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Organização do Trabalho Docente Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª M.ª Kethlen Leite de Moura Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Planejamento e Prática Docente I Planejamento e Prática Docente I • Refletir sobre a importância do planejamento da prática docente no processo de ensino- -aprendizagem. OBJETIVO DE APRENDIZADO • Planejamento e Prática Docente I. UNIDADE Planejamento e Prática Docente I Planejamento e Prática Docente I Os nossos estudos permeiam as questões que envolvem a prática docente e o plane- jamento. A partir do momento em que nos tornamos professores, passamos a planejar as nossas ações, e para isso elaboramos um planejamento. Com a experiência docente, as reflexões e preparações de atividades fazem com que o docente passe a pesquisar mais sobre as suas práticas em sala de aula, e essa ação refletirá nas atividades que professor e aluno desenvolverão juntos. É por isso que o planejamento existe. Mas, será que deve ficar somente no mundo das ideias? O planejamento precisa ser registrado? Qual é o papel da direção e/ou equipe pedagógica da escola para fazer com que o planejamento se efetive? Será que o professor precisa estabelecer linhas gerais que delimitem as suas ações em sala de aula? Estes questionamentos contribuirão com os nossos estudos à medida que formos de- senvolvendo o conteúdo, isto porque as perguntas é que devem mover a prática docente. Figura 1 – Planejando a prática docente Fonte: Freepik Para Thomazi e Asinelli (2009) o planejar deve ultrapassar o planejamento propria- mente dito, já que implica nas relações de poder que se constituem dentro da escola e que, querendo ou não, envolvem os atores dessa instituição. Ademais, o planejamento refletirá e interferirá nas relações que ocorrem na escola e sala de aula, e essa interferên- cia chegará aos alunos, às famílias, aos professores, diretores e pedagogos. Assim, é necessário que o planejamento seja estruturado e que esteja de acordo com o contexto e cotidiano escolar, afinal, sabemos que a escola não é um local rígido e inflexível. É por isso que o planejamento vem para organizar e sistematizar o trabalho pedagógico, evitando, assim, que o processo de ensino seja uma improvisação. O fato é que o planejamento tem intencionalidade, de modo que para compreender- mos essa perspectiva trazemos o que Padilha (2001, p. 63) diz a respeito: 8 Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Sublinhado Marcos Sublinhado 9 Lembramos que realizar planos e planejamentos educacionais e escolares significa exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de caráter político e ideológico e isento de neutralidade. Planejar, em sentido amplo, é um processo que visa dar respostas a um problema, através do estabe- lecimento de fins e meios que apontem para a sua superação, para atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro, mas sem desconsiderar as condições do presente e as experiências do passado, levando-se em conta os contextos e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e de com quem se planeja. Percebe-se que o planejamento envolve diversos contextos que visam contribuir com a prática docente, sendo a melhor forma de aplicar o que está estabelecido no currículo da escola. Assista ao vídeo do programa Papo de Professor, que traz o seguinte tema: Como fazer um bom planejamento escolar? A professora Maria Claudia Junqueira apresenta os pontos fundamentais para a elaboração de um bom planejamento. Disponível em: https://youtu.be/rIuqayi8R1s É por meio do planejamento que nós, profissionais da educação, colocamos em práti- ca o currículo da escola que está proposto no projeto político-pedagógico da instituição. Neste momento convém explicar o que é o currículo, afinal, é uma das “vértebras” que sustentam a educação. Para Forquin (1989, p. 213), o currículo tem diversos usos, já que possui grandeza semântica; logo, podemos definir currículo como: Percurso educacional, um conjunto de experiências de aprendizagens efe- tuadas por qualquer um sob o controle de uma instituição formal ao curso de um dado período. Por extensão, a noção designará menos um percurso efetivamente cumprido que um percurso prescrito por uma instituição es- colar, quer dizer um programa, ou um conjunto de programas de aprendi- zagem organizadas em curso. Essa contribuição demonstra o quanto o currículo