Buscar

Síndrome Cólica

Prévia do material em texto

@veteriris 
Síndrome Cólica 
 
Por que equinos tem cólica? 
- Equinos são herbívoros 
- Monogástricos- evoluíram para se alimentar de pastagens! 
- Na natureza, comem o capim fresco, vai selecionando qual capim está 
mais palatável, comendo aos poucos, se locomovendo. 
- Com a domesticação, começaram as técnicas de confinamento em 
piquetes, fazendo com que o animal não selecionasse mais os alimentos, 
se alimentando de feno, em grande quantidade de uma única vez, sem 
se locomover e sem selecionar; 
- Feno: baixa quantidade de água 
---- Uma das principais causas para as cólicas! 
 
ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO EQUINO: 
 BOCA: primeira parte do canal alimentar. Longa cavidade cilíndrica que, quando 
fechada, está quase totalmente preenchida pelas estruturas nela contidas. Temos 
lábios, bochechas, gengivas, palato duro (céu da boca), assoalho da boca, língua, 
dentes e glândulas salivares (parótida, sublingual e mandibular). Na seqüência temos o 
palato mole e a faringe, comum também ao aparelho respiratório. Nela encontra-se a 
glote que coordena a passagem dos alimentos para o esôfago durante a deglutição, 
evitando que eles tenham acesso à traquéia e pulmões. O esôfago vem logo a seguir e 
é um tubo músculo membranoso de aproximadamente 125 a 150 cm de comprimento, 
que se estende da faringe até o estômago. 
 
ESTÔMAGO: é uma grande dilatação do canal alimentar, um saco com formato de um 
1 fortemente encurvado. Nos eqüinos. é relativamente pequeno, com capacidade 
variando de 8 a 15 litros e sua entrada (cárdia é muito próxima e quase paralela à saída 
pelo duodeno (piloro). 
 
INTESTINO DELGADO: é um tubo que liga o estômago com o intestino grosso. Inicia-se 
no piloro e termina na curvatura menor do ceco. Seu comprimento médio é de 22 
metros e sua capacidade de 40 a 50 litros. E claramente divisível em uma parte fixa, 
denominada DUODENO e em uma parte livre na cavidade abdominal, chamada 
mesentérica. que é convencionalmente dividida em JEJUNO e ÍLEO pois não existe 
@veteriris 
ponto evidente de demarcação entre essas partes. 
 
INTESTINO GROSSO: estende-se da terminação do íleo até o ânus. Seu comprimento 
varia de 7,5 a 8,0 metros, difere do intestino delgado por seu maior tamanho, por ser 
saculado em sua maior parte e possuir faixas longitudinais. É dividido em ceco, cólon 
maior, cólon menor e reto. 
 
CECO: é um grande fundo de saco intercalado entre o intestino delgado e o cólon. Seu 
comprimento médio é de 1,25 m e sua capacidade é de 25 a 30 litros. É curvo como 
uma vírgula e suas extremidades são cegas. 
 
CÓLON MAIOR (ASCENDENTE): tem de 3 a 3.7 metros de comprimento, seu diâmetro 
médio é de 0 a 25 centímetros e sua capacidade mais do que o dobro da do ceco. O 
cólon transverso é a porção constrita entre os cólons maior e menor. 
CÓLON MENOR OU DESCENDENTE: tem 3,5 m de comprimento e um pequeno 
diâmetro de 7,5 a 10 centímetros. Na cavidade abdominal, suas alças estão misturadas 
com as do intestino delgado, das quais são facilmente distinguíveis pelas tênias (faixas) 
e saculações, onde as fezes adquirem a forma de síbalas (bolinhas). 
 
RETO: é a parte terminal do intestino e seu comprimento é de aproximadamente 30 
centímetros. O ânus é a parte terminal do canal alimentar, seu lúmen, o canal anal, é 
fechado pela contração dos músculos de seu esfíncter. 
 
Temos ainda as importantes glândulas digestivas como o pâncreas e o fígado. O 
PÂNCREAS secreta quase todas as enzimas necessárias para a degradação das 
substâncias alimentares. Já o FÍGADO é a maior glândula do corpo e pode pesar. em 
grandes cavalos, até 10 quilos. Cavalos não possuem vesícula biliar. 
 
