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Texto 3 - René David - O Direito inglês
Domínio geográfico - O texto refere-se ao território que o direito inglês abrange. O autor deixa claro que há um contraste no direito inglês entre as regras juridicamente obrigatórias e a universalidade do mesmo direito, sendo referência para grande parte da humanidade. É citado o termo common law (que significa "lei comum"), que se trata da matéria jurídica não escrita, refere-se à um sistema jurídico em que as decisões judiciais surgem a partir de decisões já dadas em tribunais, ou seja, não tem origem em processos lesgilativos, tendo como base principal os costumes e a jurisprudência, e o direito inglês ocupa um lugar de destaque na família da common law. É afirmado pelo autor ainda nesse trecho que o direito inglês continua, nos dias atuais, sendo um modelo, que podem se distanciar em certos pontos e domínios, mas que continuam a levar em consideração e a respeitar.
História do direito inglês - No capítulo 1, logo no início o autor ressalta que o conhecimento histórico é indispensável quando se fala do direito inglês, mais ate do que para o direito francês. Sendo características do direito francês e dos outros direitos da família romano-germânica, a renovação pelo direito romano e a renovação pela codificação não sao reconhecidos pelo direito inglês. O autor afirma que o direito inglês se desenvolveu de forma autônoma, tendo apenas influência, de forma limitada, do continente europeu. René David afirma também que o jurista inglês gosta de valorizar a continuidade histórica do seu direito (o inglês), pois surge como sendo um produto de uma longa evolução que não sofreu nenhma alteração/influência/perturbação por nenhuma revolução, e o jurista inglês se orgulha dessa circunstância, das faculdades de adaptação do seu permanente valor, e de qualidades correspondenter nos juristas e no povo inglês. O mesmo subestima a continuidade dos direitos continentais, pois acredita que a codificação provocou uma ruptura com a tradição dos direitos.
O autor expõe que os ingleses gostam de colocar em evidência o caráter tradicional, enquanto os franceses preferem evidenciar o caráter racional e lógico do direito. Os dois direitos citados acima não são fundamentalmente diferentes quando diz respeito à parte tradicional e racional. Ambos tiveram de se adaptar a mudanças e suprir as necessidades de sociedades que sempre foram e são, semelhantes. O autor considera que as revoluções foram apenas acidentes de percurso na evolução do nosso direito.
René David afirma que há quatro períodos principais na história do direito inglês. O primeiro é o anterior à conquista normanda de 1066. O segundo vai de 1066 ao advento dos Tudors (1485), é o da formação da common law. O terceiro vai de 1485 a 1832, marcado pelo desenvolvimento e pela common law simultaneamente. O quarto se inicia em 1832 e continua até os dias atuais (período moderno).
O período Anglo-Saxônico (As leis bárbaras) - Em 1066 a Inglaterra foi conquistada pelos normandos, por esse motivo, esse ano é uma data de extrema importancia na história da Inglaterra e da Europa. O período anterior à conquista da Inglaterra pelos normandos é chamado, na Inglaterra, de anglo-saxônico. O domínio romano durou por quatro séculos, porém, o autor afirma que não deixou mais vestígios na Inglaterra do que o período celta na França ou o período ibérico na Espanha. Para os historiadores do direito inglês, a história do direito começa na época em que cessou o domínio, diversas tribos de ordem germânica partilharam a Inglaterra entre si. É nessa época que a Inglaterra se converte ao cristianismo. O direito da época anglo-saxônico não é muito conhecido. Redigidas após a conversão ao cristianismo (assim como na Europa continental), no entanto, diferentemente das outras leis bárbaras (que que foram escritas em latim), esta foi redigidas em língua anglo-saxônica. Porém, assim como as outras leis bárbaras, as leis anglo-saxônicas só regulam aspectos limitados das relações sociais às quais se estende a atual concepção de direito. Antes da conquista normanda não havia direito comum a toda Inglaterra, ou seja, eram leis territoriais. 
