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1 Microbiologia AULA 09 – 07/10/2020 MARCELI BERNARDON TXIX REVISÃO DA AULA PASSADA A gente falou sobre o controle do crescimento microbiano. Esse controle pode ser: • A diminuição • A redução • Eliminação total dos microrganismos Existem duas classificações para os agentes de controle microbiano • primeira: agentes físicos. Falamos sobre o calor, sobre o mecânico (como a filtração) e íamos falar das radiações • segunda: vamos falar mais adiante, mas são os agentes químicos Vamos entender duas formas diferentes, mas que tem a mesma funcionalidade: controlar o crescimento de microrganismos fora do nosso corpo. Uma coisa importante que devemos pensar sobre esse controle, a pergunta que a profe fez para a nós: o que a gente leva em consideração?. Se ela colocasse na prova: Como escolher um agente de controle microbiano? Íamos precisar de mais informações para responder, como por exemplo: - O que eu quero eliminar daquele material? - Eu quero estéril? - Eu quero só reduzir? - Eu quero eliminar bactéria e não fungo? Temos que saber qual o nível de controle que a gente deseja Segunda pergunta: Qual o tipo de material?. É preciso fazer essa pergunta para poder conseguir escolher o melhor método de controle microbiano, frente ao material que vai ser submetido a esse controle. Para encerarmos o controle físico vamos falar sobre as radiações RADIAÇÕES Porque vocês acham que as radiações, e aqui dois exemplos a radiação ionizante e não ionizante, funcionam bem como métodos de controle microbiano? (que nós falamos lá em bactéria na parte de mutagênico). Quando a gente falou sobre as radiações como sendo agentes mutagênicos, eles vão induzir várias mutações no material genético dos microrganismos. Os mais fáceis de sofrer essas mutações são as bactérias: primeiro porque ela não tem aquele núcleo (membrana que esconde/isola o material genético), então seu DNA fica super exposto às radiações que vão induzir inúmeras mutações que acaba inviabilizando a manutenção dessa célula no meio. Além das bactérias, alguns fungos e esporos de fungos podem sofrer ação da radiação. A radiação tem a capacidade de penetrar e induzir mutação no material genético e gerar algo ´´aberrante´´ que inviabiliza a manutenção desse microrganismo no meio. Radiação: vários efeitos sobre as células, dependendo de seu comprimento de onda, intensidade e duração. Existem 2 tipos de radiação esterilizante: ionizante e não ionizante Para relembrar: Nós falamos dos 2 tipos de mutação lá em bactéria, a ionizante e a não ionizante RADIAÇÃO IONIZANTE - 2 exemplos foram dados em genética bacteriana, o raio X e o raio Gama. Temos que lembrar na nossa prova que a radiação ionizante tem um comprimento de onda mais curto por isso ela transporta muito mais energia. Mas o que isso quer dizer? A radiação ionizante por ter esse comprimento de onda mais curto, vai ter 2 capacidade de penetração, isso é o mais importante ao pensar em controle de crescimento microbiano. Essa capacidade de penetração permite que eu consiga esterilizar a parte interna de algum objeto. Por exemplo, lá na nossa pratica a gente usa um frasco (deve ser um Erlenmeyer) com meio de cultura, para esterilizar esse meio de cultura eu posso colocar em uma autoclave com 127°C por 20min e estará estéril. Mas também, poderia colocar esse frasco com o meio de cultura em uma câmera e incidir raio X ou gama (são os dois principais utilizados como ionizantes) e por esse raio ter capacidade de penetração ele consegue atravessar o vidro e atingir o líquido que está no interior. Com isso eu consigo esterilizar o que está ao redor do vidro e o que está dentro. Essa é a grande característica e importância ao se pensar na radiação ionizante • Se ela colocar na prova, qual radiação usaríamos para esterilizar o interior de um determinado material? eu preciso de uma radiação de comprimento de onda curto pois ele tem essa capacidade de penetração • Uma vez que ele penetra, ou que ele atue na superfície, ele induz a morte dos microrganismos da mesma forma que agente viu nos mutagênicos, ele vai levar à formação dos radicais hidroxila OH, e ele é extremamente reativo ao material genético DNA. • Quando