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NIVALDA-TRABALHO DE GRUPO UNOPAR SERVIÇO SOCIAL-enviado

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14
Sistema de Ensino Presencial Conectado
SERVIÇO SOCIAL
ARMÊNIA ISABEL MARTINS BORGES PEIXOTO
BARBARA MOITA SILVA
EVANILDA CARDOSO PEREIRA BAYER
JAILSON PEREIRA GOMES
NIVALDA DA SILVA LEITE
PRODUÇÃO TEXTUAL EM GRUPO
O serviço de proteção e atendimento integral à família (PAIF): direitos vinculados à política de assistência social e processos de trabalho do assistente social
VITÓRIA-ES
2020
ARMÊNIA ISABEL MARTINS BORGES PEIXOTO
BARBARA MOITA SILVA
EVANILDA CARDOSO PEREIRA BAYER
JAILSON PEREIRA GOMES
NIVALDA DA SILVA LEITE
PRODUÇÃO TEXTUAL EM GRUPO
O serviço de proteção e atendimento integral à família (PAIF): direitos vinculados à política de assistência social e processos de trabalho do assistente social
Trabalho Interdisciplinar em grupo apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção da disciplina: Direito e Legislação
Serviço Social e Processo de Trabalho, Estágio em Serviço Social III, Trabalho de Conclusão de Curso I, Serviço Social na Área de Saúde, Previdência Social e Assistência Social para a conclusão do 6 e 7º Período em Serviço Social.
Professores): Amanda Boza Gonçalves, Natalia Branco Lopes Krawczun, Nelma A. Galli, Paulo Sérgio Aragão
VITÓRIA-ES
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	3
2. DESENVOLVIMENTO	4 
3. CONCLUSÃO	13
4. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS	14
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho em grupo O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF): direitos vinculados à política de Assistência Social e processos de trabalho do Assistente Social, traz objetivos que oferecem diferentes ambientes de aprendizagem, auxiliam no desenvolvimento e nas práticas requeridas pelo Catálogo Nacional de Cursos Superiores da Educação, desenvolve a aplicação da teoria e conceitos para a solução de problemas relacionados à profissão, direcionar o estudante para a busca do raciocínio crítico e a independência.
As políticas públicas, atualmente, tem dado atenção ao trabalho com e para a família, por entender que essa se constitui ao desenvolvimento humano e social. Na assistência social, o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), busca promover o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e orientar as famílias na garantia de direitos, com preferência e atenção as famílias em situações de vulnerabilidades, prevê programas, projetos e serviços socioassistenciais, socioeducativos e de convivência a ser realizados no âmbito da Proteção Social Básica, nos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS. 
A Tipificação Nacional estabiliza todos os serviços que compõem o SUAS, a partir de um padrão, estabelecendo normas e conteúdo de cada serviço ofertado no âmbito da política de assistência social. Os elementos que produz a Matriz Padrão da Tipificação - nome do serviço; descrição; usuários; objetivos; provisões; aquisições dos usuários; condições e formas de acesso; unidade; período de funcionamento; abrangência; articulação em rede, e impacto social esperado – serão apresentados detalhadamente, organizados em capítulos, de modo a facilitar a compreensão da natureza do PAIF, serviço essencial à Proteção Social Básica do SUAS. (BRASIL, 2009, p.7).
2. DESENVOLVIMENTO
A proposta de instituir um sistema único da assistência social, não é uma proposta recente, segundo Sposati (2006, p.110) “desde a I Conferência Nacional de Assistência Social de novembro de 1995, foram expressas declarações pela institucionalização do SUAS sem, encontrar reflexos em ações normas adequadas”. 
A partir de 2004, com a aprovação da Política Nacional de Assistência Social – PNAS e em 2005, com a regulação do Sistema Único de Assistência Social – NOB-SUAS, tornou-se possível a retomada do movimento reformador, agora dirigido para a definição do conjunto de regulações necessárias para fazer funcionar a assistência social como um sistema nacional e em janeiro de 2004, foi criado o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, responsável pelas políticas nacionais de assistência social com ênfase na integração entre serviços e benefícios socioassistenciais e as ações de segurança alimentar e nutricional. (CREPOP,2007)
Após a primeira metade da década de 1990, significativas alterações institucionais foram operadas em torno das políticas públicas da Assistência Social, com uma abordagem que conciliava iniciativas do Estado e do terceiro setor. Assim, destacou-se o papel da filantropia e da solidariedade social e a participação do setor privado, lucrativo ou não lucrativo, na oferta de serviços e bens (IPEA, 2007).
