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1 SINDY GABRIELLE SILVA INÁCIO CAIRES REDAÇÃO NOTA 1000 TEMA: A doação de órgãos no Brasil Em um dos episódios da série estadunidense "Grey's Anatomy", é retratada a resistência de uma casal em permitir a doação dos órgãos das suas filhas. Para além da obra cinematográfica, a doação de órgãos no Brasil ainda é dificultada devido, principalmente, à recusa familiar, fato que impede que muitas vidas sejam salvas. Ademais, a carência de uma infraestrutura médica adequada é outro fator limitante para o aumento do número de doações. Diante dessa realidade, é necessário salientar que a participação familiar no processo de doação é fundamental, visto que tal ação só poderá ocorrer com a sua autorização. Entretanto, infelizmente, a falta de esclarecimento sobre a morte encefálica, na qual ocorre a parada irreversível das funções cerebrais, contribui para que muitas famílias não autorizem a doação dos órgãos do paciente, uma vez que a maioria não possui o conhecimento necessário sobre a irreversibilidade de tal morte e, dessa forma, mantém a ilusória expectativa de que o familiar possa recuperar-se. Além disso, em uma sociedade caracterizada por Weber pela existência da ação social ligada a valores - a qual é motivada por princípios éticos, políticos ou religiosos- a existência de dogmas religiosos radicais, os quais influenciam a crença em preceitos que dificultam a realização desse processo, acaba impedindo o aumento do número de doadores. Assim, esses fatores ocasionam uma realidade na qual, segundo dados da ABTO, o índice de negativa familiar é 40%. Outrossim, ainda que uma maior quantidade de indivíduos torne-se doadora, a deficiência no sistema público de saúde dificulta a realização de transplantes de maneira segura e adequada. Isso ocorre devido, principalmente, à carência de profissionais especializados para a prática de tal processo, o que impede que, mesmo com a existência de um doador, vidas sejam salvas. Ademais, a dificuldade para realizar exames essenciais para o diagnóstico da morte encefálica, como o encefalograma, também é um agravante nesse cenário, pois impede que a família do possível doador seja informada e orientada para a realização da doação, assim como é retratado pela série brasileira "Sob Pressão". Portanto, torna-se fundamental que as instituições midiáticas -responsáveis pela veiculação de informações à população- disseminem a doação como um ato solidário e necessário, por meio da função conativa da linguagem, a fim de informar os indivíduos sobre a irreversibilidade da morte encefálica e de desmistificar preceitos que impedem tais doações. Ademais, é indispensável que o Ministério da Saúde promova a formação de equipes médicas capacitadas e forneça os aparelhos necessários para o diagnóstico da morte encefálica, a fim de garantir uma infraestrutura adequada para tal processo.
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