ele reagir com esse material genético (radial OH ligando nas bases nitrogenadas), vai gerar bolhas no DNA da célula bacteriana, vai ser perder o alinhamento e a complementariedade. Quando isso acontece a bactéria pode ter duas opções: ou ela vai entender que aquelas bases estão a mais, e vai retirar aquela pare do material genético, ou ela vai entender que ela precisa colocar nucleotídeos para fazer complementariedade com as fitas que estão soltas e vai fazer uma inserção. De um modo ou de outro eu vou ter uma mutação de fase de leitura, na qual ela vai inserir novos nucleotídeos ou vai remover aqueles nucleotídeos, e isso vai induzir a morte da célula no meio. Radiação ionizante: ionização da água, que forma radicais hidroxila altamente reativos. Esses radicais reagem com os componentes orgânicos celulares, especialmente o DNA Resumindo: a radiação ionizante para controle de crescimento microbiano é importante devido a sua capacidade de penetração, por ser um comprimento de onda curto e com isso conseguir penetrar e atuar naquilo que está no meio/ interior e isso é importante para a esterilização RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE Ela é exatamente o oposto, pois é um comprimento de onda maior. O principal exemplo é a radiação UV (ultravioleta). Seu comprimento de onda é 260nm: absorvidos especificamente pelo DNA celular. É um comprimento de onda grande, por isso não tem capacidade de penetrar e não consegue atravessar qualquer objeto/obstáculo que está no meio. Pensando no Erlen (frasco), coloco 2 Erlen com meios de cultura, um sob a radiação X ou gama e outra sob a radiação UV, os dois frascos vão ser esterilizados pois ambas radiações, ionizante e não ionizante. Ambos vão atingir o meio externo que não tem barreira. Porém, só vai ser esterilizado internamente aquele que foi exposto a radiação ionizante, porque o UV (não ionizante) não consegue atravessar essa parede (vidro) para esterilizar o interior Como a radiação UV vai induzir a mutação para que isso sirva para eliminar o microrganismo do meio? Por meio da formação dos dímeros de timina Dímeros de timina: timinas que estão lado a lado, na mesma fita de DNA, e que naturalmente fazem pareamento com a adenina (ligação por ponte de hidrogênio, ligação fraca) • Quando tenho a incidência da radiação UV essas timinas para de parear com a adenina e pareiam entre si • A ligação entre 2 timinas é uma ligação covalente • Isso deixa as minhas bases sem pareamento, e a bactéria/microrganismo vai entender que precisa remover aquilo ou inserir uma nova base nitrogenada Isso é uma mutação por fase de leitura por remoção ou inserção 3 Na imagem tem a representação de 1 dímero de timina, mas ao longo de todo material genético vão existir vários dímeros. Isso acaba inviabilizando a manutenção dessa célula de microrganismo no meio. O que precisamos aplicar para controle: a capacidade de penetração. Uma consegue atravessar a barreira de um frasco ou metal e a outra não tem essa capacidade de penetração, então isso limita o uso da radiação UV apenas para superfícies externas. No laboratório tem o fluxo laminar com luz UV, que tem luzes roxas e tudo o que estiver na superfície desse equipamento vai sofrer essas mutações e vai morrer. Então dentro desse fluxo laminar eu vou ter um ambiente paratrabalhar, livre de contaminação. Pergunta 1: sobre a radiação não ionizante, por ela não conseguir atravessar o interior, ela não é um mecanismo totalmente estéril né? Resposta: vamos pensar, no fluxo laminar por exemplo que você não vai colocar nada no sentido de esterilizar o interno, ele é para esterilização. Então é só para a superfície. Agora, se for levar em consideração o método de escolha, tem que pensar no que eu vou utilizar para esterilizar. Por exemplo, para esterilizar uma sala eles colocam uma lâmpada comprida com UV, passa álcool e liga essa luz UV por meia hora, deixando toda a superfície do meio estéril. Se eu quiser esterilizar um frasco com meio de cultura dentro, eu preciso escolher outro método Pergunta2: Profe eu tenho uma dúvida, a radiação só vai mudar a fase do DNA basicamente? Resposta: isso, fase de leitura. Mas não é só isso, tem muita coisa, pode se repetir ao longo