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lista de exercicios economia do setor publico

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ECONOMIA
ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO
ENSINO REMOTO EMERGÊNCIAL
Bruno Antonio Fuhr
Lista de Exercícios I
 
1. Explique por que e como o ESTADO foi criado (nasceu) a partir de um contrato social. Quais as razões?
A teoria política contratualista sugere que o Estado e o poder político surgem através de um acordo tácito ou expresso entre a maior parte dos indivíduos, marcando o fim do estado natural. Esse estado natural seria um estado de liberdade e igualdade, mas necessitária de uma "razão reguladora", capaz de impedir que os homens prejudiquem a liberdade de outros. O estado natural seria substituído por um conjunto de leis e juízes, capazes fazer uso do poder coercitivo capaz de garantir as regras de convívio, o contrato social.          O Estado é objeto de um contrato social, que surge para preservar os direitos naturais dos indivíduos. O contrato é a categoria fundante do Estado, organizador da sociedade civil.
2. Tanto a Fisiocracia com o  “liberalismo econômico fisiocrático” quanto Adam Smith defendem o liberalismo econômico. Explique as razões de cada um  e quais as ações de Estado que são permitidas segundo Quesnay e Smith.
A teoria fisiocrata entende o liberalismo econômico nascido da "ordem natural", relacionado com a necessidade de permitir a expansão e o desenvolvimento da produção capitalista. No sistema fisiocrata o significado do liberalismo fisiocrata é entendido como a liberdade para a indústria, sem intervenção estatal e sem monopólios que possam a prejudicar. Essa liberdade, de maneira contraditória, se estabelece em função da propriedade do solo, uma vez que visa baixar os preços dos insumos industriais necessários a agricultura.
É a partir dessa razão, que os limites da ação do Estado são estabelecidos. O Estado deve intervir sempre no sentido de retirar obstáculos para a expansão capitalista. Por essa razão, Quesnay defende que um dos principais objetivos do governo é favorecer o arrendatário rural através do comércio para garantir a venda de seus produtos. Essa garantia tomaria forma através da defesa da liberdade do comércio, da abertura de vias de transporte e a segurança dos mares, estabelecendo uma forte relação entre os produtores capitalistas e o Estado. Essas medidas visam favorecer o rendimento agrícola, uma vez que os fisiocratas entendem que é dessa atividade que depende a nação.
Outro limite ao liberalismo fisiocrata é o do estabelecimento de normas acerca do uso dos rendimentos dos proprietários, bem como a forma de financiamento dos gastos públicos. O Estado deve evitar o endividamento público, que representaria um prejuízo aos agricultores a ao reino. Nesse sentido, Quesnay defende o tabelamento dos juros. De acordo com o sistema fisiocrata, o Estado deve fiscalizar os contratos, para que os proprietários não imponham desvantagens aos arrendatários, para que os empréstimos não tenham taxas de juros muito altas e para que os comerciantes não prejudiquem o livre comércio. Quesnay também argumenta que os interesses particulares são incapazes de garantir o bem estar geral, e por conta disso, o interesse geral só é possível através da intervenção do Estado.
Adam Smith se opõe ao mercantilismo, que defendia uma forte intervenção estatal na economia, entendendo que essa intervenção era prejudicial ao desenvolvimento do capitalismo. Smith fundamenta seu liberalismo na "harmonia natural" entre o intresse individual e o interesse da sociedae. A busca pelo interesse individual seria um fator positivo para a sociedade, uma vez que ao buscar o seu próprio bem estar, o individuo estaria gerando o bem estar de outros.
