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G R A D U A Ç Ã O ME. JORGE VAN DAL Comunicação Empresarial e Negociação Híbrido GRADUAÇÃO Comunicação Empresarial e Negociação Me. Jorge Van Dal Coordenador de Conteúdo Fábio Augusto Gentilin e Márcia Fernanda Pappa Designer Educacional Janaína de Souza Pontes e Yasminn Talyta Tavares Zagonel Revisão Textual Cintia Prezoto, Érica Ortega, Meyre Barbosa, Silvia Gonçalves, Helen Prado e Talita Dias Tomé Editoração Isabela Belido e Thayla Guimarães Cripaldi Ilustração Bruno Pardinho, Marta Kakitani e Marcelo Goto Realidade Aumentada Kleber Ribeiro, Leandro Naldei e Thiago Surmani C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; DAL, Jorge Van. Comunicação Empresarial e Negociação. Jorge Van Dal. Maringá-PR.: Unicesumar, 2018. 200 p. “Graduação - EAD”. 1. Comunicação 2. Empresarial . 3. Negociação 4. EaD. I. Título. ISBN: 978-85-459-1164-7 CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação CEP 87050-900 - Maringá - Paraná unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de Design Educacional Débora Leite;Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas; Supervisão de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock PALAVRA DO REITOR Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha- mos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualida- de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- -nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo- cional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revi- samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as ne- cessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! BOAS-VINDAS Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co- munidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu- nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ- mico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comu- nicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace- leraram a informação e a produção do conheci- mento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, prio- rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a so- ciedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe- lecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa- nhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educa- cional, complementando sua formação profis- sional, desenvolvendo competências e habilida- des, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu- deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza- gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren- dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili- dade e segurança sua trajetória acadêmica. APRESENTAÇÃO Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), é um prazer muito grande ter a oportunidade de aproximá-lo(a) ainda mais de assuntos tão importantes e essenciais a profissionais e empresas de qualquer ramo de atuação. Como você já sabe, a comunicação e a negociação fazem parte do nosso dia a dia, não só nas empresas, mas na vida. Por isso, conhecer mais sobre algo que praticamos, às vezes até mesmo instintivamente, vai nos ajudar em nossa profissão e relações sociais. A comunicação é algo nato do ser humano, mas podemos melhorar nossas habilidades e, além disso, aplicá-las nas empresas para atingir de forma mais eficiente os objetivos das organizações. Também temos que negociaro tempo todo, muitas de nossas escolhas e tomadas de decisão são, antes, intermediadas por uma boa negociação. Portanto, veremos que negociação e comunicação andam juntas e quanto melhor a entendemos e aplicamos suas técnicas, de forma ética e profissional, melhor são nossos resultados e das empresas. Na Unidade 1, vamos explorar as potencialidades humanas de produzir, de- senvolver e compreender a língua e outras manifestações da linguagem e tam- bém conhecer os elementos que promovem significados e suas relações com a comunicação. Com isso, você vai compreender a comunicação como um processo composto por elementos fundamentais que são interdependentes e o resultado da interação entre eles pode resultar em uma comunicação eficaz. Na Unidade 2, vou apresentar a você um breve histórico das inovações tec- nológicas e as transformações provocadas por elas na comunicação. Vamos retratar o surgimento da sociedade em rede, seu conceito, assim como a lógica da convergência dos meios de comunicação tradicionais e digitais e suas consequências na cultura cada vez mais participativa. Na Unidade 3, por sua vez, vamos eliminar de vez a confusão de termos entre o marketing e a comunicação e você vai descobrir que essas são áreas com- plementares, mas não são a mesma coisa. Também vou apresentar a você o composto ou mix de comunicação e suas ferramentas, assim como o conceito de comunicação integrada e seus benefícios para as estratégias empresariais. Na Unidade 4, começamos a tratar de temas mais específicos sobre a comuni- cação empresarial, ressaltando sua importância estratégica para a construção de uma imagem organizacional alinhada com as diretrizes de suas políticas de comunicação. Chegando à Unidade 5, vamos destacar o papel do Gestor Comunicador e compreender a importância da comunicação no exercício da liderança. Além disso, vamos conhecer os principais tipos ou modelos de comunicação utilizados pelas organizações e refletir sobre as plataformas digitais e seus impactos na comunicação empresarial. Na sequência, na Unidade 6, serão apresentados os conceitos básicos de negociação e sua importância em nosso dia a dia. Também vou apresentar a você os elementos essenciais de toda negociação (informação, tempo e poder). Vamos também ressaltar a importância da comunicação como elemento fundamental da negociação. Tendo como foco as principais características presentes no bom negociador, na Unidade 7, você vai observar a negociação como um processo e descobrir quais são suas etapas e métodos. Também vou lhe apresentar os principais tipos de negociação e seus resultados. Na Unidade 8, vamos identificar quais os principais estilos e perfis de nego- ciador. Você pode descobrir qual é o seu estilo. Também vamos abordar um tema chave para o sucesso de qualquer atividade, o planejamento, e com a negociação não é diferente. Por isso, vou apresentar as etapas do planejamento de uma negociação e as estratégias mais usadas para se obter acordos. Chegando ao final do nosso livro, na Unidade 9, vamos dar o devido desta- que a um dos temas mais importantes quando se trata de vida profissional e, principalmente, sobre a atividade da negociação: a Ética. Além disso, vou apresentar a você as principais tendências e atualizações sobre a negociação na contemporaneidade. Viu só quantos assuntos relevantes e conhecimentos importantes você pode adquirir ao percorrer esta jornada incrível pelo mundo da comunicação empresarial e da negociação? Este livro foi escrito com muito carinho e de- dicação para, de alguma forma, contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Aproveite! CURRÍCULO DO PROFESSOR Me. Jorge Van Dal Mestre em Comunicação Social pela UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), es- pecialista em Marketing (Instituto Paranaense de Ensino); especialista em Mídias Digitais (Fatecie); e Graduado em Comunicação Social Jornalismo (Unicesumar). Professor Formador EAD — Unicesumar. Docente do curso de MBA Marketing — Comunicação, mercado e mídia (Unicesumar). Professor de pós-graduação na Faculdade Cidade Verde (FCV). Professor de pós-graduação na Faculdade Alfa. Professor e Coordenador do curso de Marketing na Facul- dade Fatecie. Coordenador do NEA (Núcleo de Educação a Distância) da Faculdade Fatecie. Ampla experiência como diretor, produtor e apresentador de programas de TV e planejamento de mídia para campanhas de publicidade na região noroeste do Paraná. Apresentador de programas eleitorais e estrategista em Marketing Eleitoral. Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/5270157648027912 O Essencial Sobre Comunicação 13 Tecnologias da Informação e Comunicação 31 O Marketing e a Comunicação 53 Comunicação Empresarial Comunicação e Gestão de Pessoas 75 97 Conceitos e Importância da Negociação 121 Habilidades e Processos em Negociação Planejamento, Aplicações e Estratégias de Negociações 161 Ética nas Negociações e Tendências da Negociação 179 141 22 Esquema da relação entre os elementos da comunicação 57 4Ps do Marketing 143 Inteligências Múltiplas de Gardner Utilize o aplicativo Unicesumar Experience para visualizar a Realidade Aumentada. PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Me. Jorge Van Dal • Explorar as potencialidades humanas de produzir, desen- volver e compreender a língua e outras manifestações da linguagem. • Conhecer os elementos que promovem significados e suas relações com a comunicação. • Compreender o processo comunicacional e seus elementos. Língua e Linguagem Signo e Significado O Processo Comunicacional O Essencial Sobre Comunicação Língua e Linguagem Língua e Linguagem, esse é o nosso primeiro tema de estudo e você pode estar pensando agora: mas não são a mesma coisa? Ou pode estar se ques- tionando: para que eu preciso saber sobre língua e linguagem em uma disciplina de Comunicação Empresarial? Será que vem por aí a tão temida gramática? Se você está com alguma dessas preocupações, acalme-se, nesta unidade, você verá que alguns dos temores que podemos ter ao falar de língua- -linguagem têm sua origem em abordagens ina- dequadas desses temas que estão tão presentes em nossas vidas e sempre deveriam ser tratados de maneira natural e leve, como faremos aqui. Apesar de abordar de forma contextual o tema, não trataremos de gramática da língua portuguesa neste material de estudo. E você verá que sem- pre que estivermos falando de comunicação ou utilizando-a em nosso dia a dia pessoal ou pro- fissional, estaremos inevitavelmente utilizando de formas de expressão compostas pela língua e/ou linguagens. Nosso principal objetivo nesta unidade é explorar as potencialidades humanas de produzir, desenvolver e compreender a língua e outras manifestações da linguagem. 