da molécula toda. O dano é muito drástico porque a partir daquele pedação alterado toda a sequência da fase de leitura é alterada, com isso não vai haver a produção de proteínas e moléculas viáveis no microrganismo, então ele morre. MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE MICROBIANO Vamos entender como alguns produtos funcionam nesse sentido de controle. Vamos focar qual é o alvo, o que esse método tenta fazer no microrganismo para induzir a morte ou paralisar seu crescimento e fazer a diminuição do seu controle Alguns métodos químicos • Fenóis e compostos fenólicos • Halogênicos • Metais pesados • Agentes de superfície • Sabão e detergentes • Compostos quaternários de amônio • Oxido de etileno Métodos que envolvem a parte química e não mais a física para o controle do crescimento microbiano FENÓIS E COMPOSTOS FENÓLICOS Mecanismo de atuação: membrana plasmática Esse composto quando utilizado para fazer controle vai alterar a permeabilidade da membrana plasmática, vai ocorrer morte por lise osmótica. Qual a diferença de fenóis e compostos fenólicos? O fenol tem capacidade de irritação de pele muito alta (está em desuso). Quando utilizamos fenóis em 4 grandes quantidades para outras coisas, devemos ter cuidado, usar luva e máscara pois ele é extremamente irritativo para a pele. Na tentativa de diminuir a irritação na pele, surgiu os compostos fenólicos. Os compostos fenólicos tem característica de diminuir a irritação na pele. Além disso, o fenol para ser usado na pele ou para uso no ser humano tem que ter uma concentração ligeiramente acima de 1%, abaixo disso ele não tem nenhum efeito de controle microbiano. Quando for usado em superfícies a sua concentração pode estar acima de 5% e conseguir efeitos significativos. • Os fenóis tem efeito principalmente em bactérias • Outros microrganismos são poucos sensíveis ao uso dos fenóis Os compostos fenólicos vieram com outra proposta, além de diminuir a irritação na pele, vieram com a proposta de aumentar o efeito antibacteriano. Já que ele não tem um efeito significativo, tentaram melhorar o efeito antibacteriano dos compostos fenólicos Exemplo: • Sprays de garganta: na bula tem fenol 1,4% e nessa concentração ligeiramente acima de 1% ele tem um efeito antibacteriano significativo • Fenol atua na permeabilidade da membrana celular e é mais voltado para a função antibacteriana HALOGÊNIOS: IODO E CLORO Esses são os mais comuns, o iodo e o cloro Iodo • Tem mais afinidade pela tirosina, então onde tem tirosina? nas proteínas • O iodo atua em proteínas e causa alterações nas membranas celulares microbicidas • ele vai se ligar e quando se liga nesse aminoácido das proteínas, dos microrganismos, ele vai simplesmente inativar a proteína, então não tem desnaturação Onde tem proteína e resíduos de tirosina o iodo gruda, a proteína fica afuncioal. Pode ser tanto em bactérias, fungos, vírus e endósporos bacterianos • O endósporo bacteriano era uma capa proteica, e essa capa tem resíduos de tirosina e o iodo consegue se ligar nela e aí essa proteína que formava a capa e dava proteção vai ficar afuncional, perder sua função estrutural e isso fragiliza o endósporo e leva ele a morte • O iodo além de mexer na proteína, também faz alteração de permeabilidade da membrana celular. • Porque vocês acham que ele tem atuação na membrana celular? Lembra que na membrana tem as proteínas integrais ou periféricas de membrana, as células microbianas também, então vai ter proteínas integrais ou periféricas e nessas proteínas eu tenho resíduos de tirosina. O iodo se liga a essa tirosina e deixa a proteína afuncional, perde-se a permeabilidade da membrana. Para bactérias que tem as permeases, proteínas transportadoras presentes na membrana, também vou comprometer esse transporte alterando a permeabilidade dessa membrana plasmática • Iodo está disponível como tintura, que é o iodo solubilizado em álcool e como iodósforos. O mais comum de encontrar ele é o iodóforos, que é o iodo associado ao iodóforo, isso que é utilizado hoje em dia. • Iodóforo é uma molécula que faz uma liberação gradativa de qualquer composto, nesse caso do iodo. • Exemplo clássico que utilizamos na prática é o PVTI iodopovidona, povidona