é importante para o trabalho peda- gógico docente, já que nos permite identificar como será o planejamento do professor, pois o saber escolar está assentado nesse processo de transmissão do conhecimento por meio do currículo. Acesse o portal do Instituto Ayrton Senna e leia a reportagem que trata da importância do currículo no ambiente educacional. A matéria, traz as possibilidades de se definir o currículo escolar e selecionar as melhores maneiras de formar o cidadão do futuro. Disponível em: https://bit.ly/3sybaOV Outra questão que envolve a prática docente e o planejamento diz respeito às etapas que orientam a construção do planejamento, isso porque a questão do planejamento está ligada à educação e concepção de ensino-aprendizagem. 9 Marcos Sublinhado Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Sublinhado Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce UNIDADE Planejamento e Prática Docente I Logo, quando um professor assume uma disciplina, tem a necessidade de delimitar as suas ações, ou seja, tomar uma série de decisões que estejam relacionadas à sua visão de educação. Por isso, a partir do momento em que passa a elaborar o planejamento, o docente tomará decisões que envolvem o que o aluno aprenderá em cada bimestre e como fará com que os conteúdos se articulem. Para Castro, Tucunduva e Arns (2008) o planejamento escolar precisa ser concebido em três etapas: preparação, acompanhamento e aperfeiçoamento. Estes três princípios, que são intrínsecos, precisam aparecer ao longo do planejamento a ser apresentado, tanto de forma escrita, quanto nas ações referentes ao planejamento em si. A partir da elaboração do planejamento, o professor precisará deixar claro quais va- lores, atitudes, habilidades, competências e conhecimentos os alunos desenvolverão ao longo do ano letivo, o que tem grande peso na elaboração do plano da disciplina, bem como nos planos de aula. Aprimoramento Envolve a avaliaçãodo alcance das competências e dos objetivos propstos na fase de preparação. A partir desta avaliação (na pior das hipóteses semestral) procede-se aos ajustes que se �zerem necessárias para a concretização das competências e dos objetivos. Deve-se acompanhar a ação educativa do professor e o aprendizado do aluno. Alicerçamento do programa da disciplina, o qual deve cumprir no todo ou em parte a ementa. Nesta fase se estabelece as competências e os objetivos do curso e à previsão de todos os procedimentos para garantir a concretização das competências. Planejamento Preparação Signi�ca Signi�ca Signi�ca Acompanhamento Figura 2 – Mapa Conceitual Fonte: Adaptado de PEIXOTO; ARAÚJO, 2012 Este mapa conceitual busca organizar as três etapas relatadas, de modo que tal orga- nização é para que você, estudante, consiga compreender como estão relacionadas e o que cada uma significa para o processo de planejamento. Possibilita-nos ver o quanto o planejamento é influenciado por diversos acontecimentos intrínsecos à escola. Assim, a formação pedagógica para os docentes é tão importante, pois acaba con- tribuindo para o processo de ensino-aprendizagem de maneira mais efetiva, além de se comprometer com a formação integral do aluno, não pensando em sua formação volta- da apenas ao mercado de trabalho. Por isso o papel do educador é tão importante, dado que a sua função não é apenas a de ensinar,mas principalmente a de levar o educando a aprender por meio de condições que façam com que o aluno adquira conhecimento. Para que as ações pedagógicas do planejamento se concretizem, é essencial que o professor elabore o plano de aula. Trata-se da “bússola” que direcionará o trabalho docente e tornará as ações do professor facilitadoras para o processo de ensino-apren- dizagem, dado que o plano de aula já busca prever as expectativas dos alunos, as dificul- dades, os interesses e a catarse. 