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TCC VANESSA FERREIRA 291715 CERTO


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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA 
CAMPUS DE JOAÇABA 
ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS - ACET 
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA 
 
 
 
 
 
 
 
VANESSA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto de um sistema térmico para aquecimento de água através da combustão de 
pellet de biomassa 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joaçaba 
2020
2 
 
 
VANESSA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
Projeto de um sistema térmico para aquecimento de água através da combustão de 
pellet de biomassa 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dimensionamento térmico de um sistema 
para aquecimento de água através da 
combustão de pellet de biomassa no 
Curso de Engenharia Mecânica, Área das 
Ciências Exatas e Tecnológicas da 
Universidade do Oeste de Santa Catarina, 
como requisito para conclusão do 
Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
 
 
Professor orientador do componente curricular: Prof. Cristiano Meneghini, M. Eng. 
 
 
 
 
Joaçaba 
2020
VANESSA FERREIRA 
 
 
 
Projeto de um sistema térmico para aquecimento de água através da combustão de 
pellet de biomassa 
 
 
Dimensionamento térmico de um sistema para 
aquecimento de água através da combustão de 
pellet de biomassa no Curso de Engenharia 
Mecânica, Área das Ciências Exatas e 
Tecnológicas da Universidade do Oeste de Santa 
Catarina, como requisito para conclusão do 
Trabalho de Conclusão de Curso. 
 
 
Aprovado em, 27 de Outubro de 2020. 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
 
_______________________________________ 
CRISTIANO MENEGHINI 
Prof. Orientador 
Universidade do Oeste de Santa Catarina 
 
_______________________________________ 
GUIDO WILLIAN NAVIA VALÉRIO 
Prof. 
Universidade do Oeste de Santa Catarina 
 
_______________________________________ 
JOAO HENRIQUE BAGETTI 
Prof. 
Universidade do Oeste de Santa Catarina 
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Dedico este trabalho primeiramente a Deus 
pois sem Ele nada seria possível, a minha 
família, meu noivo e amigos que sempre me 
apoiaram. Graças a eles, aprendi valores que 
me fizeram lutar sempre pelos meus sonhos 
e objetivos e que com Graça de Deus fossem 
alcançados, sem jamais desanimar. 
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AGRADECIMENTOS 
Sou grata a Deus por sempre estar ao meu lado, e que através do Espírito Santo pude 
sempre permanecer firme na caminhada. 
Agradeço ao professor Cristiano por toda orientação e dedicação que teve para que 
este trabalho fosse concluído. 
Ao professor Douglas Zaions pela sua dedicação e comprometimento com a 
coordenação do Curso de Engenharia Mecânica. 
Á minha família por serem meu alicerce sempre me apoiar e me ensinar valores que 
me traziam forças para nunca desistir. 
Ao meu noivo Luan Cezar Ribeiro da Silva que me acompanha nesta jornada e me 
ajudou a sempre buscar fazer o melhor. 
Aos professores, pela dedicação. 
Aos meus amigos, pelo incentivo, amizade e companhia nos momentos de estudo. 
A todos que, de uma forma ou outra, colaboraram para que este trabalho fosse 
realizado com êxito. 
 
 
 
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"E a esperança não engana. Porque o amor de 
Deus foi derramado em nossos corações pelo 
Espírito Santo que nos foi dado." 
Romanos, 5 - 5 
 
 
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1. Triângulo de fogo ...................................................................................... 18 
Figura 2. Principais processos de conversão em energéticos. .................................. 23 
Figura 3. Categorias quanto à alimentação de pellet. .............................................. 28 
Figura 4. Queimador a pellet com alimentação inferior. .......................................... 29 
Figura 5. Queimador a pellet com alimentação inferior. .......................................... 29 
Figura 6. Queimador a pellet com alimentação horizontal ....................................... 30 
Figura 7. Queimador a pellet com alimentação horizontal. ...................................... 31 
Figura 8. Lareira a pellet ........................................................................................... 32 
Figura 9. Boiler a pellet. ........................................................................................... 33 
Figura 10. Queimador de pellet adaptável. ............................................................... 33 
Figura 11. Queimador a pellet instalado a um trocador de calor ar/ar...................... 34 
Figura 12. Fluxograma Planejamento de Produto .................................................... 45 
 Figura 13. Fluxograma Projeto informacional ......................................................... 46 
Figura 14. Fluxograma Projeto preliminar. .............................................................. 47 
Figura 15. Fluxograma Projeto detalhado. ............................................................... 47 
Figura 16. Fluxograma Planejamento de pesquisa. ................................................. 48 
Figura 17. Escopo do sistema de aquecimento ......................................................... 71 
Figura 18. Características dos materiais combustíveis ............................................. 73 
Figura 19. Tabela Termodinâmica ............................................................................ 83 
Figura 20. Taxa de carregamento indicadas por algumas fornalhas em operação ... 85 
Figura 21. Diagrama 01 ............................................................................................ 88 
Figura 22. Organização dos tubos no espelho .......................................................... 89 
Figura 23. Corpo do trocador de calor ...................................................................... 99 
Figura 24. Organização dos tubos no espelho ........................................................ 100 
Figura 25. Conjunto final ........................................................................................ 101 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1. Principais características dos pellets .................................................................... 25 
Tabela 2. Parâmetros usados na Áustria e Suécia (GARCIA et al, 2017) .......................... 26 
Tabela 3. Parâmetros usados na Alemanha e Estados Unidos ............................................ 26 
Tabela 4. Diagrama de Gant ................................................................................................ 56 
Tabela 5. Matriz de apoio ao levantamento das necessidades dos clientes ......................... 60 
Tabela 6. Necessidades dos clientes .................................................................................... 62 
Tabela 7. Matriz de apoio a conversão dos requisitos de usuário em requisitos de projeto.
 .............................................................................................................................................. 64 
Tabela 8. Necessidades dos clientes .................................................................................... 66 
Tabela 9. Necessidades dos clientes .................................................................................... 67 
Tabela 10. Composição química da lenha ........................................................................... 74 
Tabela 11. Valores normalmente indicados para o coeficiente de excesso de ar ................ 76 
Tabela 12. Composição química do aço ASTM A-36....................................................... 103 
Tabela 13 - ASTM A-178 ................................................................................................... 104 
Tabela 14 – Tabela de Custos ............................................................................................. 106 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
LISTA DE EQUAÇÕES 
 
 
Equação 01 ...........................................................................................................................72 
Equação 02 ......................................................................................................................... 73 
Equação 03 .......................................................................................................................... 74 
Equação 04 ........................................................................................................................... 75 
Equação 05 ........................................................................................................................... 76 
Equação 06 ........................................................................................................................... 77 
Equação 07 ........................................................................................................................... 77 
Equação 08 ........................................................................................................................... 78 
Equação 09 ........................................................................................................................... 79 
Equação 10 ........................................................................................................................... 80 
Equação 11 ........................................................................................................................... 81 
Equação 12 ........................................................................................................................... 81 
Equação 13 ........................................................................................................................... 82 
Equação 14 ........................................................................................................................... 82 
Equação 15 ........................................................................................................................... 84 
Equação 16 ........................................................................................................................... 85 
Equação 17 ........................................................................................................................... 85 
Equação 18 ........................................................................................................................... 86 
Equação 19 ........................................................................................................................... 87 
Equação 20 ........................................................................................................................... 87 
Equação 21 ........................................................................................................................... 87 
Equação 22 ........................................................................................................................... 88 
Equação 23 ........................................................................................................................... 90 
Equação 24 ........................................................................................................................... 90 
Equação 25 ........................................................................................................................... 91 
Equação 26 ........................................................................................................................... 93 
Equação 27 ........................................................................................................................... 93 
Equação 28 ........................................................................................................................... 93 
Equação 29 ........................................................................................................................... 94 
Equação 30 ........................................................................................................................... 94 
Equação 31 ........................................................................................................................... 95 
10 
 
 
Equação 32 ........................................................................................................................... 95 
Equação 33 ........................................................................................................................... 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 15 
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ..................................................................................... 15 
1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 16 
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 16 
1.5 OBJETIVOS ................................................................................................................ 17 
1.5.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 17 
1.5.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 17 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 18 
2.1 PRINCÍPIOS DA COMBUSTÃO ................................................................................. 18 
2.2 BIOMASSA ................................................................................................................. 20 
2.2.1 Tipos De Biomassa..................................................................................................... 20 
2.2.2 Combustão Da Biomassa ........................................................................................... 21 
2.3 BIOCOMBUSTÍVEL DA MADEIRA - PELLET ...................................................... 23 
2.3.1 Propriedade dos Pellets .............................................................................................. 24 
2.3.2 Normas Utilizadas para Padronização e Caracterização de Pellets ............................ 25 
2.3.3 Mercado De Pellets ....................................................................................... 26 
2.4 QUEIMADORES .......................................................................................... 27 
2.4.1 Tipos de Queimadores ................................................................................... 27 
2.4.1.1 Queimador de alimentação inferior .................................................................. 28 
2.4.1.2 Queimador de alimentação horizontal .............................................................. 29 
2.4.1.3 Queimador de alimentação superior ................................................................. 31 
2.5 TROCADORES DE CALOR ......................................................................... 34 
2.5.1 Trocadores de Calor Casco e Tubo .................................................................. 35 
2.5.2 Trocador de Calor de Placas ........................................................................... 38 
2.5.3 Trocador de Calor Adiabático ......................................................................... 38 
2.5.4 Trocador de Calor de Placas Aletadas .............................................................. 39 
2.5.5 Trocador de Calor de Fluido ........................................................................... 39 
2.5.6 Unidade de Recuperação de Calor de Resíduos ................................................. 39 
2.5.7 Trocadorde Calor de Superfície Raspada Dinâmico .......................................... 40 
2.6 ANÁLISE DE TROCADOR DE CALOR .................................................................. 40 
2.6.1 Análise de Trocador de Calor por Média Logarítmica ....................................... 41 
12 
 
