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Gabarito das Autoatividades LITERATURA BRASILEIRA DO PERÍODO COLONIAL AO ROMANTISMO (LETRAS) 2008/2 Módulo V 3UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 Marque V para as sentenças verdadeiras ou F para as falsas com relação ao texto de Soares Amora: a) ( V ) Tanto conteúdo quanto forma são elementos que promovem diferenciação literá-ria. b) ( V ) Nem sempre os conteúdos e as formas impedem que uma obra se assemelhe a outra. c) ( F ) Um longo poema épico é, necessariamente, o contrário de um pequeno poe ma lírico. d) ( F ) Uma obra narrativa longa tem sempre um fundo histórico. e) ( V ) A estrutura teatral caracteriza as obras escritas para serem representadas. f) ( V ) Autor, época, conteúdo e forma são elementos que podem contribuir para a noção de diferença entre as obras. 2 Tomando como ponto de partida as colocações feitas no texto, é possível afirmar que: a) Uma novela de televisão tem características formais semelhantes a uma peça de teatro, já que ambas são escritas para representação. b) Um romance que trate da luta de um povo pela liberdade é bastante semelhan te a um poema épico sobre o mesmo tema, mas é distinto na forma de apre sentar o assunto. c) A Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, é um poema lírico, porque é pequena. d) Os poemas de amor são subjetivos, mas não necessariamente líricos. R.: A 3 Conteúdo e forma são elementos distintos de obras: a) Mas podem ser elementos aproximativos, caso haja afinidades de elementos. b) Por isso, obras escritas para serem representadas não se prestam a ser lidas. c) Entretanto, podem ser elementos bastante antagônicos. d) Todavia, nos poemas heróicos ou épicos, podemos não encontrar estrofes. R.: A 4 Considerando-se que uma novela de TV narra acontecimentos organizados GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE LITERATURA BRASILEIRA DO PERÍODO COLONIAL AO ROMANTISMO 4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O numa sequência temporal, envolvendo personagens: a) Pode-se aproximá-la de um romance. b) Pode-se aproximá-la de um épico. c) Pode-se depreender dela uma estrutura teatral. d) Pode-se considerá-la uma forma pouco literária. R.: A TÓPICO 2 1 A Carta de Pero Vaz de Caminha, redigida com exuberância descritiva e até com uma enternecida afetividade, afigura-se como uma espécie de “Certidão de Batismo” de nosso país, na perspectiva da cultura ibéri ca, branca, cristã, mercantilista. E é como um reflexo dessa visão de mundo que está escrita, como de resto foi escrita a literatura ultramarina portuguesa da época. O capitão-mor Cabral, o escrivão Caminha e outros trouxeram de Portugal um vocabu lário que, sem dúvida, se revelou insufi ciente para descrever as coisas novas do Novo Mundo que viam e inter pretavam. Por isso, é frequente na Carta o emprego de expressões e orações com parativas, na tentativa de exprimir o des conhecido, o inusitado, o extraordinário. Baseado neste comentário: a) Cite uma dessas frases comparativas. R.: Existe mais de uma. Exemplo: como pardais; como se fossem amigos nossos. b) Interprete-a, de acordo com o contexto. R.: Ambas as frases representam o medo dos índios em relação aos brancos. 2 Darcy Ribeiro (1922-1997) e Pero Vaz de Caminha enfocam os primeiros contatos entre os portugueses e os indígenas brasileiros. No entanto, um dos principais aspectos que ressalta a comparação entre os fragmentos da Carta e do livro O Povo Brasileiro é a diferença entre as visões de mundo dos escritores, distanciados no tempo por 495 anos. Tomando por base esse comentário: a) Localize uma passagem no texto de Ca minha na qual, em meio às expressões de admiração e louvor, se subentende a ideia de conquista do indígena pelo branco civilizado. R.: As ideias de conquista aparecem no terceiro parágrafo: “E tudo se passa como eles querem – para os bem amansarmos”. b) Explique o significado no texto de Darcy Ribeiro da expressão “guerra biológica”. 5UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O R.: Guerra Biológica: as doenças trazidas pelos brancos, para as quais os índios não tinham imunidade. 3 A metáfora é uma figura de linguagem que consiste em empregar um vocábulo para conduzir a um sentido que não lhe é habitual. Esse procedimento baseia- se numa relação de analogia (semelhança). Empregando o signo “calvário”, por exemplo, na última frase de seu texto, Darcy Ribeiro serve-se do nome do monte onde Jesus foi crucificado, para exprimir a imagem de sofrimento dos povos indíge nas brasileiros, desde o descobrimento do Brasil. Com base neste comentário: a) Localize, na quinta frase do terceiro pa rágrafo de Darcy Ribeiro, outro vocábu lo empregado metaforicamente. R.: O termo peneirados é metafórico. b) Explique o que quis exprimir o autor ao servir-se dessa metáfora na frase mencionada. R.: O autor se refere aos sobreviventes. 4 Entende-se por literatura infor mativa no Brasil: a) O conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a nature za e o homem brasileiros. b) A história dos jesuítas que aqui estive ram no século XVI. c) As obras escritas com a finalidade de catequese do indígena. d) Os poemas do Padre José de Anchieta. R.: A 5 É exemplo da literatura de informação praticada no Brasil da era colonial o seguinte trecho: a) A Poesia, este aroma d’alma, deve de contínuo subir ao Senhor; som acorde da inteligência, deve santificar as vir tudes e amaldiçoar os vícios. b) Outra casta há de mandioca a que chamam aipins, que se podem comer crus sem fazer dano, e assados sabem a castanhas de Portugal assadas. c) Soprava uma aragem suave e delei tosa; a noite estava clara, brilhante e fresca. A lua gostosa se namorava, mirando-se no espelho das águas. d) Filho de um empregado público e órfão aos dezoito anos, Seixas foi obrigado a abandonar seus estudos na Faculdade de S. Paulo pela impossibilidade em que se achou sua mãe de continuar a dar-lhe a mesada. R.: B 6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O TÓPICO 3 1 O texto a seguir, que foi extraído do Jornal de Santa Catarina (Coluna do Horácio/março/2000), apresenta característica de uma Escola Literária. A lógica é uma coisa relativamente fácil de explicar e difícil de compreender. Senão vejamos. Imagine um pedaço de queijo suíço, daqueles bem cheio de buracos. Quanto mais queijo, mais buracos. Cada buraco ocupa o lugar em que deveria haver queijo. Assim, quanto mais buracos, menos queijo. Enquanto mais queijo mais buracos, e quanto mais buracos, menos queijo. Logo, é fácil concluir que, quanto mais queijo, menos queijo. Ou melhor ainda: se toda regra tem exceção, isto então é uma regra. Logo, deveria ser exceção. Portanto, nem toda regra tem exceção. Ou não? a) Que escola é? R.: Barroco b) A que corrente desta escola o texto se filia? R.: Conceptismo c) Justifique as duas respostas anteriores. R.: O Barroco traduz a dúvida, a inconsistência do mundo. Quanto ao conceptismo, esta corrente barroca trabalha com jogos de ideias, tenta comprovar, através da lógica, sua tese. 2 Leia o texto a seguir. Desenganos da vida humana, metaforicamente É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que de manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza Com presunção de Fênix generosa, Galhardias apresta, alentos preza: 7UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L AO R O M A N T I S M O Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? (Gregório de Matos Guerra) Agora, faça a análise deste poema. a) Inicie buscando significado a todas as palavras que