, principalmente ações anti-inflamatórias, analgésicas e imuno-
moduladoras.
Algumas plantas nacionais já sugerem uma ação sobre esse Sistema Osteomioarticular como 
é caso do:
Plectranthus barbatus Andr. (boldo sete dores/boldo brasileiro) 
Justicia pectoralis Leonard.
Salvia officinalis L.
Outras espécies deram origem a medicamentos alopáticos:
Salgueiro (Salix alba L.), que deu origem ao ácido acetilsalicílico.
Papoula dormideira (Papaver somniferum L.), cujo alcaloide mais famoso é a morfina, que 
é, ao mesmo tempo, o medicamento alopático analgésico mais potente.
As afecções mais tratadas com Fitoterapia são quadros reumáticos, gotas, contusões, dores 
musculares (mialgias), entre outras. Com isso a lista de plantas usadas nesse contexto é longa. 
Algumas plantas se destacam devido à sua ação segura sobre alguns quadros. 
Entre as mais citadas plantas medicinais, encontra-se a garra do diabo (Harpagophytum 
procumbens D.C.), uma planta da África que vem sendo usada no mundo inteiro, cujos glicosí-
deos iridoides apresentam atividades antiinflamatórias e analgésicas em casos de artralgias.
A principal planta analgésica é a pimenta calabresa (Capsicum frutescens L.), cujo fruto con-
tém elevados teores de capsaicinas promovendo uma analgesia local, usada topicamente.
Entre as plantas anti-inflamatórias nacionais, é possível citar a sucupira (Pterodon emarginatus 
Benth.), cujo óleo-resina contém diterpenos que também apresentam ações analgésicas mo-
deradas. Todas as espécies dos gengibres mostram ações anti-inflamatórias e são usadas para 
reumatismo na medicina popular, incluindo o gengibre (Zingiber officinalis Roscoe), zedoária 
(Curcuma zedoaria Roxb) e açafrão (Curcuma longa L.).
29
Algumas resinas também se destacam quanto à sua ação anti-inflamatória, principalmente 
pela inibição da ciclooxigenase I e II, uma enzima envolvida na produção de moléculas pró-in-
flamatórias no local da dor. A mirra (Commiphora mukul Hook & Stocks) e o olíbano (Boswellia 
serrata Roxb.) são dois ilustres representantes de plantas com resinas anti-inflamatórias, am-
bas com uma série de estudos clínicos para afeções reumáticas como osteoartrite.
Em caso de hiperuricemia (popularmente chamado de gota), são usadas também plan-
tas diuréticas com ação antirreumática como dente de leão (Taraxacum officinale Weber.), 
chapéu de couro (Echinodorus macrophylla Kunth), urtiga (Urtica dioica L.) ou cana do bre-
jo (Costus spicatus Sw.).
Amplie seus estudos
Para que vocêaprofunde o assunto, indicam-se os materiais a seguir para leitura. Ressal-
ta-se que o segundo artigo se refere a estudos realizados em unidades de Atenção Básica 
apontando a necessidade de visão multidisciplinar e complementar para o tratamento de 
dor musculoesquelética.
Cordia verbenácea D.C. Boraginaceae
Autores: Benjamin Gilbert e Rita Favoreto
Publicado em: Revista Fitos
Ano: 2012
Acesse em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/15841/2/36.pdf
Recomendações para a abordagem de dor musculoesquelética crônica em unidades 
básicas de saúde
Autores: Aristeu de Almeida Camargo Neto, Cléber de Moraes Motta, Maria Helena Senger 
e José Eduardo Martinez
Publicado em: Revista Brasileira de Clínica Médica
Ano: 2010
Acesse em: http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2010/v8n5/011.pdf 
Uso medicinal da pimenta malagueta (Capsicum frutescens L.) em uma comunidade de 
várzea à margem do rio Amazonas, Santarém, Pará, Brasil
Autores: André Luís Cote Roman; Lin Chau Ming; Izabel de Carvalho; Maria das Graças Pires 
Sablayrolles
Publicado em: Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas
Ano: 2011
Acesse em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222011000300005 
2.1.4 Sistema Cardivascular
Na Cardiologia, houve imensos avanços no entendimento das doenças cardiovasculares e do 
seu tratamento. Mesmo assim, na maioria dos países, afeções cardiovasculares representam 
a principal causa de morte e um enorme problema para a economia. Portanto, a Fitoterapia 
oferece uma variedade de plantas medicinais que podem complementar um tratamento alo-
pático, ou ainda, ajudar no tratamento preventivo e na promoção da saúde cardiovascular.