 
DIGESTÃO: 
- Pode ocorrer por ação enzimática (suco gástrico) 
- Ou por ação dos MO’s presentes no IG (cólon e ceco) – FERMENTATIVA 
 
➢ Se inicia com a introdução dos alimentos na cavidade oral. Com exceção dos 
alimentos que podem ser prontamente engolidos e de líquidos, as partículas de 
alimento logo após a ingestão, são esfregadas com o auxílio da língua contra a 
face de atrito dos dentes posteriores, e logo se inicia o processo de mastigação. 
Ele tem por finalidade reduzir o tamanho dos componentes da alimentação e 
misturá-los com a saliva. Alimentos ricos em água requerem menos 
movimentos mastigatórios e, portanto, menor tempo do que alimentos secos. 
Para mastigar um quilo de feno, um cavalo necessita em média de meia hora. 
 
 
@veteriris 
➢ No cavalo, são produzidos em média 40 litros de saliva por dia, a maior parte 
provém das glândulas parótidas. Para mastigar e engolir um alimento seco 
(feno), o cavalo necessita de uma quantidade de saliva quatro vezes maior que 
o volume de alimentos. A saliva tem pH alcalino, no cavalo é de 7,56 (7,31 a 
7,80). A concentração de potássio na saliva é maior que a de sódio e o 
bicarbonato de cálcio pode formar tártaro dentário. 
 
 
➢ Para desencadear a secreção da saliva, atuam quase que exclusivamente 
estímulos mecânicos que ocorrem graças ao contato do alimento com a 
mucosa oral durante a mastigação. Quanto mais seco e rico em fibras for o 
alimento, maior o tempo gasto com a mastigação e maior a quantidade de 
saliva necessária. A saliva, graças ao seu alto teor hídrico, tem basicamente 
uma função mecânica. O animal pode transformar um alimento, em geral seco, 
em algo facilmente deglutível, além de estimular também a secreção do suco 
gástrico (estômago). 
 
 
➢ Em potros amamentados, a participação do estômago na capacidade digestiva 
é significativamente maior do que nos cavalos adultos. No estômago ocorre a 
degradação das proteínas pelas enzimas chamadas pepsinas. Há também 
quebra do amido, mas não há degradação de celulose. 
 
➢ No cavalo alimentado duas vezes ao dia, o estômago nunca chega a ficar sem 
alimentos. Apenas 24 horas após a última refeição é que ele se esvazia 
completamente. O cavalo não vomita e, portanto, não consegue se livrar de 
um enchimento gástrico excessivo, por isso quando é tratado com ração, não 
deve receber toda a quantidade diária de uma só vez. Os principais motivos 
que impedem o cavalo de regurgitar são: o centro emético, ligado ao sistema 
nervoso e que dá o comando para o vômito, é pouco desenvolvido nos cavalos, 
e, a disposição anatômica de entrada (cárdio) e saída (piloro) quase paralelas 
dificulta os movimentos peristálticos que fazem com que o alimento seja 
devolvido à boca. 
 
 
➢ É no intestino que a maior parte das substâncias alimentares são degradadas. 
Os produtos desse processo são absorvidos de maneira contínua e extensa pela 
mucosa intestinal. A formação das fezes ocorre no intestino grosso terminal. A 
mucosa intestinal dispõe de uma atividade metabólica intensa, necessária para 
a manutenção das numerosas transformações pelas quais os produtos 
digeridos sofrem a fim de serem absorvidos. 
 
 
@veteriris 
➢ No intestino delgado, o bolo alimentar vai sendo submetido à ação de enzimas 
provenientes das secreções das glândulas digestivas, e que degradam as 
proteínas, os carboidratos e as gorduras. Os peptídeos, ácidos graxos e 
aminoácidos resultantes são também absorvidos pelas células da mucosa 
intestinal. 
 
➢ O intestino grosso forma câmaras de fermentação onde a celulose é degradada 
com a ajuda das bactérias e protozoários (digestão das fibras), que também 
sintetizam as vitaminas do grupo B e a vitamina K. Os ácidos graxos voláteis - 
AGV - produzidos por essa fermentação microbiana são uma importante fonte 
de energia para o organismo. 
 
➢ No ceco e cólons, também ocorre a degradação de celulose e de outros 
carboidratos de difícil digestão. Os resíduos do processo de digestão vão se 
incorporar às fezes que adquirem seu formato definitivo (síbalas) no cólon 
menor, caminham pelo reto e são eliminadas pelo esfíncter anal. 
 
