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Disciplina: Tópicos Especiais em Gestão Pública II Discente: Luciana Vasconcelos da Costa ATIVIDADE 3 Proposta: A partir do texto Políticas públicas: entre falhas, legados e outras limitações às avaliações conclusivas, de Ivan Antônio Pinheiro, reflita a respeito da intervenção do Estado na economia. Com base na estrutura teórica estudada ao longo das Unidades da Disciplina, elabore um texto argumentativo sobre o tema, explorando as características, necessidade, vantagens, limitações da atuação estatal e emitindo sua opinião com relação ao tema. A ação e a intervenção governamental são reconhecidas como legítimas nas mais diversas áreas, sendo o Welfare State, nas democracias ocidentais, uma construção completa dessa visão de mundo (PINHEIRO, 2008). Conforme Pinheiro (2008, p. 4), “o Estado é o motor e exerce um papel central como agente da mudança planejada”. Conforme Pinheiro (2008), os mecanismos de mercado oferecem boas soluções aos problemas coletivos em algumas situações, mas em outras isso não acontece por conta das falhas de mercado. De acordo com Gadelha (2017), na economia globalizada do século XXI existem “falhas de mercado” e, a partir dessas falhas, surge a necessidade de intervenção do governo na economia. Se o mercado se ajustasse automaticamente, não haveria necessidade dessa intervenção do Estado, entretanto, isso não ocorre quando os mecanismos de mercado acarretam resultados econômicos ineficientes ou desfavoráveis perante o ponto de vista social (GADELHA, 2017). Para Nascimento e Pompermayer (2015) o sistema de preços de mercado não é perfeito, possui qualidades e defeitos que precisam ser explorados e levados em consideração na construção da forma de intervenção do Estado na economia. Pinheiro (2008) defende que essas falhas de marcado são as principais justificativas para a intervenção do Estado na economia, mas que não são as únicas, tendo em vista a ineficiência do mercado em obter sozinho o bem-estar social. Essa manifestação do Estado agindo nas falhas do mercado inviabiliza a existência do livre mercado que é uma concepção dos liberais que acreditam que o mercado é capaz de MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE INSTITUTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA se organizar sozinho, regular seus preços e, assim, distribuir renda de maneira eficiente e justa. Devido às imperfeições do mercado e a impossibilidade da existência do livre mercado, o Governo intervém conforme a natureza da falha e, em alguns casos, pode combinar modos de intervenção, pois uma falha pode criar condições para a existência de outras e elas podem coexistir no mesmo mercado, mas em gravidades diferentes impactando de diversas formas a eficiência do mercado (PINHEIRO, 2008). Assim, os gestores públicos atuam nessas falhas através de regulações e regulamentações limitando a livre iniciativa e buscando recompor os requisitos para a existência de um mercado perfeito (PINHEIRO, 2008). Algumas falhas que podem existir em um mercado são: externalidades, poder de mercado, assimetria de informações, bens públicos, monopólios naturais. Na busca pela eficiência nos deparamos com limitações para a intervenção estatal na economia, pois acabam surgindo as falhas de governo, que Pinheiro (2008) aborda a partir dos tomadores de decisões, uma vez que eles nem sempre agem levando em consideração interesse coletivo. Como exemplo dessas falhas, há o falso pressuposto de comportamento altruísta do agente tomador de decisão, a troca de votos nos parlamentos, a ação de lobistas (PINHEIRO, 2008). Pinheiro (2008) discorre sobre um tradeoff identificado por Williamson (apud SALGADO, 1997) nas práticas concentradoras do livre mercado, “concorrência X eficiência”, e, em contraposição a esse posicionamento, as políticas regulatórias, que limitam a livre iniciativa, seriam facilitadas com o apoio dos que utilizam o argumento de que elas são usadas em nome do interesse coletivo principalmente em áreas sociais: saúde, previdência e educação. Concordo com a opinião de Lucena (2012) quando defende que a intervenção direta do Estado no domínio econômico, orientada para investimentos em saúde, educação e dilatação da empregabilidade, seria uma forma de afastar os efeitos negativos provenientes da globalização econômica. Acredito que deve haver um controle das situações para regulamentar condições de vida e garantir uma melhor distribuição de renda, a intervenção estatal é um importante mecanismo para isso. Entretanto, acredito que a ordem social deve ser garantida com o mínimo de intervenção do Estado, procurando manter um equilíbrio entre essa intervenção e o livre mercado. REFERÊNCIAS GADELHA, Sérgio Ricardo de Brito. Razões da Intervenção do Estado (Governo) na Economia. In: ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Introdução ao Estudo da Economia do Setor Público. Brasília: ENAP, 2017. LUCENA, Fernanda Pettersen de. Intervenção direta do Estado no domínio econômico como forma de amenizar os efeitos negativos da globalização. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3261, 5 jun. 2012. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/21930. Acesso em: 29 ago. 2020. NASCIMENTO; Paulo Augusto Meyer Mattos. POMPERMAYER, Fabiano Mezadre. Microeconomia. In: ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Programa Avaliação Socioeconômica de Projetos. Brasília: ENAP, 2015. PINHEIRO, Ivan Antônio. Políticas Públicas: entre falhas, legados e outras limitações às avaliações conclusivas. In: Encontro de Administração Pública e Governança, 2008, Salvador. Anais [...], Salvador: EnAPG, 2008.
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