possam lhe deixar dúvidas semânticas (de significado). b) Observe que o poeta faz uma afirmação sobre o que é a vaidade. Para isso, ele usa três metáforas. Faça um esquema (pode ser através de organograma, ou com chaves ( { ), começando com vaidade e depois com as três metáforas. c) Agora que você já visualizou as comparações – através das metáforas –, coloque as características de cada ser comparado, também em chaves. d) Você fez, até agora, uma análise indutiva (disse o que é a vaidade partindo de aspectos menores para os maiores). Pois bem, vamos ver a última estrofe. O que acontece com os elementos comparados com a vaidade? Observe que cada um tem um fim. E que agora o poeta faz uma recolha (busque as comparações que usou no poema e apresente-as do maior para o menor - anticlímax). Continue seu organograma, ou esquema de chaves, dando o que acontece com cada um dos elementos comparados. e) Essa atividade deve dar a você a possibilidade de inferir sobre algumas características barrocas. Veja como o poeta trabalha a questão da fugacidade da vida (de que tudo passa); infira mais: se tudo passa, o que se deve fazer, segundo a ideia barroca? 8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O TÓPICO 4 1 O soneto é construído a partir de relações de oposição entre as condições da paisagem bucólica e estado de espírito do eu lírico. Analise as duas primeiras estrofes e responda: a) Como se caracteriza a natureza? R.: A natureza aparece bela, plena, “feliz”. b) Como se sente o eu lírico diante desse quadro? Justifique sua resposta com um verso da 2ª estrofe. R.: Sente-se alegre e triste, ao ver o campo toda sua tristeza é desafiada, vêm-lhe lágrimas com ânsia, dor, agonia. c) Como, supostamente, o eu lírico deveria sentir-se? R.: Mesmo diante do que deveria fazê-lo feliz, ele se sente triste. d) Que figura de linguagem sustenta a contradição experimentada pelo eu lírico? R.: A antítese, pois ele se sente triste diante da alegria [que já foi, que passou]. 2 Na estrofe 4, o eu lírico afirma que as flores, perfumando o campo, dão uma ideia do que seja a felicidade. De acordo com a 4ª estrofe, interprete: a) Por que as flores acentuam o sofrimento do eu lírico? R.: Porque a flor lembra a mulher amada. b) Implicitamente, são sugeridas semelhanças entre as flores e a mulher amada, identificada como “bela causadora de minha ânsia”. Quais poderiam ser essas semelhanças? R.: Ambas – a flor e a mulher – são belas e inconstantes. 3 Se a paisagem natural em que se encontra o eu lírico é de alegria, harmonia e beleza, levante hipóteses: por que o eu lírico não é feliz? R.: Resposta pessoal. Sugestões: - acabou o namoro entre ele e a amada; - eles namoram, mas ela não está ali; - ela morreu. 4 O poema é inteiramente construído a partir de relações antitéticas (em antíteses). Explique: isso é suficiente para caracterizá-lo como barroco ou trata-se de um poema árcade? Justifique sua resposta com características da estética literária a que pertence o texto. R.: Embora haja características herdadas do Barroco, o poema é árcade. Não há exagero de sentimento, nem rebuscamento de linguagem, além de existir 9UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O o bucolismo da cena – aspecto árcade, por excelência. E mais, o eu lírico está voltando da cidade – fugere urbem –, para o interior – locus amoenus. UNIDADE 2 TÓPICO 1 1 “Seja qual for o lugar em que se ache o poeta, ou apunhalado pelas dores, ou ao lado de sua bela, embalado pelos prazeres; no cárcere, como no palácio; na paz, como sobre o campo de batalha; se ele é verdadeiro poeta, jamais há de esquecer-se de sua missão, e acha sempre o segredo de encantar os sentidos, vibrar as cordas do coração, e elevar os pensamentos nas asas da harmonia até as ideias arquetípicas.” O trecho acima foi extraído da “Advertência” ao leitor, feita por Domingos José Gonçalves de Magalhães nas páginas iniciais de seu livro Suspiros poéticos e saudades. Que representa esta obra na história da literatura brasileira? R.: Suspiros poéticos e saudades representa um marco histórico para o Romantismo brasileiro. Foi a primeira obra escrita dentro dos ditames românticos. No entanto, literariamente foi muito fraca. Salva-se pelo “recado” que Gonçalves de Magalhães dá aos escritores que querem escrever dentro da estética romântica. 