Smith concebe a ação do Estado no sentido de garantir os interesses dos capitalistas, em detrimento dos interesses dos senhores de terras e assalariados.Smith pontua a segurança, a justiça e obras públicas como deveres do Estado, mas sua concepção sobre as ações do Estado não se resumem a isso.
Sua defesa da livre busca dos interesses individuais está condicionada pelas leis e pela justiça, que traçam os limites da ação do individuo. Smith também argumenta que um "bom governo" teria maior margem para intervir na economia. As leis de navegação, a legislação contra a usura, o combate ao corporativismo, o combate a falsificação, a regulamentação das hipotecas, a execução legal dos contratos, o controle estatal da moeda, a taxação soe a venda de bebidas alcoólicas, incentivos a exportações de determinados produtos, concessão de monopólios temporários a capitalistas que enfrentassem um grande risco em algum empreendimento e privilégios aos inventores de novas máquinas e aos autores de novos livros também entram no leque de ações do Estado na concepção de Adam Smith.
3. Há um longo e controvertido debate sobre a necessidade ou da intervenção estatal na economia. Neste sentido, faça um quadro síntese sobre a posição dos economistas clássicos, da Fisiocracia, Adam Smith e David Ricardo..
· Fisiocracia: A fisiocracia defendia que o papel do Estado era o de garantir a ordem, criar um imposto único que incidisse sobre a classe proprietária rural e proporcionar as melhores condições para a produção agrícola. A escola fisiocrática propunha ainda algumas reformas como a adoção de meios mais desenvolvidos de cultivo agrícola, abolição as restrições à exportação de cereais, o que garantiria um bom preço e a eliminação de todos os entraves da concorrência no mercado de bens manufaturados.
· Adam Smith: Smith defende que o Estado interfira na defesa externa, para a proteção da riqueza, na justiça, para defesa da propriedade privada e nas obras públicas, para facilitar o comércio.
· David Ricardo: Ricardo entende o papel do Estado no direcionamento do capital e na remoção de obstáculos para a acumulação. Defendendo que o Estado não deve interferir nas relações de trabalho, e também que para evitar um “estado estacionário” a intervenção estatal poderia se fazer presente. Sobre os impostos, Ricardo argumenta que eles não devem afetar a produção, somente os rendimentos, tendo como preocupação o desenvolvimento industrial da Inglaterra. Em sua teoria, o Estado deve fazer prevalecer o interesse da classe capitalista.
4. Walras é um dos principais representantes da Escola Neoclássica. Neste sentido faça um comparativo entre a visão de Walras sobre Estado e a economia e a  visão segundo a qual existem “falhas de mercado”  que impedem uma situação “ótima de Pareto” e por isso é necessário Estado para corrigir estas falhas.
            Walras entende o Estado e a economia a partir de uma perspectiva dualista. O dinamismo “automotor e autorregulado” da livre concorrência é quem move as atividades econômicas privadas, não necessitando de um organismo controlador dessas atividades. No entanto, reconhece  a necessidade da intervenção estatal, seja para atuar nas áreas onde a livre concorrência não é aplicada, seja para garanti-la e organiza-la.
            Sua teoria se relaciona com a das “falhas de mercado” na medida da falha de  mercado incompleto. Um mercado seria incompleto quando um serviço ou bem não é ofertado por este, por conta dos riscos que seriam assumidos pelo setor privado. Nesse sentido, a ação estatal se faz necessária.
5. A posição de Keynes na obra “A Teoria Geral do Juro e da Moeda” (1936) representou uma ruptura sobre o papel de estado na economia discutido até então. Explique porquê?
 