15UNIDADE I É comum, em cursos de comunicação e ex- pressão, ouvirmos dizer que a linguagem é uma característica humana que nos difere dos demais seres. Contudo, essa afirmação da linguagem como característica exclusiva dos seres humanos é questionável, pois até existem estudos que de- monstram o uso de diversos tipos de linguagens na comunicação feita por e entre os outros ani- mais, exceto os Homo Sapiens. “ Não se nega que os animais tenham uma forma de comunicar-se. As abelhas, por exemplo, são capazes de produzir e entender uma mensagem, com três informações: exis- tência de uma fonte de alimentos, sua dis- tância e sua direção. Podem, pois, registrar relações de posição e distância, conservá-las na memória (FIORIN, 2013, p. 40). Pois é, às vezes, nós mesmos nos esquecemos que pertencemos ao reino animal, especificamente do grupo dos mamíferos. Também nos autode- nominamos animais “racionais”, essa afirmação também é questionada, pela neurociência, por exemplo, pois já é comprovado que não somos “racionais” na maior parte do tempo. Isto é, não estamos conscientes e pensando no que estamos fazendo durante nossas ações, falas e expressões. Aliás, a maioriadelas ocorre de forma automática e instintiva e são movidas, sobretudo, pelas emoções. No entanto, deixando de lado essas inquieta- ções conceituais e filosóficas, vamos concentrar na compreensão da linguagem como formas de nos expressar e nos relacionar com os outros e com o mundo, ou seja, de nos comunicar. Podemos considerar sendo linguagem toda forma ou sistemas de significados que proporcio- na a comunicação de pensamentos ou sentimen- tos por meio de signos conhecidos e compreen- didos socialmente, como: sons, imagens, palavras, gestos, cores, símbolos etc. Percebemos os signos da linguagem por meio dos nossos cinco senti- dos, por isso o uso de diversos tipos de linguagem para expressar e compreender o mundo. Algumas pessoas são mais visuais, outras mais auditivas, já outras preferem o toque etc. Basicamente, pode- mos dividir a linguagem em dois tipos: Linguagem verbal: como o nome já diz, é aquela linguagem em que utilizamos o verbo, ou seja, a palavra falada ou escrita para nos comunicar. A origem do termo verbo vem do Latim “verbum”, que significa “palavra”. Podemos denominar, então, a linguagem verbal como ex- pressão da língua. Esta, por sua vez, é repre- sentada pelo que conhecemos como idioma, que pode ser um idioma nativo, como o nosso português brasileiro (aquele do país onde nasce- mos e crescemos) ou um idioma apreendido de uma língua estrangeira, como a língua inglesa. Fiorin (2013, p. 14) nos lembra que a linguagem verbal é apreendida sob a forma de uma língua, a fim de se manifestar por meio de atos de fala. “A língua é um sistema de signos específicos aos membros de dada comunidade”. Nesse sentido, Fernandes (2004) nos lembra que “a língua é concebida como simples sistema de normas, acabado, fechado, abstrato e sem in- terferência do social”. Esse tipo de concepção faz que muitos temam a gramática que é a régua medidora e guardadora das inúmeras regras das línguas formais. O termo gramática vem do grego gramma- tiké, composto por gramm (letra) + tékhne (arte/técnica) e data entre os séculos V-IV a. C. A partir daí, começam a surgir os estudos da língua com objetivos de “guardar” seus princí- pios gerais racionais e lógicos. “ Assim, impõe-se a exigência de que os fa- lantes a usem com clareza e precisão, pois ideias claras e distintas devem ser expressas de forma lógica, precisa, sem equívocos e sem ambiguidades, buscando a perfeição” (FERNANDES, 2004, on-line). 16 O Essencial Sobre Comunicação Linguagem não verbal: refere-se a todas as ou- tras formas de comunicação que não fazem uso da palavra falada ou escrita, por exemplo: o uso de cores, imagens, pinturas, desenhos, símbolos, dança, gestos, postura corporal, tom de voz, mú- sica, mímica, escultura etc. Segundo Ribeiro e Guimarães (2009, p. 2) “ [...] o ser humano se comunica de forma autêntica e sem necessariamente utilizar-se de palavras (orais ou escritas) [...] essa ma- nifestação da linguagem não-verbal pode ser aprendida, mas em grande parte dela parece ser inata. A Linguagem mista é o uso simultâneo da lin- guagem verbal e da linguagem não verbal, usan- do palavras escritas e figuras ao mesmo tempo. Conforme argumentação de Ribeiro e Guimarães (2009, p. 2), “há possibilidades de obter mais efi- cácia comunicacional na combinação das análises do comportamento verbal e não verbal”. “ Podemos falar da linguagem como capa- cidade específica da espécie humana de produzir sentidos, de se comunicar, mas também das linguagens como as diferentes manifestações dessa capacidade. Uma or- dem de parar no trânsito pode concretizar- -se por meio da palavra “pare” pronunciada por um guarda; por um sinal de um apito; pelo gesto de abrir a palma da mão em posi- ção vertical; pela luz vermelha do semáforo. São diferentes linguagens que comunicam a mesma significação (FIORIN, 2013, p. 14). De modo geral, podemos resgatar três concepções clássicas a respeito da língua/linguagem, como sendo: expressão do pensamento, instrumento de comunicação e forma ou processo de interação. 17UNIDADE I Os signos são elementos verbais e não verbais da linguagem humana criados, interpretados e compartilhados em uma cultura e que permitem a comunicação em uma sociedade. Nesse sentido, podemos compreender a própria linguagem, seja ela qual for como um sistema de signos socializa- do, que só adquirem significado quando inseridos em contextos culturais característicos de um gru- po social. Um signo isoladamente, só não possui significado fora de seu contexto e cultura, aliás o significado se dá na mente de cada indivíduo participante de uma sociedade e nunca fora dela. A palavra (signo) ÁRVORE é apenas uma representação de uma árvore presente na natu- reza e só terá SENTIDO (significado) se for lida ou ouvida por alguém que saiba falar português e compreenda o que significa aquele conjunto específico de letras e sílabas (ÁR-VO-RE). Para um norte-americano que não saiba falar portu- guês, esse conjunto não terá nenhum significado, pois para ele o que representa uma ÁRVORE é a palavra inglesa TREE. Contudo, signos não são apenas as palavras fala- das ou escritas, tudo que represente algo, ou seja, que esteja no lugar de alguma coisa, mas que não é exa- tamente o objeto representado, trata-se de um signo. Podemos continuar no exemplo de uma árvore. Quando uma criança começa a fazer seus primeiros Signo e Significado 18 O Essencial Sobre Comunicação rabiscos com lápis e papel e desenha uma árvore que viu no jardim de casa ou da praça da esquina, o desenho é apenas uma representação da árvore e não a própria árvore. Assim como quando alguém tira uma bela fotografia de uma árvore frondosa que faz brotar lindas flores na primavera. Nesse caso, a fotografia também não é árvore, mas uma imagem muito próxima da imagem que temos da árvore real, mas infinitamente distante da realidade. Por isso é tão importante que não tratemos os conceitos de linguagem e cultura de forma isolada. A linguagem é fruto de uma determinada cultura e ajuda a construir essa cultura. “ A linguagem é a capacidade específica da espécie humana de se comunicar por meio de signos. Entre as ferramentas culturais do ser humano, a linguagem ocupa um lugar à parte, porque o homem não está programa- do para aprender física ou matemática, mas está programado para falar, para aprender línguas, quaisquer que elas sejam. Todos os seres humanos, independentemente de sua escolaridade ou de sua condição social, a menos que tenham graves problemas psí- quicos ou neurológicos, falam. Uma criança, por volta dos três anos de idade, já domina esse dispositivo extremamente complexo que é uma língua. A linguagem responde a uma necessidade natural da espécie huma- na, a de comunicar-se (FIORIN, 2013, p. 13). Portanto, o signo é a matéria-prima da linguagem e, por consequência, da comunicação. A ação do signo de estar no lugar só se completa se houver alguém (ou algo) capaz de interpretar essa rela- ção. Em outras palavras, signo envolve uma ação interpretadora entre três elementos: Signo-Sig- nificante-Significado. É Ferdinand de Saussure considerado o pai da linguística moderna (ciência que estuda a língua) que, por meio do seu livro póstumo cha- mado Curso de Linguística Geral, aprofunda o estudo dos signos como