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Semiologia Digestório Ruminantes

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SEMIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE 
RUMINANTES CONSIDERAÇÕES GERAIS 
FOME E APETITE 
✓ A fome refere-se ao estômago (quantidade de 
alimento e não a qualidade); 
✓ o apetite refere-se ao paladar (qualidade e 
palatabilidade do alimento). 
✓ O apetite normal é denominado normorexia. 
 
Aumentado Polifagia, bulimia (grau máximo) 
Fisiológico: reparação de 
perdas (diarreias, parasitismo), 
gestação, fase de crescimento, 
amamentação, dietas pobres 
Patológico: parasitismo, perda 
de material nutritivo 
Diminuído Inapetência, anorexia 
Aparente: lesões da mucosa 
bucal ou faríngea 
Real: processos enfermos 
Pervertido 
Ingestão de substâncias 
estranhas à alimentação 
habitual do animal 
Parorexia, alotriofagia 
◦ Osteofagia (ossos): sugere 
deficiên cia de minerais, tais 
como cálcio e fósforo 
◦ Infantologia (canibalismo): 
sugere deficiência de proteínas, 
◦ Fitofagia (plantas) 
◦ Pilofagia, tricofagia (pelos e lã) 
◦ Xilofagia, lignofagia (xilon: 
madeira): sugere deficiência de 
cobalto em ruminantes 
◦ Geofagia (terra, areia, pedras): 
sugere deficiência de minerais 
◦ Coprofagia (fezes) 
 
INGESTÃO DE ÁGUA 
✓ O consumo de água é controlado pelo centro da 
sede no hipotálamo e varia de acordo com: 
× A temperatura ambiente 
× A espécie animal 
× O tipo de trabalho 
× A idade do animal 
× A quantidade de água contida nos 
alimentos 
 
✓ A ingestão normal de água é normodipsia. 
✓ O aumento no consumo: polidipsia 
× perda excessiva de líquido corporal, 
decorrente de vômitos constantes, 
diabetes, nefrite intersticial aguda, diarreia; 
sede excessiva durante os estágios iniciais 
de febre. 
× A diminuição da quantidade de água 
ingerida: hipodipsia ou oligodipsia, adipsia 
(insuficiência renal). 
Estimativa da quantidade de água ingerida pelas diferentes 
espécies domésticas. 
Bovinos Criação extensiva: 38 a 45 l/dia 
Criação intensiva: 3 a 4 l/cada 
litro de leite/dia 
Equinos 25 a 70 ml/kg/dia 
(5,4 l/100 kg) 
Ovinos e caprinos 3 a 5,7 l/dia 
 
PREENSÃO DOS ALIMENTOS 
✓ Equinos, ovinos e caprinos: prendem o alimento com 
os lábios e os dentes incisivos e arrancam-no com 
movimento brusco de cabeça. 
✓ Bovinos: usam a língua (comprimento e superfície 
áspera). 
MASTIGAÇÃO 
✓ Reduzir o tamanho dos alimentos e umedecê-los 
(facilita deglutição). 
✓ Articulação temporomandibular (amplos 
movimentos de lateralidade, deslizamento dos 
molares, alimentos sofrem trituração adequada). 
DEGLUTIÇÃO 
✓ Passagem de líquidos e/ou sólidos da boca, pela 
faringe e pelo esôfago, para o estômago ou para o 
rúmen. 
✓ 3 fases: 
× Tempo bucal: o alimento alcança a faringe 
× Tempo faríngeo: a respiração é cessada, 
levantamento da epiglote e contração da 
glote. 
× Tempo esofágico: movimentos peristálticos 
levam alimento até o estômago/rúmen. 
✓ Disfagia: caracterizar a deglutição laboriosa, 
dolorosa; 
 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE 
RUMINANTES 
DESENVOLVIMENTO DOS PRÉ-ESTÔMAGOS 
✓ Ao nascer, o bezerro já apresenta os quatro 
compartimentos gástricos: rúmen, retículo, omaso e 
abomaso 
× o compartimento ruminorreticular 
ocupa cerca de 30% do volume total 
× omaso e abomaso ficam com os 70% 
✓ No adulto 
× rúmen e o retículo 80%; 
× omaso e abomaso, menos de 20% do 
volume total. 
 
✓ O desenvolvimento do rúmen, depende do contato 
com alimentos fibrosos. 
✓ Começa por volta de 2 semanas de idade. 
✓ Desencadeia o início do desenvolvimento funcional 
de pré-estômagos. 
✓ Estímulos químicos (ácidos butírico e propiônico) 
promovem o desenvolvimento da mucosa e das 
papilas ruminais. 
✓ Animais lactantes: sulco reticular ou goteira 
retículoomasal (alimentação líquida ultrapasse o 
compartimento rumenal, atravessa rapidamente o 
omaso e chega ao abomaso). 
✓ Os movimentos iniciais do rúmen são irregulares e 
discretos (2 a 3 semanas de vida). 
✓ As contrações cíclicas são observadas entre 6 e 8 
semanas de idade nos animais que tiveram 
volumosos à disposição. 
✓ O tamanho da planta fragmentada nas fezes pode 
ser utilizado como um indicador indireto da função 
motora dos pré-estômagos. 
✓ O sistema digestório e imunização passiva: 
exclusivamente após o nascimento, ocorre pela 
absorção de imunoglobulinas presentes no colostro 
pela mucosa intestinal. 
✓ Nos adultos, quando os compartimentos estão 
repletos, o rúmen e o retículo contêm cerca de 70 a 
75% do conteúdo digestivo total. 
 
