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Relações Coletivas de Trabalho e Sindicatos

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Gabarito
utoatividades
SINDICALISMO E NEGOCIAÇÃO 
COLETIVA
RHU | 2014/1 | Módulo IV
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040
Bairro Benedito - CEP 89130-000
Indaial - Santa Catarina - 47 3281-9000
Elaboração:
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
2015
Prof.ª Joaquina da Lança Reves Marcon
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GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE
SINDICALISMO E NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040
Bairro Benedito - CEP 89130-000
Indaial - Santa Catarina - 47 3281-9000
Elaboração:
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
2015
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 Defina relações coletivas de trabalho.
R.: As relações coletivas de trabalho são relações jurídicas que têm como 
sujeitos os sindicatos de trabalhadores e os sindicatos de empregadores 
ou grupos e como causa a defesa dos interesses coletivos dos membros 
desses grupos.
2 Como se distinguem as relações coletivas de trabalho das individuais? 
Explique.
R.: As relações coletivas de trabalho diferenciam-se das individuais pelos 
sujeitos, pelos interesses e pelas funções que cumprem: 
- nelas os sujeitos são os grupos de trabalhadores e os de empregadores, 
representados pelos sindicatos profissionais e patronais; 
- os interesses são grupais e referem-se a uma coletividade, sendo comuns 
a todos os seus membros; e
- a função é a defesa dos interesses grupais, inclusive com a produção de 
normas genéricas destinadas a regular as condições de trabalho e a atividade 
sindical. 
3 O que são interesses ou direitos coletivos?
R.: O Código de Defesa do Consumidor (art. 81, parágrafo único) definiu 
os interesses ou direitos coletivos como os transindividuais de natureza 
indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas 
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica de base; 
tal definição tornou-se clássica e parâmetro para todas as áreas do direito.
4 Quais as características fundamentais de um interesse coletivo?
R.: Os interesses coletivos valem-se dos grupos como veículos para a 
sua exteriorização, pois a existência destes faz presumir um mínimo de 
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organização e estrutura, possibilita a aglutinação dos interesses, dando-lhes o 
caráter coletivo; além de que tal configuração gera um vínculo jurídico comum 
a todos os participantes, que faz surgir os grupos ou corpos intermediários 
entre o indivíduo e o Estado (sindicatos, partidos políticos etc.).
5 O que são relações coletivas não sindicais? Exemplifique.
R.: Apresentam sujeitos não investidos de representação sindical, que formam 
comissões de representação dos trabalhadores, das quais são exemplo as 
das empresas e, no Brasil, há o direito de representação na empresa (CF, 
art. 11); as comissões de greve eleitas pelos trabalhadores (Lei no 7.783/89, 
art. 5º) etc. 
6 Por que o fundamento jurídico das relações coletivas é de natureza 
constitucional? Justifique.
R.: O fundamento jurídico das relações coletivas é de natureza constitucional, 
pois os princípios e as garantias fundamentais dos trabalhadores passaram 
a figurar nas Constituições dos Estados (liberdade sindical, autonomia 
coletiva dos particulares e direito de greve); o que se justifica pelo fato de 
constituírem garantias de organização do sistema, definidoras das relações 
entre a organização sindical e o Estado. 
7 Qual a principal atribuição dos sindicatos?
R.: Os sindicatos têm como principal atribuição a defesa de todas as 
espécies de interesses transindividuais dos trabalhadores ligados, direta ou 
indiretamente, às relações de trabalho; o que inclui os interesses coletivos.
8 Como podem os sindicatos defender os direitos coletivos dos 
trabalhadores?
R.: Na atualidade, existem duas esferas de atuação sindical para a tutela 
de direitos coletivos dos trabalhadores: a já clássica via do dissídio coletivo 
e podem os sindicatos valer-se dos meios de defesa dos interesses 
transindividuais, que são a ação civil pública, as ações coletivas do Código 
de Defesa do Consumidor, o mandado de segurança coletivo e o mandado de 
injunção coletivo, além de outros instrumentos processuais de tutela coletiva.
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TÓPICO 2
1 Quais os principais motivos que justificaram a criação da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT)?
R.: A criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo Tratado 
de Versalhes, em 1919, teve em vista a realização da justiça social entre os 
povos, condição básica para a manutenção da paz internacional, promoção 
e harmonização das normas trabalhistas internacionais, incluídos, na sua 
evolução, temas de política social e direitos humanos e civis. 
2 Quando e como surgiu a Organização Internacional do Trabalho (OIT)?
R.: Em 1946, a Organização Internacional do Trabalho tornou-se o primeiro 
órgão especializado das Nações Unidas, competente para estabelecer 
normas internacionais trabalhistas, fixando padrões mínimos de respeito ao 
trabalhador em sua dimensão humana, com o propósito de difundi-los e de 
torná-los universalmente aceitos e praticados.
3 Quais os órgãos que formam a estrutura da OIT e as respectivas 
atribuições?
R.: A OIT tem como estrutura:
- um conselho de administração, que a dirige e se reúne três vezes ao 
ano, sendo o órgão executivo com atribuições de elaboração e controle de 
execução das políticas e programas e responsável pela eleição do Diretor 
Geral; 
- a Conferência Internacional do Trabalho, com atribuições deliberativas, 
funciona como um fórum internacional e reúne-se anualmente em junho para 
discutir temas diversos, adotar e revisar normas internacionais do trabalho, 
aprovar as políticas gerais, os programas e o orçamento da OIT; 
- e o Secretariado ou Repartição Internacional do Trabalho, com função 
operadora, concentra atividades de administração, de pesquisa, de produção 
de estudos\publicações e de controle das reuniões.
4 Qual o princípio que preside toda a organização e ação da OIT e em 
que consiste?
R.: O princípio básico que preside toda a organização e ação da OIT é o 
princípio do tripartismo, segundo o qual as questões trabalhistas devem 
ser resolvidas de modo conjunto entre o governo, os trabalhadores e os 
empregadores. 
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5 O que são recomendações da OIT?
R.: Não são objeto de ratificação pelos Estados membros, valem como 
sugestão, indicam diretrizes para a política nacional e têm função orientadora 
da prática laboral nos países.
6 O que são convenções da OIT?
R.: São decisões da Conferência da Organização Internacional do Trabalho, 
aprovadas por um plenário internacional, e têm por objetivo determinar regras 
gerais obrigatórias para os Estados que as ratificarem, passando a integrar 
o seu ordenamento jurídico interno.
7 Por que a Convenção nº 87 é tão importante para os sindicatos?
R.: Porque tem como finalidade fixar os parâmetros de relacionamento 
entre os sindicatos e o Estado, afirmando o princípio da liberdade sindical e 
a autonomia do sindicato, com vistas a garantir a liberdade de associação 
dos trabalhadores para organizar a classe ou profissão, a autonomia interna 
dos sindicatos para a sua gestão e de respeito ao direito individual de livre 
filiação e desfiliação sindical.
8 O que é ratificação de uma convenção?
R.: Os Estados não são obrigados a ratificar as convenções e estas não 
se incorporam de imediato ao ordenamento jurídico de cada país, pois, 
dependendo das suas disposições constitucionais, há necessidade deratificação, que é o ato formal de um Estado-membro pelo qual decide adotar 
uma convenção internacional e incorporá-la ao seu ordenamento interno. 