elementos da lingua- gem que exprimem ideias. Saussure classifica os signos como unidades complexas com duas faces inseparáveis, constituídos da união de um conceito e uma imagem acústica: “O signo une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica” (SAUSSURE, 2012, p. 80). É importante frisarmos essa questão, pois ela se refere ao fato de os signos, para Saussure (2012), não possuírem qualquer relação com um objeto empírico, “coisa” do mundo. No interior do signo, o conceito receberá o nome de SIGNIFICADO e a imagem acústica de SIGNIFICANTE. Essa união do significante com o significado é indissociável, tendo em vista ofato de ela ser necessária para a existência do signo linguístico. O significante é concebido como a represen- tação, fônica ou escrita, de um signo linguístico: é uma sequência de elementos que serve para a representação de algo. Também é conhecida como imagem acústica, pois se refere aos sons da fala que representam determinada palavra ou a sua forma escrita. O significado, por sua vez, refere-se ao conceito representado, à coisa em si própria (STEFFLER, 2014, p. 129). A união entre significante e significado, con- ceitos definidos por Saussure como abstrações, forma o signo, que é real, concreto. Se o signifi- cante e o significado forem considerados sepa- radamente, não passarão de meras abstrações (STEFFLER, 2014, p. 132). Para Fiorin (2013), a linguagem é uma ativi- dade simbólica, o que significa que as palavras criam conceitos e eles ordenam a realidade, ca- tegorizam o mundo. “ A língua não é um sistema de mostração de objetos, porque permite falar do que 19UNIDADE I está presente e do que está ausente, do que existe e do que não existe, porque possibi- lita até criar novas realidades, mundos não existentes (FIORIN, 2013, p. 17). O autor ressalta ainda que as palavras formam um sistema independente das coisas. Nesse sentido, cada língua pode ordenar o mundo de maneira diversa, exprimir diferentes modos de ver a realidade. “ Não há uma homologia entre a ordem da língua e a ordem do mundo. O inglês, por exemplo, tem duas palavras, finger e toe, para expressar aquilo que denominamos dedo. A primeira significa o dedo da mão; a segunda, o do pé. Isso quer dizer que, para nós, as extremidades das mãos ou dos pés constituem a mesma parte do corpo. Para os falantes de inglês, são duas coisas muito distintas. O inglês tem dois termos, pig e pork, para designar o que chamamos porco. O primeiro denota o animal vivo, o segundo refere-se ao alimento preparado com a carne do suíno. Em português, di- zemos Havia muitos porcos no chiqueiro e O tempero do porco ficou no ponto certo. Em inglês, no primeiro caso, usa-se pig e, no segundo, pork. A mesma realidade é categorizada diferentemente em inglês e em português (FIORIN, 2013, p. 17). Para Sousa (2006), comunicar é essencialmente o ato de significar e interpretar. Para comunicar com significado nós recorremos aos signos. “Os signos não se restringem às palavras. As imagens, por exemplo, podem funcionar como signos” (SOU- SA, 2006, p. 104. Nesse sentido, as imagens ou símbolos tam- bém comunicam porque seus significados são convencionados e compreendidos socialmente. Não é preciso saber ler para interpretar as imagens fixadas nos banheiros públicos que distinguem o banheiro dos homens, das mulheres e também de pessoas com deficiência. Saussure ateve-se à ideia de que a língua pode ser comparada a um sistema, formando um con- junto de unidades que se inter-relacionam, cujo todo define a sua função no sistema. Para exemplificar esse fato, ele se vale, frequen- temente, da analogia com o jogo de xadrez: as peças exercem a sua função não devido à sua forma ou à substância de que são feitas, mas sim pela sua relação com as outras peças do jogo. Comparando com a língua, teríamos que os sons das línguas e as palavras formadas com eles, as formas linguísticas, apenas podem exercer o seu valor num sistema maior, a língua em si. Fonte: Steffler (2014, p. 103). 20 O Essencial Sobre Comunicação Antes de analisarmos como se dá o processo de comunicação e quais são seus elementos, preci- samos entender a diferença entre comunicação e informação. Para Matos (2009), informação é quando um emissor passa para um receptor um conjunto de dados codificados (informações) e que estes são entendidos e assimilados. Portanto, a informação pressupõe a figura de um emissor, uma mensagem e um receptor. A comunicação, porém, acontece somente quando a informação recebida pelo re- ceptor e compreendida, interpretada (decodifica- da) é encaminhada de volta ao emissor, ou seja, é o retorno do processo de informação, como em um diálogo entre duas pessoas. Alguém começa uma conversa com: “Bom dia!”, a outra pessoa entende e responde: “Bom dia! Está calor hoje, não é?”. Pronto, estabeleceu-se o processo de comunica- ção, que prevê o retorno da informação recebida, também conhecido como feedback. Para facilitar o entendimento sobre o mundo, buscamos sempre modelos, padrões e/ou processos e com a comunicação não é diferente. O Processo Comunicacional 21UNIDADE I Sousa (2006, p. 76) fala da comunicação como processo e destaca alguns dos mode- los teóricos elaborados para descrever o processo ou ato de comunicar. No entanto, o autor ressalta que “ [...] a comunicação, enquanto processo, é indissociável do uni- verso em que ocorre. Qualquer ato comu- nicativo está ligado ao todo. Tudo está ligado com tudo. Existem dezenas de modelos do processo de comunicação, alguns deles representam cor- rentes teóricas e perspectivas diferentes, por exemplo, mode- los do processo de comunicação interpessoal, do processo de co- municação organizacional, do processo jornalístico etc. É preciso compreender os modelos que utilizamos para compreender o processo de comunicação, que, de acordo com Sousa (2006, p. 77), “são artefatos imaginativos, criados Figura 1 - Esquema da relação entre os elementos da comunicação Fonte: adaptada de Matos (2009). intelectualmente pelo homem para compreender e estudar a realidade comunicacional”. Portanto, os modelos do processo de comunicação podem ser compreendidos apenas como uma representação, ou seja, são como se fossem uma imagem ou reflexo de um instante do processo de comunicação. “Todos os modelos são, necessariamente, incompletos e imperfeitos. São uma reconstrução intelectual e imaginativa da realidade” (SOUSA, 2006, p. 77). Além disso, tais modelos não conseguem dar conta de todas as interações estabelecidas entre os elementos do processo de co- municação. Até porque esses elementos e suas interações sofrem constantes mudanças ao longo do tempo. Por uma questão didática, vamos abordar, nesta unidade, os primeiros modelos do processo de comunicação que surgiram na história da pesquisa comunicacional e que, por consequência, influenciaram os posteriores. Para entendermos como se dá seu processo de comunicação, foi desenvolvido um esquema que nos mostra os elementos da comunicação e como eles se relacionam. Quando se elabora um texto, ele é feito para alguém, que é seu receptor. O texto falado é recebido ao mesmo tempo que é elaborado. Enquanto o emissor vai construindo o texto, o receptor vai ouvin- do-o. Na escrita, é diferente, pois o texto é lido só depois de ter sido escrito, depois de estar pronto. Fonte: Fiorin (2013, p. 38). 22 O Essencial Sobre Comunicação Sousa (2006) exemplifica o processo de comuni- cação e alguns de seus elementos se referindo ao próprio texto: “ Este texto, por exemplo, é constituído por signos individuais — as palavras —, por sua vez organizadas num sistema de signos, a língua. É um texto codificado. O receptor vai entendê-lo porque conhece o código. Cada palavra tem um significado. As pa- lavras juntas geram uma mensagem, que tem igualmente um significado. O receptor, face ao contexto da situação, interpreta essa mensagem (SOUSA, 2006, p. 104). Outro modelo que busca compreender o alcan- ce e efeito das mensagens transmitidas foi de- senvolvido pelo estudioso Harold Lasswell, em 1948. Esse modelo é conhecido como modelo Lasswell e busca descrever o ato de comunicar, respondendo a cinco questões. Quem? emissor Diz o que? mensagem Em que canal? meio utilizado Para quem? receptor Com qual efeito? impacto produzido pela mensagem sobre o receptor (análise do efeito). Esquema da relação entre os elementos da comunicação 23UNIDADE I Matos (2009) exemplifica esse modelo desdobrando-o em outros termos: Observando o processo de comunicação e analisan- docada um de seus elementos, agora parece simples entender como se dá a comunicação, e é mesmo! Nós é que, muitas vezes, complicamos e tornamos a comunicação difícil, seja em nossas relações sociais ou empresariais. Em um mundo cheio de tecnolo- gias que “facilitam a comunicação”, muitas pessoas se distanciam e muitas empresas se escondem. O modelo retórico de Aristóteles (século IV a.C.) O primeiro modelo histórico da comunicação foi apresentado por Aristóteles, na sua obra Arte Retórica, durante o século IV a.C. Segundo o fi- lósofo, para se estudar, compreender e cultivar a retórica há que olhar para três elementos essen- ciais do processo de comunicação: 1. A pessoa que fala (locutor). 