2 Assinale a proposição em que se encontram três características do movimento literário ao qual se dá o nome de Romantismo. a) Predomínio da razão, perfeição da forma, imitação dos gregos e dos romanos. b) Reação anticlássica, busca de temas nacionais, sentimentalismo e imaginação. c) Anseio de liberdade criadora, busca de verdades absolutas e universais, arte pela arte. d) Desejo de expressar a realidade objetiva, erotismo, visão materialista do universo. R.: B 3 Assinale a proposição falsa: a) O Romantismo, como estilo, não é modelado pela individualidade do autor; a forma predomina sempre sobre o conteúdo. b) O Romantismo, como estilo de época, consistiu basicamente num fenômeno estético-literário desenvolvido em oposição ao intelectualismo e à tradição racionalista e clássica do século XVIII. 10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O c) O Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado numa única qualidade: a imaginação. Pode-se creditar à imaginação a capacidade extraordinária dos românticos de criarem mundos imaginários. d) O Romantismo caracterizou-se por um complexo de características, como o subjetivismo, o ilogismo, o senso de mistério, o exagero, o culto da natureza e o escapismo. R.: A 4 Leia o texto com atenção: “Os ritos semibárbaros dos Piagas, Cultores de Tupã, e a terra virgem Donde como dum tronco enfim se abriam Da cruz de Cristo os piedosos braços; As festas e batalhas mal sangradas Do povo americano, agora extinto, Hei de cantar na lira. Cantor modesto e humilde, A fronte não cinge de mirto e louro, Antes de verde rama engrinaldei-a, De agrestes flores enfeitando a lira; Não me assentei nos cimos do Parnaso. Cantor das selvas, entre bravas matas Áspero tronco da palmeira, escolho.” O poema de que se extraiu o texto anterior pode ser considerado, sob o ponto de vista da “escola” literária ou estilo de época, como: a) arcaico b) arcádico c) simbolista d) romântico R.: D 5 Nos versos do texto anterior, o autor promete cantar: a) As batalhas incruentas entre indígenas e americanos. b) A Terra de Santa Cruz, então extinta. c) A cultura e o ambiente do povo indígena. d) A realeza dos ritos, mirtos e louros semibárbaros. R.: C 11UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O TÓPICO 02 1 Sobre o Texto I, responda: a) O que é exílio? R.: Coimbra – Portugal b) Onde é “cá”? Caracterize esse lugar. R.: Cá = Coimbra – Portugal – lugar triste onde o poeta se sente solitário e a natureza não lhe é confidente. c) Onde é “lá”? Caracterize esse lugar. R.: Lá = Brasil [possivelmente Maranhão] – lugar onde há uma natureza rica e amiga do poeta. d) Trechos do poema foram reaproveitados em poemas/músicas que os brasileiros conhecem. Identifique um trecho e diga a que música pertence. R.: Sabiá – canção de Chico Buarque – Vou voltar, eu sei que vou voltar, é lá que quero ouvir cantar o sabiá. Canção de Roberta Miranda - Estou indo agora pra um lugar todinho meu, querouma rede preguiçosa pra deitar, em minha volta sinfonia de pardais anunciando a majestade o sabiá. e) De que modo o nacionalismo se revela no poema/música indicado no item d? R.: Através de um sentimento “bairrista”: só o meu é melhor. 