TÓPICO 3
1 Onde surgiram as primeiras associações de trabalhadores e o que 
pretendiam?
R.: A Inglaterra foi berço tanto da Revolução Industrial quanto do sindicalismo, 
tendo lá surgido, em 1720, a primeira associação de trabalhadores, que 
objetivava melhorias nas condições de trabalho; por isso, o sindicalismo da 
Inglaterra é considerado o mais antigo do mundo.
2 O movimento sindical foi reconhecido com facilidade? Justifique.
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R.: O movimento sindical, até sua legitimação como ente associativo e 
representativo dos trabalhadores, passou por três fases: a das leis proibitivas 
da formação de associações de trabalhadores; a da tolerância pelos países 
que não admitiam expressamente o direito de sindicalização, mas toleravam 
a existência de sindicatos; e, no século XIX, houve o reconhecimento da 
constituição de associações profissionais nos ordenamentos jurídicos.
3 Quando e como houve o reconhecimento constitucional da liberdade 
de associação?
R.: Com o constitucionalismo social, o direito de sindicalização foi previsto nas 
Constituições de vários países, iniciado com a Constituição Mexicana (1917) 
e a de Weimar (1919), as primeiras a permitir expressamente a liberdade 
associativa dos trabalhadores.
4 O que representou a criação da OIT para o sindicalismo mundial?
R.: A Conferência da Paz, que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, foi 
fundamental para a criação da Organização Internacional do Trabalho (1919), 
pois a sua atividade favoreceu a consolidação dos direitos sindicais no mundo.
5 Em que consiste e o que expressa a liberdade sindical?
R.: Consiste na faculdade que possuem os empregadores e os obreiros 
de organizarem e constituírem livremente seus sindicatos, sem que sofram 
qualquer interferência ou intervenção do Estado, objetivando a defesa dos 
interesses e direitos coletivos ou individuais da categoria, seja ela econômica 
(patronal), seja profissional (dos trabalhadores). Expressa os níveis por meio 
dos quais se concretiza a liberdade coletiva, que é a dos grupos formalizados 
ou informalizados, a liberdade individual, que é das pessoas e o seu direito 
de filiar-se ou desfiliar-se de um sindicato, e o relacional, no sentido de ser 
uma liberdade exercida perante o Estado, o empregador e, até mesmo, outras 
entidades sindicais.
6 O que representou a Convenção nº 87 para a afirmação da liberdade 
sindical? 
R.: A Convenção nº 87, denominada a Convenção sobre Liberdade Sindical e a 
Proteção do Direito Sindical, é a mais importante para a afirmação do princípio 
da liberdade sindical. Ela traça os parâmetros principais a respeito das relações 
entre o Estado e os sindicatos, numa perspectiva de liberdade dos trabalhadores 
para organizar a profissão ou classe, de autonomia dos sindicatos para a sua 
gestão e de respeito ao direito de filiação e desfiliação sindical.
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7 Quais os sistemas de organização sindical e em que consiste cada 
um deles?
R.: Os sistemas de organização sindical são o da ‘unicidade sindical’ ou 
sistema do ‘sindicato único’, como no Brasil, e o da ‘pluralidade’ ou ‘pluralismo 
sindical’, como na França. O sistema da unicidade sindical é o que autoriza a 
existência de apenas uma entidade representativa de categoria profissional 
ou econômica dentro de determinada base territorial. Os seus opositores 
prendem-se à restrição que se impõe à livre constituição de sindicatos pelos 
interessados, o que deixa a representação dos interesses canalizada para 
uma única organização, enquanto os adeptos afirmam que o sindicato único 
promove melhor a unidade do grupo e a união indispensável para que as 
suas reivindicações tenham condições de influir. O sistema organizacional da 
pluralidade sindical é o que autoriza a coexistência de mais de uma entidade 
sindical dentro da mesma base territorial ou dentro da mesma categoria 
profissional ou econômica. A maior crítica à pluralidade é a divisão do interesse 
coletivo devido à existência de mais de um sindicato na mesma base territorial 
para a representação do grupo, o que enfraquece o poder de reivindicação. 
Já os adeptos defendem a posição de que o pluralismo convive melhor com 
a democracia e garante melhor a liberdade dos sindicatos.
8 Qual dos sistemas é o adotado pela Convenção nº 87? Por quê?
R.: A Convenção no 87 da OIT, embora não imponha o pluralismo sindical, 
determina que o sistema legal dos países, que a ratificaram, faculte aos 
empregadores e trabalhadores, se desejarem, a constituição de outro(s) 
sindicato(s) da mesma categoria, empresa, profissão ou ofício, na mesma 
base territorial do já existente. 
TÓPICO 4
1 Qual a amplitude das grandes transformações da época 
contemporânea?
R.: As grandes transformações do período contemporâneo atingem os mais 
variados setores e situações, inclusive as relações de trabalho. Na conjuntura 
internacional, os sistemas econômicos capitalistas foram gravemente 
atingidos em escala mundial e o grande desafio, a partir da década de 70, 
passou à busca de encontrar soluções adequadas à crise.
2 O que a Constituição Alemã de 1949 e a Convenção nº 87 da OIT 
representaram para o sindicalismo?
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R.: A Constituição Alemã de 1949, pós-Segunda Guerra Mundial, tornou-se 
referência para o mundo e a declaração do princípio da liberdade sindical 
representou a substituição do modelo corporativista e dos sindicatos atrelados 
ao Estado. Permitiu a organização dos sindicatos, o restabelecimento das 
negociações coletivas e do direito de greve e a criação dos conselhos de 
fábrica influiu na experiência alemã da cogestão da empresa. No plano 
internacional, a OIT aprovou a Convenção no 87, em que reafirma o princípio 
da liberdade sindical e define diretrizes garantidoras do direito de organizar 
sindicatos, sem a necessidade de prévia autorização do Estado. 
3 Por que o movimento sindical se consolidou com o neoliberalismo?
R.: O neoliberalismo contemporâneo valoriza a negociação coletiva e a 
concretização de princípios vitais ao sindicalismo, como o da liberdade sindical 
e da autonomia coletiva dos particulares. Por isso, na esfera internacional, 
ampliou-se a contratação coletiva e as negociações abrangeram grandes 
setores da economia e instituíram-se comunidades, como a União Europeia, 
responsável pela formação de normas comuns a vários países. Todavia, no 
período pós-1970, a situação de crise provoca nova questão social, a ponto 
de Jeremy Rifkin ressaltar o lado cruel do avanço tecnológico e, diante de um 
quadro que revela dados cada vez mais alarmantes, visualiza a redução da 
força de trabalho, em níveis mais altos desde a depressão de 1930.
4 Como a crise influiu na pauta de reivindicações dos sindicatos?
R.: O movimento sindical perdeu muito do seu poder de negociar e o seu 
número de filiados diminuiu, alterando as pautas de reivindicações de melhores 
salários para a manutenção de empregos, retreinamento e vantagens sociais 
mais do que econômicas.
