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ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL - ESAB CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM FORMAÇÃO DOCENTE PARA A ATUAÇÃO EM EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA ANA BEATRIZ BARBOSA SANTOS CERQUEIRA ENSINO SUPERIOR: Perspectivas, Evolução e Desafios para a Educação a Distância VILA VELHA (ES) 2013 ANA BEATRIZ BARBOSA SANTOS CERQUEIRA ENSINO SUPERIOR: Perspectivas, Evolução e Desafios para a Educação a Distância Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Formação Docente para a Atuação em Educação à Distância da Escola Superior Aberta do Brasil como requisito para obtenção do título de Especialista em Formação Docente para a Atuação em Educação à Distância sob orientação do Prof. Ms. João Pereira dos Santos VILA VELHA (ES) 2013 ANA BEATRIZ BARBOSA SANTOS CERQUEIRA ENSINO SUPERIOR: Perspectivas, Evolução e Desafios para a Educação a Distância Monografia aprovada em ... de ... de 2013. Banca Examinadora ________________________ ________________________ ________________________ VILA VELHA (ES) 2013 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus pelo dom da vida e a minha família pelo carinho. AGRADECIMENTOS A Deus pela paciência e discernimento. A minha família, pela presença nos momentos mais importantes. Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante. (BRANDÃO, 1987) RESUMO Este estudo teve o objetivo de analisar quais as contribuições do método da educação à distância no Brasil que a educação presencial não conseguiu dar conta, direcionando a responder se o modelo de ensino aprendizagem tem a mesma eficiência do presencial. Dentre os autores pesquisados pata a constituição deste trabalho destacaram-se: Imbernón (2000); Peters (2003); Doxsey (2005); Borges (2008); Furtado (2008). A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica realizada em publicações datadas de 2004 a 2010, chegou-se ao fator de que a associação entre a Educação a Distância e a questão tecnológica, evoluíram, principalmente a partir da maior utilização da Internet. No entanto, aqueles que trabalham com a educação têm novos desafios, como, o de não fazer do processo educacional um mero transmissor de conhecimentos evitando, assim, a desvirtuação dos princípios mais importantes nesse campo, o de observar de forma integral o ser humano. As conclusões mais relevantes são que a educação a distância aparece cada vez mais, no contexto das sociedades contemporâneas, como uma modalidade de educação extremamente adequada e desejável para atender às novas demandas educacionais decorrentes das mudanças na nova ordem econômica mundial. A Globalização exige trabalhadores qualificados resultando com isso maior procura de cursos Superiores e o acesso às Universidades. A Educação a Distância é uma estratégia educativa baseada na aplicação da tecnologia à aprendizagem, sem limitação do lugar, tempo, ocupação ou idade dos alunos. Implica novos papéis para os alunos e para os professores, novas atitudes e novos enfoques metodológicos. Palavras-chave: Ensino Superior. Educação a Distância. Desafios. Perspectivas. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 08 2. A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO APRENDENTE ............................... 12 2.1 A origem da educação no Brasil ............................................................... 13 2.2 Educação do período da ditadura ............................................................ 15 2.3 Políticas educacionais recentes e perspectivas ....................................... 17 3 O ENSINO SUPERIOR E O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .................................................................................................... 21 3.1 As universidades e seu contexto histórico ................................................ 23 3.2 A educação superior como instituição ...................................................... 25 3.3 O processo educacional ........................................................................... 26 3.4 Flexibilidade curricular .............................................................................. 27 4 CONTRIBUIÇÕES SIGNIFICATIVAS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..... 30 4.1Fundamentação da educação distancia .................................................... 30 4.2 Educação a distancia no Brasil ................................................................ 30 4.3Desafios .................................................................................................... 31 4.4Benefícios da educação a distancia .......................................................... 32 4.5 Diferentes tipos de interação determinam diferentes abordagens pedagógicos da educação a distancia ................................................................................ 33 4.6 Interação comunicação em educação a distancia .................................... 35 4.7Planejamento –se para estudar na educação a distancia ......................... 35 4.8 Dificuldades educacionais na educação a distancia................................. 37 4.8.1 Obstáculos que causam entraves no Ensino à distância ...................... 38 4.9 Avaliações ................................................................................................ 42 4.10 Aprovação ............................................................................................. 44 5 CONCLUSÃO ............................................................................................. 47 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 49 8 1 INTRODUÇÃO O motivo que me levou a pesquisar sobre os desafios do ensino superior e sua evolução foi alguns questionamentos realizados sobre como os conhecimentos são sendo repassados para os alunos, se os mesmos estão interessados em assimilar conhecimentos que o conduzirão para uma ascensão ou se o que se espera é o cumprimento temporal do curso e o certificado de titulação. As transformações globais que caracterizam o mundo moderno como a informatização, globalização e sociedade do conhecimento são alguns fatores que estão pressionando o status quo da vida atual. Como decorrência, tem-se a consolidação da sociedade do conhecimento. Sobretudo mudanças profundas de valores e crenças pessoais e culturais marcam a sociedade atual (GALBRAITH, 1976). Para tanto é necessário iniciar por uma reflexão sobre o ensino superior a partir dos conhecimentos de vários pesquisadores sobre o assunto. A educação brasileira tem como objetivo formar cidadãos participativos, que estejam integrados numa sociedade criativa. Para a evolução da educação, o ensino superior está alcançando patamares mais elevados, a cada época mais avançado se torna; antes o ensino superior estava completo quando se completava pós graduação. Hoje com o advento da globalização o nível de escolaridade exigido para a inserção no mercado de trabalho é mestrado, doutorado e pós doutorado (IMBERNÓN, 2000). O ensino universitário no Brasil está em evolução, com o advento de educação de qualidade para todos, os órgãos governamentais passaram a financiar programasde incentivo à titulação. (COSTA, GOTO & COSTA, 2009) 9 Com essa proposta, as universidades públicas e particulares, incrementaram seus currículos e com isso houve um aumento na demanda. Mediante parcerias, o ensino a distância e semipresenciais ganhou credibilidade, o aumento da procura tornou viável uma ascensão nesses cursos, pois com um ensino de boa qualidade, fiscalizado pelo MEC (Ministério da Educação), essa flexibilidade supre a necessidade de muitas pessoas que não tem o tempo suficiente para frequentar cursos presenciais (CURY, 2002). A competitividade de vantagens como currículo e preços é um chamamento para que todos possam galgar os bancos universitários. Nesse sentido, necessário se faz uma ampla campanha de fiscalização para que os cursos superiores ofereçam ensino de qualidade, compatíveis com a demanda que tecnológica onde a pesquisa possa ser efetivada. Com a crescente exigência de qualificação no atual mercado de trabalho, aumentou- se a procura por cursos técnicos e superiores. O surgimento da educação a distância acrescentou a possibilidade de conciliar o trabalho e a educação por oferecer flexibilidade de horário e espaço, deixando esses de serem obstáculos para o ingresso em cursos de qualificação. Em consequência, trouxe algumas modificações em relação à abordagem de aprendizagem e uma indagação quanto à qualidade dos cursos oferecidos quando equiparados à educação presencial (MATA, 2001). As transformações em direção à sociedade da informação, em estágio avançado na atualidade, constituem uma tendência dominante mesmo para economias menos industrializadas e definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa a essência da presente transformação tecnológica em suas relações com a economia e a sociedade (MATA, 2001). Neste contexto evolutivo, surge como alternativa a Educação a Distância como acesso ao conhecimento, mas sem a necessidade imediata e presente de um 10 docente; é uma alternativa de acesso ao conhecimento para inúmeras