Estimativa da capacidade física dos reservatórios gástricos 
Espécie/reservatórios Rúmen/retículo Omaso Abomaso 
Bovinos (adulto) Até 100 l Não se 
sabe 
5 a 8 l 
Caprinos e ovinos 
(adultos) 
Até 18 l 0,75 a 
1,2 l 
Até 2 l 
 
PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS RESERVATÓRIOS 
GÁSTRICOS 
✓ Rúmen: fermentação microbiana e maceração 
✓ Retículo: separação dos alimentos 
✓ Omaso: absorção de água, minerais e maceração 
dos alimentos 
✓ Abomaso: digestão química 
FUNÇÕES DAS CONTRAÇÕES MOTORAS DOS 
RESERVATÓRIOS GÁSTRICOS. 
✓ Mistura do líquido a alimentos sólidos 
✓ Maceração dos alimentos fibrosos 
✓ Distribuição do material alimentar para que haja 
absorção dos ácidos graxos voláteis no contato do 
líquido rumenal com a mucosa do rúmen 
✓ Filtragem de partículas alimentares (partículas 
pequenas são liberadas para o omaso; as maiores 
voltam para o rúmen) 
✓ Eliminação do gás (eructação) 
✓ Regurgitação do material fibroso (nova mastigação 
e insalivação) 
RUMINAÇÃO 
✓ Alimento chega ao rúmen e ao retículo, sofre 
maceração ou fragmentação pelas contrações 
ruminais, e de degradação, pelos microrganismos 
✓ Retorna do conteúdo rumenal até a cavidade bucal 
(mastigado, insalivado e deglutido) 
✓ Quanto mais fibrosa for a dieta do animal, maior 
será o tempo destinado à ruminação 
✓ A ruminação inicia 30 a 90 min após a 
alimentação, demora entre 10 e 60 min por vez; 
✓ A volta do alimento à boca, por meio de contrações 
antiperistálticas do esôfago, é precedida por 
inspiração profunda, seguida de interrupção 
temporária da respiração. 
Característica da ruminação 
 Bovinos Capri/ovi 
Nº rumi./dia 4 a 20 15 
Tempo rumi./dia (h) 4 a 9 8 a 10 
Duração de cada rum. (min) 40 a 50 Até 120 
Movimentos 
mastigatórios/min 
50 a 70 70 a 100 
Duração da mastigação por 
bolo alimentar (s) 
53 61 a 70 
 
ERUCTAÇÃO 
✓ Eliminação, pela boca e pelas narinas, dos gases 
produzidos no rúmen pelos processos 
fermentativos. 
✓ Principais gases: dióxido de carbono, o metano e o 
nitrogênio. 
✓ O volume de gás produzido depende do tipo e da 
quantidade de alimento ingerido (+ grãos + gás). 
✓ A média de eructação/h (ocorre nos animais 
ruminantes a cada 2 min) 
× 17 a 20 nos bovinos; 
× 9 e 11, nos ovinos; 
× 9 e 10, nos caprinos. 
✓ Estágios: 
× Estágio de separação: as bolhas separam-
se da ingesta 
× Estágio de deslocamento: o gás move-se 
em direção à cárdia 
× Estágio de transferência: a cárdia relaxa e 
o gás passa para a região esofágica 
× Estágio esofágico: gás passa para a 
faringe 
× Estágio faringopulmonar: da faringe, o gás 
chega aos pulmões, nos quais é absorvido 
e/ou exalado pela expiração. 
✓ O timpanismo (na apresentação gasosa ou 
espumosa): obstruções, estenoses esofágicas, 
alteração no posicionamento da cárdia, ingestão de 
feno, leguminosas ou de forragens muito jovens. 
 
ESTABELECIMENO DA FLORA RUMENAL 
✓ Bactérias, os protozoários e as leveduras. 
✓ Origem: saliva da mãe, nas fezes, no ambiente, no 
úbere e em outras fontes alimentares. 
✓ Após nascimento bactérias anaeróbicas 
facultativas, gram+ (lactobacilos) se fixam sobre a 
mucosa do rúmen. Ingestão de alimentos sólidos 
leva a fermentações anaeróbicas, e propicia 
crescimento de bactérias gram – (1010 e 1011 
células/g). 
✓ 2 semanas de vida: leveduras (não depende do 
contato animal com animal), população proporcional 
ao conteúdo de fibras na dieta. 
✓ partir 2 a 4 semanasde vida: protozoários (105 a 
106 células/mℓ de conteúdo rumenal) aparecem, 
depende de outros animais (saliva), e do pH. 
✓ Os microrganismos localizam-se em três partes 
distintas: aderidas às paredes do rúmen, às 
partículas alimentares e alguns flutuam livremente 
no líquido rumenal. 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 
✓ Espécie 
✓ Idade (desenvolvimento anatomofuncional do 
sistema digestório ) 
✓ Sexo 
✓ Cor 
✓ Raça 
HISTÓRIA CLÍNICA / ANAMNESE 
✓ Relação entre: 
✓ Animal: 
× o animal apresentou o mesmo problema 
anteriormente? 
× foi feita alguma medicação e qual foi a 
resposta obtida após a sua realização? 
× tempo de evolução do processo patológico? 
(superaguda (0 a 24 h), aguda (24 a 96 h), 
subaguda (4 a 14 dias) e crônica (> 14 
dias). 
 
✓ Ambiente: 
× Os animais são criados em regime 
extensivo de pastagem ou são confinados? 
× suplementação inadequada de 
concentrados 
× Ingestão de sal mineral molhado ou úmido 
× Ingestão de plantas tóxicas, água ou pasto 
contaminados por herbicidas e/ou outros 
produtos tóxicos. 
× Áreas íngremes e irregulares: causas de 
ectopia abomasal. 
 