5 O que significa o conflito protecionismo X reformismo posto aos 
sindicatos?
R.: Há que equacionar essa fórmula de modo a não obstruir o avanço 
tecnológico e o desenvolvimento econômico e também não comprometer 
conquistas históricas dos trabalhadores e princípios consagrados, como o 
valor social do trabalho, a dignidade da pessoa humana etc.
6 Como se configuram as faces positiva e negativa da globalização?
 R.: A Declaração de 2008 aponta as duas faces da globalização, a benéfica, 
na medida em que permite altas taxas de crescimento, criação de empregos 
e incremento paraampliar o número de produtos e circulação das ideias; e 
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a negativa, na medida em que obriga muitos países a enfrentar o problema 
da desigualdade de rendas, altos níveis de desemprego e pobreza, 
vulnerabilidade econômica diante de crises externas e crescimento do 
trabalho informal. 
7 Quais os tipos de mudanças provocadas pela globalização no 
movimento sindical?
R.: A globalização tem reflexos nas relações de trabalho, assinalando-se os 
dois tipos de mudanças provocadas no movimento sindical.
● O primeiro, a contração do movimento, em que as reivindicações focaram 
vantagens de natureza social, pois o contexto no processo produtivo era 
de intensa competição e cortes de custos nas empresas, não comportando 
vantagens salariais para trabalhadores.
● O segundo é de evolução ou expansão sindical, eis que, com a globalização, 
houve a intensificação da atividade das empresas transnacionais e a criação 
de comunidades econômicas regionais, o que acabou impulsionando novas 
formas de representação dos interesses dos trabalhadores nesses níveis, 
em diferentes partes do mundo. 
8 Que estratégia adotaram os sindicatos diante de tantas mudanças?
R.: Neste contexto, tiveram os sindicatos que partir para outro patamar 
de negociações, incluindo novos temas (formas de garantia periódica de 
empregos, estabilidade, dispensas coletivas, redução dos salários etc.); e 
organizar-se para enfrentar as novas funções em atendimento às demandas 
do novo contexto (transferência de capitais, intensificação da migração da 
mão de obra nas regiões econômicas etc.). Mas a discussão sobre o futuro 
dos sindicatos tem rendido muitas reflexões e muitas são as constatações 
e as propostas de atuação, porém os sindicatos terão que reagrupar forças 
diante do novo quadro e discutir as alternativas viáveis. 
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 Descreva como se iniciou, no Brasil, a trajetória do direito sindical.
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R.: No Brasil, a trajetória do direito sindical, iniciada por força das ideias 
políticas e econômicas externas, por não existir um movimento operário 
consolidado, revela três fases com características distintas:
- o anarcossindicalismo, doutrina sindical e política pautada nas ideias 
anarquistas, trazidas pelos imigrantes europeus;
- o corporativismo sindical, a partir de 1930, atribuía aos sindicatos a função 
de delegação do Estado, através de um sistema sindical burocratizado e 
atrelado ao Ministério do Trabalho; 
- o sindicalismo autônomo, iniciado durante a década de oitenta com a 
abertura política, caracterizou um período de maior liberdade de organização 
interna, externa e político-ideológica, em que se verificou o nascimento das 
centrais sindicais.
2 Como se configurou o sindicalismo na Constituição Brasileira de 
1937?
R.: A Constituição de 1937, outorgada durante o Estado Novo e inspirada 
na Carta Del Lavoro (1927) da Itália, foi a expressão do intervencionismo e 
do corporativismo. Além de atribuir aos sindicatos o exercício de funções 
delegadas de poder público, previa a liberdade sindical, mas concedia a 
representação legal da categoria apenas à associação sindical reconhecida 
pelo Estado e instituiu o sindicato único na mesma base territorial, o que 
restringia a autonomia na criação de sindicatos.
3 De que modo a Convenção no 87, da Organização Internacional do 
Trabalho, influenciou a Constituição vigente de 1988? Por que ela 
não foi ratificada pelo Brasil?
R.: O Estado brasileiro não ratificou a Convenção no 87 da Organização 
Internacional do Trabalho, uma das que integram o núcleo dos direitos 
fundamentais do trabalhador, e traça os parâmetros do princípio da liberdade 
sindical. Porém, de qualquer forma, ela exerceu grande influência no 
conteúdo da Constituição de 1988, que define a posição do Estado perante 
o sindicalismo e valoriza a manifestação dos grupos sociais, para assegurar 
aos trabalhadores a livre escolha do que considerarem importante para a sua 
organização e ação sindical.
4 Que função teve a Consolidação das Leis do Trabalho/1943? Como 
se caracterizou o sistema legal brasileiro instituído por ela?
R.: A Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, 
de 1º de maio de 1943, teve como principal função reunir as leis trabalhistas 
esparsas existentes, expressando os princípios políticos da época em que foi 
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elaborada. Em especial, o corporativismo e o intervencionismo do Estado nas 
relações coletivas de trabalho, em prejuízo da liberdade sindical, do direito 
de greve e das negociações coletivas. O sistema legal brasileiro baseou-se 
em institutos que caracterizaram a forma autoritária de organização sindical, 
entre os quais: a necessidade de reconhecimento do sindicato pelo Estado, 
a natureza pública das funções sindicais, o prévio enquadramento sindical 
elaborado pelo Estado, o princípio do sindicato único, a contribuição sindical, 
a intervenção do Estado e o poder punitivo sobre os sindicatos.
5 O que representou a Constituição Federal de 1988 para o sindicalismo 
e que inovações ela trouxe?
R.: A Constituição Federal de 1988, fruto do processo político favorável à 
democratização do país, modificou o sistema jurídico de relações de trabalho, 
em que um dos aspectos positivos foi o redimensionamento das relações entre 
os sindicatos e o Estado. Mas a grande inovação é que não poderá haver a 
intervenção ou interferência do poder público na organização sindical (art. 8º, 
I), tanto na criação quanto no funcionamento e administração dos sindicatos. 
O que significa que a sua autonomia lhe permite definir questões internas 
(eleições, funcionamento etc.) nos respectivos estatutos. 
6 Em que consistem as limitações ou proibições estabelecidas para 
os sindicatos pela Constituição de 1988 (art. 8º)?
R.: É proibida a criação de mais de um sindicato de categoria profissional ou 
econômica, em qualquer grau, na mesma base territorial, que será definida 
pelos trabalhadores. Não pode ser em área inferior a um município (art. 8º, 
I). O sistema sindical é organizado por categorias, profissional e econômico 
(art. 8º, II, III e IV). E, além da contribuição sindical já prevista em lei, haverá 
a contribuição para o custeio do sistema confederativo.
7 O que significa a organização sindical por categoria?
R.: É o conjunto de pessoas que exercem a sua atividade (categoria 
econômica; dos empregadores; ex.: empresas bancárias) ou o seu trabalho 
(categoria profissional; dos empregados; ex.: bancários) num dos setores 
da atividade econômica (ex.: industrial, comercial e suas subdivisões, como 
indústria alimentícia, comércio hoteleiro) (art. 511, §§ 1º e 2º, da CLT).