pessoas impossibilitadas por diferentes razões de participar da formação pelo modo tradicional fundamentada pela praticidade com relação à distribuição do tempo de estudo, e a possível flexibilidade de horários (ROSSINI, 2007). Com a crescente exigência de qualificação no atual mercado de trabalho, aumentou- se a procura por cursos técnicos e superiores. O surgimento da educação a distancia acrescentou a possibilidade de conciliar o trabalho e a educação por oferecer flexibilidade de horário e espaço, deixando esses de serem obstáculos para o ingresso em cursos de qualificação. Em consequência, trouxe algumas modificações em relação à abordagem de aprendizagem e uma indagação quanto à qualidade dos cursos oferecidos quando equiparados à educação presencial (ROSSINI, 2007). A problemática em questão é: tal modelo de ensino aprendizagem tem a mesma eficiência do presencial? Para que se possa alcançar o objetivo primordial dessa conjuntura que é uma avaliação do avanço tecnológico da educação superior à distância, necessário se faz um estudo pormenorizado de uma interação em que fatores preexistentes para a criatividade, o espírito empreendedor e as condições de pesquisa científica afetam a vida individual e coletiva da sociedade, oferecendo o estímulo para constante aprendizagem e mudanças. A metodologia a ser utilizada será, basicamente, a coleta de dados e informações acerca da historicidade da educação no Brasil e surgimento da Educação a Distancia, considerando especialmente, os benefícios que tal modalidade proporciona para o setor educacional brasileiro, principalmente, na base de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online) e sites de publicações de artigos acadêmicos de universidades brasileiras. Além disso, serão realizadas pesquisas bibliográficas, que permitem que se tome conhecimento do assunto estudado, tomando-se por base o que já foi publicado em relação ao tema, de modo que se 11 possa delinear uma nova abordagem sobre o mesmo, chegando a conclusões que possam servir de embasamento para pesquisas futuras. O método de investigação científica utilizado será o de revisão bibliográfica, levantando informações sobre as principais diferenças e contribuições à abordagem educacional em relação à educação presencial versus educação a distancia. O presente trabalho tem como objetivo geral analisar quais tem sido as contribuições do método da educação à distância no Brasil que a educação presencial não conseguiu dar conta, comparando a historicidade do ensino regular e à distancia e assim, a eficiência, através de referencias, dos cursos oferecidos pelos dois modelos. Terá como objetivos específicos descrever a historicidade do ensino superior no Brasil; caracterizar o surgimento da educação a distancia; comparar o método de ensino aprendizagem em relação à educação presencial e educação a distancia; observar as contribuições educacionais da educação a distancia; além de comparar a eficiência, através de referencias, dos cursos oferecidos na modalidade a distancia quando comparados aos cursos oferecidos de forma presencial. Essa reflexão será dividida três capítulos a saber: o primeiro capítulo será norteado pela evolução histórica da educação no Brasil e sua conjuntura política. O segundo capítulo versará sobre a análise da instituição do Ensino Superior no Brasil e sua complexidade no cenário neoliberal. O terceiro capítulo constará das contribuições efetivas do ensino à distância, o seu processo de integração da comunição, por meio das novas tecnologias de aprendizagem proporcionando a universalização da comunicação. 12 2 A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO APRENDENTE A sociedade,vêm passando por grandes transformações, implantando assim às instituições e organizações, intensos desafios em relação à necessidade de extremas mudanças em suas metas, políticas, estruturas e métodos. “O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingiresse objetivo.” (SAVIANI, 1995, p. 17 apud DUARTE, 1998) Segundo Coelho (2003), `a escola compete formar seres humanos, cidadãos, pessoas que saibam, que gostem de ler, de estudar, de trabalhar com os conhecimentos, de interrogar a tecnologia, de interrogar os saberes e os métodos estabelecidos e de criar outros mais consistentes e rigorosos. Nesse contexto há a necessidade de uma abordagem mais intensiva sobre a história de educação através dos tempos, sua complexidade, e que ações precisam ser implementadas para que a educação seja a mola propulsora para a evolução da sociedade. Dentre inúmeras opiniões, destacamos as de Lombardi (2004) o qual divide sua visão da educação em duas concepções. A primeira ele caracteriza como histórica. Trata de uma visão mais baseada na gestão escolar, ou seja, na organização da escola mais ou menos como conhecemos atualmente estruturalmente. A segunda visão é o que o autor denomina de anacrônica. Esta visão considera a escola de ontem, em comparação com a escola de hoje, sua estrutura organizacional, disciplina e conteúdo, muito melhor. Nesta perspectiva, também, é muito importante para conhecer a historia e mudanças de nossa escola, pois o questionamento e discussão ressaltam a um momento qualitativamente superior, 13 porém desconsidera as transformações que ocorreram ao longo da historia, ou seja, avanços importantes paraa sociedade em geral. O autor ainda destaca uma terceira visão, a que ele descreve a escola como idealizada, ou seja, reflete uma sociedade idealizada, a qual toma tudo, todos e todas as relações como expressões distorcidas da realidade, ou descreve o mundo, o homem e a sociedade como abstratos. 2.1 ORIGEM DA EDUCAÇÃO NO BRASIL A primeira forma marcante de desenvolvimento da educação brasileira deu-se pela intervenção da igreja católica, que com o objetivo de catequizar os índios, enviou os jesuítas. O objetivo principal da missão jesuíta era a difusão da fé, mas também se preocupava com o desenvolvimento de uma elite religiosa culturalmente educada. (XAVIER, 1980) A educação jesuíta trouxe como benefícios: transmissão de uma educação homogênea, mesma língua, mesma religião, mesma visão de mundo, mesmo ideal de homem culto, ou seja, letrado e erudito. (ALBUQUERQUE, 1993) Uma das características desta época, por meio desta intervenção, era que a população ficava praticamente aprisionada com os dogmas impostos pela igreja católica. Com a vinda de Marques de Pombal, houve uma grande reviravolta quanto a este quesito, pois o mesmo expulsou a companhia de Jesus do país trazendo um modelo de educação baseada na experimentação com o objetivo de recuperar o atraso da metrópole lusitana em relação a outros países (OLIVEIRA, 2004). Não havia currículo, no sentido de um conjunto de estudos ordenados e hierarquizados, nem a duração prefixada se condicionava ao desenvolvimento de qualquer matéria. O aluno se matriculava em tantas aulas quantas fossem as disciplinas que desejasse. Para agravar este quadro, os professores eram geralmente de baixo nível, porque 14 improvisados e mal pagos em contraste com o magistério dos jesuítas, cujo preparo chegava ao requinte. (PILETTI,1988, p. 12) Agravava o quadro de nossa situação educacional o fato de que não havia, propositalmente, escolas técnicas nem superiores no Brasil, a imprensa era proibida e, além de, portanto, não se imprimirem livros no Brasil, era extremamente difícil obtê-los vindos do estrangeiro. Apesar desta reforma, algumas características instituídas pelo modelo jesuíta se perpetuaram, pois a primeira tentativa do Estado de assumir a educação no país não deu muito certo, pois ainda houve, mesmo com a retirada dos jesuítas, a manutenção, por parte de padres católicos, de colégios para a formação de sacerdotes e de seminaristas para a formação do clero secular. Apenas com a vinda da família real que o ensino superior foi instituído no país (OLIVEIRA, 2004) Foi a partir da primeira Constituição brasileira que a educação foi assumida pelo estado, sendo de responsabilidade da União, a criação de escolas universitária e de ensino secundário e de responsabilidade do governo estadual a educação primária e profissional. (ROMANELLI, 1999) Não houve sucesso neste momento da difusão da educação pelo Estado. A grande alavancada aconteceu quando somente a demanda para a ampliação da oferta de ensino de elite (o médio e o superior) às classes médias em ascensão foi atendida pela União, difundindo-se a ideologia da ascensão social pela escolarização. (OLIVEIRA, 2004) Em relação ao desenvolvimento da educação no Brasil, a Igreja católica via que Getulio Vargas representava um risco às escolas confessionais pois o mesmo dava prioridade ao ensino laico e da escola pública. Mesmo neste âmbito, a Igreja consegue encontrar seu lugar, com a introdução do ensino religioso na educação regular. (SCHWARTZMAN; BOMENY; COSTA, 1984) 15 2.2 A EDUCAÇÃO DO PERÍODO DA DITADURA Considerando neste momento o período da ditadura militar, a educação brasileira passou por grande transformação em sua conjectura, pois este período se caracterizou por grande propagação de violência e repressão, privatização e reforma universitária com o intuito apenas de fabricação de mão de obra e