✓ Alimentação: 
× Houve mudança no tratamento alimentar? 
× Sim: tipo de alteração (qualidade e/ou 
quantidade), há quanto tempo? 
× Alimentos altamente fermentescíveis 
(grãos, capins jovens, sorgo, milho, torta de 
algodão) levam à processos fermentativos 
anormais (timpanismo espumoso, acidose). 
× Alimentos de baixa digestibilidade (palha, 
capim seco) promovendo acúmulo 
(indigestão simples, compactação). 
× Considerar a relação de 
volumoso/concentrado e a frequência 
diária da alimentação administrada 
× A quantidade e a consistência das fezes: 
evidência da quantidade e do tipo de 
material recentemente consumido. 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO FÍSICA GERAL 
✓ Frequência cardíaca normal: 60 a 80 bpm em 
bovinos, 20 a 100 bpm ovinos 
✓ Desidratação: avaliar elasticidade da sua pele ou 
pela retração do globo ocular na órbita. 
✓ Temperatura corporal: na maioria dos casos de 
problemas digestivos, a temperatura corporal fica 
dentro dos limites de normalidade (38 a 39,5°C). 
✓ Observar a cauda e a porção distal dos membros 
pélvicos, verificar se há fezes, sangue (melena ou 
hematoquezia) e/ou muco. 
✓ Coloração de mucosas: 
× Hiperemia: septicêmicas (salmonelose ou 
peritonite difusa secundária a bacteriemia 
ou endotoxemia) 
× Palidez: hemorragia (úlceras abomasais, 
parasitismo (coccidiose, haemonchus). 
 
✓ O problema é agudo ou crônico? 
✓ A disfunção digestiva é primária ou secundária a 
outra enfermidade? 
✓ O problema digestivo é brando, moderado ou grave? 
 
SINAIS E SIMTOMAS INDICADORES DE 
PROBLEMAS DIGESTIVOS EM RUMINANTES 
ASSIMETRIA DO CONTORNO ABDOMINAL 
✓ Um ruminante adulto tem um contorno oval quando 
observado pela região posterior 
 
× Inspecionar o animal a distância em ambos os 
lados do corpo para avaliar simetria 
× É unilateral (lado esquerdo ou direito do abdome) 
ou bilateral? 
× É dorsal, ventral ou ambos? 
× A distensão está restrita única e exclusivamente 
à fossa paralombar ou está comprometendo 
outras partes do corpo? 
Principais promotores de alteração do contorno 
abdominal de ruminantes: 
✓ Gás: localiza-se no compartimento ruminorreticular 
(timpanismo). Início, abaula as porções superiores 
do flanco esquerdo; com o acúmulo gradativo do 
gás, vai deformando as porções ventrais e a 
cavidade abdominal direita. 
✓ Líquido: ascite (verminose, ICCD), uroperitônio 
(urolitíases, rompimento de bexiga e/ou uretra), o 
abdome adquire um aspecto de abdome caído. A 
característica física do conteúdo pode ser verificada 
por meio de abdominocentese. Na acidose láctica, 
ocorre desvio de líquido para o rúmen, na tentativa 
de neutralizar o seu conteúdo hipertônico. 
✓ Sólido: ingestão de grandes quantidades de grãos 
de uma só vez (acidose rumenal) e nas alterações 
motoras por lesão do nervo vago. Tende a deformar 
a porção mais ventral do abdome esquerdo nas 
fases iniciais. Com a intensificação da fermentação, 
produção contínua de gás e sua insatisfatória 
eliminação, o abaulamento pode acometer a porção 
superior do flanco esquerdo e o lado direito do 
abdome. 
✓ A presença de 1 feto grande ou de2 fetos, tende a 
abaular o abdome de maneira assimétrica na porção 
ventral direita. A palpação transretal esclarecerá tal 
condição. 
✓ A combinação da palpação com pressão alternada e 
rítmica (sucussão = ação de sacudir) com a 
auscultação simultânea da cavidade abdominal 
pode ser método interessante para a detecção de 
acúmulo excessivo de líquido em estruturas 
individuais ou livre em cavidade abdominal: 
 
 
 
✓ Em bovinos sadios, o lado esquerdo é mais 
proeminente que o direito; 
× Aumentos localizados e discretos podem 
ser vistos na cavidade abdominal: hérnia 
umbilical, hematoma e abscessos. 
× Diminuição: doenças promotoras de 
processos febris, anorexia, doenças 
caquetizantes (verminose), tuberculose, 
peritonite e diarreia. 
ALGIA ABDOMINAL 
✓ Atitude do animal em posição quadrupedal ou 
locomoção pode ser avaliada para verificar se o 
animal sente dor abdominal. 
✓ Caprinos: dor é frequentemente associada a 
vocalizações - berros. 
✓ Dor abdominal aguda ocorre em bovinos adultos nos 
casos de reticulopericardite traumática e, menos 
frequentemente, na ocorrência de úlceras 
abomasais. 
✓ A acidose: andar vagaroso, dorso arqueado, pescoço 
distendido, acompanhado de expressão facial 
pensativa ou ansiosa. 
 
 
 
✓ Bezerros com dor abdominal aguda: berros, 
inquietação e repetitivos movimentos de deitar e 
levantar; gemido discreto ao se levantar ou se deitar 
e/ou defecação, micção ou locomoção. 
PERDA PARCIAL DO APETITE / ANOREXIA 
✓ Febre podem levar à redução do apetite. 
✓ A falta de interesse pelo alimento pode ser total 
(anorexia) ou parcial; seletiva ou caprichosa, como 
observado (deslocamento abomasal, pelo nítido 
interesse que o animal demonstra por volumoso e, 
pouco ou nenhum, por grãos). 
EXAME FÍSICO ESPECÍFICO 
✓ Pode ser dividido duas porções: 
× pré-diafragmática: (boca, faringe e esôfago) 
× pós-diafragmática: pré-estômagos (rúmen, 
retículo e omaso), estômago verdadeiro 
(abomaso), intestinos (delgado e grosso), 
glândulas anexas (fígado e pâncreas). 
BOCA, FARINGE E ESÔFAGO 
✓ Boca: apreensão, mastigação e insalivação dos 
alimentos. 
✓ Inspeção externa da boca: fechamento adequado 
(fechamento incompleto acompanhado sialorreia, 
indicativo inflamação da cavidade bucal 
(estomatite) ou de suas estruturas (glossite), de 
fratura de mandíbula ou luxação da articulação 
temporomandibular), presença de lesões aparentes 
(fístulas, feridas e edemas), simetria dos lábios ou 
da rima labial. 
✓ Mastigação anormal: acúmulo de alimentos fibrosos 
entre a bochecha e a arcada dentária, odor 
desagradável (halitose) 
✓ Dor na língua e lábios podem levar à emagrecimento 
progressivo. 
✓ Protrusão da língua associada à inflamação 
✓ Dificuldade de apreensão e/ou mastigação e/ou 
deglutição (disfagia): corpos estranhos, erupção 
e/ou perda dentária, trauma mandibular, glossite, 
estomatite, periodontite, osteomielite, obstrução 
faríngea e/ou esofágica; tétano, raiva, botulismo, 
listeriose etc. 
 
