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HELOISA MARIA MARQUES PINHEIRO 8) DIREITO MUÇULMANO: Imagem da internet Tendo em vista o conteúdo da imagem acima, disserte sobre a situação da mulher na sociedade muçulmana e o que isso suscita para a possibilidade de ascensão de um feminismo. O Corão ou Alcorão, livro sagrado, contém as informações primordiais sobre o Islã. Porém, parte do Corão é baseada no Hadith, um conjunto de histórias, transmitidas de forma oral, sobre atos e palavras de Maomé, tanto durante sua vida quanto aos anos subsequentes à sua morte. Além disso, o Corão também é baseado em outros escritos como a Charia, ou seja, as leis islâmicas, o direito islâmico. A Charia, assim como o Corão, também recebeu influências dos escritos do Hadith, o que demonstra como a fé religiosa e a organização social e política se entrelaça no Islamismo. O islamismo, é governado pela Charia, que constitui um detalhado código de conduta que inclui regras sobre as práticas religiosas, bem como critérios sobre a moral, as coisas que são permitidas e proibidas e as normas que separam o bem e o mal. Em outras palavras, a Charia codifica detalhadamente a conduta pessoal dos muçulmanos e rege todos os aspectos de suas vidas. Isso porque a lei define, em detalhes, quais são os papéis de cada um na sociedade e, segundo o código, os homens sempre estarão acima das mulheres em questões que incluem a religião, as leis e a vida em sociedade. De acordo com a Charia, enquanto os homens são as figuras públicas de suas famílias e têm como responsabilidade encontrar uma forma honesta de sustentar seus dependentes, as mulheres se tornam parte do “clã” de seus maridos e devem se ocupar da vida familiar. Na verdade, apesar de a Sharia ter surgido com a melhor das intenções, o verdadeiro problema está na forma como ela é interpretada e colocada em prática em algumas nações. Em outras palavras, o problema não está nas leis, mas sim nos tiranos que se apoiam nelas para reprimir e dominar os demais. Nessas sociedades, embora as mulheres se encarreguem de controlar as casas, a palavra final é sempre do marido. Ademais, como eles são responsáveis pelo suporte financeiro das famílias, os homens têm direito a receber heranças maiores do que as delas e, de maneira geral, os esposos são vistos como espécies de supervisores de suas esposas. Eles são considerados responsáveis pelas ações delas e podem ter que responder por violações que cometam. Por causa disso, em muitos países, as mulheres são obrigadas a informar seus maridos toda vez que elas saem de casa e, em sociedades mais severas, elas jamais podem sair sem a companhia de um homem da família. A situacão de submissão ocorre, inclusive, quando os contratos de casamento são “firmados”, por exemplo, devem existir duas testemunhas do sexo masculino no ato da assinatura — ou uma do sexo masculino e duas do sexo feminino, porque o testemunho de uma mulher vale menos. Além disso, em casos de violência sexual, quase sempre as vítimas precisam apresentar quatro testemunhas masculinas ou, do contrário, as mulheres podem ser açoitadas por fazer acusações falsas. Existe também a questão de que em determinadas nações, as mulheres devem usar a dupatta e hijab ou lenço que cobre os cabelos e o pescoço, e em outros, elas devem vestir o chador, ou seja, aquela capa longa que vai da cabeça até os pés, mas não cobre o rosto. Em outros locais, as mulheres são obrigadas a usar a abaya e a niqab que, juntas, cobrem o corpo completamente e apenas deixam uma pequena abertura para os olhos. Por último, ainda existe a famosa burca, que, inclusive, conta com uma tela que esconde até os olhos de quem a está vestindo. A luta pela igualdade de gênero – igualdade entre homens e mulheres – que os países ocidentais buscam há anos, coloca a resistência cultural do mundo islâmico no tribunal das nações em função de legislações que perpetuam a desigualdade de gênero, submetem as mulheres a condições inferiores na sociedade, pois recorrem a preceitos religiosos e regras morais que acabam regendo as relações sociais e de gênero. Na esfera privada e