2 Sobre o Texto II, responda: a) Se “Minha terra tem macieiras da Califórnia/ onde cantam gaturamos de Veneza.” Essa terra é o Brasil? Explique. R.: Sim, é o Brasil, mas modificado, alienado, com pássaros exóticos. Há uma crítica de que o brasileiro importa tudo e valoriza pouco o produto nacional. b) O sentimento de exílio do segundo texto é o mesmo exposto no primeiro? Explique comentando os dois versos finais. R.: Não, o primeiro estava no exterior, embora não como exilado, já o segundo se sente exilado em terras brasileiras. É só sair pelas ruas, ou ligar uma rádio no Brasil que você sentirá a mesma coisa. c) Há, nesse poema, escrito no século XX, a mesma exaltação da terra brasileira? Justifique. R.: Não! O poeta se ressente da falta de originalidade do brasileiro. O Brasil perdera sua identidade. Isso foi há anos, imagine hoje, com a globalização. 3 Sobre o Texto III, responda: a) No poema de Oswald de Andrade ele diz que “Minha terra tem palmares”. O que seria isso? R.: Quilombos - que hoje se multiplicaram através das favelas. 12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O b) Que visão do Brasil transmite esse poema do século XX? R.: Ideia de progresso, riqueza, beleza. 4 Sobre o Texto IV, responda: a) Como você interpreta (e lê) a interjeição “ah!”? (Para responder esta questão, observe que a expressão “ah!” se opõe a “bah!”, do fim do poema.) R.: Prazer, satisfação [O bah! de enfado, desprezo]. b) Mais uma vez fala-se em “lá” e “cá”. No entanto, as duas palavras não estabelecem mais uma relação espacial, e sim temporal. Justifique essa afirmação e relacione-a à interpretação das interjeições feitas no item a. R.: O eu poético expressa que houve um tempo [ou lugar] bom para se viver, e que agora não é possível alcançá-lo. c) Compare os textos. Você diria que todos são nacionalistas? Justifique. R.: Sim, embora com linguagem variada, eles se manifestam de maneira nacionalista, mas com críticas diferentes. TÓPICO 03 1 Você percebeu que os versos do poema são totalmente irregulares, sem rima. Que nome se dá a versos assim? R.: - versos sem métrica = livres - Versos sem rimas = brancos 2 O “eu lírico” dirige-se a uma segunda pessoa (o filho). Geralmente se usa, no texto, uma figura de linguagem que o define. Qual é? Exemplifique. R.: Metáfora. Exemplos: “Eras na vida a pomba predileta”, “Eras o idílio de um amor sublime”. 3 O poema é feito, basicamente, de momentos de enlevo de um pai diante do filho recém-nascido. São momentos de expressão de felicidade. Descreva um trecho do poema que não se enquadra nessa análise. R.: “– Pomba, varou-te a flecha do destino! / – Astro, engoliu-te o temporal do norte! / – Teto, caíste! 4 Extraia, da última estrofe transcrita, exemplos de uma postura romântica. Procure explicá-los. R.: “E eu dizia comigo: - teu destino / Será mais belo que o cantar das fadas [...] – mais triunfante / Que o sol. / Irás tão alto como o pássaro rei do Novo Mundo”. 5 Outro aspecto muito interessante deste poema, neste fragmento, é a 13UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O utilização dos tempos verbais. Note que há uma passagem do imperfeito do indicativo, tempo fugaz, que foi interrompido – a esperança, o porvir, o astro –, para o pretérito perfeito, tempo do irrepetível, do ato consumado – a morte do filho. E, depois, com morte o futuro e o imperativo dão o toque de definição do fato. R.: O poeta sonhou para o filho um mundo condoreiro, veja o último verso. TÓPICO 04 1 “Era um sonho dantesco... O tombadilho, que das luzernas avermelha o brilho. em sangue a se banhar...” a) Este fragmento pertence a um poema do poeta condoreiro Castro Alves. Por que Castro Alves é considerado condoreiro? R.: Castro Alves tem uma temática social, faz uso de figuras como metáfora, apóstrofe, hipérbole para dar à sua poesia uma linguagem grandiloquente. Por isso está entre os condoreiros. b) De que obra são extraídas as linhas acima? R.: Do poema Navio Negreiro. 