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Principais grupos bacterianos

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PRINCIPAIS GRUPOS BACTERIANOS 
 
BACTÉRIAS 
 São seres procariontes, o que significa que elas possuem uma 
membrana celular, mas não possuem núcleo delimitado por 
membrana e outras organelas envoltas por membrana. 
 
 
 A maioria das células está em volta por uma parede celular, 
consistindo em peptidoglicano, um polímero de longas cadeias de 
açúcar ligadas por pontes peptídicas. 
 Parede espessa circundando a membrana celular  bactérias 
gram-positivas 
 Parede celular fina localizada entre duas membranas de 
bicamadas de fosfolipídios  bactérias gram-negativas 
 
 
Bactérias podem ser classificadas quanto: 
 Coloração → gram-postiva e gram-negativa 
 Formato → cocos e bastão 
 Necessidade de oxigênio → aeróbias e anaeróbias 
 
 Muitas bactérias possuem flagelos, que permite a 
movimentação 
 Algumas possuem pili (fímbiras) que permite a fixação das 
bactérias no hospedeiro ou matriz extracelular 
 A maioria das bactérias sintetizam seu próprio DNA, RNA e 
proteínas, mas dependem do hospedeiro para condições 
favoráveis de crescimento. 
 Bactérias que colonizam a pele → Staphylococcus epidermidis 
e Propionibacterium acnes 
 Bactérias aeróbias e anaeróbias na boca, particularmente 
Streptococcus mutans, contribuem para a placa dentária, a 
principal causa de cáries dentárias 
 Muitas bactérias permanecem extracelulares quando invadem 
o corpo, enquanto outras podem sobreviver e se replicar tanto 
fora quanto dentro das células do hospedeiro (bactérias 
intracelulares facultativas) e algumas crescem apenas no 
interior de células do hospedeiro (bactérias intracelulares 
obrigatórias) 
 As bactérias intracelulares obrigatórias incluem Chlamydia 
(vacúolos epiteliais) e Rickettsia (vacúolos endoteliais). 
Conseguindo a maioria ou toda sua energia na célula 
hospedeiro. 
 A Chlamydia trachomatis é a causa infecciosa mais frequente 
de esterilidade feminina (devido à formação de cicatrizes e 
estreitamento das tubas uterinas) e cegueira (devido à 
inflamação crônica da conjuntiva que eventualmente causa 
cicatrização e opacificação da córnea). 
 As Rickettsia causam injúria em células endoteliais nas quais 
elas crescem, e desta forma causam uma vasculite 
hemorrágica, frequentemente visível na forma de um 
exantema, mas elas também podem lesionar o sistema 
nervoso central (SNC) e causar a morte (febre maculosa das 
Montanhas Rochosas [FMMR] e tifo epidêmico) 
 Os organismos do gênero Mycoplasma e aqueles que 
pertencem ao gênero relacionado Ureaplasma são únicos 
entre os patógenos bacterianos extracelulares, pois eles não 
possuem uma parede celular 
INFECÇÕES BACTERIANAS 
INFECÇÕES POR BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS 
 Os patógenos Gram-positivos mais comuns incluem o 
Staphylococcus, Streptococcus e Enterococcus, e cada um 
destes causa muitos tipos de infecções 
 Todas essas infecções são diagnosticadas por meio da cultura 
 Cada um dos quais causam muitos tipos de infecções 
 Infecções menos comuns causadas por bastonetes gram-
positivas: 
▪ Difteria 
▪ Listeriose 
▪ Antraz 
▪ Nocardiose 
INFECÇÕES ESTAFILOCÓCICAS 
 Os Staphylococcus aureus são cocos piogênicos Gram-positivos 
que formam grupos em forma de cachos de uva. 
 Essas bactérias causam inúmeras lesões na pele (furúnculos, 
carbúnculos, impetigo e síndrome da pele escaldada). Além 
dessas causas abscessos, sepse, osteomielite, pneumonia, 
endocardite, intoxicação alimentar e síndrome do choque 
tóxico (TSS). 
 Libera exotoxina → intoxicação alimentar e choque tóxico 
 S. epidermidis, uma espécie relacionada ao S. aureus, 
causa infecções oportunistas em pacientes cateterizados, 
pacientes com prótese de válvula cardíaca, e viciados em 
drogas. 
 S. saprophyticus é uma causa comum de infecções do trato 
urinário em mulheres jovens. 
 