✓ Inspeção interna da boca: observar língua, 
bochechas, arcadas dentárias, gengivas e palato 
congestão, corpos estranhos, vesículas, úlceras 
e/ou de outras lesões aparentes. 
✓ A abertura da boca de bovinos: manualmente 
(colocando a mão lateralmente à boca do animal, na 
região sem dentes (diastema) e girando-a, após a 
sua introdução, em sentido vertical, pressionando-
se o palato duro com o dedo polegar - usar luvas). 
✓ Observar resistência dos maxilares ao 
procedimento, (casos de raiva ou o tétano, a 
abertura difícil por paralisia do trigêmeo e de trismo 
mandibular). 
✓ Avaliar o tônus da língua (resistênciaquando 
puxada, mas volta rapidamente para a cavidade 
após ter sido solta). 
 
✓ Faringe apresenta as seguintes comunicações: 
× Nasofaringe, orofaringe, laringofaringe, esôfago, 
com a abertura faríngea da tuba auditiva 
comunica: a faringe com a orelha média 
 
✓ Esôfago: 
✓ Verificar megaesôfago: posicionando-se do lado 
esquerdo do animal, A passagem de líquidos e/ou 
sólidos promove o aparecimento de distensão 
intermitente e discreta desde a porção mais anterior 
da região cervical até a entrada do tórax. 
✓ Anormalidades da porção cervical podem promover 
alterações no formato ou no contorno, geralmente 
causadas por corpos estranhos e tumores. 
✓ A palpação do esôfago pode ser feita, passando um 
braço sobre o pescoço do animal e colocando as 
pontas dos dedos de ambas as mãos logo atrás da 
faringe e dorsalmente à traqueia, deslizando-os, 
com pressão moderada, desde a faringe até a 
entrada do tórax. 
✓ Se houver suspeita de obstrução por corpos 
estranhos (laranja, caroços de manga e restos de 
placenta), deve-se usar sondas apropriadas. 
✓ Nos casos de estenose (carcinoma ou por hipertrofia 
de linfonodos mediastínicos (leucose, 
actinobacilose), passar sonda de maior diâmetro 
que, encontrará resistência no ponto estreitado, 
seguida, posteriormente, pela introdução de uma de 
menor espessura, a qual conseguirá passar com 
maior facilidade. 
✓ Se o alimento não passar ou passar 
inadequadamente pelo esôfago, pode causar uma 
“falsa deglutição”, desvio de alimento/líquido do 
esôfago aos pulmões (pneumonia aspirativa) 
✓ Os animais com obstrução desenvolvem timpanismo 
e, às vezes, regurgitam o alimento recentemente 
ingerido. 
RÚMEN 
✓ Anaeróbico, 
✓ Habitado por bactérias, protozoários e leveduras 
✓ Apresenta vilosidades (papilas) 
✓ Umidade: 85 a 90% 
✓ pH: 5,5 a 7 (conforme o tipo de alimentação 
ingerida) 
✓ Temperatura entre 38 e 42°C 
 
✓ Os sacos dorsal e ventral do rúmen ocupam a maior 
parte da metade esquerda e estendem-se 
consideravelmente para a direita do plano medial 
ventral, do sétimo ou oitavo espaço intercostal 
esquerdo até a entrada pélvica. 
✓ Apresenta 2 faces: parietal (convexa e se relaciona 
com o diafragma); e visceral (irregular e se relaciona 
com omaso, abomaso, intestino, fígado, pâncreas e 
rim esquerdo). 
✓ O flanco esquerdo apresenta-se um pouco mais 
distendido que o flanco direito. 
✓ Flanco côncavo: perda parcial de apetite ou 
anorexia, doenças caquetizantes (tuberculose, 
leucose) e processos dolorosos localizados na 
cavidade bucal. 
✓ Flanco distendido: dorsalmente (timpanismo) ou na 
região inferior (compactações ruminais, sobrecarga 
por grãos). 
 
✓ Contrações ruminais: a distensão e a retração da 
fossa paralombar esquerda correspondem às fases 
de contração e relaxamento dos sacos dorsal e 
ventral do rúmen 
✓ A palpação da parede abdominal esquerda deve ser 
realizada da fossa paralombar dorsal esquerda em 
sentido à prega lateral. 
✓ A palpação superficial é feita com a palma da mão 
ou as pontas dos dedos (usada para avaliar a 
intensidade e a frequência das contrações ruminais 
que empurram o punho para fora do flanco); 
✓ A palpação profunda (realizada com a mão fechada), 
de grande auxílio na avaliação do tipo de conteúdo 
rumenal, na constatação de aumento de 
sensibilidade (ruminite); 
✓ A exploração retal: todo o saco dorsal é acessível, 
também é possível sentir parte do saco ventral. 
✓ Auscultação: avalia atividade do rúmen e também 
dos outros reservatórios gástricos; nem sempre a 
ocorrência de ruídos no rúmen é indicativa de 
motilidade rumenal normal 
✓ A cada 5 min: 
× os bovinos apresentam de 7 a 12 movimentos 
ruminais; 
× os ovinos, de 7 a 14; 
× os caprinos, de 6 a 12. 
 
✓ Na prática, ausculta-se por cerca de 2 min e deve 
haver, pelo menos, de duas a quatro 
movimentações. 
 