10 Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce 11 Figura 3 – Ideais do planejamento docente Fonte: Getty Images Logo, o planejamento tem a sua constituinte essencial, pois o ensino precisa que o planejamento exista para que a organização, seleção e explicação de conteúdos passem a fazer sentido para os educandos e para que o resultado seja a aprendizagem. É no pla- nejamento que nós, docentes, estabeleceremos os objetivos da disciplina, métodos que desenvolveremos o conteúdo e a maneira como avaliaremos o processo. Portanto, no que tange à aprendizagem, sabemos que as atividades a serem aplicadas aos alunos pre- cisam ter a função de assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades. De acordo com Libâneo (1990), esse processo visa, na verdade, realizar a mediação dos objetivos estipulados previamente, de maneira que os conteúdos e métodos possam ser sintetizados na aula e ação didáti ca do professor. Leia a reportagem “Como aprendi a fazer Planos de Aula”. Esse instrumento, segundo a Revista Nova Escola, traz prática e reflexão, o que resultará em um plano de aula perfeito. Disponível em: https://bit.ly/2M2bJQa Segundo Silva (2007), para que o professor desenvolva um planejamento coerente, precisará contemplar os interesses dos alunos sobre determinados conteúdos, além de propor a resolução de problemas para que os estudantes pesquisem e se direcionem pela pergunta norteadora. Portanto, o processo de ensino precisa permitir a interação de ideias entre alunos e professores como forma do desenvolvimento de ensino-aprendizagem. É justamente por isso que, em seu planejamento, o professor precisa estabelecer objetivos mais amplos, que alcancem as delimitações da disciplina. Para que os objetivos sejam coerentes com a proposta disciplinar, é necessário que os docentes selecionem verbos de ação. O verbo é essencial no processo de construção do planejamento, pois é a partir da palavra escolhida que haverá a possibilidade de de- senvolver o conteúdo previamente organizado. Um exemplo disto é: se em determinado 11 Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce UNIDADE Planejamento e Prática Docente I momento do planejamento o professor apresentar que o aluno deverá resumir o tópico proposto, provavelmente o verbo a ser escolhido para desenvolver o objetivo cognitivo envolvido, seguindo a taxonomia de Bloom, é sintetizar. Já em outro momento, o pro- fessor solicita ao aluno que este relacione os fenômenos que envolvem a disciplina e o mundo, logo, o objetivo que deve ser utilizado é valorizar. Consegue perceber a impor- tância dos objetivos nas ações cognitivas? Você Sabia? Que a aprendizagem por projetos está relacionada às metodologias ativas? É uma abordagem pedagógica que busca enfatizar atividades que foquem no desenvolvimento de habilidades e competências. Para saber mais a respeito, leia o texto Metodologias Ativas: O que é Aprendizagem Baseada em Projeto do portal Hoper. Disponível em: https://bit.ly/2KqA5CZ Para Teixeira (2005) os objetivos a serem elencados para o desenvolvimento do pla- nejamento, principalmente no que tange às ações a serem desenvolvidas em sala de aula, devem ser claros e compreensíveis nos termos que são empregados. Assim, veja- mos o seguinte Quadro, com alguns verbos que podem ser utilizados na especificação de objetivos a serem desenvolvidos em um planejamento docente: Quadro 1 – Verbos utilizados nos objetivos do planejamento docente Palavras passíveis de várias interpretações • Saber; • Compreender; • Realmente compreender; • Avaliar; • Avaliar completamente; • Perceber o significado de; • Desfrutar; • Acreditar; • Ter fé em. Palavras passíveis de poucas interpretações • Escrever; • Expressar; • Identificar; • Diferenciar; • Resolver; • Construir; • Relacionar; • Comparar; • Contrastar. Fonte: Adaptado de TEIXEIRA, 2005 Nesse processo é importante deixar claro que o objetivo precisa ter informações que contribuirão à materialização da aula. A partir do momento em que algumas informações são omitidas, o professor passa a ter dificuldades para ensinar. Neste sentido, três são as especificações que indicam as relações entre o verbo e a ação: 12 Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce 13 • Desempenho ou comportamento; • Condições em que o aprendizado será observado; • Padrões a serem alcançados. A partir disso há a seguinte Tabela, que contribui para que os objetivos afetivos a serem desenvolvidos se associem a verbos de ação, vejamos: Tabela 1 – Relação dos objetivos afetivos aos verbos de ação Classe Verbos de Ação Associados Receber Ouvir Atender Preferir Aceitar Receber Perceber Estar consciente Favorecer Selecionar Responder Especificar Responder Completar Selecionar Listar Escrever Gravar Desenvolver Derivar Valorizar Aceitar Reconhecer Participar Incrementar Desenvolver Realizar Indicar Decidir Influenciar Organizar Organizar Julgar Relacionar Encontrar Determinar Correlacionar Associar Formar Selecionar Caracterizar Revisar Modificar Enfrentar Aceitar Julgar