2. O discurso que faz. 3. A pessoa que ouve. Esta abordagem traduz a essência de qualquer mo- delo posterior do processo de comunicação: Emis- sor - Mensagem - Receptor (SOUSA, 2006, p. 78). Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. 24 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução. 1. A Linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunica- ção, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabele- cermos atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo). Em um sentido mais genérico, a Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se. Assinale a alternativa que corresponde às definições e conceito apresentados sobre linguagem. I) Um recurso de comunicação muito dinâmico e a utilizamos tanto para nos relacionar, expressar e ser entendidos pelos outros quanto para interpretar o mundo à nossa volta. II) Capacidade que os seres humanos têm para produzir, desenvolver e com- preender a língua e outras manifestações, como a pintura, a música e a dança. III) Abrange o fluxo de informações relacionado ao dia a dia de uma empresa, seja no contexto formal ou informal. IV) Capacidade e formas (formatos) que produzimos, possuímos e compreen- demos para expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. a) Apenas I, II. b) Apenas III, IV. c) Apenas II, III e IV. d) Apenas I, II e III. e) Apenas I, II e IV. 2. No cotidiano, utilizamos diversas maneiras de nos comunicar. Para isso, usamos três tipos de linguagem: Verbal, Não verbal e Mista. Assinale a alternativa que corresponde a linguagem verbal. a) Uso da escrita ou da fala como meio de comunicação. b) Uso de imagens, figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, postura cor- poral, pintura, música, mímica, escultura e gestos como meio de comunicação. 25 c) Uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não verbal, usando palavras escritas e figuras ao mesmo tempo. d) Capacidade que os seres humanos têm para produzir, desenvolver e com- preender a língua e outras manifestações. e) Capacidade e formas (formatos) que produzimos, possuímos e compreendemos para expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. 3. Entre os principais elementos que compõem o processo comunicativo proposto por Lasswell, é possível identificar: o emissor, o canal, a mensagem e o receptor. Entretanto, com o advento das tecnologias digitais, os elementos constituintes do processo comunicativo inauguram uma nova lógica comunicacional. Consi- derando esse contexto, avalie as afirmações a seguir. I) O processo de comunicação proposto por Lasswell corresponde a uma lógica comunicacional linear, e os elementos que integram esse processo podem ser representados da seguinte forma: Emissor – Mensagem – Canal – Receptor. II) A nova lógica comunicacional, com o surgimento das tecnologias digitais, rompe com a perspectiva transmissionista e inaugura o seguinte modelo: Emissor/Receptor – Mensagem/Canal – Emissor/Receptor III) Na nova lógica comunicacional, o emissor adquire a centralidade do processo de comunicação e pode ser representado da seguinte forma: Emissor Emissor Receptor Emissor Emissor É correto o que se afirma em: a) Apenas I. b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) Apenas I, II e III. 26 Introdução à Linguística Autor: José Luiz Fiorin Editora: Contexto Sinopse: ao abranger os principais objetos teóricos da Ciência da Linguagem, o livro traz para os interessados na compreensão da linguagem humana um repertório que segue desde uma explicação do que é a Linguística, de como se processa a comunicação humana, até chegar a uma apresentação de seus cinco principais objetos teóricos criados nos séculos XIX e XX (langue, competência, variação, mudança e uso). LIVRO A Chegada Ano: 2016 Sinopse: a história se passa nos dias atuais, quando seres alienígenas descem à Terra em naves espalhadas por diversos pontos do planeta. Literalmente pai- rando sobre nossas cabeças, nós, os terráqueos, não sabemos quais as reais intenções da chegada dos visitantes. E, para ajudar na comunicação com os ET’s, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma especialista em linguística, é convocada, com a ajuda do matemático Ian Donnelly (Jeremy Renner). FILME 27 FERNANDES, N. M. Concepções de linguagem e o ensino/aprendizagem de língua portuguesa. Revista Trans- disciplinar de Letras, Educação e Cultura, Dourados, v. 1, n. 1, 2004. Disponível em: http://www.interletras. com.br/ed_anteriores/n1/inter_estudos/concepcoes.html. Acesso em: 03 mar. 2020. FIORIN, J. L. (Org.) Linguística? Que é isso? São Paulo: Contexto, 2013. MATOS, G. G. Comunicação Empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação na empresa pela via do diálogo. Barueri: Manole, 2009. RIBEIRO, A.; GUIMARÃES, M. H. A linguagem verbal e não verbal: influência da corporalidade no processo de comunicação organizacional. São Paulo: ABRACORP, 2009. Disponível em: http://www.abrapcorp.org.br/ anais2009/pdf/GT4_Ribeiro_Guimaraes.pdf. Acesso em: 03 mar. 2020. SAUSSURE, F. Curso de Lingüística geral. 34. ed. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. São Paulo: Editora Cultrix, 2012. SOUSA, J. P. Elementos de Teoria e Pesquisa da Comunicação e dos Media. 2. ed. rev. e ampl. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa, 2006. STEFFLER, A. Linguística I. Maringá: Unicesumar, 2014. 28 1. E. 2. A. 3. C. 29 30 PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Apresentar um breve histórico das inovações tecnológicas e as transformações por elas provocadas na comunicação. • Retratar o surgimento da sociedade em rede, seu conceito e a lógica de funcionamento. • Compreender a lógica da convergência dos meios de co- municação tradicionais e digitais e suas consequências na cultura cada vez mais participativa. • Compreender a comunicação sob uma ótica de ruptura com os velhos padrões e de profundas transformações. As Revoluções Tecnológicas e os Reflexos na Comunicação A Comunicação na Sociedade em Rede A Era Disruptiva e a Comunicação Digital Convergência de Mídias e a Cultura Participativa Me. Jorge Van Dal Tecnologias da Informação e Comunicação 32 Tecnologias da Informação e Comunicação As Revoluções Tecnológicas e os Reflexos na Comunicação A sociedade contemporânea vive um cenário mediado pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), sendo o forte desenvolvi- mento dessas tecnologias como um dos principais fatores que reestruturaram o modo de produção capitalista, decorrentes da “revolução tecnológi- ca concentrada nas tecnologias de informação” (CASTELLS, 2011, p. 39). As TICs influenciaram também na reestrutu- ração das empresas, que puderam otimizar suas estruturas e reduzir seus custos de produção. Ao analisar a questão da produtividade, Castells ressalta que a introdução das novas tecnologias somente começou a ter efeito a partir do final da década de 90. “ O próprio capitalismo passa por um proces- so de profunda reestruturação caracterizado por maior flexibilidade de gerenciamento;descentralização das empresas e sua organi- zação em redes tanto internamente quanto em suas relações com outras empresas [...] (CASTELLS, 2011, p. 39). 33UNIDADE II Contextualizando o momento, o autor defende que as redes constituem uma nova morfologia social e que a difusão lógica das redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos proces- sos produtivos e de experiência, poder e cultura. Castells (2011) apontou que nos anos 2000, testemunhamos uma crescente convergência tec- nológica entre internet, comunicação sem fio e várias aplicações que distribuem capacidade co- municativa pelas redes sem fio, multiplicando, assim, os pontos de acesso à internet. A indústria midiática há tempo percebe essa inversão de poderes nos processos comunica- cionais e a necessidade econômica de adaptar as antigas formas de fazer comunicação para o consumidor do século XXI, levando em conside- ração os aspectos tecnológicos e seus impactos nas formas de uso e acesso aos conteúdos e as relações de consumo com eles. Desde as primeiras civilizações humanas, sem- pre houve uma busca constante para desenvolver formas e métodos que facilitassem a comunicação entre os indivíduos e, consequentemente, a trans- missão cultural para outras gerações. Na história da civilização humana, consta- ta-se três grandes revoluções da comunicação, considerados três momentos importantes que introduziram novas possibilidades de comuni- cação e “consequentemente, novas práticas de socialização e interação com o meio ambiente” (FELICE, 2008, p. 21). “ A primeira revolução surge com a escrita no século V a. C., no Oriente Médio, e marca a passagem da cultura e da sociedade oral para a cultura e a sociedade da escrita. A se- gunda, ocorrida na metade do século XV, na Europa, provocada pela invenção dos carac- teres móveis e pelo surgimento da impressão criada por Johannes Gutenberg, causará a difusão da cultura do livro e da leitura, até então circunscrita a grupos privilegiados. A terceira revolução, desenvolvida no Ocidente na época da Revolução Industrial, entre os séculos XIX e XX, foi marcada pelo início da cultura de massa e caracterizada pela difusão de mensagens veiculadas pelos meios de co- municação eletrônicos (FELICE, 2008, p. 22). 