A grande crise que o sistema capitalista atravessa naquele período pavimentou o caminho para que Keynes rompesse com a visão do capitalismo como um sistema harmônico e autorregulado, que tendia naturalmente ao bem-estar geral. A ação do Estado, seguindo a visão de Keynes, supera o âmbito "filosófico", e passa a ser guiada por critérios "técnicos". O Estado deve realizar a manutenção do capitalismo, assumindo uma posição importante no controle monetário e na "socialização dos investimentos".
 
A noção keynesiana de Estado apresenta como suas funções a tomada de decisões sobre o controle da moeda, do crédito, do nível do investimento, semprecomo objetivo de "aprimorar" o capitalismo, eliminando os problemas desse sistema econômico. Para o economista britânico, a intervenção do Estado representa uma maneira de reforçar e preservar o capitalismo.  A visão de Keynes não encontra nenhuma contradição essencial entre a livre iniciativa e o controle estatal, uma vez que o Estado é o garantidor ultimo da vitalidade da livre-iniciativa.
 
           
6. Tanto Keynes quanto a CEPAL defendem a necessidade de intervenção do Estado na economia. No entanto, as razões são distintas. Explique as razões defendidas por ambos e qual o papel que Estado deve desempenhar em função disso.
A CEPAL defende a intervenção do Estado na economia no sentido de romper com o subdesenvolvimento e promover a industrialização. A saída para esses problemas é a adoção de uma política de desenvolvimento industrial, que promova uma reforma agrária, e impeça a perda de produtividade, reorientando a economia para o desenvolvimento nacional, baseado em uma industrialização do mercado interno. O papel do Estado é atuar como um agente econômico direto, provendo todas as necessidades no sentido de levar adiante a política industrial. Também tem papel de coordenar o desenvolvimento e as modificações na estrutura produtiva e na infraestrutura necessária para alcançar seu objetivo.
As razões de Keynes para a defesa da intervenção estatal é que esta deve servir para a manutenção do capitalismo, assumindo as tarefas necessárias para reforçar e preservar o sistema capitalista, agindo como um garantidor da livre-iniciativa.
O papel do Estado para Keynes é o seguir critérios "técnicos" para intervir na economia. Dessa maneira, Keynes entende que o Estado tem um importante papel no controle da moeda, do crédito e do nível de investimento, objetivando aprimorar o sistema capitalista, eliminando seus problemas.
7.  Segundo Friedman (1984) existe apenas 03 alternativas “quando condições técnicas tornam o monopólio produto naturais das forças de mercado competitivo”: monopólio privado; monopólio público ou a regulação pública. Explique porque segundo o autor as 03 alternativas são inconvenientes e, portanto, a sociedade deve escolher entre três males, sendo o menor deles, o monopólio privado.
Segundo Friedman, o monopólio técnico é uma situação onde é mais eficiente existir apenas um produtor ou uma só empresa. O autor argumenta que em uma sociedade de mudança rápida, as condições de origem do monopólio podem mudar e, nesses casos, a regulação pública ou os monopólios públicos são menos sensíveis às mudanças da sociedade e mais difíceis de serem eliminados do que o monopólio privado.
8.  Apresente do ponto de vista histórico as características das diferentes formas de estado.  Estado absolutista, Estado Liberal, Estado Liberal Democrático, Estado de bem estar social, e estado neoliberal.
O Estado absolutista é uma forma de regime político que surge ao fim da Idade Média, sendo a primeira fora de Estado moderno. Ele tinha como características a soberania e a regulação social. Foi com esse Estado que se tem inicio a distinção entre o público e o privado, gerando então o crescimento do aparato administrativo. Esse Estado obedece a uma forte intervenção na economia mercantilista da época.
O Estado liberal se constitui no período de ascensão da burguesia, instituindo dessa maneira o livre-mercado. O Estado apresenta a função de representar o público, em interesse da proteção do privado. As decorrentes revoluções burguesas, onde a burguesia toma o poder político, faz com que os mecanismos de controle da economia mercantilista sejam extintos. Esse Estado tem como função a defesa do direito de propriedade, da igualdade jurídica e a liberdade de comércio.
O Estado liberal democrático emerge em função da necessidade da burguesia, então a classe dominante, atender algumas demandas de outras classes sociais, com o objetivo de reforçar a nova ordem social e econômica. Nesse período, existe uma intensificação do conflito de classes entre o proletariado e a burguesia. É nessa forma de Estado que a repartição dos poderes acontece ainda de forma incipiente, dando origem ao executivo, legislativo e judiciário. Os direitos referentes a cidadania são limitados a burguesia e outras classes dominantes do bloco no poder.