8 O que é categoria profissional diferenciada? Exemplifique.
R.: Forma-se mediante a união dos empregados que exerçam profissões 
ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em 
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consequência de condições de vida singulares (art. 511, § 3º, da CLT; ex.: 
aeronautas, aeroviários, professores etc.). 
TÓPICO 2
1 Apresente uma definição de sindicato.
R.: Sindicatos são unidades de base, representantes de uma coletividade de 
trabalhadores ou empregadores, visando à defesa dos interesses coletivos e 
individuais de seus membros, como ocorre no sistema brasileiro. Em alguns 
países europeus (Portugal, Espanha etc.), a palavra usada para designar as 
entidades que cuidam exclusivamente dos interesses operários.
2 A natureza jurídica atual de sindicato é de direito público ou privado? 
Explique.
R.: A natureza jurídica do sindicato, que durante o período de intervenção 
estatalera de pessoa jurídica de direito público, por exercer função delegada 
pelo Estado, atualmente é de pessoa jurídica de natureza privada. 
 
3 O Estado, através do Ministério do Trabalho, autoriza a criação de 
sindicatos, após a Constituição de 1988? Justifique.
R.: O grande avanço da Constituição de 1988 foi promover a eliminação dos 
atos de intromissão do Ministério do Trabalho, que, no passado, estabelecia 
o cumprimento de etapas à constituição da entidade sindical. Impunha 
estatutos-padrão às entidades sindicais e limitava o tempo de duração dos 
mandatos dos dirigentes sindicais. 
4 Em que consistem os registros a que os sindicatos se devem 
submeter para obter personalidade sindical?
R.: No sistema brasileiro, para uma associação adquirir personalidade sindical 
deve sujeitar-se a dois registros: um geral, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, 
que lhe confere personalidade jurídica e a capacidade de ser titular de direitos 
e obrigações, e um específico, o depósito dos seus estatutos no Ministério 
do Trabalho (Portaria MTE no 186, de 10 de abril de 2008), para adquirir 
personalidade sindical e, assim, atuar com todas as prerrogativas conferidas aos 
entes sindicais e capacidade para defender os interesses da categoria.
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5 Dentre as garantias inerentes ao princípio da liberdade sindical, 
que prerrogativas têm os sindicatos nos aspectos de organização e 
administração?
R.: Os sindicatos, dentre as garantias inerentes ao princípio da liberdade 
sindical (significa que podem ser organizados de acordo com a vontade dos 
seus membros, sem a ingerência do Estado), possuem o direito de elaborar 
os seus estatutos e regulamentos administrativos, de eleger livremente seus 
representantes, organizando a sua gestão e sua atividade e formulando o 
seu programa de ação (art. 8º, I). A administração é ato interno e atribuído 
aos próprios sindicatos, expressão da liberdade de auto-organização sindical, 
que, além do direito de redigir os seus estatutos e normas internas, poderão 
funcionar sem qualquer ingerência ou interferência do Estado, que não 
poderá limitar ou entravar o exercício legal dos sindicatos ou exercer qualquer 
controle, de modo arbitrário ou autoritário, de modo a dissolver ou suspender 
administrativamente a atividade sindical. 
6 De que modo se dá a dissolução de sindicato? Explique.
R.: A dissolução do sindicato poderá ser voluntária, como resultado da vontade 
dos próprios interessados, ou determinada pelo Estado. Quando houver 
implicações na questão da liberdade sindical, que exige garantias contra 
a ação estatal discriminatória, somente o Poder Judiciário poderá apreciar 
ações judiciais destinadas à dissolução de um sindicato. 
7 Quais os meios básicos de captação de recursos pelos sindicatos?
R.: Os sindicatos, para custeio das suas atividades, contam com as fontes de 
recursos expressas na Constituição e legislação infraconstitucional: 
- a contribuição sindical (art. 8º, IV, da Lei Maior c/c arts. 578 a 610 da CLT); 
- a contribuição confederativa (art. 8º, IV, da Constituição); a contribuição 
assistencial (art. 513 e da CLT); 
- a mensalidade dos sócios do sindicato (art. 548, b, da CLT); e
- outras receitas (art. 548 da CLT), como os bens e valores adquiridos e as 
rendas produzidas por aqueles (alínea c); as doações e legados (alínea d) e 
as multas e outras rendas eventuais (alínea e). 
8 Qual a contribuição mais expressiva e como é recolhida?
R.: A contribuição sindical, sua principal receita, é de caráter parafiscal e 
compulsório (art. 8º, IV, parte final, da CF e arts. 578 a 610 da CLT): imposta 
a todos os trabalhadores e empregadores pelo simples fato de integrarem 
a categoria profissional ou econômica, associados e não associados; a 
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contribuição é recolhida numa vez só, anualmente: dos empregados (a 
importância correspondente à remuneração de um dia de trabalho, qualquer 
que seja a forma da referida remuneração, no mês de março de cada ano; 
art. 582 da CLT), dos autônomos e profissionais liberais (a importância 
calculada na forma da Nota Técnica/CGRT/SRT nº 05/2004 do Ministério do 
Trabalho e Emprego, no mês de fevereiro de cada ano; art. 583 da CLT) e 
dos empregadores (a importância calculada na forma da Nota Técnica/CGRT/
SRT nº 05/2004 do Ministério do Trabalho e Emprego, no mês de janeiro de 
cada ano; art. 587 da CLT).
TÓPICO 3
1 Que prerrogativas a aquisição de personalidade sindical confere aos 
sindicatos?
R.: A aquisição de personalidade sindical confere aos sindicatos, entre 
outras, as seguintes prerrogativas, asseguradas na Constituição e normas 
infraconstitucionais: 
-representar e defender, inclusive perante as autoridades judiciárias e 
administrativas, os interesses individuais e coletivos da categoria; 
- participar das negociações coletivas de trabalho; 
- celebrar acordos e convenções coletivas de trabalho; 
- eleger ou designar os representantes da categoria perante órgãos da 
administração pública; 
- beneficiar-se das contribuições previstas em lei; 
- propor dissídio coletivo perante os Tribunais do Trabalho; 
- convocar a assembleia e deflagrar a greve; 
- garantia de emprego aos candidatos e/ou ocupantes de cargo de direção 
ou representação sindical.
2 Que divergências existem a respeito das funções que devem ser 
exercidas pelos sindicatos? Explique.
R.: Os sindicatos têm desenvolvido funções que se tornaram clássicas, como 
a de representação, a negocial, a regulamentar, a assistencial, a parafiscal 
ou arrecadadora e a política. Contudo, há divergências sobre essas funções, 
sendo as de representação e as negociais aceitas como próprias, enquanto 
outras são vistas como impróprias pelo fato de se desviarem do papel 
primordial a ser por eles desempenhado, como a função assistencial (ex.: 
serviços de natureza médica, hospitalar, educacional etc.). 
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3 Quanto ao exercício de funções políticas pelos sindicatos, como se 
posicionam os autores?
R.: O exercício de atividade política é a mais polêmica de todas. Porém, a 
maioria dos autores rejeita que os sindicatos desenvolvam política partidária, 
de forma a desviar-se da sua função de defesa dos interesses da categoria. 