A partir das decisões da IV Conferência Nacional de Assistência Social (2003) e das diretrizes estabelecidas pela LOAS (1993) aprovou-se a construção e implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). 
Estabeleceu-se, com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004), um caminho sem volta, pautado pela ruptura de uma história e prática atravessada por ações que tinham em sua intenção a lógica das benesses, dos clientelismos e, principalmente, a manutenção da condição de subalternidade aos que a ela recorriam. (CREPOP,2007).
SUAS não é um programa e sim uma nova ordenação da gestão da assistência social como política pública. “A grande novidade do Sistema Único de Assistência Social - SUAS é de instaurar em todo o território brasileiro um mesmo regime geral de gestão e alcance da política brasileira de assistência social com a perspectiva de responder à universalidade de um direito de cidadania”. (Sposati, 2006:111)
O SUAS define, regula, estabelece um padrão, organiza a hierarquia, os vínculos, responsabilidades e competências dos diferentes entes governamentais; os serviços, benefícios e seus programas e projetos de caráter permanente ou eventual; o modo de financiamento de benefícios, programas e projetos; as terminologias e nomenclaturas utilizadas; o lugar da rede de serviços socioassistenciais, como dito alhures. (SUAS,2008, p.44).
Em consonância com o disposto na LOAS, capítulo II, seção I, artigo 4º, a Política Nacional de Assistência Social rege-se pelos seguintes princípios democráticos:
I - Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica;
II - Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
III - Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; 
IV - Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
V - Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS nº 109/2009), o PAIF consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura dos seus vínculos, promover seu acesso a direitos e o usufruto deles e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. O trabalho social continuado do PAIF deve utilizar ações nas áreas culturais para o cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar o universo informacional e proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço. (PAIF,2016). 
A proteção social básica tem como objetivos, de acordo com a PNAS (2004),
Prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros)e ou fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras) (PNAS, 2004, p.27).
A organização da Assistência Social tem as seguintes diretrizes, baseadas na Constituição Federal de 1988 e na LOAS:
I - Descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como as entidades beneficentes e de assistência social, garantindo o comando único das ações em cada esfera de governo, respeitando-se as diferenças e as características sócio territoriais locais; 
II - Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; 
III - Primazia da responsabilidade do Estado na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo; 
IV-Centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos.
	
Para a NOB-SUAS (2005, p.94) a “rede socioassistencial é um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, que ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que supõe a articulação entre todas estas unidades de provisão de proteção social, sob a hierarquia de básica e especial e ainda por níveis de complexidade”.
O art. 1º da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) dispõe sobre a organização da Assistência Social como, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
A assistência social como política de seguridade social, assegura padrões de qualidade e dignidade no atendimento oferecido pela rede de serviços de proteção e defesa dos direitos socioassistenciais. 
A NOB-2005 (p.21) é aqui transcrita no trecho que trata dos direito socioassistenciais:
Os serviços de proteção social básica e especial devem: ser organizados de forma a garantir, aos seus usuários, o acesso ao conhecimento dos direitos socioassistencias e sua defesa (ouvidorias, centros de referência, centros de apoio sociojurídico, conselhos de direitos, entre outros); conter normas que disponham sobre o seu funcionamento e o acesso aos benefícios, sob garantia de concretização dos direitos socioassistenciais. Os cidadãos precisam contar com locais onde possam se manifestar quanto à violação de seus direitos. Nesses locais devem arbitrar sobre a manifestação da violação e, ser consideradas procedentes, serão adotadas medidas e procedimentos que retratem o processo de violação a que o cidadão tenha sido submetido. (NOB-2005, p.21).
Segundo Di Giovanni (1998:10), entende-se por Proteção Social as formas “institucionalizadas que as sociedades constituem para proteger parte ou o conjunto de seus membros. Os sistemas decorrem de certas alterações da vida natural ou social, tais como a velhice, a doença, o infortúnio, as privações. (...) Neste conceito, também, tanto as formas seletivas de distribuição e redistribuição de bens materiais (como a comida e o dinheiro), quanto os bens culturais (como os saberes), que permitirão a sobrevivência e a integração, sob várias formas na vida social.
