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UNIVERSIDADE SANTO AMARO – UNISA MANUAL DE BIOSSEGURANÇA DO CURSO DE ODONTOLOGIA Organizadores Prof. Ms José Eduardo de Oliveira Pereira Profa. Mestranda Carla Donadio Maccaferri Escalona Profa. Dra. Débora Cristina Silva Popov Prof. Dr. Newton José Giachetti Prof. Dr. José Antonio Silveira Neves Prof. Ms. Luis Fernando Guimaraes Motta São Paulo 2018 ABREVIATURAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AIDS – Síndrome da Imunodeficiência ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho CFO - Conselho Federal de Odontologia CIPA - Comissão de Prevenção de Acidentes CME – Central de Material Esterilizado CNE – Conselho Nacional de Energia CONAMA – Conselho Nacional do meio Ambiente EPI – Equipamento de Proteção Individual HBV – Vírus da Hepatite B HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana PGRSS - Programa de Gerenciamento de Resíduos PVPI – Iodopovidona ou Povidine RDC – Resolução da Diretoria Colegiada RSS – Resíduo de Serviços de Saúde SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente SNVS - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária Ambiental SOBECC – Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico LISTA DE FIGURAS Figura 1- Mapa de Risco na Clínica Azul .............................................................. 9 Figura 2 - Mapa de Risco na Clinica Verde a ...................................................... 10 Figura 3 -Mapa de Risco na Clínica Verde b ....................................................... 10 Figura 4 - Mapa de Risco na Clínica de Especialização ..................................... 11 Figura 5 - Mapa de Risco nos Laboratórios......................................................... 11 Figura 6 - Mapa de Risco na Recepção Clínica .................................................. 12 Figura 7 - Mapa de Risco na Radiologia ............................................................. 12 Figura 8 - Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT .................................... 15 Figura 9 - Posição correta do gorro ..................................................................... 20 Figura 10 - Modelos de máscaras descartáveis .................................................. 21 Figura 11 - Modelos de óculos de proteção ........................................................ 22 Figura 12 - Escudo Facial.................................................................................... 22 Figura 13 - Luva grossa de borracha para limpeza .......................................... 23 Figura 14 - Sobre luva de vinil em posição ......................................................... 24 Figura 15 - Luva de látex (branca) e Luva de nitrila (azul) .................................. 24 Figura 16 - Modelo de luva de látex esterilizada ................................................. 25 Figura 17 - Sequência de colocação de luvas de procedimento. ........................ 25 Figura 18 - Abertura do pacote de luva estéril – note a dupla embalagem ......... 26 Figura 19 - Embalagem interna da luva estéril - note as dobras internas do papel ............................................................................................................................ 26 Figura 20 - Colocação da primeira luva segurando na parte dobrada. ................ 26 Figura 21 - Calçando a segunda luva estéril ....................................................... 27 Figura 22 - Colocar a segunda luva sem se preocupar com o ajuste dos dedos neste momento. ................................................................................................... 27 Figura 23 - Ajuste dos punhos da luva sobre o avental. ...................................... 27 Figura 24 - Luvas calçadas com sucesso. .......................................................... 28 Figura 25 - Técnica de higienização das mãos para procedimentos clínicos ...... 30 Figura 26 - Esfregar mãos, dedos e antebraço. .................................................. 31 Figura 27- Enxaguar as mãos e antebraço e secar com papel toalha; em seguida, calçe a luva de procedimento. ............................................................................. 31 Figura 28 - Sequência de higienização das mãos para procedimentos cirúrgicos ............................................................................................................................ 32 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978001 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978002 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978003 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978004 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978005 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978006 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978007 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978008 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978009 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978010 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978011 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978012 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978013 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978014 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978015 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978016 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978017 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978018 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978019 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978019 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978020 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978021 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978022 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978022 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978023 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978024 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978025 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978026 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978027file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978027 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978028 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978028 Figura 29 - Para procedimentos cirúrgicos, secar as mãos com compressas estéreis e calçar luvas cirúrgicas. ........................................................................ 32 Figura 30 - Desinfecção de superfícies ............................................................... 36 Figura 31- Superfícies recebendo barreira mecânica .......................................... 37 Figura 32 - Indicadores Químico Tipo I nas embalagens e fitas adesivas......... 40 Figura 33 - Indicador Químico Tipo V antes e depois de autoclavados .............. 41 Figura 34 - Testes biológicos .............................................................................. 41 Figura 35 - Técnica de empacotamento para uso com papel crepado ou SMS (Tecido não tecido) .............................................................................................. 46 Figura 36 - Armário para armazenamento de material estéril ............................. 48 Figura 37 – Fluxograma do material que será lavado no expurgo da CME. ....... 48 Figura 38 - Fluxograma de entrega de material no CME .................................... 49 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Representação gráfica dos tipos de riscos ocupacionais .................... 9 Quadro 2- Classificação dos materiais reciclaveis .............................................. 17 Quadro 3 - Espectro antimicrobiano e características de agentes anti-sépticos utilizados para higienização das mãos. .............................................................. 29 Quadro 4 - Principais desinfetantes químicos utilizados em artigos odontológicos. ............................................................................................................................ 35 Quadro 5 - Tempos mínimos de exposição em autoclave .................................. 39 Quadro 6 - Tipos de embalagem utilizadas na autoclave .................................... 46 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978029 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978029 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978030 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978031 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978032 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978033 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978034 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978035 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978035 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978036 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978037 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513978038 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513970262 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513970263 file:///C:/Users/Carla/Downloads/MANUAL%20BIOSSEGURANÇA%20%20UNISA%202018%20FINAL%20JÁ%20CORRIGIDO.docx%23_Toc513970263 SUMÁRIO 1. CONCEITOS GERAIS ...................................................................................... 