pública, especialmente mulheres de sociedades árabes muçulmanas, vivem em situação de subalternidade, com restritos direitos políticos e civis, submetidas a um sistema patriarcal e religioso que regra seus modos de vida – em alguns países islâmicos de forma mais intensa que outros - restringem espaços que elas podem ocupar, legitimando situações de dominação masculina, violência e exclusão social das mulheres. A imposição social patriarcal, a situação de subalternidade a que as mulheres estão relegadas, são ancoradas em razões de gênero, bem como em fatores da religião, que decide ainda hoje a prática de casamentos forçados, violando especificamente o artigo XVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) que trata de direitos iguais entre homens e mulheres em relação ao casamento, sem distinção de raça, nacionalidade ou religião. Dessa forma, é importante apontar que as mulheres muçulmanas enfrentam hoje três situações diferentes, a primeira diz respeito à identidade islâmica, a segunda refere-se à luta em oposição aos fundamentalistas islâmicos e a terceira diz respeito a cultura patriarcal dominante. Embora a partir do século XX as mulheres muçulmanas passaram a ter mais visibilidade, força e destaque na vida pública, e esse fato se dá devido às reformas educacionais e o avanço nas medidas de alfabetização das mulheres. Sabe-se que as mulheres muçulmanas podem ser vistas como transmissoras de cultura, representando uma identidade, todavia estão em constante conflito com os regimes políticos modernos, uma vez que nessa cultura a figura masculina prevalece sobre a feminina, e as mulheres passam a ser vistas com grande potencial de sedução, o que para os muçulmanos leva a provocar uma grande desordem social e moral. Com as mudanças ocorridas com o passar do tempo, hoje há movimentos em países de religião islâmica que lutam por direitos de igualdade civil entre mulheres e homens e por tentativas para melhorar a posição delas na sociedade. Num primeiro momento, o movimento feminista ocidental concentrou suas reivindicações na igualdade na parte jurídica e política formal; num segundo momento, busca-se por direitos econômicos e sociais para as mulheres: na educação, trabalho remunerado, boas condições de trabalho, livre escolha do parceiro matrimonial, etc. Mais recentemente, tem se adicionado a problematização da desigualdade nas relações pessoais, a divisão desigual dos papéis dentro da família, os direitos sexuais, etc. A emancipação das mulheres faz parte integral da inovação política da modernidade, sendo impossível desligá-la da modernização econômica, tecnológica, industrial e de produção científica que privilegia o intelecto em detrimento da força muscular. No pensamento islâmico, a posição da mulher ainda é inferior à do homem na sociedade. Tal inferioridade, contudo, não é exclusiva do mundo muçulmano, pois ela se encontra sob formas diversas, em quase todas as sociedades. Desse modo, a situação da mulher islâmica abre oportunidades para o discurso feminista, pois disserta sobre situações de dominação masculina, violência e exclusão social das mulheres. Essa situação não só ocorre na sociedade Islã, como em quase todas as sociedades atuais, diferindo, apenas, em seu modo de execução. Nesse contexto, as mulheres islâmicas têm sido pauta de discussões no Ocidente, em que este tema está ligado a representações sociais estereotipadas do Islã e de fiéis muçulmanos (as). Com isso, houve uma nova forma de pensar, em que o Ocidente enxerga o Oriente e os atributos religiosos e sociais remetidos a esse espaço territorial, as relações sociais, normas de comportamento, as relações de gênero e de poder que se estabeleceram ao longo do tempo. Destarte, a foto apresentada pela questão demonstra como a forma de governo intervém no comportamento e na estrutura social, pois como foi exposto, as mulheres podem optar pela forma de vestimenta, mas, ainda assim, continuarão sendo subjugadas em seuscotidianos. E a necessidade de uma ascensão e debate feminista para intervir na liberdade da mulher islamica.
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