PATOGENIA 
➢ S. aureus apresenta uma grande variedade de fatores de 
virulência, os quais incluem proteínas de superfície envolvidas 
na aderência, enzimas secretadas que degradam proteínas, e 
toxinas secretadas que lesionam as células hospedeiras. 
➢ O S. aureus expressa receptores de superfície para o 
fibrinogênio (denominado “fator agregante”), fibronectina e 
vitronectina, e utiliza estas moléculas como uma ponte para se 
ligar às células endoteliais do hospedeiro. 
 Na superfície desses patógenos pode ser codificada 
algumas proteínas, adesinas, permitindo que o 
microrganismo consiga se associar a proteínas existente 
nas células endoteliais do hospedeiro, a ligação dessas 
proteínas com endotélio permite que esses estafilococos 
fiquem fixo ao hospedeiro 
➢ Estafilococos de modo gral, produz uma capsula de 
polissacarídeo, permitindo que o microrganismo fique ligado 
ao material artificial, ao mesmo tendo vai permitir que essas 
bactérias resista a fagocitose. 
 Obs: Estafilococos que infectam válvas protéticas e cateteres apresentam 
uma cápsula de polissacarídeo que permite que eles se adiram a 
materiais artificiais e resistiram à fagocitose da célula hospedeira 
➢ A lipase do S. aureus degrada os lipídios presentes na 
superfície da pele, e sua expressão está correlacionada à 
habilidade da bactéria em produzir abscessos cutâneos 
➢ Os estafilococos também apresentam a proteína A em sua 
superfície, a qual se liga à porção Fc das imunoglobulinas, 
permitindo que o organismo escape da morte mediada por 
anticorpos. 
➢ O S. aureus produz múltiplas toxinas (hemolíticas) que 
lesionam a membrana, incluindo a α-toxina, uma proteína 
formadora de poros que se intercala na membrana plasmática 
da célula hospedeira despolarizando-a e destruindo-a; a β-
toxina, uma esfingomielinase, com afinidade para destruir a 
mielina no SNC podendo causar infecções; e δ-toxina, um 
peptídeo semelhante ao detergente, consegue destruir 
algumas células do TGI. A γ-toxina que faz lise de eritrócitos 
por se aderir na subunidade gama da hemoglobina, e a 
leucocidina lisam as células fagocíticas. 
➢ As toxinas esfoliativas A e B sintetizadas pelo S. aureus são 
serino-proteases que clivam a proteína desmogleína 1, que é 
parte dos desmossomos que mantêm as células epidérmicas 
unidas. Isto causa o descolamento dos queratinócitos e da pele 
subjacente, resultando na perda da função de barreira, que 
geralmente leva a infecções secundárias da pele. A esfoliação 
pode ocorrer localmente no sítio da infecção (impetigo 
bolhoso) ou pode ser disseminada, quando a toxina secretada 
causa uma perda disseminada da epiderme superficial 
(síndrome da pele escaldada estafilocócica). 
 
➢ Esses estafilococos também conseguem a liberar no meio 
alguns fatores ainda desconhecidos, esse tem características 
como a percepção de corum, as bactérias elas liberam 
proteínas ou agentes químicos que fazem com que vários das 
cepas bacterinas que fazem parte dessa mesma espécie 
formem nichos, uma forma de comunicação entre si. 
➢ Superantígenos produzidos pelo S. aureus se ligam a porções 
conservadas das moléculas do MHC e a porções relativamente 
conservadas das cadeias β dos receptores das células T. Geram 
uma superativação do linfocito T, consequentemente uma 
grande liberação de citocinas como o TNF e IL-1, que podem 
produzir uma condição semelhante ao choque séptico. Causam 
intoxicação alimentar e TSS (síndrome do choque tóxico). Além 
disso podem causar vômitos, presumivelmente por afetar o 
SNC ou sistema nervoso entérico 
 
- Síndrome do Choque Tóxico (TSS) - pode ser causada 
pelo crescimento do S. aureus em inúmeros locais, 
mais comumente na vagina e locais cirúrgicos 
infectados. 
 Caracterizada por hipotensão (choque), 
insuficiência renal, coagulopatia, doença 
hepática, angústia respiratória, exantema 
eritematoso generalizado e necrose de 
tecido mole no local da infecção. 
 Caso não seja prontamente tratada, a TSS 
pode ser fatal. 
 Pode ser causada também pelo 
Streptococcus pyogenes. 
 TSST-1: superantígeno,reposta inflamatória 
exacerbada – choque tóxico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Todo choque tem caracteristicas comum – hipotensão, exantema geralizaodo, 
insuficiencia renal, coagulopatia, sindorme respiratoria, doença hepatica. 
 Conceito de choque: estado de hipoperfusão sanguínea → levando a uma redução 
de oxigênio e nutrientes no tecido → sangue fica ácido (acidose metabólica) → 
separação do ferro com transferrina e esse ferro começa ser usado pelo processo 
infeccioso. 
 