✓ Aumento da crepitação com ausência das 
exacerbações: início de meteorismo. 
✓ A ausência do rolamento indica atonia. 
✓ A hipermotilidade ocorre no início da lesão de nervo 
vago e timpanismo espumoso, acidose 
✓ A hipomotilidade ou estase rumenal: depressão do 
centro gástrico, falha das vias dos reflexos 
excitatórios, aumento do estímulo dos reflexos 
inibitórios, bloqueio das vias motoras (hipocalcemia, 
lesões do nervo vago). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RETÍCULO 
✓ Encontra-se unido ao rúmen pelo sulco 
ruminorreticular 
✓ Paredes revestidas por mucosa aspecto de favos de 
colmeia 
✓ Não secreta enzimas 
✓ Em bovinos é o menor dos quatro compartimentos; 
✓ Em ovinos e caprinos é maior que o omaso. 
✓ Predisposição para desenvolvimento de processos 
inflamatórios, e potencial reservatório de corpos 
estranhos. 
✓ Dor no retículo: os animais tentando manter os 
membros torácicos mais elevados que os pélvicos 
(eventualmente sobem em cochos, bebedouros), 
locomoção vagarosa. 
✓ O resultado positivo das provas de sensibilidade 
dolorosa (gemido, inquietação, contração muscular 
com pausa respiratória) indica a possibilidade de 
existência de uma afecção traumática aguda. 
 
✓ Testes de dor: 
× Teste do bastão: coloca um bastão sob a 
região xifoide do animal contido; ergue 
vagarosamente e, em seguida, deixa-o cair 
repentinamente; repetir para confirmar a 
resposta. 
× Percurssão dolorosa: realizada com a mão 
fechada aplicando pancadas leves e depois 
mais fortes. Evitar percutir sobre as 
costelas e a veia epigástrica caudal, pois 
podem ocorrer fraturas e/ou hematomas. 
× Planos inclinados: bovino com reticulite 
traumática reluta em percorrer uma 
descida fazendo-a vagarosamente, corpo 
estranho penetra mais na mucosa reticular. 
O animal mostrará grande alívio na subida. 
 
OMASO 
✓ Encontra-se unido ao retículo pelo orifício retículo-
omasal 
✓ Projeções laminares de mucosa, semelhantes a 
folhas de livro; daí também a denominação de 
folhoso 
✓ Absorção de água, sais minerais e ácidos graxos 
✓ É o menor dos reservatórios nas espécies caprina e 
ovina 
✓ os distúrbios desse compartimento são detectados 
por meio da laparotomia ou ruminotomia 
exploratória. 
ABOMASO 
✓ Estômago verdadeiro, com mucosa gástrica 
glandular, lembrando o estômago dos 
monogástricos 
✓ Principal órgão digestivo de animais lactentes, 
secretando renina ou quimosina, ácido clorídrico e 
pepsinogênio 
✓ Promove a dissociação de lipídios 
✓ Representa 7% do volume total dos reservatórios em 
animais adultos 
✓ O abomaso em ovinos e caprinos é relativamente 
maior e mais longo que o de bovinos. 
✓ O exame do abomaso visa observar possíveis 
alterações no seu posicionamento dentro da 
cavidade abdominal 
✓ O pH normal varia de 2 a 4; valores entre 5 e 7 
ocorrem como resultado de hemorragia (úlceras 
abomasais). 
FÍGADO 
✓ Secreção de bile 
✓ Síntese e estoque de glicogênio 
✓ Desaminação de aminoácidos e formação de ureia 
✓ Destruição de ácido úrico 
✓ Síntese de ácidos graxos 
✓ Armazenamento de vitamina A 
✓ A avaliação do fígado deve ter como base os dados 
da anamnese, inspeção de mucosas aparentes, 
palpação e percussão da região hepática e 
realização de exames complementares (p. ex., 
provas de função hepática e biopsia). 
✓ Coloração amarelada de mucosas: pode sugerir 
comprometimento hepático. 
✓ Fotossensibilização hepatógena: aparecimento de 
dermatites, em regiões pouco pigmentadas 
✓ A palpação do fígado é feita empurrando-se as 
pontas dos dedos da mão por trás do arco costal; 
lobo hepático normal não é palpável. 
 