não de um ser pensante e (CHAUÍ et. al. SOUZA, 2012) Ainda segundo o autor, os principais efeitos do regime autoritário, ou seja, ditatorial, e seus interesses ideológicos e econômicos sobre o processo educacional no Brasil foram a devastação dos educadores nos três níveis, fundamental, médio e superior, pois, pelo motivo de haver uma crescente violência e repressão, perseguições, expulsões daqueles que tentavam a todo custo fazer valer e conhecer suas ideias, prisões, torturas, mortes, desaparecimentos e exílios, proporcionou sacrifícios neste seguimento. (CHAUÍ et. al. SOUZA, 2012) Além disso, nesta época, começaram a acontecer as privatizações no setor de ensino, que atualmente se estabeleceu no ensino superior, porém iniciando-se pelos ensinos fundamental e médio. No período da ditadura militar, as verbas destinadas ao ensino público, não chegavam mais ao seu destino, proporcionando uma eminente decadência às escolas publicas. Por este motivo, as escolas particulares se desenvolveram, ocupando lugar no prestígio das pessoas. (CHAUÍ et. al. SOUZA, 2012) Houve uma inversão de papeis por causa dessa situação. A educação publica que outrora se fazia modelo de educação, passando muito a frente de instituições privadas e com o oferecimento muito melhor de ensino, passou a ser caracterizada por oferecer uma educação pobre e deficiente, por não ter mais ajuda de custo para o seu mantimento. A escola torna-se devastada e desvalorizada. Já as escolas privadas, tomaram o lugar da primeira escola, oferecendo um ensino de melhor 16 qualidade, pois a elas, não faltava verbas, oriundas agora das famílias atendidas. (CHAUÍ et. al. SOUZA, 2012) A partir de 1970, houve uma tentativa de abrir as portas da escola para as camadas populares sem a devida preparação das mudanças que ocorreriam. Sem o respeito às diferenças culturais e sociais da nova clientela que chegava, as escolas foram abandonadas à própria sorte limitando-se a transmitir alguns conhecimentos de relevância questionáveis e de forma rudimentar, esvaziamento, simplificação com o pretexto de nivelar conteúdos para a clientela fraca, as escolas foram se distanciando da possibilidade de propiciar a seus alunos condições de compreender as transformações a sua volta ou interpretar a massa de informações. Aligeirou a formação dos professores. (LOPES, 1982) Em relação ao ensino superior, a ditadura introduziu uma reforma. Através do programa conhecido como MEC – usaid, o governo militar diminuiu o tempo de formação dos educandos, enquanto em muitos países o tempo de formação, contando o ensino fundamental e médio, é de 12 anos no mínimo, este programa instituiu que o necessário, no Brasil, seria de 11 anos. (LIRA, 2009) Além disso, o curso superior foi caracterizado como secundário o que hoje chamamos de ensino médio e houve a implementação das disciplinas optativas, porém não tinham diferenças quando comparadas em relação ao “cursar” com as disciplinas obrigatórias, pois todos os alunos deveriam cursar tanto uma quanto a outra. Apesar do aumento das disciplinas e de trabalho, havia poucos professores, principalmente pela falta de verba, isso fez com que os mesmos dobrassem seus horários, se dividindo em vários cursos. (LIRA, 2009) Em consequência dessa falta de verbas e de professores, acontecia um grande comprometimento da inteligência, pois como eles eram forçados a ministrar essas aulas, a qualidade consequentemente decaía. (CHAUÍ et. al. SOUZA, 2012) Após este fato, houve a falta de verbas para laboratórios e bibliotecas, desmotivando ainda mais os educandos a ingressarem em uma universidade pública. Foi também na época da ditadura que o curso de graduação de dois anos e meio foi implantado, 17 era chamado de licenciatura curta, após este período, novos professores poderiam ingressar nas salas de aula. O modelo das universidades atuais, aindaadvém do regime militar. (SOUZA, 2012) 2.3 POLÍTICAS EDUCACIONAIS RECENTES E PERSPECTIVAS Com a passar dos nos, podemos observar que a educação vem recebendo uma atenção consideravelmente maior da sociedade e não apenas aquelas pessoas ligadas a este setor profissionalmente. Profissionais como jornalistas, economistas, empresários e representantes de movimentos sociais exercem um papel de cobrança para que a mesma possa satisfazer as necessidades do publico ao qual atende, pois grandes transformações econômicas, políticas, sociais e culturais acontecem diariamente. A isto chamamos de globalização. (TEDESCO, 1999). Nos últimos anos, no entanto, algo está mudando. A crise da educação já não se apresenta como um fenômeno de insatisfação no cumprimento de demandas relativamente estabelecidas, mas como uma expressão particular da crise do conjunto das instâncias da estrutura social: desde o mercado de trabalho e o sistema administrativo até o sistema político, a família e o sistema de valores e crenças. A crise, em consequência, já não provém da forma deficiente de como a educação cumpre os objetivos sociais que lhe são atribuídos, mas, o que é ainda mais grave, do fato de não sabermos que finalidades ela deve cumprir e para onde deve efetivamente orientar suas ações. Essa mudança na natureza da crise também reflete no âmbito dos críticos. Enquanto se tratava de deficiências, os críticos encontravam-se entre os próprios educadores, pesquisadores e acadêmicos em geral. Agora que a crise já não implica acrescentar mais da mesma coisa, mas modificar orientações e comportamentos, os críticos encontram-se especialmente entre os atores externos ao processo pedagógico e às instituições educacionais (TEDESCO, 1999, p.15-16). Políticas em alguns estados procuraram reagir à situação e buscaram novas formas de atuação, lendo como ideais sociais e políticos e conhecimento sobre os processos de ensino e de aprendizagem. Apesar de problemas e da não continuidade desses projetos, seus resultados são referenciais para compreender o fenômeno educacional, apontar diretrizes de atuação e para os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais).( BRASIL, 1997). 18 A emenda Calmon (1983) vigorando a partir de 1986 garantiu os recursos para a educação vinculados à arrecadação da União em 18%, e listados e municípios em 25%.Tais determinações, na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 212 (BRASIL,1988) e regem a LDB 9.394/96 (BRASIL, 1996). De igual maneira que ocorria na Reforma do estado em geral, a da educação conjecturava um ataque direto às políticas públicas do setor; a redução dos gastos públicos com educação, a melhoria de qualidade, o aumento da produtividade do ensino, etc. Para viabilizar esse objetivo, as teorias educacionais e concepções pedagógicas foram incorporadas as diretrizes da reforma, passando a adotar uma nova linguagem e novos conceitos. A relação entre a educação e as transformações sociais acontece da seguinte forma: pela necessidade de um novo tipo de transformação para o trabalhador; (competências); transmissão de valores através da escola; transformação progressiva da escola e da educação como um todo no campo da produção de mercadorias; adequando ao novo mundo da globalização econômica, reduzindo gastos em políticas sociais e oferecendo suporte aos negócios privados. (MINTO, 1984) A Lei de Diretrizes e Bases do Ensino não trouxe muita coisa inovadora, pois sua finalidade atingia a maioria neoliberal e seus preceitos não iam de acordo com o que a sociedade exigia (BRASIL, 1996). A chamada década de Educação Para Todos, refere-se que o entendimento da gestão escolar é um elemento essencial na busca de qualidade. Requer-se que a administração fechada e hierárquica seja substituída por uma gestão horizontal, com a utilização progressiva de redes interativas de organização e administração, que facilitem a ação cooperativa e a comunicação interna e externa. (SANDER, 2007). 