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SEMIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE RUMINANTES CONSIDERAÇÕES GERAIS FOME E APETITE ✓ A fome refere-se ao estômago (quantidade de alimento e não a qualidade); ✓ o apetite refere-se ao paladar (qualidade e palatabilidade do alimento). ✓ O apetite normal é denominado normorexia. Aumentado Polifagia, bulimia (grau máximo) Fisiológico: reparação de perdas (diarreias, parasitismo), gestação, fase de crescimento, amamentação, dietas pobres Patológico: parasitismo, perda de material nutritivo Diminuído Inapetência, anorexia Aparente: lesões da mucosa bucal ou faríngea Real: processos enfermos Pervertido Ingestão de substâncias estranhas à alimentação habitual do animal Parorexia, alotriofagia ◦ Osteofagia (ossos): sugere deficiên cia de minerais, tais como cálcio e fósforo ◦ Infantologia (canibalismo): sugere deficiência de proteínas, ◦ Fitofagia (plantas) ◦ Pilofagia, tricofagia (pelos e lã) ◦ Xilofagia, lignofagia (xilon: madeira): sugere deficiência de cobalto em ruminantes ◦ Geofagia (terra, areia, pedras): sugere deficiência de minerais ◦ Coprofagia (fezes) INGESTÃO DE ÁGUA ✓ O consumo de água é controlado pelo centro da sede no hipotálamo e varia de acordo com: × A temperatura ambiente × A espécie animal × O tipo de trabalho × A idade do animal × A quantidade de água contida nos alimentos ✓ A ingestão normal de água é normodipsia. ✓ O aumento no consumo: polidipsia × perda excessiva de líquido corporal, decorrente de vômitos constantes, diabetes, nefrite intersticial aguda, diarreia; sede excessiva durante os estágios iniciais de febre. × A diminuição da quantidade de água ingerida: hipodipsia ou oligodipsia, adipsia (insuficiência renal). Estimativa da quantidade de água ingerida pelas diferentes espécies domésticas. Bovinos Criação extensiva: 38 a 45 l/dia Criação intensiva: 3 a 4 l/cada litro de leite/dia Equinos 25 a 70 ml/kg/dia (5,4 l/100 kg) Ovinos e caprinos 3 a 5,7 l/dia PREENSÃO DOS ALIMENTOS ✓ Equinos, ovinos e caprinos: prendem o alimento com os lábios e os dentes incisivos e arrancam-no com movimento brusco de cabeça. ✓ Bovinos: usam a língua (comprimento e superfície áspera). MASTIGAÇÃO ✓ Reduzir o tamanho dos alimentos e umedecê-los (facilita deglutição). ✓ Articulação temporomandibular (amplos movimentos de lateralidade, deslizamento dos molares, alimentos sofrem trituração adequada). DEGLUTIÇÃO ✓ Passagem de líquidos e/ou sólidos da boca, pela faringe e pelo esôfago, para o estômago ou para o rúmen. ✓ 3 fases: × Tempo bucal: o alimento alcança a faringe × Tempo faríngeo: a respiração é cessada, levantamento da epiglote e contração da glote. × Tempo esofágico: movimentos peristálticos levam alimento até o estômago/rúmen. ✓ Disfagia: caracterizar a deglutição laboriosa, dolorosa; SEMIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE RUMINANTES DESENVOLVIMENTO DOS PRÉ-ESTÔMAGOS ✓ Ao nascer, o bezerro já apresenta os quatro compartimentos gástricos: rúmen, retículo, omaso e abomaso × o compartimento ruminorreticular ocupa cerca de 30% do volume total × omaso e abomaso ficam com os 70% ✓ No adulto × rúmen e o retículo 80%; × omaso e abomaso, menos de 20% do volume total. ✓ O desenvolvimento do rúmen, depende do contato com alimentos fibrosos. ✓ Começa por volta de 2 semanas de idade. ✓ Desencadeia o início do desenvolvimento funcional de pré-estômagos. ✓ Estímulos químicos (ácidos butírico e propiônico) promovem o desenvolvimento da mucosa e das papilas ruminais. ✓ Animais lactantes: sulco reticular ou goteira retículoomasal (alimentação líquida ultrapasse o compartimento rumenal, atravessa rapidamente o omaso e chega ao abomaso). ✓ Os movimentos iniciais do rúmen são irregulares e discretos (2 a 3 semanas de vida). ✓ As contrações cíclicas são observadas entre 6 e 8 semanas de idade nos animais que tiveram volumosos à disposição. ✓ O tamanho da planta fragmentada nas fezes pode ser utilizado como um indicador indireto da função motora dos pré-estômagos. ✓ O sistema digestório e imunização passiva: exclusivamente após o nascimento, ocorre pela absorção de imunoglobulinas presentes no colostro pela mucosa intestinal. ✓ Nos adultos, quando os compartimentos estão repletos, o rúmen e o retículo contêm cerca de 70 a 75% do conteúdo digestivo total. Estimativa da capacidade física dos reservatórios gástricos Espécie/reservatórios Rúmen/retículo Omaso Abomaso Bovinos (adulto) Até 100 l Não se sabe 5 a 8 l Caprinos e ovinos (adultos) Até 18 l 0,75 a 1,2 l Até 2 l PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS RESERVATÓRIOS GÁSTRICOS ✓ Rúmen: fermentação microbiana e maceração ✓ Retículo: separação dos alimentos ✓ Omaso: absorção de água, minerais e maceração dos alimentos ✓ Abomaso: digestão química