A formação da common law (1066 - 1485) (A conquista normanda [1066]) - Não foi a conquista em si que alterou o estado de coisas. A conquista normanda deu a Inglaterra um poder forte, centralizado, rico de experiência administrativa posta à prova no ducado da Normandia. Com a conquista pelos normandos, a época tribal desaparece e dá-se início ao feudalismo na Inglaterra.
O feudalismo na Inglaterra - O feudalismo que foi instalado na Inglaterra é diferente do do feudalismo na França, Alemanha ou na Itália. Os senhores normandos (que foram junto à Guilherme à Inglaterra) viram-se em um país conquistado, no qual a língua é totalmente estranha e os hábitos e costumes são por eles desprezados. Os mesmos sentem a vontade de voltar para junto do seu soberano afim de defender a sua conquista e as suas propriedades. O conquistador soube ter cautela contra o perigo que representariam para ele vassalos muito poderosos; na distribuição de terras feitas aos súditos, não formou-se nenhum grande feudo, para que nenhum "barão" pudesse rivalizar com o conquistador em poder; em uma lei do ano de 1290, o Estatuto Quia emptores proibiu qualquer tipo de"subenfeudação", dessa forma todos os senhores dependiam diretamente do rei. 
É como um exército acampado na Inglaterra, no qual o espírito de organização e de disciplina se manifesta na redação, a partir de 1086, do Domesday (registro de um levantamento/censo da Inglaterra), no qual esse censo é um documento que são referenciados os 15.000 domínios (mansões) e os 200.000 lares existentes na Inglaterra. Dentre os elementos que vão permitir, por oposição ao continente europeu, o desenvolvimento da common law, pode-se citar o caráter militar, organizado, do feudalismo inglês.
Definição da common law - A common law é o direito comum a toda Inglaterra (o que é uma oposição aos costumes locais). Em 1066 esse direito era inexistente. Havia a assembleia dos homens livres (chamada de County Court, que significa "tribunal de comarca", que é o lugar onde o juiz de primeiro grau tem competência, o lugar onde exerce sua jurisdição), no qual os que constituem a assembleia aplica o costume local, ou seja, limita-se, de acordo com este costume, a decidir qual das partes deve provar a verdade de suas declarações, obrigando-se a um meio de prova que não tem nenhuma presunção de ser racional. Continuando, em princípio, a ter competência após a conquista, as County Courts serão substituídas gradativamente por jurisdições senhoriais de um novo modo (Courts Baron, que significa "barão dos tribunais"); mas estas decretarão igualmente com base na aplicação do direito costumeiro superior local. As jurisdições eclesiásticas instituídas após a conquista aplicam o direito canônico (é o conjunto de leis feitos/adotados pelos líderes da igreja para o governo da organização cristã e seus membros) de forma igualitária a toda a cristandade. A elaboração da comune ley, direito inglês e comum a toda Inglaterra, será obra exclusiva dos Tribunais Reais de Justiça, banalmente designados pelo nome do lugar onde vão se estabelecerem a partir do século XVIII, Tribunais de Westminster. 
Competência dos Tribunais Reais - Os litígios eram levados às diferentes jurisdições na início da conquista normanda, jurisdições essas que enumeramos acima. O rei só exerce a "alta justiça", só age em casos excepcionais, se a paz do reino for ameaçado e caso não seja possível que a justiça seja praticada pelos meios normais. Ele "ordena" na Curia regis (que significa "tribunal"), assistido pelos seus servidores que possui maior aproximidade e pelos grandes do reino, esta é a corte das grandes personagens e das grandes causas; não é uma jurisdição "banal", aberta a qualquer pessoa.