 
2.6.2 Análise de Trocador de Calor pelo Método da Efetividade Nut ................................ 41 
3 METODOLOGIA APLICADA ............................................................................. 42 
3.1 MÉTODO DE PESQUISA ....................................................................................... 43 
3.2 PROCEDIMENTO PARA AQUISIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE 
DADOS ................................................................................................................................ 43 
3.3 PLANEJAMENTO DE PRODUTO .......................................................................... 44 
3.4 PLANEJAMENTO DE PROJETO ............................................................................ 45 
3.4.1 Projeto Informacional ............................................................................................... 45 
3.4.2 Projeto Conceitual .................................................................................................... 46 
3.4.3 Projeto Preliminar ..................................................................................................... 46 
3.4.4 Projeto Detalhado ..................................................................................................... 47 
3.5 PLANEJAMENTO DE PESQUISA .......................................................................... 48 
3.5.1 Fase I - Planejamento de Pesquisa ............................................................................. 48 
3.5.2 Fase II – Revisão Bibliográfica .................................................................................. 49 
3.5.3 Fase III – Resultados e Discuções .............................................................................. 50 
3.5.4 Fase IV – Documentação do Projeto e Socialização dos Resultados ......................... 51 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 52 
4.1 PLANEJAMENTO DO PRODUTO .......................................................................... 52 
4.1.1 Análise do Mercado e Viabilidade ........................................................................... 52 
4.1.2 Análise das Tecnologias e Concorrentes .................................................................. 53 
4.1.3 Análise do Consumidor e Estimativa do Valor do Produto ...................................... 53 
4.1.4 Descrição dos Requisitos .......................................................................................... 53 
4.1.5 Planejamento do Projeto ........................................................................................... 54 
4.2 PROJETO INFORMACIONAL ................................................................................ 57 
4.2.1 Etapa I – Identificação do Problema de Projeto ....................................................... 57 
4.2.2 Identificação da Demanda ........................................................................................ 58 
4.2.3 Identificação do Ciclo de Vida do Produto ............................................................... 58 
4.2.4 Levantamento das Necessidades do Cliente ............................................................. 62 
4.2.5 Requisitos de Projeto ................................................................................................ 63 
4.2.6 Especificação de Projeto de Produto ........................................................................ 66 
4.3 PROJETO CONCEITUAL ........................................................................................ 68 
4.3.2 Elaboração da Matriz Morfológica ............................................................................ 68 
4.3.3 Princípios de Decisão ................................................................................................. 70 
4.4 PROJETO PRELIMINAR ......................................................................................... 71 
13 
 
 
4.5 DIMENSIONAMENTO E CÁLCULOS DO SISTEMA .......................................... 72 
4.5.2 Poder Calorífico Superior E Poder Calorífico Inferior ............................................. 72 
4.5.3 Cálculo De Massa Estequiométrica De Ar ............................................................... 74 
4.5.4 Cálculo De Volume Estequiométrico De Ar ............................................................ 75 
4.5.5 Cálculo De Massa De Ar .......................................................................................... 76 
4.5.6 Cálculo de Massa Estequiométrica de Gás e da Massa de Gás no Interior da 
Fornalha ................................................................................................................................ 77 
4.5.7 Cálculo do Calor Líquido na Câmera de Combustão ............................................... 78 
4.5.8 Cálculo de Temperatura dos Gases ........................................................................... 79 
4.5.9 Cálculo da Vazão Mássica de Combustível .............................................................. 80 
4.5.10 Cálculo do Volume da Câmera de Combustão ......................................................... 84 
4.5.11 Cálculo da Área da Grelha ........................................................................................ 84 
4.5.12 Rendimento Térmico ................................................................................................ 85 
4.6 DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR DE CALOR ........................................ 86 
4.6.1 Cálculo da Temperatura de Entrada dos Gases ........................................................ 86 
4.6.2 Configuração do Trocador de Calor ......................................................................... 88 
4.6.3 Cálculo da Velocidade do Ar ao Entrar no Trocador de Calor ................................. 89 
4.6.4 Cálculo de Energia Disponível no Trocador de Calor .............................................. 91 
4.6.5 Cálculo de Energia Disponível no Trocador de Calor .............................................. 92 
4.6.6 Cálculo do Coeficiente Externo de Convecção ........................................................ 94 
4.6.7 Cálculo do Coeficiente Global de Transferência de Calor ....................................... 96 
4.7 PROJETO DETALHADO ........................................................................................... 97 
4.7.1 Modelamento Geométrico ........................................................................................ 98 
4.7.2 Manufatura ............................................................................................................... 101 
4.7.3 Custos ....................................................................................................................... 105 
4.7.4 Manutenção do Trocador de Calor ........................................................................... 106 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 108 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 109 
APÊNDICE A - Procedimento de fabricação trocador de calor casco tubo ...................... 111 
APÊNDICE B – Prancha de projeto....................................................................................116 
ANEXO A - Diagrâmas ...................................................................................................... 119 
ANEXO B – Classificação das formas construtivas de trocadores de calor do tipo casco tubo 
de acordo com a Norma TEMA..........................................................................................12614 
 
 
RESUMO 
 
A realidade do mercado e a necessidade de se ter um sistema barato e eficiente, que ao mesmo 
tempo seja um sistema sustentável e que não agrida o meio em que vivemos. Para atender as 
necessidades e acompanhar o mercado, visando também a necessidade da empresa que está 
inserida no mercado de massas industrializadas, localizada no meio oeste catarinense, se 
pensou em um projeto de aquecimento através de um queimador de pellets e um trocador de 
calor, usando como combustível uma biomassa que muitas vezes é jogada fora pelos 
madeireiros. O projeto irá compor um sistema que terá trocador de calor casco tubo de um 
passe, dimensionado pela equipe de projeto, que aquecerá a água que está na temperatura 
ambiente de 25ºC até uma temperatura de 95ºC, necessária para aquecer estufas que hoje são 
aquecidas através de resistências elétricas. Utilizando os cálculos de dimensionamento 
térmico chegou-se ao resultado que será necessário 45,18 kg/h de pellets para aquecer 2000 
l/h através da combustão, visando perder a menor quantidade de calor para a atmosfera; um 
volume de 0,54 m³ para a câmara de combustão, um trocador de calor com 95 tubos, 
absorvendo cerca de 60,72 kW tendo como eficiência do equipamento em torno de 72%. O 
trocador foi dimensionado através do método DTML modelo matemático usado para 
dimensionar o trocador de calor. 
 
Palavras-chave: Biomassa. Combustão Queimador de Pellets. Trocador de calor. 
 
 
15 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este capítulo aborda os aspectos iniciais referentes à apresentação do tema abordado. 
Destaca-se uma breve introdução, seguida pelo objetivo geral e específicos, justificativa e 
breve descrição das obras acompanhadas. 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
Com resultado de várias pesquisas de campo tem-se a informação que as indústrias, 
hospitais, hotéis e até redes domiciliares estão em busca de uma fonte renovável de energia 
para gerar vapor ou somente aquecer a água, visando reduzir o consumo de energia e 
consequentemente o valor agregado para este consumo. 
Os queimadores hoje em dia não servem só como alimentação de caldeiras ou de pré- 
aquecedores, mas um novo conceito vem sendo exposto que coloca o queimador como 
equipamento primário de fornecimento de calor, assim tendo uma câmara de combustão que 
será abastecida por pellets de biomassa resíduos gerados das grandes madeireiras. Os pellets 
de biomassa são um combustível consideravelmente barato, sendo este um dos principais 
motivos da sua escolha para esse estudo. 
O queimador necessita de um trocador de calor que possa passar o calor para água e 
elevar a temperatura da água assim deixando própria para o uso. Para suprir a demanda é 
necessário mais que tecnologia e mão de obra capacitada de operação do equipamento. 
Atendendo aos requisitos de redução de custo, eficiência entre outros se faz necessária a 
compreensão do sistema de aquecimento ou de geração de vapor, conhecer todo o processo 
para evitar falhas de operação e custos desnecessários. 
Um dos maiores objetivos é o ganho de produtividade, eficiência e economia no 
processo desde o processo mais complexo até o mais simples. 
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA 
 