O Estado de bem-estar social surge em função dos processos de desenvolvimento e acumulação desiguais do capitalismo, tendo uma oligopolização da economia que acaba por extremar as formas de luta de classes. O sindicalismo emerge como uma maneira dos trabalhadores buscarem melhores condições de vida. Esse Estado também é impulsionado devido ao temor das nações capitalistas do socialismo, que havia angariado amplo prestigio após a segunda guerra mundial. Nesse sentido, o welfare state, emerge como uma forma de apaziguar os ânimos dos trabalhadores, e impedir novas revoluções socialistas nos países centrais do capitalismo.
O Estado neoliberal tem como características um agudo processo de austeridade e privatização de aparatos e empresas do Estado. O Estado neoliberal prega por uma rígida disciplina fiscal, com a redução dos gastos públicos, e também advoga por uma redução dos impostos para os mais ricos, favorecendo, em teoria, os mais eficientes. Nesse Estado, também existe uma grande desregulamentação da economia, e uma destruição das leis trabalhistas.
9. De acordo com Teoria das Falhas de mercado, conceitue e apresente os exemplos de:                  
a) Bens púbicos:
São os bens cujo o uso por um indivíduo não impede o consumo do outro, e também não excludente, de maneira que todos podem se beneficiar deste bem, sendo assim, um bem indivisível (não rival). Exemplos são a iluminação pública, a justiça, a segurança pública, a defesa nacional, entre outros.
b) Bens semi-públicos ou meritórios.
São bens intermediários entre o privado e o público. Podem estar submetidos pelo princípio da exclusão e, dessa maneira, serem oferecidos pelo setor privado, com a geração de externalidades positivas, tem também a razão de serem ofertados pelo setor público. Os exemplos mais notáveis são a educação e a saúde.
c) Bens/serviços de interesse público:
Bens de interesse público são aqueles que o mercado não tem capacidade de promover. Exemplo, a segurança nas ruas.
d) Explique por que segundo a teoria das Falhas de Mercado, um bem público, é uma falha de mercado?
O princípio da exclusão no consumo é quem determina a adequação do sistema de mercado. O comércio só pode ocorrer onde exista o direito de propriedade. Sem este direito, o mercado não pode funcionar de maneira adequada, uma vez que os consumidores podem adotar características de free rider e usufruir dos mesmos benefícios, sem pagar por eles. Por essa razão, o setor público fica encarregado da provisão dos bens públicos, apresentando uma falha de mercado.
10. Explique porque a estabilização econômica pode ser considerada um bem público?
O descontrole das finanças de um determinado país pode levar a desestímulos aos investimentos e dificuldades comerciais, provocando grandes limitações ao desenvolvimento e crescimento econômico. Em função disto, a estabilização econômica promovida pelo governo pode ser considerada um bem público, porque ela é um bem não exclusivo – todos têm acesso – e não rival, uma vez que sua utilização não impede o uso por outro indivíduo.
11. Durante pelo menos o período compreendido entre os anos 1930 até o final da década de 1970 o Estado brasileiro atuou fortemente na economia. Foi um Estado coordenador, financiador, regulamentador e empresário. Explique em que contexto (econômico e teórico) ocorreu a forte intervenção estatal e porque coube ao Estado este papel.
Desde a década de 1930, a economia brasileira se caracteriza como uma economia exportadora, baseada no monocultivo de produtos primários, a exportação de produção total, como a principal característica de países da América Latina. Notoriamente, a economia agroexportadora gera uma enorme dependência de condições do mercado internacional para desempate das exportações,flutuação nos preços dos produtos (a demanda dos sistemas variados de compra em crise e os preços dos produtos) e uma vulnerabilidade econômica para o mercado interno do país, uma vez que direta ou indiretamente, todas as atividades produtivas são dependentes do setor exportador, e se afetadas afetam a demanda.
A debilidade do modelo agroexportador criou a consciência sobre a necessidade da industrialização como uma forma de superar as limitações externas. A partir desse momento, a industrialização é um objetivo prioritário para a política econômica brasileira. Sem embargo, este objetivo é possível com um câmbio político importante que rompe com o estado oligárquico e descentralizado da época e centraliza o poder e os instrumentos da política econômica no governo federal.
Por isso, o Brasil adota um comportamento de substituição de importações que afeta como o elemento central da determinação do nível de ingresso, a demanda de serviço externo e se converte em uma atividade dirigida pelo mercado interno, exatamente o consumo e a inversão interna. Caracterizado pela ideia de lograr o desenvolvimento e a autonomia, diversificar a indústria e reduzir a necessidade de importação. Por isso, para resolver os problemas econômicos e financeiros mais urgentes do país, e a favor do desenvolvimento industrial, o Estado se obrigará a aceitar novas tarefas e executar papéis decisivos para a expansão econômica dentro do país.
 