7 1.1. BIOSSEGURANÇA ........................................................................................... 7 1.2. RISCOS OCUPACIONAIS ............................................................................... 7 1.2.1. RISCO BIOLÓGICO ....................................................................... 7 1.2.2. RISCOS FÍSICOS ........................................................................... 8 1.2.3. RISCOS QUÍMICOS ....................................................................... 8 1.2.4. RISCOS ERGONÔMICOS ............................................................. 8 1.2.5. MAPAS DE RISCO ......................................................................... 8 1.3. ACIDENTES OCUPACIONAIS ...................................................................... 13 1.3.1. CONDUTAS FRENTE A ACIDENTES OCUPACIONAIS ............. 13 1.4.1. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................ 15 1.4.2. DESCARTE DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) . 18 1.5. MEDIDAS DE PRECAUÇÃO PADRÃO ....................................................... 19 2. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) .................................... 19 2.1. AVENTAL CLÍNICO ........................................................................................ 19 2.2. GORRO ............................................................................................................ 20 2.3. MÁSCARA ....................................................................................................... 20 2.4. ÓCULOS DE PROTEÇÃO ........................................................................... 21 2.5. ESCUDO FACIAL ............................................................................................ 22 2.6. LUVAS ................................................................................................................ 22 2.6.1. TIPOS DE LUVAS ........................................................................ 23 2.6.2. COMO CALÇAR LUVAS DE PROCEDIMENTO .......................... 25 2.6.3. COMO CALÇAR LUVAS CIRÚRGICAS ....................................... 25 2.7. CALÇAS COMPRIDAS ................................................................................... 28 2.8. SAPATO ............................................................................................................. 28 3. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .......................................................................... 28 3.1. TIPOS DE MICROBIOTA ................................................................................ 29 3.2. HIGIENIZAÇÃO PARA PROCEDIMENTOS DE ROTINA ........................ 30 3.3. HIGIENIZAÇÃO PARA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS ..................... 31 4. IMUNIZAÇÃO DA EQUIPE ............................................................................. 32 5. PROCESSO DE DESINFEÇÃO E ESTERILIZAÇÃO..................................... 33 5.1. CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS .................................................................. 33 5.2. TÉCNICA DE DESINFECÇÃO ....................................................................... 34 5.2.1. CLASSIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES QUANTO AO NÍVEL DE DESINFECÇÃO ...................................................................................... 34 5.2.2. DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES ............................................. 35 5.2.3. DESINFECÇÃO DE MOLDES ...................................................... 36 5.3. BARREIRAS MECÂNICAS ............................................................................ 37 5.4. TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO DO INSTRUMENTAL ......................... 38 5.4.1. ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA......................................................... 38 5.4.2. ESTERILIZAÇÃO FÍSICA ............................................................. 38 5.4.3. TESTES PARA CONTROLE DOS PROCESSOS DE ESTERILIZAÇAO ................................................................................... 39 6. PROCESSAMENTO E FLUXO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE DE USO ODONTOLÓGICO .............................................................................................. 42 6.1. LIMPEZA OU DESCONTAMINAÇÃO .......................................................... 43 6.2. LAVAGEM E ENXÁGUE ................................................................................. 43 6.3. SECAGEM ......................................................................................................... 44 6.4. EMPACOTAMENTO ........................................................................................ 45 6.5. SELAGEM ......................................................................................................... 46 6.6. ESTERILIZAÇÃO ............................................................................................. 47 6.7. ESTOCAGEM ................................................................................................... 47 6.8. FLUXO DE ARTIGOS ...................................................................................... 48 7. SEQUÊNCIA PARA PROCEDIMENTOS CLÍNICOS ..................................... 49 7.1. PROCEDIMENTOS PRÉ-ATENDIMENTO .................................................. 50 7.3. PROCEDIMENTOS TRANS-ATENDIMENTOS .......................................... 50 7.4. PROCEDIMENTOS PÓS-ATENDIMENTO .................................................. 51 7.5. PROCEDIMENTOS ENTRE PACIENTES ................................................... 52 8. SEQUÊNCIA PARA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS................................ 53 9. REFERÊNCIAS ............................................................................................. 54 1. CONCEITOS GERAIS 1.1. BIOSSEGURANÇA A Biossegurança, segundo a ANVISA, é “um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar e reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e o meio ambiente.” ¹ [...] normas de biossegurança englobam todas as medidas que visam evitar riscos físicos (radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais), químicos (substâncias tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e psicológicos, (como o estresse). No ambiente hospitalar e odontológico encontram-se exemplos de todos estes tipos de riscos ocupacionais para o trabalhador de saúde (p. ex., radiações, alguns medicamentos etc.). ² O cirurgião dentista tem a obrigação moral, ética e legal, não só de proporcionar atendimento odontológico, mas também de impedir a infecção cruzada. De acordo com o art. 90, inciso VII do Código de Ética Odontológica, aprovado pela Resolução CFO-118/2012, constitui um dos deveres profissionais “zelar pela saúde e dignidade do paciente.” ³ 1.2. RISCOS OCUPACIONAIS Os Riscos Ocupacionais, segundo a ANVISA, implicam a probabilidade de ocorrência, durante o exercício profissional, de acidentes ou doenças provocadas pelo exercício profissional ou por ocupação que o trabalhador exerça. E os classifica em riscos biológicos, físicos, químicos e ergonômicos. ¹ 1.2.1. RISCO BIOLÓGICO Risco causado pela penetração de microrganismos que, em contato com o homem, podem provocar inúmeras doenças; seu controle garante a segurança dos pacientes e da equipe de saúde bucal. - Bactérias e Bacilos. - Vírus. - Fungos, Parasitas e Protozoários. Formas de Transmissão: • contato direto com lesões infectadas. • materiais contaminados (resíduos e perfurocortantes). • respingos de sangue, saliva ou secreções sobre a pele ou mucosa. • inalação de microorganismos em suspensão. Como evitá-lo: Normas de Biossegurança - Programa de Gerenciamento de Resíduos (PGRSS). - Utilização de EPI(s). - Métodos de desinfecção e esterilização de instrumental. - Utilização de Barreiras Mecânicas. - Imunizações. 1.2.2. RISCOS FÍSICOS Riscos causados pela exposição de maneira inadequada à: - Ruído. - Radiações ionizantes: Raio-X. - Radiações não ionizantes: Radiação luminosa do aparelho fotopolimerizador e Laser. Como evitá-lo: Manter os equipamentos em boas condições de funcionamento. Instalação do compressor fora do ambiente clínico. Utilização de biombos e aventais plumblíferos. Utilização de óculos especiais. 