Uma ampla concorrência vem exigindo com que as empresas estejam em busca de 
alta produtividade e que os meios sustentáveis sejam utilizados, pois o grande número de 
cobranças e valorização deste mercado vem aumentando. 
A empresa de massas industrializadas, localizada no Meio-Oeste Catarinense, tem um 
processo produtivo que necessita elevar a temperatura da água de 25ºC para 95ºC e mantê-
16 
 
 
la aquecida. A água do processo referido é usada para aquecimento de estufas de massas, 
sendo que hoje a empresa utiliza um sistema por resistência elétrica que acaba tendo um gasto 
de energia paga exacerbado. 
O presente estudo visa, através do projeto de um sistema, solucionar o problema de 
aquecer e manter a água aquecida na faixa de 95ºC. Além disso, está sendo visado os custos 
do sistema e a utilização de um combustível bio renovável. 
Neste sentido a utilização de um sistema de aquecimento de água sustentável é ideal 
para a busca de diminuição de custo e alta produtividade, utilizando um projeto de um sistema 
que será composto por um queimador de pellets, ou seja um combustível bio renovável, e um 
trocador de calor casco-tubo. 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
O desenvolvimento deste projeto surgiu a partir de uma necessidade industrial. O 
sistema desenvolvido neste trabalho será composto de um queimador e um trocador de calor 
que irá aquecer a água na temperatura desejada. Pensando na sustentabilidade o queimador, 
que a empresa já possui, será abastecido por Pellets, uma biomassa que hoje na maioria das 
vezes é descartada, um combustível barato que irá atender a demanda do queimador e do 
trocador de calor. Eliminando as resistências elétricas, diminuído o custo gasto para esse 
processo. 
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO 
 
O presente trabalho de conclusão de curso foi seccionado em cinco principais capítulos, 
os quais serão descritos a seguir. 
No Capítulo 1, têm-se a introdução ao trabalho desenvolvido, em que se definem 
respectivamente, a contextualização, as hipóteses de pesquisa os objetivos, a justificativa e a 
estrutura do trabalho. 
No Capítulo 2, apresenta-se a fundamentação teórica, a qual. apresenta todas teorias e 
técnicas usada no presente trabalho tendo como fonte os principais autores da área abordada. 
No Capítulo 3, descreve-se a metodologia e procedimentos utilizados para o 
desenvolvimento do presente trabalho. 
No Capítulo 4, apresenta-se, inicialmente o produto final com todos os resultados e 
análises, assim se discute e apresentam-se os resultados obtidos com o trabalho. 
17 
 
 
No Capítulo 5, têm-se as conclusões pertinentes aos resultados obtidos. 
Finalizando, tem-se o Capítulo 6 o qual apresenta as referências bibliográficas adotadas 
para a realização do trabalho e o Apêndice. 
1.5 OBJETIVOS 
1.5.1 Objetivo Geral 
 
Desenvolver o projeto de dimensionamento térmico de um trocador de calor para 
aquecimento de água através da queima do pellet de biomassa. O método de desenvolvimento 
do projeto deverá seguir todas as etapas de desenvolvimento de um projeto. 
 
1.5.2 Objetivos Específicos 
 
• Identificar as principais obras literárias, artigos técnicos e científicos que abordam as 
características técnicas e funcionais de um queimador de pellets; 
• Identificar e compreender os aspectos teóricos da funcionalidade de um trocador de 
calor casco tubo; 
• Analisar os sistemas de aquecimento de água através de um trocador de calor casco 
tubo já existentes para esta funcionalidade; 
• Identificar possíveis melhorias e inovações; 
• Analisar custos e viabilidade; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
Neste capítulo serão abordados os assuntos: Princípios de Combustão, pellets de 
Madeira Queimadores de pellets e trocadores de calor. Estes temas serão analisados com 
base a história, bibliografia e informações de fabricantes de queimadores de pellets. 
 
2.1 PRINCÍPIOS DA COMBUSTÃO 
 
A combustão pode ser definida pela seguinte explicação “a oxidação rápida gerando 
calor, ou ambos, calor e luz; também, a oxidação lenta acompanhada por pequena liberação 
de calor e sem emissão de luz”. Segundo o dicionário Webster. 
A explicação dada pelo dicionário enfatiza a importância da combustão, pois converte 
a energia armazenada em ligações químicas em energia térmica que pode ser utilizada de 
várias formas. 
A combustão é mais conhecida nos dias de hoje como fogo. O Fogo é uma reação 
química que precisa de três componentes bem equilibrados para que venha a existir e produzir 
luz e energia térmica em forma de calor. Para isso devemos entender e conhecer quais seriam 
estes componentes. 
Basicamente são 3 elementos: fonte de ignição (calor) comburente e combustível que 
reagindoem cadeia originam o fogo como mostra a Figura 01. 
 
Figura 1. Triângulo de fogo 
Fonte: Energia da madeira, 2000 
19 
 
 
 
A composição dos gases que se desprendem, assim como a sua temperatura e 
disponibilidade do comburente, determina a cor da chama. No caso da combustão de madeira 
ou papel a chama é roxa, amarela ou alaranjada. Na queima de gases de hidrocarbonetos 
obtém-se uma chama azulada, e cores exóticas são obtidas quando são queimadas substâncias 
que contém elementos metálicos. 
Para formação do fogo são necessários três elementos, que reagem entre si. 
● Combustível - que alimenta o fogo e serve de campo para sua propagação. 
● Calor - que dá o início ao fogo, mantendo-o e propagando-o pelo combustível. O 
calor provém de fontes que se encontram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa 
de um cigarro ou a chama de um fogão de cozinha. 
● Comburente - é o ativador de fogo que dá a vida às chamas. O comburente mais 
comum é o oxigênio, elemento presente no ar que respiramos. Basta juntar o 
combustível, o comburente e uma fonte de calor, com a intensidade ideal, que teremos 
como resultado o fogo, ou seja, teremos formado o Triângulo do Fogo. 
É considerada combustão completa quando os reagentes são levados ao ser grau máximo 
de oxidação, conforme mostrado abaixo: 
C + O2 → CO2 + Q1 (1) 
H2 + ½O2 → H2O + Q2 (2) 
S + O2 → SO2 + Q3 (3) 
Nas reações acima, Q1, Q2 e Q3 representam a quantidade de calor liberada em cada uma 
das reações. 
Além das reações 1, 2 e 3 relacionadas acima, devemos destacar a reação que leva à 
formação de CO. 
C + ½O2 → CO + Q4 (4) 
É importante observar que, desde que adotadas as mesmas condições de temperatura 
e pressão, a quantidade de calor Q4 é menor que a quantidade Q1. Portanto, a combustão 
incompleta é um processo menos eficiente que a combustão completa, quando o que se 
procura é a liberação de calor. 
20 
 
 
Outro aspecto importante a ser destacado é o poder calorífico do combustível. A cada 
uma das reações elementares de combustão completa está associada a uma quantidade de 
calor liberada característica, denominada calor da reação. 
Mais explicitamente, entende-se por poder calorífico de um combustível o calor 
liberado durante a combustão completa de um quilograma do mesmo, no caso de 
combustíveis sólidos ou líquidos. 
 
2.2 BIOMASSA 
 
O termo biomassa engloba a matéria vegetal gerada através da fotossíntese e os seus 
derivados, tais como: resíduos florestais e agrícolas, resíduos animais e a matéria orgânica 
contida nos resíduos industriais, domésticos, municipais, etc. Estes materiais contêm energia 
química provinda da transformação energética da radiação solar. Essa energia química pode 
ser liberada diretamente por combustão, ou convertida através de algum processo em outras 
fontes energéticas mais adequadas, para um fim qualquer desejado, tal como o álcool e o 
carvão vegetal. Aproveitando aproximadamente 1 [ % ] do total da radiação solar incidente 
sobre a Terra, estima–se que anualmente sejam produzidas, pelo processo de fotossíntese, 
cerca de 220×109 toneladas de biomassa (base seca), o que equivale a uma energia de 2×1015 
[ MJ ], ou seja, mais que 10 vezes a energia global consumida por ano no nosso planeta 
(SMIL, 1985). O total de energia existente na cobertura vegetal da Terra, incluindo–se os 
bosques tropicais e temperados, as savanas e campos, é estimado como sendo cerca de 100 
vezes o consumo atual de energia ao longo de um ano na Terra. Sabemos que só uma parte 
dessa energia pode ser utilizada, mas as informações numéricas fazem com que percebamos 
da importância que tem o potencial energético. 
 
