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1 UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA CAMPUS DE JOAÇABA ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS - ACET CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA VANESSA FERREIRA Projeto de um sistema térmico para aquecimento de água através da combustão de pellet de biomassa Joaçaba 2020 2 VANESSA FERREIRA Projeto de um sistema térmico para aquecimento de água através da combustão de pellet de biomassa Dimensionamento térmico de um sistema para aquecimento de água através da combustão de pellet de biomassa no Curso de Engenharia Mecânica, Área das Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade do Oeste de Santa Catarina, como requisito para conclusão do Trabalho de Conclusão de Curso Professor orientador do componente curricular: Prof. Cristiano Meneghini, M. Eng. Joaçaba 2020 VANESSA FERREIRA Projeto de um sistema térmico para aquecimento de água através da combustão de pellet de biomassa Dimensionamento térmico de um sistema para aquecimento de água através da combustão de pellet de biomassa no Curso de Engenharia Mecânica, Área das Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade do Oeste de Santa Catarina, como requisito para conclusão do Trabalho de Conclusão de Curso. Aprovado em, 27 de Outubro de 2020. BANCA EXAMINADORA: _______________________________________ CRISTIANO MENEGHINI Prof. Orientador Universidade do Oeste de Santa Catarina _______________________________________ GUIDO WILLIAN NAVIA VALÉRIO Prof. Universidade do Oeste de Santa Catarina _______________________________________ JOAO HENRIQUE BAGETTI Prof. Universidade do Oeste de Santa Catarina 4 Dedico este trabalho primeiramente a Deus pois sem Ele nada seria possível, a minha família, meu noivo e amigos que sempre me apoiaram. Graças a eles, aprendi valores que me fizeram lutar sempre pelos meus sonhos e objetivos e que com Graça de Deus fossem alcançados, sem jamais desanimar. 5 AGRADECIMENTOS Sou grata a Deus por sempre estar ao meu lado, e que através do Espírito Santo pude sempre permanecer firme na caminhada. Agradeço ao professor Cristiano por toda orientação e dedicação que teve para que este trabalho fosse concluído. Ao professor Douglas Zaions pela sua dedicação e comprometimento com a coordenação do Curso de Engenharia Mecânica. Á minha família por serem meu alicerce sempre me apoiar e me ensinar valores que me traziam forças para nunca desistir. Ao meu noivo Luan Cezar Ribeiro da Silva que me acompanha nesta jornada e me ajudou a sempre buscar fazer o melhor. Aos professores, pela dedicação. Aos meus amigos, pelo incentivo, amizade e companhia nos momentos de estudo. A todos que, de uma forma ou outra, colaboraram para que este trabalho fosse realizado com êxito. 6 "E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." Romanos, 5 - 5 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Triângulo de fogo ...................................................................................... 18 Figura 2. Principais processos de conversão em energéticos. .................................. 23 Figura 3. Categorias quanto à alimentação de pellet. .............................................. 28 Figura 4. Queimador a pellet com alimentação inferior. .......................................... 29 Figura 5. Queimador a pellet com alimentação inferior. .......................................... 29 Figura 6. Queimador a pellet com alimentação horizontal ....................................... 30 Figura 7. Queimador a pellet com alimentação horizontal. ...................................... 31 Figura 8. Lareira a pellet ........................................................................................... 32 Figura 9. Boiler a pellet. ........................................................................................... 33 Figura 10. Queimador de pellet adaptável. ............................................................... 33 Figura 11. Queimador a pellet instalado a um trocador de calor ar/ar...................... 34 Figura 12. Fluxograma Planejamento de Produto .................................................... 45 Figura 13. Fluxograma Projeto informacional ......................................................... 46 Figura 14. Fluxograma Projeto preliminar. .............................................................. 47 Figura 15. Fluxograma Projeto detalhado. ............................................................... 47 Figura 16. Fluxograma Planejamento de pesquisa. ................................................. 48 Figura 17. Escopo do sistema de aquecimento ......................................................... 71 Figura 18. Características dos materiais combustíveis ............................................. 73 Figura 19. Tabela Termodinâmica ............................................................................ 83 Figura 20. Taxa de carregamento indicadas por algumas fornalhas em operação ... 85 Figura 21. Diagrama 01 ............................................................................................ 88 Figura 22. Organização dos tubos no espelho .......................................................... 89 Figura 23. Corpo do trocador de calor ...................................................................... 99 Figura 24. Organização dos tubos no espelho ........................................................ 100 Figura 25. Conjunto final ........................................................................................ 101 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Principais características dos pellets .................................................................... 25 Tabela 2. Parâmetros usados na Áustria e Suécia (GARCIA et al, 2017) .......................... 26 Tabela 3. Parâmetros usados na Alemanha e Estados Unidos ............................................ 26 Tabela 4. Diagrama de Gant ................................................................................................ 56 Tabela 5. Matriz de apoio ao levantamento das necessidades dos clientes ......................... 60 Tabela 6. Necessidades dos clientes .................................................................................... 62 Tabela 7. Matriz de apoio a conversão dos requisitos de usuário em requisitos de projeto. .............................................................................................................................................. 64 Tabela 8. Necessidades dos clientes .................................................................................... 66 Tabela 9. Necessidades dos clientes .................................................................................... 67 Tabela 10. Composição química da lenha ........................................................................... 74 Tabela 11. Valores normalmente indicados para o coeficiente de excesso de ar ................ 76 Tabela 12. Composição química do aço ASTM A-36....................................................... 103 Tabela 13 - ASTM A-178 ................................................................................................... 104 Tabela 14 – Tabela de Custos ............................................................................................. 106 9 LISTA DE EQUAÇÕES Equação 01 ...........................................................................................................................72 Equação 02 ......................................................................................................................... 73 Equação 03 .......................................................................................................................... 74 Equação 04 ........................................................................................................................... 75 Equação 05 ........................................................................................................................... 76 Equação 06 ........................................................................................................................... 77 Equação 07 ........................................................................................................................... 77 Equação 08 ........................................................................................................................... 78 Equação 09 ........................................................................................................................... 79 Equação 10 ........................................................................................................................... 80 Equação 11 ........................................................................................................................... 81 Equação 12 ........................................................................................................................... 81 Equação 13 ........................................................................................................................... 82 Equação 14 ........................................................................................................................... 82 Equação 15 ........................................................................................................................... 84 Equação 16 ........................................................................................................................... 