1.2.3. RISCOS QUÍMICOS Riscos causados pela manipulação de produtos e resíduos químicos que podem resultar em danos físicos ou prejudicar a saúde, como mercúrio (amalgamadores), materiais odontológicos, detergente enzimático, ácido peracético, glutaraldeído e gases medicinais (óxido nitroso). Como evitá-los: • Utilização dos EPI(s). • Utilizar amalgamadores de cápsulas. • Acondicionar resíduos de amálgama em recipientes fechados contendo água e encaminhá-los para a coleta especial de resíduos contaminados. • Fazer manutenção preventiva de equipamentos que manipulem produtos químicos. 1.2.4. RISCOS ERGONÔMICOS Riscos causados pela-não observação das normas ergonômicas que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador, produzindo desconforto ou doença. Como evitá-los: - Postura adequada de trabalho - Apreensão digital correta do instrumental. - Evitar movimentos repetitivos. - Realizar exercícios laborais entre as sessões. - Importância do pessoal auxiliar. 1.2.5. MAPAS DE RISCO De acordo com o art. 15.6 da Norma Regulamentadora N-5, todo estabelecimento com mais de 20 funcionários deverá criar uma Comissão de Prevenção de Acidentes (CIPA), que terá entre outras atribuições, a confecção dos chamados Mapas de Riscos a partir de uma planta baixa de cada seção do serviço de saúde, onde serão levantados todos os tipos de riscos, classificando-os por tipo e grau de perigo. 4 Os riscos serão simbolizados por círculos de três tamanhos: pequeno, com diâmetro de 2,5 cm; médio, com diâmetro de 5 cm e grande, com diâmetro de 10 cm, conforme sua gravidade e em cores, conforme o tipo de risco, relacionados no Quadro1. 4 Risco Ambiental Cor Representativa Agente Físico Verde Agente Químico Vermelho Agente Biológico Marrom Agente Ergonômico Amarelo Agente Mecânico Azul Riscos Locais Laranja Riscos Operacionais Preto Quadro 1 - Representação gráfica dos tipos de riscos ocupacionais Os mapas de risco dos locais de atendimento a pacientes serão afixados em local de fácil visualização, sempre na entrada dos ambientes, para que os usuários dos referidos ambientes utilizem os EPI(s) adequados quando adentrarem no mesmo. Na Faculdade de Odontologia da UNISA, haverá mapas de riscos afixados nas portas da Clínica azul (Fig. 1), Clínica verde (Fig.2 e 3), Clínica de Especialização (Fig.4), Laboratórios (Fig. 5), Recepção clínica (Fig. 6) e no o raioX - clínica (Fig.7). Figura 1- Mapa de Risco na Clínica Azul Figura 2 - Mapa de Risco na Clinica Verde a Figura 3 -Mapa de Risco na Clínica Verde b Figura 4 - Mapa de Risco na Clínica de Especialização Figura 5 - Mapa de Risco nos Laboratórios Figura 6 - Mapa de Risco na Recepção Clínica Figura 7 - Mapa de Risco na Radiologia 1.3. ACIDENTES OCUPACIONAIS A Lei nº 8.213/91 no art. 19 classifica como Acidente do trabalho, … “todo acidente que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidadepara o trabalho”. 5 Segundo a ANVISA 6, os Acidentes Ocupacionais podem ser ocasionados por: - Agulhas ou objetos perfurocortantes. - Contato prolongado com mucosa ou pele não-intacta. - Contato com áreas extensas cobertas com sangue, tecidos ou outros fluidos que possam estar contaminados. Determina alguns fatores envolvidos e relacionados para que ocorra a infecção: - Tipo de agente etiológico. - Volume de material envolvido. - Carga viral. - Forma de exposição. - Suscetibilidade do indivíduo. Na odontologia, é praticamente impossível para o cirurgião dentista saber, com certeza, se o paciente é portador de algum patógeno possível de transmissão, já que a anamnese e o exame clínico nem sempre permitem tal identificação. No que se refere ao vírus da hepatite B, a probabilidade de infecção após exposição percutânea é significativamente maior do que aquela produzida pelo HIV, podendo chegar a 40%. Para o vírus da hepatite C, o risco médio varia de 1% a 10%. Seguir as Medidas de Precaução Padrão é de fundamental importância para minimizer esses riscos.7 1.3.1. CONDUTAS FRENTE A ACIDENTES OCUPACIONAIS A ANVISA determina condutas padronizadas frente aos Acidentes Ocupacionais. Esses procedimentos incluem cuidados locais na área exposta, notificação do acidente, recomendações específicas para imunização contra tétano, e medidas de quimioprofilaxia e acompanhamento sorológico para hepatite B, C e AIDS.7 CUIDADOS LOCAIS Após a exposição com material biológico, cuidados locais com a área devem ser imediatamente iniciados. Recomenda-se lavagem rigorosa com água e sabão, em caso de exposição percutânea. O uso de solução antisséptica degermante (PVPI – iodo ou clorexidina) também pode ser recomendado. Após exposição em mucosas, é recomendada a lavagem exaustiva com água ou solução fisiológica. Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e a utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído, são contra-indicados.7 NOTIFICAÇÃO DO ACIDENTE A Lei nº 8.213/91 em seu Art. 22. determina: (…) A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015). 5 A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) - Fig.8: É um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto, bem como uma doença ocupacional, e deve conter dados gerais referentes ao acidente, como: a) Dados gerais do acidente: data e hora da ocorrência, tipo de exposição, área corporal atingida no acidente, material biológico envolvido na exposição e utilização ou não de EPI pelo profissional de saúde no momento do acidente. b) Avaliação do acidente: avaliação do risco – gravidade da lesão provocada, causa e descrição do acidente. c) Dados do paciente – fonte: identificação, dados sorológicos e/ou virológicos e dados clínicos. d) Dados do profissional de saúde: identificação, ocupação e idade. e) Aconselhamento: a recusa do profissional para a realização do teste sorológico ou para uso das quimioprofilaxias específicas deve ser registrada e atestada pelo profissional. f) Tratamento e acompanhamento do profissional de saúde em risco de adquirir qualquer infecção: datas de coleta e os resultados dos exames laboratoriais; uso ou não de medicamentos anti - retrovirais; reações adversas ocorridas com a utilização de anti-retrovirais; uso ou não de gamaglobulina hiperimune e vacina para hepatite B e uso de medicação imunossupressora ou história de doença imunossupressora. 1.4. PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS A grande produção de RESÍDUOS e a falta de tratamento e disposição adequadas é hoje uma das principais formas de contaminação do solo e das águas, tornando-se um dos principais problemas ambientais na atualidade, além de ser a maior fonte de acidentes ocupacionais de pessoal auxiliar. O processamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) é regulamentado pela Resolução RDC Nº 222, de 28 de março de 2018, que dispõe sobre as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. 8 Essa resolução estabelece que todo gerador de Resíduos de Serviço de Saúde deve elaborar e executar um PGRSS (Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde), baseado nas características e classificação dos resíduos gerados, estabelecendo as diretrizes de manejo adequado dos mesmos. A implantação do PGRSS não é voluntária: é obrigatória a todos os estabelecimentos que, de alguma forma. gerem resíduos de saúde: hospitais, clínicas, consultórios etc. 1.4.1. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Segundo a Resolução RDC Nº 222, de 28 de março de 2018 8 os RSS podem ser classificados em: - Grupo A: Risco biológico - Grupo B: Substâncias Químicas - Grupo C: Rejeitos radioativos - Grupo D: Rejeitos comuns (domésticos) - Grupo E: Materiais perfurocortantes GRUPO A Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos. Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados; animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham Figura 8 - Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT entrado em contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de cultura; tecidos; órgãos; fetos e peças anatômicas; fios de gaze aspirados da área contaminada ; resíduos advindos de área de isolamento, restos alimentares de unidade de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial; resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria. Também devem ser incluidos nesse grupo gazes, algodões, sugadores, campos, barreiras, aventais, luvas, enfim, todo instrumental proveniente de procedimentos cirúrgicos ou clínicos. Como Descartar: • Baseados na RDC Nº 222 8 e na NBR 9191- ABNT9, esse lixo deve ser desprezado como resíduo hospitalar em saco branco, leitoso, com identificação internacional de resíduo infectante. GRUPO B Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas. Enquadram-se neste grupo, dentre outros: a) drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados. b) resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não utilizados). c) demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da ABNT NBR-10004 (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).10 d) reveladores, anestésicos, fixadores, soluções desinfetantes e restos de amálgama. Como Descartar: a RDC Nº 222, de 28 de março de 2018 8 determina: • Os resíduos