SOBRE ESTADO E FINANCEIRIZAÇÃO
12.  Explique o que significa o “processo de financeirização da economia”, segundo  Alves (1999) e Bruno (2019). 
O processo de financeirização da economia está ligado à generalização e priorização de operações bancárias e financeiras para a valorização de capital, por estas serem mais vantajosas em questão de risco, liquidez e rentabilidade. Esse processo está também ligado a globalização, inserida nos marcos do capitalismo, que configura um novo regime de acumulação e reprodução do capital. Nesse sentido, o Estado possui papel importante na manutenção das condições de reprodução do capital, seja no campo econômico, através da política econômica, da desregulamentação, privatização, abertura de conta de capitais etc, ou também para conter os choques e conflitos sociais decorrentes da aplicação de medidas que priorizam a valorização financeira em prejuízo do setor público, dos empregos, salários e fundos de salários dos trabalhadores. Em decorrência disso, podemos notar que o Estado possui uma contradição que é ser um Estado “forte” para dentro, garantindo que os conflitos sociais não coloquem em risco o processo de financeirização, e um Estado “fraco” para fora, em decorrência da dependência dos investimentos estrangeiros.
13. Em entrevista Avila (2020) aborda as consequências da financeirização da economia sobre os riscos de não se investir em capital produtivo, em termos de macroeconomia nacional, e, ao mesmo tempo aborda a relação entre a  financeirização e a especialização produtiva dos países, no cenário internacional.  Leia reflita e comente.
Segundo Avila (2020), uma importante consequência macroeconomica de não se investir em capital produtivo é a desinsdustrialização. De acordo com o economista, a industria brasileira sempre contou com o apoio estatal, por conta da escassez de capital e tecnologia que causa perdas a competitividade industrial. Em decorrência disto, a redução da participação do Estado na produção e a abertura economica, seguindo a lógica da liberalização comercial, levaram o país a um processo de desindustrialização.
De acordo com Avila (2020), a especialização produtiva estaria ligada a financeirização. Dessa maneira, a estabilização financeira e a dívida pública seria o balizador do livre-comérico na arena internacional, com a priorização das vantagens comparativas do setor primário, levando a uma especialização produtiva.
14. Segundo Bresser Pereira (1997) existem os 04 componentes da reforma do Estado nos anos 1990, que levarão ao um Estado Social-Liberal do século XXI. São o eles: a) Delimitação das funções do Estado; b) Redução do grau de interferência do Estado; c) Aumento da Governança do Estado e d) Aumento da Governabilidade.   Explique detalhadamente cada um destes componentes e em que medida (e onde) eles subsidiaram a reforma de Estado implementada no Brasil a partir do 1° Governo de FHC.
a) A delimitação das funções do Estado ocorre através de programas de privatização, terceirização e na transferência para o setor público não-estatal serviços sociais e científicos, chamado de publicização. Esses processos resultam em uma diminuição do Estado em relação a seu pessoal.
b) A redução do grau de interferência do Estado é realizada através de programas de desregulação que aumentem o recurso aos mecanismos de controle do mercado. Esse processo tem como objetivo transformar o Estado em um fator que promova uma maior competitividade ao país no âmbito internacional, abrindo mão do papel de gerente da economia nacional.
c) O aumento da governabilidade está ligado a existência de insituições políticas que garantam uma melhor disposição de interesses, legimitimando o poder do governo em termos democráticos e aperfeiçoando a democracia representativa, mas também gerando ferramentas para o controle social através da democracia direta.
d) O aumento da governança do Estado está relacionado a capacidade do Estado de efetivar as decisões do governo. O ajuste fiscal cumpre importante papel nesse sentido, uma vez que devolve ao Estado a autonomia financeira. Outro fator importante é uma reforma administrativa que torne a administração pública gerencial. O aumento de governança também ocorre por meio da separação entre a formulação de políticas públicas e a execução destas, no âmbito das atividades exclusivas do Estado.
 