85 Equação 17 ........................................................................................................................... 85 Equação 18 ........................................................................................................................... 86 Equação 19 ........................................................................................................................... 87 Equação 20 ........................................................................................................................... 87 Equação 21 ........................................................................................................................... 87 Equação 22 ........................................................................................................................... 88 Equação 23 ........................................................................................................................... 90 Equação 24 ........................................................................................................................... 90 Equação 25 ........................................................................................................................... 91 Equação 26 ........................................................................................................................... 93 Equação 27 ........................................................................................................................... 93 Equação 28 ........................................................................................................................... 93 Equação 29 ........................................................................................................................... 94 Equação 30 ........................................................................................................................... 94 Equação 31 ........................................................................................................................... 95 10 Equação 32 ........................................................................................................................... 95 Equação 33 ........................................................................................................................... 96 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 15 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ..................................................................................... 15 1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 16 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 16 1.5 OBJETIVOS ................................................................................................................ 17 1.5.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 17 1.5.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 18 2.1 PRINCÍPIOS DA COMBUSTÃO ................................................................................. 18 2.2 BIOMASSA ................................................................................................................. 20 2.2.1 Tipos De Biomassa..................................................................................................... 20 2.2.2 Combustão Da Biomassa ........................................................................................... 21 2.3 BIOCOMBUSTÍVEL DA MADEIRA - PELLET ...................................................... 23 2.3.1 Propriedade dos Pellets .............................................................................................. 24 2.3.2 Normas Utilizadas para Padronização e Caracterização de Pellets ............................ 25 2.3.3 Mercado De Pellets ....................................................................................... 26 2.4 QUEIMADORES .......................................................................................... 27 2.4.1 Tipos de Queimadores ................................................................................... 27 2.4.1.1 Queimador de alimentação inferior .................................................................. 28 2.4.1.2 Queimador de alimentação horizontal .............................................................. 29 2.4.1.3 Queimador de alimentação superior ................................................................. 31 2.5 TROCADORES DE CALOR ......................................................................... 34 2.5.1 Trocadores de Calor Casco e Tubo .................................................................. 35 2.5.2 Trocador de Calor de Placas ........................................................................... 38 2.5.3 Trocador de Calor Adiabático ......................................................................... 38 2.5.4 Trocador de Calor de Placas Aletadas .............................................................. 39 2.5.5 Trocador de Calor de Fluido ........................................................................... 39 2.5.6 Unidade de Recuperação de Calor de Resíduos ................................................. 39 2.5.7 Trocadorde Calor de Superfície Raspada Dinâmico .......................................... 40 2.6 ANÁLISE DE TROCADOR DE CALOR .................................................................. 40 2.6.1 Análise de Trocador de Calor por Média Logarítmica ....................................... 41 12 2.6.2 Análise de Trocador de Calor pelo Método da Efetividade Nut ................................ 41 3 METODOLOGIA APLICADA ............................................................................. 42 3.1 MÉTODO DE PESQUISA ....................................................................................... 43 3.2 PROCEDIMENTO PARA AQUISIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ................................................................................................................................ 43 3.3 PLANEJAMENTO DE PRODUTO .......................................................................... 44 3.4 PLANEJAMENTO DE PROJETO ............................................................................ 45 3.4.1 Projeto Informacional ............................................................................................... 45 3.4.2 Projeto Conceitual .................................................................................................... 46 3.4.3 Projeto Preliminar ..................................................................................................... 46 3.4.4 Projeto Detalhado ..................................................................................................... 47 3.5 PLANEJAMENTO DE PESQUISA .......................................................................... 48 3.5.1 Fase I - Planejamento de Pesquisa ............................................................................. 48 3.5.2 Fase II – Revisão Bibliográfica .................................................................................. 49 3.5.3 Fase III – Resultados e Discuções .............................................................................. 50 3.5.4 Fase IV – Documentação do Projeto e Socialização dos Resultados ......................... 51 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 52 4.1 PLANEJAMENTO DO PRODUTO .......................................................................... 52 4.1.1 Análise do Mercado e Viabilidade ........................................................................... 52 4.1.2 Análise das Tecnologias e Concorrentes .................................................................. 53 4.1.3 Análise do Consumidor e Estimativa do Valor do Produto ...................................... 53 4.1.4 Descrição dos Requisitos .......................................................................................... 53 4.1.5 Planejamento do Projeto ........................................................................................... 54 4.2 PROJETO INFORMACIONAL ................................................................................ 57 4.2.1 Etapa I – Identificação do Problema de Projeto ....................................................... 57 4.2.2 Identificação da Demanda ........................................................................................ 58 4.2.3 Identificação do Ciclo de Vida do Produto ............................................................... 58 4.2.4 Levantamento das Necessidades do Cliente ............................................................. 62 4.2.5 Requisitos de Projeto ................................................................................................ 63 4.2.6 Especificação de Projeto de Produto ........................................................................ 66 4.3 PROJETO CONCEITUAL ........................................................................................ 68 4.3.2 Elaboração da Matriz Morfológica ............................................................................ 68 4.3.3 Princípios de Decisão ................................................................................................. 70 4.4 PROJETO PRELIMINAR ......................................................................................... 71 13 4.5 DIMENSIONAMENTO E CÁLCULOS DO SISTEMA .......................................... 