 
2.2.1 Tipos de Biomassa 
 
Os recursos energéticos da biomassa podem ser classificados em diferentes formas, 
entretanto não pode deixar de citar que aos fluxos de energia de biomassa são associados os 
biocombustíveis que, que são apresentados em três grupos conforme sua origem. Existem os 
biocombustíveis da madeira os combustíveis de plantação não florestal e os resíduos urbanos. 
21 
 
 
● Biocombustível da madeira: Envolve basicamente a lenha que pode ser produzida 
e obtida de maneira sustentável a partir de florestas plantadas ou nativas, respeitando 
limites que possibilitem a regeneração natural das florestas, ou também obtida por 
desmatamento de formações nativas com o intuito, neste caso, de obter terras para 
atividades agropecuárias. Pode–se também obter estes combustíveis através de 
atividades que processam ou utilizam a madeira com finalidade não exclusivamente 
energética, como por exemplo, em serrarias e indústrias de celulose. 
● Biocombustíveis não florestais: são produzidos a partir de produções anuais. 
Apresentam maior umidade que os biocombustíveis florestais. Seu uso, em geral, 
exige primeiramente uma conversão em outro produto energético mais adequado, 
temos como exemplo, a cana–de–açúcar, sabendo que valor energético está associado 
ao conteúdo de celulose, amido, açúcares e lipídeos que, por sua vez, determinam o 
tipo de produto energético que se pode obter. 
● Resíduos urbanos: mesmo que inclua os materiais de outras origens, tais como os 
plásticos e metais, o número maior do lixo e praticamente toda a parte orgânica das 
águas de esgotos é representada por biomassa. A utilização para fins energéticos 
destes resíduos pode ser um considerável benefício ambiental e uma gradual 
eliminação de materiais contaminantes, que quase sempre provocam crescentes 
dificuldades nas cidades e vilas. 
 
2.2.2 Combustão da Biomassa 
 
Combustão direta: O aproveitamento da biomassa pode ser feito por meio da 
combustão direta (com ou sem processos físicos de secagem, classificação, compressão, 
corte/quebra etc.), de processos termoquímicos (gaseificação, pirólise, liquefação e 
transesterificação) ou de processos biológicos (digestão anaeróbia e fermentação). 
 
Gaseificação: como o próprio termo indica, gaseificação é um processo de conversão 
de combustíveis sólidos em gasosos, por meio de reações termoquímicas, envolvendo vapor 
quente e ar, ou oxigênio, em quantidades inferiores à estequiométrica (mínimo teórico para 
a combustão). Há vários tipos de gaseificadores, com grandes diferenças de temperatura e/ou 
pressão. Os mais comuns são os reatores de leito fixo e de leito fluidizado. O gás resultante 
é uma mistura de monóxido de carbono, hidrogênio, metano, dióxido de carbono e nitrogênio, 
22 
 
 
cujas proporções variam de acordo com as condições do processo, particularmente se é ar ou 
oxigênio que está sendo usado na oxidação. 
Pirólise: a pirólise ou carbonização é o mais simples e mais antigo processo de 
conversão de um combustível (normalmente lenha) em outro de melhor qualidade e conteúdo 
energético (carvão, essencialmente). O processo consiste em aquecer o material original 
(normalmente entre 300°C e 500°C), na "quase-ausência" de ar, até que o material volátil 
seja retirado. O principal produto final (carvão) tem uma densidade energética duas vezes 
maior que aquela do material de origem e queima em temperaturas muito mais elevadas. 
Além de gás combustível, a pirólise produz alcatrão e ácido piro-lenhoso. 
Digestão anaeróbia: a digestão anaeróbia, assim como a pirólise, ocorre na ausência 
de ar, mas, nesse caso, o processo consiste na decomposição do material pela ação de 
bactérias (microrganismos acidogênicos e metanogênicos). Trata-se de um processo simples, 
que ocorre naturalmente com quase todos os compostos orgânicos. 
Fermentação: fermentação é um processo biológico anaeróbio em que os açúcares 
de plantas como a batata, o milho, a beterraba e, principalmente, a cana de açúcar são 
convertidos em álcool, por meio da ação de microrganismos (usualmente leveduras). Em 
termos energéticos, o produto, o álcool, é composto por etanol e, em menor proporção, 
metanol, e pode ser usado como combustível (puro ou adicionado à gasolina- cerca de 20%) 
em motores de combustão interna. 
Co-combustão 
Essa prática visa propor a substituição de parte do carvão mineral utilizado por 
biomassa. Com isso, reduz-se significativamente a emissão de poluentes. Neste contexto, a 
faixa de desempenho da biomassa encontra-se entre 30 e 37%, se configurando como uma 
escolha bastante atrativa e econômica atualmente. 
Comparativamente à queima isolada de carvão ou biomassa, a co-combustão na 
geração de energia de biomassa apresenta algumas vantagens, entre as quais se destacam: 
● Redução do total de emissões por unidade de energia produzida; 
● Diminuição dos níveis de emissão de poluentes associados à composição típica destes 
combustíveis, tais como os óxidos de enxofre, os metais pesados ou as dioxinas e 
furanos; 
● Minimização de desperdícios; 
● Redução dos níveis de poluição do solo e água, dependendo da composição química 
do material utilizado. 
A Figura 02 mostra as fontes de biomassa e a conversão que cada uma pode sofrer 
23 
 
 
 
 
Figura 2. Principais processos de conversão em energéticos. 
Fonte: BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL - BEN. Brasília: MME, 1982. 
 
2.3 Biocombustível da Madeira - Pellet 
 
Existem três tipos de biocombustíveis, mas neste item vamos nos aprofundar no 
biocombustível da madeira, uma matéria prima de combustão. 
A necessidade atual de fontes de energia renováveis e caracterizadas como limpas, 
fez com que os pellets surgissem como uma fonte de energia alternativa, pois possuem grande 
potencial energético, e proporciona menor impacto ambiental, já que utiliza resíduos 
industriais e florestais em sua composição. A matéria prima utilizada está relacionada ao teor 
de cinzas do material e ao Poder Calorífico Superior (PCS), que são alguns dos principais 
parâmetros de qualidade de pellets para fins energéticos. No processo de produção estão 
relacionados fatores como densidade a granel e durabilidade mecânica dos materiais (DUCA 
et al., 2012). Porém, o teor de umidade, teor de cinzas e o poder calorífico superior, são 
considerados como as principais características qualitativas em relação ao potencial 
energético da biomassa (FURTADO et al., 2012). 
Os pellets se destacam por serem sólidos e de fácil manuseio, além de necessitarem 
de pouco espaço para armazenamento e possuírem alta densidade energética. A geometria 
24 
 
 
dos pellets proporciona algumas vantagens se comparado a outros materiais, já que suas 
dimensões permitem maior facilidade no transporte do mesmo, que pode ser embalado em 
vários tamanhos de embalagens pré-definidas. Outra vantagem se refere à alimentação de 
sistemas industriais, sendo esta tanto automática quanto manual como em aquecedores 
residenciais, já que é um produto de origem natural e sua composição não contém elementos 
tóxicos (GARCIA, CARASCHI e VENTORIM, 2017). 
Os matérias e qualidade dos produtos que como produtos usados para combustão, são 
capazes de reduzir um número significante da emissão de gases poluentes que causam vários 
problemas para o meio ambiente e consequentemente para o ser humano, além desse ponto 
positivo não podemos deixar de considerar que o Pellet é produzido do resíduo da madeira 
ou melhor na limpeza dos resíduos florestais, então a utilização desse biocombustível 
reduziria também o risco de incêndios florestais. 
 “Os pellets podem ser utilizados como substitutos diretos da lenha em variados usos, 
como residencial, industrial, estabelecimentos comerciais, olarias, cerâmicas, padarias, 
pizzarias, fábricas de alimentos, de cimento, laticínios, indústrias químicas e têxteis, 
aquecimento de grãos. Comparado com lenha que é utilizada para geração de vapor e 
aquecimento industrial, o pellet de madeira apresenta muitas vantagens. O seu mais elevado 
poder calorífico e densidade aparente e baixo teor de umidade (6,5 a 10%) trazem uma série 
de vantagens sobre a biomassa e a lenha (média de 35 a 40% de teor de umidade). Quer ainda 
pela maior densidade dos pellets de madeira ou quer pelo maior poder calorífico que facilitam 
os custos de armazenamento e transporte e uma maior geração de energia”. (OLIVEIRA DE, 
CELSO MARCELO,2010). 
 
 
2.3.1 Propriedade dos Pellets 
 
A determinação da umidade base úmida e base seca, além da densidade a granel dos 
pellets pode ser determinada de acordo com as mesmas metodologias utilizadas para a 
caracterização das matérias-primas. A estimativa do poder calorífico útil foi realizada 
utilizando-se a seguinte equação, conforme norma DIN EN 14918 (Deutsches Institut Für 
Normung, 2010b): 
PCU (pressão constante) = (PCS – 212,2*H-0,8*(O+N))*(1 – 0,01* M) – (24,43* 
M) 
Em que: 
25 
 
 
PCU (pressão constante): poder calorífico útil em pressão constante, em J.g-1; 
 PCS: poder calorífico superior, em J.g-1; 
H, O, N: hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, respectivamente, em porcentagem (%); 
 M: umidade, base úmida, em porcentagem (%), 
Constantes: A energia de vaporização (pressão constante) para a água a 25°C é de 
44,01 kJ.mol-1. Isto corresponde a 218,3 J.g-1 para 1% de hidrogênio (m/m) ou 24,43 J.g-1 
para 1% de umidade (m/m) na amostra. 
A densidade energética, em GJ.m-3, é obtida pela multiplicação do poder calorífico 
útil pela densidade a granel do material, conforme sugerido por Obernberger e Thek (2010). 
 