34 Tecnologias da Informação e Comunicação Para Dizard (2000), a invenção da linguagem escri- ta, classificada como primeira revolução no pro- cesso de comunicação, foi o primeiro grande passo do homem rumo à formação de uma sociedade organizada, que permitiu não só a difusão cultural entre as gerações, mas também o controle da con- duta dos indivíduos e a possibilidade de reflexão. Com a invenção da prensa de tipos móveis, no século XV, por Gutenberg, ocorreu a segunda grande revolução no processo de comunicação que permitiu a produção “em massa” do pensa- mento na forma escrita, possibilitando a passagem de uma “cultura oral” para uma “cultura de mídia”. A terceira grande revolução no processo de comunicação elencada por Dizard (2000) é a informatização da imprensa, que teve início em meados do século XX. Conforme este autor, não só a difusão se tornou ainda mais rápida e instantânea do que a permitida pela invenção de Gutenberg, como também permite maior acesso e maiores possibilidades de transmissão. A cada uma dessas revoluções surgem novos meios com a potencialidade de alcançar um pú- blico cada vez maior a custos cada vez menores, mas todos com base em um modelo de comu- nicação unidirecional, colocando o receptor em uma posição de passividade, permitindo pouca ou nenhuma interação. Nos tempos atuais, a hu- manidade vive uma nova revolução comunicativa, possibilitada pelas tecnologias digitais. A quarta revolução, na concepção de Felice (2008, p. 22) ocorre nos dias atuais e como as an- teriores “estaria ocasionando importantes trans- formações no interior dos distintos aspectos do convívio humano”. Além da revolução de ampliar o alcance das informações a um público ilimitado e a transmissão em tempo real de infinitas mensagens, “é o próprio processo e próprio significado do ato de comunicar a serem radicalmente transformados”. “ Pela primeira vez na história da humani- dade, a comunicação se torna um proces- so de fluxo em que as velhas distinções entre emissor, meio e receptor se confun- dem e se trocam até estabelecer outras formas e outras dinâmicas de interação [...] Diante de nossos computadores li- gados em redes, podemos nos comunicar somente se passarmos a interagir com as nossas interfaces (mouse, teclado e redes em geral) em um diálogo constante, no qual é excluído qualquer tipo de passi- vidade, ligado a forma comunicativa do espetáculo e a qualquer forma nítida dis- tinção entre o produtor e o receptor da mensagem (FELICE, 2008, p. 23). O contexto atual nos leva a um repensar as re- lações de uma sociedade em rede e suas intera- ções comunicativas fora da concepção anterior, baseada no modelo funcional-estruturalista do processo comunicativo analógico. “ As fórmulas da sociedade de massa, ba- seada na distinção identitária entre emis- sor e receptor, entre empresa e consumi- dor, entre instituições e cidadãos, entre público e privado, não conseguem mais explicar a complexidade das interações sociais nem as formas do habitar meta- geográficas contemporâneas (FELICE, 2008, p. 24). As tecnologias digitais da quarta revolução, ao contrário das outras três revoluções ante- riores, vêm alterando o processo e a forma de comunicar e expande o poder de cada sujeito integrante da sociedade em rede de participar, interagir e influenciar. 35UNIDADE II A sociedade atual, que tem a comunicação em rede mediada por computadores e a internet como seus elementos fundamentais, vem receben- do diversas denominações na busca por um termo ou expressão que retrate as grandes e profundas transformações em que se vive: Sociedade da In- formação, Sociedade em Rede, Sociedade Global, Sociedade Tecnológica, Sociedade do Conheci- mento, Sociedade Pós-Industrial, entre outros. Independentemente de como chamamos a sociedade atual, o que percebemos é que todas essas denominações têm em comum a reflexão da sociedade a partir da mudança de paradigma ocorrida pelo surgimento e utilização do compu- tador e internet em nosso cotidiano. Mello (2010) apresenta a ideia de que estamos ingressando em uma terceira revolução tecnoló- gica, na qual as tecnologias intelectuais se tornam o principal fator de geração de riqueza. Este é o contexto sociotécnico da sociedade em rede que se configura “com a complexidade do sis- tema comunicativo, devido à convergência dos novos meios pós-massivos com os tradicionais” (MELLO, 2010, p. 17). A Comunicação na Sociedade em Rede 36 Tecnologias da Informação e Comunicação O sociólogo espanhol Manuel Castells afirma que, na atual sociedade, todos os processos se somam em um só processo, em tempo real no planeta inteiro. A predominância das redes no mundo pós-moderno coloca em xeque conceitos tradicionais, como tempo e espaço, pulverizando as fronteiras entre o local. Muitos desse avanços são possíveis devido à evolução da própria Engenharia. Se pensarmos em como a internet ou a grande rede mundial é composta fisicamente para conectar o mundo todo, vamos encontrar muita contribuição da engenha- ria, que oportunizou a construção de estruturas de comunicação gigantescas e que não são visíveis, mas que permitem a todos nós navegar na web. Além das transmissões via satélites que orbi- tam a terra, as informações na internet trafegam por grandes redes de cabos submarinos, chama- dos backbones e que cruzam os mares e oceanos ligando diversos continentes. Muito interessante, não é mesmo? Agora vamos retomar o estudo de Castells sobre a famosa “Sociedade em Rede”. No primeiro vo- lume da Trilogia, Sociedade em Rede - A Era da informação: Economia, sociedade e cul- tura, o autor faz uma profunda análise da era da informação e seus reflexosna economia, sociedade e cultura e, consequentemente, dos impactos na comunicação, o que configura, em sua perspectiva, uma nova sociedade, denomi- nada “sociedade em rede”. Castells (2011) analisa a sociedade contem- porânea, que, segundo ele, vive em um cenário mediado pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) e investiga como estas interferem nas estruturas sociais. O autor propõe o conceito de capitalismo informacional e aponta o forte desenvolvimen- to das tecnologias de informação a partir da década de 70 como um dos principais fatores que reestruturaram o modo de produção capi- talista, decorrentes da “revolução tecnológica concentrada nas tecnologias de informação” (CASTELLS, 2011, p. 39). Figura 1 - Cabos submarinos Fonte: Blog Coruja de TI (2013, on-line)1. 37UNIDADE II As TICs também influenciaram na reestrutura- ção das empresas, que puderam otimizar suas estruturas e reduzir seus custos de produção. Ao analisar a questão da produtividade, Castells e Cardoso (2005) ressaltam que a introdução das novas tecnologias somente começou a ter efeito a partir do final da década de 90, o que afetou todos os ramos de atividades, incluindo a indústria que teve seu processo de produção ainda mais auto- matizado, assim como a gestão de varejo que, com a informatização, teve significativas melhorias de processos. “ [...] a rede é capaz de transformar as nossas capacidades de comunicação, que permite a alteração dos nossos códigos de vida, que nos fornece as ferramentas para realmente controlarmos as nossas próprias condições, com todo o seu potencial destrutivo e todas as implicações da sua capacidade criativa (CASTELLS; CARDOSO, 2005, p. 18). O próprio capitalismo passa por um processo de profunda reestruturação, caracterizado por maior flexibilidade de gerenciamento; descentralização das empresas e sua organização em redes tanto internamente quanto em suas relações com outras empresas [...] (CASTELLS, 2011, p. 39). Contextualizando o momento, o autor defen- de que as redes constituem uma nova morfologia social e que a difusão lógica das redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cul- tura. Este novo paradigma da tecnologia da infor- mação é fornecedor da base material para expansão penetrante da rede em toda a estrutura social. A rede se configura em uma estrutura formal com base em um sistema de nós interligados. “ As redes são estruturas abertas que evoluem acrescentando ou removendo nós de acordo com as mudanças necessárias dos progra- mas que conseguem atingir os objetivos de performance para a rede (CASTELLS; CARDOSO, 2005, p. 20). Em termos simples, a sociedade em rede é uma estrutura social baseada em redes operadas por “ [...] tecnologias de comunicação e infor- mação fundamentadas na microeletrônica e em redes digitais de computadores que geram, processam e distribuem informação a partir de conhecimento acumulado nos nós dessas redes (CASTELLS; CARDOSO, 2005, p. 20). Esta nova estrutura de uma sociedade baseada em redes digitais cria também um novo ambien- te não somente tecnológico, mas, sobretudo, um novo espaço onde ocorrem as relações humanas e a troca de informações sociais, o ciberespaço. Segundo Ribeiro (2000), a união entre os avan- ços da tecnologia da informação e da comuni- cação (TIC) e das telecomunicações permitiu o aparecimento de um novo componente: a rede te- As redes de tecnologias digitais permitem a existência de redes que ultrapassem os seus limites históricos e transcende fronteiras, a sociedade em rede é global, é baseada em redes globais. Esta lógica das redes chega a todos os lugares e se difunde por meio do poder de integração das redes globais de capital, bens, serviços, comunicação, informação, ciência e tecnologia. 