72 4.5.2 Poder Calorífico Superior E Poder Calorífico Inferior ............................................. 72 4.5.3 Cálculo De Massa Estequiométrica De Ar ............................................................... 74 4.5.4 Cálculo De Volume Estequiométrico De Ar ............................................................ 75 4.5.5 Cálculo De Massa De Ar .......................................................................................... 76 4.5.6 Cálculo de Massa Estequiométrica de Gás e da Massa de Gás no Interior da Fornalha ................................................................................................................................ 77 4.5.7 Cálculo do Calor Líquido na Câmera de Combustão ............................................... 78 4.5.8 Cálculo de Temperatura dos Gases ........................................................................... 79 4.5.9 Cálculo da Vazão Mássica de Combustível .............................................................. 80 4.5.10 Cálculo do Volume da Câmera de Combustão ......................................................... 84 4.5.11 Cálculo da Área da Grelha ........................................................................................ 84 4.5.12 Rendimento Térmico ................................................................................................ 85 4.6 DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR DE CALOR ........................................ 86 4.6.1 Cálculo da Temperatura de Entrada dos Gases ........................................................ 86 4.6.2 Configuração do Trocador de Calor ......................................................................... 88 4.6.3 Cálculo da Velocidade do Ar ao Entrar no Trocador de Calor ................................. 89 4.6.4 Cálculo de Energia Disponível no Trocador de Calor .............................................. 91 4.6.5 Cálculo de Energia Disponível no Trocador de Calor .............................................. 92 4.6.6 Cálculo do Coeficiente Externo de Convecção ........................................................ 94 4.6.7 Cálculo do Coeficiente Global de Transferência de Calor ....................................... 96 4.7 PROJETO DETALHADO ........................................................................................... 97 4.7.1 Modelamento Geométrico ........................................................................................ 98 4.7.2 Manufatura ............................................................................................................... 101 4.7.3 Custos ....................................................................................................................... 105 4.7.4 Manutenção do Trocador de Calor ........................................................................... 106 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 108 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 109 APÊNDICE A - Procedimento de fabricação trocador de calor casco tubo ...................... 111 APÊNDICE B – Prancha de projeto....................................................................................116 ANEXO A - Diagrâmas ...................................................................................................... 119 ANEXO B – Classificação das formas construtivas de trocadores de calor do tipo casco tubo de acordo com a Norma TEMA..........................................................................................12614 RESUMO A realidade do mercado e a necessidade de se ter um sistema barato e eficiente, que ao mesmo tempo seja um sistema sustentável e que não agrida o meio em que vivemos. Para atender as necessidades e acompanhar o mercado, visando também a necessidade da empresa que está inserida no mercado de massas industrializadas, localizada no meio oeste catarinense, se pensou em um projeto de aquecimento através de um queimador de pellets e um trocador de calor, usando como combustível uma biomassa que muitas vezes é jogada fora pelos madeireiros. O projeto irá compor um sistema que terá trocador de calor casco tubo de um passe, dimensionado pela equipe de projeto, que aquecerá a água que está na temperatura ambiente de 25ºC até uma temperatura de 95ºC, necessária para aquecer estufas que hoje são aquecidas através de resistências elétricas. Utilizando os cálculos de dimensionamento térmico chegou-se ao resultado que será necessário 45,18 kg/h de pellets para aquecer 2000 l/h através da combustão, visando perder a menor quantidade de calor para a atmosfera; um volume de 0,54 m³ para a câmara de combustão, um trocador de calor com 95 tubos, absorvendo cerca de 60,72 kW tendo como eficiência do equipamento em torno de 72%. O trocador foi dimensionado através do método DTML modelo matemático usado para dimensionar o trocador de calor. Palavras-chave: Biomassa. Combustão Queimador de Pellets. Trocador de calor. 15 1 INTRODUÇÃO Este capítulo aborda os aspectos iniciais referentes à apresentação do tema abordado. Destaca-se uma breve introdução, seguida pelo objetivo geral e específicos, justificativa e breve descrição das obras acompanhadas. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO Com resultado de várias pesquisas de campo tem-se a informação que as indústrias, hospitais, hotéis e até redes domiciliares estão em busca de uma fonte renovável de energia para gerar vapor ou somente aquecer a água, visando reduzir o consumo de energia e consequentemente o valor agregado para este consumo. Os queimadores hoje em dia não servem só como alimentação de caldeiras ou de pré- aquecedores, mas um novo conceito vem sendo exposto que coloca o queimador como equipamento primário de fornecimento de calor, assim tendo uma câmara de combustão que será abastecida por pellets de biomassa resíduos gerados das grandes madeireiras. Os pellets de biomassa são um combustível consideravelmente barato, sendo este um dos principais motivos da sua escolha para esse estudo. O queimador necessita de um trocador de calor que possa passar o calor para água e elevar a temperatura da água assim deixando própria para o uso. Para suprir a demanda é necessário mais que tecnologia e mão de obra capacitada de operação do equipamento. Atendendo aos requisitos de redução de custo, eficiência entre outros se faz necessária a compreensão do sistema de aquecimento ou de geração de vapor, conhecer todo o processo para evitar falhas de operação e custos desnecessários. Um dos maiores objetivos é o ganho de produtividade, eficiência e economia no processo desde o processo mais complexo até o mais simples. 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA Uma ampla concorrência vem exigindo com que as empresas estejam em busca de alta produtividade e que os meios sustentáveis sejam utilizados, pois o grande número de cobranças e valorização deste mercado vem aumentando. A empresa de massas industrializadas, localizada no Meio-Oeste Catarinense, tem um processo produtivo que necessita elevar a temperatura da água de 25ºC para 95ºC e mantê- 16 la aquecida. A água do processo referido é usada para aquecimento de estufas de massas, sendo que hoje a empresa utiliza um sistema por resistência elétrica que acaba tendo um gasto de energia paga exacerbado. O presente estudo visa, através do projeto de um sistema, solucionar o problema de aquecer e manter a água aquecida na faixa de 95ºC. Além disso, está sendo visado os custos do sistema e a utilização de um combustível bio renovável. Neste sentido a utilização de um sistema de aquecimento de água sustentável é ideal para a busca de diminuição de custo e alta produtividade, utilizando um projeto de um sistema que será composto por um queimador de pellets, ou seja um combustível bio renovável, e um trocador de calor casco-tubo. 1.3 JUSTIFICATIVA O desenvolvimento deste projeto surgiu a partir de uma necessidade industrial. O sistema desenvolvido neste trabalho será composto de um queimador e um trocador de calor que irá aquecer a água na temperatura desejada. Pensando na sustentabilidade o queimador, que a empresa já possui, será abastecido por Pellets, uma biomassa que hoje na maioria das vezes é descartada, um combustível barato que irá atender a demanda do queimador e do trocador de calor. Eliminando as resistências elétricas, diminuído o custo gasto para esse processo. 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho de conclusão de curso foi seccionado em cinco principais capítulos, os quais serão descritos a seguir. No Capítulo 1, têm-se a introdução ao trabalho desenvolvido, em que se definem respectivamente, a contextualização, as hipóteses de pesquisa os objetivos, a justificativa e a estrutura do trabalho. No Capítulo 2, apresenta-se a fundamentação teórica, a qual. apresenta todas teorias e técnicas usada no presente trabalho tendo como fonte os principais autores da área abordada. No Capítulo 3, descreve-se a metodologia e procedimentos utilizados para o desenvolvimento do presente trabalho. No Capítulo 4, apresenta-se, inicialmente o produto final com todos os resultados e análises, assim se discute e apresentam-se os resultados obtidos com o trabalho. 17 No Capítulo 5, têm-se as conclusões pertinentes aos resultados obtidos. Finalizando, tem-se o Capítulo 6 o qual apresenta as referências bibliográficas adotadas para a realização do trabalho e o Apêndice. 1.5 OBJETIVOS 1.5.1 Objetivo Geral Desenvolver o projeto de dimensionamento térmico de um trocador de calor para aquecimento de água através da queima do pellet de biomassa. O método de desenvolvimento do projeto deverá seguir todas as etapas de desenvolvimento de um projeto. 