 
ALÇAS INTESTINAIS 
✓ É possível apreciar aumentos de volume no flanco 
direito no desenvolvimento de timpanismo 
provocado por torção do ceco, no vólvulo, íleo 
paralítico e invaginação intestinal. 
✓ A palpação profunda da parede abdominal direita 
pode acusar sensibilidade na enterite ou nos 
diferentes tipos de oclusão intestinal. 
✓ A palpação retal: quantidadee grau de umidade do 
material fecal, estreitamento, sensibilidade, torções 
etc. 
✓ À auscultação do abdome direito são borborigmos, 
fenômeno normal quando produzidos com 
frequência reduzida, pouca intensidade e duração 
limitada. 
✓ Ruídos aumentados em frequência e intensidade 
nas enterites e, nas fases avançadas das 
obstruções ou das diarreias, 
✓ Ruídos diminuídos em virtude da eliminação do 
conteúdo das alças. 
✓ A palpação retal é impossível em pequenos 
ruminantes e em bovinos com menos de 10 meses 
de idade. 
✓ O animal com obstrução intestinal apresenta 
inquietação e dor resultante das contrações da 
motilidade, que são induzidas. 
✓ É possível palpar uma massa com aspecto de 
salsicha na cavidade abdominal direita quando há 
intussucepção, ou nos casos de distensão por gás 
em alguns segmentos intestinais. 
✓ Na obstrução, é comum encontrar o reto vazio, 
exceto pela existência de uma pequena quantidade 
de muco, muitas vezes sanguinolento, que adere à 
luva de palpação. 
✓ A região anal deve ser examinada para evidenciar se 
há edema, prolapso retal, fissura ou ausência do 
ânus (atresia anal). 
EXAMES COMPLEMENTARES 
✓ Paracentese abdominal 
✓ Laparotomia exploratória 
✓ Exame do líquido rumenal 
✓ Exame de fezes 
✓ Provas de avaliação hepática 
✓ Hemograma 
PARECENTESE ABDOMINAL 
✓ Coleta e a avaliação do líquido abdominal: suspeita 
de processos inflamatórios, diagnóstico etiológico 
e/ou diferencial de deslocamento abomasal, ascite, 
uroperitônio, hidropisia dos envoltórios fetais 
✓ Colher o líquido no local mais próximo de onde o 
problema está ocorrendo 
✓ Quadrantes abdominais craniais: 5 cm caudalmente 
ao apêndice xifoide e 5 cm à esquerda ou à direita 
da linha média. 
✓ Quadrantes abdominais caudais: região 
caudoventral do abdome, medial à prega do flanco. 
✓ Em bovinos adultos, punção do abdome em cerca de 
5 cm à direita da cicatriz umbilical 
✓ Os bezerros devem ser posicionados em decúbito 
lateral esquerdo, puxando o membro pélvico direito 
em sentido caudal e dorsal. Dois locais podem ser 
utilizados: ligeiramente dorsal e caudal ao umbigo 
(não é incomum a perfuração do abomaso) e, caso 
não haja êxito, pode-se tentar o ponto mais central 
da região inguinal. 
✓ Em machos, a ruptura de bexiga causada por 
urolitíase obstrutiva é muito comum e promove o 
acúmulo da urina na cavidade peritoneal. 
✓ O acidente mais comum é a perfuração de uma alça 
intestinal, cujo conteúdo pode ser confundido com 
líquido peritoneal e enviado para exame. 
✓ O derrame iatrogênico de conteúdo intestinal na 
parede abdominal provoca o desenvolvimento de 
peritonite assintomática ou clínica 
MATERIAL PARA REALIZAÇÃO DE PARACENTESE 
ABDOMINAL: 
× Aparelho de tricotomia 
× Detergente 
× Álcool iodado 
× Agulha, trocarte ou cânula 
× Luvas de procedimento estéreis 
× Seringa (2 a 5 mℓ) 
× Tubos para coleta (com e sem 
anticoagulante – EDTA) 
Parâmetro Transudato Transudato 
modificado 
Exsudato 
Cor Incolor ou 
amarelo 
Vermelho Branco ou 
marrom 
Aspecto Límpido Turvo Turvo 
Densidade ≤ 1015 Variável ≥ 1015 
pH Alcalino Variável Ácido 
Odor Inodoro Inodoro Pútrido 
Sangue oculto Negativo Positivo Variável 
Proteína (g/dL) ≤ 2,5 2,5 a 7,5 ≥ 2,5 
Celularidade 
(/mm³) 
≤ 1500 1500 a 7000 ≥ 7000 
 
 
 
 
 
 
 
LAPAROTOMIA EXPLORATÓRIA 
✓ A abertura cirúrgica da cavidade abdominal e/ou do 
compartimento rumenal (acidose rumenal, 
indigestão por corpos estranhos, deslocamentos 
abomasais, aderências) 
✓ Vantagens: 
× realização com o animal em posição 
quadrupedal 
× custo moderado e fácil realização 
× Raríssimas complicações pós-operatórias. 
 
✓ Escolha do lado da abertura: 
× o flanco esquerdo é escolhido se rúmen, 
retículo ou omaso estiverem envolvidos no 
processo mórbido 
× o lado oposto, se omaso, abomaso, alças 
intestinais, órgãos pélvicos, rins e/ou o 
fígado forem os órgãos-alvo a serem 
avaliados. 
 
✓ Colhe-se, uma amostra do líquido peritoneal e 
observa-se a quantidade, a cor, a consistência e o 
odor. 
✓ Feito isso, a mão é introduzida na cavidade e os 
órgãos abdominais, finalmente, são explorados. 
✓ A ruminotomia exploratória torna possível verificar a 
quantidade, a composição e o grau de trituração do 
seu conteúdo. 
✓ Após a remoção de toda a ingesta, a porção da 
parede do rúmen deve ser inspecionada 
(vermelhidão e perda do epitélio-ruminite) 
✓ O retículo deve ser feita a verificação de corpos 
estranhos, a parede reticular deve ser presa entre os 
dedos e puxada, na tentativa de se detectar 
aderências. 
✓ O orifício retículo-omasal deve ser avaliado com 
relação ao seu tônus, introduzindo, os dedos da 
mão. 
✓ O omaso e o abomaso podem também ser 
examinados por meio da parede rumenal. 
✓ É possível realizar alguns procedimentos 
terapêuticos após a exploração do rúmen (retirada e 
a substituição do conteúdo rumenal e a 
administração de antibióticos e surfactantes). 
 