38 Tecnologias da Informação e Comunicação lemática. A interconexão e a troca de informações entre as pessoas, em um contexto de inovação e de possibilidades tecnológicas criaram o ambiente de convivência conhecido como ciberespaço. Eu acesso, tu acessas, ele acessa, nós acessamos... Desde a invenção e popularização da internet, as redes estão tomando o lugar do mercado tradi- cional de compra e venda. O mercado, que estava acostumado a ter vendedores e compradores, agora está se acostumando a ter fornecedores e usuários. Jeremy Rifkin (2001) aborda este momento de transição para uma sociedade em rede e cada vez mais conectada como a Era do Acesso, na qual a cul- tura de posse começa a dar lugar à cultura do acesso. O autor defende que a produção de bens mate- riais está cedendo lugar à produção cultural, que cada vez mais domina as atividades econômicas. A informação se torna também muito importante, e o acesso a recursos e experiências culturais tor- nam-se tão importantes quanto manter as posses. Rifkin (2001, p. 12) considera que “ [...] a noção de acesso e de redes, entretanto, está cada vez mais importante e começando a redefinir a nossa dinâmica social de uma forma tão poderosa quanto a redefinição da ideia de propriedade e de mercados às vésperas da era moderna. Agora, as bases da vida moderna estão começando a se desintegrar. A instituição que uma vez levou os homens a batalhas ideológicas, a revoluções e a guerras está esmorecendo lentamente na aurora de uma nova constelação de realidades econômicas que está levando a sociedade a repensar os tipos de vínculos e limites que irão definir as relações humanas no século XXI (RIFKIN, 2001, p. 5). Surge, assim, uma geração que já nasceu com a tecnologia para a qual o acesso já é uma forma de vida. Indivíduos que já nasceram inseridos no ambiente do ciberespaço. Não é uma geração que precisou se acostumar e se alocar dentro das redes. O verbo acessar, inclusive, passou a fazer parte do cotidiano das pessoas. O não acesso a infor- mações, sejam elas jornalísticas ou publicitárias, tornou-se uma forma de exclusão social e não estar conectado é o mesmo que não estar vivo socialmente. A ausência ou presença de ferra- mentas que possibilitem esse acesso transforma- ram-se em novas formas de medir a participação social de um indivíduo. Rifkin (2001) afirma que pertencer, na nova era, é estar conectado a várias redes que formam a nova economia global. “Ser um assinante, um sócio ou cliente torna-se tão importante quanto ter bens materiais” (RIFKIN, 2001, p. 91). É, em outras palavras, ter acesso em vez de a mera pro- priedade que determina cada vez mais o status de alguém na próxima era. “ Na nova era, os mercados estão cedendo lugar às redes, e a noção de propriedade está sendo substituída rapidamente pelo acesso. As empresas e os consumidores estão come- çando a abandonar a realidade central da vida econômica moderna – a troca de bens materiais entre vendedores e compradores no mercado. Isso não significa que a pro- priedade irá desaparecer no início da Era do Acesso (RIFKIN, 2001, p. 5). Portanto, as redes estruturam uma nova morfo- logia social. Por elas correm os fluxos, sendo que a rede de fluxos financeiros é uma das bases do capitalismo global e, interagindo com as outras redes de fluxos, fazem das cidades pós-modernas extensas teias de telecomunicações avançadas, ou seja, além de centros da vida política, econô- mica, e socioculturais, tornaram-se verdadeiros sistemas eletrônicos. 39UNIDADE II As atuais transformações tecnológicas deram origem em sistemas de informações interco- nectados, que no campo da comunicação se dão entre meios, veículos, formas de produção, circulação e consumo. Castells (2011) apontou que, na década de 2000, testemunhamos uma crescente convergên- cia tecnológica entre internet, comunicação sem fio e várias aplicações que distribuem capacidade comunicativa pelas redes sem fio, multiplicando, assim, os pontos de acesso à internet. A internet e a comunicação sem fio não são mídias no sentido tradicional, são meios para comunicaçãointerativa, mas sua convergência com os meios tradicionais está fazendo com que a diferença entre elas fique imperceptível. Para Jenkins (2009), convergência é uma pala- vra que consegue definir transformações tecnoló- gicas, mercadológicas, culturais e sociais. “ A convergência não ocorre por meio de apa- relhos, por mais sofisticados que venham a ser. A convergência ocorre dentro dos cérebros dos consumidores individuais e em suas in- terações com outros. (JENKINS, 2009, p. 28) Convergência de Mídias e a Cultura Participativa 40 Tecnologias da Informação e Comunicação “ Por convergência, refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplas platafor- mas de mídia, a cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de co- municação, que vão a quase qualquer parte em busca de experiências de entretenimen- to que desejam (JENKINS, 2009, p. 29). Nos anos de 1990, os discursos sobre a revolução digital continham uma suposição de que os novos meios de comunicação eliminariam os antigos, “a internet substituiria a radiodifusão e que tudo isso permitiria aos consumidores acessar mais facilmente o conteúdo que mais lhes interessasse” (JENKINS, 2009, p. 6). Ouve-se sempre que o comercial de 30 segun- dos vai morrer, como se ouviu que a indústria fonográfica morreria, que as crianças não assis- tem mais à televisão, que as velhas mídias estão na UTI, conforme ideia de Jenkins (2009), que ainda complementa: “ A verdade é que continuam produzindo mú- sica, continuam veiculando o comercial de 30 segundos, um novo lote de programas de TV está prestes a estrear, no momento em que escrevo estas linhas — muitos direcionados a adolescentes. As velhas mídias não morre- ram. Nossa relação com elas é que morreu (JENKINS, 2009, p. 6). O que se apresenta é uma adaptação, integração do velho com o novo, uma evolução dos meios e entre os meios e o mesmo ocorrendo com seus formatos de anúncio. Há uma grande interconexão entre os meios de comunicação de massa tradicionais e as redes de comunicação baseadas na internet. A co- municação pós-massiva não representa a extinção da comunicação de massa, mas se apresenta como um processo de hibridização e complementarida- de em novo sistema complexo ainda em formação. A emergência dos novos dispositivos tecno- lógicos deve coexistir com os meios tradicionais, havendo a integração da televisão, do rádio, dos jornais com o ciberespaço, surgindo uma nova geração audiovisual, impulsionada pela digitali- zação das tecnologias. Agora, a convergência surge como um impor- tante ponto de referência, à medida que velhas e novas empresas tentam imaginar o futuro da indústria de entretenimento. Se o paradigma da revolução digital presumia que as novas mídias substituiriam as antigas, o emergente paradigma da convergência presume que novas e antigas mídias irão interagir de formas cada vez mais complexas. A convergência das mídias é mais do que ape- nas uma mudança tecnológica, ela altera a relação entre tecnologias existentes, indústrias, mercados, gêneros e públicos. Altera a lógica pela qual a in- dústria midiática opera e pela qual os consumido- res processam a notícia e o entretenimento. A televisão já não é mais a mesma! Adolescentes entrevistados por pesquisadores da USC (University of Southerm California) nem entendem o conceito de assistir à televisão no horário determinado por outra pessoa. Eles assistem a programas inteiros de televisão na tela de seu computador e, cada vez mais, em dispositivos portáteis. Portanto, a televisão continua sendo o principal meio de comunicação de massa, por enquanto, mas sua difusão e seu formato estão sendo transformados à medida que sua recepção vai se tornando individualizada. Fonte: Castells (2011, p. 11) 41UNIDADE II Todos os elementos até aqui abordados, tanto em relação à sociedade em rede e seu novo contex- to tecnológico quanto à transformação da comuni- cação com o mercado, por esses mesmos elementos se fazem percebidos também na publicidade, que atende os objetivos mercadológicos e institucionais das organizações, mas que, sobretudo, é um reflexo das transformações econômicas, tecnológicas e, principalmente, culturais da sociedade. Queremos participar! Surgem os tempos da participação e da interativi- dade, transformando a troca de informações entre público e consumidores que também podem ser produtores no contexto midiático e influencia- dores para aquisição de produtos e serviços em escala exponencial, por meio da internet. Novas tecnologias midiáticas permitiram que o mesmo conteúdo fluísse por vários canais diferentes e assumisse formas distintas no ponto de recepção. Essa nova abordagem, envolvendo produção, co- laboração, interação e compartilhamento de dados, tem promovido a chamada cultura participativa, podendo ser descrita pela mudança das relações de poder entre os segmentos de mercado da mídia com seus consumidores, que passam a gerar conteúdos por meio das tecnologias digitais mais acessíveis. Este novo cenário está permitindo uma rene- gociação dos papéis entre produtores e consumi- dores no sistema midiático, bem como o surgi- mento da possibilidade de uma reconfiguração das