é a molécula que funciona como um iodoforo (o iodo é liberado lentamente) e o iodo funciona como o a gente de controle microbiano • Então essa polvidona é como se ela grudasse no iodo e aí ela libera gradativamente/lentamente o iodo, não é a mesma coisa que pegar iodo puro ou tintura e colocar na pele, por exemplo se colocar 100 moléculas, as 100 agem. Se colocar polvidona, ela vai liberando por exemplo 10 moléculas de iodo por vez, a liberação é gradativa e isso faz com que eu tenha menos irritabilidade, já que puro ou na tintura ele pode provocar irritação na pele 5 • Liberado lentamente, o iodo causa menos irritação e isso aumenta a eficácia do controle microbiano já que o iodo vai se ligar na tirosina e altera a permeabilidade da membrana aos poucos, vai haver uma ação gradual do iodo no meio • Essa povidona nesse caso é o iodóforo da molécula, que funciona como um reservatório de iodo, vai liberando gradativamente essas moléculas de iodo no meio, isso faz com que tenha menos irritabilidade e haja maior eficácia do controle microbiano. Cloro • o que funciona de fato como agente de controle é o ácido hipocloroso. • E ele é eficaz para atuar no microrganismo e induzir a morte desse microrganismo pois é uma molécula neutra, e por ser neutro ele tem difusão pela célula microbiana passiva, assim como a agua, então ele consegue atravessar a parede celular e membrana plasmática e chegar lá no interior das células microbianas, pois é que ele faz o efeito de controle microbiano • Esse ácido hipocloroso é oxidante, e uma vez que ele promove oxidação das proteínas, vai comprometer o funcionamento enzimático, vai comprometer todas as proteínas (dentro das proteínas tem aquelas com funçãoenzimáticas, então acaba comprometendo todo o funcionamento metabólico microbiano. • Pelo fato de ser neutro, tem difusão livre e é fácil para ele entrar e provocar essa oxidação nas proteínas microbianas. • O que a gente encontra muito quando se pensa em cloro no nosso dia a dia é o tal do hipoclorito. Se a gente pegar um frasco de água sanitária tem hipoclorito. • Esse hipoclorito é carregado negativamente, então ele não vai ter difusão livre como o ácido hipocloroso, não entra facilmente nesses microrganismos. Na água sanitária está escrito hipoclorito de sódio, o sódio é um íon carregado negativamente. Então o sódio se liga ao hipoclorito e forma uma estrutura neutra. Essa é a função do sódio, ajudar o hipoclorito que é um íon que não conseguiria fazer uma difusão fácil a se tornar uma molécula neutra que consegue penetrar facilmente pela célula microbiana • No laboratório usamos hipoclorito de cálcio, que tem exatamente a mesma função, promover a neutralização desse íon hipoclorito e assim como o ácido hipocloroso, consegue ter difusão passiva pela célula e microbiana e vai promover a oxidação das proteínas • Uma vez oxidadas, as proteínas perdem suas funções, e a célula microbiana morre • Quando eu uso hipoclorito ele vem sempre associado a um íon positivo para se tornar neutro e ter difusão passiva pela parede celular, membrana plasmática e conseguir atuar no citoplasma dessas células O ácido hipocloroso é um forte agente oxidante que impede o funcionamento de boa parte do sistema enzimático celular 6 ÁLCOOIS O exemplo mais utilizado é o etanol, mas em alguns procedimentos tem o álcool isopropílico/isopropanol, que é mais eficiente que o etanol. Mas, é menos utilizado por ter uma capacidade irritante um pouco maior do que o etanol e por ser muito mais caro O álcool tem 2 mecanismos de atuação - Desnaturação de proteínas - Rompimento de membrana Na coloração de gram, feita no laboratório, fizemos rompimento da membrana externa de gram-negativa. O álcool tem capacidade de dissolver a bicamada lipídica. Ele pode tanto romper essa bicamada, como pode desnaturar proteínas Essa desnaturação proteica depende da capacidade do álcool entrar na minha célula microbiana O etanol puro não entra na célula. O álcool puro não é mais eficiente que o álcool 70% porque o álcool puro iria desidratar ainda mais a parede celular dos microrganismos, e se desidratar ele var formar algo tão compacto/fechado que nada vai entrar. Para o álcool ter sua função de desnaturação de proteínas