EXAME DO LÍQUIDO RUMINAL 
✓ São considerados fundamentais para o diagnóstico 
diferencial e etiológico 
AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO RUMENAL: 
× Avaliação física: cor, consistência, odor, 
sedimentação e flutuação 
× Avaliação química: pH, redução do azul de 
metileno, conteúdo de cloretos, 
fermentação da glicose e digestão da 
celulose 
× Avaliação microbiológica: protozoários 
(densidade, atividade e contagem global) e 
bactérias (Gram e contagem global). 
COMO REALIZAR A COLETA DO LÍQUIDO RUMENAL? 
✓ Passagem de uma sonda por via nasoesofágica ou 
oroesofágica 
✓ Para bovinos adultos a sonda deve ter um 
comprimento mínimo de 2,30 m; para pequenos 
ruminantes, comprimento de 1,30 m 
✓ As sondas devem ser lubrificadas 
✓ Devendo ser suficientemente flexíveis e pesadas em 
sua extremidade superior, o que possibilitará a 
obtenção cerca de 500 mℓ. 
✓ Quantidades menores, para medição do pH e exame 
microscópico podem ser coletadas por punção da 
parede rumenal (agulha ou trocarte). 
✓ Três aspectos básicos devem ser levados em 
consideração no momento da coleta do líquido 
rumenal: 
✓ Posição do animal (estação ou decúbito) 
✓ Tipo de material alimentar ingerido 
✓ Apreensão da língua. 
✓ A quantidade de material coletado é menor em 
animais alimentados exclusivamente com forragens 
verdes 
✓ O ideal é que o material coletado seja 
imediatamente processado. 
✓ A amostra coletada deve ser armazenada até a sua 
avaliação sob condições de anaerobiose e de 
temperatura do compartimento em que se 
encontrava (colocando a amostra em uma garrafa 
térmica previamente aquecida). 
✓ Amostra em temperatura ambiente (20 a 22°C): 
processar até 9 h após a sua coleta; quando 
conservada em geladeira (4 a 5°C), pode ser 
avaliada até 24 h após a coleta. 
COR 
Varia conforme a alimentação ingerida pelo animal: 
✓ que pastejam: de verde-oliva a verde-acastanhado. 
✓ que se alimentam de grãos ou silagem é marrom-
amarelado; 
✓ que se alimentam de milho, castanho-amarelado, 
O líquido rumenal pode apresentar alterações de cor fora 
de seu estado normal: 
✓ Acinzentado: bezerros com refluxo abomasal, falha 
do sulco reticular 
✓ Amarelado a acinzentado: acidose rumenal 
✓ Preto-esverdeado: putrefação da ingesta, estase 
rumenal. 
 
