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MARIANA CRISTINA ALVES DE SOUZA AUSCULTA (SONS RESPIRATÓRIOS) INTRODUÇÃO A ausculta é de extrema importância importante, pois possibilita analisar o funcionamento pulmonar. - Exige um ambiente silencioso, bem como uma posição cômoda para o paciente e para o médico. - O examinador deve estar atras do paciente, não deve forçar a cabeça nem dobrar excessivamente o tronco. Além disso, o paciente precisa estar com tórax despido e realizar respiração pausada e profunda, com a boca aberta, sem fazer ruídos. - A ausculta é realizada de maneira simétrica nas faces posterior, laterais e anterior do tórax. → o limite dos pulmões estão, aproximadamente a quatro dedos transversos abaixo da ponta da escápula. SONS NORMAIS Características dos sons respiratórios normais SOM TRAQUEAL O som traqueal é audível na região da projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal. - É formado pela passagem de ar através da fenda glótica e na própria traqueia - Esse som é caracterizado por um ruído soproso, mais ou menos rude, no qual, em seguida, há um curto intervalo silencioso que separa os dois componentes; enquanto o som respiratório é mais forte e prolongado. SOM BRÔNQUICO O som brônquico se caracteriza pelo som traqueal audível na zona de projeção dos brônquios com maior calibre (na face anterior do tórax), próximo ao esterno. - Se assemelha ao som traqueal, se diferenciando apenas por apresentar componentes expiratórios menos intenso - Regiões com condensação pulmonar, atelectasia ou nas regiões próximas de cavernas superficiais, a respiração brônquica substitui o murmúrio vesicular. MURMÚRIO VESICULAR Corresponde aos ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax. - Eles advém da turbulência do ar circulante ao se chocar com as saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos diferentes (dos bronquíolos para os alvéolos, por exemplo). - Não é possível ouvir os murmúrios vesiculares (MV) nas regiões de sons brônquicos e broncovesiculares do tórax. - Seu componentes inspiratório é mais intenso, mais duradouro e de tonalidade mais alta, ao se comparar com o expiratório (mais fraco, baixo e mais curto) → NÃO se observa espaço silencioso entre as duas respirações. - Além disso, ele não possui intensidade homogênea em todo o tórax. É mais forte na parte anterossuperior, nas axilas e nas regiões infraescapulares. MARIANA CRISTINA ALVES DE SOUZA - O som sofre variação de intensidade na dependência da amplitude dos movimentos respiratórios e da espessura da parede toráxica, sendo mais fraco em pessoas musculosas ou obesas. → O MV é mais fraco e suave que o som brônquico. DIMUNUIÇÃO DO MV Patologias que causam diminuição do MV são: pneumotórax, hidrotórax, espessamento pleural na cavidade pleural (presença de tecido sólido), enfisema pulmonar, dor torácica de qualquer etiologia que impeça ou diminui a movimentação do tórax, obstrução de vias aéreas superiores (espasmos ou edema de glote e obstrução da traqueia), oclusão parcial ou total dos brônquios e bronquíolos. Em condições normais, a fase expiratória é mais curta e mais suave que a fase inspiratória. Assim, quando há prolongamento da fase expiratório, este indica asma brônquica em crise e DPOC avançada, traduzindo de modo objetivo a saída dificultosa de ar. SOM BRONQUIOVESICULAR Esse som tem como característica a soma dos sons brônquico e do murmúrio vesicular. - A intensidade e duração da inspiração e expiração tem igual magnitude, sendo ambas mais forte que o MV, mas sem alcançar a intensidade do som brônquico. - Ele é auscultado na região esternal superior, na interescapulovertebral superior, e no nível terceira e quarta vertebras dorsais. Em crianças, devido ao tamanho do tórax, é auscultado em regiões mais periféricas. → quando encontrado em outras regiões, este pode indicar condensação pulmonar, atelectasia por compressão ou presença de caverna (mesmas condições em que se observa o som brônquico). Assim, para que haja esse tipo de som, é necessário a presença de alvéolos mais ou menos normais, na área lesionada, capazes de originar o som do tipo vesicular. SONS ANORMAIS DESCONTÍNUOS ESTERTORES São ruídos AUDÍVEIS na respiração (tanto na inspiração, quanto na expiração), se sobrepondo aos sons respiratórios normais. Eles podem ser tanto finos, quanto grossos. → Estertores finos ou crepitantes: acontecem no final da inspiração, com frequência alta (agudos) e com curta duração. Eles não se modificam com a tosse, e podem ser comparados com ruídos produzidos pelo atrito de um punhado de cabelos junto à orelha. São auscultados principalmente em zonas pulmonares influenciadas ela força da gravidade, quando originados por congestão pulmonar. São originados através da abertura sequencial de vias respiratórias anteriormente fechadas, devido à pressão exercida pela presença de liquido ou exsudato o parênquima pulmonar, ou até mesmo, por alterações no tecido de suporte das paredes brônquicas. Causas: congestão