1.5.2 Objetivos Específicos • Identificar as principais obras literárias, artigos técnicos e científicos que abordam as características técnicas e funcionais de um queimador de pellets; • Identificar e compreender os aspectos teóricos da funcionalidade de um trocador de calor casco tubo; • Analisar os sistemas de aquecimento de água através de um trocador de calor casco tubo já existentes para esta funcionalidade; • Identificar possíveis melhorias e inovações; • Analisar custos e viabilidade; 18 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Neste capítulo serão abordados os assuntos: Princípios de Combustão, pellets de Madeira Queimadores de pellets e trocadores de calor. Estes temas serão analisados com base a história, bibliografia e informações de fabricantes de queimadores de pellets. 2.1 PRINCÍPIOS DA COMBUSTÃO A combustão pode ser definida pela seguinte explicação “a oxidação rápida gerando calor, ou ambos, calor e luz; também, a oxidação lenta acompanhada por pequena liberação de calor e sem emissão de luz”. Segundo o dicionário Webster. A explicação dada pelo dicionário enfatiza a importância da combustão, pois converte a energia armazenada em ligações químicas em energia térmica que pode ser utilizada de várias formas. A combustão é mais conhecida nos dias de hoje como fogo. O Fogo é uma reação química que precisa de três componentes bem equilibrados para que venha a existir e produzir luz e energia térmica em forma de calor. Para isso devemos entender e conhecer quais seriam estes componentes. Basicamente são 3 elementos: fonte de ignição (calor) comburente e combustível que reagindoem cadeia originam o fogo como mostra a Figura 01. Figura 1. Triângulo de fogo Fonte: Energia da madeira, 2000 19 A composição dos gases que se desprendem, assim como a sua temperatura e disponibilidade do comburente, determina a cor da chama. No caso da combustão de madeira ou papel a chama é roxa, amarela ou alaranjada. Na queima de gases de hidrocarbonetos obtém-se uma chama azulada, e cores exóticas são obtidas quando são queimadas substâncias que contém elementos metálicos. Para formação do fogo são necessários três elementos, que reagem entre si. ● Combustível - que alimenta o fogo e serve de campo para sua propagação. ● Calor - que dá o início ao fogo, mantendo-o e propagando-o pelo combustível. O calor provém de fontes que se encontram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa de um cigarro ou a chama de um fogão de cozinha. ● Comburente - é o ativador de fogo que dá a vida às chamas. O comburente mais comum é o oxigênio, elemento presente no ar que respiramos. Basta juntar o combustível, o comburente e uma fonte de calor, com a intensidade ideal, que teremos como resultado o fogo, ou seja, teremos formado o Triângulo do Fogo. É considerada combustão completa quando os reagentes são levados ao ser grau máximo de oxidação, conforme mostrado abaixo: C + O2 → CO2 + Q1 (1) H2 + ½O2 → H2O + Q2 (2) S + O2 → SO2 + Q3 (3) Nas reações acima, Q1, Q2 e Q3 representam a quantidade de calor liberada em cada uma das reações. Além das reações 1, 2 e 3 relacionadas acima, devemos destacar a reação que leva à formação de CO. C + ½O2 → CO + Q4 (4) É importante observar que, desde que adotadas as mesmas condições de temperatura e pressão, a quantidade de calor Q4 é menor que a quantidade Q1. Portanto, a combustão incompleta é um processo menos eficiente que a combustão completa, quando o que se procura é a liberação de calor. 20 Outro aspecto importante a ser destacado é o poder calorífico do combustível. A cada uma das reações elementares de combustão completa está associada a uma quantidade de calor liberada característica, denominada calor da reação. Mais explicitamente, entende-se por poder calorífico de um combustível o calor liberado durante a combustão completa de um quilograma do mesmo, no caso de combustíveis sólidos ou líquidos. 2.2 BIOMASSA O termo biomassa engloba a matéria vegetal gerada através da fotossíntese e os seus derivados, tais como: resíduos florestais e agrícolas, resíduos animais e a matéria orgânica contida nos resíduos industriais, domésticos, municipais, etc. Estes materiais contêm energia química provinda da transformação energética da radiação solar. Essa energia química pode ser liberada diretamente por combustão, ou convertida através de algum processo em outras fontes energéticas mais adequadas, para um fim qualquer desejado, tal como o álcool e o carvão vegetal. Aproveitando aproximadamente 1 [ % ] do total da radiação solar incidente sobre a Terra, estima–se que anualmente sejam produzidas, pelo processo de fotossíntese, cerca de 220×109 toneladas de biomassa (base seca), o que equivale a uma energia de 2×1015 [ MJ ], ou seja, mais que 10 vezes a energia global consumida por ano no nosso planeta (SMIL, 1985). O total de energia existente na cobertura vegetal da Terra, incluindo–se os bosques tropicais e temperados, as savanas e campos, é estimado como sendo cerca de 100 vezes o consumo atual de energia ao longo de um ano na Terra. Sabemos que só uma parte dessa energia pode ser utilizada, mas as informações numéricas fazem com que percebamos da importância que tem o potencial energético. 2.2.1 Tipos de Biomassa Os recursos energéticos da biomassa podem ser classificados em diferentes formas, entretanto não pode deixar de citar que aos fluxos de energia de biomassa são associados os biocombustíveis que, que são apresentados em três grupos conforme sua origem. Existem os biocombustíveis da madeira os combustíveis de plantação não florestal e os resíduos urbanos. 21 ● Biocombustível da madeira: Envolve basicamente a lenha que pode ser produzida e obtida de maneira sustentável a partir de florestas plantadas ou nativas, respeitando limites que possibilitem a regeneração natural das florestas, ou também obtida por desmatamento de formações nativas com o intuito, neste caso, de obter terras para atividades agropecuárias. Pode–se também obter estes combustíveis através de atividades que processam ou utilizam a madeira com finalidade não exclusivamente energética, como por exemplo, em serrarias e indústrias de celulose. ● Biocombustíveis não florestais: são produzidos a partir de produções anuais. Apresentam maior umidade que os biocombustíveis florestais. Seu uso, em geral, exige primeiramente uma conversão em outro produto energético mais adequado, temos como exemplo, a cana–de–açúcar, sabendo que valor energético está associado ao conteúdo de celulose, amido, açúcares e lipídeos que, por sua vez, determinam o tipo de produto energético que se pode obter. ● Resíduos urbanos: mesmo que inclua os materiais de outras origens, tais como os plásticos e metais, o número maior do lixo e praticamente toda a parte orgânica das águas de esgotos é representada por biomassa. A utilização para fins energéticos destes resíduos pode ser um considerável benefício ambiental e uma gradual eliminação de materiais contaminantes, que quase sempre provocam crescentes dificuldades nas cidades e vilas. 2.2.2 Combustão da Biomassa Combustão direta: O aproveitamento da biomassa pode ser feito por meio da combustão direta (com ou sem processos físicos de secagem, classificação, compressão, corte/quebra etc.), de processos termoquímicos (gaseificação, pirólise, liquefação e transesterificação) ou de processos biológicos (digestão anaeróbia e fermentação). Gaseificação: como o próprio termo indica, gaseificação é um processo de conversão de combustíveis sólidos em gasosos, por meio de reações termoquímicas, envolvendo vapor quente e ar, ou oxigênio, em quantidades inferiores à estequiométrica (mínimo teórico para a combustão). Há vários tipos de gaseificadores, com grandes diferenças de temperatura e/ou pressão. Os mais comuns são os reatores de leito fixo e de leito fluidizado. O gás resultante é uma mistura de monóxido de carbono, hidrogênio, metano, dióxido de carbono e nitrogênio, 22 cujas proporções variam de acordo com as condições do processo, particularmente se é ar ou oxigênio que está sendo usado na oxidação. Pirólise: a pirólise ou carbonização é o mais simples e mais antigo processo de conversão de um combustível (normalmente lenha) em outro de melhor qualidade e conteúdo energético (carvão, essencialmente). O processo consiste em aquecer o material original (normalmente entre 300°C e 500°C), na "quase-ausência" de ar, até que o material volátil seja retirado. O principal produto final (carvão) tem uma densidade energética duas vezes maior que aquela do material de origem e queima em temperaturas muito mais elevadas. Além de gás combustível, a pirólise produz alcatrão e ácido piro-lenhoso. Digestão anaeróbia: a digestão anaeróbia, assim como a pirólise, ocorre na ausência de ar, mas, nesse caso, o processo consiste na decomposição do material pela ação de bactérias (microrganismos acidogênicos e metanogênicos). Trata-se de um processo simples, que ocorre naturalmente com quase todos os compostos orgânicos. Fermentação: fermentação é um processo biológico anaeróbio em que os açúcares de plantas como a batata, o milho, a beterraba e, principalmente, a cana de açúcar são convertidos em álcool, por meio da ação de microrganismos (usualmente leveduras). Em termos energéticos, o produto, o álcool, é composto por etanol e, em menor proporção, metanol, e pode ser usado como combustível (puro ou adicionado à gasolina- cerca de 20%) em motores de combustão interna. Co-combustão Essa prática visa propor a substituição de parte do carvão mineral utilizado por biomassa. Com isso, reduz-se significativamente a emissão de poluentes. Neste contexto, a faixa de desempenho da biomassa encontra-se entre 30 e 37%, se configurando como uma escolha bastante atrativa e econômica atualmente. Comparativamente à queima isolada de carvão ou biomassa, a co-combustão na geração de energia de biomassa apresenta algumas vantagens, entre as quais se destacam: ● Redução do total de emissões por unidade de energia produzida; ● Diminuição dos níveis de emissão de poluentes associados à composição típica destes combustíveis, tais como os óxidos de enxofre, os metais pesados ou as dioxinas e furanos; ● Minimização de desperdícios; ● Redução dos níveis de poluição do solo e água, dependendo da composição química do material utilizado. A Figura 02 mostra as fontes de biomassa e a conversão que cada uma pode sofrer 23 Figura 2. Principais processos de conversão em energéticos. Fonte: BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL - BEN. Brasília: MME, 1982. 