 
 
15. De acordo com Bresser Pereira (1997) explique a diferença entre governança e governabilidade.
Governança diz respeito à capacidade e condições que um governo tem de implementar determinadas políticas. A governabilidade é o grau de apoio político que um governo possui para governar.
16. Explique em que contexto, o Brasil, criou as Agências de Regulação como ANATEL, dentre outras.   Por que elas foram criadas? Qual é função das Agências de Regulação? Pq existe regulação apenas sobre determinados serviços, como por e exemplo, serviços de telefonia e não sobre, por exemplo, produção de tijolos? Este dois exemplos se diferenciam? Se sim, qual é a diferença entre eles? Que tipos de bens são?  Bens públicos? Meritórios? Ou de Interesse público? Explique  usando os conceitos de  bens públicos, meritórios (educação e saúde, por exemplo)  e de Interesse Público. (Cap. livro Giambiagi e Alem : ESTADO REGULADOR.)
 
No contexto da crise fiscal do Estado e das reformas estruturais no final dos anos 80, as privatizações ocuparam um papel importante. Nesse sentido, a criação das agências reguladoras tinha como objetivo regular a oferta de serviços pelo setor privado em conformidade com o interesse público. O objetivo dessas agências era o de regular e fiscalizar as atividades dos diferentes setores da economia, como por exemplo, as telecomunicações, energia elétrica, transportes etc. A necessidade de regular determinado setore tem como explicação a natureza desses serviços, uma vez que mesmo que o funcionamento destes seja privado, eles continuam intrinsecamente públicos (GIAMBIAGI, 2011).  A produção de tijolos é um bem divisível, ou seja, diferentemente da telefonia, ele não é um bem público.
 
17. Sobre o Estado regulador e a reforma do Estado  coloque  V (verdadeira) ou F  (falsa) nas questões abaixo.
 
1. (F) O caso da Light no Rio de Janeiro no final dos anos 1990 mostra que o Estado Regulador  foi eficiente.
 
1. (V) Deve haver coordenação das Agências de Regulação com outras instituições reguladoras e fiscalizadoras como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica ( CADE) e oBanco do Brasil (BB).
 
1. (V) A tarifação  com base no custo marginal é quando as tarifas são diferenciadas de acordo com as distintas categoriasdo consumidor (residencial, comercial, industrial, rural e etc), transferindo a cada consumidor os custos armazenados para o seu atendimento Exemplo do uso deste método: energia elétrica.
 
1. (V) Como características das Agências de Regulação podemos citar que os dirigentes devem ser independentes com mandatos não coincidentes com o ciclo eleitoral.
 18.  Em que contexto nasce a reforma institucional caracterizada pela Lei n° 11.079/2004? O que é uma PPP à luz desta norma?  Quais as suas características (o que pode ser contratado? Limite de valores? contrato deve ser de no mínimo quanto anos? Quem deve financiar a despesa?
A reforma institucional surge no contexto da crise fiscal do Estado e das reformas estruturais dos anos 80-90. É uma forma de contratação entre os setores público e privado que o Estado pode utilizar, possuindo remuneração de maneira integral ou parcial. Um projeto somente pode ser uma PPP se não for auto-sustentável, exigindo sempre recursos parciais ou totais do orçamento público.
A concessão patrocinada exige uma contrapartida de recursos do setor público para complementar os recursos obtidos através da cobrança de tarifa dos usuários do serviço público.
Na concessão administrativa, o contrato exige que o setor público seja o usuário direto ou indireto e seja responsável pelo pagamento integral ao setor privado.
Para ambas as modalidades são obrigatórias a formação de uma sociedade de Propósito Específica.
A lei das PPPs estabelece um prazo mínimo de 5 e máximo de 35 anos de duração para os contratos, incluindo prorrogações. O valor do contrato não pode ser inferior a dez milhões de reais, para evitar que serviços de baixo valor sejam enquadrados nessa categoria.
19. Preencha os parênteses de acordo com o conceito correspondente.
1.Concessão.
2. Contrato de Parceria Pública Privada (PPP);
3.Contratação de obras Pública.
4. Contrato de PPP – modalidade patrocinada
5. Contrato de PPP – modalidade administrativa.
1. (1) Projeto financeiramente auto-sustentável,  por exemplo telefonia;
2. (4) Quando a  remuneração do parceiro privado é a  tarifa cobrada dos usuários mais contraprestação pecuniária do parceiro público.  Ex: metrô de SP.
3. (2) Projeto que requer aporte de recursos fiscais do Estado.
4. (3) Construção  de uma escola pública, cujos recursos estão previstos no orçamento público.
5. (5) Quando a  remuneração do parceiro privado é  a contraprestação pública.  Aplica-se nos casos onde não há a possibilidade de cobrança de tarifas dos usuários. Ex.: presídios.
 
