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– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: A biossegurança busca minimizar os riscos nos serviços terceirizados, para docentes, acadêmicos e profissionais da área. • Tratamento, manuseio, limpeza, descarte e acondicionamento. A biossegurança é um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação, produção de serviços, visando a saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados. (Penna et al., 2010) É o conjunto de procedimentos adaptados ao consultório odontológico com o objetivo de dar proteção e segurança ao paciente, ao dentista e a sua equipe. Para melhor entendimento, facilidade e diferenciação entre os diversos termos aqui empregados, associados às estruturas, meios e resultados que têm como objetivo orientar os estabelecimentos odontológicos, seja no sentido da autorização de funcionamento, ao uso e prática relacionada à biossegurança, apresentamos a seguir algumas definições: • Anti-sepsia: visa o controle de infecção a partir do uso de substâncias microbicidas ou microbiostáticas de uso de pele ou mucosa; → Essa anti-sepsia pode ser intra e extra-oral. • Assepsia: visa o controle de infecção a partir do uso de substâncias microbicidas ou microbiostáticas de uso em superfícies, equipamentos e instrumentos; • Artigos: são instrumentos de naturezas diversas, que podem ser veículos de contaminação: → Artigos críticos (tocam e penetram nos tecidos) – são aqueles que penetram através da pele e mucosa adjacente. Estão nesta categoria os materiais como agulhas, lãminas de bisturi, sondas exploradoras, sondas periodontais, materiais cirúrgicos e outros. Exigem esterilização ou uso único (descartáveis). → Artigos semi-críticos (tocam e não penetram nos tecidos) – são aqueles que entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras, como fotopolimerizador, condensadores de amálgama, espátulas de inserção de resinas, alicates de uso ortodôntico etc. Exigem desinfecção de alta atividade biocida ou esterilização. → Não-críticos: são destinados ao contato com a pele íntegra do paciente. Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível; • Artigos descartáveis: são aqueles que após o uso perdem suas características originais (exemplo: sugador de saliva); • Barreira: pode ser considerada como um bloqueio físico que deve existir nos locais de acesso à área onde seja exigida assepsia e somente se permita a entrada de pessoas com indumentária apropriada (paramentação) e/ou todo meio físico que possa ser utilizado como forma de impedir ou dificultar o carreamento de agentes patogênicos de um indivíduo para outro; • Limpeza: processo pelo qual são removidos materiais estranhos (matéria orgânica, sujidade) de superfícies e objetos; • Enxágue: processo efetuado com água corrente potável; • Secagem: é o processo com papel toalha, secadora de ar quente ou ar comprimido; • Desinfecção: é o processo físico ou químico, que destrói microorganismos presentes em objetos inanimados, mas não necessariamente os esporos bacterianos; • Esterilização: é o processo, físico ou químico, através do qual são destruídas todas as formas microbianas, inclusive os esporos bacterianos; • EPI: são equipamentos de proteção individual. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Transmissão de Doenças na Clínica Odontológica: Essa transmissão pode ocorrer de: 1. Paciente para equipe Odontológica: Os microorganismos da boca do paciente podem ser transmitidos para a equipe odontológica por meio das seguintes vias: ▪ Contato direto: toque com saliva ou sangue, infecção por gotículas/aerossol – olhos, nariz e boca; ▪ Contato indireto: tocando instrumentos e/ou superfícies contaminados/acidentes com material perfurocortante. 