19 Temos que levar em conta que fraternidade, solidariedade, justiça social, respeito, bondade e emancipação humana, mais do que nunca, precisam ser assimiladas e incorporadas como consciência e compromisso da gestão democrática da educação – princípios que necessitam nortear as decisões a serem tomadas no sentido da humanização e da formação de todas as pessoas que vivem neste planeta (FERREIRA, 2004). Diante de uma analise quanto a historia da educação, podemos observar que no decorrer dos tempos, o Estado sempre veio reestruturando ou desenvolvendo novas estratégias, através de políticas, em relação à educação, objetivando uma modificação no padrão vigente. Porém, mesmo com esta finalidade, sempre permanecem as bases e concepções, os princípios e valores, os propósitos métodos e metodologias. Na verdade, apenas reflete a reorganização da sociedade capitalista, ou seja, a mesma pode até se reformar ou se modernizar, mas sempre terá consigo seus parâmetros e contradições fundamentais sem resolução. (BRASIL, 1959 et. al. MARCON & PASINATO, 2012) Segundo Nogueira (1995) as políticas educacionais, as propostas pedagógicas, carregam em si elementos centrais que são desdobramentos de projetos políticos mais globais, sejam conservadores ou progressistas. Naturalmente todas as concepções fazem à defesa da qualidade do ensino. Não se faz um desafio à construção de uma nova institucionalização escolar democrática e sim a construção de uma nova forma de governabilidade, de gestão escolar - entendida de forma instrumental e, portanto, com um conteúdo eminentemente normativo e pragmático, no interior do sistema educativo, e a contribuição da escola para a governabilidade de toda a sociedade (MESQUITA, 2005). Na educação deve orientar a formação do homem para ele poder ser o que é, da melhor forma possível, sem mistificações, sem deformações, em sentido de aceitação social. Assim, a ação educativa deve incidir sobre a realidade pessoal do educando, tendo em vista explicitar suas possibilidades, em função das autênticas necessidades das pessoas e da sociedade [...] influência da Família, no entanto, é básica e fundamental no processo educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está em condições de substituí-la. [...] educação para ser autêntica, tem de descer à 20 individualização, à apreensão da essência humana de cada educando, em busca de suas fraquezas e temores, de suas fortalezas e aspirações. [...] processo educativo deve conduzir à responsabilidade, liberdade, crítica e participação. Educar, não como sinônimo de instruir, mas de formar, de ter consciência de seus próprios atos. De modo geral, instruir é dizer o que uma coisa é educar e dar o sentido moral e social do uso desta coisa (NÉRICE, 1972 apud ROCHA; MACÊDO, 2002 p 26). Neste contexto, verifica-se que a construção do conhecimento na perspectiva pedagógica solicita a parceria na discussão de ideias, respeito à comparação de informação e aos dissensos entre ideias e conceitos, negociação de significados, revisão de conclusões iniciais e aplicação do novo conhecimento. Chaves (2001) considera que a sociedade atual, por estar inserida em um novo espaço e um novo tempo, ou seja, tempo de novas tecnologias, a cada dia enfrenta um novo desafio por consequência das mesmas. Deve-se antes de tudo considerar que tudo que se é novo requer estudo, maior desempenho de trabalho e acima disso, adaptação. A escola como ambiente formador precisa estar em constante aprimoramento capaz de atender as mudanças significativas da sociedade visando a integração do indivíduo como sujeito integrante do processo ensino-aprendizagem. Em educação o alvo supremo é o educando a que tudo mais está subordinado; na empresa o alvo supremo é o produto material, a que tudo mais está subordinado. Nesta, a humanização do trabalho éa correção do processo do trabalho, na educação o processo é absolutamente humano e a correção certo esforço relativo pela aceitação de condições organizatórias e coletivas inevitáveis (GURGEL, 2003). 21 3 O ENSINO SUPERIOR E O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nos dizeres de Imbernón (2000), o quadro da Educação Superior no Brasil é alarmante, onde a maioria financia o ensino público e agora também o privado, de uns poucos ungidos pela boa formação privada nos níveis fundamental e médio, para aqueles primeiros e aos segundos o Prouni. De outro lado, mira-se a rede privada, oportunisticamente criada para suprir o resultado do gargalo propositalmente disposto a satisfazer o desejo de consumo do mercado. Segundo Imbernón (2000), a tradição da educação continental europeia, francesa e italiana, influenciou a organização do sistema de educação superior no Brasil. O objetivo era habilitar profissionalmente, em nível superior, a pequena elite, dando a entender que a maioria da população se contentaria apenas com o oferecimento do ensino secundário, ou cursos técnicos de nível médio. Ainda de acordo com o autor, o ensino técnico de nível médio se caracterizava por ter caráter discriminatório e de péssima qualidade e exatamente por estas características, não se consolidou. Em relação ao ensino convencional, foi se esvaziando progressivamente, principalmente pelo descontentamento e perda de seus professores e também pela falta de relevância do currículo oferecido, resumindo-os em métodos de memorização e repetição, ou, no melhor dos casos, em treinamento para os exames de ingresso à universidade. No passado, a educação até o segundo grau era considerada suficiente para a qualificação população de classe media e até mesmo alta, principalmente para as mulheres. Atualmente, o que se espera é que a população conclua seus estudos até a universidade. A demanda dos cursos na área de humanas e ciências sociais aumentou consideravelmente nas ultimas décadas, assim como sua procura, sem, no entanto, abandonar a pretensão de oferecer, ao final, uma habilitação profissional qualquer, que geralmente se frustra (IMBERNÓN, 2000). 22 A falta de motivação para influenciar participação no processo educacional, elevam a quantidade de alunos que abandonam a escola pública. Sendo assim para que se possa ter uma educação de qualidade, o alunado procura algumas poucas escolas secundárias privadas. (GAIOSO, 2005) A crise que envolve a educação brasileira é parte de outra, muito maior, que se manifesta em todo o mundo, seja nos países desenvolvidos, seja nos emergentes. A crise global diz respeito principalmente à transição, que vivemos, entre a cultura letrada e a informatizada (FRIGOTTO, 2000). A era da informação, que tem revolucionado o modo de ser individual e coletivo, a natureza dos negócios, a organização social, o poder político e a própria cultura, com profundos reflexos na arte e na ciência da educação, exige uma nova postura de cada ser humano, perante si mesmo e perante os desafios criados pela velocidade dessas mudanças (LAUDARES, 1999). Na sociedade atual a Educação Superior é apenas uma mercadoria para atender as necessidades mercadológicas das pessoas. Neste caso, os critérios econômicos prevalecem quando no atendimento dessas mesmas necessidades ao considerarmos a expansão do ensino superior. (COLOSSI, CONSENTINO & QUEIROZ, 2001) A parceria do governo na aplicação financeira em projetos educacionais são privativistas, o alto investimento que as camadas médias e altas da população empregam nas instituições de ensino privado, facilitam sua abertura, representando um processo de mercantilização do sistema educacional, que encontra sua origem na desvalorização do sistema público e na monopolização de verbas do Estado por parte de uma elite. (GUZZO & FILHO, 2005) O conceito de Instituições de Ensino Superior (IES) é que as mesmas constituem um sistema social o qual tem o objetivo de oferecer um ensino de terceiro grau, pesquisa e extensão. Esses sistemas podem ser apresentados por instituições isoladas ou universidades. (MOREIRA, MOREIRA & PALMEIRA, 2009) 23 Considerando as universidades, além de seu objetivo ser o ensino, a mesma também incentiva o desenvolvimento de pesquisas e extensão, ou seja, considera que o processo de educação tem como objetivo a transformação do ser humano. (MOREIRA, MOREIRA & PALMEIRA, 2009) O que se verifica é uma divisão de classes, onde a Universidade é cursada por alunos de classe média alta, pois mesmo nas Universidades Federais o custo é alto, por conta do material usado, inviabilizando que a classe trabalhadora tenha acesso a ela. 3.1 AS UNIVERSIDADES E SEU CONTEXTO HISTÓRICO A palavra Universidade (universitas), que pode ser definida como “o conjunto integral e completo de seres particulares que constituem uma coletividade determinada”, na realidade, se resume pelo conjunto de professores e alunos, formando assim uma corporação escolástica. (MOREIRA, MOREIRA E PALMEIRA, 2009). De acordo com Brundt (2000), as universidades se diferenciam de outras instituições, apesar de ter por finalidade a disseminação do ensino, pesquisa e extensão, tendo em seu processo interno, objetivos determinados. Tem sobre si, a finalidade de formar uma sociedade moderna, preservando a memória, formando o presente através do conhecimento e atividades profissionais e o futuro em relação ao compromisso no desenvolvimento do progresso. Não deve ser isolada em relação às frequentes mudanças que ocorrem na sociedade pelo motivo de sempre precisar acompanhar as exigências do mercado profissional. As universidades brasileiras surgiram com o intuito de atender os interesses trazidos pela corte real em 1808. Seguindo o modelo europeu, onde a igreja era quem detinha o poder de transmissão de conhecimento aos indivíduos, no Brasil, os 24 padres jesuítas assumiram esta responsabilidade, principalmente nos campos da filosofia e teologia. (MOREIRA, MOREIRA & PALMEIRA, 2009). A primeira universidade brasileira foi fundada no ano de 1920 e foi a Universidade do Rio de Janeiro. Foi um marco muito importante para o país, pois sinalizou o estabelecimento de uma nova era do ensino superior. Foi somente a partir do estabelecimento do regime de república que o ensino superior iniciou sua expansão, sendo que em relação às universidades, começou a impor-se depois da Revolução de 1930. O Estado assumiu o controle da educação no Brasil quando se deu conta de uma imensurável importância. (STALLIVIERI, 2006). De acordo com a Constituição brasileira, em seu artigo 207, pode-se caracterizar uma Universidade pela indissolubilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão (BRASIL, 1988). Desde sua gênese, a Universidade passou por muitas transformações e também foi responsável por transformações em vários setores da sociedade, porém, custa até mesmo em dias atuais a aceitar a necessidade de modificar ou redirecionar seus objetivos. Aqui, a Universidade é entendida como uma entidade universal no campo do conhecimento, responsável pela transmissão de conhecimentos, criação de novos conhecimentos e formação de cidadania. 