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- Também chamado de ciclo do ácido cítrico ou ciclo do ácido tricarboxílico (TCA); - É o que sustenta o metabolismo, com vias catabólicas chegando e vias anabólicas partindo, sendo cuidadosamente regulado em coordenação com outras vias; Visão geral do metabolismo energético; - Antes de entrarem no ciclo de Krebs, os esqueletos de carbono dos açúcares e ácidos graxos são convertidos ao grupo acetil da acetil-CoA, a forma na qual a maioria dos combustíveis entra no ciclo; - O piruvato é oxidado a acetil-CoA e CO2 pelo COMPLEXO DA PIRUVATO-DESIDROGENASE (PDH), um grupo de enzimas localizado nas mitocôndrias de células eucarióticas e no citosol de bactérias; - A reação geral catalisada trata-se de uma DESCARBOXILAÇÃO OXIDATIVA, um processo de oxidação irreversível no qual o grupo carboxil é removido do piruvato na forma de uma molécula de CO2, e os dois carbonos restantes são convertidos ao grupo acetil da acetil-CoA; - São, ao todo, 9 reações mediadas por 8 enzimas e que fazem a oxidação da acetil-CoA; a acetil-CoA doa seu grupo acetil ao composto de quatro carbonos oxaloacetato, formando o composto de seis carbonos CITRATO (triácido, base conjugada do ácido cítrico). Esse processo ficou conhecido como condensação de Claisen e é catalisado pela enzima citrato-sintase; O citrato é transformado pela enzima aconitase em CIS-ACONITATO (triácido de 6C) por uma reação de desidratação (perde-se uma hidroxila e um hidrogênio); A mesma enzima aconitase o transforma em ISOCITRATO (triácido de 6C); O cis-aconitato não é liberado no meio; O isocitrato é desidrogenado com a perda de CO2 (descarboxilado) pela enzima isocitrato desidrogenase para produzir o composto diácido de 5C ALFA- CETOGLUTARATO/OXOGLUTARATO. Isso gera um NADH; O alfa-cetoglutarato perde uma segunda molécula de CO2, virando SUCCINIL CO-A (diácido de 4C) e gerando outro NADH pela ação do complexo alfa-cetoglutarato desidrogenase; Origina-se o diácido de 4C SUCCINATO pela enzima succinil CoA sintetase, gerando ATP sem a necessidade de oxigênio (fosforilação ao nível do substrato); O succinato vira FUMARATO (diácido de 4C) pela ação da succinato desidrogenase, com perda de 2 hidrogênios na forma de FADH2; - A succinato desidrogenase é a única enzima ligada á membrana da mitocôndria presente no ciclo de Krebs, as outras 7 enzimas são solúveis na matriz mitocondrial; O fumarato é hidratado pela fumarase, gerando MALATO (diácido de 4C); O malato é oxidado pela malato desidrogenase, formando OXALACETATO (diácido de 4C) e outro NADH; - Em cada rodada do ciclo entra um grupo acetil (2C) na forma de acetil-CoA, e são removidas duas moléculas de CO2. Uma molécula de oxaloacetato é utilizada para a formação do citrato e uma molécula de oxaloacetato é regenerada, não ocorrendo nenhuma remoção líquida de oxalacetato e podendo participar da oxidação de um número infinito de grupos acetil; RESUMO: A 1ª e a 5ª reações são irreversíveis; 4ª e 5ª reações: liberam 1 CO2 e 1 NADH cada; 6ª reação: gera ATP; 7ª reação: gera FADH2; 9ª reação: gera NADH; GTP- organismos inferiores/ ATP: organismos superiores; - Se considerarmos a oxidação da molécula de glicose que gerou 2 piruvatos, os quais foram introduzidos na mitocôndria virando 2 acetilas, uma glicose gerará 6 NADH, 2 FADH2 e 2 ATP; - Embora o ciclo do ácido cítrico gere diretamente somente um ATP por rodada (na conversão de succinil- CoA a succinato), as quatro etapas de oxidação do ciclo abastecem a cadeia respiratória, via NADH e FADH2, com um grande fluxo de elétrons e, assim, levam à formação de um grande número de moléculas de ATP durante a forforilação oxidativa; - Embora o ciclo do ácido cítrico seja fundamental ao metabolismo gerador de energia, sua função não está limitada à conservação energética (é um ciclo aberto). Intermediários do ciclo com 4 e 5 carbonos servem como precursores para uma ampla variedade de produtos. Para repor os intermediários removidos com este propósito, as células utilizam REAÇÕES ANAPLERÓTICAS (DE REPOSIÇÃO); - Alguns microrganismos anaeróbios atuais utilizam um ciclo de Krebs incompleto não como fonte de energia, mas de precursores biossintéticos. Esses organismos utilizam as três primeiras reações do ciclo para sintetizarem alfa-cetoglutarato, porém, como carecem de alfa-cetoglutarato-desidrogenase, não podem realizar o conjunto completo das reações do ciclo de Krebs; - O que esses organismos de fato possuem são 4 enzimas que catalisam a conversão reversível de oxaloacetato a succinil-CoA e podem produzir malato, fumarato, succinato e succinil-CoA a partir de oxaloacetato, em uma inversão do sentido “normal” (oxidativo) do fluxo do ciclo. Essa via é uma fermentação, e o NADH produzido pela oxidação do isocitrato a alfa- cetoglutarato é reciclado a NAD+ pela redução do oxaloacetato a succinato; - Em organismos aeróbios, o ciclo do ácido cítrico é uma via anfibólica, ou seja, que serve a processos