▪ Choque cardiogênico 
▪ Choque hipovolêmico 
▪ Choque neurogênico 
 
 Em todos esses casos têm uma situação do qual vai levar uma hipoperfusão (pode 
ser uma oriunda também de um problema infecção) 
 A infecção ela pode causar um processo de vasodilatação, já que gera uma resposta 
inflamatória, que por sua vez vai levar uma produção de oxido nítrico sintase 
induzido – levando a uma vasodilatação. Essa vai reduzir a PA, e isso vai servir como 
uma alça amplificadora que vai afetar o coração, diminuindo o DC e aumentando o 
processo de hipoperfusão. 
 Essa infecção pode ser pelo próprio microrganismo ou por uma toxina 
 A vasodilatação vai levar a uma estase do sangue, coagulopatia, e em alguns pontos 
vai haver falta de plaquetas (hemorragia) 
 Ferro aumenta a proliferação do microrganismo – deferoxamina 
 Bicarbonato – reduzir a acidose 
 
A resistência aos antibióticos é um crescente problema no tratamento das infecções 
por S. aureus. Os S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) são resistentes a todos os 
betalactâmicos inibidores da síntese da parede celular atualmente disponíveis (que 
incluem as penicilinas e cefalosporinas). Até recentemente, MRSA eram 
principalmente encontrados em infecções hospitalares; contudo, as infecções por 
MRSA adquiridas na comunidade estão se tornando comuns em várias regiões. 
Como resultado, o tratamento empírico das infecções estafilocócicas com 
antibióticos betalactâmicos se tornou menos eficaz. Comumente, os MRSA 
adquiridos na comunidade produzem uma potente toxina que danifica a membrana, 
a qual destrói leucócitos e pode tornar estas cepas de S. aureus particularmente 
virulentas 
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS E ENTEROCÓCICAS 
 Estreptococos – causam lesões supurativas na pele, 
orofaringe, pulmões e valvas cardíacas 
▪ Responsáveis pelas síndromes pós infecciosas → ex: febre 
reumática, glomerulonefrite e eritema nodoso 
▪ Essas bactérias são cocos Gram positivos que crescem em 
pares ou em cadeias 
▪ O estreptococos β-hemolíticos são tipificados de acordo com 
seus carboidratos (antígenos de superfície). 
 S. pyogenes causam faringite, escarlatina, erisipela, 
impetigo, febre reumática, síndrome do choque tóxico, 
glomerulonefrite. 
 S. agalactiae (grupo B) coloniza o trato genital feminino e 
causa sepse e meningite em neonatos e corioamnionite 
em gestantes 
▪ S. pneumoniae, o estreptococos α-hemolítico mais importante, 
é uma causa comum de pneumonia adquirida na comunidade 
e meningite em adultos. 
▪ O S. mutans é a principal causa de cáries dentárias. 
▪ As infecções estreptocócicas são diagnosticadas por meio da 
cultura e do teste rápido de antígeno para a faringite. 
 Os enterococos são também cocos Gram-positivos que 
crescem em cadeias. São geralmente resistentes aos 
antibióticos comumente utilizados e são causas 
significativas de endocardite e infecções do trato urinário. 
PATOGENIA 
➢ As diferentes espécies de estreptococos produzem diversos 
fatores de virulência e toxinas. 
➢ S. pyogenes, S. agalactiae e S. pneumoniae apresentam 
cápsulas resistentes à fagocitose. 
➢ S. pyogenes também expressam a proteína M, uma proteína 
de superfície que evita a fagocitose da bactéria, e uma 
peptidase do C5a do complemento, que degrada este peptídeo 
quimiotático. Além de secreta uma exotoxina pirogênica fago-
codificada que causa febre e exantema na febre escarlate. 
➢ A febre reumática aguda pós-estreptocócica é provavelmente 
causada pelos anticorpos antiproteína M estreptocócica e 
células T que reagem de forma cruzada com as proteínas 
cardíacas. 
➢ A pneumolisina é uma proteína bacteriana citosólica liberada 
após a lise do S. pneumoniae. A pneumolisina se insere na 
membrana da célula hospedeira e causa sua lise, aumentando 
muito o dano tecidual. Essa toxina também ativa a via clássica 
do complemento, reduzindo a disponibilidade do 
complemento para a opsonização da bactéria 
➢ S. mutans causa a cárie por meio da metabolização da sacarose 
em ácido lático (que causa a desmineralização do esmalte 
dentário) e através de secreção de glicanos de alto peso 
molecular que promovem a agregação das bactérias e a 
formação de placas. 
➢ Os enterococos apresentam uma cápsula antifagocítica e 
sintetizam enzimas que clivam o tecido do hospedeiro, 
contudo são bactérias de virulência relativamente baixa. A 
emergência dos enterococos como patógenos é 
primariamente devido à sua resistência aos antibióticos, 
incluindo a vancomicina (antibiótico de amplo espectro) 
INFECÇÕES BACTERIANAS GRAM NEGATIVAS 
Infecções gram negativas são normalmente diagnosticadas por 
cultura 
INFECÇÕES POR NEISSERIA 
Neisseria são diplococos Gram-negativos que são achatados nos 
lados contíguos, dando ao par o formato de um grão de café 
As duas Neisseria clinicamente significativas são a N. meningitidis e 
N. gonorrhoeae. 
A N. meningitidis é uma causa significativa de meningite bacteriana, 
particularmente entre crianças menores de 2 anos de idade. O 
organismo é um colonizador comum da orofaringe e é disseminado 
por via respiratória. Aproximadamente 10% da população está 
colonizada em qualquer momento, e cada episódio de colonização 
dura, em média, vários meses. Uma resposta imune leva à 
eliminação do organismo na maioria das pessoas, e essa resposta é 
protetora contra a doença subsequente pelo mesmo sorotipo de 
bactéria. Existem pelo menos 13 sorotipos de N. meningitidis. A 
doença invasiva basicamente ocorre quando pessoas encontram 
novas cepas para as quais não são imunes, como pode acontecer 
em crianças pequenas ou adultos jovens vivendo em alojamentos 
populosos, como quartéis militares ou dormitórios universitários. 
Mesmo na ausência de imunidade preexistente, apenas uma 
pequena fração de pessoas infectadas por N. meningitidis 
desenvolve meningite. A bactéria precisa invadir as células 
epiteliais respiratórias e mover-se para o lado basolateral das 
células para penetrar no sangue.No sangue, a cápsula da bactéria 
inibe a opsonização e destruição das bactérias pelas proteínas do 
complemento. Apesar disso, a importância do complemento como 
uma primeira linha de defesa contra N. meningitidis é demonstrada 
pelas taxas elevadas de infecções sérias entre pessoas que possuem 
defeitos herdados nas proteínas do complemento (C5 a C9), que 
formam o complexo de ataque à membrana. Se a N. meningitidis 
escapa da resposta do hospedeiro, as consequências podem ser 
intensa. Apesar de o tratamento da meningite com antibiótico ter 
reduzido grandemente a mortalidade na infecção por N. 
meningitidis, a taxa de morte ainda é de cerca de 10% 
 