ODOR 
Verificado logo após a obtenção do material para exame 
✓ Normal: deve ser aromático, não repulsivo, devendo 
lembrar o odor dos componentes da alimentação. 
O odor do líquido rumenal pode ser distintamente 
anormal em certos tipos de indigestão: 
✓ Sem odor: inatividade microbiana, alimento pouco 
fermentescível 
✓ Ácido: acidose rumenal, refluxo abomasal 
✓ Pútrido ou repugnante: decomposição alimentar 
✓ Amoniacal: alcalose rumenal. 
CONSISTÊNCIA 
A consistência deve ser levemente viscosa. 
✓ Amostra muito viscosa: contaminação salivar grave, 
não confiável. Coletar novamente. 
Consistência anormal:✓ Muito viscosa (pegajosa): contaminação com saliva, 
timpanismo espumoso 
✓ Pouco viscosa (aquosa): inatividade microbiana, 
jejum prolongado. 
CONCENTRAÇÃO HIDROGENIÔNICA (PH) 
Varia de 5,5 a 7 e depende de: 
✓ velocidade da degradação bacteriana nos pré-
estômagos, 
✓ da quantidade de ácidos graxos produzidos a partir 
da hidrólise dos carboidratos, 
✓ volume de salivar neutralizante (a saliva apresenta 
pH entre 8,1 a 8,5 e contém sais tampões como o 
bicarbonato de sódio e fosfato), 
✓ Velocidade de absorção dos produtos da 
fermentação 
✓ Passagem da ingesta pelo compartimento 
ruminorreticular (velocidade do trânsito digestivo). 
✓ Logo após a alimentação: diminui pH 
✓ Com o passar do tempo o pH vai aumentando 
gradativamente e pode chegar a 7 ou até mais. 
✓ Variações do pH é determinada pela composição 
do alimento fornecido: 
✓ Dietas ricas em amido e açúcares e pobres em 
fibra bruta secretam menos saliva que os 
alimentados com volumosos. 
✓ Os valores mais baixos de pH indicam rápida 
fermentação de carboidratos de fácil digestão. 
✓ Caso essa fermentação seja excessiva, a acidose 
rumenal se estabelece. 
✓ O fluido rumenal com um pH alto resulta da baixa 
fermentação de alimentos com alta quantidade de 
fibras 
✓ É possível verificar pH alto quando há produção 
excessiva de amônia ou putrefação rumenal 
pH anormal do líquido rumenal: 
✓ Neutro (6,2 a 7): timpanismo, inatividade 
microbiana, indigestão simples 
✓ Aumentado (> 7): jejum prolongado, ingestão de 
ureia e/ou outras fontes nitrogenadas (alcalose) 
✓ Diminuído (< 5,5): ingestão excessiva de 
carboidratos (acidose), refluxo abomasal (obstrução 
intestinal, lesão vagal). 
O pH pode ser obtido por meio de papéis indicadores de 
pH ou medidor elétrico (pHmetria). 
POTENCIAL REDOX | PROVA DO AZUL DE 
METILENO 
✓ Potencial redox: reflete o metabolismo fermentativo 
anaeróbico bacteriano. 
✓ A determinação indireta: realizada ao observar o 
tempo despendido pelo líquido rumenal para fazer 
desaparecer a coloração do azul de metileno, 
comparando-se a mistura com um fluido rumenal 
normal sem o corante 
✓ Animal com a flora altamente ativa e que se 
alimente de grãos e capim, sumirá em até 3 min 
✓ Animal que se alimenta somente de capim 
requererá de 3 a 5 min 
✓ Animal que ingere apenas grãos, necessitará de 
apenas 1 min para a redução do azul de metileno. 
✓ 8 min ou mais: observado em dietas de difícil 
digestão, anorexia prolongada e nos casos de 
acidose rumenal. 
✓ Em geral, espera-se por até 15 min, no máximo. 
✓ Caso não seja observada alteração de coloração até 
esse tempo é evidente a efetiva inatividade 
microbiana. 
AVALIAÇÃO MICROSCÓPICA DOS PROTOZOÁRIOS 
✓ A avaliação da densidade e da atividade dos 
protozoários: indicador sensível da normalidade da 
amostra e da capacidade digestiva do 
compartimento ruminorreticular. 
✓ Desaparecimento dos protozoários grandes: 
processo brando 
✓ Desaparecimento dos protozoários grandes e 
médios: processo moderado 
✓ Desaparecimento dos protozoários grandes, médios 
e pequenos: processo grave 
✓ Pode ser feito com apenas uma gota fresca colocada 
em uma lâmina de esfregaço. 
✓ Microscopicamente, 2 tipos de protozoários (ciliados 
e flagelados) 
✓ Animal saudável: grande variedade de tamanhos de 
protozoários, com atividade bastante exacerbada. 
✓ Animal com distúrbios digestivos: grande redução no 
número de protozoários e de sua atividade. 
✓ Protozoários são sensíveis às mudanças abruptas 
de alimentação (modificação de pH) 
✓ Acidez rumenal: drástica redução do número e da 
atividade dos mesmos, antes que ocorra 
modificação da população bacteriana. 
DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE 
CLORETOS 
✓ Pode ser determinada com a obtenção do 
sobrenadante de uma amostra do líquido rumenal 
centrifugada, utilizando-se um dos vários kits 
comerciais que dosam a concentração de cloretos 
no soro sanguíneo. 
✓ Quase sempre menor que 30 mEq/ℓ 
✓ Transtorno vagal com pH e concentração de cloretos 
normais. Origem provável: orifício retículo-omasal. 
✓ Transtorno vagal com pH baixo e concentração de 
cloretos elevada (> 30 mEqℓ). Origem provável: 
piloro. 
EXAME DE FEZES 
✓ Sua avaliação pode oferecer informações sobre a 
função motora e digestiva do sistema digestório. 
✓ Os bovinos eliminam em torno de 25 a 45 kg/dia, 
✓ Caprinos e ovinos excretam até 1 kg/dia. 
✓ Diminuição na quantidade: menor ingestão de água 
ou de alimentos, ou por trânsito digestivo diminuído. 
✓ A não eliminação de fezes: casos de ectopias 
abomasais e obstrução funcional ou física das alças 
intestinais. 
✓ Animais lactentes: fezes amareladas e a pastosa. 
✓ Bovinos criação extensiva: fezes verdes e 
semissólidas 
✓ Bovinos confinados: fezes castanhoescuras 
✓ Caprinos e ovinos são verde-escuras a negras, 
eliminadas em grande número e de formato 
esférico. 
✓ Distúrbios do sist. dig. e/ou de outros sistemas, 
trânsito digestivo retardado: enegrece as fezes 
(intussuscepção) 
✓ Obstrução ductos biliares: fezes verde-opacas, pela 
pequena quantidade 
✓ Prasença de sangue: vermelho-vivo (hematoquezia) 
ou negro-alcatrão (melena) 
✓ Pontos vermelhos de sangue na superfície das 
fezes: coccidiose em animais jovens 
✓ sangue oculto: exames laboratoriais específicos 
(guiacol) 
✓ Alteração da coloração das fezes sem hemorragia: 
administração oral de fenotiazina resulta em fezes 
avermelhadas 
✓ Muco: é um constituinte normal das fezes 
✓ Muco em excesso pode ser processo inflamatório 
intestinal (coccidiose, salmonelose) ou de 
constipação intestinal. 
✓ A avaliação da consistência: feita colocando-se e 
deslizando-se uma pequena quantidade de fezes 
entre os dedos polegar, indicador e médio de uma 
das mãos. 
✓ Dependerá: da quantidade de água presente; do 
tempo de permanência da ingesta no intestino 
grosso; e do estado de hidratação do paciente. 
✓ Consistência normal: bezerros e bovinos adultos é 
pastosa a firme; caprinos e ovinos apresentam fezes 
de consistência firme, em formato de pellets, 
espalham facilmente no solo. 
✓ Aumento da consistência: desidratações 
decorrentes, processos febris, ou por diminuição do 
trânsito intestinal 
✓ Consistência pastosa fluida (para caprinos e ovinos) 
e/ou líquida (para bovinos): diarreia. 
✓ É interessante observar se a diarreia está 
comprometendo todos os animais (diarreia 
alimentar, infecciosa e/ou parasitária) ou se apenas 
um único animal (diarreia secundária a outro 
sistema comprometido). 
✓ Fezes pastosas e enegrecidas são observadas em 
bovinos portadores de estase rumenal ou 
deslocamento abomasal. 
✓ Fibras ou grãos mal digeridos nas fezes podem 
indicar problema de mastigação, de ruminação ou 
uma saída acelerada do alimento dos pré-
estômagos (nareticulite traumática). 
✓ Avaliação do odor: auxilia diagnostico de enterite 
(fétido e repugnante) 
✓ Odor ácido, rançoso: fermentação excessiva 
PROVAS DE AVALIAÇÃO HEPÁTICA 
✓ confirmar a suspeita de envolvimento hepático 
✓ os resultados laboratoriais dependerão da natureza 
e evolução da lesão. 
✓ A aspartato aminotransferase (AST), encontrada em 
muitos tecidos, maior atividade no fígado e nos 
músculos, utilizada para se detectar uma lesão 
hepática. 
✓ Para se diferenciar de uma lesão muscular 
determinar a creatinoquinase (CK) 
✓ A enzima gamaglutamiltransferase (GGT) é intensa 
nas células do epitélio renal, pâncreas e ducto biliar; 
indicador de colestase hepática. 
✓ Determinação de GGt em bezerros, cordeiros e 
cabritos recém nascidos: indicam adequada 
transferência de imunidade passiva (das mães para 
os filhos) 
✓ O sorbitol parece ser a enzima de escolha para se 
determinar comprometimento hepático em bovinos 
e ovinos. 
✓ O hemograma é útil na detecção de um processo 
inflamatório causado por corpos estranhos 
perfurantes, observando-se neutrofilia com desvio àesquerda nos processos agudos e, nos processos 
crônicos, monocitose. 
✓ Os exames laboratoriais também são de grande 
auxílio para detectar ovos de helmintos, sangue 
oculto, pigmentos biliares, bactérias, protozoários 
e/ou vírus.

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