relações de poder. Em seu livro A Cultura da Participação, Clay Shirky, um dos maiores pensadores contemporâ- neos da revolução da internet, explica como pode- mos explorar melhor as oportunidades criadas pela tecnologia e pelas redes sociais e defende as novas formas de consumo e produção de informação. Shirky (2011) afirma que nos últimos 20 anos, assistimos a uma mudança radical na forma como milhões de pessoas obtêm informações. Consu- midores passivos de produtos culturais fornecidos por uma minoria rapidamente se transformaram em criadores do que outros como eles consomem. Um dos fatores que contribuíram para que as pessoas saíssem da posição de espectadores para a de colaboradores/criadores na era da internet, amea- çando os produtores tradicionais de informação, foi o baixo custo e amplo acesso às novas tecnologias. “ O acesso a ferramentas baratas e flexíveis re- move a maioria das barreiras para tentar coisas novas. Você não precisa de supercomputado- res para direcionar o excedente cognitivo; simples telefones são suficientes. Mas uma das lições mais importantes é esta: quando você tiver descoberto como direcionar o excedente de modo que as pessoas se importem, os ou- tros podem produzir a sua técnica, cada vez mais, por todo o mundo (SHIRKY, 2011, p. 23). Para o autor, a internet permitiu às pessoas que aplicasse uma vontade que sempre tiveram, mas que estava reprimida: a de usar seus talentos para criar coisas novas. Ele cita vários exemplos de ferramentas criadas de forma compartilhada, como a Wikipédia, plata- formas de programação de código aberto, sites de ativismo políticos, redes sociais de mobilizações em prol de causas importantes e até os memes ou coisas nonsense, mas que são criadas e comparti- lhadas pelos próprios internautas, sem nenhuma interferência de grandes grupos de mídia. “ Uma vez aceita a ideia de que de fato gos- tamos de fazer e compartilhar coisas, por mais imbecis em conteúdo ou pobres em execução que sejam, e que fazermos rir uns aos outros é um tipo de atividade diferente de ser levado a rir por pessoas pagas para nos fazer rir (SHIRKY, 2011, p. 25). 42 Tecnologias da Informação e Comunicação O autor aborda diversos estudos populacionais que apontam grupos de jovens assistindo cada vez menos televisão de forma tradicional. Entre alunos de ensino médio, usuários de banda larga, usuários do YouTube, constata-se a mudança e sua observação básica é sempre a mesma: po- pulações jovens com o acesso à mídia rápida e interativa estão se afastado da mídia tradicional que pressupõe puro consumo. “ Quando assistem a vídeos online, aparente- mente uma mera variação da TV, eles têm oportunidades de comentar o material, compartilhá-loscom os amigos, rotulá-los, avaliá-lo ou classificá-lo e, é claro, discuti-lo com outros espectadores por todo o mundo” (SHIRKY, 2011, p. 15). Mesmo quando ocupados em ver TV, muitos membros da população estão ocupados uns com os outros, e esse entrosamento se correlaciona com comportamentos que não são os do con- sumo passivo. Segundo Shirky (2011), esse fazer e comparti- lhar é, sem dúvida, uma surpresa, comparada ao comportamento anterior. “ Quando compramos uma máquina que permite o consumo de conteúdo digital, também compramos uma máquina para produzi-lo. Mais ainda, podemos compar- tilhar material com os amigos e falar sobre o que consumimos, produzimos ou com- partilhamos. Não se trata de características adicionadas; elas são parte do pacote básico (SHIRKY, 2011, p. 26). O público receptor, mais do que nunca, assume pa- pel fundamental e ativo no processo comunicacio- nal. Este mesmo poder dos novos consumidores foi transportado aos hábitos e ao consumo de produtos midiáticos. A comunicação digital se apresenta como um processo comunicativo em rede e interativo. Nes- te, a distinção entre emissor e receptor é substituí- da por uma interação de fluxos normativos entre o internauta e as redes, resultante de uma navegação única e individual que cria um rizomático proces- so comunicativo entre arquiteturas informativas (site, blog, comunidades virtuais etc.), conteúdos e pessoas (FELICE, 2008). Enquanto a comunicação tradicional (tea- tro, livro, cinema, rádio e TV), apresenta um fluxo unidirecional, a comunicação em rede, “ apresenta-se como um conjunto de teias nas quais é impossível reconstruir uma única fonte de emissão, um único sentido e uma única direção (FELICE, 2008, p. 45). O fator propulsor destas mudanças advém, prin- cipalmente, da interatividade e da nova relação entre produtores e consumidores de conteúdo, que são muito diferentes dos tradicionalmente conhecidos emissores e receptores. O momento que estamos vivendo é o de maior crescimento da capacidade expressiva da his- tória humana. Fonte: adaptado de Shirky (2011) 43UNIDADE II Como percebemos no tópico anterior, vivemos em uma era não apenas de radicais transforma- ções tecnológicas, mas também uma profunda mudança em nossa própria cultura. Claro que tudo isso é provocado pelas novas tecnologias de informação e de comunicação e por isso mesmo as relações de consumo e de mídia estão passando por algo mais profundo e radical que uma revolu- ção (que já seria algo grandioso). Vivemos o que muitos estudiosos chamam de era disruptiva, o que pode ser entendido como uma interrupção no curso normal das coisas, ou seja, uma ruptura com velhos conceitos e práticas. Tudo está mudando, o maior exemplo é a nova economia criativa da chamada “internet das coi- sas”. Temos o Uber, aplicativo da maior empresa de transporte individual de passageiros do mundo e que não tem nenhum automóvel próprio em sua frota. Outro exemplo é a Netflix que revolucionou o modo como o mundo assiste a séries e filmes e sem o uso de publicidade, apenas assinatura de conteúdos direcionados ao gosto do cliente, para se assistir quando, como e onde quiser. A Era Disruptiva e a Comunicação Digital 44 Tecnologias da Informação e Comunicação Quando falamos em comunicação digital, perce- bemos que as novas tecnologias e seus impactos nas relações de mídia e de consumo estão trans- formando o próprio mercado publicitário. Não tem jeito, surge uma nova maneira das empresas se comunicarem com seus públicos de interesse, pois a forma invasiva e unidirecional de antes está perdendo seu efeito. Pelo menos nos últimos 100 anos, a comunica- ção das empresas era feita por meio da interrup- ção. Até hoje, a propaganda tradicional nos meios de comunicação de massa procura atrair a atenção de maneira bastante intrusiva, atravessando-se em meio ao entretenimento do consumidor. Deste modo, acredita-se que as agências conti- nuam produzindo propaganda em moldes ultra- passados, que estão consolidados sob um modelo de recepção que talvez já não exista. Jaffe (2008) faz pesadas críticas ao modelo tradi- cional de propaganda massificada, especificamente aos comerciais televisivos (30”) e sua ineficiência na busca de resultados para as organizações. Por questões de sobrevivência, é preciso um repensar dos fundamentos de marketing, centrando as aten- ções aos consumidores, na gestão das marcas, a publicidade e, por fim, nas agências de publicidade. Segundo o autor, o “novo consumidor” – lem- brando que este, por sua vez, é mais inteligente, emancipado, cético, antenado, exigente –, valoriza seu tempo e por esses ingredientes se torna “desfiel”, proposta classificada, pelo autor, como um consu- midor sem fidelidade. “ A grande mídia, as grandes agências, os grandes clientes e a grande ideia jamais dominarão a comunicação de marketing como dominaram na segunda metade do século XX (JAFFE, 2008, p. 13). Estamos vivendo uma transição entre a publici- dade tradicional e a publicidade atual, que busca garantir um lugar no futuro, praticando um modo novo de entender o comportamento do consumi- dor e de engajá-lo mais pelo convite do que pelo empurrão de conteúdos vendedores. As marcas assumem, portanto, um novo papel, de engajar, envolver o seu público por meio de um objetivo maior, no qual o produto não é mais o herói na história que as marcas contam, mas um coadjuvante que ajuda na construção de algo maior. “ Marketing costumava ser sobre anunciar, e anunciar é muito caro. Hoje, marketing é sobre engajamento com uma tribo, e entre- gar produtos e serviços com histórias que se espalhem (GODIN, 2008, p. 20). Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. A expressão “intervalo comercial” está ficando cada vez mais deslocada em tempos de conteúdo digital sob demanda. 