2. Equipe para paciente; 3. Paciente para paciente. Tipos de riscos ambientais: Penetração de microrganismos em contato com o homem, gerando doenças. • O controle é muito importante para a segurança de pacientes e equipe; • Formas de transmissão: ▪ Lesões infectadas; ▪ Material contaminado; ▪ Sangue, saliva e secreções; ▪ Inalação de micropartículas por suspensão. Moute, 2021. • Como prevenir? ▪ PGRSS (Plano de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde); ▪ EPI (Equipamento de Proteção Individual); ▪ Desinfecção e esterilização; ▪ Barreiras mecânicas; ▪ Imunizações. Moute, 2021. • Ruídos; • Radiação Ionizante (Raio-X); • Radiações não ionizantes (Fotopolimerizadores e Laser). • Como prevenir? ▪ Equipamentos em boas condições; ▪ Compressor fora da clínica; ▪ Utilização de biombos e aventais plumblíferos; ▪ Óculos especiais que protegem da luz do fotopolimerizador. Fini, MB 2020. Todos esses ítens acumulados, podem trazer como consequência no futuro, para alguns pacientes, o surgimento de doenças de pele, oculares e oncológicas. Indução de um câncer fatal por: ▪ Uma radiografia panorâmica = 1:1.000.000; ▪ Uma radiografia intra-oral = 1:10.000.000. • Mercúrio; • Materiais Odontológicos; • Detergente enzimático, ácido paracético, glutaraldeído; • Gases medicinais (óxido nitroso). Como prevenir? • EPI (s); • Amalgamadores de cápsulas; • Resíduos de amálgama -> recipientes fechados contendo água e -> coleta especial de resíduos contaminados; • Manutenção preventiva de equipamentos que manipulem produtos químicos. Sem postura -> afeta a aintegridade física e mental -> desconforto e doença. Como prevenir? • Postura adequada de trabalho; • Apreensão digital correta do instrumental; • Evitar movimentos repetitivos; • Realizar exercícios laborais entre as sessões; • Importância de equipe auxiliar. Geneva, 2020. Consequências: • Início: desconforto muscular; • Evolução: edemas e inflamações; – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Mais comuns: túneo do carpo; tendinite da cabeça longa do bíceps, tendinite do Supra-espinhoso e Epidondilite; Sabino e silva, 2020. Alongamentos para melhorar a ergonomia. Posições de trabalho do Cirurgião-Dentista. Acidentes ocupacionais: A lei nº 8.213/91 no art. 19 classifica como Acidentes do trabalho, {...} “todo acidente que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou pertubação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. Segundo a ANVISA, as principais causas do acidentes ocupacionais são: • Agulhas ou objetos perfuro-cortantes; • Contato prolongado com mucosa ou pele não-intacta; • Contato com áreas extensas cobertas com sangue, tecidos ou outros fluídos que possam estar contaminados. Fatores envolvidos: • Tipo de agente etiológico; • Volume de material envolvido; • Carga viral; • Forma de exposição; • Suscetibilidade do indivíduo. É importante realizar uma anamnese bem detalhada para extrair do paciente subsídios que apontem para doenças infecto- contagiosas, sempre observando o paciente como um todo. Tomar cuidado com a doença que não tem cara (pacientes aparentemente saudáveis, mas que possuem alguma doença séria). OBS: vírus da hepatite B, a probabilidade de infecção após exposição percutânea é significativamente maior do que aquela produzida pelo HIV, podendo chegar a 40%. Portanto, ela requer um cuidado significativo. Cuidados locais na área exposta (de acordo com a anvisa): • Lavagem rigorosa com água e sabão, em caso de exposição percutânea; • O uso de solução antisséptica degermante (PVP – iodo ou clorexidina) também pode ser recomendado; • Após exposição em mucosas, é recomendada a lavagem exaustivacom água ou solução fisiológica. Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e a utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído, são contraindicados. Notificaç.ão do acidente: A Lei n. 8.213/91 em seu art. 22, determina (...) A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite míinimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social (Redação pela Lei Complementar no 150, de 2015). – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Comunicação do Acidente de Trabalho: 1. Dados gerais do acidente; 2. Avaliação do acidente; 3. Dados do paciente; 4. Dados do profissional de saúde; 5. Aconselhamento; 6. Tratamento e acompanhamento do profissional de saúde em risco de adquirir qualquer infecção. Equipamento de proteção individual p/ atendimento odontológico: • Gorro; • Máscara; • Óculos de proteção; • Avental; • Luva (INMETRO CA); • Sapato (CA); • Protetor facial. Os equipamentos de proteção individual são: luvas, máscaras, gorros, óculos de proteção, aventais, sapatos fechados e o protetor facial. • Luvas – sempre que houver possibilidade contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou com áreas de pele não íntegra (ferimentos, escarros, feridas cirúrgicas e outros); ▪ Em procedimentos mais invasivos (raspagens, colocação de implante, cirurgias) é importante utilizar a luva cirúrgica. • Máscaras e óculos de proteção – durante a realização de procedimentos em que haja possibilidade de respingo de sangue e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos do profissional; • Gorro – o uso deste EPI evita a queda de cabelos nas áreas de procedimento, além de ser uma barreira mecânica contra a contaminação dos cabelos por secreções, por aerossóis e por produtos. O gorro deve ser preferencialmente do tipo descartável, deve cobrir todo o cabelo e as orelhas a ser trocado sempre que necessário ou a cada turno laboral; • Aventais – devem ser de mangas longas, gola padre, cobrir os joelhos do profissional e devem ser utilizados durante os procedimentos com possibilidade de contato com material biológico, inclusive em superfícies contaminadas. Podem ser descartáveis ou de tecido; • Sapatos fechados – proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante como centro cirúrgico ou situação de hemorragia. • Protetor facial – o uso deste EPI evita a exposição do profissional nas áreas de procedimento, além de ser uma barreira mecânica contra a contaminação dos olhos e face por secreções e aerossóis. Deve ser limpo sempre que necessário ou a cada turno laboral. Vacinas obrigatórias para alunos e colaboradores da área da saúde: OBS: a lavagem das mãos deve ser o primeiro passo, e esse é muito importante. É essencial retirar todos os acessórios das mãos (relógios, anéis, alianças). Os materiais odontológicos devem ser desinfetados com o detergente enzimático após o atendimento. Em seguida é feita a lavagem e a secagem dos utensílios, antes de ir para a esterilização. OBS: A desinfecção de moldes é muito importante também, pois nestes há contato com a saliva do paciente. Essa desinfecção deve ser feita com o hipoclorito de sódio. • Não fazer o reencapamento das agulhas-Instrumentos pérfuro-cortantes devem todos serem devidamento descartados – devem ser desprezadas juntamente com as seringas. → É proibido reencapá-las ou retirá-las manualmente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Esses instrumentos devem ser armazenados no Descarpark ou em um desintegrador de agulhas (que destrói a agulha); • Tomar cuidado também ao remover a lâmina de bisturi (procurar fazer movimentos para fora e com o instrumental direcionado para baixo, para evitar machucar alguém). – • Utilizar avental de cozinha por cima do jaleco para garantir uma proteção maior; • Utilizar luvas de borracha, que são mais grossas, para evitar algum contato com os instrumentos; • Utilizar: ▪ Gorro; ▪ Máscara; ▪ Óculos de proteção; ▪ Avental; ▪ Avental impermeável; ▪ Luva grossa; ▪ Sapato impermeável. Expurgo: • Pré-lavagem: é a etapa que antecede a lavagem (limpeza) e deve ser realizada com todos os artigos que serão reprocessados por meio de imersão de tais materiais em detergente enzimático durante 5 minutos. Esta imersão deve ser completa, de forma que todo o instrumental tenha total contato com a solução enzimática pelo período determinado. A imersão deve ser feita em recipiente plástico com tampa ou diretamente na cuba ultrassônica; • Lavagem: é a etapa mais importante nos processos de esterilização e desinfecção, já que resíduos de matéria orgânica – biofilme – visíveis ou não, podem esconder micro-organismos causadores de infecção no instrumental clínico e cirúrgico. O processo de limpeza remove o material orgânico acumulado, como sangue e saliva; • Secagem: é a etapa que não deve ser esquecida e faz parte do correto preparo dos artigos para posterior desinfecção ou esterilização. Deve ser realizada utilizando-se papel toalha de boa qualidade. Pode-se substituir o papel toalha pela compressa cirúrgica que deve ser reprocessada; OBS: para essa estapa da limpeza, escovas com cabos de plástico são essenciais. • Embalagem ou barreira: atualmente denominada como barreira, a embalagem é etapa essencial para garantia do sucesso no processo de esterilização. Embora exista no mercado odontológico uma gama enorme de materiais utilizados como barreira para esterilização, não se pode esquecer que a principal finalidade da embalagem para esterilização é garantir que o instrumental permaneça estéril até o momento de seu uso, funcionando como barreira; • Esterilização: é o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as formas de micro- organismos presentes, quer sejam eles vírus, bactérias, fungos, protozoários ou esporos, para um aceitável nível de segurança. Os métodos de esterilização são divididos em: físico, químico e físico/químico. Empacotamento: • Envelope autosselante para esterilização; • Deve-se dividir bem os materiais entre as caixas; • Proteger instrumentos cortantes com um pedaço de gaze; • Divisão: ▪ 01 caixa metálica com instrumentais de: → Dentística; → Periodontia; → Endodontia; → Cirurgia; → Odontoinfantil; → Diversos. ▪ 01 envelope grau cirúrgico com 01 bandeja com instrumental e material para isolamento absoluto; ▪ 01 envelope gray cirúrgico com 01 jogo de moldeiras.; ▪ 01 envelope grau cirúrgico com 01 conjunto de posicionador radiográfico autoclavável. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto OBS: aparelho de esterilização: autoclave. – • Limpar o equipo com álcool 70% e depois enrolar com o plástico filme; • Utilizar canudos na seringa tríplice e saquinhos plásticos nas canetas e sugador. Plano de gerenciamento de resíduos: • Descarte apropriado de resíduos, para evitar contaminação de solo e águas; • Se não for seguido, pode gerar problema ambiental e acidentes ocupacionais; • O processamento dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) é regulamentado pela resolução RDC n. 222, de 28 de março de 2018, que estabelece que todo gerador de Resíduos de Serviço de Saúde deve elaborar e executar um PGRSS (Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde), baseado nas características e classificação dos resíduos gerados, estabelecendo as diretrizes de manejo adequado dos mesmos. • Identificação e classificação dos resíduos: ▪ Grupo A – biológicos; ▪ Grupo B – químicos; ▪Grupo C – radioativos; ▪ Grupo D – comuns; ▪ Grupo E – perfuro cortantes. (Resolução RDC ANVISA n. 306/04). • Sangue, animais usados em experimentação, excreções, secreções e líquidos orgânicos, meios de cultura, tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas, resíduos de laboratórios de análises clínicas, resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria. • Também devem ser incluídos nesse grupo: algodões, sugadores, campos, barreiras, aventais, luvas, enfim, todo instrumental proveniente de procedimentos cirúrgicos ou clínicos; • Como descartar: Deve ser desprezado como resíduo hospitalar em saco branco, leitoso, com identificação internacional de resíduo infectante. • Drogas quimioterápicas, resíduos farmacêuticos, demais produtos considerados perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos), reveladores, anestésicos, fixadores, soluções desinfetantes e restos de amálgama; • Como descartar: Em recipientes plásticos e tratados antes de serem descartados no esgoto. • Enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia. • Resíduos comuns que não são enquadrdos nos outros grupos como embalagens, papel, papel toalha e lixo administrativo; • Como descartar: Deve ser dispensado em sacos pretos e ter recolhimento doméstico. • Agulhas, ampolas de vidro, lâminas de bisturi, espátulas, brocas e limas endodônticas; • Como descartar: Acondicionados em recipiente ríigido estanque, vedado e identificado pela simbologia de substância infectante e perfuro cortante. Este recipiente deve ser colocado lacrado dentro de outra embalagem plástica, branca leitosa, com símbolo de infectante. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto OBS: nunca deixar que essa caixa fique totalmente cheia. 