3.2 A EDUCAÇÃO SUPERIOR COMO INSTITUIÇÃO A ideia a que se é passada é que a educação de nível superior é uma instituição social que tem como principal objetivo formar a pequena massa elitizada de maneira intelectual e cientifica. Uma instituição social é caracterizada por manter sua missão de forma durável e estável, sendo normativa e integrando valores da sociedade. Acima de tudo, tal instituição se destina a promover qualificação profissional e desenvolvimento político, econômico, social e cultural. (COLOSSI, CONSENTINO & 25 QUEIROZ, 2001) As instituiçõesde ensino privado visam lucro, pois o investimento tecnológico é menor que nas instituições públicas que primam pelo padrão de qualidade, por meio do comprometimento com a produção científica e tecnológica do país. (WRIGHT, KROLL E PARNELL, 2000) Desde 1995, foram ofertadas no Brasil possibilidades legais para a expansão da educação superior privada, a começar pela LDBEN, e, principalmente, mediante o Decreto nº 2.306, de 19/08/97, da mercadorização desse nível de educação (BRASIL, 1997). As instituições privadas oferecem uma gama de cursos que podem ser realizados a distância que consistem na mediação das relações de aprendizagem como troca de informação entre pessoas e computadores, tornando possível uma comunicação mais rápida, intensa e eficiente. Por este motivo, foi possível, o atendimento por parte dessas mesmas instituições, de alunos reprovados, por meio de cursos ministrados a distancia e também de oferecer as disciplinas do primeiro semestre especificas e obrigatórias para alguns cursos sem necessariamente aumentar o numero de salas de aula, o que se faz uma grande vantagem para essas instituições. (BORGES, 2008) Os cursos à distância e semipresenciais é uma realidade que a cada dia se expande, o número de profissionais que procuram o ensino privado para especializar-se demonstra que o mesmo está em alta expansão, havendo a competibilidade de preços e ofertas de cursos. (FARIA, 2006) Segundo Perry e Rumble (1987) o estabelecimento de uma fora de comunicação de mão dupla, ou seja, uma interação entre professor-aluno é característica fundamental e básica do ensino com modalidade a distancia, pois os mesmos não se encontram no mesmo espaço físico e normalmente, não estão simultaneamente conectados, portanto, fazem-se necessários meios que possibilitem a comunicação entre ambos como correspondência postal, correspondência eletrônica, telefone ou 26 fax, rádio, “modem”, videodisco controlado pelo computador, televisão apoiada em meios abertos de dupla comunicação. Há a necessidade de questionamentos em função da avaliação desses cursos, para verificação da qualidade do ensino – aprendizagem dos mesmos, visto que os professores que atuam no ensino privado nem sempre são tão qualificados como nas instituições públicas. Nas instituições públicas os professores são selecionados a partir de processos seletivos, com exigência de mestrado, doutorado e até pós doutorado, dando credibilidade à aplicação do ensino. 3.3 O PROCESSO EDUCACIONAL De acordo com o autor Lipmam (1998) o processo de ensino aprendizagem deveria se desenvolver de maneira torne os estudos um processo de investigação cientifica, ou seja, estimular sua população alvo a não apenas receber o conhecimento de maneira resolvida, apenas absorvendo as informações que os professores repassam, mas ensinando os mesmos a investigar os problemas e estimulando-os a desenvolverem questionamentos, transformando os alunos em seres pensantes, críticos e criativos. A educação é um processo fundamental para o homem porque, ao contrário dos outros animais, o indivíduo humano não recebe na sua herança genética toda a herança acumulada pelas gerações anteriores no seu processo de ação sobre a realidade (LIPMAM, 1998). Sendo assim, aquilo que caracteriza, de fato, um indivíduo humano, do ponto de vista histórico e social, é o seu ser genérico, ou seja, a herança cultural da 27 humanidade, da qual esse indivíduo vai se apropriando ao longo de sua existência e que contribui para expandir. 3.4 FLEXIBILIDADE CURRICULAR Os alunos devem enxergar a flexibilidade curricular como um modo de aproveitar as experiências que os mesmo carregam, levando para o desenvolvimento de seu conhecimento todo esse aproveitamento. Um exemplo deste aproveitamento é a divisão do tempo e espaço que o mesmo irá se utilizar para a realização de seus estudos, tanto de maneira presencial quanto não presencial, dividindo assim seu tempo através de módulos. É preciso conhecer qual o impacto dos meios de comunicação sobre os estudantes (Parecer CEB nº:11/2000). (BRASIL, 2000) Para Knowles (1990), é necessário que se estabeleça alguns conceitos andragogicos nos currículo e abordagens didáticas para que assim se entenda algumas das expectativas que o publico adulto deseja encontrar em curós superiores. Na verdade, os alunos necessitam de que sejam lhe informado sobre o que se deve aprender e qual o caminho se deve seguir. Por este motivo, também devem ser estimulados e motivados a trabalhar em grupos, sem ofuscar suas individualidades, fazendo que desenvolvam ideias próprias. Também devem aperfeiçoar seus métodos de estudo, desenvolvendo o jeito pessoal de estudar e aprender de maneira eficaz, eficiente e critica, utilizando-se dos meios de informação disponíveis para seu aprendizado. Segundo Martins (1998) é a partir dos treinamentos que os métodos técnicos, necessários para a transmissão e aplicação do conhecimento cientifico, são transmitidos, e são através deles que a formação do professor é constituída. Tal conhecimento deve ser fundamentado na qualidade dos produtos, na eficiência e na eficácia. 28 Quando se fala de alunos autônomos e agentes de sua própria aprendizagem, fala- se de uma escola que não os considera receptores passivos de um professor que não define sozinho o que e como devem aprender. Devido á crescente importância da comunicação na sociedade atual, globalizada tecnificada, a educação é chamada a construir-se em espaço de mediação entre o educando e o meio ambiente povoado de máquinas cada vez mais inteligentes (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2006). Levando em consideração este contexto, podemos considerar que o conhecimento humano é diversamente explicativo considerando seu surgimento e desenvolvimento, depende de diferentes referenciais, isto faz com que o conhecimento e conceitos de homem, mundo, sociedade, cultura, educação, escola, ensino e aprendizagem, relação professor-aluno, metodologia e avaliação sejam condicionado. (MIZUKAMI, 1986) Mediante a evolução mundial, os países da América Latina têm dado passos importantes no sentido de criar cada vez mais oportunidades para formar seus cidadãos e aumentar as reservas de capital intelectual e de profissionais altamente qualificados, além de dar-lhes condições de acesso ao mercado de trabalho com vistas à geração de renda e melhoria de condições de vida (DOXSEY, 2005). Neste aspecto, a oferta de cursos, de distintas áreas no ensino superior elevou-se consideravelmente, diversificando assim as oportunidades e em consequência, as matriculas para tal ensino praticamente dobraram nas ultimas décadas e continuam crescendo (DOXSEY, 2005). Mesmo com tal característica, ainda são deficientes os esforços para o atendimento quando relacionados à demanda de indivíduos aptos para usufruírem estas oportunidades de se inserirem no mercado de trabalho com formação de nível superior, melhorando assim suas chances devido à qualificação (DOXSEY, 2005). 