Desenvolver Demonstrar Identificar Decidir Fonte: Adaptado de TEIXEIRA, 2005 Agora vejamos os objetivos cognitivos e verbos de ação associados que têm diferentes domínios de compreensão: Tabela 2 – Objetivos cognitivos e verbos de ação Classe Verbos de Ação Associados Conhecimento Definir, declarar, listar, nomear, escrever, relembrar, reconhecer, rotular, sublinhar, selecionar, reproduzir, medir. Compreensão Identificar, justificar, selecionar, indicar, ilustrar, representar, nomear, for-mular, explicar, julgar, contrastar, classificar. Aplicação Predizer, selecionar, avaliar, explicar, escolher, encontrar, mostrar, de-monstrar, construir, computar, usar, desempenhar. Análise Analisar, identificar, concluir, diferenciar, selecionar, separar, comparar, contrastar, justificar, resolver, separar, criticar. Síntese Combinar, repetir, sumarizar, sintetizar, arguir, discutir, organizar, derivar, selecionar, relacionar, generalizar, concluir. Avaliação Julgar, avaliar, determinar, reconhecer, suportar, defender, atacar, criticar, identificar, evitar, selecionar, escolher. Fonte: Adaptado de TEIXEIRA, 2005 Para a utilização dos verbos apresentados, o professor precisa ter conhecimento de que os conteúdos a serem ensinados são conhecimentos sistematizados e selecionados da base científica, advindos da experiência social da humanidade e organizados para que possam ser ensinados na escola. 13 Marcos Realce UNIDADE Planejamento e Prática Docente I A jornada para a construção do planejamento é uma atitude importante, pois acaba mostrando a relevância de se investir no saber disciplinar, em que a transmissão de co- nhecimentos a ser realizada pelo professor deverá ser definida com primazia. É a partir daí que surge a importância da competência a ser desenvolvida, para que o docente possa escolher os verbosa serem utilizados para atingir objetivos já determinados, ou seja, é preciso estabelecer um processo de apreensão e construção do conhecimento. De acordo com Anastasiou (1998), os programas de aprendizagem, ou de aprendi- zagem por meio de projetos, têm a responsabilidade de conquistar o conhecimento, a partir do momento em que se adota processos de parceria e colaboração no desenvolvi- mento dos conteúdos a serem ministrados. Nesse processo de aprendizagem, a relação entre a apreensão e o tipo de projeto a ser trabalhado em sala de aula deve deter os princípios dos conteúdos para que, assim, haja aprendizagem significativa. Logo, a aprendizagem deve seguir quatro princípios que estão dispostos no seguinte infográfico: Os Quatro Princípios da Aprendizagem • Conteúdos factuais: são conhecimentos de fatos, acontecimentos, situações e fenômenos concretos, em que a aprendizagem é verificada de maneira literal; • Conteúdos procedimentais: são ações ordenadas e que visam a um determi- nado fim, incluindo técnicas, métodos, destrezas e habilidades; • Conteúdos atitudinais: podem ser agrupados em valores, atitudes e normas; • Aprendizagem de conceitos: neste momento é necessário possibilitar a ela- boração e construção pessoal a respeito das interpretações de novas situações (ZABALA, 1998). Portanto, a construção do conhecimento é um movimento dialético e operacional, em que as atividades desenvolvidas pelos alunos precisam ter predominância percep- tiva e reflexiva. Por isso, os princípios da aprendizagem são essenciais para serem adquiridos pelo docente, a fim de que tenha conhecimento do que e como ensinar os seus alunos. A prática docente que garanta o processo de aprendizagem que seja sucesso só será possível ser desenvolvida a partir do estudo de textos, vídeos, pesquisas, debates em grupos, seminários, exercícios, entre outras formas. Tais metodologias possibilitam a constituição do conhecimento e visam superar a visão caótica do saber. Vejamos as possíveis estratégias que podem ser aplicadas no processo de aprendizagem: 14 15 Quadro 2 – Objetivos e estratégias no processo de aprendizagem Conhecimento do grupo: • Aquecimento de um grupo; • Desbloqueio; • Manifestação de expectativas. • Apresentação simples; • Apresentação cruzada em duplas; • Complementação de frases; • Desenhos em grupo; • Deslocamentos físicos pela sala ou fora desta; • Tempestade cerebral. Aquisição de conhecimentos • Leitura de textos; • Leitura com roteiro de questões; • Material de instrução programada; • Excursão; • Aulas expositivas dialogadas; • Visitas técnicas; • Estudo de caso. Desenvolvimento