45UNIDADE II Nesta nova fase da publicidade, o consumidor e suas aspirações passaram a ser grande estrela das campanhas, o protagonista. O sucesso de uma campanha depende de ações elaboradas a partir de um projeto de mídia convergente, que con- temple os variados meios de comunicação e com atenção redobrada às mídias digitais. De qualquer forma, as ações intrusivas, nas quais o público consumia de forma inerte em meios como o rádio, a televisão e as mídias impres- sas, passaram a ser mais interativas e concebidas de acordo com a preferência dos consumidores. Eis a transição entre o modelo de invasão coer- citiva, passando por uma solicitação permissi- va para o mais recente fenômeno publicitário, a participação dos consumidores na produção e divulgação das peças. Tem-se, agora, a necessidade da individualização, de criar conteúdo que cative as pessoas e as torne parte do conteúdo. Eis o ad- vento da publicidade dita participativa. A internet trouxe a possibilidade de participa- ção do usuário, seja na forma ou, até mesmo, no conteúdo. Constata-se que as campanhas publici- tárias que contam com a participação do público são as que dão mais resultado. Nesta unidade, podemos perceber que as TICs são os grandes propulsores das profundas mu- danças ocorridas nas últimas décadas em nossa sociedade. Novas tecnologias surgem a cada dia e afetam nosso modo de vida, nossas economia e nossas relações sociais. A Convergência de mídias e a comunicação em rede não envolve apenas apa- relhos e dispositivos eletrônicos. As pessoas estão cada vez mais conectadas aos aparelhos e à rede. Caminha-se para uma convergência bioló- gica/tecnológica, uma hibridização do cérebro humano com a inteligência artificial, o que está provocando não uma evolução ou revolução, mas uma disrupção digital. As consequências? Nem de longe são conhecidas. Portanto, é preciso reconhecer os contornos desse novo e complexo ambiente de relações pes- soais, profissionais, comerciais e institucionais. A revolução tecnológica está provocando não ape- nas radicais mudanças nas comunicações,mas alterando a própria humanidade. 46 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução das atividades. 1. As TICs (Tecnologias de Comunicação e Informação) influenciaram também na reestruturação das empresas, que puderam otimizar suas estruturas e redu- zir seus custos de produção. Ao analisar a questão da produtividade, Castells ressalta que a introdução das novas tecnologias somente começou a ter efeito a partir do final da década de 90. Qual a relação/influência/papel das TIC’s na sociedade do conhecimento? I) A internet interferiu no comportamento social das pessoas, inclusive com as organizações que tiveram que rever suas práticas. II) Os aparelhos eletrônicos são a ponte entre o usuário da internet e o mundo para o compartilhamento de informações. III) Os equipamentos (celular, notebook, tablet) estão ligados pela rede e a função dessas ferramentas é meramente de compartilhamento. IV) Celulares, notebook etc. são os únicos responsáveis pela sociedade da infor- mação, sem esses aparelhos não haveria produção de informação. São consideradas afirmativas corretas: a) I e II apenas. b) I, II e III apenas. c) I, II e IV apenas. d) I, III e IV apenas. e) I, II, III e IV. 2. A sociedade em rede se apresenta como uma nova estrutura social baseada em redes digitais cria também um novo ambiente não somente tecnológico, mas, sobretudo, um novo espaço onde ocorrem as relações humanas e a troca de informações sociais, o ciberespaço. Quais as influências que a sociedade em rede trouxe para a comunicação empresarial? I) Afetou o relacionamento das pessoas, o lazer, a convivência diária e, princi- palmente, as atividades profissionais de trabalho. 47 II) Com pessoas com extremas necessidades de se comunicarem e estarem conectadas, as organizações estão tendo de se adaptar a esse novo perfil de público interno. III) As organizações empresariais incorporaram esta nova filosofia de comuni- cação à cultura da empresa e também em suas campanhas na seleção de mídias digitais. IV) Permite uma comunicação mais aberta e transparente, o que é ruim para as empresas que agora estão muito expostas e precisam evitar este contado com seus consumidores pela mídias sociais. a) I e IV apenas. b) I e III apenas. c) I, II e III apenas. d) I, III e IV apenas. e) I, II e IV apenas. 3. Em seu livro Cultura da Participação, o autor Clay Shirky fala desse novo fenômeno proporcionado pelas novas tecnologias, mas que vai além dos aparelhos e está assumindo um papel cultural na sociedade contemporânea. Leia as afirmações e assinale a alternativa correta que corresponde ao momento em que estamos vivendo fomentado pela cultura da participação: I) O momento em que estamos vivendo é o de maior crescimento da capacidade expressiva da história humana. II) Infelizmente, as pessoas não sabem aproveitar a internet para coisas boas e só publicam e interagem com conteúdos fúteis e irrelevantes. III) Um número cada vez maior de pessoas tem acesso à cultura e ao conheci- mento nas mais diversas áreas e ainda podem expressar suas ideias e opiniões para o mundo inteiro. IV) A Cultura Participativa tem proporcionado uma nova abordagem, envolvendo pro- dução, colaboração, interação e compartilhamento de dados, que partem agora não apenas da indústria da mídia, mas de todas as pessoas conectadas à rede. a) Somente I está correta. b) Somente II está correta. c) Somente I e II estão corretas. d) Somente I, III e IV estão corretas. e) Somente I e IV estão corretas. 48 Cultura da Convergência Autor: Henry Jenkins Editora: ALEPH Sinopse: Henry Jenkins investiga o alvoroço em torno das novas mídias e expõe as importantes transformações culturais que ocorrem à medida que esses meios convergem. A cultura da convergência é um fenômeno que está revolucionando o modo de se encarar a produção de conteúdo em todo o mundo. Todos os modelos de negócios a ela relacionados estão sendo revistos. Ele nos introduz aos fãs de Harry Potter, que estão escrevendo suas próprias histórias, enquan- to os executivos se debatem para controlar a franquia. Ele nos mostra como o fenômeno Matrix levou a narrativa a novos patamares, criando um universo que junta partes da história entre filmes, quadrinhos, games, websites e animações. LIVRO A Rede Social Ano: 2010 Sinopse: em 2003, o estudante de Harvard e gênio da computação Mark Zuc- kerberg começa a trabalhar em um novo conceito que acaba se transformando em uma rede social global, o Facebook. Seis anos mais tarde, ele é um dos bi- lionários mais jovens do planeta. Contudo, seu sucesso sem precedentes traz complicações legais e pessoais. FILME Documentário: 5 anos mudaram tudo O documentário “O que mudou nos últimos 5 anos” foi realizado pela HOTWords e tem como tema as grandes transformações vividas pelo mercado da comuni- cação nos últimos 5 anos. Fazendo assim uma retrospectiva e uma análise dos principais acontecimentos dessa revolução tecnológica, a partir das entrevistas de personalidades envolvidas nesse mercado. Produção e direção: Estilingue Filmes. Para acessar, use seu leitor de QR Code. WEB 49 CASTELLS, M. A era da informação: economia, sociedade e cultura. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. Im- presso no Brasil, 2011 (Volume 1). CASTELLS, M.; CARDOSO, G. A Sociedade em Rede: do conhecimento à ação política. Conferência promo- vida pelo Presidente da República. Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, Portugal, 2005. DIZARD, W. A nova mídia: a comunicação de massa na era da informação. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000. FELICE, M. Do público para as redes: a comunicação digital e as novas formas de participação social. 1. ed. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2008. GODIN, S. Tribes: We Need You to Lead Us. New York: Penguin Books, 2008. JAFFE, J. O declínio da mídia de massa: Por que os comerciais de TV de 30 segundos estão com os dias contados. São Paulo: M. Books do Brasil Editora, 2008. JENKINS, H. Cultura da Convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009. MELLO, S. F. M. Comunicação e organizações na sociedade em rede: novas tensões, medições e paradigmas. 2010. 271f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. RIBEIRO, J. C. Um breve olhar sobre a sociabilidade no ciberespaço. In: LEMOS, A; PALACIOS, M. (Org.). Janelas do ciberespaço. Porto Alegre: Sulina, 2000. RIFKIN, J. A era do Acesso. Tradução: Maria Lucia G. L. Rosa. São Paulo: Makron Books, 2001. SHIRKY, C. A cultura da participação: criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. REFERÊNCIA ON-LINE 1Em: http://blog.corujadeti.com.br/mapa-com-a-internet-via-cabos-submarinps/. Acesso em: 03 mar. 2020. 50 1. A. 2. C. 3. D. 51 52 PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Compreender a diferença entre o marketing e a comuni- cação e também suas ligações. • Apresentar o composto ou mix de comunicação e suas- ferramentas. • Conhecer o conceito de comunicação integrada e seus benefícios para as estratégias empresariais. Diferença entre Marketing e Comunicação O Composto da Comunicação Comunicação Integrada de Marketing Me. Jorge Van Dal O Marketing e a Comunicação Diferença entre Marketing e Comunicação Como toda atividade em ascensão, surgem tam- bém muitos equívocos e dúvidas quanto aos seus conceitos, contexto e histórico. E com o Marketing não é diferente: a cada dia aparecem novas pala- vras, novas propostas de conceitos e usos, mas o certo é que, apesar das constantes e acentuadas mudanças sociais e tecnológicas que vivemos, marketing é marketing. Muitos autores buscam complicar o que não é complicado e afastar o que não é tão fácil de explicar. E afinal de contas, o que é o marketing? De onde veio e para onde segue? Para que possamos lançar mão de todos os recursos, de toda a instrumenta- lização que ele nos oferece, precisamos, antes de tudo, buscar entendê-lo e, para isso, em primeiro lugar, é preciso
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