29 O que se discutiu nesse capítulo é a expansão do Ensino Superior, visto a grande a evolução do processo de globalização mundial que a cada dia exige maiores competências para a entrada no mercado de trabalho. Os profissionais que o mercado exige, devem ser críticos, criativos e com elevado grau de escolaridade. Mediante a rapidez das mudanças históricas e das transformações sociais exige que os governantes proponham alternativas de ensino para que todos possam usufruir da evolução elevando o patamar social do país. 30 4. CONTRIBUIÇÕES SIGNIFICATIVAS DO ENSINO A DISTÂNCIA 4.1FUNDAMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O ensino a distância surge, na Europa, a partir do século XIX,com a introdução de alguns cursos realizados via correspondência por institutos e escolas, utilizando-se assim, inicialmente apenas suportes e materiais impressos. (BORGES, 2008) 4.2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL A educação a distância é uma modalidade de ensino diferentes das outras metodologias, pois sua proposta pedagogica e atividades sao desenvolvidas com o auxilio das diferentes midias existentes, como por exemplo, radio, televisão, videoconferencia, materiais impressos e internet. (BORGES, 2008) O material mais utilizado desde seu surgimento são os metodos impressos, porém o metodo que oferece maior resposta positiva quanto a interatividade é a internet, proporcionando além disso maior colaboração e cooperação entre os participantes do processo. Para Sales (2009), o uso da internet como meio de instrução é um processo consideravelmente espantoso pelo impacto expansivo que a mesma dispoe, principalmente quando consideramos o ensino superior, pois democratiza o saber, dando acesso a quem quer que tenha interesse e se torna um importante meio valorativo no uso de novas tecnologias de informação e comunicação. Pelo motivo de conexão de varias pessoas em qualquer tempo e lugar, a internet possibilita a realização de troca de aprendizagem em ambientes virtuais, entre 31 professores, alunos e tutores, atraves de realização de atividades colaborativas e acesso a conteudos e bibliotecas virtuais. (VASCONCELOS, 2008). Assim sendo, A educação a distância pretende expandir oportunidades de estudo, se os recursos forem escassos, e ainda procura familiarizar o cidadão com a tecnologia e oferecer meios de atualização profissional e continua, torna-se indispensável quando os espaços formais de ensino se tornarem insuficientes para atender a demanda de profissionais sem qualificação adequada para atuar no mercado de trabalho (LIBÂNEO, OLIVEIRA, TOSCHI, 2007, p. 266). 4.3 DESAFIOS As intituições de ensino a distância que prezam pela qualidade da ensino, se distinguem das demais por desenvolverem propostas e estrategias metodologicas mais adequadas considerando-se assim, o ensino e a aprendizagem. Elaboram adequadamente as tarefas e atividades que serão desenvolvidas colaborativamente de maneira individual e grupal (FURTADO, 2008). Essas instituições prezam nao apenas pela suficiente interatividade, como consideram de fator primordial para troca de informações e desenvolvimento do conhecimento entre os alunos, tutores e professores, disponibilizando claro e explicativo calendario academico, material didático e todo o recurso necessário, considerando que sem a participação do educando, não ocorre a adequada difusão do conhecimento. (FURTADO, 2008) Segundo Prado e Valente (2002), desde o surgimento da modalidade da educação a distância mediada por computador, novas exigências se impõem tanto aos professores que, além de sua formação acadêmica, necessitam de formação em tecnologia e em comunicação educacional multimídia para ensinar, quanto aos alunos, mesmo da geração web, que passam a ter acesso a um novo formato de 32 curso para o qual devem dominar ferramentas e desenvolver habilidades de aprender a aprender. 4.4 BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA A primeira empresa particular a trazer o serviço de ensino a distância foi o Instituto Monitor, que desde 1939 já atendeu milhões de pessoas. Seus cursos eram profissionalizantes voltados para quem não tivesse tempo de especializar numa escola convencional.(MOUTINHO, 2010) O Instituto Universal Brasileiro foi criado na decada de 1940 com foco na formação técnica. Atualmente, conta com a quantidade de 200 mil aluno e em toda a sua tragetoria, desde sua fundação, já atendeu mais de 4 milhões de pessoas. (SOUZA, 2011) Com a evolução do meios de comunicação, em especial o rádio, a televisão e a internet, houve um avanço na criação de cursos à distãncia, onde o MEC tem um papel fundamental que é direcionar ações efetivas de um ensino de qualidade. (BRASIL, 2007) Existem ainda cursos com pouca duração e outros que oferecemm intercâmbios, isso faz com que seus participantes criem comunidades de aprendizagem. A educação a distância vem se disseminando por oferecer algumas características atraentes aos educandos, como liberdade de acesso, baixo custo, flexibilidade de estudos além de facilidade de comunicação. Atualmente, os cursos presenciais combinam momentos e atividades não presenciais (BORGES, 2008). Ainda segundo Borges (2008), as vantagens de se fazer um curso a distancia são: •Combinação entre estudo e trabalho. 33 • Permanência do aluno em seu ambiente familiar. • Menor custo por estudante; • Diversificação da população escolar; • Pedagogia inovadora; • Autonomia do aluno; • Materiais didáticos já incluídos no preço; • Interatividade entre alunos, professores e técnicos de apoio; • Apoio com conteúdos digitais adicionais; • Conteúdos desenvolvidos com orientação de aplicabilidade; • Enfim, a EaD possibilita uma flexibilidade: Onde estudar? Quando estudar? Em que rítmo? Sendo assim, o número de alunos que procuram pelo ensino à distância aumenta, pois pode-se conciliar perfeitamente estudo e trabalho com flexibilidade de horários e disponibilidade de tempo. 4.5 DIFERENTES TIPOS DE INTERAÇÃO DETERMINAM DIFERENTES ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Valente (2002) considera que metodologias aplicadas no ensino a distancia podem estar em um extremo “broadcast”, o qual se utiliza de meios comunicativos tecnológicos para a disseminação de informações aos educandos. Neste contexto, elimina-se a interação em ambientes virtuais. Existe outro extremo considerado, no qual acontece o acompanhamento da construção do conhecimento mediado pelas tecnologias, este extremo é denominado “estar junto virtual”. O autor ainda ressalta que é a proposta educacional a qual se embaso o ensino a distancia que orienta funções como o papel do professor e tutor assim como a escolha do melhor tipo de material disponibilizado, a combinação de dispositivos tecnológicos para facilitar a comunicação, a necessidade de se combinar ações 34 presenciais e a distância, a colaboração entre alunos e a avaliação da aprendizagem. Em comparação com o ensino presencial, o papel dos educadores e educandos tornam-se distintos na educação a distancia, pois nesta modalidade os alunos devem se tornar comprometidos com os estudos, organizando seus horários e tarefas e principalmente aprendendo a trabalhar em grupo de maneira colaborativa e cooperativa, e por este motivo, se destaca a atuação dos alunos na participação da quando em construção do conhecimento. (BORGES, 2008). Na tentativa de obtenção de uma educação de qualidade, diminuindo as discrepâncias sociais, é proposto um novo modelo filosófico. Com isso, se constrói valores educativos os quais são capazes de atender as expectativas das pessoas. (PEREIRA, 2005) Tomando em consideração o educador, o mesmo deve compreender as implicações quanto à diferenciação e deslocamento do espaço tempo em relação ao ensino presencial para a sua pratica pedagógica, pois se trata de uma nova concepção em relação ao ensino e a aprendizagem. (BORGES, 2008) Segundo Peters (2003), muitos docentes consideram que a única diferença existente entre o ensino presencial e o ensino a distância é apenas a “distância”, ficando o processo de ensino-aprendizagem idêntico. Sendo assim, ensinar tem a docência como centro do processo, e aprender tem o aluno como foco da atenção. De acordo com Mata (2001), os cursos ministrados a distancia foram adaptados para que o aluno conseguisse desenvolver seus estudos sozinhos, considerando a metodologia, os objetivos a serem alcançados, as estratégias, o material didáticooferecido pela instituição e o corpo docente do curso, ou seja, os tutores e professores. Por este motivo é que o estudante deve ser disciplinado, organizado e motivado, pois é ele que vai determinar seu ritmo de estudo e adapta-lo a sua vida cotidiana, principalmente também, pelo motivo de esse tipo de abordagem ministrada pelos cursos oferecidos a distancia não garantirem o sucesso da formação do aluno. 35 4.6 INTERAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA O processo de interação e comunicação são fundamentais para a construção do conhecimento. Devenport (1998) descreve que a matéria prima do conhecimento é a informação, pois ela se faz como o primeiro passo para que se possa tomar conhecimento de algo. Portanto, o conhecer seria interpretar e fazer nosso tudo aquilo que recebemos, ou seja, é compreender e integrar as informações transmitidas. O conhecimento se faz por um eficiente e eficaz processo de interação interno e externo, ou seja, por uma comunicação adequada e confiante. Assim há desenvolvimento continuo quanto aos processos de aprofundamento dos níveis de conhecimento pessoal, comunitário e social. (OMATI, 2008) Em relação ao aprendizado, o mesmo se faz com tecnologias avançadas e ambiente participativo e colaborativo, vivencial onde se desenvolve uma comunicação mais aberta possibilitando o compartilhamento do saber, como também de estimulo e motivação constante. (OMATI, 2008) 4.7 PLANEJANDO-SE PARA ESTUDAR NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA É importante ressaltar, que na educação a distância, em relação à organização acadêmica, deve-se um sistemático processo de ensino e aprendizagem adaptado a cada aluno, pois muitos destes encontram dificuldades no manuseio solitário do computador, sem nenhum tipo de interação. Quando o aluno é mais adulto e com maior nível de aprendizagem se torna mais fácil para ele uma aprendizagem tanto individual quanto grupal. Tais pessoas preferem seguir seus caminhos de maneira