2.3 Biocombustível da Madeira - Pellet Existem três tipos de biocombustíveis, mas neste item vamos nos aprofundar no biocombustível da madeira, uma matéria prima de combustão. A necessidade atual de fontes de energia renováveis e caracterizadas como limpas, fez com que os pellets surgissem como uma fonte de energia alternativa, pois possuem grande potencial energético, e proporciona menor impacto ambiental, já que utiliza resíduos industriais e florestais em sua composição. A matéria prima utilizada está relacionada ao teor de cinzas do material e ao Poder Calorífico Superior (PCS), que são alguns dos principais parâmetros de qualidade de pellets para fins energéticos. No processo de produção estão relacionados fatores como densidade a granel e durabilidade mecânica dos materiais (DUCA et al., 2012). Porém, o teor de umidade, teor de cinzas e o poder calorífico superior, são considerados como as principais características qualitativas em relação ao potencial energético da biomassa (FURTADO et al., 2012). Os pellets se destacam por serem sólidos e de fácil manuseio, além de necessitarem de pouco espaço para armazenamento e possuírem alta densidade energética. A geometria 24 dos pellets proporciona algumas vantagens se comparado a outros materiais, já que suas dimensões permitem maior facilidade no transporte do mesmo, que pode ser embalado em vários tamanhos de embalagens pré-definidas. Outra vantagem se refere à alimentação de sistemas industriais, sendo esta tanto automática quanto manual como em aquecedores residenciais, já que é um produto de origem natural e sua composição não contém elementos tóxicos (GARCIA, CARASCHI e VENTORIM, 2017). Os matérias e qualidade dos produtos que como produtos usados para combustão, são capazes de reduzir um número significante da emissão de gases poluentes que causam vários problemas para o meio ambiente e consequentemente para o ser humano, além desse ponto positivo não podemos deixar de considerar que o Pellet é produzido do resíduo da madeira ou melhor na limpeza dos resíduos florestais, então a utilização desse biocombustível reduziria também o risco de incêndios florestais. “Os pellets podem ser utilizados como substitutos diretos da lenha em variados usos, como residencial, industrial, estabelecimentos comerciais, olarias, cerâmicas, padarias, pizzarias, fábricas de alimentos, de cimento, laticínios, indústrias químicas e têxteis, aquecimento de grãos. Comparado com lenha que é utilizada para geração de vapor e aquecimento industrial, o pellet de madeira apresenta muitas vantagens. O seu mais elevado poder calorífico e densidade aparente e baixo teor de umidade (6,5 a 10%) trazem uma série de vantagens sobre a biomassa e a lenha (média de 35 a 40% de teor de umidade). Quer ainda pela maior densidade dos pellets de madeira ou quer pelo maior poder calorífico que facilitam os custos de armazenamento e transporte e uma maior geração de energia”. (OLIVEIRA DE, CELSO MARCELO,2010). 2.3.1 Propriedade dos Pellets A determinação da umidade base úmida e base seca, além da densidade a granel dos pellets pode ser determinada de acordo com as mesmas metodologias utilizadas para a caracterização das matérias-primas. A estimativa do poder calorífico útil foi realizada utilizando-se a seguinte equação, conforme norma DIN EN 14918 (Deutsches Institut Für Normung, 2010b): PCU (pressão constante) = (PCS – 212,2*H-0,8*(O+N))*(1 – 0,01* M) – (24,43* M) Em que: 25 PCU (pressão constante): poder calorífico útil em pressão constante, em J.g-1; PCS: poder calorífico superior, em J.g-1; H, O, N: hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, respectivamente, em porcentagem (%); M: umidade, base úmida, em porcentagem (%), Constantes: A energia de vaporização (pressão constante) para a água a 25°C é de 44,01 kJ.mol-1. Isto corresponde a 218,3 J.g-1 para 1% de hidrogênio (m/m) ou 24,43 J.g-1 para 1% de umidade (m/m) na amostra. A densidade energética, em GJ.m-3, é obtida pela multiplicação do poder calorífico útil pela densidade a granel do material, conforme sugerido por Obernberger e Thek (2010). Tabela 1. Principais características dos pellets Principais características dos pellets Dimensões Diâmetro: 4-10 mm Comprimento: 10-40 mm Poder Calorífico Superior 16,9 – 22,0 MJ//kg (4,04 – 5,26 kcal/kg) Teor de umidade 6 – 10% (Base Seca) Teor de Cinzas Menor que 0,5% Matéria-prima Serragem, maravalha e resíduos agroflorestais Densidade à granel 650 – 700 kg/m³ Conversão termoelétrica 1,0 MWh = 3600MJ 212 kg de pellets Fonte: (GARCIA et al, 2017) 2.3.2 Normas Utilizadas para Padronização e Caracterização de Pellets Aqui no Brasil não há normas para padronização e caracterização de pellets de madeira ou demais resíduos. Assim são usadas algumas restrições e padronizações que é utilizado para briquetes e carvão vegetal que são adaptadas para o uso de pellets. Utilizam-se então como critérios e referencial as normas europeia, americanas e algumas normas alemãs. A normalização é utilizada para garantir a segurança e qualidade exigidas normalmente pelo cliente, visando sempre melhoria contínua. As normas padrão de pellets são: sueca (SS187120), austríaca (ONORM M7135), alemã (DIN 51731) e Estados Unidos seguem normas oficiais recomendadas pelo PFI (Pellets 26 Fuel Institute). Tabela 2. Parâmetros usados na Áustria e Suécia (GARCIA et al, 2017) Fonte: (GARCIA et al, 2017) Tabela 3. Parâmetros usados na Alemanha e Estados Unidos Fonte: (GARCIA et al, 2017) 2.3.3 Mercado de Pellets Com a utilização dessa matéria prima para muitas novas aplicações o mercado tem visto como uma oportunidade de crescimento, pois é um bicombustível sustentável, mas no 27 Brasil ainda não existe regulamentação como já vimos no item. Então para o crescimento ser mais favorável e expandir é necessário de uma regulamentação. Os pellets de madeira hoje em dia são considerados como um combustível promissor, pois como é composto de resíduos de madeira que seriam descartados sem contar do baixo teor de umidade onde facilita a combustão. O crescimento do mercado de pellets faz com que consequentemente o mercado de florestas aumente ainda mais, assim gerando e diversificando as atividades florestais. Conclui-se que, como citado no início, a regulamentação é o maior empecilho do crescimento deste ramo, evitando que seja rápido e eficiente. 2.4 QUEIMADORES O Dicionário UNESP sustentabilidade é “Conceito que, relacionando aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais, busca suprir as necessidades do presente sem afetar as gerações futuras. Qualidade ou propriedade do que é sustentável,do que é necessário à conservação da vida.” Uma nova tecnologia de aquecimento sustentável que causa menos impacto ao meio ambiente, sem contar que é um equipamento 40% mais barato, pois o reabastecimento de matéria-prima para a combustão é longo. 2.4.1 Tipos de Queimadores O queimador é um dispositivo usado para a queima de combustíveis em fornos, caldeiras e secadores. As funções do Queimador são: 1. Promover uma mistura íntima entre o combustível e o ar para combustão; 2. Direcionar a mistura de forma atomizada e pulverizada na câmara de combustão; 3. Promover a queima contínua e eficiente da mistura. 4. Os queimadores podem ser usados na combustão do gás e do óleo. Incluído no assunto de queimadores a biomassa, existe o pellet, que é o resultado da extrusão de serragem produzida durante o beneficiamento da madeira natural seca. Os pellets 28 de madeira representam uma das formas de aquecimento menos poluentes e mais econômicas disponíveis atualmente no mercado. Atualmente, a tecnologia de queimadores a pellets é dividida em três diferentes categorias, concordante com seu sistema de alimentação: inferior, horizontal e superior. Como mostra a figura 03. Figura 3. Categorias quanto à alimentação de pellet. Fonte: Disponível em: www.hearth.com/talk/attachments/principper-for-pillef%C3%B8dning- jpg.96877/ 2.4.1.1 Queimador de alimentação inferior Um queimador com alimentação inferior em geral faz parte de um conjunto completo para aquecimento de água. Possui o reservatório de pellets, o mecanismo de alimentação, a câmara de combustão e o trocador de calor com a água numa estrutura compacta. Podemos observar esse modelo na figura 05 e 06. Para este tipo de queimador, os pellets saem do reservatório por meio de um dosador e caem dentro do tubo de condução, onde está a rosca transportadora. A rosca transportadora helicoidal empurra os pellets por este tubo. Na extremidade deste tubo existe uma curva para cima, fazendo com que os pellets subam para a câmara de combustão. O ar necessário para a queima dos pellets é provido por um disco em todo o perímetro da câmara. Possui, na maioria dos casos, acendimento automático por meio de resistência elétrica. Algumas vantagens dos queimadores de alimentação inferior: ● São sistemas compactos e multifuncionais. ● Todo o sistema é projetado e fabricado pela mesma empresa, tendo uma maior garantia de funcionamento e facilita um eventual reparo pela assistência técnica. ● É um sistema mais apresentável, por não conter peças móveis aparentes. 