pulmonar, pneumonias e doenças intersticiais pulmonares. ◊ grasnidos: outro ruído adventício encontrado nas doenças intersticiais pulmonares, audíveis no final da inspiração. Ele se assemelha aos sons emitidos pela gaivota. MARIANA CRISTINA ALVES DE SOUZA → Estertores grossos ou bolhosos: possui frequência menor e maior duração, ao comparado com o fino. Sofrem nítida alteração com a tosse e podem ser auscultados em todas as regiões do tórax. Eles são percebidos no inicio da inspiração e durante toda a expiração. Se originam com a abertura e fechamento de vias respiratórias que contem secreção espessa e viscosa, assim como, pelo afrouxamento da estrutura de suporte das paredes brônquicas. Causa: bronquite e bronquiectasia. CONTÍNUOS RONCOS São caracterizados por sons graves e de baixa frequência. São originados através das vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso, quando há estreitamento dos ductos. Aparecem tanto na inspiração, quanto na expiração, sendo mais predominante na expiração. Além disso, eles são rápidos e mutáveis, ou seja, aparecem e desaparecem em curto período de tempo. Causas: edema da parede, asma brônquica, bronquites, bronquiectasia, e obstruções localizadas. SIBILOS Também são originados das vibrações das paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso. Aparecem tanto na inspiração, quanto na expiração. São encontrados quando há enfermidades que comprometem a arvore brônquica. Causas: quando disseminados- asma e bronquite. Quando localizados- semiobstrução por neoplasia ou corpo estranho. ESTRITOR São sons produzidos devido a semiobstrução da laringe ou da traqueia. Quando a respiração é calma e pouco profunda, sua intensidade é pequena. Agora, quando a respiração é forçada, o aumento do fluxo de ar provoca intensidade deste som. Causas: difteria, laringites agudas, câncer da laringe e estenose da traqueia. SOPROS Em situações normais, o sopros pode ser auscultados, de forma branda, em certas regiões do tórax, como na 7ª vertebra cervical no dorso, traqueia e região interescapular. É de forma mais longa na expiração do que na inspiração. Contudo, o sopro pode aparecer em algumas condições clinicas. Causas: - Perda da textura pulmonar → pneumonias bacterianas (hepatização) → chamado de sopro tubário. - Grandes cavernas (brônquio de drenagem permeável) → chamado de sopro cavitário. - Pneumotórax hipertensivo → sopro anfórico. ATRITO PLEURAL Em condições fisiológicas, os folhetos visceral e parietal da pleura deslizam um sobre o outro, durante os movimentos respiratórios, sem produzir ruídos. Em casos de pleurites, por estarem recobertas deexsudato, elas passam a produzir ruídos de caráter irregulares, descontínuos, com maior intensidade na inspiração, com frequência comparada com o ranger de couro atritado, o qual passa a ser nomeado de atrito pleural. - Tem som com duração maior e frequência baixa, tonalidade grave e produz vibrações palpável, o que torna mais fácil de distinguir do estertores. - Seu som se assemelha com o atrito, com forte pressão, das mãos unidas, próxima à própria orelha. O local mais comum para se encontrar esse som são as regiões axilares inferiores, no qual os pulmões realizam movimentação mais ampla. MARIANA CRISTINA ALVES DE SOUZA - Aumentar a pressão o estetoscópio pode intensificar o som. Causa: pleurite seca. → instalação do derrame pleural determina seu desaparecimento. SONS VOCAIS Para finalizar o exame físico dos pulmões, é auscultado a voz nitidamente pronunciada e a voz cochichada. O paciente precisa pronunciar a palavra “trinta e três” enquanto o examinador percorre o tórax com o estetoscópio, comparando as regiões homólogas, assim como realizado no exame do frêmito toracovocal. RESSONÂNCIA VOCAL NORMAL É caracterizado por sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica. Em condições fisiológicas, tanto na voz falada, quando na cochichada, é constituída de sons incompreensíveis, ou seja, não se diferencia as silabas que formam as palavras. Isto acontece devido ao parênquima pulmonar que absorve muitos componentes sonoros. Contudo, quando está consolidado (anormal), em casos como pneumonia ou infarto pulmonar, a transmissão é facilitada. É mais intensa em regiões interescapulovertebral superior e externar superior (exatamente onde se ausculta a respiração broncovesicular). → É mais forte em homens devido ao timbre da voz. RESSONÂNCIA VOCAL DIMINUÍDA Causas: atelectasia, espessamento pleural e derrames RESSONÂNCIA VOCAL AUMENTADA Broncofonia: é quando ausculta a voz sem nitidez. Causas: condensação pulmonar, podendo ser inflamatória, neoplásica ou pericavitária. Egofonia: é uma forma especial de broncofonia, ou seja, trata-se de uma broncofonia de qualidade nasalada e metálica, comparado ao balido de cabra. Causas: parte superior do derrame pleural e condensação pulmonar. Pectorilóquia fônica: é auscultado nitidamente a voz falada. Pectorilóquia afônica: é auscultado a voz cochichada.
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