No século XVIII, na Curia regis, algumas organizações vão adquirir autonomia; como é o caso do parlamento e também das várias comissões com poderes jurisdicionais, quedeixam de ir com o rei em suas viagens e fixam sua sede em Westminter. No entanto, esses Tribunais de Justiça não possuem uma competência universal. É preciso ser cuidadoso com as sucetibilidades dos senhores, que desejam ser chefes nos seus domínios, e que estão indispostos a submeter-se ao seu veredito. A intervenção da autoridade real nos assuntos da da sua competência não foi vista com "bons olhos". Os Tribunais Reais não estão capacitados para administrar a justiça, para todo os litígios que venham a surgir no reino. Limita-se em apenas três âmbitos de causas em que ela se afigura natural: questões relacionadas com as financiais reais, com a propriedade imobiliária e a posse de imóveis, e questões criminais graves que tenham ligações com a paz do reino. Três tribunais diferentes - Tribunal de Apelação (Exchequer, que significa "tesouro"), Tribunal de Pleitos Comuns (Common Pleas, que significa "fundamentos comuns"), Tribunal do Banco do Rei (King's Bench, que significa "banco dos reis") - irão conhecer, respectivamente, cada uma destas três importantes questões, no entanto, esse divisão de "atribuições" vai se romper e cada um dos três tribunais Reais de Westminster vai poder conhecer de todas as causas que possam ser submetidas às jurisdições reais. 
Além das três categorias citadas acima, todos os litígios continuam a ser resolvidos fora das jurisdições reais, pelas County Courts, pelas jurisdições senhoriais e eclesiasticas, sendo também resolvidos pelas diversas jurisdições municipais ou comerciais ou comerciais, às quais o privilégio de administrar a justiça será assentido para certos tipos de questões; são essas jurisdições que vão aplicar ou os regulamentos municipais ou o direito internacional do comércio lex mercatoria (que significa "a lei do comerciante").
Extensão da competência dos Tribunais Reais - o rei estende seus poderes de soberano justiceiro no reino. Devido aos lucros que a administração judicial proporciona, o interesse do Chanceler e dos juízes reais é conhecer de um número maior de questões. 	Os Tribunais Reais são impulsionados a alargar sua competência pelas solicitações dos particulares, a quem a justiça real surge como muito superios à das outras jurisdições. Apenas os Tribunais Reais têm meios eficazes para garantir o comparecimento das testemunhas e para cumprir as suas decisões. Por outro lado, apenas o rei, juntamente com a Igreja, tem o poder de obrigar os seus súditos a prestar juramento; assim, os Tribunais puderam modernizar o seu processo e submeter o julgamento dos litígios a um júri, enquanto as demais jurisdições estavam condenadas a conservar um sistema "ultrapassado" de provas.
Os Tribunais Reais são os únicos a administrar a justiça no final da Idade Média por essas razões. As jurisdições senhoriais tiverama mesma sorte das Hundred Courts (que significa "cem tribunais"); já as jurisdições municipais ou comerciais não apreciam senão questões de pouca importância, as jurisdições eclesiásticas passaram apenas a estabelecer sobre litígios respeitantes ao casamento ou à disciplina do clero.
Maneira de pôr em funcionamento os Tribunais Reais - Apenas no século XIX os Tribunais Reais se tornarão "jurisdições de direito comum". Até 1875 este continua a ser jurisdições de exceção. Submeter o seu caso às jurisdições reais não é, até então, um direito para os particulares. É um privilégio que a autoridade real apenas concede com total conhecimento de causa. Quem quiser pedir justiça ao rei, tem que se dirigir a um grande oficial da Coroa, o Chanceler, e pede à este, a concessão de um writ (que significa "mandado"), e mediante o pagamento de taxas à chancelaria, as jurisdições reais são postas em funcionamento. 
Para que os Tribunais Reais se decidissem a alargar a sua competência, era usado a seguinte técnica: o autor tinha que expor detalhadamente os fatos da causa e pedia aos juízes reais, levando em consideração os fatos, que aceitassem julgar o litígio. As novas ações que os juízes admitiram sua competência, chama-se, de ações super casum (que significa "o caso").
Remedies precede rights (em primeiro lugar o processo) - O processo dos Tribunais Reais varia de acordo com a maneira como a ação é conduzida. Varia de mandado para mandado a sequência dos atos a realizar-se, como a maneira de regular certos incidentes, as possibilidades de representação das partes, as condições de admissão das provas, entre outros. 