que mais se adéquam, livres para escolher o que melhor lhe parecer, portanto 36 necessitam do mínimo de indicações para avançarem em seu conhecimento. (BORGES, 2008) Outros alunos apresentam maior grau de dependência, necessitando de constante orientação e monitoramento para se desenvolver em um ambiente virtual. Ainda existem aqueles que melhor aprendem quando trabalham colaborativamente física e virtualmente. Neste contexto, cada aluno deve construir uma grade de estudos que melhor lhe convier. (ALVES E VEIGA, 2008) O estudo a distância, normalmente necessita de certa disponibilidade de carga horária semanal de estudos por parte do aluno, portanto ele deve se organizar em seu próprio tempo e espaço para conseguir acompanhar tal tipo de curso. Deve também fazer uma analise em sua agenda e um cronograma de estudo que deve incluir também fim de semanas e feriados, reservando dias e horários específicos para esse fim. Disciplinar-se para cumprir o horário planejado agiliza a realização das atividades e poupa esforço. (ALVES E VEIGA, 2008) Nessa fase, o tutor tem um papel de extrema importância, pois detém a capacidade de demonstrar os atalhos, o manejo eficaz das ferramentas que estão a disposição do aluno. (ALVES E VEIGA, 2008) É de interia importância que o tutor demonstre o interesse que tem em motivar os alunos para que assim se melhore o processo de ensino e aprendizagem, dentro, é claro, de suas limitações temporais, sempre estando sempre a ouvir, apoiar e principalmente motivar os alunos. (ALVES E VEIGA, 2008) 4.8 DIFICULDADES EDUCACIONAIS NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA Para que se acompanhe de maneira positiva o ensino oferecido a distancia, faz-se necessário que o aluno seja comprometido com os estudos, sendo estimulado a 37 cada dia para que sua atenção permaneça do inicio ao fim do curso. (LIMA, SILVA E PAIVA, 2010) Os processos convencionais de ensino, em conjunto com o acumulo de atividades cotidianas, faz com que a autonomia dos educandos se torne cada vez mais difícil a organização pessoal para um curso realizado a distancia. Quando ao aluno é desorganizado no ensino presencial, migra esta característica para o ensino realizado a distancia, deixando de realizar as tarefas nos prazos estipulados e com isso tendo dificuldade para acompanhar o ritmo do curso. Esta característica diminui consideravelmente sua motivação e consequentemente sua aprendizagem e a do grupo. (MORAN, 2002). Em decorrência deste fator, tais alunos deixam de participar das atividades propostas e muitos têm dificuldades em retornar seu entusiasmo e motivação para dar continuidade ao curso. No ensino presencial, uma conversa com colegas mais próximos e/ou do professor pode ajudá-lo a voltar a participar do curso, já no ensino a distância isso é possível, mas não é fácil. No ensino realizado a distância é necessários que os alunos estejam e sejam motivados continuamente, e os alunos que assim são, facilitam o processo de ensino e aprendizagem tanto em uma sala de aula quanto em um ambiente virtual. (PADILHA E SELVERO, 2012) Normalmente os alunos que mantém um ritmo continuamente lento no ensino presencial, o manterá em um ambiente virtual se não haver propostas inovadoras e motivadoras. Para tanto, os professores-tutores têm um papel fundamental nesse processo, pois as atividades devem ser contextualizadas, bem preparadas, que induzam o alunado tanto presencial como virtual a ter curiosidade de pesquisa e satisfação na evolução do processo de ensino- aprendizagem. (FURTADO, 2008) 38 Para que esse processo se efetive, os alunos devem reunirem-se periodicamente em grupos, em locais específicos, para receber apoio instrucional, onde discute-se conteúdo, esclarece-se conceitos, realiza-se trabalhos em grupos , experiências em laboratórios, simulações e outros exercícios relacionados com a aprendizagem. (FURTADO, 2008) Neste sentido, o grupo precisa interagir, pois é a partir dos bate-papo, que a troca de experiências ocorre. Quando um aluno está com dificuldades, explana dúvidas com outros colegas que estejam com a mesma dificuldade. O que ocorre de negativo é que nem sempre o colega está online, no horário em que o mesmo necessite de informação, ocorrendo o mesmo com o tutor, onde às vezes o horário de plantão não coincide com o do aluno, dificultando a interação. Os fóruns são um instrumento de interação, de grande valia para a construção do conhecimento, pois é um espaço onde as dúvidas podem ser sanadas. 4.8.1 OBSTÁCULOS QUE CAUSAM ENTRAVES NO ENSINO À DISTÂNCIA O surgimento de uma modalidade de ensino a distância não possibilitou a erradicação de algumas situações problemas que ocorrem no ensino presencial. Pelo fato desta modalidade ter propiciado uma maior abrangência no oferecimento de cursos técnicos e superiores, um público em constante elevação tem sido atingido, pois a correria do dia a dia tem tomado muito tempo das pessoas, não possibilitando, na maioria das vezes, um encaixe dos estudos em sua rotina (MARTINS; HOKARI, 2011). 39 O ensino superior à distância, em primeira instância veio beneficiar este público em particular, o qual posiciona a falta de tempo como principal obstáculo para o ingresso em uma qualificação. Quando comparamos o ensino e métodos convencionais ao ensino à distância, concluímos que os alunos, ao ingressarem na segunda opção, devem desenvolver um elevado grau de maturidade e comprometimentos aos estudos, pois muitas vezes, os alunos desenvolvem dúvidas quanto ao assunto transmitido, não sabendo diagnosticar qual parte é relevante para elevar seu conhecimento. Desta forma, não conseguem se adaptar a este tipo de ensino (ORTEGA, 2012). Constata-se uma desvantagem quanto ao curso realizado a distância, é a deficiênciade um equipamento adequado para que o aluno possa transcorrer adequadamente pelo curso, além disso, muitos não possuem nem ao menos conhecimento básico para navegar nas plataformas das universidades, diminuído assim, consideravelmente a motivação necessária para o sucesso. O insuficiente domínio técnico do uso do computador (principalmente da internet),falta da tradicional relação face a face entre professores e acadêmicos, dificuldade de expor ideias numa comunicação escrita a distância e a falta de um agrupamento de pessoas numa instituição física (BRUNO 2010, p.10) Uma pesquisa realizada pelo Censo EAD.br no ano de 2010, demonstrou alguns obstáculos, de acordo com instituições de ensino superior para a implantação dos cursos à distancia e também e as principais causas de evasão como veremos nas tabelas a seguir. Obstáculo em EAD, Segundo as percepções das Instituições Educacionais 40 Fonte: Censo EAD.br 2010 *Os dados na tabela referem-se ao número de respostas obtidas no estudo 41 Causas da evasão segundo a percepção das Instituições Educacionais Fonte: Censo EAD.br 2010 *Os dados na tabela referem-se ao número de respostas obtidas no estudo De acordo com a pesquisa, podemos observar que as principais causas de evasão apontadas pelas instituições investigadas foram a falta de tempo, por parte do aluno, disponibilizado para seu estudo, além do acumulo de atividades de seu trabalho e a falta de adaptação quanto à metodologia oferecida pelos cursos a distância (LAGUARDIA; PROTELA, 2009). Normalmente, para os citados autores, o primeiro semestre é o período onde ocorre a maior parte da evasão, pelo motivo dos alunos não se adaptarem à rotina dos estudos individuais, ou seja, a falta de maturidade e comprometimento para um caminhar não permite que se alcance o sucesso desejado. Isso ocorre pelo motivo de os alunos ainda procurarem a EAD com a ideia de que é possível aprender sem esforçar-se, o que não é uma verdade. 42 4.9 AVALIAÇÕES Segundo Méndez (2002), a avaliação não é um apêndice do processo ensino – aprendizagem, é parte desse processo na medida em que os sujeitos, simultaneamente aprendem e avaliam, discriminam, valorizam, criticam, opinam, raciocinam, decidem, optam, julgam. Nos dizeres de Libâneo (1994), a avaliação é um componente do processo de ensino que tem como principal finalidade determinar a assimilação e correspondência dos alunos para com o conteúdo ministrado, ou seja, verificar essencialmente e os objetivos propostos no inicio do curso foram alcançados em seu termino através das atividades didáticas propostas. Para Luckesi (2002), a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo ensino- aprendizagem, cuja função é auxiliar o professor a tomar decisões sobre seu trabalho. Em se tratando de educação a distância e especificamente no quesito a avaliação, as mesmas podem ser realizadas de maneira presencial e não presencial. De acordo com o Decreto 5.622 de 19 de dezembro de 2005, as avaliações realizadas presencialmente devem ter maior peso na nota final (Brasil, 2005) Jorge Valadares e Margarida Graça (1998) dividem as avaliações dos cursos oferecidos a distancia da seguinte maneira: • Avaliação Prévia: utilizada para determinar onde cada estudante deve ser integrado ao iniciar uma nova fase da sua aprendizagem. Alguns autores também a chamam de avaliação de nivelamento. Avaliação de Diagnóstico: para diagnosticar dificuldades de aprendizagem do estudante no decorrer desta. 