Tabela 1. Principais características dos pellets 
 
Principais características dos pellets 
Dimensões 
Diâmetro: 4-10 mm 
Comprimento: 10-40 mm 
Poder Calorífico Superior 16,9 – 22,0 MJ//kg (4,04 – 5,26 
kcal/kg) 
Teor de umidade 6 – 10% (Base Seca) 
Teor de Cinzas Menor que 0,5% 
Matéria-prima Serragem, maravalha e resíduos 
agroflorestais 
Densidade à granel 650 – 700 kg/m³ 
Conversão termoelétrica 1,0 MWh = 3600MJ 212 kg de pellets 
 
Fonte: (GARCIA et al, 2017) 
 
2.3.2 Normas Utilizadas para Padronização e Caracterização de Pellets 
 
Aqui no Brasil não há normas para padronização e caracterização de pellets de 
madeira ou demais resíduos. Assim são usadas algumas restrições e padronizações que 
é utilizado para briquetes e carvão vegetal que são adaptadas para o uso de pellets. 
Utilizam-se então como critérios e referencial as normas europeia, americanas e 
algumas normas alemãs. A normalização é utilizada para garantir a segurança e 
qualidade exigidas normalmente pelo cliente, visando sempre melhoria contínua. As 
normas padrão de pellets são: sueca (SS187120), austríaca (ONORM M7135), alemã 
(DIN 51731) e Estados Unidos seguem normas oficiais recomendadas pelo PFI (Pellets 
26 
 
 
Fuel Institute). 
 
Tabela 2. Parâmetros usados na Áustria e Suécia (GARCIA et al, 2017) 
 
Fonte: (GARCIA et al, 2017) 
 
Tabela 3. Parâmetros usados na Alemanha e Estados Unidos 
 
Fonte: (GARCIA et al, 2017) 
 
2.3.3 Mercado de Pellets 
 
Com a utilização dessa matéria prima para muitas novas aplicações o mercado tem 
visto como uma oportunidade de crescimento, pois é um bicombustível sustentável, mas no 
27 
 
 
Brasil ainda não existe regulamentação como já vimos no item. Então para o crescimento ser 
mais favorável e expandir é necessário de uma regulamentação. 
Os pellets de madeira hoje em dia são considerados como um combustível promissor, 
pois como é composto de resíduos de madeira que seriam descartados sem contar do baixo 
teor de umidade onde facilita a combustão. 
O crescimento do mercado de pellets faz com que consequentemente o mercado de 
florestas aumente ainda mais, assim gerando e diversificando as atividades florestais. 
Conclui-se que, como citado no início, a regulamentação é o maior empecilho do 
crescimento deste ramo, evitando que seja rápido e eficiente. 
 
2.4 QUEIMADORES 
 
O Dicionário UNESP sustentabilidade é “Conceito que, relacionando aspectos 
econômicos, sociais, culturais e ambientais, busca suprir as necessidades do presente sem 
afetar as gerações futuras. Qualidade ou propriedade do que é sustentável,do que é 
necessário à conservação da vida.” 
Uma nova tecnologia de aquecimento sustentável que causa menos impacto ao meio 
ambiente, sem contar que é um equipamento 40% mais barato, pois o reabastecimento de 
matéria-prima para a combustão é longo. 
 
2.4.1 Tipos de Queimadores 
 
O queimador é um dispositivo usado para a queima de combustíveis em fornos, 
caldeiras e secadores. 
As funções do Queimador são: 
1. Promover uma mistura íntima entre o combustível e o ar para combustão; 
2. Direcionar a mistura de forma atomizada e pulverizada na câmara de 
combustão; 
3. Promover a queima contínua e eficiente da mistura. 
4. Os queimadores podem ser usados na combustão do gás e do óleo. 
Incluído no assunto de queimadores a biomassa, existe o pellet, que é o resultado da 
extrusão de serragem produzida durante o beneficiamento da madeira natural seca. Os pellets 
28 
 
 
de madeira representam uma das formas de aquecimento menos poluentes e mais econômicas 
disponíveis atualmente no mercado. 
Atualmente, a tecnologia de queimadores a pellets é dividida em três diferentes 
categorias, concordante com seu sistema de alimentação: inferior, horizontal e superior. 
Como mostra a figura 03. 
 
 
 
Figura 3. Categorias quanto à alimentação de pellet. 
Fonte: Disponível em: www.hearth.com/talk/attachments/principper-for-pillef%C3%B8dning-
jpg.96877/ 
 
2.4.1.1 Queimador de alimentação inferior 
 
Um queimador com alimentação inferior em geral faz parte de um conjunto completo 
para aquecimento de água. Possui o reservatório de pellets, o mecanismo de alimentação, a 
câmara de combustão e o trocador de calor com a água numa estrutura compacta. Podemos 
observar esse modelo na figura 05 e 06. 
Para este tipo de queimador, os pellets saem do reservatório por meio de um dosador 
e caem dentro do tubo de condução, onde está a rosca transportadora. A rosca transportadora 
helicoidal empurra os pellets por este tubo. Na extremidade deste tubo existe uma curva para 
cima, fazendo com que os pellets subam para a câmara de combustão. O ar necessário para a 
queima dos pellets é provido por um disco em todo o perímetro da câmara. Possui, na maioria 
dos casos, acendimento automático por meio de resistência elétrica. 
Algumas vantagens dos queimadores de alimentação inferior: 
● São sistemas compactos e multifuncionais. 
● Todo o sistema é projetado e fabricado pela mesma empresa, tendo uma maior 
garantia de funcionamento e facilita um eventual reparo pela assistência 
técnica. 
● É um sistema mais apresentável, por não conter peças móveis aparentes. 
29 
 
 
Algumas desvantagens dos queimadores de alimentação inferior: 
● O preço de aquisição é mais alto, por se tratar de uma solução completa. 
● Difícil adaptabilidade em sistemas pré-existentes. 
● Limita-se ao aquecimento de água. 
 
 
 
Figura 4. Queimador a pellet com alimentação inferior. 
Fonte: Disponível em: <www.oekofen.de> 
 
 
 
Figura 5. Queimador a pellet com alimentação inferior. 
Fonte: Disponível em: <www.beacon-stoves.co.uk > 
 
2.4.1.2 Queimador de alimentação horizontal 
 
30 
 
 
Os queimadores a pellet com alimentação horizontal possuem um reservatório de 
pellets separado da câmara de combustão pelo tubo de transporte do combustível, onde se 
encontra a rosca transportadora. A rosca transportadora alimenta o leito de combustão pela 
lateral, conforme mostra figura 10. O ar para a combustão é insuflado por baixo do leito de 
combustão. Este modelo de queimador a pellet também permite a queima de outros 
combustíveis granulados como: milho, casca de nozes, casca de amêndoas etc. 
O formato e sistema de funcionamento dos queimadores a pellet com alimentação 
lateral, permite a sua utilização em fornos de assar pães e pizzas. Um exemplo desse 
queimador é mostrado nas Figuras 06 e 07. 
 
 Algumas vantagens dos queimadores de alimentação horizontal: 
● São de fácil adaptabilidade para substituir combustíveis como a lenha, gás ou 
eletricidade em fornos pré-existentes. 
● A mecânica é simples. 
 
 Algumas desvantagens dos queimadores de alimentação horizontal: 
● Tem a maioria dos componentes expostos. 
● Sobram cinzas na fornalha, ao final do fogo. 
● Perigo de queimar os pellets dentro do tubo de transporte. 
 
 
Figura 6. Queimador a pellet com alimentação horizontal 
Fonte: Disponível em: <www.ecopiva.com.br > 
 
31 
 
 
 
Figura 7. Queimador a pellet com alimentação horizontal. 
Fonte: Disponível em: <www.wikipédia.com.br > 
 
 
2.4.1.3 Queimador de alimentação superior 
 
A solução vertical, de alimentação superior, abastece a câmara de combustão através 
de um duto que está sobre o queimador. O alimentador helicoidal direciona os pellets para o 
duto de alimentação, fazendo com que o combustível caia sobre o fogo. 
O queimador de pellet com alimentação superior se divide em dois tipos: Com 
fornalha tipo bandeja ou com fornalha horizontal tubular. 
O queimador com fornalha tipo bandeja é utilizado em lareiras a pellet ou em sistemas 
integrados de aquecimento de água. Já o queimador com fornalha horizontal tubular é 
acoplado em sistemas de aquecimento de água ou ar substituindo queimadores convencionais 
a óleo, a gás ou a lenha. Funcionam com uma rosca transportadora que leva os pellets do 
reservatório a um tubo de direcionamento e lança-os em cima da chama em combustão. 
Também é conhecido como lareira de pellets, Boiler a pellet e Queimador a pellet adaptável 
as figuras 09,10 e 11 apresentam estes modelos respectivamente 
 
Algumas vantagens dos queimadores de alimentação superior: 
● Por manter os pellets da rosca transportadora afastados da câmara de 
combustão, é menor o risco de incendiar o reservatório. 
● Por lançar os pellets sobre a chama, facilita a combustão. 
● Baixo custo de instalação, operação e manutenção. 
 