A N. gonorrhoeae é uma causa importante de doença sexualmente 
transmissível (DST). Dentre os agentes bacterianos causadores de 
DST, ela é a segunda, sendo ultrapassada apenas pela C. 
trachomatis. A infecção no homem causa uretrite. Em mulheres, a 
infecção por N. gonorrhoeae é frequentemente assintomática e, 
portanto, pode ocorrer sem ser notada. A infecção não tratada 
pode levar à doença inflamatória pélvica, a qual pode causar 
infertilidade ou gestação ectópica. A infecção é diagnosticada por 
testes de PCR, em adição à cultura. 
Apesar de a infecção por N. gonorrhoeae normalmente se 
manifestar localmente na mucosa genital ou cervical, faringe ou 
anorreto, infecções disseminadas podem ocorrer. Da mesma forma 
que N. meningitidis, a N. gonorrhoeaeé mais propensa a se tornar 
disseminada em pessoas que têm deficiência de proteínas do 
complemento que formam o complexo de ataque à membrana. 
Infecções disseminadas de adultos e adolescentes normalmente 
causam artrite séptica acompanhada de exantema ou pápulas e 
pústulas hemorrágicas. A infecção neonatal por N. gonorrhoeae 
causa cegueira e, raramente, sepse. 
PATOGENIA 
➢ A Neisseria utiliza a variação antigênica como uma estratégia 
para escapar da resposta imune. A existência de múltiplos 
sorotipos de N. meningitidis resulta em meningite em algumas 
pessoas ao serem expostas a uma nova cepa. 
➢ Além disso, as espécies de Neisseria também produzem 
variação antigênica por mecanismos genéticos especiais, os 
quais permitem que um único clone bacteriano mude seus 
antígenos expressos (veja posteriormente) e escape das 
defesas imunes. Os organismos do gênero Neisseria se aderem 
às e invadem células epiteliais não ciliadas no local de entrada 
(nasofaringe, uretra ou colo uterino). Duas proteínas de 
superfície da Neisseria, ambas as quais ligam a bactéria às 
células hospedeiras, sofrem variação antigênica por meio de 
mecanismos diferentes. Apesar de ambas, N. meningitidis e N. 
gonorrhoeae, utilizarem esses mecanismos, eles parecem ser 
mais importantes na N. gonorrhoeae. 
➢ A infecção pode vir de maneira oral. Esses microganimos tem 
fimbrias que promove adesão, e através dessa ligação ela 
entra, é fagocitada, porém resiste, não sendo destruída. Entra 
na corrente sanguínea, e sai do vaso através de uma diapedese 
e chega nas meninges. Ou elas podem manter se no vaso e ser 
propagado, gerando um aspecto de sepsemia (LPL)  N. 
meningitidis endotoxina 
➢ Epitélio urogenital – gonorreia. 
 