29 Algumas desvantagens dos queimadores de alimentação inferior: ● O preço de aquisição é mais alto, por se tratar de uma solução completa. ● Difícil adaptabilidade em sistemas pré-existentes. ● Limita-se ao aquecimento de água. Figura 4. Queimador a pellet com alimentação inferior. Fonte: Disponível em: <www.oekofen.de> Figura 5. Queimador a pellet com alimentação inferior. Fonte: Disponível em: <www.beacon-stoves.co.uk > 2.4.1.2 Queimador de alimentação horizontal 30 Os queimadores a pellet com alimentação horizontal possuem um reservatório de pellets separado da câmara de combustão pelo tubo de transporte do combustível, onde se encontra a rosca transportadora. A rosca transportadora alimenta o leito de combustão pela lateral, conforme mostra figura 10. O ar para a combustão é insuflado por baixo do leito de combustão. Este modelo de queimador a pellet também permite a queima de outros combustíveis granulados como: milho, casca de nozes, casca de amêndoas etc. O formato e sistema de funcionamento dos queimadores a pellet com alimentação lateral, permite a sua utilização em fornos de assar pães e pizzas. Um exemplo desse queimador é mostrado nas Figuras 06 e 07. Algumas vantagens dos queimadores de alimentação horizontal: ● São de fácil adaptabilidade para substituir combustíveis como a lenha, gás ou eletricidade em fornos pré-existentes. ● A mecânica é simples. Algumas desvantagens dos queimadores de alimentação horizontal: ● Tem a maioria dos componentes expostos. ● Sobram cinzas na fornalha, ao final do fogo. ● Perigo de queimar os pellets dentro do tubo de transporte. Figura 6. Queimador a pellet com alimentação horizontal Fonte: Disponível em: <www.ecopiva.com.br > 31 Figura 7. Queimador a pellet com alimentação horizontal. Fonte: Disponível em: <www.wikipédia.com.br > 2.4.1.3 Queimador de alimentação superior A solução vertical, de alimentação superior, abastece a câmara de combustão através de um duto que está sobre o queimador. O alimentador helicoidal direciona os pellets para o duto de alimentação, fazendo com que o combustível caia sobre o fogo. O queimador de pellet com alimentação superior se divide em dois tipos: Com fornalha tipo bandeja ou com fornalha horizontal tubular. O queimador com fornalha tipo bandeja é utilizado em lareiras a pellet ou em sistemas integrados de aquecimento de água. Já o queimador com fornalha horizontal tubular é acoplado em sistemas de aquecimento de água ou ar substituindo queimadores convencionais a óleo, a gás ou a lenha. Funcionam com uma rosca transportadora que leva os pellets do reservatório a um tubo de direcionamento e lança-os em cima da chama em combustão. Também é conhecido como lareira de pellets, Boiler a pellet e Queimador a pellet adaptável as figuras 09,10 e 11 apresentam estes modelos respectivamente Algumas vantagens dos queimadores de alimentação superior: ● Por manter os pellets da rosca transportadora afastados da câmara de combustão, é menor o risco de incendiar o reservatório. ● Por lançar os pellets sobre a chama, facilita a combustão. ● Baixo custo de instalação, operação e manutenção. Vantagens abaixo válidas apenas para queimador com fornalha horizontal tubular: ● São de fácil adaptabilidade para substituir queimadores de combustíveis como a lenha, gás ou óleos em boilers ou trocadores de calor. 32 ● São versáteis pela forma construtiva. ● A mecânica é simples. Algumas desvantagens dos queimadores de alimentação superior: ● O controle de quantidade de pellets na câmara de combustão é complicado. Necessitam um espaço no trocador de calor para acumular as cinzas. Figura 8. Lareira a pellet Fonte: Disponível em: < http://www.auldtonstoves.co.uk > 33 Figura 9. Boiler a pellet. Fonte: Disponível em: < http://www.treco.co.uk > Figura 10. Queimador de pellet adaptável. Fonte: Disponível em: < http:// www.megatherm.gr/> 34 Figura 11. Queimador a pellet instalado a um trocador de calor ar/ar. Fonte: Disponível em: <http://www.megatherm.gr/>. 2.5 TROCADORES DE CALOR Equipamentos de vários tipos e configurações onde ocorre transferência de energia sob a forma de calor entre duas ou mais massas de fluido que podem ou não estar em contato direto. Os equipamentos usados para programar a troca de calor entre dois fluidos ou mais sujeitam a diferentes temperaturas são denominados Trocadores de Calor. Classificação de trocadores de calor: Podemos classificar os trocadores de diversas maneiras: I. Quanto ao modo de troca de calor; II. Quanto ao número de fluidos; III. Tipo de construção, etc. Os trocadores de Calor Podem ser: ▪ Trocador de calor casco e tubo; ▪ Trocador de calor de placas; ▪ Trocador de calor circular adiabático; ▪ Trocador de calor de placas aletadas; ▪ Trocadores de calor fluidos; ▪ Unidades de recuperação de calor de resíduos; ▪ Trocador de calor de superfície raspada dinâmico; 35 Devido às muitas variáveis envolvidas, a seleção ótima de um trocador de calor é desafiante. Cálculos manuais são possíveis, mas muitas interações são tipicamente necessárias. Assim,trocadores de calor são mais frequentemente selecionados através de programas de computador, que por projetistas de sistemas, que são tipicamente engenheiros, ou pelos fornecedores de equipamentos. De maneira a selecionar um trocador de calor apropriado, os projetistas de sistemas (ou fornecedores dos equipamentos) em primeiro lugar consideram as limitações de projeto para cada tipo de trocador de calor. Embora o custo seja muitas vezes o primeiro critério avaliado, há vários outros importantes critérios de seleção que incluem: ▪ Limite de alta e baixa pressão; ▪ Performance térmica; ▪ Faixas de temperatura; ▪ O conjunto de produtos (líquido/líquido, líquidos com particulados ou alto teor de sólidos); ▪ Queda de pressão ao longo do trocador; ▪ Capacidade de fluxo de fluido; ▪ Características de limpeza, manutenção e reparo; ▪ Materiais requeridos para construção; ▪ Capacidade e facilidade de futura expansão. A escolha do trocador de calor correto requer algum conhecimento de diferentes tipos de trocadores de calor, assim como o ambiente no qual a unidade irá operar. Tipicamente na indústria de manufatura, diversos tipos diferentes de trocadores de calor são usados para apenas um processo ou sistema para obter-se o produto final. Por exemplo, um trocador de calor kettle para pré-aquecimento, um trocador de tubo duplo para o fluido transportador e um trocador placa e quadro para resfriamento. Com suficiente conhecimento de tipos de trocadores de calor e requerimentos de operação, uma seleção apropriada pode ser feita para aperfeiçoar-se o processo. 2.5.1 Trocadores de Calor Casco e Tubo Trocadores de calor casco e tubo consistem em uma série de tubos. Um conjunto destes tubos contém o fluido que deve ser ou aquecido ou esfriado. O segundo fluido corre sobre os tubos que estão sendo aquecidos ou esfriados de modo que ele pode fornecer o calor 36 ou absorver o calor necessário. O conjunto de tubos é chama do feixe de tubos e pode ser feita de vários tipos de tubos: simples, longitudinalmente aletados etc. Trocadores de calor casco e tubos são normalmente utilizados para aplicações de alta pressão (com pressões superiores a 30 bar e temperaturas superiores a 260 °C). Isso ocorre porque os trocadores de calor casco e tubo são robustos, devido a mais rapidamente se for de pequeno tamanho o que faz sua forma. Existem várias características de projeto térmico, que devem ser tidas em conta quando se projetam os tubos nos trocadores de calor de casco e tubo. Estas incluem: ● Diâmetro dos tubos: se usarem tubos de pequeno diâmetro faz o trocador de calor tanto econômico como compacto. No entanto, é mais provável que o trocador de calor se incrusta a limpeza mecânica das incrustações difícil. Ao prevalecer à incrustação e os problemas de limpeza, tubos de diâmetros maiores devem ser utilizados. Assim, para determinar o diâmetro de tubos, o espaço disponível, custos, incrustação, bem como a natureza dos fluidos de vem ser considerados: ● Espessura de parede de tubo: A espessura das paredes dos tubos é normalmente de terminada de maneira a garantir: ● Existir espaço suficiente para a corrosão; ● Que a vibração induzida por fluxo tenha resistência; ● Resistência axial; ● Disponibilidade de peças sobre alentes; ● Resistência de contenção ou "de cintura” (para suportar a pressão do tubo interno); ● Resistência à flambagem (para suportar s obre pressão no casco); ● Comprimentos dos tubos: Trocadores de calor são normalmente mais baratos quando tem um menor diâmetro de casco e um longo comprimento de tubo. Assim, normalmente há uma tendência de diminuir o diâmetro externo do trocador de calor enquanto fisicamente possível, não prejudicando as capacidades de produção. No entanto, existem muitas limitações para isso, inclusive o espaço disponível no