30
O Sistema Cardiovascular pode apresentar uma série de disfunções. Em relação ao coração, 
por exemplo, citam-se: insuficiência cardíaca, endocardite, infarto agudo do miocárdio, coro-
noariopatias, arritmias ou valvulopatias. No sistema vascular, existem, entre outras afecções, 
hipertensão arterial sistêmica, doença venosa crônica ou doença arterial periférica.
A Fitoterapia apresenta uma série de plantas medicinais que podem ser empregadas para 
o tratamento complementar de problemas cardiovasculares, como é o caso do espinheiro 
branco (Crataegus spplaevigata L. ou Crataegus oxyacantha L.), usado mundialmente, ou da 
embaúba (Cecropia hololeuca Miq. ou Cecropia glaziovi Snethl.).
O nome popular de algumas plantas já sugere uma ação sobre esse sistema, como no caso da 
sete-sangrias (Cuphea balsamona Cham. & Schltdl. ou Cuphea carthagenensis Jacq .F.Macbr.) 
ou da cardíaca (Leonurus cardíaca L.), que em algumas regiões também é denominada de 
rubi, agripalma ou erva macaé. Outras espécies se tornaram medicamentos alopáticos, como 
no caso dos heterosídeos cardiotônicos que apresentam ação cardiotônica, bem como no 
caso da digoxina, um princípio ativo detectado na dedaleira (Digitalis lanata L. ou Digitalis 
purpurea L.). Esse princípio ativo tem ação inotrópica positiva, ou seja, aumenta a força con-
trátil do músculo cardíaco por inibir a bomba de sódio-potássio (Na+-K+-ATPase), resultando 
em um aumento do cálcio intracelular nos cardiomiócitos (células musculares do coração).
Nesse contexto, vale lembrar, também, a estrofantina (Strophanthus gratus Oliver) que, an-
tigamente, constituiu o principal tratamento da insuficiência cardíaca e era considerado um 
medicamento emergencial em caso de infarto agudo do miocárdio, principalmente na Alema-
nha, até os anos 1980.
As afeções mais tratadas com Fitoterapia são coronariopatias, insuficiência cardíaca, doença 
arterial periférica, hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), hipotensão arterial (pressão 
baixa) e doença venosa crônica (popularmente chamada de “varizes”).
A Fitoterapia pode ser usada em forma de monodroga, atuando sobre um alvo terapêuti-
co específico, ou pode ser aplicada em forma de um complexo fitoterápico contendo várias 
plantas medicinais. A vantagem de um complexo consiste na possibilidade de um tratamento 
multi-alvo (multitarget) que geralmente apresenta sinergismo na formulação magistral, per-
mitindo redução da dose de cada componente individual, reduzindo seus efeitos colaterais 
individuais possíveis.
A hipertensão arterial sistêmica, por exemplo, constitui um evento poligênico e que envolve 
uma série de alvos terapêuticos a serem tratados. Isso pode ser traduzido em várias ações 
desejadas buscadas nas plantas como hipotensora, cardiotônica, antiarteriosclerótica, antio-
xidante e hipolipemiante. As plantas medicinais que podem ser empregadas são várias e a 
Fitoterapia tem muitos representantes para cada ação farmacológica desejada, ampliando, 
significativamente, o seu uso como aliada no tratamento de afeções cardiovasculares.