ele tem que entrar no citoplasma da célula bacteriana. Para resolver isso, mistura-se álcool com a água. Então, usamos álcool 70% para facilitar a entrada do álcool no citoplasma da célula microbiana. Álcool puro não passaria Segunda função do álcool 70%: é para ele não evaporar rapidamente, isso garante que ele fique mais tempo em contato com a superfície. Ele vai ter mais tempo de fazer a dissolução da membrana externa, entrar no microrganismo e induzir a desnaturação proteica - por isso junto água com álcool Foi feito experimentos das gradações de álcool que funcionam para controle microbiano e eles viram que em torno de 50% já tem uma eficácia boa para controle, e isso vai ate 90-95%, acima disso já não ata mais como controle microbiano, por que vai desidratar e não vai conseguir entrar para atuar ´´ ah profe, mas e se você colocar na prova que a gente está usando álcool puro para controlar bactérias gram negativas?´´. Ele puro é suficiente para fazer isso? . Coloco lá: em uma prática de laboratório desejamos eliminar apenas bactérias gram negativas e para isso é utilizado álcool puro (etanol) como meio de controle microbiano, isso é suficiente, sim ou não? Sim porque ele precisa da água para entrar, mas a membrana externa é o que está mais externo na bactéria. Na prática usamos álcool puro/acetona, que vai quebrar a membrana externa. Então, pensando em uma gram negativa isso vai ser eficiente pois esse álcool puro vai atacar e dissolver a membrana externa, com isso você vai estar tirando parte da parede celular que serve para proteção, com isso a célula morre. Mas, se eu quero que o álcool entre na célula, eu preciso de água Gram-positiva: a camada mais externa dela é só açúcar e proteína, para o álcool entrar eu preciso de água para não desidratar a camada de peptídeoglicano para o álcool poder passar pela membrana plasmática e atingir o interior da célula, para atuar e desnaturar as proteínas Outro exemplo é o álcool isopropílico, tem a mesma função de desnaturação de proteínas e rompimento de membrana que o etanol - Pergunta: profe existe um tempo mínimo para que a ação do álcool seja eficaz? - Resposta: leva-se em consideração a população microbiota. Se for usar o álcool em uma superfície muito grande vai ser necessário um tempo maior, se for uma superfície pequena, como por exemplo fazer a assepsia da pele, o tempo que ele evapora já é suficiente - Muitas pessoas acham que o álcool puro é melhor para limpar, mas não, ele precisa de uma porcentagem de água para ser eficaz Alcoômetro mede a porcentagem de água que tem em um álcool Álcoois: matam efetivamente as bactérias e os fungos, mas não os endósporos e os vírus não envelopados METAIS PESADOS Exemplos mais utilizados: - Prata - Cobre (em desuso) - Mercúrio (em desuso) - Zinco O cobre foi descoberto como agente de controle microbiano por acidente, caiu uma moeda antiga em uma placa de Petri, e eles viram que ao redor da moeda formou uma zona clara, não cresceu nada em volta. Aí começaram os estudos e viram que o cobre tem essa capacidade antimicrobiana, voltada principalmente para bactéria. Prata: alguns curativos contem nitrato de prata, que vai atuar nas proteínas, levando a sua desnaturação, e isso induz a morte de todos microrganismos como 7 bactérias, fungos e vírus. Então alguns curativos que tem o nitrato de prata que tem função de controle por desnaturação. Isso é comum quando se tem parto normal e a mãe tem gonorréia (que em alguns casos pode ser assintomática e a mãe pode não saber que tem). Esse curativo serve como profilaxia, já existe lá um colírio com uma gotinha com nitrato de prata para evitar oftalmia gonocócica. Isso serve para evitar que haja algum problema na visão do bebê. Após o parto esse curativo é feito o bebe Mercúrio cromo, era utilizado uma vez (quando ralava o joelho), mas parou de ser vendido pois viram que havia doses significativas de mercúrio e isso era muito irritante para a pele (o mercúrio é nocivo para o nosso corpo). Outro motivo pelo qual aboliram o uso de mercúrio cromo foi pela cor. • Fez um corte na pele e encheu de mercúrio, ficou vermelho/laranja, o que podemos estar mascarando com isso e não conseguir visualizar o que está acontecendo