local onde vai ser utilizado e a necessidade de assegurar que haja espaço disponível e pelo menos o dobro d o comprimento necessário (para que os tubos possam ser retira dos e substituídos). Além disso, é bom lembrar que, os tubos finos são difíceis de remover e substituir. ● Passo (pitch) dos tubos: quando se projeta os tubos, é prático para garantir que o passo (pitch) dos tubos (i.e., a distância do centro do tubo ao centro de 37 tubos adjacentes) não se já inferior a 1,25 veze só diâmetro dos tubos externos. Um passo maior dos tubos leva a um maior diâmetro global do casco que leva a um trocador de calor mais caro. ● Corrugação dos tubos: tubos corrugados, são utilizados principalmente para os tubos internos, pois aumentam a turbulência dos fluidos e o efeito é muito importante na transferência de calor dando um melhor desempenho. ● Distribuição o u configuração (l a yout) do tubo: refere-se a como os tubos são posicionados dentro do casco. Existem quatro tipos principais de configuração dos tubos, os quais são triangulares (30 °), triangular "girado” (60 °), quadrado (90 °) ou quadrado girado (45°). Os padrões triangulares são empregados para produzir maior transferência de calor em que se força o fluido a fluir de uma forma mais turbulenta ao redor da tubulação. Padrões quadrados são empregados onde alta incrustação é experimentada e operações de limpeza são mais regulares. ● Projeto das chicanas: chicanas ou defletores são usados em trocadores de calor casco e tubo para direcionar o fluido através do feixe de tubos. Eles correm perpendicularmente ao caso e mantém coeso e fixo o feixe de tubos, evitando os tubos de vergarem ao longo de um comprimento excessivo. Eles também podem impedir que os tubos vibrassem excessivamente. O tipo mais comum de chicana é a chicana segmentar. As chicanas segmentares semicirculares são orientadas a1 80 graus para as chicanas adjacentes forçando o líquido a fluir para cima e para baixo entre o feixe de tubos. Chicanas de espaçamento são de grande importância termodinâmica no projeto de trocadores de calor de casco e tubo. Chicanas devem ser espaçadas, tendo em consideração para a conversão da queda de pressão e transferência de calor. Para a otimização térmica e econômica é sugerido que as chicanas sejam espaçadas não mais de 20 % do diâmetro interno do casco. Tendo-se chicanas espaçadas muito próximas provoca -se um a maior queda de pressão por causa do redirecionamento de fluxo. Consequentemente com as chicanas nas espaçadas significa que pode haver regiões mais frias nos cantos entre as chicanas. Também é importante para garantir que as chicanas sejam espaçadas perto o suficiente para que os tubos não cedam. O outro tipo principal de defletor é o de disco e defletor de rosca, que consiste em dois defletores concêntricos, o defletor exterior mais amplo parece uma rosquinha (donut), embora o defletor interno seja em forma de disco. 38 Estes tipos de defletores forçam o fluido a passar em torno de cada lado do disco, em seguida, através do defletor donut gerando um tipo diferente de fluxo de fluido. 2.5.2 Trocador de Calor de Placas Outro tipo de trocador de calor é o trocador de calor de placas. Ele é composto por placas múltiplas, finas, levemente separadas, tem áreas de superfície muito grande às passagens do fluxo de fluido, o que favorece a transferência de calor. Este arranjo empilhado de placas pode ser mais eficaz, em um determinado espaço, que o trocador de calor de casco e tubos. Avanços na tecnologia de vedação e brasagem fizeram o permutador de calor do tipo placa cada vez mais prático. Em aplicações HVAC, grandes trocadores de calor deste tipo são chama dos placas-e-quadros, quando utilizados em circuitos abertos, estes trocadores de calor são normalmente do tipo vedado permitindo desmontagem, limpeza e inspeção periódica. Existem muitos tipos de trocadoresde calor de placa permanentemente ligadas, tais como variedades de placa brasadas por imersão e brasadas a vácuo, e muitas vezes são especificados para aplicações de circuito fechado, como refrigeração. Trocadores de calor de placas também diferem no tipo de placas que são utilizadas, e nas configurações das placas. Algumas placas podem ser carimbadas com o “chevron ” (forma de insígnia), ou outros padrões, onde outros possam ter aletas e/ou ranhuras usinadas. 2.5.3 Trocador de Calor Adiabático Um quarto tipo de troca dor de calor utiliza um fluido intermediário ou armazena sólidos para manter o calor, que é então transferido para o outro lado do trocador de calor a ser liberado. Dois exemplos disso são rodas adiabáticas, que consistem em uma grande roda com linhas finas em rotação através dos quais fluem os fluidos quentes e frios, e trocadores de calor fluido. 39 2.5.4 Trocador de Calor de Placas Aletadas Este tipo de trocador de calor utiliza com passagens em “sanduíche” para aumentar a efetividade da unidade. Os projetos incluem fluxo transversal e contra fluxo com diversas configurações de aletas tais como aletas retas, a letas deslocadas e as aletas onduladas. Trocadores de calor de placas aletadas são normalmente feitos de ligas de alumínio, que proporcionam maior eficiência de transferência de calor. O material permite que o sistema funcione a baixa temperatura e reduzem o peso do equipamento. Trocadores de calor de placas aletadas são usados principalmente para serviços de baixa temperatura, como plantas de liquefação de gás natural, hélio e oxigênio, as plantas de separação de ar e na indústria de transportes com motores de aeronaves. Um trocador de calor de placas intercambiáveis a plicado a o sistema de uma piscina de natação. Vantagens de trocadores de calor d e placas e aletas: ● Alta eficiência e transferência de calor especialmente em tratamento de gás. ● Maior área transferência de calor. ● Aproximadamente cinco vezes mais leve em peso que os correspondentes em capacidade trocadores de calor casco e tubos. 2.5.5 Trocador de Calor de Fluido Este é um trocador de calor com um gás que passa para cima a través de um banho de líquido (frequentemente água), e o fluido é, então, levado para outro lugar antes de ser refrigerado. Isto é comum ser utilizado para o resfriamento de gases ao mesmo empo em que se remove certas impurezas, assim, resolve -se dois problemas de uma vez. É amplamente utilizado em máquinas de café expresso como um método de poupar-se energia de resfriamento de água superaquecida para ser utilizada na extração do expresso. 2.5.6 Unidade de Recuperação de Calor de Resíduos Uma unidade de recuperação de calor (WHRU, Waste He at Recovery Unit) é um trocador de calor que recupera o calor de um fluxo de gás quente durante sua transferência 40 para um meio de trabalho, geralmente água ou óleo. O fluxo de gás quente pode ser o gás de exaustão de uma turbina a gás ou um motor a diesel ou a gás de resíduos provenientes da indústria ou da refinaria. 2.5.7 Trocador de Calor de Superfície Raspada Dinâmico Outro tipo de trocador d e calor é chamado "trocador de calor de superfície raspada (dinâmico) “ São principalmente usados em aquecimento ou resfriamento com produtos altamente viscosos, processos de cristalização, aplicações de evaporação e alta incrustação. Longos tempos de atividade são alcançados devido à raspagem contínua da superfície, evitando assim incrustação e alcançando um a taxa de transferência de calor sustentável durante o processo. A fórmula usada para isto será: Q = A. U. F△ LM TD, onde Q é a taxa de transferência de calor. 2.6 ANÁLISE DE TROCADOR DE CALOR Para a realização de um projeto de um trocador de calor é necessário realizar a verificação do desempenho do mesmo para a situação em análise. Para tal verificação relaciona-se a taxa total de transferência de calor com temperaturas de entrada e saída, coeficiente global de transferência de calor e área superficial disponível para transferência de calor (INCROPERA et al, 2008, p.428) Pode-se calcular o calor que foi trocado através da seguinte equação: 𝑄 = 𝑈𝐴(𝑇𝑏1 − 𝑇𝑏2) Onde: Q: Calor trocado (W) 𝑈: Coeficiente global de troca de calor (W/m²K) 41 𝐴: Área (m²) 𝑇𝑏: Temperatura média de cada um dos fluidos (°C) 2.6.1 Análise de Trocador de Calor por Média Logarítmica Segundo Braga Filho (2004, p. 522) o Coeficiente Global de Transferência de Calor é definido pelo inverso da resistência equivalente. Para a utilização do método de análise por diferença de temperatura média logarítmica é indicado que sejam conhecidas as temperaturas de entrada e saída dos fluidos, tornando o dimensionamento mais eficaz pois pode-se calcular a área de contato necessária, sem superdimensionar e com isso, gerando maior eficiência. Utiliza-se a temperatura média porque as temperaturas variam de ponto a ponto, sendo assim utilizada a média para garantir um melhor dimensionamento do trocador de calor. Segundo Incroperaet al. (2008), a diferença de temperatura média apropriada é uma média logarítmica das diferenças de temperaturas. Então, é possível calcular a taxa de transferência de calor, dada pela seguinte equação: �̇� = 𝑈𝐴∆𝑇𝑚𝑙 �̇� ∶ Calor trocado (W) 𝑈: Coeficiente global de troca de calor (W/m²K) 𝐴: Área (m²) ∆𝑇𝑚𝑙: Diferença entre temperaturas 2.6.2 Análise de Trocador de Calor pelo Método da Efetividade Nut Quando as temperaturas de entrada e saída são conhecidas é de fácil aplicação o método logarítmico, porém se não conhecemos as temperaturas podemos utilizar o método da efetividade NUT. 42 O método NUT é geralmente utilizado para verificar o desempenho dos trocadores de calor e quando se conhece o tipo do equipamento e é necessário determinar a taxa de transferência de calor e as temperaturas de saída dos fluidos Segundo Ferreira (2014) A razão entre a taxa real de transferência de calor Q e a taxa máxima de transferência de calor para um trocador de calor, Qmax, é chamada de efetividade ε, ou seja: 𝜀 �̇� �̇�𝑚𝑎𝑥 Na determinação da efetividade de um trocador de calor, primeiro determina-se a taxa máxima de transferência de calor Qmax, para o trocador. Para a obtenção desta taxa máxima de transferência de calor, deve-se fixar o coeficiente Cmin , que é o menor valor entre os “Cs” das equações a seguir , onde : 𝐶ℎ = 𝑚ℎ. 