Contudo, alguns autores entendem que causas ou interesses coletivos, 
como o combate ao desemprego e à inflação, justificam a atividade política, 
pois, quando a entidade sindical atua politicamente, está representando os 
interesses da categoria. 
4 Que órgãos formam a estrutura dos sindicatos? Quais as funções da 
diretoria?
R.: Os sindicatos possuem o direito constitucional de ter a estrutura que 
entendam necessária para o seu funcionamento, desde que criada pelos 
seus estatutos. No Brasil, devem ser observadas as exigências dos órgãos 
expressamente previstos na legislação constitucional e infraconstitucional. E, 
por isso, a estrutura mínima deverá ter, pelo menos, um órgão de deliberação 
(assembleia geral), um órgão de administração ou de comando (diretoria) 
e um órgão de fiscalização (conselho fiscal). A diretoria, órgão de direção 
ou representação, é um órgão executivo com a função de administração, a 
chefia, controle ou da gerência de assuntos atinentes à entidade, ao qual 
cabe a representação e a defesa dos interesses da entidade perante o poder 
público e empresas. 
5 Que são federações?
R.: As federações são organizações sindicais de grau superior, constituídas 
nos Estados-membros, reunindo um número não inferior a cinco sindicatos, 
representando a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões 
idênticas, similares ou conexas. Possui uma estrutura interna composta por 
diretoria, conselho de representantes e conselho fiscal.
6 Que sãoconfederações?
R.: As confederações são entidades sindicais de grau superior, de âmbito e 
representação nacional, sendo constituídas por no mínimo três federações 
e tendo sede em Brasília. São formadas por ramo de atividade (indústria, 
comércio, transporte etc.), podendo ser citadas: Confederação Nacional 
da Indústria, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, 
Confederação Nacional de Transportes Terrestres etc. 
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7 O que são e quais as funções das centrais sindicais?
R.: As centrais sindicais, reconhecidas pela Lei no 11.648/2008, são entidades 
de representação geral dos trabalhadores, em âmbito nacional, com as 
atribuições de coordenar a representação dos trabalhadores por meio das 
organizações sindicais a elas filiadas. Participam também de negociações 
em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social 
que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos 
de interesse geral dos trabalhadores.
TÓPICO 4
1 Por que a autonomia organizativa na América Latina não é ampla 
como nos países de outras regiões?
R.: Na América Latina, a autonomia organizativa não é ampla como em 
diversos países de outras regiões, pois a legislação trabalhista impõe o 
desenho da organização sindical. Além disso, a estrutura e organização 
sindical é definida pelas constituições e leis infraconstitucionais, ao invés 
de definida pelos próprios interlocutores sociais.
 
2 Por que o sistema de organização sindical previsto na Constituição 
de 1988 é contraditório?
R.: A Constituição Federal de 1988, o instrumento de efetivação do processo 
democrático, representou inegavelmente um grande avanço para a abertura 
sindical. Mas, tal sistema de organização sindical é tido como contraditório, 
ao tentar combinar a liberdade sindical com a unicidade sindical imposta por 
lei e a contribuição sindical oficial. Porém, tais limitações foram defendidas 
por parte do movimento sindical e surgiram dos livres debates na Assembleia 
Nacional Constituinte. Daí ser possível dizer que expressam uma legalidade 
consentida, mas não desejável.
 
3 Aponte resquícios do corporativismo mantidos pela Constituição de 
1988, tidos como retrocesso.
R.: São apontadas como retrocesso as figuras mantidas pela Constituição de 
1988, que são resquícios do corporativismo italiano, entre as quais o sistema 
do sindicato único que veda a existência na mesma base territorial de mais 
de um sindicato da mesma categoria, e a contribuição sindical compulsória 
sobre os salários de todos os membros da categoria, sejam ou não associados 
do sindicato. 
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4 Indique alguns avanços da Constituição de 1988 em relação ao modelo 
corporativista. 
R.: São tidos como avanços da Constituição de 1988 em relação ao modelo 
corporativista: 
a) antes, as funções sindicais eram as delegadas pelo poder público; na 
Constituição de 1988, a defesa dos direitos e interesses coletivos e individuais 
da categoria; 
b) antes de 1988, o sistema de criação das categorias era um ato constitutivo 
do Estado de acordo com o quadro de enquadramento sindical; depois de 
1988, temos a livre criação da categoria pelo sindicato; 
c) a proibição constitucional da intervenção e interferência do poder público 
na organização sindical; 
d) o modelo híbrido de organização caracterizado pela pluralidade de 
cúpula em nível de centrais e pela unicidade de base no nível de sindicatos, 
federações e confederações; 
e) o registro sindical no Ministério com função meramente cadastral e não 
mais reconhecimento da existência do sindicato, passando as controvérsias 
sobre registro ao controle da Justiça do Trabalho e não mais do Ministério; 
f) por decisões judiciais, a natureza facultativa e restrita aos sócios do 
sindicato da taxa assistencial e da contribuição confederativa, mantida a 
compulsoriedade apenas quanto à contribuição sindical prevista em lei;
g) depósito e não mais homologação pelo Ministério do Trabalho e Emprego 
das convenções e acordos coletivos nele registrados;
h) legalização das centrais sindicais.
5 Que motivos são apontados pelos favoráveis à reforma trabalhista? 
R.: Muitos são favoráveis à reforma trabalhista, pois, além dos resquícios 
do corporativismo, mantidos pela Constituição, esta introduziu conceitos 
indeterminados e sobrepôs uma nova ordem à CLT, que, por força dos novos 
princípios democráticos, conflitam e acabam gerando sérias divergências de 
interpretação. Portanto, só uma profunda mudança cultural e de mentalidade, 
aliada a uma mudança na Constituição e na legislação infraconstitucional, 
poderiam solucionar os males e as sérias distorções existentes no sindicalismo 
brasileiro.
6 O que é o Fórum Nacional do Trabalho e para que fins foi criado?
R.: O Fórum Nacional do Trabalho (FNT) foi criado pelo Decreto no 4.796, de 
30 de julho de 2003. É um órgão tripartite, não governamental e instituído 
com a finalidade de coordenar a negociação entre os representantes dos 
trabalhadores (indicados pelas centrais e confederações), empregadores 
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(apontados pelas entidades sindicais patronais de cúpula) e governo sobre 
a reforma trabalhista, incluindo a sindical. 
7 Ao final dos debates, que encaminhamento deu a Comissão de 
Sistematização às propostas do Fórum?
R.: A Comissão de Sistematização elaborou relatório final e as propostas do 
Fórum que foram transformadas na Proposta de Emenda Constitucional - 
PEC 269 e em projeto de lei, enviados ao Congresso Nacional em março de 
2005. Contudo, a reforma sindical não seria uma mera alteração legislativa, 
mas um amplo reordenamento jurídico-institucional, que, do ponto de vista 
normativo, deveria envolver o Direito Sindical, a Legislação do Trabalho, 
o Direito Processual do Trabalho, os órgãos de Administração Pública do 
Trabalho e a Justiça do Trabalho. 