FUNÇÕES DAS CONTRAÇÕES MOTORAS DOS RESERVATÓRIOS GÁSTRICOS. ✓ Mistura do líquido a alimentos sólidos ✓ Maceração dos alimentos fibrosos ✓ Distribuição do material alimentar para que haja absorção dos ácidos graxos voláteis no contato do líquido rumenal com a mucosa do rúmen ✓ Filtragem de partículas alimentares (partículas pequenas são liberadas para o omaso; as maiores voltam para o rúmen) ✓ Eliminação do gás (eructação) ✓ Regurgitação do material fibroso (nova mastigação e insalivação) RUMINAÇÃO ✓ Alimento chega ao rúmen e ao retículo, sofre maceração ou fragmentação pelas contrações ruminais, e de degradação, pelos microrganismos ✓ Retorna do conteúdo rumenal até a cavidade bucal (mastigado, insalivado e deglutido) ✓ Quanto mais fibrosa for a dieta do animal, maior será o tempo destinado à ruminação ✓ A ruminação inicia 30 a 90 min após a alimentação, demora entre 10 e 60 min por vez; ✓ A volta do alimento à boca, por meio de contrações antiperistálticas do esôfago, é precedida por inspiração profunda, seguida de interrupção temporária da respiração. Característica da ruminação Bovinos Capri/ovi Nº rumi./dia 4 a 20 15 Tempo rumi./dia (h) 4 a 9 8 a 10 Duração de cada rum. (min) 40 a 50 Até 120 Movimentos mastigatórios/min 50 a 70 70 a 100 Duração da mastigação por bolo alimentar (s) 53 61 a 70 ERUCTAÇÃO ✓ Eliminação, pela boca e pelas narinas, dos gases produzidos no rúmen pelos processos fermentativos. ✓ Principais gases: dióxido de carbono, o metano e o nitrogênio. ✓ O volume de gás produzido depende do tipo e da quantidade de alimento ingerido (+ grãos + gás). ✓ A média de eructação/h (ocorre nos animais ruminantes a cada 2 min) × 17 a 20 nos bovinos; × 9 e 11, nos ovinos; × 9 e 10, nos caprinos. ✓ Estágios: × Estágio de separação: as bolhas separam- se da ingesta × Estágio de deslocamento: o gás move-se em direção à cárdia × Estágio de transferência: a cárdia relaxa e o gás passa para a região esofágica × Estágio esofágico: gás passa para a faringe × Estágio faringopulmonar: da faringe, o gás chega aos pulmões, nos quais é absorvido e/ou exalado pela expiração. ✓ O timpanismo (na apresentação gasosa ou espumosa): obstruções, estenoses esofágicas, alteração no posicionamento da cárdia, ingestão de feno, leguminosas ou de forragens muito jovens. ESTABELECIMENO DA FLORA RUMENAL ✓ Bactérias, os protozoários e as leveduras. ✓ Origem: saliva da mãe, nas fezes, no ambiente, no úbere e em outras fontes alimentares. ✓ Após nascimento bactérias anaeróbicas facultativas, gram+ (lactobacilos) se fixam sobre a mucosa do rúmen. Ingestão de alimentos sólidos leva a fermentações anaeróbicas, e propicia crescimento de bactérias gram – (1010 e 1011 células/g). ✓ 2 semanas de vida: leveduras (não depende do contato animal com animal), população proporcional ao conteúdo de fibras na dieta. ✓ partir 2 a 4 semanasde vida: protozoários (105 a 106 células/mℓ de conteúdo rumenal) aparecem, depende de outros animais (saliva), e do pH. ✓ Os microrganismos localizam-se em três partes distintas: aderidas às paredes do rúmen, às partículas alimentares e alguns flutuam livremente no líquido rumenal. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE ✓ Espécie ✓ Idade (desenvolvimento anatomofuncional do sistema digestório ) ✓ Sexo ✓ Cor ✓ Raça HISTÓRIA CLÍNICA / ANAMNESE ✓ Relação entre: ✓ Animal: × o animal apresentou o mesmo problema anteriormente? × foi feita alguma medicação e qual foi a resposta obtida após a sua realização? × tempo de evolução do processo patológico? (superaguda (0 a 24 h), aguda (24 a 96 h), subaguda (4 a 14 dias) e crônica (> 14 dias). ✓ Ambiente: × Os animais são criados em regime extensivo de pastagem ou são confinados? × suplementação inadequada de concentrados × Ingestão de sal mineral molhado ou úmido × Ingestão de plantas tóxicas, água ou pasto contaminados por herbicidas e/ou outros produtos tóxicos. × Áreas íngremes e irregulares: causas de ectopia abomasal. ✓ Alimentação: × Houve mudança no tratamento alimentar? × Sim: tipo de alteração (qualidade e/ou quantidade), há quanto tempo? × Alimentos altamente fermentescíveis (grãos, capins jovens, sorgo, milho, torta de algodão) levam à processos fermentativos anormais (timpanismo espumoso, acidose). × Alimentos de baixa digestibilidade (palha, capim seco) promovendo acúmulo (indigestão simples, compactação). × Considerar a relação de volumoso/concentrado e a frequência diária da alimentação administrada × A quantidade e a consistência das fezes: evidência da quantidade e do tipo de material recentemente consumido. AVALIAÇÃO FÍSICA GERAL ✓ Frequência cardíaca normal: 60 a 80 bpm em bovinos, 20 a 100 bpm ovinos ✓ Desidratação: avaliar elasticidade da sua pele ou pela retração do globo ocular na órbita. ✓ Temperatura corporal: na