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Sistemas de Criação na Bovinocultura

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Sistemas de Criação na Bovinocultura
Um dos pontos-chaves para alcançar a eficiência na bovinocultura é garantir que a estrutura física da propriedade rural atenda às necessidades dos animais e dos funcionários que ali trabalham. Nesse sentido, ela deve promover conforto aos bovinos, protegendo-os contra os climas adversos, permitindo a manutenção de suas boas condições de saúde e de produção, ao mesmo tempo em que possibilita a eficiência da mão de obra por meio da realização de trabalhos em períodos mais curtos de tempo e com o menor uso de espaço possível. Esses fatores permitirão que haja aumentos na produtividade animal, o que beneficiará o produtor rural também (SOUZA et al. 2004; CARVALHO et al., 2002).
As categorias animais para criação de bovinos para leite incluem os bezerros, as novilhas (fêmeas antes da puberdade), as vacas em lactação, as vacas secas (aquelas que não estão produzindo leite) e os touros reprodutores. Esses animais podem estar sob diferentes sistemas de criação, que incluem o extensivo, o semi-intensivo e o intensivo. O grau de tecnificação (máquinas e equipamentos a serem adquiridos) é diretamente ligado ao tipo de sistema adotado.
Sistema Extensivo
No sistema extensivo, os animais são criados exclusivamente a pasto durante todo o ciclo produtivo. O país tem grande potencial para esse tipo de criação devido à alta produtividade das gramíneas tropicais. As plantas também exercem um papel fundamental no sequestro de carbono e na minimização da geração de gases de efeito estufa. Quando usados sistemas, como a integração lavoura-pecuária (com a produção de grãos e a atividade pecuária), e técnicas, como o plantio direto, esses efeitos ainda podem ser maximizados.
No entanto, o que ocorre, muitas vezes, é que as pastagens não são corretamente manejadas, e muitas bacias leiteiras enfrentam o problema da degradação das pastagens. Falta de correção e acidez e de reposição de nutrientes do solo, bem como a utilização de forrageiras de baixa fertilidade, são responsáveis por baixos resultados nesse tipo de sistema. Além disso, mesmo quando bem manejado, ele limita o potencial produtivo de raças especializadas na produção leiteira (MATOS, 2002).
Embora esse sistema exija menores investimentos, ele também leva a produções menores de leite, culminando em menores receitas. Caracteriza-se por reduzir de forma significativa os custos com a produção de leite (pela redução de valores gastos com concentrados, combustíveis, maquinários e mão de obra, por exemplo), permitindo a obtenção de margens brutas (as diferenças entre receita e custos de produção) maiores (MATOS, 2002).
Sistema Semi-Intensivo
Na época em que há escassez de chuvas, não ocorre produção de massa de forragem suficiente para garantir as necessidades nutricionais dos animais. É por esse motivo que uma das estratégias utilizadas é a complementação volumosa (com forragens de alto valor nutritivo, as quais podem ser conservadas, como fenos ou silagens, ou cana-de-açúcar adicionada de ureia e enxofre, por exemplo) e suplementação de concentrados proteico-energéticos. Esse sistema é chamado de semi-intensivo. A utilização de volumosos pode ser feita apenas para os animais em produção e durante o período da seca, ou pode ser realizada diariamente, logo após a ordenha dos animais (MATOS, 2002).
Sistema Intensivo
Já no sistema intensivo, os animais são mantidos estabulados durante todo o ciclo produtivo, o que exige maior investimento em instalações e uma demanda maior de mão de obra especializada. Por esse motivo, a sua viabilidade depende de um número mínimo de animais em lactação (em geral, 60). A produtividade das vacas é maior e há um menor desgaste das terras (MENDONÇA, 2018). Entre os mais utilizados estão o loosing housing, o free-stall, o tie-stall e o compost-barn.
Loosing housing 
Estabulação coletiva. Animais são mantidos em um local de terra batida ou concretada, coberta por uma cama, a qual pode ser composta por vários materiais, dentre eles, palha de milho ou arroz.
Free-stall 
Estabulação coletiva. Formado por baias individuais e uma área coletiva, também coberta por cama, para onde os animais podem sair para descansar. Possibilita a redução na quantidade de cama necessária, na área de descanso por cabeça e na área coberta (em relação ao sistema loosing stall), além de manter as vacas mais limpas.
Tie-stall 
Animais em baias individuais e presos por cordas/correntes atadas ao pescoço. Vacas recebem a alimentação no cocho. Possibilita atenção individual aos animais, uma situação mais confortável de trabalho para os funcionários e um manejo mais prático, desde que haja mecanização. Oferece dificuldades para prender e soltar os animais, limita o exercício das vacas, possui alto custo de construção, reduz as possibilidades de separar os animais por lotes e causa maior estresse aos bovinos.
Compost-barn 
Grande área com cobertura, em que o chão possui uma compostagem revestida de serragem, sobras de corte de madeira e esterco compostado. Vacas podem ficar em um local seco, garantindo maior conforto e higiene. É usado, normalmente, em propriedades de pequeno e médio porte.
Para os bovinos de corte, o sistema de criação também pode ser extensivo, semi-intensivo ou intensivo (comumente denominado confinamento na bovinocultura de corte). 
A base da alimentação no sistema extensivo é a pastagem nativa ou cultivada com suplementação mineral para suprir a defasagem desses nutrientes encontrados na pastagem. 
Nos semi-intensivos, as pastagens ainda são a base da dieta, mas ocorre a suplementação em determinadas fases do ciclo produtivo (durante o aleitamento, ou quando os animais estão na fase de engorda), dependendo das necessidades do sistema de produção. Um exemplo de método amplamente utilizado nesse tipo de criação é o creep feeding, em que é realizada a alimentação de bezerros, no pasto, a partir dos 60 dias, por meio da construção de uma instalação que só permite a passagem do bezerro, e não da vaca. Outra estratégia utilizada nos sistemas semi-intensivos inclui o fornecimento de sal acrescido de ureia (o chamado sal proteinado) ou mesmo de concentrados. 
Já nos sistemas intensivos, há o confinamento total dos animais, utilizando-se uma alta proporção de concentrado na dieta em relação aos volumosos (relações de volumoso concentrado que variam de 60:40 a 20:80) (CEZAR et al., 2005).
Quanto às fases da criação, três podem ser citadas: a cria, a recria e a engorda. A cria é aquela que compreende desde o nascimento até a desmama do bezerro (em que ele atinge peso entre 150 e 180 kg, o que corresponde a 25-35% do seu peso de abate); a recria vai do desmame até 1-2 anos de idade e é o momento destinado à complementação do desenvolvimento ósseo dos bezerros. Para as fêmeas, essa fase termina quando elas atingem a puberdade, enquanto que, para os machos, o seu término está associado ao início da engorda dos animais; por fim, a fase de engorda é a que visa possibilitar um ganho de peso diário que leve ao peso estipulado para o abate. Esse peso e o tempo em que ele é atingido variam de acordo com as características raciais, conforme já estudamos (SOUZA; TINOCO; SARTOR, 2003).
Dentre os sistemas de confinamento, dois podem ser citados: o confinamento a céu aberto e o galpão. No confinamento a céu aberto, são construídos curraletes, que devem abrigar, no máximo, de 50 a 100 animais (com área disponível por cabeça, variando de 9 a 12 m² , comedouros para os volumosos (0,5 a 0,7 m lineares por cabeça), cochos para sal, melaço/ureia e bebedouros).

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