INFECÇÃO POR PSEUDOMONAS 
 Pseudomonas aeruginosa é um bacilo Gram-negativo aeróbico 
oportunista que é um patógeno fatal e frequente de pessoas 
com fibrose cística, queimaduras severas ou neutropenia 
 Muitas pessoas com fibrose cística morrem de insufi ciência 
pulmonar secundária à infecção crônica por P. aeruginosa. 
 O P. aeruginosa pode ser bastante resistente a antibióticos, 
tornando estas infecções difíceis de serem tratadas. 
 O P. aeruginosa frequentemente infecta queimaduras de pele 
extensas, as quais podem ser uma fonte de sepse. O P. 
aeruginosa é uma causa comum de infecções adquiridas em 
hospitais 
 P. aeruginosa causa ceratite córnea em pessoas que utilizam 
lentes de contato, endocardite e osteomielite em usuários de 
drogas intravenosas, otite externa (ouvido de nadadores) em 
indivíduos saudáveis, e otite externa intensa em diabéticos. 
PATOGENIA 
➢ O p. aeruginosa possui pili e proteínas de aderência que se 
ligam às células epiteliais e à mucina do pulmão, e expressa 
uma endotoxina que causa os sintomas e sinais de sepse Gram-
negativa. 
➢ Pseudomonas também possui um número de fatores de 
virulência característicos. Nos pulmões de pessoas com fibrose 
cística, essas bactérias secretam um exopolissacarídeo 
mucoide denominado alginato, formando um biofilme viscoso 
que protege a bactéria dos anticorpos, complemento, 
fagócitos e antibióticos. 
➢ Os organismos também secretam uma exotoxina e diversos 
outros fatores de virulência. A exotoxina A, da mesma forma 
que a toxina diftérica, inibe a síntese proteica através da 
inibição da proteína ribossômica de fator de elongamento 2. P. 
aeruginosa também libera a exoenzima S, a qual ribosila ADP, 
RAS e outras proteínas G que regulam o crescimento e o 
metabolismo celular. Os organismos também secretam uma 
fosfolipase C que lisa os eritrócitos e degrada surfactantes 
pulmonares, e uma elastase que degrada IgG e proteínas da 
matriz extracelular. Essas enzimas podem ser importantes na 
invasão e destruição tecidual da córnea na ceratite. 
Finalmente, P. aeruginosa produz componentes que contêm 
ferro e que são extremamente tóxicos para as células 
endoteliais e, portanto, podem causar as lesões vasculares que 
são características dessa infecção 
• Endotoxina LPS – causa sepse facilmente 
MICOBACTÉRIAS 
MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS 
➢ Mycobacterium tuberculosis ou Bacilos de Koch 
➢ Bacilos delgados e ligeiramente curvos 
➢ São imóveis, não esporulados e não capsulados 
➢ Aeróbios estritos 
➢ Faixa de temperatura ótima de crescimento é 35-37°C 
➢ São álcool ácido resistentes corando-se de vermelho 
- Apresentam parede celular lipídica cérea e espessa 
que impede a penetração do cristal violeta 
➢ Formam agrupamentos em ramos alongados e tortuosos, 
conhecidos como cordas – fator corda. 
O Mycobacterium tuberculosis é responsável pela maioria dos 
casos de tuberculose; o reservatório da infecção é humano com 
tuberculose ativa. 
É importante que a infecção por M. tuberculosis seja diferenciada 
da doença. A infecção é a presença dos organismos, os quais podem 
ou não causar doença clinicamente significativa. A maioria das 
infecções é adquirida através de transmissão pessoaa-pessoa de 
organismos veiculados pelo ar, de um caso ativo para um 
hospedeiro suscetível. Na maioria das pessoas, a tuberculose 
primária é assintomática, apesar de poder causar febre e efusão 
pleural. Geralmente, a única evidência da infecção, se alguma 
permanecer, é um nódulo pequeno e fibrocalcificado no local da 
infecção. Organismos viáveis podem permanecer dormentes em 
tais lesões por décadas. Se as defesas imunes forem diminuídas, a 