Ainda, os princípios reguladores e as normas que, com intuito de proteção, fazem parte da vida das coletividades”
A proteção social básica ocupa-se das ações de vigilância social, prevenção de situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Casos notadamente complexos, que implicam violação de direitos (violência e abuso sexual, exploração do trabalho infantil, pessoas em situação de rua etc.) são encaminhados aos serviços e programas, correspondentes à Proteção Social Especial. Assim, as políticas de saúde e de assistência social, em seu nível de proteção básica, implementaram serviços de atendimento voltados para a família e a comunidade, considerando-a não apenas como um espaço de cuidados para os indivíduos, mas também uma organização que precisa ser cuidada (MIOTO,2004).
A Proteção Social Básica cujos serviços são ofertados pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) tem como objetivos: prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e ou fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras) (BRASIL, 2004:31).
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) que oferece serviços socioassistenciais de caráter protetivo, preventivo e proativo a fim de fortalecer os vínculos familiares e comunitários e ampliando o acesso dos usuários aos direitos de cidadania. O CRAS é a única unidade de proteção básica que oferece o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF que tem por objetivo o fortalecimento dos vínculos, a democratização dos direitos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos usuários. Diante do exposto, o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, um dos principais programas desenvolvidos pelo CRAS e preconizados na Política Nacional de Assistência Social, visa contribuir com o fortalecimento e a materialização da assistência social enquanto uma política social que tem como princípios a centralidade sócio familiar, descentralização e territorialização. (SILVA, 2015, p.03)
A proteção social especial segundo a PNAS (2004), é:
(...) uma modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras (PNAS, 2004, p.28).
 
O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) é um serviço que integra o nível de proteção social básica do SUAS, tendo por objetivo: prevenir situações de risco social, por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, ou seja, atua de forma preventiva, protetiva e eficácia, reconhecendo a importância de responder às necessidades humanas de forma integral, para além da atenção a situações emergenciais, centradas exclusivamente nas situações de risco social.
O PAIF é pedra fundamental e se caracteriza como eixo basilar para a “nova” política de assistência social que vem sendo construída no Brasil desde a publicação da PNAS em 2004, ou seja, como política pública, de ver do Estado e direito de cidadania. Política que se propõe a superar a tradição histórica assistencialista, clientelista, segmentada, de modo a ultrapassar a lógica dos “favores ou afilhados” para alcançar o entendimento da prestação de serviços públicos no campo dos direitos socioassistenciais. Ao contrário, garante direitos aos cidadãos. Política que além de enfrentar riscos sociais, propõe-se a prevenir as situações de vulnerabilidade social. (COLIN,2007).
Os termos “fortalecer”, “prevenir” e “promover”, presentes na descrição do PAIF, apontam para seu caráter antecipador à ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social, de modo a ofertar às famílias uma forma de atendimento que, como a própria denominação traz, proteja as famílias. Proteção que, além do enfrentamento das vulnerabilidades e riscos sociais, atua também no “desenvolvimento de potencialidades”, a partir do reconhecimento de que ninguém está desprovidode tudo: uma família que está sobrevivendo na vulnerabilidade detém ativos importantes. Nessa direção, é preciso identificar e fortalecer os recursos disponíveis das famílias, suas formas de organização, participação social, sociabilidade e redes sociais de apoio, entre outros, bem como dos territórios onde vivem. (PAIF,2016).
Segundo Colin(2012) a capilaridade da proteção social básica, sua capacidade de sugestão e o fato de o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS - localizar-se em áreas de vulnerabilidade social, ou muito próximo delas, deram legitimidade e tornaram este equipamento público uma referência para a população que vive no seu território de abrangência. Como decorrência do Plano Brasil sem Miséria, em 2012, os serviços de proteção social básica em territórios de CRAS com espalhamento populacional, com presença de comunidades isoladas e com concentração de população extremamente pobre na área rural deverão ser ofertados a essas famílias, por equipes volantes, conforme o concordar na Comissão de gestores.
No âmbito do PAIF o desenvolvimento do trabalho social as famílias, um ou mais de seus membros, podem ser atendidas e acompanhadas pelo PAIF.