 Vantagens abaixo válidas apenas para queimador com fornalha horizontal tubular: 
● São de fácil adaptabilidade para substituir queimadores de combustíveis como 
a lenha, gás ou óleos em boilers ou trocadores de calor. 
32 
 
 
● São versáteis pela forma construtiva. 
● A mecânica é simples. 
 
Algumas desvantagens dos queimadores de alimentação superior: 
● O controle de quantidade de pellets na câmara de combustão é complicado. 
Necessitam um espaço no trocador de calor para acumular as cinzas. 
 
 
 
Figura 8. Lareira a pellet 
Fonte: Disponível em: < http://www.auldtonstoves.co.uk > 
 
 
33 
 
 
 
Figura 9. Boiler a pellet. 
Fonte: Disponível em: < http://www.treco.co.uk > 
 
 
 
 
Figura 10. Queimador de pellet adaptável. 
Fonte: Disponível em: < http:// www.megatherm.gr/> 
 
 
 
 
34 
 
 
 
Figura 11. Queimador a pellet instalado a um trocador de calor ar/ar. 
Fonte: Disponível em: <http://www.megatherm.gr/>. 
 
 
2.5 TROCADORES DE CALOR 
 
Equipamentos de vários tipos e configurações onde ocorre transferência de energia 
sob a forma de calor entre duas ou mais massas de fluido que podem ou não estar em contato 
direto. Os equipamentos usados para programar a troca de calor entre dois fluidos ou mais 
sujeitam a diferentes temperaturas são denominados Trocadores de Calor. Classificação de 
trocadores de calor: Podemos classificar os trocadores de diversas maneiras: 
I. Quanto ao modo de troca de calor; 
II. Quanto ao número de fluidos; 
III. Tipo de construção, etc. 
Os trocadores de Calor Podem ser: 
▪ Trocador de calor casco e tubo; 
▪ Trocador de calor de placas; 
▪ Trocador de calor circular adiabático; 
▪ Trocador de calor de placas aletadas; 
▪ Trocadores de calor fluidos; 
▪ Unidades de recuperação de calor de resíduos; 
▪ Trocador de calor de superfície raspada dinâmico; 
35 
 
 
Devido às muitas variáveis envolvidas, a seleção ótima de um trocador de calor é desafiante. 
Cálculos manuais são possíveis, mas muitas interações são tipicamente necessárias. Assim,trocadores de calor são mais frequentemente selecionados através de programas de 
computador, que por projetistas de sistemas, que são tipicamente engenheiros, ou pelos 
fornecedores de equipamentos. 
De maneira a selecionar um trocador de calor apropriado, os projetistas de sistemas 
(ou fornecedores dos equipamentos) em primeiro lugar consideram as limitações de projeto 
para cada tipo de trocador de calor. Embora o custo seja muitas vezes o primeiro critério 
avaliado, há vários outros importantes critérios de seleção que incluem: 
▪ Limite de alta e baixa pressão; 
▪ Performance térmica; 
▪ Faixas de temperatura; 
▪ O conjunto de produtos (líquido/líquido, líquidos com particulados ou alto teor de 
sólidos); 
▪ Queda de pressão ao longo do trocador; 
▪ Capacidade de fluxo de fluido; 
▪ Características de limpeza, manutenção e reparo; 
▪ Materiais requeridos para construção; 
▪ Capacidade e facilidade de futura expansão. 
A escolha do trocador de calor correto requer algum conhecimento de diferentes tipos 
de trocadores de calor, assim como o ambiente no qual a unidade irá operar. Tipicamente na 
indústria de manufatura, diversos tipos diferentes de trocadores de calor são usados para 
apenas um processo ou sistema para obter-se o produto final. Por exemplo, um trocador de 
calor kettle para pré-aquecimento, um trocador de tubo duplo para o fluido transportador e 
um trocador placa e quadro para resfriamento. Com suficiente conhecimento de tipos de 
trocadores de calor e requerimentos de operação, uma seleção apropriada pode ser feita para 
aperfeiçoar-se o processo. 
 
 
2.5.1 Trocadores de Calor Casco e Tubo 
 
Trocadores de calor casco e tubo consistem em uma série de tubos. Um conjunto 
destes tubos contém o fluido que deve ser ou aquecido ou esfriado. O segundo fluido corre 
sobre os tubos que estão sendo aquecidos ou esfriados de modo que ele pode fornecer o calor 
36 
 
 
ou absorver o calor necessário. O conjunto de tubos é chama do feixe de tubos e pode ser 
feita de vários tipos de tubos: simples, longitudinalmente aletados etc. Trocadores de calor 
casco e tubos são normalmente utilizados para aplicações de alta pressão (com pressões 
superiores a 30 bar e temperaturas superiores a 260 °C). Isso ocorre porque os trocadores de 
calor casco e tubo são robustos, devido a mais rapidamente se for de pequeno tamanho o que 
faz sua forma. 
Existem várias características de projeto térmico, que devem ser tidas em conta 
quando se projetam os tubos nos trocadores de calor de casco e tubo. Estas incluem: 
● Diâmetro dos tubos: se usarem tubos de pequeno diâmetro faz o trocador de calor 
tanto econômico como compacto. No entanto, é mais provável que o trocador de 
calor se incrusta a limpeza mecânica das incrustações difícil. Ao prevalecer à 
incrustação e os problemas de limpeza, tubos de diâmetros maiores devem ser 
utilizados. Assim, para determinar o diâmetro de tubos, o espaço disponível, 
custos, incrustação, bem como a natureza dos fluidos de vem ser considerados: 
● Espessura de parede de tubo: A espessura das paredes dos tubos é normalmente 
de terminada de maneira a garantir: 
● Existir espaço suficiente para a corrosão; 
● Que a vibração induzida por fluxo tenha resistência; 
● Resistência axial; 
● Disponibilidade de peças sobre alentes; 
● Resistência de contenção ou "de cintura” (para suportar a pressão do tubo 
interno); 
● Resistência à flambagem (para suportar s obre pressão no casco); 
● Comprimentos dos tubos: Trocadores de calor são normalmente mais baratos 
quando tem um menor diâmetro de casco e um longo comprimento de tubo. 
Assim, normalmente há uma tendência de diminuir o diâmetro externo do trocador 
de calor enquanto fisicamente possível, não prejudicando as capacidades de produção. No 
entanto, existem muitas limitações para isso, inclusive o espaço disponível no local onde vai 
ser utilizado e a necessidade de assegurar que haja espaço disponível e pelo menos o 
dobro d o comprimento necessário (para que os tubos possam ser retira dos e 
substituídos). Além disso, é bom lembrar que, os tubos finos são difíceis de remover e 
substituir. 
● Passo (pitch) dos tubos: quando se projeta os tubos, é prático para garantir 
que o passo (pitch) dos tubos (i.e., a distância do centro do tubo ao centro de 
37 
 
 
tubos adjacentes) não se já inferior a 1,25 veze só diâmetro dos tubos externos. Um 
passo maior dos tubos leva a um maior diâmetro global do casco que leva a um 
trocador de calor mais caro. 
● Corrugação dos tubos: tubos corrugados, são utilizados principalmente para os 
tubos internos, pois aumentam a turbulência dos fluidos e o efeito é muito 
importante na transferência de calor dando um melhor desempenho. 
● Distribuição o u configuração (l a yout) do tubo: refere-se a como os tubos são 
posicionados dentro do casco. Existem quatro tipos principais de configuração dos 
tubos, os quais são triangulares (30 °), triangular "girado” (60 °), quadrado (90 °) ou 
quadrado girado (45°). Os padrões triangulares são empregados para produzir maior 
transferência de calor em que se força o fluido a fluir de uma forma mais turbulenta 
ao redor da tubulação. Padrões quadrados são empregados onde alta incrustação é 
experimentada e operações de limpeza são mais regulares. 
● Projeto das chicanas: chicanas ou defletores são usados em trocadores de calor casco 
e tubo para direcionar o fluido através do feixe de tubos. Eles correm 
perpendicularmente ao caso e mantém coeso e fixo o feixe de tubos, evitando os tubos 
de vergarem ao longo de um comprimento excessivo. Eles também podem impedir 
que os tubos vibrassem excessivamente. O tipo mais comum de chicana é a chicana 
segmentar. As chicanas segmentares semicirculares são orientadas a1 80 graus para 
as chicanas adjacentes forçando o líquido a fluir para cima e para baixo entre o feixe 
de tubos. Chicanas de espaçamento são de grande importância termodinâmica no 
projeto de trocadores de calor de casco e tubo. Chicanas devem ser espaçadas, tendo 
em consideração para a conversão da queda de pressão e transferência de calor. Para 
a otimização térmica e econômica é sugerido que as chicanas sejam espaçadas não 
mais de 20 % do diâmetro interno do casco. Tendo-se chicanas espaçadas muito 
próximas provoca -se um a maior queda de pressão por causa do redirecionamento 
de fluxo. 
Consequentemente com as chicanas nas espaçadas significa que pode haver regiões 
mais frias nos cantos entre as chicanas. Também é importante para garantir que as chicanas 
sejam espaçadas perto o suficiente para que os tubos não cedam. O outro tipo principal de 
defletor é o de disco e defletor de rosca, que consiste em dois defletores concêntricos, o 
defletor exterior mais amplo parece uma rosquinha (donut), embora o defletor interno seja 
em forma de disco. 
38 
 
 
Estes tipos de defletores forçam o fluido a passar em torno de cada lado do disco, em 
seguida, através do defletor donut gerando um tipo diferente de fluxo de fluido. 
 