infecção pode reativar para produzir doença comunicável e 
potencialmente ameaçadora à vida. 
A infecção tipicamente leva ao desenvolvimento de 
hipersensibilidade tardia aos antígenos de M. tuberculosis, a qual 
pode ser detectada através do teste dérmico da tuberculina 
(Mantoux). 
PATOGENIA 
A patogenia da tuberculose em uma pessoa imunocompetente não 
exposta previamente depende do desenvolvimento de imunidade 
antimicobacteriana mediada por células, a qual confere resistência 
às bactérias e também resulta no desenvolvimento de 
hipersensibilidade aos antígenos micobacterianos. As 
manifestações patológicas da tuberculose, como os granulomas 
caseosos e a cavitação, são o resultado da hipersensibilidade que 
se desenvolve em conjunto com a resposta imune protetora do 
hospedeiro. Devido às células efetoras que medeiam a proteção 
imune também mediarem a hipersensibilidade e a destruição 
tecidual, o aparecimento de hipersensibilidade também sinaliza a 
aquisição de imunidade ao organismo. 
Os macrófagos são as células primárias infectadas por M. 
tuberculosis. Precocemente na infecção, o bacilo da tuberculose se 
multiplica essencialmente de forma incontrolada, enquanto 
tardiamente na infecção, a resposta celular estimula os macrófagos 
a conter a proliferação da bactéria. 
1. M. tuberculosis penetra em macrófagos por endocitose mediada 
por diversos receptores dos macrófagos: receptores manose se 
ligam à lipoarabinomanana (glicolipídio na parede celular 
bacteriana), e receptores do complemento se ligam a 
micobactéria opsonizada. 
2. Uma vez dentro do macrófago, os organismos M. tuberculosis se 
replicam no interior de fagossomos através do bloqueio da fusão 
do fagossomo e lisossomo. O M. tuberculosis bloqueia a 
formação do fagolisossomo através da inibição de sinais de Ca2+ 
e do recrutamento e montagem de proteínas que medeiam a 
fusão fagossomo-lisossomo. Portanto, durante o estágio inicial 
da tuberculose primária (<3 semanas) em um individuo não 
sensibilizado, as bactérias se proliferam nos macrófagos 
alveolares pulmonares e nos espaços aéreos, resultando em 
bacteremia e semeadura de múltiplos locais. Apesar da 
bacteremia, a maioria das pessoas nesse estágio é 
assintomática ou possui uma doença branda semelhante à 
gripe. 
3. A maquiagem genética do hospedeiro pode influenciar o curso 
da doença. Em algumas pessoas com polimorfismos no gene 
NRAMP1, a doença pode progredir devido à ausência de uma 
resposta imune eficaz. A NRAMP1é uma proteína 
transmembrana encontrada nos endossomos e lisossomos que 
bombeiam cátions divalentes (p. ex., Fe2+) para fora do 
lisossomo. A NRAMP1 pode inibir o crescimento microbiano 
através da limitação da disponibilidade de íons necessários para 
a bactéria 
4. Cerca de 3 semanas após a infecção, uma resposta T-auxiliar 1 
(TH1) é montada, a qual ativa macrófagos para tornarem 
bactericidas. A resposta é iniciada por antígenos micobacterianos 
que penetram em linfonodos de drenagem e são revelados para 
célulasT. A diferenciação das células TH1 depende de IL-12, a 
qual é produzida por células apresentadoras de antígenos que 
encontraram a micobactéria. O M. tuberculosis produz diversas 
moléculas que são ligantes para TLR2, e a estimulação de TLR2 
por estes ligantes promove a produção de IL-12 por células 
dendríticas. 
5. Células TH1 maduras, tanto nos linfonodos quanto nos pulmões, 
produzem IFN-γ. O IFN-γ é o mediador crítico que permite que os 
macrófagos contenham a infecção por M. tuberculosis. O IFN-γ 
estimula a formação do fagolisossomo nos macrófagos 
infectados, expondo as bactérias a um ambiente ácido inóspito. 
O IFN-γ também estimula a expressão do óxido nítrico sintetase 