𝑐ℎ e 𝐶𝑐 = 𝑚𝑐. 𝑐𝑐 Na sequência, escreve-se : Qmax = 𝐶𝑚𝑖𝑛. (𝑇ℎ𝑒 − 𝑇𝑐𝑒 ) 3 METODOLOGIA APLICADA Nessa etapa do trabalho científico, descrevem-se, principalmente os métodos e os procedimentos que foram utilizados na pesquisa, permitindo aumentar a compreensão do estudo realizado e assegurando a réplica científica. (SILVEIRA et al, 2004, p. 106). Neste capítulo, é determinado os métodos que será desenvolvido no projeto e no produto, onde detalhara os procedimentos de coleta, análise e interpretação de dados para a realização do projeto da cadeira de rodas motorizada. 43 3.1 MÉTODO DE PESQUISA A metodologia de pesquisa utilizada refere-se a maneira de abordagem e concepção do projeto informacional, pode ser considerado como método qualiquantativo, ou seja, onde as partes dos dados são mensuradas e a outra parte realiza-se a qualificação dos dados. A pesquisa experimental tem como objetivo solucionar os problemas, com a realidade que se tem no dia a dia, a pesquisa experimental busca pesquisar sobre o assunto e colocar as hipóteses em análise e ação assim podendo ser classificada como pesquisa e ação, que possibilita e interação entre os pesquisadores e os problemas a serem resolvidos. Com os objetivos deste projeto elencados, onde o mesmo envolveuma pesquisa explanatória, que visa o conhecimento científico em bibliografias, além das entrevistas com as pessoas familiarizadas com o assunto. Para a pesquisa descritiva usou-se uma metodologia bem conhecida e usada nos dias de hoje onde se apresenta o levantamento de dados e desenvolvimento de projetos por Pahl et al.(2005) e adaptada por Back et al.(2008), descritas na metodologia de projeto. 3.2 PROCEDIMENTO PARA AQUISIÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS A metodologia de projeto baseia-se nos procedimentos de uma análise de interpretação de dados para a concretização do projeto e segundo Back et all (2008) contribui na velocidade e dinâmica de desenvolvimento de novos produtos e de forma sistemática e formal, assim, integrando todos os processos em único projeto. Conforme Zaions (2014) apud Back et al (1983), “Projeto é a criação de algo novo, de algo que nunca tenha sido montado desta forma e para esta finalidade, mesmo que seja a montagem de peças velha”. O primeiro passo a ser executado é definição de categoria de projeto que será dividido nas seguintes categorias: 1. Projeto inovador; 2. Projeto adaptativo; 3. Projeto informativo; Onde o projeto inovador o projetista deve-se basear em produtos da mesma categoria segundo a classificação. O projeto adaptativo é o qual se adapta uma estrutura já existente 44 com a intenção de mudar as tarefas para as quais inicialmente foram projetadas, mantendo a solução e todos seus princípios. E o projeto alternativo já existe um produto com conceitos similares devendo desenvolver-se um trabalho para determinar o ciclo de vida com conceitos muito similares e atributos do produto com base nos já existentes. As etapas são subdivididas em: I. Planejamento de produto; II. Planejamento de projeto; III. Planejamento informacional; IV. Projeto preliminar; V. Projeto detalhado. 3.3 PLANEJAMENTO DE PRODUTO A carência de empresas ou de um grupo de pessoas leva-se ter uma ideia de um novo produto. Back et all (2008, p.159) apresenta uma metodologia e sua importância para o desenvolvimento de um produto que precisa ser pensando e planejado desde a ideia até a concepção de um projeto e por ser um tempo que a competitividade é muito grande é necessário inovar e atender o mercado reduzindo custos que é o principal foco de um cliente. De acordo com Back et al (2008, p.165) sustentam que: “A ideia do produto também pode ser entendida como uma especificação de oportunidade, a qual deve conter uma ideia central chamada de benefício básico, [...] conter todos os fatores determinantes do sucesso comercial do produto e deve ser devidamente justificada. ” O planejamento do produto deve buscar o esvaziar de ideias, ou seja, selecionar as mais favoráveis e que podem dar um bom resultado é hora de estreitar a Brainstorm. Zaions (2014) define as principais questões relacionadas ao planejamento de produtos: ● Quais são as tecnologias existentes e aqueles promissores durante um período determinado; ● Como serão avaliadas as tecnologias e seus impactos; ● Quais serão os planejamentos referentes às produções e capacidade da organização de desenvolvimento; ● Qual o tempo necessário para obter retorno financeiro. 45 Figura 12. Fluxograma Planejamento de Produto Fonte: (Os autores, software xmind) 3.4 PLANEJAMENTO DE PROJETO Back et al. (2008) afirmam que essa etapa do projeto tem por objetivo o planejamento de um novo projeto, seguindo estratégias, é definida toda estrutura do projeto, determinando todos os envolvidos, a forma construtiva, forma de comunicação, o escopo do projeto e os cronogramas a serem seguidos. 3.4.1 Projeto Informacional O projeto informacional como o nome sugere é o momento de levantar todas as informações necessárias e pertinentes para o produto ser desenvolvido, principalmente as necessidades do cliente que serão basicamente os requisitos definidos na linguagem usual do projeto, assim Zaions (2014) define o projeto informacional. Os fatores que influenciam no projeto devem ser listados nesta etapa, para estabelecer as especificações do projeto deve-se avaliar e listar todas as necessidades do cliente que serão posteriormente os requisitos do projeto tendo como principais requisitos segurança, confiabilidade, funcionalidade. O projeto informacional pode ser definido pela Figura 13: 46 Figura 13. Fluxograma Projeto informacional Fonte: (Os autores, software xmind) 3.4.2 Projeto Conceitual Definido por Back et al. o projeto conceitual tem por finalidade o desenvolvimento da concepção do produto. A estrutura funcional do projeto nesta etapa precisa ser definida juntamente com as funções e sub funções, partindo-se então para o estudo das estruturas alternativas. Selecionar o a alternativa adequada por meio da comparação entre todas as opções, considerando as especificações do projeto, o custo, os riscos de desenvolvimento, complexidade entre outros. O fluxograma abaixo mostrará as etapas que devem ser desenvolvidas durante o projeto conceitual. 3.4.3 Projeto Preliminar O projeto preliminar é responsável pelo layout final, essa fase consiste no trabalho sob a orientação da equipe de desenvolvimento e organização da equipe onde sera distribuída a realização das tarefas de identificação das especificações de projeto, relacionado aos requisitos de forma, material, segurança, ergonomia, manufatura, definição dos componentes, tipos de material, processo de fabricação, analise entre outros. (BACK et al,2008, p.79). 47 O projeto preliminar pode ser definido pela Figura 14: Figura 14. Fluxograma Projeto preliminar. Fonte: (Os autores, software xmind) 3.4.4 Projeto Detalhado Segundo Back et al (2008, p81) o projeto detalhado deve ser realizado a construção e os testes do protótipo, a otimização dos componentes, o plano detalhado de manufatura, fixação das especificações técnicas, bem como o detalhamento das peças deve ser feito, todos os manuais devem ser elaborados. Assim como mostra a Figura 15: Figura 15. Fluxograma Projeto detalhado. 48 Fonte: Os autores 3.5 PLANEJAMENTO DE PESQUISA A Figura 16 mostras através do fluxograma as etapas do planejamento de pesquisas Figura 16. Fluxograma Planejamento de pesquisa. Fonte: (Os autores, software xmind) 3.5.1 Fase I - Planejamento de Pesquisa Fase inicial do projeto, a qual estabelecerá fundamentos científicos e informações essenciais para a evolução das seguintes fases. 49 3.5.1.1 Etapa I – Identificação da metodologia da pesquisa científica Esta etapa é a base de todas as outras da fase I. A identificação da metodologia será um mapa para os próximos passos. 3.5.1.2 Etapa II – Descrição da metodologia de projeto para a coleta e análise de dados A necessidade de um sistema de queimador e trocador de calor para aquecer água para as empresas que querem uma caldeira mais eficiente. Fundamentou-se essa etapa com a análise e processamento de informações utilizando-se a metodologia de Paul e Beitz (2008). 3.5.1.3 Etapa III – Planejamento de pesquisa Com o desenvolvimento de possibilidades encontradas na etapa II, a etapa III é responsável por determinar prazos de todas as atividades e conclusão do projeto através de um planejamento de atividades. 3.5.2 Fase II – Revisão Bibliográfica O levantamento de informações é o carro chefe desta fase como é possível observar nas etapas anteriores. A revisão bibliográfica levantará informações sobre os principais assuntos necessários para desenvolvimento do projeto de um Sistema de um queimador e trocador de calor para aquecer água. 3.5.2.1 Etapa IV – Revisão da literatura relacionada com os tipos de equipamentos relacionados a sistema de um queimador e trocador