de habilidades • Dramatização, desempenho de papéis; • Atividades em grupos; • Grupo de observação; • Painel integrado; • Pequenos grupos para formular questões; • Grupos de oposição; • Aulas práticas. Desenvolvimento de atitudes • Debate em pequenos grupos; • Estudo de caso; • Relatórios com opiniões fundamentais; • Estágios; • Excursões; • Dramatização. Confronto com a realidade • Estágios; • Excursões; • Pesquisa de opinião; • Estudo de caso; • Estudo do meio. Desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipe • Pequenos grupos com uma só tarefa; • Pequenos grupos com tarefas diferentes; • Painel integrado; • Diálogos sucessivos. Iniciativa na busca de informações • Projeto de pesquisa; • Estudo do meio; • Estudo de caso. Fonte: Adaptado de PEIXOTO; ARAÚJO, 2012, p. 9 Assim, quando pensamos em atividades ou avaliações baseadas em projetos, preci- samos, enquanto docentes, definir as orientações e atividades que os alunos desenvol- verão; logo, a escolha de estratégias que permitam esse momento de construção do conhecimento é imprescindível: A primeira é a significação, que visa estabelecer vínculos com o conteúdo a ser minis- trado, além de associar à prática social do aluno. Nessa proposta de atividades baseadas 15 Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce UNIDADE Planejamento e Prática Docente I em projetos, as tarefas precisam ser significativas e vinculadas às relações existentes entre as necessidades dos alunos e as finalidades da disciplina. Já a segunda é a problematização, em que o professor deve apresentar os conceitos e a origem para o desenvolvimento de determinado projeto. Por isso, para Anastasiou (1998) a essência pedagógica precisa ser mediada pelo conhecimento docente. Esse professor necessita construir ações que sejam inovadoras e que mobilizem o comprometimento dos alunos com o conhecimento a ser transmitido. Portanto, é imprescindível que o professor desenvolva princípios racionais em seus alunos, para que estes possam compreender os conceitos básicos sobre o assunto trabalhado. Além de acompanhar o processo de aprendizagem, o professor precisa dar feedback aos seus educandos, o que ocorre por meio da avaliação, que deve ser compreendida como um processo que visa corrigir as possíveis distorções que ocorreram no ensino-aprendizagem. Tabela 3 – A Avaliação e as suas Técnicas O que avaliar Técnicas avaliativas Objetivos cognitivos • Prova discursiva ou dissertativa; • Prova de testes; • Entrevista; • Prova com questões de lacunas; • Exercícios com questões do tipo verdadeiro/falso; • Prova com consulta; • Trabalhos e pesquisas; • Soluções de casos. Objetivos de habilidades • Observação com roteiro e registro; • Provas práticas; • Relatórios. Objetivos de atitudes • Solução de caso; • Observação; • Entrevista; • Dissertação. Objetivos de um programa • Pré/pós-testes; • Indicadores de aproveitamento; • Questionários; • Debates. Objetivos de um curso • Debates; • Observação; • Questionários; • Entrevistas. Desempenho docente • Debates com alunos; • Questionários; • Indicadores de aproveitamento; • Observação por escrito. Fonte: Adaptado de SILVA, 2007, p. 87 Acesse o texto “Pedagogia de Projetos: Contribuições para Uma Educação Transfor- madora” do portal Pedagogia e tenha maior compreensão sobre a pedagogia de projetos. Disponível em: https://bit.ly/38THdku 16 Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce Marcos Realce 17 Assim, a aprendizagem baseada em projetos torna-se um modelo inovador de ensino- -aprendizagem, já que esse processo envolve não somente os professores, mas princi- palmente os alunos, que atuam em atividades de pesquisa para solucionar problemas, construindo o seu conhecimento de forma autônoma. As características que definem a aprendizagem baseada em projetos incluem: conteúdo, condições, atividades e resul- tados. No Quadro a seguir sintetizamos o processo em tópicos para que você consiga ter melhor visualização do processo: Quadro 3 – Relação entre conteúdo, atividades, condições e resultados Conteúdo • Problemas apresentados em sua complexidade; • Os alunos procuram estabelecer relações de interdisciplinaridade; • Os alunos se deparam com a complexidade; • Questões que norteiam o mundo real com que os alunos se preocupam. Atividades Os alunos: • Precisam desenvolver trabalhos de pesquisa; • Deparam-se com obstáculos e visam transpô-los; • Buscam estabelecer relações entre ideais e