na nossa pele? Um processo inflamatório – área vermelha. • Então aboliram, pois, mascarava o processo inflamatório, o qual muitas vezes pode estar associado a uma infecção, aí se você usa esse mercúrio você poderia mascarar isso • Caiu em desuso esse mercúrio cromo e veio o mertiolate que é transparente e pode ter noção do que está acontecendo Zinco: encontra-se em enxaguantes bucais, por exemplo o Listerine, que tem efeito de controle microbiano, e em algumas formulações, existem outros agentes. O que faz controlar as bactérias na nossa boca é a presença de um metal pesado, como por exemplo o cloreto de zinco. Metais pesados, todos são íons que vão se ligar nas proteínas e ao ligar na proteína induz uma desnaturação, essas proteínas tronam-se afuncionais e a célula microbiana morre AGENTES DE SUPERFÍCIE: SURFACTANTES OU TENSOATIVOS De uma forma geral, é o sabão (super eficiente) Podemos ter 3 classificações para esses agentestensoativos • Detergente ou sabão comum (não iônico): promovem o controle. Esses sabões não tem nada para matar o microrganismo, mas fazem o controle por um processo de degermação. Na nossa pele há uma camada de gordura, quando usamos sabão a função dele é promover emulsificação (agentes degermantes), que rompe as moléculas de gordura (as ligações lipídicas) e o fluxo da água faz essas moléculas irem embora, então uma bactéria, fungo ou vírus que estava ali na superfície, vai embora junto. Isso é um processo eficiente, mas que não tem morte, porque não tem nenhum principio ativo para matar o microrganismo. Faço uma degermação, uma remoção mecânica • Detergentes aniônicos: Tem o princípio ativo para conseguir matar/eliminar/ reduzir o microrganismo presente numa amostra. Carregados negativamente. Exemplos: Lauril sulfato de sódio (faz a espuma do shampoo) e SDS (Dodecil sulfato de sódio). Onde ele vê proteína ele liga e ao se ligar, ele promove desnaturação (abre a proteína e deixa ela na sua estrutura primaria) e isso faz com que o microrganismo não consiga sobreviver. Ocorre a eliminação do patógeno • Detergentes catiônicos: são detergentes carregados positivamente, e com isso interagem com membrana plasmática (de fungo, bactéria ou vírus envelopado). Ao interagir com a membrana eles induzem a formação de buracos/poros na membrana e isso altera a permeabilidade celular, microrganismo vai morrer por lise osmótica. Exemplo de enxaguante bucal Cepacol que tem um agente de superfície catiônico o Cloreto de Cetilpiridíneo (0,05%) é ele que tem essa capacidade de matar os microrganismos por alterar a permeabilidade da membrana plasmática. Ouro exemplos de agentes catiônicos, são os QUATS Compostos Quartanários de Amônio que é o Protex (sabonete) tem o Cloreto de Benzalcônio (0,13%) a finalidade dele é ser um composto antibacteriano, esse cloreto já foi visto atuando em fungos e vírus. Grande parte da espuma é promovida por esse cloreto de benzalcônio, que também é responsável pela espuma do enchaguante bucal quando chacoalhado 8 ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA – ÓXIDO DE ETILENO Esse é outro método químico de controle microbiano. Quando se pensa em esterilização, se associa a métodos físicos, onde será garantido que os materiais estarão esterilizados, livres de microrganismos O óxido de etileno é um gás, é um composto químico que faz esterilização, por isso e uma esterilização química. Se a gente pensar no oxide de etileno porque ele é tão bom? Por ele ser um gás, altamente penetrante, será muito utilizado. Além disso, por ser um gás ele se difunde muito fácil Um exemplo que ocorre nos grandes hospitais, é a esterilização química de algumas alas, como por exemplo a ala de queimados, onde precisa que o ambiente seja o mais limpo possível. Nesse caso, eles usam o óxido de etileno para esterilizar colchões, pois como ele é um gás, ele tem capacidade de penetração muito grande. Assim, se consegue esterilizar grandes volumes O óxido de etileno pode ter diferentes formas de atuação • Pode atuar no ácido nucleico e gerar mutação pra inviabilizar o processo de replicação e a célula morre • Pode atuar nas proteínas Esse óxido de etileno é altamente inflamável, então ele é usado em associação com outros