induzível, a qual produz óxido nítrico, capaz de destruir diversos 
constituintes micobacterianos, da parede celular ao DNA 
6. Além de estimular os macrófagos a destruir a micobactéria, a 
resposta TH1 orquestra a formação de granulomas e necrose 
caseosa. Os macrófagos ativados pelo IFN-γ se diferenciam em 
“histiócitos epitelioides” que caracterizam a resposta 
granulomatosa, e podem se fusionar para formar células 
gigantes. Em muitas pessoas essa resposta estaciona a infecção 
antes de uma distruição tecidual ou doença signifi cativa. Em 
outras pessoas, a infecção progride devido a idade avançada ou 
imunossupressão, e a resposta imune contínua resulta em 
destruição tecidual devido a caseação e cavitação. Macrófagos 
ativados também secretam TNF, o qual promove o recrutamento 
de mais monócitos. A importância do TNF é ressaltada pelo fato de que 
pacientes com artrite reumatoide que são tratados com antagonistas de 
TNF possuem um risco aumentado de reativação da tuberculose. 
7. Além da resposta TH1, as células T-NK que reconhecem 
antígenos lipídicos micobacterianos ligados ao CD1 em células 
apresentadoras de antígenos, ou células T que expressam um 
receptor γδ de células T, também produzem IFN-γ. Entretanto, 
está claro que as células TH1 possuem um papel central nesse 
processo, já que defeitos em qualquer um dos passos na geração 
de uma resposta TH1 resultam na ausência de resistência e 
progressão da doença. 
Em resumo, a imunidade ao M. tuberculosis é primariamente 
mediada pelas células TH1, as quais estimulam os macrófagos a 
destruir as bactérias. Essa resposta imune, embora largamente efi 
caz, ocorre à custa da hipersensibilidade e acompanha a destruição 
tecidual. A reativação da infecção ou reexposição aos bacilos em 
um hospedeiro previamente sensibilizado resulta em uma rápida 
mobilização de uma reação defensiva, mas também em elevação 
da necrose tecidual. Assim como a hipersensibilidade e a resistência 
estão correlacionadas, da mesma forma a perda de 
hipersensibilidade (indicada pela negatividade à tuberculina em um 
indivíduo previamente positivo para tuberculina) pode ser um sinal 
ameaçador de que a resistência ao organismo esvaiu-se. 
ASPECTOS CLÍNICOS 
A tuberculose primária é a forma da doença que se desenvolve em 
uma pessoa previamente não exposta e, portanto, não sensibilizada 
 A fonte do organismo é exógena 
 5% das pessoas primo-infectadas desenvolvem doença 
clinicamente significativa 
 Os idosos e pessoas profundamente imunossuprimidas podem 
perder sua imunidade ao M. tuberculosis e, portanto, podem 
desenvolver uma tuberculose primária mais de uma vez 
 Na maioria das pessoas a e pessoas profundamente 
imunossuprimidas podem perder sua imunidade ao M. 
tuberculosis e, portanto, podem desenvolver uma tuberculose 
primária mais de uma vez 
 Diagnóstico pode ser difícil 
 a tuberculose primária progressiva mais frequentemente se 
assemelha a uma pneumonia bacteriana aguda, com 
consolidação dos lobos inferior e médio, adenopatia hilar e 
efusão pleural a cavitação é rara, especialmente em pessoas com 
imunossupressão severa. A disseminação linfadeno-
hematogênica pode resultar no desenvolvimento da meningite 
tuberculosa e tuberculose miliar (tipo de tuberculose com risco 
potencial à vida que ocorre quando um grande número de 
bactérias se desloca pela corrente sanguínea e se dissemina pelo 
corpo) 
A tuberculose secundária é o padrão da doença que surge em um 
hospedeiro previamente sensibilizado. 
 Pode surgir logo após a tuberculose primária, porém mais 
comumente ela aprece muitos anos após a infecção inicial, 
usualmente quando a resistência do hospedeiro está 
enfraquecida 