31
Esse é o caso da hipertensão venosa crônica, que se manifesta em forma de varizes. Segundo 
a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, as varizes são caracterizadas como 
veias superficiais anormais, dilatadas, cilíndricas ou saculares, tortuosas e alongadas, caracte-
rizando uma alteração funcional da circulação venosa do organismo, com maior incidência no 
sexo feminino. As principais queixas clínicas dos pacientes são: dor tipo "queimação" ou "can-
saço", sensação das pernas pesadas ou ardendo, edema (inchaço) das pernas, principalmente 
ao redor do tornozelo (SBACV, s. a.).
Na Fitoterapia, são usadas plantas venotônicas ou flebotônicas, ou seja, plantas que tonificam 
a parede das veias afetadas. É possível tanto fazer uso interno de algumas das plantas medi-
cinais, quanto fazer apenas uso tópico. Essa terapêutica pode ser usada de forma preventiva, 
quer para o caso de microvarizes ou para o caso de veias varicosas. O tratamento pode ser 
concomitante ao uso de meias elásticas (de compressão) e de medidas cirúrgicas. Isso torna a 
Fitoterapia uma opção terapêutica interessante. Trata-se de um uso bem pesquisado e para o 
qual existe uma série de fitoterápicos industrializados. 
Entre os princípios ativos mais usados nesse caso, citam-se os adstringentes (como catequi-
nas e hamamelitaninos) e as saponinas (como asiaticosídeos e escinas) com ação flebotônica 
ou atividade “vitamínica P”, de permeabilidade (como no caso do flavonoide conhecido como 
rutina).
Leia a história em 
quadrinhos sobre 
o uso de plantas 
medicinais para 
varizes e dores 
nas pernas nesta 
Etapa 4.
Amplie seus estudos
Para aprofundar seus conhecimentos, consulte:
Plantas Medicinais do cultivo à terapêutica
Autores: Anderson Domingues Corrêa, Rodrigo Siqueira-Batista e Luis Eduardo M. Quintas
Editora: Vozes
Ano: 1998
The genus Crataegus: chemical and pharmacological perspectives
Autores: Dinesh Kumar, Vikrant Arya,Zulfiqar Ali Bhat, Nisar Ahmad Khan e Deo Nandan 
Prasad
Publicado em: Revista Brasileira de Farmacognosia
Ano: 2012
Acesse em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2012000500032 
Varizes
Autora: Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV)
Acesse em: http://www.sbacv.org.br/artigos/medicos/varizes 
2.1.5 Sistema Respiratório
As doenças respiratórias representam um dos maiores problemas de saúde em nosso país, 
afetando pessoas de todas as idades, com prevalência entre as crianças e os idosos. Dentre 
32
as afecções muito prevalentes estão a gripe (doença viral), rinite alérgica, laringite, sinusites, 
asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (BRASIL, 2010).
A Organização Mundial da Saúde criou a “Global Alliance against Chronic Respiratory Disea-
ses (GARD)” como estratégia para enfrentar esse problema de saúde no plano mundial, pois 
afeta, de modo significativo, a qualidade de vida e traz muito sofrimento às pessoas (WHO, 
2002).
Segundo o Ministério da Saúde, “a rinite pode ser considerada a doença de maior prevalência 
entre as doenças respiratórias crônicas e problema global de saúde pública, acometendo cer-
ca de 20 a 25% da população em geral. Embora com sintomas de menor gravidade, está entre 
as dez razões mais frequentes de atendimentoem Atenção Primária em Saúde. Ela afeta a 
qualidade de vida das pessoas, interferindo no período produtivo de suas vidas, podendo cau-
sar prejuízos pelo absenteísmo ao trabalho e à escola” (BRASIL, 2010, p. 8).
De acordo com estudos recentes, a asma é outra doença respiratória muito comum. O Brasil 
ocupa a oitava posição mundial em prevalência da doença, segundo estimativas para crianças 
e adolescentes escolares, variando de menos que 10% a mais do que 20% em diversas cidades 
brasileiras estudadas, dependendo da região e da faixa etária considerada. 
As patologias do Sistema Respiratório habitualmente são tratadas com plantas medicinas, 
principalmente nas situações agudas (gripes, faringites, traqueobronquites, sinusites), quer 
por sistemas médicos tradicionais (Medicina Tradicional Chinesa, Ayurveda e Antroposófica), 
quer por seu uso etnomedicinal.