maioria dos casos de problemas digestivos, a temperatura corporal fica dentro dos limites de normalidade (38 a 39,5°C). ✓ Observar a cauda e a porção distal dos membros pélvicos, verificar se há fezes, sangue (melena ou hematoquezia) e/ou muco. ✓ Coloração de mucosas: × Hiperemia: septicêmicas (salmonelose ou peritonite difusa secundária a bacteriemia ou endotoxemia) × Palidez: hemorragia (úlceras abomasais, parasitismo (coccidiose, haemonchus). ✓ O problema é agudo ou crônico? ✓ A disfunção digestiva é primária ou secundária a outra enfermidade? ✓ O problema digestivo é brando, moderado ou grave? SINAIS E SIMTOMAS INDICADORES DE PROBLEMAS DIGESTIVOS EM RUMINANTES ASSIMETRIA DO CONTORNO ABDOMINAL ✓ Um ruminante adulto tem um contorno oval quando observado pela região posterior × Inspecionar o animal a distância em ambos os lados do corpo para avaliar simetria × É unilateral (lado esquerdo ou direito do abdome) ou bilateral? × É dorsal, ventral ou ambos? × A distensão está restrita única e exclusivamente à fossa paralombar ou está comprometendo outras partes do corpo? Principais promotores de alteração do contorno abdominal de ruminantes: ✓ Gás: localiza-se no compartimento ruminorreticular (timpanismo). Início, abaula as porções superiores do flanco esquerdo; com o acúmulo gradativo do gás, vai deformando as porções ventrais e a cavidade abdominal direita. ✓ Líquido: ascite (verminose, ICCD), uroperitônio (urolitíases, rompimento de bexiga e/ou uretra), o abdome adquire um aspecto de abdome caído. A característica física do conteúdo pode ser verificada por meio de abdominocentese. Na acidose láctica, ocorre desvio de líquido para o rúmen, na tentativa de neutralizar o seu conteúdo hipertônico. ✓ Sólido: ingestão de grandes quantidades de grãos de uma só vez (acidose rumenal) e nas alterações motoras por lesão do nervo vago. Tende a deformar a porção mais ventral do abdome esquerdo nas fases iniciais. Com a intensificação da fermentação, produção contínua de gás e sua insatisfatória eliminação, o abaulamento pode acometer a porção superior do flanco esquerdo e o lado direito do abdome. ✓ A presença de 1 feto grande ou de2 fetos, tende a abaular o abdome de maneira assimétrica na porção ventral direita. A palpação transretal esclarecerá tal condição. ✓ A combinação da palpação com pressão alternada e rítmica (sucussão = ação de sacudir) com a auscultação simultânea da cavidade abdominal pode ser método interessante para a detecção de acúmulo excessivo de líquido em estruturas individuais ou livre em cavidade abdominal: ✓ Em bovinos sadios, o lado esquerdo é mais proeminente que o direito; × Aumentos localizados e discretos podem ser vistos na cavidade abdominal: hérnia umbilical, hematoma e abscessos. × Diminuição: doenças promotoras de processos febris, anorexia, doenças caquetizantes (verminose), tuberculose, peritonite e diarreia. ALGIA ABDOMINAL ✓ Atitude do animal em posição quadrupedal ou locomoção pode ser avaliada para verificar se o animal sente dor abdominal. ✓ Caprinos: dor é frequentemente associada a vocalizações - berros. ✓ Dor abdominal aguda ocorre em bovinos adultos nos casos de reticulopericardite traumática e, menos frequentemente, na ocorrência de úlceras abomasais. ✓ A acidose: andar vagaroso, dorso arqueado, pescoço distendido, acompanhado de expressão facial pensativa ou ansiosa. ✓ Bezerros com dor abdominal aguda: berros, inquietação e repetitivos movimentos de deitar e levantar; gemido discreto ao se levantar ou se deitar e/ou defecação, micção ou locomoção. PERDA PARCIAL DO APETITE / ANOREXIA ✓ Febre podem levar à redução do apetite. ✓ A falta de interesse pelo alimento pode ser total (anorexia) ou parcial; seletiva ou caprichosa, como observado (deslocamento abomasal, pelo nítido interesse que o animal demonstra por volumoso e, pouco ou nenhum, por grãos). EXAME FÍSICO ESPECÍFICO ✓ Pode ser dividido duas porções: × pré-diafragmática: (boca, faringe e esôfago) × pós-diafragmática: pré-estômagos (rúmen, retículo e omaso), estômago verdadeiro (abomaso), intestinos (delgado e grosso), glândulas anexas (fígado e pâncreas). BOCA, FARINGE E ESÔFAGO ✓ Boca: apreensão, mastigação e insalivação dos alimentos. ✓ Inspeção externa da boca: fechamento adequado (fechamento incompleto acompanhado sialorreia, indicativo inflamação da cavidade bucal (estomatite) ou de suas estruturas (glossite), de fratura de mandíbula ou luxação da articulação temporomandibular), presença de lesões aparentes (fístulas, feridas e edemas), simetria dos lábios ou da rima labial. ✓ Mastigação anormal: acúmulo de alimentos fibrosos entre a bochecha e a arcada dentária, odor desagradável (halitose) ✓ Dor na língua e lábios podem levar à emagrecimento progressivo. ✓ Protrusão da língua associada à inflamação ✓ Dificuldade de apreensão e/ou mastigação e/ou deglutição (disfagia): corpos estranhos, erupção e/ou perda dentária, trauma mandibular, glossite, estomatite, periodontite, osteomielite, obstrução faríngea e/ou esofágica; tétano, raiva, botulismo, listeriose etc. ✓ Inspeção interna da boca: observar língua, bochechas, arcadas dentárias, gengivas e palato congestão, corpos estranhos, vesículas, úlceras e/ou de outras lesões aparentes. ✓ A abertura da boca de bovinos: manualmente (colocando a mão lateralmente à boca do animal, na região sem dentes (diastema) e girando-a, após a sua introdução, em sentido vertical, pressionando- se o palato duro com o dedo polegar - usar luvas). ✓ Observar resistência dos maxilares ao procedimento, (casos de raiva ou o tétano, a abertura difícil por paralisia do trigêmeo e de trismo mandibular). ✓ Avaliar o tônus da língua (resistênciaquando puxada, mas volta rapidamente para a cavidade após ter sido solta). ✓ Faringe apresenta as seguintes comunicações: × Nasofaringe, orofaringe, laringofaringe, esôfago, com a abertura faríngea da tuba auditiva comunica: a faringe com a orelha média ✓ Esôfago: ✓ Verificar megaesôfago: posicionando-se do lado esquerdo do animal, A passagem de líquidos e/ou sólidos promove o aparecimento de distensão intermitente e discreta desde a porção mais anterior da região cervical até a entrada do tórax. ✓ Anormalidades da porção cervical podem promover alterações no formato ou no contorno, geralmente causadas por corpos estranhos e tumores. ✓ A palpação do esôfago pode ser feita, passando um braço sobre o pescoço do animal e colocando as pontas dos dedos de ambas as mãos logo atrás da faringe e dorsalmente à traqueia, deslizando-os, com pressão moderada, desde a faringe até a entrada do tórax. ✓ Se houver suspeita de obstrução por corpos estranhos (laranja, caroços de manga e restos de placenta), deve-se usar sondas apropriadas. ✓ Nos casos de estenose (carcinoma ou por hipertrofia de linfonodos mediastínicos (leucose, actinobacilose), passar sonda de maior diâmetro que, encontrará resistência no ponto estreitado, seguida, posteriormente, pela introdução de uma de menor espessura, a qual conseguirá passar com maior facilidade. ✓ Se o alimento não passar ou passar inadequadamente pelo esôfago, pode causar uma “falsa deglutição”, desvio de alimento/líquido do esôfago aos pulmões (pneumonia aspirativa) ✓ Os animais com obstrução desenvolvem timpanismo e, às vezes, regurgitam o alimento recentemente ingerido. RÚMEN ✓ Anaeróbico, ✓ Habitado por bactérias, protozoários e leveduras ✓ Apresenta vilosidades (papilas) ✓ Umidade: 85 a 90% ✓ pH: 5,5 a 7 (conforme o tipo de alimentação ingerida) ✓ Temperatura entre 38 e 42°C ✓ Os sacos dorsal e ventral do rúmen ocupam a maior parte da metade esquerda e estendem-se consideravelmente para a direita do plano medial ventral, do sétimo ou oitavo espaço intercostal esquerdo até a entrada pélvica. ✓ Apresenta 2 faces: parietal (convexa e se relaciona com o diafragma); e visceral (irregular e se relaciona com omaso, abomaso, intestino, fígado, pâncreas e rim esquerdo). ✓ O flanco esquerdo apresenta-se um pouco mais distendido que o flanco direito. ✓ Flanco côncavo: perda parcial de apetite ou anorexia, doenças caquetizantes (tuberculose, leucose) e processos dolorosos localizados na cavidade bucal. ✓ Flanco distendido: dorsalmente (timpanismo) ou na região inferior (compactações ruminais, sobrecarga por grãos). ✓ Contrações ruminais: a distensão e a retração da fossa paralombar esquerda correspondem às fases de contração e relaxamento dos sacos dorsal e ventral do rúmen ✓ A palpação da parede abdominal esquerda deve ser realizada da fossa paralombar dorsal esquerda em sentido à prega lateral. ✓ A palpação superficial é feita com a palma da mão ou as pontas dos dedos (usada para avaliar a intensidade e a frequência das contrações ruminais que empurram o punho para fora do flanco); ✓ A palpação profunda (realizada com a mão fechada), de grande auxílio na avaliação do tipo de conteúdo rumenal, na constatação de aumento de sensibilidade (ruminite); ✓ A exploração retal: todo o saco dorsal é acessível, também é possível sentir parte do saco ventral. ✓ Auscultação: avalia atividade do rúmen e também dos outros reservatórios gástricos; nem sempre a ocorrência de ruídos no rúmen é indicativa de motilidade rumenal normal ✓ A cada 5 min: × os bovinos apresentam de 7 a 12 movimentos ruminais; × os ovinos, de 7 a 14; × os caprinos, de 6 a 12. ✓ Na prática, ausculta-se por cerca de 2 min e deve haver, pelo menos, de duas a quatro movimentações. ✓ Aumento da crepitação com ausência das exacerbações: início de meteorismo. ✓ A ausência do rolamento indica atonia. ✓ A hipermotilidade ocorre no início da lesão de nervo vago