 
2.5.2 Trocador de Calor de Placas 
 
Outro tipo de trocador de calor é o trocador de calor de placas. 
 Ele é composto por placas múltiplas, finas, levemente separadas, tem áreas de 
superfície muito grande às passagens do fluxo de fluido, o que favorece a transferência de 
calor. Este arranjo empilhado de placas pode ser mais eficaz, em um determinado espaço, 
que o trocador de calor de casco e tubos. Avanços na tecnologia de vedação e brasagem 
fizeram o permutador de calor do tipo placa cada vez mais prático. Em aplicações HVAC, 
grandes trocadores de calor deste tipo são chama dos placas-e-quadros, quando utilizados 
em circuitos abertos, estes trocadores de calor são normalmente do tipo vedado permitindo 
desmontagem, limpeza e inspeção periódica. Existem muitos tipos de trocadoresde calor de 
placa permanentemente ligadas, tais como variedades de placa brasadas por imersão e 
brasadas a vácuo, e muitas vezes são especificados para aplicações de circuito fechado, como 
refrigeração. Trocadores de calor de placas também diferem no tipo de placas que são 
utilizadas, e nas configurações das placas. 
 Algumas placas podem ser carimbadas com o “chevron ” (forma de insígnia), ou 
outros padrões, onde outros possam ter aletas e/ou ranhuras usinadas. 
 
 
2.5.3 Trocador de Calor Adiabático 
 
Um quarto tipo de troca dor de calor utiliza um fluido intermediário ou armazena 
sólidos para manter o calor, que é então transferido para o outro lado do trocador de calor a 
ser liberado. Dois exemplos disso são rodas adiabáticas, que consistem em uma grande roda 
com linhas finas em rotação através dos quais fluem os fluidos quentes e frios, e trocadores 
de calor fluido. 
 
 
39 
 
 
2.5.4 Trocador de Calor de Placas Aletadas 
 
Este tipo de trocador de calor utiliza com passagens em “sanduíche” para aumentar a 
efetividade da unidade. Os projetos incluem fluxo transversal e contra fluxo com diversas 
configurações de aletas tais como aletas retas, a letas deslocadas e as aletas onduladas. 
Trocadores de calor de placas aletadas são normalmente feitos de ligas de alumínio, 
que proporcionam maior eficiência de transferência de calor. O material permite que o 
sistema funcione a baixa temperatura e reduzem o peso do equipamento. Trocadores de calor 
de placas aletadas são usados principalmente para serviços de baixa temperatura, como 
plantas de liquefação de gás natural, hélio e oxigênio, as plantas de separação de ar e na 
indústria de transportes com motores de aeronaves. 
 Um trocador de calor de placas intercambiáveis a plicado a o sistema de uma piscina 
de natação. 
 Vantagens de trocadores de calor d e placas e aletas: 
● Alta eficiência e transferência de calor especialmente em tratamento de gás. 
● Maior área transferência de calor. 
● Aproximadamente cinco vezes mais leve em peso que os correspondentes em 
capacidade trocadores de calor casco e tubos. 
 
2.5.5 Trocador de Calor de Fluido 
 
Este é um trocador de calor com um gás que passa para cima a través de um banho de 
líquido (frequentemente água), e o fluido é, então, levado para outro lugar antes de ser 
refrigerado. Isto é comum ser utilizado para o resfriamento de gases ao mesmo empo em que 
se remove certas impurezas, assim, resolve -se dois problemas de uma vez. É amplamente 
utilizado em máquinas de café expresso como um método de poupar-se energia de 
resfriamento de água superaquecida para ser utilizada na extração do expresso. 
 
 
2.5.6 Unidade de Recuperação de Calor de Resíduos 
 
Uma unidade de recuperação de calor (WHRU, Waste He at Recovery Unit) é um 
trocador de calor que recupera o calor de um fluxo de gás quente durante sua transferência 
40 
 
 
para um meio de trabalho, geralmente água ou óleo. O fluxo de gás quente pode ser o gás 
de exaustão de uma turbina a gás ou um motor a diesel ou a gás de resíduos provenientes da 
indústria ou da refinaria. 
 
 
2.5.7 Trocador de Calor de Superfície Raspada Dinâmico 
 
Outro tipo de trocador d e calor é chamado "trocador de calor de superfície raspada 
(dinâmico) “ São principalmente usados em aquecimento ou resfriamento com produtos 
altamente viscosos, processos de cristalização, aplicações de evaporação e alta incrustação. 
Longos tempos de atividade são alcançados devido à raspagem contínua da superfície, 
evitando assim incrustação e alcançando um a taxa de transferência de calor sustentável 
durante o processo. 
A fórmula usada para isto será: Q = A. U. F△ LM TD, onde Q é a taxa de transferência 
de calor. 
 
2.6 ANÁLISE DE TROCADOR DE CALOR 
 
Para a realização de um projeto de um trocador de calor é necessário realizar a 
verificação do desempenho do mesmo para a situação em análise. Para tal verificação 
relaciona-se a taxa total de transferência de calor com temperaturas de entrada e saída, 
coeficiente global de transferência de calor e área superficial disponível para transferência 
de calor (INCROPERA et al, 2008, p.428) 
 
Pode-se calcular o calor que foi trocado através da seguinte equação: 
 
𝑄 = 𝑈𝐴(𝑇𝑏1 − 𝑇𝑏2) 
 
Onde: 
 
Q: Calor trocado (W) 
𝑈: Coeficiente global de troca de calor (W/m²K) 
41 
 
 
𝐴: Área (m²) 
𝑇𝑏: Temperatura média de cada um dos fluidos (°C) 
 
 
2.6.1 Análise de Trocador de Calor por Média Logarítmica 
 
Segundo Braga Filho (2004, p. 522) o Coeficiente Global de Transferência de Calor 
é definido pelo inverso da resistência equivalente. 
Para a utilização do método de análise por diferença de temperatura média logarítmica 
é indicado que sejam conhecidas as temperaturas de entrada e saída dos fluidos, tornando o 
dimensionamento mais eficaz pois pode-se calcular a área de contato necessária, sem 
superdimensionar e com isso, gerando maior eficiência. 
Utiliza-se a temperatura média porque as temperaturas variam de ponto a ponto, 
sendo assim utilizada a média para garantir um melhor dimensionamento do trocador de 
calor. 
Segundo Incroperaet al. (2008), a diferença de temperatura média apropriada é uma 
média logarítmica das diferenças de temperaturas. Então, é possível calcular a taxa de 
transferência de calor, dada pela seguinte equação: 
 
�̇� = 𝑈𝐴∆𝑇𝑚𝑙 
 
�̇� ∶ Calor trocado (W) 
𝑈: Coeficiente global de troca de calor (W/m²K) 
𝐴: Área (m²) 
∆𝑇𝑚𝑙: Diferença entre temperaturas 
 
2.6.2 Análise de Trocador de Calor pelo Método da Efetividade Nut 
 
Quando as temperaturas de entrada e saída são conhecidas é de fácil aplicação o 
método logarítmico, porém se não conhecemos as temperaturas podemos utilizar o método 
da efetividade NUT. 
42 
 
 
O método NUT é geralmente utilizado para verificar o desempenho dos trocadores de 
calor e quando se conhece o tipo do equipamento e é necessário determinar a taxa de 
transferência de calor e as temperaturas de saída dos fluidos 
 Segundo Ferreira (2014) A razão entre a taxa real de transferência de calor Q e a taxa 
máxima de transferência de calor para um trocador de calor, Qmax, é chamada de efetividade 
ε, ou seja: 
𝜀
�̇�
�̇�𝑚𝑎𝑥
 
 
Na determinação da efetividade de um trocador de calor, primeiro determina-se a taxa 
máxima de transferência de calor Qmax, para o trocador. Para a obtenção desta taxa máxima 
de transferência de calor, deve-se fixar o coeficiente Cmin , que é o menor valor entre os 
“Cs” das equações a seguir , onde : 
 
𝐶ℎ = 𝑚ℎ. 𝑐ℎ 
e 
𝐶𝑐 = 𝑚𝑐. 𝑐𝑐 
Na sequência, escreve-se : 
 
Qmax = 𝐶𝑚𝑖𝑛. (𝑇ℎ𝑒 − 𝑇𝑐𝑒 ) 
 
 
 
3 METODOLOGIA APLICADA 
 
Nessa etapa do trabalho científico, descrevem-se, principalmente os métodos e os 
procedimentos que foram utilizados na pesquisa, permitindo aumentar a compreensão do 
estudo realizado e assegurando a réplica científica. (SILVEIRA et al, 2004, p. 106). 
Neste capítulo, é determinado os métodos que será desenvolvido no projeto e no 
produto, onde detalhara os procedimentos de coleta, análise e interpretação de dados para 
a realização do projeto da cadeira de rodas motorizada. 
 