20. Porque a partir do início dos anos 1980 houve uma ampliação sobre a discussão de qual papel do Estado na economia. Foi neste contexto que o primeiro Plano Nacional de Desestatização foi implantado (1979).  Explique quais foram as razões da crise do Estado e quais foram as principais transformações estruturais (privatizações, agências de regulação, publicizações, PPPs) implementadas a partir de então. 
A crise fiscal do Estado dos anos 80-90 teve como razões os altos custos fixos com a administração pública, o grande endividamento interno e externo e a incapacidade de captar recursos através de impostos. Diante desse contexto econômico, foi necessário reavaliar e repensar as políticas econômicas em voga até então, através do Plano Nacional de Desestatização, que promovia um processo de privatização, publicização a fim de reduzir a carga fiscal do Estado.
ATIVIDADE II – Escreva um breve artigo ( no máximo 2 páginas) sobre:  Qual é a função do Estado hoje?- Peso: 2,0 pontos.
No renovado debate marxista europeu sobre o Estado capitalista, destacou-se um conjunto de contribuições que tinham como objetivo formular uma Teoria Geral do Estado, com a intenção de formular chaves teóricas para a compreensão do Estado capitalista europeu. Muito influenciado pelas transformações econômicas, sociais e políticas no continente latino-americano durante a segunda metade do século XX, assim como pelo renovado debate marxista europeu sobre a possibilidade de uma teoria geral do Estado capitalista, as leituras sobre o Estado capitalista na América Latina de intelectuais marxistas apontaram para uma problematização dessa teoria geral, explicitando o alto grau de abstração de uma formulação desse tipo, bem como questionando a validade da transposição de um modelo teórico de corte europeu para compreender o fenômeno estatal na América Latina. Para esses autores, era necessário pensar o Estado como forma concreta de uma determinada formação econômico-social, com suas determinações históricas e estruturais.
De acordo com um conjunto de autores da vertente marxista latino-americana, o Estado capitalista é caracterizado pela necessidade de garantir a reprodução ampliada do capital, em condições historicamente determinadas e de acordo com o lugar que cada formação social ocupa no sistema capitalista. Assim, pensar qual é a função do Estado hoje, é pensar o Estado tanto em sua dimensão histórica, pois as suas funções específicas em determinada conjuntura guardam intima relação com seu desenvolvimento histórico, e também é refletir sobre qual a posição que esse Estado ocupa no mercado mundial, dependente ou imperialista, indagando quais as implicações que essa posição representa.
Levando em consideração tais questões, podemos elencar algumas funções concretas que a instância estatal tem de cumprir em uma formação social dependente, sendo elas: a) assegurar a reprodução ampliada do capital em um contexto de grande heterogeneidade estrutural, superando as deficiências legadas pela presença de modos e formas de produção pré-capitalistas nos aparatos produtivos; b) garantir o processo de reprodução e manter as condições de acumulação e de extração de excedente em meio a uma constante drenagem deste excedente econômico pelas formações sociais imperialistas; c) impor certa coerência a um desenvolvimento econômico-social imerso em contradições e inserido na lógica de funcionamento do sistema capitalista-imperialista mundial; d) estabelecer as bases da hegemonia que a “sociedade civil” é incapaz de realizar, garantindo também através da força que o acúmulo de contradições não se tornem rupturas revolucionárias;
Por fim, as funções concretas anteriormente elencadas dizem respeito aos traços mais gerais que o Estado de uma formação econômico-social dependente tem de cumprir, levando em consideração tanto a heterogeneidade estrutural, fruto de um desenvolvimento histórico específico, quanto à dependência estrutural, consequência de uma inserção subordinada no mercado mundial.

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