Conforme disposto no documento de Orientações Técnicas sobre o PAIF/Volume 2:
[...] o atendimento às famílias, ou a alguns de seus membros, refere-se a uma ação imediata de prestação ou oferta de atenção, com vistas a uma resposta qualificada de uma demanda da família ou do território. Significa a inserção da família, um ou mais de seus membros, em alguma das ações do PAIF: acolhida, ações particularizadas, ações comunitárias, oficinas com famílias e encaminhamentos. [...] Já o acompanhamento familiar consiste em um conjunto de intervenções, desenvolvidas de forma continuada, a partir do estabelecimento de compromissos entre famílias e profissionais, que pressupõem a construção de um Plano de Acompanhamento Familiar - com objetivos a serem alcançados, a realização de mediações periódicas, a inserção em ações do PAIF, buscando a superação gradativa das vulnerabilidades vivenciadas. (MDS, Orientações Técnicas sobre o PAIF Volume 2).
Conforme disposto no art. 194 da Constituição Federal, a assistência social constitui uma das políticas inseridas no âmbito da seguridade social, estando disciplinada pelos art. 203 e 204 da Carta Magna; A Política Nacional de Assistência Social aprovada pela Resolução n°15, de 15 de outubro de 2004, do CNAS, expressa exatamente a materialidade das diretrizes da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, a Lei Orgânica da Assistência Social; A Norma Operacional Básica do Sistema Único da Assistência Social – NOB/SUAS aprovada pela Resolução nº 130, de 15 de julho de 2005, do CNAS, visa a implementação e a consolidação do SUAS.
O contexto de vulnerabilidade das famílias e indivíduos com direito a benefícios eventuais tem indicado a necessidade de acesso a diversas políticas públicas. As ofertas socioassistenciais devem ser garantidas em sua integralidade benefícios, serviços e programas – de forma que a capacidade protetiva do Estado seja efetivada de forma a fortalecer a autonomia das famílias, garantindo os encaminhamentos necessários. Desta forma, a prestação dos benefícios eventuais deve ocorrer em consonância com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e tendo por base os princípios dispostos no Decreto nº 6.307 de 14 de dezembro de 2007. (MDS,2018).
O Decreto 6.307/07 estabelece princípios normativos para orientação das ofertas dos Benefícios Eventuais no âmbito da política de Assistência Social.
Vale destacar que os Princípios dos Benefícios Eventuais estão em consonância com os Princípios da Assistência Social, conforme disposto no art. 4º da Lei 8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).
I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; 
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; 
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; 
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; 
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
Para Silva (2015, p.8), o trabalho do assistente social do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF com famílias requer uma escuta qualificada e cuidadosa buscando entender as reais demandas dos usuários e as características do território a fim de identificar os pontos de vulnerabilidade, mas também a existência de recursos disponíveis. Cada território é permeado por suas especificidades históricas, culturais e sociais e por isso é necessário um estudo mais aprofundado de suas características para efetivar a atuação profissional.
Segundo a Política Nacional de Assistência Social, a intervenção no grupo familiar requer considerar sua “singularidade, sua vulnerabilidade no contexto social, além de seus recursos simbólicos e afetivos, bem como sua disponibilidade para se transformar e dar conta de suas atribuições” (Brasil, 2004, p.35). Nesse sentido, o assistente social pode desenvolver um trabalho em conjunto com as famílias potencializando-as para serem proativas nas discussões da transformação de suas próprias realidades através de reflexões críticas sobre as vulnerabilidades vivenciadas e as estratégias de superação
O CRAS é a referência para o desenvolvimento de todos os serviços socioassistenciais de proteção social básica do SUAS. Isso significa que os serviços devem estar sempre em contato com o CRAS, no respectivo território de abrangência, tomando-o como ponto de referência. Estes serviços, de caráter preventivo, protetivo e proativo, podem ser ofertados diretamente no CRAS, desde que haja espaço físico e equipe, sem prejuízo das atividades do PAIF, que deve ser ofertado exclusivamente pelo CRAS. Já os demais serviços, quando desenvolvidos no território do CRAS por outra unidade pública ou entidade/organizações de assistência social devem ser, obrigatoriamente, referenciados ao CRAS. É importante que o CRAS seja instalado em local próximo ao território vulnerável e de risco, a fim de garantir a efetiva referência das famílias e seu acesso à proteção social básica. (MDS, Orientações Técnicas do CRAS, 2009)
A articulação ao PAIF concretiza a centralidade sócio familiar do SUAS no âmbito da proteção social básica, ampliando o atendimento às famílias e a seus membros, compreendendo de forma mais abrangente as situações de vulnerabilidade vivenciadas e, portanto, respondendo com maior efetividade a tais situações. (PAIF,2016).