É de extrema importância que fique nítido a excelência que as questões de processo tiveram. Os juristas ingleses tinham sua atenção voltada para as questões de processo, enquanto os outros concentravam-se principalmente na determinação dos direitos e obrigações de cada um.
Interesse atual da sua evolução histórica - A criação da common law não foi de interesse meramente histórico. O direito inglês foi marcado de, pelo menos, quatro formas diferentes, que é possível até nos dias atuais, notar a influência. Em primeiro lugar, levaram os juristas ingleses a concentrar o seu interesse sobre o processo; em segundo lugar, elas fixaram muitas categorias e serviram para criar muitos conceitos do inglês; em terceiro lugar, levaram à rejeição da distinção entre o direito público e privado; e em quarto lugar, criaram obstáculos a uma recepção das categorias e dos conceitos do direito romano, na Inglaterra.
Concentração do interesse sobre o processo - Até o século XIX, o mais importante, na Inglaterra, não foi determinar que solução seria dada aos litígios. A atenção dos juristas estava sobre os diversos processos, que correspondiam aos diferentes writs. Estes processos tinham como finalidade formular as questões que seriam submetidas ao júri. O desenvolvimento do direito inglês foi muito marcado pela grandiosidade das considerações referentes ao processo.
Foi necessário organizar e desenvolver o direito inglês devido aos processos postos à disposição dos pleiteantes pelos Tribunais. A common law não tem como interesse realizar a justiça, ela é mais uma junção de processos próprios para assegurar a solução dos litígios. 
Ilustração pelo direito dos contratos - No século XIII os contratos são matéria da competência de várias jurisdições: eclesiásticas, municipais ou comerciais. É posto em evidência que as convenções privadas não são protegidas nos tribunais do rei.
Para solucionar esse problema, considera-se a ideia de propriedade: o locatário, o devedor, o depositário, o transportador serão julgados não em razão do compromisso assumido, mas sim por portarem, sem título, uma coisa que pertence a outro; para isto existe uma ação especial, denominada de writ of detinue (que significa "mandado de prisão"), para validar essa situação. Há casos em que a obrigação de executar uma promessa está diretamente ligada à forma como esta obrigação foi assumida: o demandado é detido pela ação de dívida (writ of debt, que significa "mandado de dívida"), pois foi reconhecido, por um documento formal, como devedor, sem que haja a indagação se da sua parte houve um verdadeiro consentimento. 
Writ of detinue e writ of debt aglomeram apenas hipóteses particulares, e o processo abarcado através de writs nem sempre é totalmente satisfatório. Por essas razões, os juristas irão procurar uma outra forma de desenvolver, de modo mais geral, um direito dos contratos. Este foi encontrado através de outro processo, o do trespass (que significa "transgressão"). Este tem por objetivo sancionar um procedimento de natureza delitual: o dano causados a algo, à terra ou aos bens do arguido. Isso não possui relação com os contratos. 
Categorias e conceitos do direito inglês - Já tem mais de cem anos que as formas de ação foram abolidas. No entanto, essas ainda continuam a interferir. 
A common law conhece, como sanção da falta de execução de contratos, somente as perdas e danos, pois a antiga ação de assumpsit (que significa "assumir"), pressionada da ação de trespass (que significa "transgressão"), podia apenas ter como resultado as perdas e danos. 
O direito inglês não abrange uma fórmula geral, passandoa responsabilidade delitual à ideia de falta de determinados bens. Um ponto a ser ressaltado, é a dificuldade que os juristas ingleses demonstram em se distanciarem dos hábitos de pensamento, no qual se encontram presos devido aos processos antigos. 
Enfraquecimento do direito privado - As jurisdições reais amplificou a sua competência, desenvolvendo a ideia de que o interesse da Coroa justificava a sua intervenção. No âmbito de interesses privados as outras jurisdições eram competentes. No entanto, esses outros tribunais desapareceram levando consigo a ideia do próprio direito privado na Inglaterra.