 
8 E, na atualidade, como se encontra a proposta de reforma sindical?
R.: Em suma, é evidente que existe um descompasso entre a realidade e a 
lei no nosso país, embora algumas tendências se tenham efetivado, como: 
a criação das centrais sindicais em 2008, outras continuam na pauta de 
discussões. E aparecem também tendências pioneiras, como o conceito 
de maior representatividade sindical (efetiva capacidade de o sindicato ser 
o porta-voz dos seus representados, o que depende da legitimidade da 
organização sindical e da sua força de mobilização), que poderá tornar-se um 
pressuposto para a criação de qualquer associação sindical, o que certamente 
contribuiria para o seu fortalecimento. 
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 Defina conflito coletivo de trabalho.
R.: Há conflitos coletivos quando, em razão dos seus sujeitos, que são os 
grupos de trabalhadores abstratamente considerados, de um lado, e o grupo 
de empregadores, de outro, se referem a interesses gerais do grupo.
2 O que é negociação coletiva de trabalho?
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R.: A negociação coletiva enquadra-se no grupo dos instrumentos de 
autocomposição, que ocorre quando o conflito é solucionado pelas próprias 
partes, sem intervenção de outros agentes no processo de pacificação da 
controvérsia. 
3 Que tipos de negociação são compreendidos pela negociação coletiva 
de trabalho e a que visam? 
R.: Ela compreende todas as negociações que tenham lugar entre, de uma 
parte, um empregador, um grupo de empregadores ou uma organização 
ou várias organizações de empregadores, e, de outra parte, uma ou várias 
organizações de trabalhadores, visando: 
a) fixar as condições de trabalho e emprego; 
b) regular as relações entre empregadores e trabalhadores; 
c) disciplinaras relações entre empregadores ou suas organizações e uma 
ou várias organizações de trabalhadores ou alcançar todos esses objetivos 
de uma só vez. 
4 Em que consiste a função social da negociação coletiva?
R.: A negociação coletiva cumpre ainda a função social, que se traduz na 
participação dos trabalhadores no processo de decisão empresarial, cuja 
contribuição para solucionar inúmeras questões de interesse social resulta em 
harmonia nas relações coletivas e tem uma função pacificadora, na medida 
em que os ajustes são feitos por prazos certos e determinados. Além disso, 
os acordos propiciam o nivelamento de dois desiguais: o poder econômico e 
o trabalhador, que acabam cumprindo uma função muito maior, a de busca 
da concretização da igualdade e da justiça social. 
5 Que regras devem ser seguidas para chegar ao resultado final da 
negociação? 
R.: Para chegar ao resultado final da negociação, que culmina com a norma 
coletiva, é preciso atender regras: 
a) de garantia de segurança aos negociadores, para que, com liberdade, 
possam expor suas ideias; 
b) de disciplina e respeito; 
c) as partes devem agir com lealdade e boa-fé, como se deve proceder em 
qualquer contrato.
6 No Brasil, como é feito o nível de negociação? 
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R.: No Brasil, o nível de negociação, geralmente, é feito por categoria, pois a 
Constituição reconhece a existência das categorias (art. 8º, II, III e IV), mas 
as federações podem negociar quando as categorias não são organizadas 
em sindicato. Neste caso, das negociações em nível de categoria resultam 
convenções coletivas de trabalho aplicáveis a todos os empregadores e a 
todos os empregados, sócios ou não dos sindicatos, do setor de atividade em 
que a negociação se desenvolver. E das negociações em nível de empresa 
resultam acordos coletivos cujo âmbito de aplicação é menor. Ou seja, é 
aplicável às empresas que participaram da negociação. 
7 Conforme a Constituição de 1988, de que forma participam os 
sindicatos de trabalhadores e de empregadores das negociações 
coletivas?
R.: A Constituição Federal de 1988 prevê a obrigatoriedade da participação 
dos sindicatos na negociação coletiva, o que significa dizer que, tanto o 
sindicato dos trabalhadores quanto o patronal, podem participar dos dois 
níveis de negociação, o de categoria e o de empresa. Porém, o sindicato 
dos trabalhadores é que deve participar obrigatoriamente das negociações 
coletivas, pois, nos acordos coletivos, só ele toma parte juntamente com as 
empresas e não o sindicato da categoria econômica. 
8 Quando as associações sindicais de grau superior participam de 
negociações?
R.: No Brasil, os sindicatos, segundo o sistema constitucional vigente, 
têm legitimação privativa para representar os integrantes da categoria 
profissional ou econômica, sendo que as associações sindicais de grau 
superior, federações ou confederações somente podem fazê-lo quando for 
inexistente associação sindical de grau inferior. Porém, essa limitação turba 
a possibilidade de acordos territorialmente mais vantajosos, e nacionalmente 
articulados, que poderiam produzir cláusulas assecuratórias de direitos 
mínimos para todos os trabalhadores de determinado ramo, cabendo às 
negociações em níveis mais específicos a missão de apenas melhorar o 
conteúdo das cláusulas genéricas. 
TÓPICO 2
1 Por que, desde a sua origem, as convenções já apresentavam 
vantagens para os convenentes? 
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R.: Desde a sua origem, já existiam vantagens para os convenentes: 
a) para o empregador, era uma forma de negociação pacífica, sem perigo 
da ocorrência de greves; 
b) para o empregado, o reconhecimento, pelo empregador, da legitimidade 
e representatividade do sindicato nas negociações, com a consequente 
conquista de novos direitos para os trabalhadores; 
c) para o Estado, era uma forma de não interferência, em que as próprias 
partes buscavam a solução de seus conflitos, culminando com um instrumento 
de paz social. 
2 O que é convenção coletiva de trabalho?
R.: A convenção coletiva de trabalho é o acordo de caráter normativo pelo 
qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e 
profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das suas 
respectivas representações, às relações individuais de trabalho (art. 611, 
CLT). Por isso, é um acordo entre sindicato de empregados e sindicato de 
empregadores, nascendo da autonomia da vontade de ambas as entidades, 
como resultado de um ajuste bilateral e só se perfaz caso os dois contratantes 
combinem suas vontades. 
3 O que é acordo coletivo de trabalho?
R.: Acordo coletivo de trabalho é o pacto de caráter normativo pelo qual 
um sindicato representativo de certa categoria profissional e uma ou mais 
empresas da correspondente categoria econômica estipulam condições 
de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas empresas, às relações 
individuais de trabalho. No acordo, não é necessária a presença do sindicato 
dos empregadores, embora seja imprescindível o sindicato dos empregados. 
Afinal, o empregador, por sua própria natureza, já é um ser coletivo, ao 
passo que os trabalhadores apenas adquirem essa qualidade mediante a 
sua atuação coletiva. 
4 Que diferença e ponto em comum existem entre convenção e acordo 
coletivo de trabalho? 
R.: O ponto em comum da convenção e do acordo coletivo é que neles 
são estipuladas condições de trabalho que serão aplicadas aos contratos 
individuais dos trabalhadores, tendo, portanto, efeito normativo. Mas, a 
diferença entre essas figuras parte dos sujeitos envolvidos: o acordo coletivo 
é feito entre uma ou mais empresas e o sindicato da categoria profissional. 
E na convenção coletiva, o pacto é realizado entre sindicato da categoria 
profissional, de um lado, e sindicato da categoria econômica de outro.