catabólicos e anabólicos. Além do papel no catabolismo oxidativo de carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos, o ciclo fornece precursores para muitas vias de biossíntese; - O alfa-cetoglutarato e o oxaloacetato podem, por exemplo, ser os precursores dos aminoácidos aspartato e glutamato por simples transaminação. Por meio do aspartato e do glutamato, os carbonos do oxaloacetato e alfa-cetoglutarato são, então, utilizados para a síntese de outros aminoácidos, assim como para a síntese de nucleotídeos de purinas e pirimidinas. O oxaloacetato é convertido em glicose na gliconeogênese. A succinil-CoA é um intermediário central para a síntese do anel porfirínico dos grupos heme, que agem como transportadores de oxigênio (na hemoglobina e na mioglobina) e transportadores de elétrons (nos citocromos); - A reação anaplerótica mais importante no fígado e nos rins de mamíferos é a carboxilação reversível do piruvato pelo CO2 para a formação de oxaloacetato, catalisada pela piruvato-carboxilase. Quando o ciclo do ácido cítrico está deficiente em oxaloacetato ou qualquer outro intermediário, o piruvato é carboxilado para produzir mais oxaloacetato; - A piruvato-carboxilase é uma enzima de regulação essencialmente inativa na ausência de acetil-CoA, seu modulador alostérico. Sempre que a acetil-CoA, o combustível do ciclo do ácido cítrico, está presente em excesso, ela estimula a reação da piruvato-carboxilase para a produção de mais oxaloacetato, permitindo que o ciclo utilize mais acetil-CoA na reação da citrato-sintase; Em vermelho: reações anapleróticas; - As reações de “esvaziamento” (quando um intermediário é retirado do ciclo) são denominadas REAÇÕES CATAPLERÓTICAS; - A velocidade global do ciclo do ácido cítrico é controlada pela taxa de conversão do piruvato a acetil-CoA e pelo fluxo pelas enzimas citrato-sintase, isocitrato- desidrogenase e alfa-cetoglutarato-desidrogenase. Esses fluxos são determinados pelas concentrações dos substratos e dos produtos: os produtos finais ATP e NADH são inibidores, e os substratos NAD+ e ADP são estimuladores; - A produção de acetil-CoA para o ciclo do ácido cítrico pelo complexo da PDH é inibida alostericamente pelos metabólitos que sinalizam a suficiência de energia metabólica/combustível disponível em grande quantidade (ATP, acetil-CoA, NADH e ácidos graxos), sendo estimulada pelos metabólitos que indicam um suprimento de energia reduzido/quando a demanda de energia está alta e a célula necessita de um maior fluxo de acetil-CoA para o ciclo de Krebs (AMP, NAD+, CoA); - Os complexos multienzimáticos asseguram a passagem eficiente do produto de uma reação enzimática para a próxima enzima da via. Tais complexos são chamados de metabolons e existem fortes evidências da canalização de substratos por eles possibilitada; - Em muitos organismos que não os vertebrados, o ciclo do glioxilato funciona como mecanismopara a conversão de acetato a carboidratos. Em plantas, certos invertebrados e alguns microrganismos (incluindo E. coli e levedura), o acetato pode ser tanto um combustível rico em energia como uma fonte de fosfoenolpiruvato para a síntese de carboidratos. Nesses organismos, as enzimas do ciclo do glioxilato catalisam a conversão líquida de acetato a succinato ou outros intermediários de 4 carbonos do ciclo de Krebs; - No ciclo do glioxilato, a acetil-CoA é condensada com o oxaloacetato para formar CITRATO, e o citrato é convertido a ISOCITRATO, exatamente como no ciclo do ácido cítrico. A próxima etapa, porém, não é a quebra do isocitrato pela isocitrato-desidrogenase, mas a clivagem do isocitrato pela isocitrato-liase, formando SUCCINATO e GLIOXILATO. O glioxilato, então, é condensado com uma segunda molécula de acetil-CoA para a geração de MALATO, em uma reação catalisada pela malato-sintase. O malato é posteriormente oxidado a OXALOACETATO, o qual pode ser condensado com outra molécula de acetil- CoA para iniciar outra volta do ciclo ou pode ser convertido a fosfoenolpiruvato pela PEP-carboxicinase, e, assim, à glicose pela gliconeogênese; - Os vertebrados não têm as enzimas específicas do ciclo do glioxilato (isocitrato-liase e malato-sintase) e, portanto, não conseguem realizar a síntese líquida de glicose a partir de lipídeos; - O compartilhamento de intermediários comuns requer que os ciclos de Krebs e do glioxilato sejam reguladas de forma coordenada. O isocitrato é um intermediário crucial, no ponto de ramificação entre essas vias. A regulação da atividade da isocitrato-desidrogenase determina a participação alternada do isocitrato entre os ciclos do glioxilato e de Krebs. Quando a enzima está inativada por fosforilação (por uma proteína-cinase específica), o isocitrato é direcionado para reações biossintéticas, via ciclo do glioxilato. Quando a enzima é ativada por desfosforilação (por uma fosfatase específica), o isocitrato entra no ciclo de Krebs e ATP é produzido;
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