O aspecto "direito público" do direito inglês aparece na técnica particular do writ, que simboliza o começo da ação perante os tribunais. O writ não é apenas uma simples autorização de portar-se dada ao autor. É, tecnicamente como uma ordem dada pelo rei ao seus agentes, para que esses mandem ao demandado agir de acordo com o direito, desempenhando assim, a vontade do demandante. Se o demandado se recusa a obedecer, o demandante vai agir contra ele. Essa ação vai ser justificada perante o Tribunal Real. O processo inglês é de direito público. 
Impossibilidade de recepção do direito romano - As jurisdições tradicionais não desapareceram, nos países do continente europeu, como na Inglaterra, ela foram gradativamente submetidas ao predomínio do poder real. Não tiveram sua competência limitada; modernizaram o processo, tendo como inspiração o processo escrito do direito canônico, puderam considerar de forma sistemática o problema da justiça, deixando-se guiar pelo modelo do direito romano.
O exposto acima, deu-se de forma diferente na Inglaterra, visto que os Tribunais de Westminster eram jurisdições de exceção, só "entrava em ação" em casos excepcionais.
Logo, os Tribunais de Westminster tiveram que elaborar um novo direito, direito esse, comum a toda Inglaterra, que tem como nome common law. 
A rivalidade com a equity (1485 - 1832) (Esclerose da common law) - Por ter sido criada dependente dos processos formalistas, a common law sofria um perigo em dose dupla: o de não poder se desenvolver com liberdade suficiente para dar satisfação às necessidades da época, e o de uma esclerose resultante da rotina dos homens de leis. A mesma corria um grande risco: o de ver se formar, em cima dela, um sistema rival, que seria com o tempo, abafada. O sistema rival citado acima é a equity.
A competência restrita das jurisdições reais foram toleradas enquanto existia outras jurisdições. A decadência e o sumiço dessas jurisdições tornavam necessário que se encontrasse uma nova forma para corrigir as insuficiências da common law.
Recurso à autoridade real - Devido os inúmeros obstáculos na administraçãp da justiça pelos Tribunais de Westminste, um número consideravelmente de casos não fosse cedida uma solução justa aos litígios. Com isso, a parte "perdedora" recorria diretamente ao rei, detentor de toda a justiça e generosidade, afim de obter justiça. 
No século XV, o Chanceler estava se tornando cada vez mais autônomo, tomando decisões em nome do rei e do Conselho. No entanto, a sua intervenção é pedida cada vez mais . 
A equity na época dos Tudors - No século XVI, o absolutismo dos Tudors vai ser fundado sobre um extensivo da "prerrogativa" real. Em matéria criminal, a conhecida chambre des estoylles (que significa "Câmara Estrelada"), vai se constituir uma ameaça horrível para a liberdade dos indivíduos; já em matéria civil a jurisdição de equidade do Chanceler vai alcançar uma expansão boa. A partir de 1529, o 	Chanceler não é mais um o confessor do rei, ele é (com uma frequência grande) um jurista. Os soberanos ingleses apoiaram. nesse período, a jurisdição do Chanceler, devido a preocupação de justiça e de boa administração.
Houve interesse de ordem política para que houvesse a preferência do Chanceler como um jurista. Três séculos antes, caiu em desuso as Hundred e as County Courts, isso porque os Tribunais de Westminster ofertava aos seus pleitantes uma justiça mais moderna, administrada por um processo superior aos processos tradicionais.
Compromisso entre a common law e a equity (1616) - Foram muitos os motivos para que não houvesse esse desenvolvimento. Foi levado em consideração a resistência dos juristas, pois os tribunais de common law encontraram, para conseguir defender sua posição e de sua obra, a aliança do parlamento, aliado contra o absolutismo real. A má organização do Chanceler deu armas aos seus inimigos. 
O Chanceler teve apoio do rei Jaime I diante dos conflitos. No entanto, com o decorrer dos acontecimentos, ficou decidido que não caberia mais ao rei utilizar a sua prerrogativa de justiça para criar jurisdições novas, independentes dos tribunais de common law. E então a equity, se transformou, afirmando que o Chanceler, homem político ou jurista, não é mais qualificado para fazer decretos em nome da lei moral. Desde 1621 o controle da Câmara dos Lordes foi admitido em relação às decisões do Tribunal da Chancelaria.