1. Geração; 2. Segregação; 3. Acondicionamento; 4. Transporte; 5. Armazenamento; 6. Identificação; 7. Destinação ou tratamento final. Esse é o ciclo que os materias devem seguir. Fatores importantes: • Verificar se todos os profissionais que trabalham nos ambientes insalubres, de faxineira, auxiliares odontológicos, dentistas, técnicos em prótese dental até o pessoal administrativo estão com o calendário de vacinas em dia (dupla adulta, tríplice viral, febre amarela em área endêmica, gripe, e especialmete hepatite B). Dica especial: faça o teste Anti-HBs para verificar a imunidade contra o vírus da Hepatite B; • EPI – Equipamento de proteção individual disponível para toda equipe de trabalho em quantidade e qualidade adequada; • Protocolo em caso de acidentes pérfuro-cortantes envolvendo material biológico – quem e onde procurar atendimento, protocolo de como abordar o paciente para realização de exames; • Rotina para o cuidado com os resíduos gerados – lixo comum, resíduos mercuriais, resíduos químicos (revelação de radiografias) e resíduos infectantes. Conduta após um acidente: Cuidados com a área exposta: • Primeiro manter a calma, em seguida lavagem do local exposto com água e sabão nos casos de exposição percutânea ou cutânea; • Nas exposições de mucosas deve-se lavar exaustivamente com água ou solução salina fisiológica; • Não há evidência de que o uso de anti-sépticos ou a expressão do local do ferimento reduzam o risco de transmissão, entretanto, o uso de anti-séptico não é contra-indicado; • Não devem ser realizados procedimentos que aumentem a área exposta, tais como cortes e injeções locais. A utilização de soluções irritantes (éter, glutaraldeído, hipoclorito de sódio) também está contra-indicada. • Estabelecer o material biológico envolvido: sangue, fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural, peritoneal, pericárdico e amniótico), fluidos orgânicos potencialmente não infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e saliva), exceto se contaminado com sangue; • Tipo de acidente: perfuro cortante, contato com mucosa, contato com pele com solução de continuidade; • Conhecimento da fonte: 1. Fonte comprovadamente infectada; 2. Fonte exposta à situação de risco; 3. Fonte desconhecida, material biológico sem origem estabelecida. Com relação ao risco do acidente: • Não dispensar o paciente-fonte, que deverá acompanhar o acidentado à Unidade de Referência do Hospital Giselda Trigueiro (no caso do Rio Grande do Norte), no espaço de duas horas, preferencialmente, ou até 72 horas após o ocorrido; • Possível uso de quimioprofilaxia; • Consentimento para realização de exames sorológicos; • Comprometer o acidentado com seu acompanhamento durante seis meses; • Prevenção de transmissão secundária; • Suporte emocional devido ao estresse pós-acidente; • Orientar o acidentado a relatar de imediato os seguintes sintomas: linfoadenopatia, rash, dor de garganta, sintomas de gripe (sugestivos de soro-conversão aguda); – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Reforçar a prática de biossegurança e precauções básicas em serviço. Medidas específicas de Quimioprofilaxia:´ Embora não seja da competência do Cirurgião-Dentista, a indicação da quimioprofilaxia para os casos de exposição acidental e material biológico, prescinde da sua competência. Os critérios de gravidade do risco à exposição são avaliados por: 1. Volume de sangue; 2. Lesão profunda provocada por pérfuro-cortantes; 3. Presença de sangue visível no dispositivo invasivo; 4. Acidentes com agulhas ou dispositivos invasivos que foram previamente utilizados em veias ou artérias; 5. Acidentes com agulhas de grosso calibre; 6. Acidentes com pacientes fontes em estágios avançados da doença. Quando indicada, a quimioprofilaxia deverá ser feita o mais rápido possível, dentro de uma ou duas horas após o acidente. A duração da quimioprofilaxia é de quatro semanas. Notificação do acidente: • Registro do acidente no Livro para registro de acidentes com perfuro cortantes que deve estar disponível em cada laboratório/clínica; • Preenchimento da ficha de notificaçãp do Sistema de Notificação de Agravos de Notificação – Sinan (Portaria n. 777) (BRASIL, 2004ª). Referências: Aula teórica de Cirurgia Maxilo-Facial. Faculdade Maurício de Nassau, Professor Fernando Pinto, Odontologia, 2021.
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