2 Em relação à poesia lírico-amorosa de Castro Alves, observa-se: a) Uma posição platônica em relação ao amor, sobre o qual versifica em linguagem racional e contida. b) A idealização da mulher, cantada constantemente como objeto inacessível ao poeta. c) Uma renovação em relação a seus antecessores, pela expressão ousada dos impulsos eróticos. d) A mesma timidez revelada nos devaneios líricos dos poetas da geração byroniana. R.: C 3 O que há de comum entre Castro Alves e Sousândrade? R.: Castro Alves e Sousândrade são poetas da 3ª geração romântica. Suas poesias buscam temáticas sociais, falam da liberdade. 4 Todo texto, todo autor, pode e deve ser criticado. Que críticas você faria a Castro Alves? R.: De que sua poesia em relação aos escravos negros tenha sido muito distante da real vida dos negros. Há uma idealização. 5 Castro Alves, se vivesse hoje, deveria fazer o mesmo tipo de poesia sobre 14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O os negros? Justifique sua resposta. R.: Creio que não. Hoje se vê que a liberdade dada aos negros não foi um ato humanitário. Deixaram todos ao deus-dará. Sem condições de trabalho, sem posses, sem nada. A poesia de hoje seria um rap, possivelmente. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Iracema, juntamente com O Guarani e Ubirajara, constituem a trilogia dos romances indianistas de José de Alencar. Na poesia, Gonçalves Dias também exaltou o índio em textos como “I-Juca Pirama”, “Leito de folhas verdes”, “Marabá”, “O canto do Piaga”, além do poema épico “Os timbiras”. Pergunta- se: o que representou o indianismo na literatura romântica brasileira? R.: O indianismo foi uma busca ao elemento humano mais original do Brasil. Com este indivíduo forjou-se o herói nacional. Enfim, o indianismo é significado de nacionalismo. 2 Afirma o texto anterior que Aurélia era rica e formosa. Considerando o romance como um todo, sabemos que a personagem referida nem sempre foi rica, apesar de formosa. Preterida num primeiro momento por Fernando Seixas, grande amor de sua vida, mas contumaz caça-dotes, Aurélia acaba se casando com ele. a) Qual a forma que Aurélia encontrou para consumar a união? R.: Ela recebeu uma herança e comprou Fernando, dando-lhe um dote de 100 mil réis. b) Como o conflito amoroso se resolve nesta narrativa? R.: Depois de humilhar Fernando por um bom tempo, este que recuperara o dinheiro que havia gasto com o dote de sua irmã, devolve os 100 mil à Aurélia, e diz que vai embora. Aurélia confessa que já o fizera seu herdeiro. Os dois se acertam e vivem como um casal que se ama. 3 Faça uso de seu conhecimento sobre literatura e sobre os temas românticos para expor uma crítica a respeito dos romances: Lucíola e A escrava Isaura. Quais as temáticas abordadas pelos romances e quais as críticas que podem ser atribuídas aos mesmos. R.: O escritor romântico escrevia sobre a sociedade burguesa, servindo de veículo aos ideais dessa classe social. Assim, os burgueses se viam nos romances românticos. 15UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O 4 Por que o romance, como gênero literário, foi tão aceito pelo público burguês? E quem compunha esse público? R.:O romance teve grande aceitação junto ao público burguês, pois este se via representado nestas narrativas, movidas pelas cenas de otimismo, sucesso no amor, coragem e heroísmo de final feliz. TÓPICO 2 1 Leiao texto a seguir e responda: “Era este um homem todo em proporções infinitesimais, bai xinho, magrinho, de carinha estreita e chupada, e excessivamen te calvo; usava de óculos, tinha pretensões de latinista, e dava bolos nos discípulos por dá cá aquela palha. Por