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5 Que forma é exigida na confecção dos instrumentos coletivos 
negociados?
R.: A respeito da forma, a confecção dos instrumentos coletivos negociados, 
embora operada de modo necessariamente escrito, é isenta de grandes 
formalidades. Mas o art. 613 da CLT impõe a observância de alguns dados 
essenciais à inteligibilidade do negócio jurídico (I, II, III e IV), sem os quais 
não seria possível saber quem seriam os sujeitos obrigados, as categorias 
abrangidas, tampouco o tempo de duração do ajuste. Os demais incisos (V, 
VI, VII e VIII) são questionáveis à luz do princípio da não interferência estatal 
na organização sindical.
 
6 Quanto à duração das convenções e acordos coletivos de trabalho, 
o que ocorre entre a lei e a prática? 
R.: A Lei Trabalhista (art. 614, § 3º, CLT) estabelece que não será permitido 
estipular convenção ou acordo coletivo com duração superior a dois anos. 
Mas, na prática, as entidades coletivas têm demonstrado a tendência de 
fixar um ano de duração. E também poderão ser prorrogados, revisados ou 
denunciados e revogados, antes do término da duração da convenção ou 
acordo. O que só ocorrerá com o consentimento da outra parte, desde que 
observados os mesmos procedimentos exigíveis para a constituição de um 
instrumento coletivo.
7 Como se compõe o conteúdo dos instrumentos negociais? 
R.: O conteúdo dos instrumentos negociais é constituído de cláusulas 
obrigacionais e normativas, segundo os seus destinatários: as primeiras são 
dirigidas aos sindicatos e empresas signatárias dos acordos e criam direitos 
e deveres entre os sujeitos estipulantes. Não se incorporam nos contratos 
individuais de trabalho, porque a eles não se referem. As cláusulas normativas, 
e que são as mais expressivas, são dirigidas aos empregados e empresas 
e aos seus respectivos contratos individuais sobre os quais se projetarão.8 No confronto entre regras de convenção e de acordo coletivo, qual 
delas prevalece? Justifique. 
R.: No confronto entre regras de convenção e de acordo coletivo prevalece o 
instrumento coletivo negociado que seja mais favorável ao trabalhador. Eis que, 
por não haver hierarquia entre acordo e convenção coletiva de trabalho, opta-
se simplesmente pela aplicação daquela que seja mais favorável ao operário, 
salvo, evidentemente, quando algum desses instrumentos contiver disposição 
a pior nas hipóteses previstas no art. 7º, VI, XIII e XIV, da Constituição.
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TÓPICO 3
1 Quando e como o instituto da greve teve o seu nascimento?
R.: O instituto da greve teve o seu nascimento somente no século XIX, 
possuindo as suas raízes na Revolução Francesa, que lhe deu o embasamento 
filosófico, e na Revolução Industrial, que contribuiu com os componentes de 
ordem material, isto é, a presença de um grupo de assalariados e a existência 
de um interesse coletivo a defender. Por isso, a greve, legal na maioria dos 
países capitalistas contemporâneos e tida como importante instrumento de 
luta dos trabalhadores, só existiu a partir do sistema capitalista de produção, 
quando a cessação coletiva das atividades produtivas deixou de ser 
considerada excepcional e se tornou prática reguladora das relações salariais. 
2 Na história mundial da greve, de que modos ela foi cronologicamente 
considerada?
R.: A greve como instrumento legal de luta dos trabalhadores foi duramente 
combatida pelo patronato e pelo governo, inclusive considerada um delito e 
reprimida pelo Código Penal da maioria dos Estados. E na história mundial 
da greve, vamos verificar que ela foi cronologicamente considerada um delito, 
principalmente no sistema corporativo, depois passou a liberdade, no Estado 
liberal, e, posteriormente, a direito, nos regimes democráticos.
3 No Brasil, a partir de quando ela foi reconhecida como um direito 
dos trabalhadores? Nesse período, como era o exercício do direito 
de greve? 
R.: A Constituição de 1946 modificou a orientação sobre a greve, que 
reconheceu como um direito dos trabalhadores sob a proteção da ordem 
jurídica. A nova Lei de Greve, a de no 4.330/64, foi promulgada com as 
modificações políticas ocorridas a partir de 1964, que iniciou a ditadura 
militar. Enfim, o direito de greve, apesar de reconhecido pela Constituição de 
1946 e regulamentado pela Lei no 4.330/64, possuía tantas limitações que 
era a negação do próprio direito. Além disso, com a Constituição de 1967, a 
Emenda Constitucional de 1969 e o Decreto-Lei no 1.632/78, foi de tal forma 
ampliada a intervenção estatal nos sindicatos e o processo de realização era 
tão complexo, que as greves tornaram-se praticamente proibidas. 
4 Como se configura o direito de greve na Constituição de 1988?
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R.: A Constituição Federal de 1988, de cunho democrático, assegura o direito 
de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de 
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender (art. 9º), 
cabendo à lei definir os serviços ou atividades essenciais e dispor sobre o 
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (§ 1º). No entanto, 
os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei (§ 2º). Além 
disso, o direito de greve foi admitido para os trabalhadores do setor privado 
e para os servidores públicos civis, nos termos e nos limites definidos em 
lei específica (art. 37, VII); conquanto os militares e integrantes das forças 
armadas estejam proibidos de sindicalização e greve (art.142, § 3º, IV).
5 O direito de greve, após a Constituição de 1988, foi regulamentado? 
Justifique.
R.: A greve está prevista no Capítulo II (Dos Direitos Sociais) do Título II (Dos 
Direitos e Garantias Fundamentais) da Constituição de 1988, no art. 9º, sendo 
regulamentada pela Lei no 7.783/89, que dispôs sobre o exercício do direito 
de greve, definindo as atividades essenciais e regulando o atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade. No caso, a greve não é uma relação 
puramente privada entre trabalhadores e empregadores, pois a intervenção 
estatal determinará os rumos do conflito. 
6 Qual o conceito legal de greve? 
R.: A Constituição de 1988 não apresenta o conceito de greve, embora 
fixe a sua dimensão ampla, na medida em que atribui aos trabalhadores a 
competência de definir a oportunidade e os interesses a defender através 
da greve (art. 9º), pelo que fica a cargo destes determinar a conveniência 
da greve e a sua finalidade. Contudo, o legislador ordinário (art. 2º da Lei 
no 7.783/89), partindo da ideia de que greve é um direito, declara que para 
os fins desta lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a 
suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação 
pessoal de serviços a empregador, daí resultando o conceito que passou 
a ser usado, o qual se baseia nos seus atributos. 
7 Quais são os outros atos coletivos de conflito que não se confundem 
com a greve?
R.: A luta dos trabalhadores, para alcançar a satisfação dos seus interesses, 
envolve as mais variadas manifestações e, ao lado da greve, instrumento de 
pressão dirigido pelos trabalhadores ao patronato, existem outras condutas 
coletivas seguidas pelos obreiros. Tais condutas, acolhidas ou não pela lei, 
são formadas por: um grupo que se aproxima da figura da greve, com ela 
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envolvendo-se, como os piquetes, a operação tartaruga e/ou excesso de 
zelo e a ocupação do estabelecimento. Outras condutas podem ou não se 
associar a determinado movimento paredista concreto, mas com ele não se 
confundem, do ponto de vista sociojurídico, como o boicote. E, finalmente, 
há figuras de coerção e/ou pressão claramente ilícitas, quer se trate de um 
contexto de greve ou não, como a sabotagem.