43 Avaliação Formativa: para aquilatar acerca do progresso da aprendizagem do estudante no decorrer desta. Avaliação Formadora: contribui para que o aluno aprenda a aprender. Avaliação Somativa: para avaliar a consecução do estudante no final de cada fase da sua aprendizagem. Nos diferentes momentos avaliativos, segundo Moran, Masetto e Behrens (2006), podem ser utilizados alguns instrumentos como a realização de trabalhos em grupo, provas escritas no final de cada modulo ou unidade, testes no decorrer do curso e das unidades, assim como defesas de monografias e tcc. Os fóruns avaliativos também servem como excelente forma de avaliação complementar. Todas as atividades citadas podem ser realizadas presencial ou virtualmente. As outras avaliações ocorrerão, muito provavelmente, por meio do ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e serão realizadas por meio de diferentes ferramentas, dependendo da proposta de avaliação. Poderão ser usadas as ferramentas: fórum, tarefas, lição, questionário, wiki, diário (BORGES, 2008). Essas avaliações virtuais possuem datas mais flexíveis, ajustando-se, ao espaço/tempo dos alunos. Por este motivo, exige maior comprometimento e atenção por parte dos educando, pois as mesmas são programadas no sistema virtual, tendo período para inicio e término. (BORGES, 2008). Observa-se que uma das preocupações do professor em EaD é acompanhar o progresso do aluno, desde início até o fim de um determinado curso, sendo os blogs ideais para organizar esse acompanhamento. Neste contexto a avaliação tem como prioridade, analisar as situações de aprendizagem para que produzam mudanças na educação, adaptando-se para atender às novas necessidades implicadas na formação do educando. 44 É a partir da avaliação que poderá ser medida a participação do alunado no contexto do aprendizado. A partir das dificuldades encontradas, o processo educacional poderá ser refeito, levando-se o em consideração à propositura de Libâneo (1999) que destaca mudanças na formação do alunado: ●mediar o conhecimento; ●ensinar a pensar; ensinar a aprender a aprender; ●respeitar as diferenças; aprender a administrar conflitos; ●formar sujeitos pensantes, críticos e argumentativos; ●incorporar novas tecnologias de comunicação e informações; ●desenvolver no educando comportamentos éticos; ●fortalecer os vínculos entre a organização escolar e sala de aula. Desse modo, o processo de avaliação é muito mais consistente, pois abrange o alunado num todo, fazendo com que o professor e a escola possa avaliar como se procede a aprendizagem e produzir estratégias motivadoras para que o objetivo proposto possa ser alcançado. 4.10 APROVAÇÃO De acordo com a Portaria GR no 308/2009, que dispõe sobre normas para a sistemática de avaliação do desempenho acadêmico dos estudantes de graduação na modalidade de educação a distância e procedimentos correspondentes, “frequência é um critério utilizado para a aprovação do aluno, e que se caracteriza pela participação e realização do mesmo nas atividades indicadas no plano de ensino do curso como sendo aquelas que serão consideradas no seu cômputo”. (BRASIL, 2009). Portanto, será cobrada dos estudantes uma frequência igual ou superior a 75% nas atividades curriculares indicadas pelo professor no plano de ensino. 45 Apesar de o curso ser ministrado a distância, a proposto destes cursos prevê que o aluno matriculado tenha total respaldo do polo presencial, mantendo contato com seus professores e tutores e também, realizando algumas atividades, pois cada disciplina administrada requer a realização de certa quantidade de atividades semanais, sob a orientação dos agentes citados acima e além disso, tendo apoio dos tutores virtuais. (ALVES E VEIGA, 2008) O que se verificou nesse estudo de um modo geral é a distância pedagógica produzida pelo acesso limitado aos recursos educativos e pela dificuldade para o aprendiz exercer uma influência direta sobre o desenvolvimento de sua experiência educativa. O aspecto principal da Educação a Distância reside na escolha dos recursos, na valorização que se dá às ferramentas disponíveis e também na possibilidadede o aprendiz ter uma participação mais efetiva no seu processo de aprendizagem. (OMATI, 2008). Nota-se uma maneira particular de criar espaço para gerar, promover e implementar situações em que os alunos aprendam, motivando-os para que se empenhem em adquirir conhecimentos necessários para uma evolução do processo de ensino- aprendizagem. A fundamentação primordial é a relação professor-aluno, que diferentemente do ensino regular substitui a proposta de assistência à aula regular por uma nova proposta, na qual os docentes ensinam e os alunos aprendem mediante situações não convencionais. Um dos pontos positivos desse processo é a flexibilidade, que favorece o aprendiz, que tem liberdade de escolher o tempo e o espaço que mais lhe convém para estudar, bem como a escolha de materiais de aprendizagem além daqueles que lhe são disponibilizados permitindo ajustes constantes com base no feedback proporcionado pela interação com outros elementos. (BORGES, 2008). 46 Mediante essa visualização contextual, alguns problemas se apresentam, pois muitas vezes percebe-se que o processo evolui muito lentamente e há muita resistência em prosseguir com esse trabalho, visto que a preocupação maior é sempre dirigida para questões práticas de utilização de recursos tecnológicos antes que para a investigação e para descoberta do potencial pedagógico desses recursos, o que exige reflexão sobre a prática e os resultados do trabalho em termos de aprendizagem, cuja característica se formula de situações complexas, ambíguas, abertas e de enunciados imprecisos, cuja resolução implica mobilizar competências necessárias para aprender fazendo o que não se sabe fazer (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2006). A expectativa de superar obstáculos para um processo efetivo de ensino aprendizagem baseia-se na argumentação de que o trabalho com ambiente logo é atraente, estimula, motiva os alunos a desenvolver sua criatividade, pois o ambiente interativo torna diferente e excitante o ensino realizado através do computador, gerando um novo envolvimento com a aprendizagem e faz com que surjam novos desafios (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2006). Articulando teoria e prática desperta a necessidade de inovar e experimentar diferentes metodologias que nos proporciona a enfrentar desafios como discutir o avanço tecnológico da comunicação utilizando os recursos apropriados pelo seu desenvolvimento. 47 5 CONCLUSÃO O interesse em uma formação de nível superior esta sendo cada vez mais procurado e incentivado, pode-se dizer que, a medida que há um progresso humano, também ocorre um aumento dessas instituições, tornando assim uma parte da história do outro. A educação de nível superior é uma instituição social que tem como principal objetivo formar a pequena massa elitizada de maneira intelectual e cientifica. Uma instituição social é caracterizada por manter sua missão de forma durável e estável, sendo normativa e integrando valores da sociedade. Acima de tudo, tal instituição se destina a promover qualificação profissional e desenvolvimento político, econômico, social e cultural. À universidade resta o compromisso de gerar o saber, o qual está interligado a verdade, justiça e igualdade, porém nãoo se pode afirmar que a quantidade de cursos superiores oferecidos é igualmente proporcional à qualidade relacionada a eles, deixando assim, muitos de seus formando, quando inseridos em um mercado de trabalho extremamente competitivo, deficientes e carentes de um verdadeiro saber. As leituras indicam que o trabalho de aprendizagem e ação no futuro consistirá em uma sequência de reuniões sucessivas, ora presenciais ora a distância, interligando pessoas, problemas, fatos e ideias, inteligências e conhecimentos, espalhados pelo mundo, mais interdependentes e intercambiáveis. Podemos concluir que alguns aspectos ocorridos em um curso ministrado presencialmente são transferidos para um curso ministrado a distancia. A desmotivação, a deficiente capacidade de interação entre professores-tutores- alunos, a falta de organização e comprometimento com os estudos e dificuldade de trabalho em grupo são características que ainda não foram sanadas nem no ensino presencial e também no não presencial. 48 Porém, podemos também concluir que, quando o aluno traz consigo a motivação, a organização e a autonomia desenvolvida no ensino regular, a eficácia dos cursos ministrados a distancia se torna efetiva, pois considerando o conteúdo, o material e até mesmo alguns métodos o mesmo se compara com a educação ministrada presencialmente, além de ter consigo a vantagem da utilização das novas tecnologias. 49 6 REFERÊNCIAS ALVES, D. V.; VEIGA, Odete, C. A. Tutoria on-line. Copyright, 2008. ALBUQUERQUE, R. C. Educação e modernidade no Brasil. In: fórum nacional as bases do desenvolvimento moderno, 5., 1993, São Paulo. Anais...São Paulo: Nobel, 1993. BORGES, M. da R. C. Introdução aos estudos de EAD. 1ªed. 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