químicos devem ser coletados em recipientes plásticos e tratados antes de serem descartados no esgoto. • Restos de amálgama devem ser desprezados em recipientes fechados contendo água no interior para evitar a emissão de gases do mercúrio, e recolhidos pela coleta especial da prefeitura para recuperação. • As soluções fixadoras usadas também devem ser acondicionadas nas embalagens originais para serem encaminhadas para processo de recuperação da prata. • As soluções reveladoras podem ser neutralizadas no próprio consultório através da mistura - 1litro de revelador. - 10 litros de água. - 100 ml de vinagre comum. GRUPO C Rejeitos radioativos: Enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia,segundo a Resolução CNEN 167/14.11 GRUPO D Resíduos comuns que não se enquadram nos outros grupos como embalagens, papel, papel toalha e lixo administrativo, conforme classificação do quadro 2. Como Descartar: • Deve ser dispensado em sacos pretos e ter recolhimento doméstico. GRUPO E São os resíduos que podem acarretar risco potencial à saúde e ao meio ambiente, devido à presença de agentes biológicos. A diferença entre este grupo e o grupo A, é que os materiais incluídos no grupo E são perfurocortantes ou escarificantes, como agulhas, ampolas de vidro, lâminas de bisturi, espátulas, brocas e limas endodônticas. Como descartar: • acondicionados em recipiente rígido estanque, vedado e identificado pela simbologia de Quadro 2- Classificação dos materiais reciclaveis substância infectante e perfurocortante. Este recipiente deve ser colocado lacrado dentro de outra embalagem plástica, branca leitosa, com símbolo de infectante, de acordo com as normas da ABNT. 9 1.4.2. DESCARTE DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) Segundo a Resolução RDC Nº 222, de 28 de março de 2018 8, o manejo dos RSS é a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e extra-estabelecimento, desde a geração até a disposição final, devendo ser dividido nas seguintes etapas: - Geração: Procedimentos clínicos e cirúrgicos. - Segregação: Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. - Acondicionamento: Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes adequados, conforme sua classificação, que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. - Identificação: Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações para o correto manejo dos RSS. - Armazenamento interno ou temporário: Consiste na guarda temporária dos resíduos já acondicionados, em local próximo à sua geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento até a coleta externa. Não poderá ser feito com a disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento (lixeiras) em sinalizadas como "ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS". - Transporte interno: Da geração ao armazenamento temporário, deve ser feito separadamente, de acordo com o grupo de resíduos, e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos. Devem ser transportados tampados, por coletores de roda ou carros de coleta. - Transporte externo: Do armazenamento temporário até a coleta externa, os RSS devem permanecer em ambiente exclusivo, com acesso facilitado e dentro das lixeiras, até sua coleta final. A coleta e o transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados por empresas especializadas, cadastradas nos órgãos de fiscalização. - Destinação ou tratamento final: Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. Os sistemas de tratamento de resíduos dos serviços de saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº. 237/1997 12., sendo passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e Sistema Nacional do meio ambiente (SISNAMA). 1.5. MEDIDAS DE PRECAUÇÃO PADRÃO Representa o conjunto de medidas de prevenção que devem ser aplicadas no atendimento a todos os pacientes, na presença de risco de contato com sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções (exceção: suor), pele com solução de continuidade e mucosas, com o objetivo de minimizar, prevenir ou reduzir o risco ocupacional e de transmissão de agentes infecciosos nos serviços de saúde¹. As seguintes medidas devem ser adotadas nos serviços de Saúde: - Equipamentos de Proteção Individual – Item 2. - Higienização das mãos – Item 3. - Imunização da equipe – Item 4. - Processos de Desinfeção de superfícies – Item 5.2.2. - Barreiras Mecânicas – Item 5.3. - Processamento e esterilização do instrumental – Item 5. - Plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde – Item 1.4. 2. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) Segundo a Anvisa¹, o Equipamento de Proteção Individual (EPI) refere-se a todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, com o intuito de protege-lo contra os riscos capazes de ameaçar a sua segurança e saúde. A Norma Regulamentadora - NR6 do Ministério da saúde (2017), afirma que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI a dequado ao risco que o funcionário corre, em perfeito estado de conservação e funcionamento.13 Na área da saúde, os EPI (s) têm a finalidade de impedir que microrganismos provenientes dos pacientes, através de sangue, fluidos orgânicos, secreções e excreções, contaminem o profissional e sua equipe. 2.1. AVENTAL CLÍNICO O avental clínico, de pano, deve ser branco, de preferência, com o nome bordado no bolso do lado esquerdo , na altura do peito e com o logotipo da Universidade no ombro; preferencialmente, deve ter a gola alta do tipo “gola de padre”, com mangas longas, com punhos em elástico ou botão de camisa, e o comprimento deve se estender até a altura dos joelhos (7/8). Os aventais com golas tradicionais em “v” devem conter um botão para fechamento do decote. Deve ser trocado diariamente ou quando apresentar contaminação visível por sangue ou outros fluidos corpóreos. Após o dia de trabalho, o avental deve ser removido e acondicionado em saco plástico para roupa suja e encaminhado para lavagem. É de responsabilidade do aluno providenciar a correta lavagem do seu avental. Quando ocorrer contaminação do avental com sangue ou saliva, deve-se submetê-lo à temperatura de 70°C por 15-30 minutos, ou mergulhá-lo em solução aquosa de hipoclorito de sódio (água sanitária diluída em 4 partes de água), por 30 minutos. A seguir , proceder à lavagem habitual, separadamente das roupas da família.14 2.2. GORRO Segundo a ANVISA¹, o gorro proporciona uma barreira contra gotículas de saliva, aerossóis e sangue contaminado. O gorro é de uso obrigatório para os professores, acadêmicos, pessoal auxiliar, pacientes e acompanhantes, durante a permanência na clínica. RECOMENDAÇÕES: - Prender o cabelo sem deixar mechas pendentes. - Colocar o gorro recobrindo todo o cabelo e orelhas (Fig.9). - Gorros de pano só devem ser utilizados caso cubram completamente o cabeça. Podem ser colocados também sobre gorro descartável. - Ao retirar o gorro, puxe-o pela parte superior central e descarte-o no lixo contaminado. - O gorro deve ser descartado ao final do atendimento clínico do período, ou na presença de sujidades. 2.3. MÁSCARA A máscara representa uma importante medida de proteção das vias aéreas superiores contra os microrganismos presentes nas partículas de aerossóis, produzidas durante os procedimentos clínicos ou durante um acesso de tosse, espirro, ou mesmo durante a fala (Fig. 10). Esses aerossóis são considerados uma fonte de infecção potencial de doenças respiratórias crônicas ou aguda , como o resfriado comum, gripe A (vírus H1N1), tuberculose, parotidites, coqueluche e outras. ¹ Figura 9 - Posição correta do gorro EFICIÊNCIA DE FILTRAÇÃO DAS MÁSCARAS Ao comprar máscara, o profissional deve considerar as características da máscara ideal, que são: ser confortável; ter boa adaptação aos contornos faciais; não tocar lábios e ponta do nariz; não irritar a pele; não provocar embaçamento dos óculos;não ter odor; ser descartável, e avaliar a sua capacidade de filtrar partículas de aerossóis. As máscaras são confeccionadas com diferentes tipos de materia, e cada um deles apresenta uma capacidade de filtração diferente. As máscaras de tecido pano, espuma e papel, embora confortáveis, têm baixa capacidade de filtração dos aerossóis bacterianos, portanto, não recomendamos seu uso. ¹ RECOMENDAÇÕES - Solicitar ao fabricante ou vendedor o potencial de filtração da máscara. - Diminuir a produção de aerossóis e respingos durante os procedimentos, empregando uma sucção efetiva (bomba de sucção de alta potência) e uso de isolamento absoluto. - Certificar-se, antes do início dos trabalhos, que a máscara está bem adaptada. - Não puxar a máscara para a região do pescoço (a máscara é considerada material contaminado). - Não reutilizar as máscaras descartáveis. - Trocar a máscara quando esta ficar úmida, e no intervalo de cada paciente. As máscaras molhadas perdem o poder de filtração, o que facilita a penetração dos aerossóis bacterianos. - Não tocar na máscara após sua colocação. - Retirar a máscara somente após a retirada