➢ O tempo de permanência do alimento no canal gastrointestinal varia de acordo 
com a quantidade ingerida, da composição da ração, do intervalo entre as 
ingestõese da capacidade digestiva de cada animal. Geralmente todo o trânsito 
intestinal se completa em 48 horas, o dobro do tempo necessário para a 
espécie humana. 
 
 
 
 
 
 
@veteriris 
 
 
CARACTERISTICAS DOS EQUINOS: 
- Hábitos de alimentação 
- Apreensão: puxa o alimento com os lábios e quebra com os dentes 
- Tipo de alimento; FRESCO 
- Frequência; 
- Animal come com a cabeça voltada para o chão: ajuda na produção de saliva 
- ESTRESSE: também pode levar a cólica 
- FRIO: mais chance de cólica devido a menor ingestão de água 
 
CARACTERISTICAS ANATOMICAS E FISIOLOGICAS: 
- Presença do cardia (esfíncter no final do esôfago) muito “forte”- não permite a volta 
do alimento- cavalo não vomita 
- Apenas um “fluxo” de alimento 
- Estômago pequeno 
- Intestino delgado: sustentado pelo epíplon (duas dobras do peritônio, fina membrana 
que recobre a cavidade abdominal. – Omento) 
Se o alimento for excessivamente fibroso- aumenta o peristaltismo- intussusepção- 
Quando um segmento de alça intestinal se invagina em outro segmento (O intestino 
“entra” nele mesmo) 
- Intestino grosso: alimento fica em trânsito 24-48h; digestão através dos 
microrganismos 
GÁS produzido sai pelas flatulências 
 
PONTOS DE COMPACTAÇÃO: INTESTINO GROSSO 
O alimento para, mas o intestino continua empurrando o alimento, fazendo o alimento 
compactar e ressecar. 
➢ Flexura external 
➢ Flexura pélvica: curvatura bem mais acentuada 
➢ Cólon transverso 
➢ Válvula íleo- cecal (válvula de entrada) 
@veteriris 
 
 
 
 
Na fossa paralombar esquerda dorsal: motilidade do intestino delgado, cólon 
esquerdo e flexura pélvica. 
Acúmulo de gás: não ausculta o ceco na fossa paralombar direita, e sim na esquerda 
pois ele rotaciona. 
 
LADO DIREITO SUPERIOR: CECO 
LADO DIREITO INFERIOR: CÓLON DIREITO 
LADO ESQUERDO SUPERIOR: ID 
LADO ESQUERDO INFERIOR: COLON ESQUERDO E FLEXURA PELVICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
@veteriris 
TIPOS DE CÓLICA: 
- COMPACTAÇÃO 
-ESPASMÓDICA: aumento de motilidade 
- TORÇÃO OU DESLOCAMENTO: maior rotina cirúrgica 
 
➢ COMPACTAÇÃO 
Obstrução luminal por massas desidratadas de ingesta que causam obstrução 
simples do lúmen intestinal 
Geralmente não causam necrose ou isquemia, principal causa de cólica 
Podem ocorrer em qualquer ponto do intestino, mas principalmente flexura pélvica 
e cólon dorsal direito 
 
2 tipos: 
- Organizada: causada principalmente por CE (plástico, enterólitos) 
-Não organizada: alimento, areia 
 
CAUSAS: 
Forragem com alto teor de lignina (quanto + velho o pasto, + lignina); deficiência 
de secreção do TGI; restrição ao exercício; acesso restrito a água fresca; paralisia 
de terminação nervosa; idade avançada; condições climáticas; dentes! 
 
 
SINAIS CLÍNICOS: 
- Dor moderada 
- Aumento de FC 
- Diminuição da motilidade 
- Os valores de Ht e proteína plasmática total frequentemente estão normais, mas 
podem estar levemente aumentados 
- A produção fecal está reduzida, e as fezes frequentemente são duras, ressecadas 
e coberta de muco 
 
 
@veteriris 
DIAGNÓSTICO: 
- Sinais clínicos 
- Palpação retal 
- Histórico 
- Rx abdominal para confirmar a compactação do intestino grosso em pequenos 
pôneis, equinos miniaturas e potros 
 
➢ ESPASMÓDICA: 
Acontece quando há hipermotilidade, contrações peristálticas aumentadas e 
alteradas no intervalo gastrointestinal do cavalo 
Acúmulo de gás 
Dieta fibrosa 
Parasitas 
Ex: imidocarb- aumenta a hipermotilidade 
 
 
➢ TORÇÃO E DESLOCAMENTO 
Movimentação de uma víscera para um local anormal 
Vovulo ou torção ocorrem quando uma parte do intestino torce 
Cirúrgico 
 
DIAGNÓSTICO: 
- Nem todos os parâmetros obtidos vão ser consistentes com um diagnostico 
especifico, mas quando combinados com outros testes de diagnóstico, poderão 
formular uma lista de diagnósticos diferenciais. 
 