 Ela mais comumente deriva da reativação de uma infecção 
latente (não possui sinais ou sintomas da doença), mas também 
pode resultar de uma reinfecção exógena no caso de uma 
redução da imunidade do hospedeiro ou quando um grande 
inóculo de bacilos virulentos inunda o sistema imune do 
hospedeiro. A reativação é mais comum em áreas de baixa 
prevalência, enquanto a reinfecção desempenha um importante 
papel em regiões de alto contágio. 
 Envolve o ápice dos lobos superiores de um ou ambos os 
pulmões. 
 Devido à preexistência de hipersensibilidade, os bacilos elicitam 
uma imediata e marcada resposta tecidual que tende a isolar o 
foco de infecção. Como resultado, os linfonodos regionais são 
menos prontamente envolvidos inicialmente na doença 
secundária do que o são na tuberculose primária 
 A cavitação ocorre prontamente na forma secundária. De fato, a 
cavitação é quase inevitável em tuberculoses secundárias 
negligenciadas, e a erosão das cavidades em uma via aérea é uma 
importante fonte de infecção porque a pessoa agora tosse 
escarro que contém bactérias. 
 A tuberculose secundária localizada pode ser assintomática. 
 Quando aparecem manifestações, elas são usualmente de início 
insidioso. Sintomas sistêmicos, provavelmente relacionados a 
citocinas liberadas por macrófagos ativados (p. ex., TNF e IL-1), 
frequentemente aparecem precocemente no curso e incluem 
mal-estar, anorexia, perda de peso e febre. Comumente, a febre 
é baixa e remitente (aparecendo no fim de cada tarde e então 
decrescendo), e ocorrem suores noturnos. 
 Com o envolvimento pulmonar progressivo, aparece uma 
elevação da quantidade de escarro, primeiramente mucoide e 
depois purulento. Algum grau de hemoptise está presente em 
cerca de metade dos casos de tuberculose pulmonar. Dor 
pleurítica pode resultar da extensão da infecção para as 
superfícies pleurais. Manifestações extrapulmonares de 
tuberculose são numerosas e dependem do sistema de órgãos 
envolvido 
O diagnóstico da doença pulmonar é baseado em parte na história 
e nos achados físicos e radiográfi cos de consolidação ou cavitação 
nos ápices dos pulmões. Entretanto, apesar de tudo, o bacilo da 
tuberculose deve ser identifi cado. Esfregaços e culturas ácido-
resistentes do escarro de pacientes suspeitos de ter tuberculose 
devem ser realizados. 
O prognóstico é geralmente favorável se as infecções são 
localizadas nos pulmões, exceto quando elas são causadas por 
cepas resistentes às drogas ou ocorrem em indivíduos idosos, 
debilitados ou indivíduos imunossuprimidos, os quais estão sob alto 
risco para o desenvolvimento da tuberculose miliar. 
Todos os estágios de infecção pelo HIV estão associados a um 
aumento do risco de tuberculose. O uso de terapia antirretroviral 
altamente ativa (HAART) reduz o risco de tuberculose em pessoas 
com infecção pelo HIV, mas mesmo com HAART, pessoas infectadas 
pelo HIV são mais propensas a adquirir tuberculose do que as não 
infectadas. 
As manifestaçõesda tuberculose diferem, dependendo do grau de 
imunossupressão. Pessoas com uma imunossupressão menos intensa 
(contagem de células T CD4+ > 300 células/mm3) apresentam uma 
tuberculose secundária usual (doença apical com cavitação). Pessoas com 
imunossupressão mais avançada (contagem de células T CD4+ < 200 
células/mm3) apresentam um quadro clínico que se assemelha à 
tuberculose primária progressiva. A extensão da imunodeficiência também 
determina a frequência de envolvimento extrapulmonar, variando de 10% 
a 15% em pessoas moderadamente imunossuprimidas a mais de 50% 
naquelas com imunodeficiência intensa. 
 
Granuloma – focos de Ghon

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