As plantas medicinais indicadas para o tratamento de afecções no Sistema Respiratório, já 
possuem estudos atestando a sua eficácia e segurança. Apresentam atividades com ação an-
tisséptica, expectorante, antitussígenas, mucolíticas, antinflamatórias e imunomoduladoras, 
com grande valor na profilaxia e no tratamento (SAAD et al., 2009).
Mikania glomerata Spreng
A planta Mikania glomerata Spreng., conhecida como guaco, guaco trepador, cipó-cabeludo, 
cipó-catinga, erva-das-serpentes, é originária do Sul e Sudeste do Brasil, onde existem 152 
espécies dessa trepadeira sublenhosa de grande porte. Ela é indicada pelo uso tradicional há 
séculos em nosso país, com aplicação de suas folhas em forma de chá para inflamação de boca 
e garganta, tosse, estados gripais, bronquite e asma. A aplicação local da tintura, em forma de 
compressas, é feita para traumatismos, nevralgias e dores reumáticas. Após estudos científi-
cos de comprovação de sua ação sobre vias respiratórias, foi incluída como uma das plantas 
indicadas para uso no Sistema Único de Saúde (LORENZI; MATOS, 2008).
É uma planta que apresenta, dentre seus componentes químicos, cumarinas, taninos, óleo 
essencial (diterpenos e sesquiterpenos), glicosídeos, princípio amargo (guacina), saponinas 
e resinas. A atividade broncodilatadora, expectorante e emoliente se deve às cumarinas pre-
Leia a história em 
quadrinhos sobre 
o uso de plantas 
medicinais para 
varizes e dores 
nas pernas nesta 
Etapa 4.
Veja um infográfico 
sobre o cultivo e o 
beneficiamento do 
guaco na Etapa 2.
33
sentes no extrato hidroalcoólico, efeito que facilita a fluidificação dos exsudatos traqueo-
brônquicos ou estimula sua secreção de maneira que possam ser expulsos pelo reflexo da tos-
se. Atua relaxando a musculatura lisa das vias aéreas, principalmente os brônquios (SOARES 
DE MOURA et al., 2002).
Recentemente foi comprovada a sua ação anti-inflamatória, capaz de neutralizar os efeitos 
tóxicos, farmacológicos e enzimáticos de venenos de cobras (Bothrops jararaca e Crotalus sp) 
(MAIORANO, 2005). A toxidade da Mikania glomerata Spreng. é ausente em doses terapêuti-
cas, porém o seu emprego por longo período pode causar aumento do tempo de protrombina. 
É contraindicada em casos de hepatopatias crônicas e em hipertensos graves. Em relação às 
precauções, há que se tomar cuidado, pois pode: interagir com uso de coagulantes, ocorrer 
aumento do fluxo menstrual, além de, em altas doses, provocar vômitos e diarreias (SAAD et 
al., 2009).
Amplie seus estudos
Para aprofundar seus conhecimentos, você pode consultar os materiais a seguir:
Anthiophidian properties of the aquenous extract of Mikania glomerata
Autores: V. A. Maiorano, S. Marcussi, M. A. Daher, C. Z. Oliveira, L. B. Couto, O. A. Gomes, S. 
C. França, A. M. Soares e P. S. Pereira
Publicado em: Journal of Ethnopharmacology
Ano: 2005
Acesse em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874105004150
Mikania glomerata Spreng: desenvolvimento de um produto fitoterápico
Autores: Leandro Rocha, Elisabeth M. A. Lucio, Hildegardo S. França e Nikolai Sharapin (in 
memoriam)
Publicado em: Revista Brasileira de Farmacognosia
Ano: 2008
Acesse em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000500019 
Justicia pectoralis Jacq.
A Justicia pectoralis Jacq. é uma planta brasileira, da região amazônica, conhecida como cham-
bá, chachambá, anador, trevo-do-pará e trevo-cumaru, cujas propriedades têm sido reporta-
das pela literatura etnofarmacológica com ação contra reumatismo, cefaleia, febre, cólicas 
abdominais, inflamações pulmonares, tosse e expectorante. As partes utilizadas são as folhas.