das luvas e lavagem das mãos. - Jogar a máscara em saco plástico para lixo contaminado ou saco plástico para roupa suja. ¹ 2.4. ÓCULOS DE PROTEÇÃO Os óculos protegem os olhos das secreções, aerossóis e produtos químicos utilizados durante os procedimentos odontológicos e na limpeza e desinfecção de artigos, equipamentos ou ambientes. Desta forma, protegem os olhos contra o impacto de partículas volantes, contra a luminosidade intensa, radiação ultravioleta e respingos de produtos químicos e material biológico. ¹ Os óculos devem possuir as laterais largas, ser confortáveis, com boa vedação lateral, e totalmente Figura 10 - Modelos de máscaras descartáveis transparentes, permitir a lavagem com água e sabão, desinfecção quando indicada, sendo guardados em local limpo, secos e embalados (Fig. 11). É obrigatório o uso de óculos de proteção para o professor, aluno, aluno assistente e pacientes. ¹ RECOMENDAÇÕES - Quando os óculos de proteção apresentarem sujidades sem a presença de secreções orgânicas, devem ser lavados com solução detergente ou enzimática. - O profissional e/ou a pessoa auxiliar devem ter mais de dois pares de óculos de proteção para as suas atividades diárias. - Os profissionais que utilizam óculos de grau também devem utilizar óculos de proteção projetados para este fim. ¹ 2.5. ESCUDO FACIAL Dispositivo de acetato que protege a face em sua totalidade (Fig.12). Muito utilizado na odontopediatria já que possibilita a visualização do rosto do profissional na sua totalidade. ¹ 2.6. LUVAS As luvas constituem uma barreira física eficaz que previne a infecção cruzada e a contaminação do profissional de saúde e reduz os riscos de acidentes. Atuam na proteção das mãos contra: agentes abrasivos e escoriantes, agentes cortantes e perfurantes, choques elétricos, agentes térmicos, agentes biológicos e agentes químicos. Seu uso é obrigatório durante os procedimentos de desinfecção, procedimentos clínicos e cirúrgicos. ¹ Figura 11 - Modelos de óculos de proteção Figura 12 - Escudo Facial O Ministério da Saúde ¹ preconiza os seguintes lembretes técnicos sobre o uso de luvas na prática odontológica: a) enquanto estiver de luvas, não manipular objetos fora do campo de trabalho (canetas, fichas de pacientes, maçanetas, etc). b) retirar as luvas imediatamente após o término do tratamento do paciente. c) não tocar na parte externa das luvas ao removê-las. d) lavar as mãos assim que retirar as luvas. e) as luvas não protegem contra perfurações de agulhas, mas está comprovado que elas podem diminuir a penetração de sangue em até 50% de seu volume. f) o uso de dois pares de luvas é formalmente indicado em procedimentos cirúrgicos de longa duração ou com sangramento profuso, conferindo proteção adicional contra a contaminação. 2.6.1. TIPOS DE LUVAS LUVAS PARA LIMPEZA E DESINFECÇÃO São luvas de látex, grossas, com tamanhos pequeno, médio e grande, em várias cores, comercializadas em supermercados ou lojas de departamentos (Fig. 13). Devem ser usadas pelo profissional ou pessoal auxiliar quando manipularem material e instrumental contaminado e durante os procedimentos de limpeza e desinfecção do consultório. Os profissionais devem empregar um par de luvas de cor diferente para cada procedimento acima citado. Na aquisição destas luvas, o dentista dá preferência às luvas forradas, por serem mais resistentes aos danos físicos. 15 Obrigatoriamente a remoção das barreiras de proteção deverá ser realizada com luva para limpeza ou sobreluva. RECOMENDAÇÕES: 1) Lavar as mãos com água e sabão, de acordo com a técnica descrita no Item 3 deste manual. 2) As luvas empregadas para manipulação de material e instrumental contaminado, devem ser destinadas somente para este fim. Após o uso elas devem ser desinfetadas com hipoclorito de sódio a 1% e guardadas em saco plástico ou recipiente plástico, com tampa. 3) Para facilitar a identificação das luvas para limpeza e para desinfecção, devem ser adotadas luvas de cores diferentes ou nome na parte interna da luva. 15 Figura 13 - Luva grossa de borracha para limpeza LUVAS DE VINIL As luvas de plástico ou vinil são descartáveis, de baixo custo, e encontradas em casas de artigos médico-hospitalares. Estas luvas são usadas na odontologia como uma “sobreluva”, para evitar a contaminação da luva principal quando do uso de equipamentos como, por exemplo, o aparelho fotopolimerizador ou o aparelho de raios X durante o atendimento clínico (Fig.14). Após o procedimento, descarte-as no lixo contaminado. 15 LUVAS PARA EXAME CLÍNICO As luvas utilizadas para a realização de exame clínico e procedimentos simples são as luvas de latex ou as luvas de nitrila, ambidestras, de tamanhos pequeno, médio e grande, destinadas somente à realização de procedimentos semicríticos, não podendo ser reutilizadas (Fig. 15). Estas luvas não devem ser de punho curto e ter má adaptação às mãos. Geralmente são vendidas em caixas com 100 unidades. 15 RECOMENDAÇÕES: - Lavar as mãos com água e sabão antes de calçar as luvas de procedimento. - Após o uso, descarte-as no lixo contaminado. - Lavar as mãos novamente após o uso. LUVAS CIRÚRGICAS ESTÉREIS Figura 14 - Sobre luva de vinil em posição Figura 15 - Luva de látex (branca) e Luva de nitrila (azul) São luvas de látex esterilizadas por meio de óxido de etileno ou raios gama - cobalto 60 com período de validade de esterilização variados (Fig. 16). As luvas estéreis são embaladas individualmente (mão direita e esquerda), em envelopes duplos, e apresentam tamanhos que variam de 5,5 a 9,0, dependendo do fabricante. Seu uso é indicado para todos os procedimentos críticos (todos aqueles em que haja invasão do sistema vascular ), como cirurgias buco-maxilo-facial, exodontias, biópsia, cirurgias periodontais, implantodontia, raspagem periodontal e demais procedimentos que incluam sangue, pus ou qualquer outra secreção corpórea. 15 RECOMENDAÇÕES: 1) Trocar após 3 horas de uso. 2) Utilizar 2 pares de luvas em procedimentos cirúrgicos de longa duração ou com sangramento abundante. 2.6.2. COMO CALÇAR LUVAS DE PROCEDIMENTO Após a higienização das mãos conforme a técnica descrita no ítem 3.2 deste Manual, proceder à colocação das luvas de procedimento conforme o esquema da Fig. 17. 2.6.3. COMO CALÇAR LUVAS CIRÚRGICAS Figura 16 - Modelo de luva de látex esterilizadaFigura 17 - Sequência de colocação de luvas de procedimento. O procedimento de calçar um par de luvas estéril, requer técnica correta, para evitar a contaminação da luva. Após realizar a lavagem das mãos com a técnica adequada descrita no ítem 3.3 deste Manual, abra o pacote de luvas sobre uma superfície limpa, expondo o conteúdo interno do pacote (Fig.18). Existem abas nas dobras internas da embalagem das luvas para facilitar a abertura do papel, sem tocar nas luvas. Segurar nas abas e abrir os dois lados que revestem as luvas, conforme a Fig. 19. Para calçar a luva, segure-a apenas pela face onde a luva irá entrar em contato com a pele, ou seja, a face interna (Fig.20). Figura 18 - Abertura do pacote de luva estéril – note a dupla embalagem Figura 19 - Embalagem interna da luva estéril - note as dobras internas do papel Figura 20 - Colocação da primeira luva segurando na parte dobrada. Com a primeira mão enluvada, segure a outra luva pela face externa (por dentro da dobra) e calce os dedos da mesma forma que na primeira luva (Fig. 21). Os dedos não devem ser ajustar neste momento, mesmo que não fiquem na posição perfeita. Continue com o procedimento sem tentar ajustá-los, para evitar risco de contaminação. Ajustar o punho da primeira mão sempre pelo lado interno da luva e então ajustar os dedos (Fig.22). Sobreponha o punho da luva ao avental cirúrgico estéril. Os dedos devem ficar sem folga nas luvas, e o punho deve cobrir o punho do avental (Fig23 e 24). . Figura 21 - Calçando a segunda luva estéril Figura 22 - Colocar a segunda luva sem se preocupar com o ajuste dos dedos neste momento. Figura 23 - Ajuste dos punhos da luva sobre o avental. 2.7. CALÇAS COMPRIDAS O profissional da saúde deve utilizar calças compridas durante o atendimento. As calças devem ser de tecido grosso, íntegro, sem a presença de recortes ou rasgos. Devem ser trocadas diariamente ou quando contaminadas, e, quando possível, devem ter seu uso exclusivo no consultório. ¹ 2.8. SAPATO Devem ser fechados, de material impermeável e com solado antiderrapante. Atuam na segurança para a proteção dos pés contra o impacto de quedas de objetos, choques elétricos, agentes térmicos, agentes cortantes e escoriantes, umidade proveniente de operações com uso de água e respingos de produtos químicos. ¹ 3. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Segundo a definição da ANVISA, a higienização das mãos é a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. O termo engloba a higienização simples, a higienização antiséptica, a fricção anti-séptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos. 16 As mãos podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico. A higienização das mãos com água e sabão deve ser escolhida sempre que houver umidade ou sujidade visível nas mãos. As soluções alcoólicas só devem ser aplicadas quando as mãos estiverem livres de sujidade ou umidade visível. Os anti-sépticos associam detergentes com anti- sépticos e se destinam à higienização anti-séptica das mãos e degermação da pele. 16 SOLUÇÕES PARA HIGIENIZAÇÃO Entre os principais anti-sépticos utilizados para a higienização das mãos, destacam-se: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan. As características dos principais anti- sépticos utilizados para a higienização das mãos estão descritas no Quadro 3. 16 Figura 24 - Luvas calçadas com sucesso. 3.1. TIPOS DE MICROBIOTA Devido à sua localização e extensa superfície, a pele está constantemente exposta a vários tipos de microrganismos do ambiente. O papel das mãos na transmissão de microorganismos por contato é baseado na capacidade da pele em abrigá-los e transferi-los de uma superfície para outra, direta ou indiretamente. Desta forma, segundo a ANVISA¹, a microbiota da pele pode ser classificada em: . Microbiota Transitória – composta por microrganismos que se depositam na superfície da pele, provenientes de fontes externas, colonizando temporariamente as camadas mais superficiais. . Microbiota Residente – presente nas camadas mais internas, necessita da ação de agentes químicos para a sua remoção. . Microbiota Infectante – presente nas patologias dérmicas e que não podem ser removidas por ação mecânica. Quadro 3 - Espectro antimicrobiano e características de agentes anti-sépticos utilizados para higienização das mãos. 16 TÉCNICAS DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS A escolha entre os diferentes métodos para a higienização das mãos depende do processo de trabalho adotado e do tipo de procedimento realizado, que determinam o tipo e a persistência da contaminação nas mãos, e, portanto, o tipo de microbiota que se pretende atacar. - Higienização para Procedimentos de Rotina – Microbiota Transitória. - Higienização para Procedimentos Cirúrgicos – Microbiota Residente. ¹ RECOMENDAÇÕES PRELIMINARES: • Ferimentos pré-existentes nas mãos devem ser protegidos com curativos impermeáveis, antes da lavagem das mãos. Nestes casos, o melhor é o profissional não trabalhar enquanto o ferimento não cicatrizar. • Manter as unhas curtas e limpas. • Ao término das atividades clínicas do dia, usar um creme para evitar o ressecamento da pele e rachaduras. Estes danos à pele possibilitam a adesão de microrganismos e dificultam a sua remoção. • Utilizar sempre sabonete líquido. 3.2. HIGIENIZAÇÃO PARA PROCEDIMENTOS DE ROTINA A técnica básica de higienização das mãos é realizada com o emprego de sabão comum na forma líquida, e visa reduzir os microrganismos transitórios e alguns residentes, como também células descamativas, pelos, sujidades e oleosidade. Esta técnica deve ser realizada antes e após os procedimentos semi-críticos. ¹ - Colocar máscara antes de iniciar a higienização das mãos. - Retirar anéis, relógios e pulseiras, das mãos e antebraço. - Ficar em posição confortável, sem dobrar a coluna. - Não tocar na pia com o corpo. - Acionar a torneira pressionando o comando de pé ou colocar as mãos sob a torneira sob o sensor elétrico que a aciona. - Umedecer as mãos em água corrente com a temperatura em torno de 24ºC. - Colocar 3 ml de sabão comum líquido na palma da mão e espalhar pelas duas mãos e antebraços. Fig. 25 - Friccionar as palmas das mãos uma contra a outra e o dorso das mãos. Figura 25 - Técnica de higienização das mãos para procedimentos clínicos - Abrir os dedos e friccionar as regiões interdigitais, primeiro de uma mão e, em seguida, a outra mão. - Friccionar as pontas dos dedos e as unhas na palma da mão oposta. - Dobrar os dedos e friccionar a região articular contra a palma da mão oposta. - Friccionar a região lateral da mão contra a palma da mão oposta. - Friccionar o polegar e sua região interdigital. - E finalmente, friccionar o antebraço. Fig. 26 - Enxaguar as mãos em água corrente, e repetir o procedimento. - Enxugar as mãos com papel-toalha descartável, compressa ou toalha de pano de uso individual. - Fechar a torneira soltando o comando de pé. Fig. 27 3.3. HIGIENIZAÇÃO PARA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS A finalidade da higienização nos procedimentos cirúrgicos é o de promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um anti-séptico. A técnica de higienização anti-séptica é igual àquela utilizada para higienização simples das mãos, substituindo-se o sabão por um anti-séptico. 16 - Retirar anéis, relógios e pulseiras. - Use sabão antisséptico e escovas com cerdas macias.- Escove, nesta ordem: unhas, dedos, palmas das mãos e antebraços, até cotovelo. - Enxágüe em água corrente abundante. Fig. 28 Figura 26 - Esfregar mãos, dedos e antebraço. Figura 27- Enxaguar as mãos e antebraço e secar com papel toalha; em seguida, calçe a luva de procedimento. - Secar com compressas estéreis. - Passar anti-séptico de escolha, deixando secar. - Calçar as luvas estéreis e terminar a paramentação pessoal. Fig. 29 4. IMUNIZAÇÃO DA EQUIPE Segundo a ANVISA ¹, os profissionais da área da saúde, por estarem mais expostos, possuem um risco elevado de aquisição de doenças infecciosas, devendo estar devidamente imunizados. As imunizações reduzem o risco de infecções, protegendo a saúde dos componentes da equipe, bem como dos pacientes e seus familiares. Para o atendimento clínico nas dependências da Clínica Odontológica da UNISA, os alunos deverão apresentar a carteira pessoal de vacinação, com todas as vacinas em dia. Figura 28 - Sequência de higienização das mãos para procedimentos cirúrgicos Figura 29 - Para procedimentos cirúrgicos, secar as mãos com compressas estéreis e calçar luvas cirúrgicas. Vacinas disponíveis nos serviços de saúde: - Dupla Adulto (DT) Difteria e Tétano - (reforço a cada 10 anos). - Varicela. - Tuberculose (BCG-ID). - Tríplice Viral SRC (Rubéola, Sarampo e Caxumba). - Influenza (anual). - Pneumonia (reforço a cada 5 anos). - Febre Amarela (reforça a cada 10 anos). - Hepatite A (recomendável). - Hepatite B: Deve ser feita em três doses, em períodos de zero, um e seis meses de intervalo; dois meses após o esquema vacinal completo, recomenda-se a realização de testes sorológicos para verificar a soroconversão das pessoas vacinadas. Os indivíduos que não responderem ao primeiro esquema vacinal deverão ser submetidos à revacinação com as três doses da vacina. ¹ 5. PROCESSO DE DESINFEÇÃO E ESTERILIZAÇÃO Desinfecção: Destruição dos microrganismos patogênicos, sem que haja, necessariamente a destruição de todos os microrganismos (ex: esporos) Esterilização: Destruição ou remoção de todas as formas de vida de um determinado material (bactérias, vírus, fungos e esporos). A escolha do método utilizado para limpeza de cada material está diretamente ligada ao grau de contaminação do mesmo, baseada na classificação de artigos, segundo Spaulding. 5.1. CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS Segundo a classificação de Spaulding, publicada pela ANVISA 18, os instrumentos e artigos podem ser classificados em: - Críticos: são aqueles em que há penetração no sistema vascular. Ex: cirurgias em tecidos moles e duros, cirurgias periodontais, exodontias, raspagens subgengivais, ou curetagens periodontais etc. Nestes procedimentos, os cuidados com a esterilização, desinfecção do instrumental, desinfecção do consultório e no preparo do paciente e equipe odontológica devem ser máximos. - Semicríticos: são aqueles que entram em contato com as secreções orgânicas (saliva), e/ou mucosa íntegra, sem invadir o sistema vascular. Ex: aplicação de material restaurador, terapia endodôntica conservadora, colocação de aparelho ortodôntico, etc. O instrumental deve estar previamente esterilizado e o consultório desinfetado para evitar infecções cruzadas pela presença das secreções orgânicas sobre os instrumentais e pela produção de aerosóis durante os procedimentos. - Não-Críticos: são aqueles quando não há penetração no sistema vascular e não entram em contato com as secreções orgânicas ou as mucosas. Podem ser apenas desinfetados. 5.2. TÉCNICA DE DESINFECÇÃO Desinfecção: Destruição dos micro-organismos patogênicos, sem que haja, necessariamente, a destruição de todos os micro-organismos (ex:esporos). Utilizada apenas nos artigos semicríticos e não-críticos, ex: artigos termossensíveis incompatíveis com a esterilização por processos térmicos, mobiliário odontológico, modelos de gesso e moldagens em geral. 5.2.1. CLASSIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES QUANTO AO NÍVEL DE DESINFECÇÃO Existem diversos produtos para desinfecção que devem possuir registro junto ao Ministério da Saúde e necessitam ser avaliados com relação ao custo-benefício, à eficácia e ao artigo a ser processado. A escolha da potência do agente desinfetante deve estar de acordo com o artigo a ser tratado. E só deve ser utilizada nos artigos semicríticos e não-críticos e termossensíveis incompatíveis com esterilização por processos térmicos. 