A estrutura dualista do direito inglês - O direito inglês possui uma estrutura dualista. A equity inglesa é a equidade, como se pode afirmar no século XVI, e na medida em que era possível ao Chanceler realizá-la. Ainda hoje os tribunais ingleses consideram, de forma ponderada, sugestões que são feitas para dar continuidade a obra do Chanceler nos séculos XV e XVI e para criar novas doutrinas de equidade. O parlamento pode intervir se o direito inglês houver conveniência de aperfeiçoamento. Só seriam ameaçadas a segurança das relações jurídicas e a supremacia do direito se os juízes aceitassem discutir as regras de direito estabelecidas; no entanto, os juízes demonstraram que não iriam seguir esse caminho.
A absorção do direito comercial pela common law - Duas das grandes épocas que possui traços com características do direito inglês são os séculos XIII e XVI. Já no século XVII, logo após a crise entre a common law e a equity, e o século XVIII, presenciaram o desenvolvimento harmonioso do direito inglês. Na segunda metade do século XVIII houve a absorção do direito comercial pela common law. Na Inglaterra o direito comercial era considerado um elemento estranho, internacional pela natureza, no qual a aplicação deveria ser reservada aos comerciantes. Com o passar do tempo as jurisdições próprias ao comércio perderam a sua autonomia; na segunda metade do século XVIII, a evolução foi concluída através da unificação do direito civil e direito comercial. O direito comercial foi integrado na common law e então, as suas instituições deixaram de ser privilégio da classe dos comerciantes. 
Obras de doutrina e compilações de jurisprudência - A obra de Littleton sobre a posse feudal, escrita no fim do século XV, e a obra de Coke, Institutes of the Laws of England, publicada em 1628 - 1642 são duas obras marcantes desse período. 
A obra de Blackstone (1765 - 1769) foi de grande influência na Inglaterra e em todos os outros países de língua inglesa, deixando fixo os quadros do direito inglês e proporcionando de maneira mais fácil a expansão e a recepção desse direito, especialmente nos Estados Unidos da Améria (EUA).
O período moderno (As reformas do século XIX) - Os séculos XIX e XX retratam também uma época de transformação fundamental na história do direito inglês (assim como os séculos XIII e XVI). O êxito das ideias democráticas e a influência de Bentham juntamente com o desenvolvimento sem precedentes da legislação são "registros" da nova época. O direito inglês se desenvolveu nos quadros processuais formado pelas diversas formas de ação. Os juristas ingleses vão prestar (assim como os juristas da Europa continental) mais atenção ao direito substantivo.
Entre 1873 - 1875 a organização judiciária foi modificada pelos Judicature Acts (que significa "atos judiciais"), que diminuíram a distinção formal dos tribunais da common law e do Tribunal de equity da Chancelaria: todas as jurisdições inglesas passam a ter competência para aplicar as regras da common law e as de equity. 
O século XX: a commonlaw na época do welfare-state - Tendo início no século XIX, o movimento de modernização continua nos dias atuais, com características novas. A corrente socialista substituiu a corrente liberal, que foi predominante até 1914. Por esse motivo, a common law sofreu uma crise gravíssima. Lado a lado dos tribunais que adulteraram a common law, criaram múltiplos organismos com a finalidade de solucionar as contestações devido as novas leis. Os mesmos motivos que levaram a França e outros países a possuírem tribunais administrativos, foram convenientes para a Inglaterra, mesmo que, ao contrário dos outros países, os tribunais administrativos não tenham constituído uma hierarquia autônoma de jurisdições.
Para resolver os problemas do welfare-state (que significa "estado de bem estar"), provavelmente os direitos românicos do continente europeu estejam mais preparados que o direito inglês. Assim, dá-se uma aproximação do direito inglês com o direito do continente europeu, impulsionado pela necessidade do comércio internacional e favorecido por yma nítida consciência das afinidades existente entre os países europeus. A entrada do Reino Unido na Comunidade Econômica Europeia pode dar um impulso à essa aproximação.

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