EXAME FISICO GERAL: 
- Observação visual 
- Avaliar Sist. Cardiovasc e respiratório 
- Medir temperatura 
- Avaliar motilidade gastrointestinal 
@veteriris 
- Sonda nasogástrica 
- Palpação retal 
- Avaliar mucosa e desidratação 
 
SINAIS CLINICOS GERAIS: 
- Raspar o chão 
- Olhar o flanco 
- Escoicear abdome 
- Agachar-se como se fosse deitar 
- Decúbito prolongado 
- Bruxismo 
- Adotar posição de urinar 
- Posição de cão sentado: aliviar a pressão do estomago e diafragma 
- Atirar-se para o chão e rolar e permanecer em decúbito dorsal por minutos 
 
DOR! 
Quanto mais severo o caso clínico, mais severa a dor 
DOR INTERMITENTE é associada a obstruções simples 
DOR SEVERA E CONTÍNUA: casos de timpanismo severo ou lesões por 
estrangulação que causam distensão da parede intestinal ou tensão no mesentério 
Deve-se suspeitar de ruptura de víscera quando os sinais de dor passam de severos 
a total depressão ou ausência de dor. 
 
 
DISTENSÃO ABDOMINAL 
- Distensão de delgado 
- Distensão de cólon 
- Distensão de ceco 
 
 
@veteriris 
 
 
 
FC NORMAL: 28 A 40 BPM 
PATOLOGIA NORMALMENTE SECUNDARIA A CÓLICA: LAMINITE 
 
MUCOSAS E DESIDRATAÇÃO: 
TPC: 
Coloração de mucosas: 
Hipocorada: inicio 
Hiperemia: toxinas 
Cianótica- grave!! 
Halo toxemico: grave!!! 
 
AVALIAÇÃO DE MOTILIDADE 
Auscultação dos quadrantes; 
Motilidade progressiva; 
Descarga íleo- cecal e ceco- cólica; 
Avaliar a presença de gás 
 
 
@veteriris 
SONDA NASOGÁSTRICA: diagnostica e terapêutica 
- Observar a saída de gases 
- Características do conteúdo 
- PH – de 3 a 6 normal- de 6 a 8 refluxo intestinal 
- Refluxo- liquido já digerido (odor ruim) 
 
PALPAÇÃO RETAL 
É considerado anormal: 
Qualquer dilatação 
Posicionamento incorreto 
Espessura 
Textura 
Massa 
 
EXAMES LABORATORIAIS: 
Determinação do Ht, PT e leucograma 
Ht e conc. plasmática de PT: indica desidratação 
Parâmetros necessários na monitorização da eficácia do tratamento na reposição do 
volume sanguíneo 
 
FIBRINOGENIO: marcador bom em processos inflamatórios sépticos 
Proteína de fase aguda, atingindo sua concentração máxima sanguínea 48-72h pos 
processo inflamatório 
 
 
 
 
 
 
 
@veteriris 
ABDOMINOCENTESE: 
Coleta de liquido abdominal 
Classifica o tipo de doença presente e determina a severidade da lesão 
 
 
Agulha ou cânula mamaria 
Coleta de fluido deve ser feita em tubos de EDTA e tubos simples 
- citológica 
- bioquímica 
- Analise microscópica // bioquímica 
 
EXAMES DE IMAGEM: US E RX 
EXAME DE FEZES 
 
 
 
@veteriris 
TRATAMENTO: 
- Descompressão: sondagem, tiflocentese, simeticona 20 a 30 mg/100kg 
- Desidratação/volemia: hidratar via IV 
- Analgesia: banamine 
- Motilidade: agentes lubrificantes e surfactantes, óleo mineral, 
biisacodil, sorbitol, dioctil sulfo—succinato de sódio, purgante salino 
- Endotoxemia- pode levar a laminite 
 
 
 
 
PROFILAXIA 
- Alimentos 
- Manejo sanitário e nutricional 
- Estresse 
- Àgua 
- Mão de obra 
 
 
@veteriris 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema Digestório II

Continue navegando