e timpanismo espumoso, acidose ✓ A hipomotilidade ou estase rumenal: depressão do centro gástrico, falha das vias dos reflexos excitatórios, aumento do estímulo dos reflexos inibitórios, bloqueio das vias motoras (hipocalcemia, lesões do nervo vago). RETÍCULO ✓ Encontra-se unido ao rúmen pelo sulco ruminorreticular ✓ Paredes revestidas por mucosa aspecto de favos de colmeia ✓ Não secreta enzimas ✓ Em bovinos é o menor dos quatro compartimentos; ✓ Em ovinos e caprinos é maior que o omaso. ✓ Predisposição para desenvolvimento de processos inflamatórios, e potencial reservatório de corpos estranhos. ✓ Dor no retículo: os animais tentando manter os membros torácicos mais elevados que os pélvicos (eventualmente sobem em cochos, bebedouros), locomoção vagarosa. ✓ O resultado positivo das provas de sensibilidade dolorosa (gemido, inquietação, contração muscular com pausa respiratória) indica a possibilidade de existência de uma afecção traumática aguda. ✓ Testes de dor: × Teste do bastão: coloca um bastão sob a região xifoide do animal contido; ergue vagarosamente e, em seguida, deixa-o cair repentinamente; repetir para confirmar a resposta. × Percurssão dolorosa: realizada com a mão fechada aplicando pancadas leves e depois mais fortes. Evitar percutir sobre as costelas e a veia epigástrica caudal, pois podem ocorrer fraturas e/ou hematomas. × Planos inclinados: bovino com reticulite traumática reluta em percorrer uma descida fazendo-a vagarosamente, corpo estranho penetra mais na mucosa reticular. O animal mostrará grande alívio na subida. OMASO ✓ Encontra-se unido ao retículo pelo orifício retículo- omasal ✓ Projeções laminares de mucosa, semelhantes a folhas de livro; daí também a denominação de folhoso ✓ Absorção de água, sais minerais e ácidos graxos ✓ É o menor dos reservatórios nas espécies caprina e ovina ✓ os distúrbios desse compartimento são detectados por meio da laparotomia ou ruminotomia exploratória. ABOMASO ✓ Estômago verdadeiro, com mucosa gástrica glandular, lembrando o estômago dos monogástricos ✓ Principal órgão digestivo de animais lactentes, secretando renina ou quimosina, ácido clorídrico e pepsinogênio ✓ Promove a dissociação de lipídios ✓ Representa 7% do volume total dos reservatórios em animais adultos ✓ O abomaso em ovinos e caprinos é relativamente maior e mais longo que o de bovinos. ✓ O exame do abomaso visa observar possíveis alterações no seu posicionamento dentro da cavidade abdominal ✓ O pH normal varia de 2 a 4; valores entre 5 e 7 ocorrem como resultado de hemorragia (úlceras abomasais). FÍGADO ✓ Secreção de bile ✓ Síntese e estoque de glicogênio ✓ Desaminação de aminoácidos e formação de ureia ✓ Destruição de ácido úrico ✓ Síntese de ácidos graxos ✓ Armazenamento de vitamina A ✓ A avaliação do fígado deve ter como base os dados da anamnese, inspeção de mucosas aparentes, palpação e percussão da região hepática e realização de exames complementares (p. ex., provas de função hepática e biopsia). ✓ Coloração amarelada de mucosas: pode sugerir comprometimento hepático. ✓ Fotossensibilização hepatógena: aparecimento de dermatites, em regiões pouco pigmentadas ✓ A palpação do fígado é feita empurrando-se as pontas dos dedos da mão por trás do arco costal; lobo hepático normal não é palpável. ALÇAS INTESTINAIS ✓ É possível apreciar aumentos de volume no flanco direito no desenvolvimento de timpanismo provocado por torção do ceco, no vólvulo, íleo paralítico e invaginação intestinal. ✓ A palpação profunda da parede abdominal direita pode acusar sensibilidade na enterite ou nos diferentes tipos de oclusão intestinal. ✓ A palpação retal: quantidadee grau de umidade do material fecal, estreitamento, sensibilidade, torções etc. ✓ À auscultação do abdome direito são borborigmos, fenômeno normal quando produzidos com frequência reduzida, pouca intensidade e duração limitada. ✓ Ruídos aumentados em frequência e intensidade nas enterites e, nas fases avançadas das obstruções ou das diarreias, ✓ Ruídos diminuídos em virtude da eliminação do conteúdo das alças. ✓ A palpação retal é impossível em pequenos ruminantes e em bovinos com menos de 10 meses de idade. ✓ O animal com obstrução intestinal apresenta inquietação e dor resultante das contrações da motilidade, que são induzidas. ✓ É possível palpar uma massa com aspecto de salsicha na cavidade abdominal direita quando há intussucepção, ou nos casos de distensão por gás em alguns segmentos intestinais. ✓ Na obstrução, é comum encontrar o reto vazio, exceto pela existência de uma pequena quantidade de muco, muitas vezes sanguinolento, que adere à luva de palpação. ✓ A região anal deve ser examinada para evidenciar se há edema, prolapso retal, fissura ou ausência do ânus (atresia anal). EXAMES COMPLEMENTARES ✓ Paracentese