18 Alto Grau: resistem apenas a alguns tipos de esporos bacterianos mais resistentes e os vírus lentos. - Ácido Peracético: tempo de exposição maior ou igual a 20 minutos - Solução de glutaraldeído a 2% * Médio Grau: além dos microorganismos destruídos na desinfecção de baixo nível, são atingidos o Mycobacterium tuberculosis, a maioria dos vírus (inclusive o HBV) e a maioria dos fungos. - Álcool 70° e 90° (gel e líquido) e Soluções Iodadas 30-50% - Clorexidina a 1% - Solução de hipoclorito 1% - solução de Milton Baixo Grau: destrói as bactérias em forma vegetativa, alguns vírus e alguns fungos - o vírus da Hepatite B (HBV) sobrevive. - Hipoclorito a 0,5% - Solução de Dakin - tempo de exposição: 10 minutos O Quadro 4 relaciona os principais desinfetantes químicos utilizados em artigos odontológicos ressaltando as vantagens e desvantagens de cada substância. O Glutaraldeído foi excluido por conta das restrições municipais. 18 * A Secretaria de Saúde do Estado S. Paulo restringiu sua utilização na odontologia - Resolução SS - 27, de 28-2-2007. Produto Concentra ção Modo de Aplicação Nível Espectro Vantagens Desvantagens Álcool Ótima ação germicida a 70%. Fricção, em três etapas intercaladas pelo tempo de secagem natural, totalizando 10 minutos. Médio Tuberculici da, bactericida , fungicida e viruscida; não é esporicida. Fácil aplicação, ação rápida, compatível com artigos metálicos, superfícies e tubetes anestésicos. Volátil, inativado por matéria orgânica, inflamável, opacifica acrílico, resseca plásticos e pode danificar o cimento das lentes dos equipamen- tos ópticos; deve ser armazenado em áreas ventiladas. Hipoclorito de sódio 1% Imersão, durante 30 minutos. Superfícies com matéria orgânica, aplicar por 2 a 5 minutos e proceder à limpeza. Médio Bactericida , fungicida, viruscida e esporicida. Ação rápida, indicado para superfícies e artigos não metálicos e materiais termossen- síveis. Instável, corrosivo, inativado na presença de matéria orgânica. Ácido Pera- cético 0,001 a 0,2% Imersão, durante 10 minutos. Alto Bactericida , fungicida, viruscida e esporicida. Não forma resíduos tóxicos, efetivo na presença de matéria orgânica, rápida ação em baixa temperatura. Instável quando diluído. Corrosivo para alguns tipos de metais, ação que pode ser reduzida pela modificação do pH. Quadro 4 - Principais desinfetantes químicos utilizados em artigos odontológicos. ¹ 5.2.2. DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES Esse processo só deve ser utilizado na impossibilidade de submeter o material/superfície ao processo de esterilização. NÃO SE DEVE DESINFETAR AQUILO QUE SE PODE ESTERILIZAR. A desinfecção das superfícies planas da sala de atendimento deve ser realizada após cada atendimento pela fricção de solução desinfetante com auxílio de papel-toalha, que deverá ser descartado no lixo contaminado. Lembre-seque para a desinfecção do ambiente, o profissional permanece completamente paramentado, evitando os riscos de contaminação pessoal. (Fig. 30) *A utilização de luvas de borracha grossa é recomendada para a realização desta tarefa. É vedada a utilização de glutaraldeído para desinfecção de superfícies, mobiliários, pisos e paredes ou para desinfecção de artigos e equipamentos através de fricção. Resolução SS- 27, de 28-2-2007. Utilizar: • Álcool Etílico a 70°. • Ácido Peracético. • Solução Antiséptica para cuspideira (Puriform). 5.2.3. DESINFECÇÃO DE MOLDES Na especialidade de Prótese Dentária, a maioria dos laboratórios e Cirurgiões-dentistas não adota políticas de controle de infecção, fato que aumenta o risco de contaminação cruzada causada pelos moldes e modelos contaminados.19 RECOMENDAÇÕES: • As impressões devem ser lavadas e secas antes da desinfecção para remover depósitos de saliva e sangue e, posterior a ela, para eliminar o desinfetante residual. • Polissulfetos e Silicona de Condensação devem ser imersos em hipoclorito de sódio a 1% por dez minutos ou em glutaraldeído a 2% por 30 minutos. • Poliéteres devem ser aspergidos com spray de hipoclorito de sódio a 1% por dez minutos. Após a aplicação do spray, o molde deve ser selado dentro de uma embalagem impermeável. • Hidrocolóides Reversível e Irreversível devem ser aspergidos com spray de hipoclorito de sódio a 1% e, subsequentemente, armazenamento dos moldes em embalagens plásticas hermeticamente fechadas, por dez minutos. • Siliconas de Adição devem ser imersos em glutaraldeído a 2% por 30 minutos ou hipoclorito de sódio a 1% por dez minutos. • Pastas de Óxido de Zinco e Eugenol devem ser imersas em glutaraldeído a 2% por 30 Figura 30 - Desinfecção de superfícies minutos. • Godivas devem ser imersas em hipoclorito de sódio a 1% por dez minutos ou em glutaraldeído a 2% por 30 minutos. 5.3. BARREIRAS MECÂNICAS São coberturas impermeáveis colocadas sobre todas as superfícies passíveis de contaminação, após o processo de desinfecção de superfície. Pode-se utilizar como barreiras, filmes de PVC (Doctor Film-Goodyear®; Magipack®, Rolopack® ou similar) e capas plásticas ou descartáveis. 20 As Barreiras aumentam a eficiência do controle de infecções, uma vez que protegem superfícies passíveis de contaminação e, ao mesmo tempo, de difícil descontaminação. ¹,20. Essas barreiras devem ser trocadas ao final de cada atendimento. Toda a troca de barreira deverá ser feita com a utilização de EPI(s) pois se trata de material contaminado. Devem ser descartadas como resíduo da Classe A, em saco branco, leitoso. Devem receber barreiras mecânicas todas as superfícies próximas ao atendimento com risco de contaminação (cerca de 1 metro de diâmetro a partir da boca do paciente), como encostos de cabeça e da cadeira, braços laterais da cadeira, mangueiras e pontas dos sugadores, braços laterais e bandeja do equipo, alças e interruptor do refletor, seringa tríplice e porta-resíduo, assim como os periféricos, como pontas do aparelho de laser, tubo, alça e disparador do aparelho de RX, filme radiográfico, pontas de alta e baixa rotação, ponta do fotopolimerizador e ponta do aparelho do aparelho de ultra-som.20 Figura 31- Superfícies recebendo barreira mecânica 5.4. TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO DO INSTRUMENTAL Esterilização: Destruição ou remoção de todas as formas de vida (bactérias, vírus, esporos). Pode ser conseguida através: . Processos Químicos: - Líquidos - Gases . Processos Físicos: - Calor Úmido 5.4.1. ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA Líquidos Esterilizantes: - Ácido Peracético a 0,2% - STERILIFE® imersão: TÉCNICA: • Imergir o artigo na solução adequada, utilizando EPI e garantindo farta ventilação do local; preencher o interior das tubulações e reentrâncias com auxílio de seringa, se necessário, evitando a formação de bolhas de ar; observar e respeitar o tempo de exposição indicado, mantendo o recipiente tampado – cerca de 1 hora. • Enxaguar os artigos submetidos, inclusive o interior das tubulações, com água esterilizada e técnica asséptica. Recomendam-se múltiplos enxágues para eliminar os resíduos do produto utilizado. Usar todo o conteúdo do recipiente de água estéril, de uma só vez. Evitar recipientes para múltiplo uso. • Secar externamente os artigos, com técnica asséptica e compressa estéril. Gases Esterilizantes: • Óxido de Etileno (ETO). • Vapor com Formaldeído - MATACHANA®. • Plasma de Peróxido de Hidrogênio - STERRAD®. 5.4.2. ESTERILIZAÇÃO FÍSICA Por calor úmido: vapor saturado sob pressão conseguido pela AUTOCLAVE. INDICAÇÃO DE USO: • Para esterilização de todos os artigos críticos termorresistentes (método mais seguro). • Alguns artigos semi-críticos, termorresistentes, pela facilidade operacional e ganho de tempo. VANTAGENS DA AUTOCLAVE: • rápido aquecimento e rápida penetração em artigos têxteis ou tecidos de algodão. • destruição dos esporos microbianos em curto período de exposição. • fácil controle de qualidade e letalidade. • Não deixa resíduos tóxicos nos materiais submetidos a este processo e ser econômico. CICLOS DE AUTOCLAVE Segundo a ANVISA ¹, para se conseguir um ciclo eficiente nas esterilizações por calor úmido, devemos nos ater ao tipo de ciclo utilizado e o material a ser esterilizado. O quadro 5 mostra com detalhes os tipos de ciclos de autoclavagem e os tempos mínimos necessários. Tempos mínimos de exposição (em minutos) para esterilização de materiais, pela autoclave, segundo a temperatura e o tipo de material Processo de Esterilização Autoclave Material Gravidade 121º Gravidade 132º Alto Vácuo 132º Observações Material de borracha (luvas, drenos, catéteres) 15’ 10’ 4’ Embrulhados individualmente em campo de tecido, papel kraft, ou grau cirúrgico. Instrumentos metálicos 30’ 15’ 4’ Acondicionados em caixa metálica perfurada ou embrulhados em campo de tecido, papel kraft ou grau cirúrgico. Agulhas de sutura 30’ 15’ 4’ Montadas em gaze e embrulhadas em campo de tecido, papel kraft ou grau cirúrgico. Seringa de vidro 30’ 15’ 4’ Desmontadas e embrulhadas individualmente em campo de tecido, papel kraft ou grau cirúrgico. Instrumentos de corte 30’ 15’ 4’ Embrulhados individualmente em campo de tecido ou papel kraft acondicionados em caixas perfuradas. Frascos, balões de vidro, tubos de ensaio 30’ 15’ 4’ Tampados com bucha de algodão hidrófilo e embrulhados em campo de tecido, papel kraft. Placas de Petri 30’ 15’ 4’ Montadas e embrulhadas em papel kraft ou grau cirúrgico. Fonte: ABO/GO (adaptado do Ministério da Saúde) Quadro 5 - Tempos mínimos de exposição em autoclave 5.4.3. TESTES PARA CONTROLE DOS PROCESSOS DE ESTERILIZAÇAO Segundo a ANVISA ¹ e a SOBECC 21, para se garantir a eficiência dos processos de esterilização devemos avaliar e controlar todas as fases da esterilização através deos chamados testes de monitoramento. - TESTES DE VALIDAÇÃO DA MÁQUINA: Autoclave 21 • Estão relacionados ao controle das manutenções dos equipamentos de esterilização. • Deverão ser feitos registros das manutenções corretivas e preventivas, em impresso próprio ou livro de registro de intercorrências da CME, junto com a documentação deixada pela empresa contratada. • A manutenção preventiva deverá ser realizada uma vez por ano, e a corretiva, sempre que necessário. - TESTE FÍSICO: – a cada ciclo de esterilização 21 • Monitoramentodos parâmetros do processo de esterilização – tempo, temperatura e pressão a cada ciclo realizado pelo CME. • Observação e registro em impresso próprio dos parâmetros de funcionamento do equipamento. • Deverá ser feito registro do tempo, temperatura e pressão durante todo o ciclo de esterilização, em impresso próprio, pelo responsável pela esterilização, com especial atenção à fase de esterilização propriamente dita. • Qualquer falha ou dúvida quanto aos parâmetros do processo deve ser comunicado imediatamente ao responsável pela clínica e responsável técnico do setor, para providências imediatas de manutenção ou interdição da máquina de esterilização. - TESTE QUÍMICO: INDICADORES DE PROCESSO TIPO I – todas as embalagens devem conter esse indicador químico externamente. (Fig. 31) • São tintas monocrômicas impregnadas em fitas adesivas, contidas nos sistemas de barreira estéril, como por exemplo no papel grau cirúrgico, que tem o objetivo de identificar e diferenciar os produtos que foram expostos ao agente esterilizante daqueles que não foram expostos. 21 • Devem ser fixados externamente, junto à identificação do material. • Todos os pacotes ou caixas devem ser identificados com esse tipo de indicador, o qual deve ser rigorosamente examinado antes da abertura da embalagem. Figura 32 - Indicadores Químico Tipo I nas embalagens e fitas adesivas. INDICADOR QUÍMICO TIPO V – Fig. 32 É um Indicador integrador, destinado a reagir com todos os parâmetros críticos de um ciclo de esterilização, monitorando, além da temperatura, o tempo mínimo de exposição e a qualidade do vapor, entre outros parâmetros essenciais ao processo. 21 • Esse indicador deve ser colocado nos locais de maior desafio da autoclave, ou campos cirúrgicos, ou mesmo nas caixas de maior peso ou interior de lumens. • TODOS OS REGISTROS DEVEM SER GUARDADOS PARA FINS DE COMPROVAÇAO E FISCALIZAÇAO POR ÓRGAOS COMPETENTES. - TESTE BIOLÓGICO: Diário • São testes preparados e padronizados com esporos bacterianos, colocados em tubos de polipropileno com tampa permeável ao vapor, comprovadamente resistentes ao método a que se propõe monitorar, contendo em torno de 106 UFC (unidades formadoras de colônias) por unidade de papel filtro. 21 • A cultura negativa destes tubos após ciclo de esterilização determina a eficiência do processo. • A ampola esterilizada deve ser colocada na incubadora apropriada, e no prazo entre 3 horas, 24 - 48hs, dependendo do teste a ser adquirido e da incubadora de leitura dos mesmos. Devemos observar se houve crescimento de algum microrganismo através da mudança de cor do conteúdo do teste (de arroxeado para amarelo, conforme o teste-piloto obrigatório). Fig. 33 Figura 33 - Indicador Químico Tipo V antes e depois de autoclavados Ampola sem esterilização com crescimento Ampola esterilizada sem crescimento Figura 34 - Testes biológicos 6. PROCESSAMENTO E FLUXO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE DE USO ODONTOLÓGICO Segundo a ANVISA ¹, o cuidado com o produto para a saúde começa durante o atendimento, quando mantemos todos os instrumentais limpos mesmo durante o cuidado ao paciente / cliente. A limpeza do material clínico e cirúrgico deve ser realizado após cada atendimento, portanto, não se deve levar o material sujo para o expurgo, pois isso dificulta o procedimento de limpeza, uma vez que a sujidade resseca e impregna o material. Todo o material utilizado deve ser levado coberto para a sala de expurgo, sendo considerado material contaminado e não mais estéril, pois já foi aberto no atendimento, mesmo que não tenha entrado em contato direto com o paciente/ cliente. Sob hipótese alguma o material já aberto deve ser reutilizado, sem que tenha passado devidamente pelo processo de limpeza e esterilização, mesmo que não tenha sido utilizado no paciente/ cliente. 23 Independentemente do processo a ser submetido, todo artigo deverá ser considerado como “contaminado”, sem levar em consideração o grau de sujidade presente. ¹, 23. O manuseio de artigos requer que cada procedimento seja realizado com o Equipamento de Proteção Individual (EPI) específico: avental impermeável, luvas grossas de punho longo, confeccionadas em borracha antiderrapante, sapatos fechados e impermeáveis, máscaras, gorro e óculos de proteção. ¹ Todo processamento de artigos deve ser centralizado, por motivos de custo, eficiência de operacionalização, facilidade de manutenção do padrão de qualidade e aumento do tempo de vida útil dos mesmos. 22 Lembre-se: Todo material a ser usado na clínica de odontologia da UNISA, deverá ser esterilizado nesse serviço. Não serão aceitos materiais trazidos já estéreis de outros serviços de esterilização. SEQUÊNCIA DO PROCESSAMENTO • Limpeza ou Descontaminação. • Lavagem e Enxágue. • Secagem. • Empacotamento com embalagem própria. • Selagem. • Esterilização. • Estocagem. 6.1. LIMPEZA OU DESCONTAMINAÇÃO A limpeza e/ou descontaminação de artigos NÃO DEVE ser realizada no mesmo lavatório para lavagem de mãos. 22 A limpeza de artigos poderá ser feita por qualquer das seguintes alternativas: • fricção mecânica com detergentes enzimáticos/desincrostantes auxiliada por escovas próprias para essa finalidade (padronizar pia ou recipiente para este fim). • máquina de limpeza com jatos de água quente e/ou detergente enzimático. • máquinas de ultrassom com detergentes enzimáticos/desincrostantes. O objetivo desta etapa é remover os resíduos orgânicos pelo contato com detergentes enzimáticos. Os detergentes enzimáticos podem identificar, dissolver e digerir sujeiras específicas, dispensando a limpeza mecânica destes instrumentos. Independente do processo (manual ou automático), a imersão em detergente enzimático deve ser realizada por período estipulado pelo fabricante do produto utilizado (em média 6-10 min). ¹ PROTOCOLO NA CLÍNICA • A limpeza PRÉVIA poderá ter início na bancada de atendimento da clínica de odontologia, ou ser realizada diretamente na área de expurgo do CME. • O profissional deverá contar com cuba plástica com tampa, com detergente enzimático já diluído: submergir os artigos no detergente enzimático logo após o seu uso, não esquecendo de monitorar o tempo de processo (6 minutos de submersão). Levar o material contaminado tampado. O detergente enzimático será disponibilizado pela Central de Materiais na clínica de odontologia, e já está diluído e pronto para o uso. Deve ser utilizado rigorosamente no tempo estipulado, evitando acumulo de proteínas e biofilme nos instrumentos. • Injetar a solução dentro dos lumens com uma seringa de 20ml no caso de materiais canulados. Reservar esse material em local adequado, longe da bancada de apoio dos materiais estéreis. Nesse período, deverá ser realizada a limpeza e troca dos acessórios e EPI do box de atendimento. Dirigir-se à área de expurgo, aonde será realizada a limpeza manual, com uso de escovas, nas cubas dessa área. • A limpeza MANUAL somente deve ser realizada na área do expurgo; não deve ser realizada no box de atendimento em nenhuma circunstância. 6.2. LAVAGEM E ENXÁGUE A lavagem manual ou mecânica deve ser realizada utilizando-se EPI(s) e escovas adequadas para a limpeza dos instrumentos. As luvas de borracha usadas nestes procedimentos deverão ser desinfetadas com hipoclorito de sódio 1% e guardadas em saco plástico ou recipiente plástico com tampa. No caso de lavadoras automáticas ou de ultrassom, os processos de imersão e lavagem serão realizados pelo equipamento. O material deverá ser colocado na lavadora e mergulhado
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