3. CONCLUSÃO
A atenção às famílias nos últimos anos proporcionou uma mudança na lógica dos serviços de proteção social. Na Assistência Social a central sócio familiar e o território se constituem enquanto foco das políticas, programas e ações. Compreender a família e suas vulnerabilidades, potencialidades e seus vínculos enquanto centro das ações requer a mudança de postura tanto das legislações que regem a assistência quanto dos profissionais que nela atuam.
O PAIF, apesar de ter sido desenhado em 2001, se torna um serviço apenas em 2012. A análise do seu público alvo já aponta para a magnitude de suas ações: ao propor trabalhar com a família e, mais especificamente, aquelas que estão em situação de vulnerabilidade e risco social numa proposta de atenção integral vê-se a magnitude de sua proposta, bem como a gama de dificuldades que seu processo de implantação traz. 
O PAIF com sua proposta de proteção e atenção integral à família se apresenta com caráter inovador.Sua proposta é muito audaciosa, visto que a Política de Assistência Social é transversal às demais políticas setoriais e, sozinha não consegue garantir proteção e atenção integral às famílias. Para que as ações realizadas pelos técnicos do PAIF sejam efetivas para as famílias, há que se possa articular com as demais políticas, com desenhos de fluxos, referências e contra referências muito bem delimitadas entre os setores, visto que as demandas das famílias em situações de vulnerabilidades vão muito além das ações realizadas pela assistência social. A não articulação com a rede de atenção ao sujeito (saúde, educação, habitação, órgãos de garantia de direitos, entre outros) faz com que o PAIF não tenha efetividade, visto que não é possível realizar a proteção e atenção integral. O acesso da população referenciada ao CRAS ainda não está bem estabelecido pelos setores, há ainda a dependência da boa vontade do funcionário do outro setor em atender ou não a demanda da família encaminhada pelo PAIF. 
Percebe-se que o histórico de implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é permeado de conquistas mas ainda há muitos desafios a serem superados e questões substanciais que precisam ser compreendidas e aplicadas no cotidiano dos serviços prestados.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Secretaria Nacional de Assistência Social. Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS. MDS/SNAS, 2006.
(CRAS). Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009.
BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Tipificação Nacional de
Serviços Socioassistenciais (Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009).
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)Referência Técnica para atuação do(a) psicólogo(a) no CRAS/SUAS
Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 8 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.
Ministério do Desenvolvimento Social, Secretaria Nacional de Assistência Social-Benefícios Eventuais no SUAS: orientações técnicas documento sob consulta pública-2018
MIOTO, Regina Célia Tamaso. Trabalho com famílias: um desafio para os assistentes sociais. Revista Textos & Contextos. v.3, n.1, p.1-15, dez. 2004
Política Nacional de Assistência Social (PNAS), aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social por intermédio da Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004, e publicada no Diário Oficial da União-DOU do dia 28 de outubro de 2004.
SILVA, Chris Giselle Pegas Pereira da. Trabalho do assistente social com famílias no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF): uma questão de habitus. Programa de Pós Graduação em Serviço Social, PUC-Rio, Brasil. 2015
SPOSATI, Aldaíza. Fotografia da Assistência Social no Brasil na Perspectiva do SUAS Brasília – DF, dezembro de 2005.
SPOSATI, Aldaíza. O primeiro ano do Sistema Único de Assistência Social.
Revista Serviço Social e Sociedade nº. 87. São Paulo: Cortez, 2006.
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/politicas_sociais/assistencia_sociaisegurancaalimentar14.pdf.Acesso em 08/02/202015 
https://www.slideshare.net/RosaneGafa/cartilha-paif-2016-articulacao-necessaria-na-protecao-social-basica
https://docplayer.com.br/8307793-Direitos-humanos-a-politica-nacional-de-assistencia-social-e-as-interlocucoes-com-a-psicologia-nos-programas-social-basico-e-especial-cras-e-creas.html

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