abdominal ✓ Laparotomia exploratória ✓ Exame do líquido rumenal ✓ Exame de fezes ✓ Provas de avaliação hepática ✓ Hemograma PARECENTESE ABDOMINAL ✓ Coleta e a avaliação do líquido abdominal: suspeita de processos inflamatórios, diagnóstico etiológico e/ou diferencial de deslocamento abomasal, ascite, uroperitônio, hidropisia dos envoltórios fetais ✓ Colher o líquido no local mais próximo de onde o problema está ocorrendo ✓ Quadrantes abdominais craniais: 5 cm caudalmente ao apêndice xifoide e 5 cm à esquerda ou à direita da linha média. ✓ Quadrantes abdominais caudais: região caudoventral do abdome, medial à prega do flanco. ✓ Em bovinos adultos, punção do abdome em cerca de 5 cm à direita da cicatriz umbilical ✓ Os bezerros devem ser posicionados em decúbito lateral esquerdo, puxando o membro pélvico direito em sentido caudal e dorsal. Dois locais podem ser utilizados: ligeiramente dorsal e caudal ao umbigo (não é incomum a perfuração do abomaso) e, caso não haja êxito, pode-se tentar o ponto mais central da região inguinal. ✓ Em machos, a ruptura de bexiga causada por urolitíase obstrutiva é muito comum e promove o acúmulo da urina na cavidade peritoneal. ✓ O acidente mais comum é a perfuração de uma alça intestinal, cujo conteúdo pode ser confundido com líquido peritoneal e enviado para exame. ✓ O derrame iatrogênico de conteúdo intestinal na parede abdominal provoca o desenvolvimento de peritonite assintomática ou clínica MATERIAL PARA REALIZAÇÃO DE PARACENTESE ABDOMINAL: × Aparelho de tricotomia × Detergente × Álcool iodado × Agulha, trocarte ou cânula × Luvas de procedimento estéreis × Seringa (2 a 5 mℓ) × Tubos para coleta (com e sem anticoagulante – EDTA) Parâmetro Transudato Transudato modificado Exsudato Cor Incolor ou amarelo Vermelho Branco ou marrom Aspecto Límpido Turvo Turvo Densidade ≤ 1015 Variável ≥ 1015 pH Alcalino Variável Ácido Odor Inodoro Inodoro Pútrido Sangue oculto Negativo Positivo Variável Proteína (g/dL) ≤ 2,5 2,5 a 7,5 ≥ 2,5 Celularidade (/mm³) ≤ 1500 1500 a 7000 ≥ 7000 LAPAROTOMIA EXPLORATÓRIA ✓ A abertura cirúrgica da cavidade abdominal e/ou do compartimento rumenal (acidose rumenal, indigestão por corpos estranhos, deslocamentos abomasais, aderências) ✓ Vantagens: × realização com o animal em posição quadrupedal × custo moderado e fácil realização × Raríssimas complicações pós-operatórias. ✓ Escolha do lado da abertura: × o flanco esquerdo é escolhido se rúmen, retículo ou omaso estiverem envolvidos no processo mórbido × o lado oposto, se omaso, abomaso, alças intestinais, órgãos pélvicos, rins e/ou o fígado forem os órgãos-alvo a serem avaliados. ✓ Colhe-se, uma amostra do líquido peritoneal e observa-se a quantidade, a cor, a consistência e o odor. ✓ Feito isso, a mão é introduzida na cavidade e os órgãos abdominais, finalmente, são explorados. ✓ A ruminotomia exploratória torna possível verificar a quantidade, a composição e o grau de trituração do seu conteúdo. ✓ Após a remoção de toda a ingesta, a porção da parede do rúmen deve ser inspecionada (vermelhidão e perda do epitélio-ruminite) ✓ O retículo deve ser feita a verificação de corpos estranhos, a parede reticular deve ser presa entre os dedos e puxada, na tentativa de se detectar aderências. ✓ O orifício retículo-omasal deve ser avaliado com relação ao seu tônus, introduzindo, os dedos da mão. ✓ O omaso e o abomaso podem também ser examinados por meio da parede rumenal. ✓ É possível realizar alguns procedimentos terapêuticos após a exploração do rúmen (retirada e a substituição do conteúdo rumenal e a administração de antibióticos e surfactantes). EXAME DO LÍQUIDO RUMINAL ✓ São considerados fundamentais para o diagnóstico diferencial e etiológico AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO RUMENAL: × Avaliação física: cor, consistência, odor, sedimentação e flutuação × Avaliação química: pH, redução do azul de metileno, conteúdo de cloretos, fermentação da glicose e digestão da celulose × Avaliação microbiológica: protozoários (densidade, atividade e contagem global) e bactérias (Gram e contagem global). COMO REALIZAR A COLETA DO LÍQUIDO RUMENAL? ✓ Passagem de uma sonda por via nasoesofágica ou oroesofágica ✓ Para bovinos adultos a sonda deve ter um comprimento mínimo de 2,30 m; para pequenos ruminantes, comprimento de 1,30 m ✓ As sondas devem ser lubrificadas ✓ Devendo ser suficientemente flexíveis e pesadas em sua extremidade superior, o que possibilitará a obtenção cerca de 500 mℓ. ✓ Quantidades menores, para medição do pH e exame microscópico podem ser coletadas por punção da parede rumenal (agulha ou trocarte). ✓ Três aspectos básicos devem ser levados em consideração no momento da coleta do líquido rumenal: ✓ Posição do animal (estação ou decúbito) ✓ Tipo de material alimentar ingerido ✓ Apreensão da língua. ✓ A quantidade de material coletado é menor em animais alimentados exclusivamente com forragens verdes ✓ O ideal é que o material coletado seja imediatamente processado. ✓ A amostra coletada deve ser armazenada até a sua avaliação sob condições de anaerobiose e de temperatura do compartimento em que se encontrava (colocando a amostra em uma garrafa térmica previamente aquecida). ✓ Amostra em temperatura ambiente (20 a 22°C): processar até 9 h após a sua coleta; quando conservada em geladeira (4 a 5°C), pode ser avaliada até 24 h após a coleta. COR Varia conforme a alimentação ingerida pelo animal: ✓ que pastejam: de verde-oliva a verde-acastanhado. ✓ que se alimentam de grãos ou silagem é marrom- amarelado; ✓ que se alimentam de milho, castanho-amarelado, O líquido rumenal pode apresentar alterações de cor fora de seu estado normal: ✓ Acinzentado: bezerros com refluxo abomasal, falha do sulco reticular ✓ Amarelado a acinzentado: acidose rumenal ✓ Preto-esverdeado: putrefação da ingesta, estase rumenal. ODOR Verificado logo após a obtenção do material para exame ✓ Normal: deve ser aromático, não repulsivo, devendo lembrar o odor dos componentes da alimentação. O odor do líquido rumenal pode ser distintamente anormal em certos tipos de indigestão: ✓ Sem odor: inatividade microbiana, alimento pouco fermentescível ✓ Ácido: acidose rumenal, refluxo abomasal ✓ Pútrido ou repugnante: decomposição alimentar ✓ Amoniacal: alcalose rumenal. CONSISTÊNCIA A consistência deve ser levemente viscosa. ✓ Amostra muito viscosa: contaminação salivar grave, não confiável. Coletar novamente. Consistência anormal:✓ Muito viscosa (pegajosa): contaminação com saliva, timpanismo espumoso ✓ Pouco viscosa (aquosa): inatividade microbiana, jejum prolongado. CONCENTRAÇÃO HIDROGENIÔNICA (PH) Varia de 5,5 a 7 e depende de: ✓ velocidade da degradação bacteriana nos pré- estômagos, ✓ da quantidade de ácidos graxos produzidos a partir da hidrólise dos carboidratos, ✓ volume de salivar neutralizante (a saliva apresenta pH entre 8,1 a 8,5 e contém sais tampões como o bicarbonato de sódio e fosfato), ✓ Velocidade de absorção dos produtos da fermentação ✓ Passagem da ingesta pelo compartimento ruminorreticular (velocidade do trânsito digestivo). ✓ Logo após a alimentação: diminui pH ✓ Com o passar do tempo o pH vai aumentando gradativamente e pode chegar a 7 ou até mais. ✓ Variações do pH é determinada pela composição do alimento fornecido: ✓ Dietas ricas em amido e açúcares e pobres em fibra bruta secretam menos saliva que os alimentados com volumosos. ✓ Os valores mais baixos de pH indicam rápida fermentação de carboidratos de fácil digestão. ✓ Caso essa fermentação seja excessiva, a acidose rumenal se estabelece. ✓ O fluido rumenal com um pH alto resulta da baixa fermentação de alimentos com alta quantidade de fibras ✓ É possível verificar pH alto quando há produção excessiva de amônia ou putrefação rumenal pH anormal do líquido rumenal: ✓ Neutro (6,2 a 7): timpanismo, inatividade microbiana, indigestão simples ✓ Aumentado (> 7): jejum prolongado, ingestão de ureia e/ou outras fontes nitrogenadas (alcalose) ✓ Diminuído (< 5,5): ingestão excessiva de carboidratos (acidose), refluxo abomasal (obstrução intestinal, lesão vagal). O pH pode ser obtido por meio de papéis indicadores de pH ou medidor elétrico (pHmetria). POTENCIAL REDOX | PROVA DO AZUL DE METILENO ✓ Potencial redox: reflete o metabolismo fermentativo anaeróbico bacteriano. ✓ A determinação indireta: realizada ao observar o tempo despendido pelo líquido rumenal para fazer desaparecer a coloração do azul de metileno, comparando-se a mistura com um fluido rumenal normal sem o corante ✓ Animal com a flora altamente ativa e que se alimente de grãos e capim, sumirá em até 3 min ✓ Animal que se alimenta somente de capim requererá de 3 a 5 min ✓ Animal que ingere apenas grãos, necessitará de apenas 1 min para a redução do azul de metileno. ✓ 8 min ou mais: observado em dietas de difícil digestão, anorexia prolongada e nos casos de acidose rumenal. ✓ Em geral, espera-se por até 15 min, no máximo. ✓ Caso não seja observada alteração de coloração até esse tempo é evidente a efetiva inatividade microbiana. AVALIAÇÃO MICROSCÓPICA DOS PROTOZOÁRIOS ✓ A avaliação da densidade e da atividade dos protozoários: indicador sensível da normalidade da amostra e da capacidade digestiva do compartimento ruminorreticular. ✓ Desaparecimento dos protozoários grandes: processo brando ✓ Desaparecimento dos protozoários grandes e médios: processo moderado ✓ Desaparecimento dos protozoários grandes, médios e pequenos: processo grave ✓ Pode ser feito com apenas uma gota fresca colocada em uma lâmina de esfregaço. ✓ Microscopicamente, 2 tipos de protozoários (ciliados e flagelados) ✓ Animal saudável: grande variedade de tamanhos de protozoários, com atividade bastante exacerbada. ✓ Animal com distúrbios digestivos: grande redução no número de protozoários e de sua atividade. ✓ Protozoários são sensíveis às mudanças abruptas de alimentação (modificação de pH) ✓ Acidez rumenal: drástica redução do número e da atividade dos mesmos, antes que ocorra modificação da população bacteriana. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS ✓ Pode ser determinada com a obtenção do sobrenadante de uma amostra do líquido rumenal centrifugada, utilizando-se um dos vários kits comerciais que dosam a concentração de cloretos no soro sanguíneo. ✓ Quase sempre menor que 30 mEq/ℓ ✓ Transtorno vagal com pH e concentração de cloretos normais. Origem provável: orifício retículo-omasal. ✓ Transtorno vagal com pH baixo e concentração de cloretos elevada (> 30 mEqℓ). Origem provável: piloro. EXAME DE FEZES ✓ Sua avaliação pode oferecer informações sobre a função motora e digestiva do sistema digestório. ✓ Os bovinos eliminam em torno de 25 a 45 kg/dia, ✓ Caprinos e ovinos excretam até 1 kg/dia. ✓ Diminuição na quantidade: menor ingestão de água ou de alimentos, ou por trânsito digestivo diminuído. ✓ A não eliminação de fezes: casos de ectopias abomasais e obstrução funcional ou física das alças intestinais. ✓ Animais lactentes: fezes amareladas e a pastosa. ✓ Bovinos criação extensiva: fezes verdes e semissólidas ✓ Bovinos confinados: fezes castanhoescuras ✓ Caprinos e ovinos são verde-escuras a negras, eliminadas em grande número e de formato esférico. ✓ Distúrbios do sist. dig. e/ou de outros sistemas, trânsito digestivo retardado: enegrece as fezes (intussuscepção) ✓ Obstrução ductos biliares: fezes verde-opacas, pela pequena quantidade ✓ Prasença de sangue: vermelho-vivo (hematoquezia) ou negro-alcatrão (melena) ✓ Pontos vermelhos de sangue na superfície das fezes: coccidiose em animais jovens ✓ sangue oculto: exames laboratoriais específicos (guiacol) ✓ Alteração da coloração das fezes sem hemorragia: administração oral de fenotiazina resulta em fezes avermelhadas ✓ Muco: é um constituinte normal das fezes ✓ Muco em excesso pode ser processo inflamatório intestinal (coccidiose, salmonelose) ou de constipação intestinal. ✓ A avaliação da consistência: feita colocando-se e deslizando-se uma pequena quantidade de fezes entre os dedos polegar, indicador e médio de uma das mãos. ✓ Dependerá: da quantidade de água presente; do tempo de permanência da ingesta no intestino grosso; e do estado de hidratação do paciente. ✓ Consistência normal: bezerros e bovinos adultos é pastosa a firme; caprinos e ovinos apresentam fezes de consistência firme, em formato de pellets, espalham facilmente no solo. ✓ Aumento da consistência: desidratações decorrentes, processos febris, ou por diminuição do trânsito intestinal ✓ Consistência pastosa fluida (para caprinos e ovinos) e/ou líquida (para bovinos): diarreia. ✓ É interessante observar se a diarreia está comprometendo todos os animais (diarreia alimentar, infecciosa e/ou parasitária) ou se apenas um único animal (diarreia secundária a outro sistema comprometido). ✓ Fezes pastosas e enegrecidas são observadas em bovinos portadores de estase rumenal ou deslocamento abomasal. ✓ Fibras ou grãos mal digeridos nas fezes podem indicar problema de mastigação, de ruminação ou uma saída acelerada do alimento dos pré- estômagos (nareticulite traumática). ✓ Avaliação do odor: auxilia diagnostico de enterite (fétido e repugnante) ✓ Odor ácido, rançoso: fermentação excessiva PROVAS DE AVALIAÇÃO HEPÁTICA ✓ confirmar a suspeita de envolvimento hepático ✓ os resultados laboratoriais dependerão da natureza e evolução da lesão. ✓ A aspartato aminotransferase (AST), encontrada em muitos tecidos, maior atividade no fígado e nos músculos, utilizada para se detectar uma lesão hepática. ✓ Para se diferenciar de uma lesão muscular determinar a creatinoquinase (CK) ✓ A enzima gamaglutamiltransferase (GGT) é intensa nas células do epitélio renal, pâncreas e ducto biliar; indicador de colestase hepática. ✓ Determinação de GGt em bezerros, cordeiros e cabritos recém nascidos: indicam adequada transferência de imunidade passiva (das mães para os filhos) ✓ O sorbitol parece ser a enzima de escolha para se determinar comprometimento hepático em bovinos e ovinos. ✓ O hemograma é útil na detecção de um processo inflamatório causado por corpos estranhos perfurantes, observando-se neutrofilia com desvio àesquerda nos processos agudos e, nos processos crônicos, monocitose. ✓ Os exames laboratoriais também são de grande auxílio para detectar ovos de helmintos, sangue oculto, pigmentos biliares, bactérias, protozoários e/ou vírus.
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