gases para diminuir essa capacidade inflamável, e ainda tem a atuação e eficácia para esterilização do material Dependendo do que você associa com esse óxido de etileno, você pode ter algumas variações em relação ao mecanismo de atuação. Mas, independente da associação quem faz a esterilização é o óxido de etileno e por isso você garante que tem um material estável Outra utilização para óxido de etileno, em laboratório, é para coisas de plástico e tudo aquilo que é térmico sensível (que jamais consegue ser esterilizado por meio do calor) Quando vai esterilizar algo tem que levar em conta o tipo de material que será submetido a essa esterilização Então o óxido nítrico é indicado para matérias termossensíveis, substituindo a esterilização por calor, úmido ou seco Não é qualquer lugar que consegue manter uma câmera de óxido de etileno, em razão do custo. Geralmente se encontra em grandes centros e grandes hospitais em que tem uma demanda muito grande. Então, um ponto negativo do óxido de etileno em relação aos outros métodos falados é o custo elevado, pois os outros são baratos e acessíveis. Então esse método fica limitado a grandes centros e hospitais CONTROLE MICROBIANO Juntando os métodos físicos e químicos, percebe-se que tirando os processos de esterilização que mata tudo e não deixa nada vivo, todos os outros métodos, pode atuar em bactérias, fungos, vírus, alguns tem efeitos antibacterianos, outros atuam em alguns endósporos, então não garante esterilidade pois posso ter outros endósporos que não são alvo do meu método. Isso mostra que os métodos de controle microbiano não têm uma eficácia uniforme, exceto o que a gente falou de esterilização, pois vai matar tudo Essa figura mostra o grau de resistência ou grau de suscetibilidade dos microrganismos. Ela mostra do mais resistente ao menos resistente. Os Príons (da vaca louca) é uma proteína, e proteína é extremamente estável, então ele é só proteína. O endósporo é resistente porque ele contém uma capsula proteica. As micobactérias, são o grupo de bactérias que não tem parede celular, mas tem um esterol de membrana, o opanóide, e isso faz ela ser resistente. Após isso vem as bactérias gram-negativas, fungos, incluindo a maioria das formas de esporos fúngicos que são estruturas resistentes já que é uma capa proteica. Em seguida vem vírus não envelopado, bactérias gram-positivas e por último vírus envelopado que é o menos sensível. 9 Na aula passada foi comparado o vírus da hepatite que não tem envelope com o vírus HIV que tem envelope, ainda tem algumas contradições sobre o tempo que o HIV sobrevive NA superfície Então os vírus envelopados são os mais fáceis da gente eliminar, porque o externo deles é membrana plasmática, que é um pedaço da nossa membrana, e essa membrana não foi feita para gerar proteção, ela foi feita para revestir a célula e trocar material com o meio externo. Então é algo extremamente sensível, por isso é fácil eliminar esses microrganismos por simplesmente eliminar o envelope viral Quando pensamos em controle microbiano, exceto aqueles que fazem esterilização a gente nunca vai conseguir atingir tudo. Por isso a gente tem que perguntar: o que você quer eliminar e qual é o material que você vai submeter a esse método de controle microbiano Pergunta: professora os príons, para eliminar eles como a gente teria que fazer? Com proteases, que é a mesma coisa para endósporo bacteriano e fungo não envelopado. Só que isso é extremamente caro então é inviável se a gente for limpar uma sala com protease. Cada frasquinho de protease custa 5.000 reais, e não vai conseguir usar em larga escala. É inviável, então teria que fazer um tratamento com uma enzima que digere proteína Curiosidade: o sabão que agente usa, que faz espuma, não mata só faz remoção mecânica. O sabão que não espuma tem outro princípio ativo para fazer a morte do microrganismo, não nesse caso não precisa fazer a emulsificação da camada de gordura da pele. Pergunta: profe então esses sabões caseiros só fazem remoção mecânica? Exato. Os sabões que agente usa em casa faz remoção mecânica. O protex além de fazer a remoção mecânica, ele tem um princípio ativo que mata.
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