43 
 
 
3.1 MÉTODO DE PESQUISA 
 
A metodologia de pesquisa utilizada refere-se a maneira de abordagem e concepção 
do projeto informacional, pode ser considerado como método qualiquantativo, ou seja, 
onde as partes dos dados são mensuradas e a outra parte realiza-se a qualificação dos dados. 
A pesquisa experimental tem como objetivo solucionar os problemas, com a 
realidade que se tem no dia a dia, a pesquisa experimental busca pesquisar sobre o assunto 
e colocar as hipóteses em análise e ação assim podendo ser classificada como pesquisa e 
ação, que possibilita e interação entre os pesquisadores e os problemas a serem resolvidos. 
Com os objetivos deste projeto elencados, onde o mesmo envolveuma pesquisa 
explanatória, que visa o conhecimento científico em bibliografias, além das entrevistas 
com as pessoas familiarizadas com o assunto. Para a pesquisa descritiva usou-se uma 
metodologia bem conhecida e usada nos dias de hoje onde se apresenta o levantamento de 
dados e desenvolvimento de projetos por Pahl et al.(2005) e adaptada por Back et al.(2008), 
descritas na metodologia de projeto. 
 
3.2 PROCEDIMENTO PARA AQUISIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO 
DE DADOS 
 
A metodologia de projeto baseia-se nos procedimentos de uma análise de 
interpretação de dados para a concretização do projeto e segundo Back et all (2008) 
contribui na velocidade e dinâmica de desenvolvimento de novos produtos e de forma 
sistemática e formal, assim, integrando todos os processos em único projeto. 
Conforme Zaions (2014) apud Back et al (1983), “Projeto é a criação de algo novo, 
de algo que nunca tenha sido montado desta forma e para esta finalidade, mesmo que seja 
a montagem de peças velha”. 
O primeiro passo a ser executado é definição de categoria de projeto que será dividido 
nas seguintes categorias: 
1. Projeto inovador; 
2. Projeto adaptativo; 
3. Projeto informativo; 
Onde o projeto inovador o projetista deve-se basear em produtos da mesma categoria 
segundo a classificação. O projeto adaptativo é o qual se adapta uma estrutura já existente 
44 
 
 
com a intenção de mudar as tarefas para as quais inicialmente foram projetadas, mantendo 
a solução e todos seus princípios. E o projeto alternativo já existe um produto com conceitos 
similares devendo desenvolver-se um trabalho para determinar o ciclo de vida com 
conceitos muito similares e atributos do produto com base nos já existentes. As etapas são 
subdivididas em: 
I. Planejamento de produto; 
II. Planejamento de projeto; 
III. Planejamento informacional; 
IV. Projeto preliminar; 
V. Projeto detalhado. 
 
3.3 PLANEJAMENTO DE PRODUTO 
 
A carência de empresas ou de um grupo de pessoas leva-se ter uma ideia de um 
novo produto. Back et all (2008, p.159) apresenta uma metodologia e sua importância para 
o desenvolvimento de um produto que precisa ser pensando e planejado desde a ideia até 
a concepção de um projeto e por ser um tempo que a competitividade é muito grande é 
necessário inovar e atender o mercado reduzindo custos que é o principal foco de um 
cliente. 
De acordo com Back et al (2008, p.165) sustentam que: “A ideia do produto também 
pode ser entendida como uma especificação de oportunidade, a qual deve conter uma ideia 
central chamada de benefício básico, [...] conter todos os fatores determinantes do sucesso 
comercial do produto e deve ser devidamente justificada. ” 
O planejamento do produto deve buscar o esvaziar de ideias, ou seja, selecionar as 
mais favoráveis e que podem dar um bom resultado é hora de estreitar a Brainstorm. Zaions 
(2014) define as principais questões relacionadas ao planejamento de produtos: 
● Quais são as tecnologias existentes e aqueles promissores durante um 
período determinado; 
● Como serão avaliadas as tecnologias e seus impactos; 
● Quais serão os planejamentos referentes às produções e capacidade da 
organização de desenvolvimento; 
● Qual o tempo necessário para obter retorno financeiro. 
 
45 
 
 
 
Figura 12. Fluxograma Planejamento de Produto 
Fonte: (Os autores, software xmind) 
 
3.4 PLANEJAMENTO DE PROJETO 
 
Back et al. (2008) afirmam que essa etapa do projeto tem por objetivo o 
planejamento de um novo projeto, seguindo estratégias, é definida toda estrutura do 
projeto, determinando todos os envolvidos, a forma construtiva, forma de comunicação, o 
escopo do projeto e os cronogramas a serem seguidos. 
 
3.4.1 Projeto Informacional 
 
O projeto informacional como o nome sugere é o momento de levantar todas as 
informações necessárias e pertinentes para o produto ser desenvolvido, principalmente as 
necessidades do cliente que serão basicamente os requisitos definidos na linguagem usual 
do projeto, assim Zaions (2014) define o projeto informacional. 
Os fatores que influenciam no projeto devem ser listados nesta etapa, para 
estabelecer as especificações do projeto deve-se avaliar e listar todas as necessidades do 
cliente que serão posteriormente os requisitos do projeto tendo como principais requisitos 
segurança, confiabilidade, funcionalidade. O projeto informacional pode ser definido pela 
Figura 13: 
 
46 
 
 
 
Figura 13. Fluxograma Projeto informacional 
Fonte: (Os autores, software xmind) 
 
3.4.2 Projeto Conceitual 
 
Definido por Back et al. o projeto conceitual tem por finalidade o desenvolvimento 
da concepção do produto. A estrutura funcional do projeto nesta etapa precisa ser definida 
juntamente com as funções e sub funções, partindo-se então para o estudo das estruturas 
alternativas. 
Selecionar o a alternativa adequada por meio da comparação entre todas as opções, 
considerando as especificações do projeto, o custo, os riscos de desenvolvimento, 
complexidade entre outros. O fluxograma abaixo mostrará as etapas que devem ser 
desenvolvidas durante o projeto conceitual. 
 
 
3.4.3 Projeto Preliminar 
 
O projeto preliminar é responsável pelo layout final, essa fase consiste no trabalho 
sob a orientação da equipe de desenvolvimento e organização da equipe onde sera 
distribuída a realização das tarefas de identificação das especificações de projeto, 
relacionado aos requisitos de forma, material, segurança, ergonomia, manufatura, 
definição dos componentes, tipos de material, processo de fabricação, analise entre outros. 
(BACK et al,2008, p.79). 
47 
 
 
O projeto preliminar pode ser definido pela Figura 14: 
 
 
Figura 14. Fluxograma Projeto preliminar. 
Fonte: (Os autores, software xmind) 
 
3.4.4 Projeto Detalhado 
 
Segundo Back et al (2008, p81) o projeto detalhado deve ser realizado a construção 
e os testes do protótipo, a otimização dos componentes, o plano detalhado de manufatura, 
fixação das especificações técnicas, bem como o detalhamento das peças deve ser feito, 
todos os manuais devem ser elaborados. 
Assim como mostra a Figura 15: 
 
 
Figura 15. Fluxograma Projeto detalhado. 
48 
 
 
Fonte: Os autores 
 
3.5 PLANEJAMENTO DE PESQUISA 
 
A Figura 16 mostras através do fluxograma as etapas do planejamento de pesquisas 
 
 
Figura 16. Fluxograma Planejamento de pesquisa. 
Fonte: (Os autores, software xmind) 
 
 
3.5.1 Fase I - Planejamento de Pesquisa 
 
Fase inicial do projeto, a qual estabelecerá fundamentos científicos e informações 
essenciais para a evolução das seguintes fases. 
 
49 
 
 
 
3.5.1.1 Etapa I – Identificação da metodologia da pesquisa científica 
 
Esta etapa é a base de todas as outras da fase I. A identificação da metodologia será 
um mapa para os próximos passos. 
 
 
3.5.1.2 Etapa II – Descrição da metodologia de projeto para a coleta e análise 
de dados 
 
A necessidade de um sistema de queimador e trocador de calor para aquecer água 
para as empresas que querem uma caldeira mais eficiente. Fundamentou-se essa etapa com 
a análise e processamento de informações utilizando-se a metodologia de Paul e Beitz 
(2008). 
 
 
3.5.1.3 Etapa III – Planejamento de pesquisa 
 
Com o desenvolvimento de possibilidades encontradas na etapa II, a etapa III é 
responsável por determinar prazos de todas as atividades e conclusão do projeto através de 
um planejamento de atividades. 
 
 
3.5.2 Fase II – Revisão Bibliográfica 
 
O levantamento de informações é o carro chefe desta fase como é possível observar 
nas etapas anteriores. A revisão bibliográfica levantará informações sobre os principais 
assuntos necessários para desenvolvimento do projeto de um Sistema de um queimador e 
trocador de calor para aquecer água. 
 
 
3.5.2.1 Etapa IV – Revisão da literatura relacionada com os tipos de 
equipamentos relacionados a sistema de um queimador e trocador