Curiosidade
A Justicia pectoralis Jacq. recebe o nome de “anador”, que foi dado pela população em re-
ferência a um produto farmacêutico analgésico e antipirético, a base de dipirona. O nome 
popular provavelmente faz analogia com a planta pela sua potente ação anti-inflamatória 
que, diminuindo a inflamação, faz passar a dor (LORENZI; MATOS, 2008). Isso muitas vezes 
pode confundir a população. Por isso a importância do reconhecimento da planta pelo seu 
nome científico. 
Leia a história em 
quadrinhos sobre 
o uso de plantas 
medicinais para 
varizes e dores 
nas pernas nesta 
Etapa 4.
34
Segundo Matos, “embora sua propriedades farmacológicas tenham sido comprovadas, in-
clusive em experiências clínicas, [essa planta] ainda é mal conhecida quimicamente. Contém 
cumarina, provavelmente em formaglicosídica, pois seu odor aparece nas folhas somente du-
rante a secagem ou a fervura. É broncodilatadora e anti-inflamatória, útil no tratamento das 
crises de asma, da tosse, da bronquite, do chiado no peito e da respiração difícil sem causa 
aparente” (MATOS, 1998, p.98).
Estudos foram realizados usando-se, paralelamente, cumarina e umbeliferona constituinte da 
Justicia pectoralis Jacq. e extratos de duas outras plantas cumarínicas – Amburana cearenses 
Allemão A.C. Sm. e Mikania glomerata Spreng. –, sugerindo que essas substâncias são respon-
sáveis pelas atividades analgésica e anti-inflamatória, embora outros constituintes químicos 
participem dessa ação, demonstrado pelo uso de seu extrato bruto (LEITE et al., 1993).
Amplie seus estudos
Aprofunde seus conhecimentos com a leitura deste artigo:
Antinociceptive, anti-inflammatory and bronchodilator activities of Brazilian medicinal 
plants containing coumarin: a comparative study
Autores: L. K. A. M. Leal, A. A. G. Ferreira, G. A. Bezerra, F. J. A. Matos e G. S. B. Viana
Publicado em: Journal of Ethnopharmacology
Ano: 2000
Acesse em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874199001658
Malva sylvestris L.
A planta medicinal Malva sylvestris L. é nativa da Europa e conhecida desde a Idade Média. É 
citada na literatura etnofarmacológica para suavizar a irritação dos tecidos e reduzir inflama-
ções. As partes utilizadas são: folha, flor e raiz (LORENZI; MATOS, 2008).
É muito aplicada não só em uso tópico contra afecções de pele, contusões, abcessos, furún-
culos e mordidas de insetos, como também na forma de bochechos e gargarejos, contra infla-
mações e lesões da boca e garganta. Essa ação farmacológica se dá pela presença de 10 a 20% 
de mucilagem, princípio ativo responsável pela proteção de tecidos inflamados e irritados, 
que favorece a cicatrização e recuperação das lesões e mucosas. É uma planta muito utilizada 
na odontologia (CORRÊA et al., 1998).
Seus constituintes farmacológicos, além das mucilagens, apresentam também vitaminas do 
complexo B e C, ácidos fenólicos, antocianinas (malvina e malvidina) e taninos. Em relação às 
propriedades farmacológicas relacionadas ao aparelho respiratório, um ensaio clínico reali-
zado com 120 pacientes com bronquite crônica demonstrou os efeitos de malva em 77% dos 
casos que foram classificados como excelentes e bons. Esse estudo valida o uso seguro e efi-
caz da malva, com atividade lenitiva sobre as mucosas brônquicas com ação anti-inflamatória 
(LORENZI; MATOS, 2008).
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Amplie seus estudos
Para aprofundar seus conhecimentos, sugere-se a leitura do artigo a seguir:
Mikania glomerata Spreng. e M. laevigata

Outros materiais