competências; • Utilizam materiais autênticos; • Recebem feedbacks de suas ações. Condições Os alunos: • Integram-se a um grupo de pesquisa; • São chamados para compreender a gestão de tarefas que serão de- senvolvidas pelo grupo; • Conduzem o seu próprio trabalho; • Passam a valorizar o trabalho profissional do professor. Resultados Os alunos: • Passam a gerar produtos intelectuais condizentes com a sua formação; • Participam ativamente do processo de avaliação; • Demonstram as suas competências; • Mostram o seu processo de desenvolvimento. Fonte: Adaptado de BRASIL, 2012 Tanto o ato de planejar quanto às atividades baseadas em projetos são ações orgâni- cas, que estão presentes em nossas vidas profissionais e pessoais. Por isso o professor precisa levar em consideração a realidade em que o aluno está inserido,permitindo que o educando tenha maior proximidade com as atividades e o conteúdo a ser ministrado. 17 UNIDADE Planejamento e Prática Docente I Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Planejamento: Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político-pedagógico VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto políti- co-pedagógico. São Paulo: Libertad, v. 1, 2000. Tratam-se de textos que auxiliam a compreender questões que envolvem o planejamento na prática docente. Ao longo deste livro, o autor enfatiza a importância do planejamento e como contribui de fato para a organização do trabalho docente no âmbito escolar e na sala de aula. Planejamento como Prática Educativa GANDIN, D. Planejamento como prática educativa. Edições Loyola, 1988. O livro apresenta o contexto da educação no século XX. A intenção do autor com esse prenúncio é trazer reflexões para que o docente consiga impulsionar a sua prática ao longo de sua trajetória tanto acadêmica quanto profissional. Vídeos Gestão da Sala de Aula O vídeo traz dizeres do professor doutor Celso Vasconcellos em forma de conversa e re- flexões, principalmente porque propõe questionamentos que ajudam a pensar sobre a in- teração entre o professor, a escola e o aluno. Ressalta que o professor é o mediador do conhecimento no espaço da sala de aula, sendo que as suas ações são fundamentais para possibilitar o processo de ensino-aprendizagem. https://youtu.be/0E3GtWyDdjE Entrevista com o Professor Celso Vasconcellos Entrevista apresentada de maneira a suscitar reflexões sobre a importância da afetividade na prática docente, tendo em vista que a atividade exercida pelo professor é algo humano, sendo que a todo momento está envolvido com o processo de aprendizagem de sujeitos que estão a receber todo o conhecimento científico. https://youtu.be/Uo-0QQ1kBD8 18 19 Referências ANASTASIOU, L. G. C. Metodologia do Ensino Superior: da prática docente a uma possível teoria pedagógica. Curitiba, PR: IBPEX, 1998. BEHRENS, M. A. Aprendizagem por projetos e os contratos didáticos. Revista Diálogo Educacional, v. 2, n. 3, p. 77-96, jan./jun. 2001. CASTRO, P. A. P. P. de; TUCUNDUVA, C. C.; ARNS, E. M. A importância do plane- jamento das aulas para organização do trabalho do professor em sua prática docente. Revista Científica de Educação, Rio de Janeiro, v. 10, n. 10, p. 49-62, 2008. DUARTE, N. As pedagogias do aprender a aprender e algumas ilusões da assim chamada sociedade do conhecimento. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 18, p. 35-40, 2001. FORQUIN, J. C. Ecole et culture. Le point de vue des sociologues britanniques. Bruxelles: De Boeck Université, 1989. LIBÂNEO, J. C. Fundamentos práticos e teóricos do trabalho docente: um estudo introdutório sobre pedagogia e didática. 1990. Tese (Doutorado em Educação) – Ponti- fícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1990. PADILHA, P. R. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógi- co da escola. São Paulo: Cortez, 2001. SILVA, D. Didática: formação pedagógica em Biologia. Maceió, AL: Cesmac, 2007. TEIXEIRA, G. Planejamento educacional e planejamento do ensino. 2005. Disponí- vel em: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAABRNAAF/didatica-planejamento- -educacional-planejamento-ensino>. Acesso em: 14/05/2019. THOMAZI, A. R. G.; ASINELLI, T. M. T. Prática docente: considerações sobre o pla- nejamento das atividades pedagógicas. Educar, Curitiba, PR, n. 35, p. 181-195, 2009. ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre, RS: Artmed, 1998. 19
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