isso era um dos mais acreditados na cidade. O barbeiro entrou acompanhado pelo afilhado, que ficou um pouco escabriado à vista do aspecto da escola, que nunca tinha imaginado.” (Manuel Antônio de Almeida — Memórias de um sargento de milícias) Observando-se, neste trecho, os elementos descritivos, o vocabulário e, especialmente, a lógica da exposição, verifica-se que a posição do narrador frente aos fatos narrados caracteriza-se pela atitude: a) Crítica, em que os costumes são analisados e submetidos a julgamento. b) Lírico-satírica, apontando para um juízo moral pressuposto. c) Cômico-irônica, com abstenção total de juízo moral definitivo. d) Analítica, em que o narrador onisciente prioriza seu afastamento do narrado. R.: A 2 As narrativas românticas objetivam a realização do sentimento amoroso pelo casamento. Todas as ações concorrem para o desfecho feliz. Quando isso não ocorre, temos uma tragédia passional, marcada pelo inconformismo de viver longe da pessoa amada. Diante disso, indique, das obras a seguir, aquela em que a realização amorosa não se dá: a) A Moreninha b) Cinco minutos c) Inocência d) A Escrava Isaura e) Senhora Justifique a sua resposta. R.: C – O casal romântico morre. Primeiro morre Cirino, assassinado por Manecão; depois morre Inocência, de desgosto. 16 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O 3 Considerando as seguintes afirmações: I - Reconstitui a paisagem urbana do Rio de Janeiro do começo do século XIX. II - Suas personagens revelam tradição, cultura e sentimentos elevados. III - Dá relevância à análise dos conflitos psicológicos das personagens. IV - Substitui a gravidade da narrativa por situações humorísticas. V - Critica a visão burguesa do casamento como meio de ascensão social. Referências a Manuel Antônio de Almeida aparecem apenas em: a) I e II. b) II e III. c) I e IV. d) II e V. R.: C 4 A ficção romântica é repleta de sentimentalismos, inquieta ções, amor como única possibilidade de realização, personagens burguesas idealizadas, culminando sempre com o habitual [...] e foram felizes para sempre. Assinale a alternativa que não corresponde à afirmação acima. a) O amor constitui o objetivo fundamental da existência e o casamento, o fim último da vida. b) Não há defesa intransigente do casamento e da continência sexual anterior a ele. c) A frustração amorosa leva, incondicionalmente, à morte. d) Os protagonistas são retratados como personagens belas, puras, corajosas. R.: B 5 Marque a(s) alternativa(s) correta(s) e some o(s) valor(es) correspondente(s). 01. Leonardo, “filho de uma pisadela e de um beliscão”, é personagem de Senhora, romance de José de Alencar. 02. O escritor brasileiro que quis, conscientemente, abranger toda a vida brasileira em sua obra, desde a época pré-cabralina até seus dias, foi Manuel Antônio de Almeida. 04. Senhora, de José de Alencar, é um livro que se divide em quatro partes: O Preço, Quitação, Posse, Resgate. 08. O ilogismo é característica que leva o poeta romântico a uma instabilidade emocional, traduzida em atitudes paradoxais: alegria e tristeza, entusiasmo e depressão. 16. O protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias notabilizou-se pelas confusões em que se envolvia, na cidade do Rio de Janeiro, ao tempo de D. João VI. R.: 4 + 8 + 16 = 28 17UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES L I T E R A T U R A B R A S I L E I R A - D O P E R Í O D O C O L O N I A L A O R O M A N T I S M O TÓPICO 3 Elabore um organograma da prosa romântica. Você já tem o início. Termine de colocar as células e as preencha adequadamente. Você pode fazer este cronograma no computador ou manualmente. R.: Resposta pessoal. Caro(a) professor(a)-tutor(a) externo(a), solicite que alguns acadêmicos socializem seus organogramas.