8 Existem greves sem abstenção de trabalho? Justifique e exemplifique.
R.: E as greves atípicas identificam-se com formas de não colaboração 
dos trabalhadores com o empregador e sem abstenção do trabalho, sendo 
referida:
- a greve de zelo, na qual os trabalhadores executam o trabalho de modo 
detalhado e minucioso, para causar desorganização do processo produtivo 
da empresa; 
- a greve de rendimento ou de braços cruzados, caracterizada pela diminuição 
do volume de trabalho; 
- a greve da mala nos transportes coletivos, como nos casos de falta de 
cobrança dos bilhetes dos passageiros de ônibus ou liberação das catracas 
do metrô; 
- a greve de amabilidade, que se traduz pela ausência de cortesia no 
atendimento aos clientes etc. 
TÓPICO 4
1 Quais os objetivos que devem ser alcançados pela greve? Justifique.
R.: A greve visa alcançar objetivos definidos, em geral, de natureza econômico-
profissional ou contratual trabalhista, cuja amplitude tem seus critérios 
estabelecidos pelas ordens jurídicas específicas, pois os interesses pleiteados 
são relativos ao trabalho dos empregados que possam ser satisfeitos 
pelos empregadores. Apesar disso, sob o ponto de vista constitucional, as 
greves não necessitam centrar-se nesses temas, já que a validade desses 
movimentos (greves de solidariedade e políticas) é inquestionável, se a 
solidariedade ou a motivação política se vincularem a fatores de significativa 
repercussão na vida e trabalho dos grevistas.
2 Os interesses a serem defendidos pela greve podem ser exercidos 
de forma absoluta e irresponsável? Por quê?
R.: A greve é um direito colocado nas mãos do trabalhador, do qual deverá 
fazer bom uso, eis que nenhum direito poderá ser exercido de forma absoluta 
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e irresponsável.Assim, apesar de ser o direito de greve inviolável, porque 
assegurado pela Constituição Federal (arts. 9º e 37, inciso VII), é uma medida 
extrema que se sujeita às limitações legais, as quais, se não observadas, 
ensejarão a declaração de abusividade do direito de greve. 
3 Os meios adotados pelos empregados e empregadores na greve 
poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais 
de outrem? Exemplifique. 
R.: Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores 
poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem. 
O que mostra que a greve é um direito constitucional que não invalida outros 
direitos do mesmo nível, entre os quais podem referir-se:
- o direito constitucional de solução pacífica dos conflitos (CF, art. 4º, VII);
- o direito à vida, à liberdade, à segurança, à propriedade (CF, art. 5º, caput);
- à livre manifestação do pensamento daqueles que são contrários à greve 
(CF, art. 5º, IV);
- o direito de indenização por dano material, moral ou à imagem (CF, art. 5º, V);
- o respeito às convicções políticas, filosóficas e crenças religiosas (CF, art. 
5º, VIII);
- à inviolabilidade da intimidade e da vida privada das pessoas (CF, art. 5º, X);
- o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão (CF, art. 5º, XIII); e 
- o direito de livre locomoção (CF, art. 5º, XV), garantias que merecem 
proteção diante do direito de greve e que o restringem para que possam ser 
preservadas e se exercitem na plenitude do seu significado. 
4 A greve é permitida em que serviços, de acordo com a Constituição 
de 1988?
R.: A Constituição, ao dispor que compete aos trabalhadores decidir sobre 
a oportunidade e os interesses a defender através da greve, permite-a nos 
serviços ou atividades essenciais, desde que condicionado o seu exercício 
ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Portanto, a 
greve, na Constituição de 1988, é permitida em todos os serviços, incluindo os 
essenciais para a vida da comunidade. Mas, neste pormenor, transferiu para 
a lei ordinária a decisão sobre o rol dessas atividades, bem como dispor sobre 
o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (CF, art. 9º, § 1º).
5 Em caso de greve, como é garantida a prestação de serviços 
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da 
comunidade?
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R.: A Lei nº 7.783/89 dispõe que os sindicatos, os empregadores e os 
trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir durante a greve, 
a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades 
inadiáveis da comunidade (art. 11). No entanto, no caso de inobservância desta 
regra, o poder público assegurará a prestação dos serviços indispensáveis, 
podendo requisitar trabalhadores e bens do empregador para, em caráter 
excepcional, garantir o regular funcionamento de serviços essenciais (art. 
12). Além disso, são necessidades inadiáveis da comunidade aquelas que, 
não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a 
segurança da população (parágrafo único do art. 11). 
6 Quando o direito de greve pode ser considerado abusivo?
R.: O direito de greve, um direito fundamental dos trabalhadores, será abusivo 
quando seus titulares excederem manifestamente os limites impostos por 
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. A qualificação 
‘abusiva’ é adquirida por conta do excesso, e não do uso regular, pois por ser 
excessivo e contrariar o bem-estar social e a previsão legal, o ato é violador 
e considerado pelo sistema jurídico brasileiro como ilícito. 
7 Quais são os requisitos para o exercício do direito de greve?
R.: O exercício do direito de greve obedecerá aos requisitos estabelecidos na 
Lei de Greve e nos estatutos de cada sindicato de trabalhadores, adequados 
à realidade de cada categoria: 
- a primeira condição é a convocação da assembleia de trabalhadores para 
deliberar sobre a paralisação e definir as reivindicações a serem defendidas 
(art. 4º), na forma do estatuto da entidade sindical, mas, na falta de entidade 
sindical, a assembleia geral dos trabalhadores interessados deliberará, 
constituindo comissão de negociação (art. 4º, § 2º); 
- a segunda é a tentativa de negociação coletiva, antes de deflagrar o 
movimento grevista, pois desde que frustrada a negociação ou verificada a 
impossibilidade de recurso à via arbitral, abre-se o caminho à paralisação 
coletiva (art. 3º); e
- a terceira é a notificação, ao empregador ou seu sindicato, com antecedência 
mínima de quarenta e oito horas da paralisação (art. 3º, parágrafo único), e 
de setenta e duas horas nas atividades essenciais, quando a comunicação 
deverá alcançar empregadores e usuários (art. 13).
8 Como funciona a Administração de Recursos Humanos (ARH) no 
terceiro milênio?
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R.: Neste terceiro milênio, a Administração de Recursos Humanos está 
passando por grandes mudanças e importantes inovações, onde, com a 
crescente globalização dos negócios e a acirrada concorrência mundial, as 
palavras de ordem para todas as empresas passaram a ser produtividade, 
qualidade, eficiência e competitividade. No novo contexto, as pessoas passam 
a ser a solução dos problemas da empresa; tornam-se o diferencial para 
que as organizações possam ser competitivas e deixam de ser o recurso 
organizacional mais importante, para se tornar o parceiro principal do negócio.

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