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Controle Microbiano: Agentes Físicos e Radiações

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1 
 
Microbiologia 
AULA 09 – 07/10/2020 MARCELI BERNARDON TXIX 
 
REVISÃO DA AULA PASSADA 
A gente falou sobre o controle do crescimento 
microbiano. Esse controle pode ser: 
• A diminuição 
• A redução 
• Eliminação total dos microrganismos 
 
Existem duas classificações para os agentes de controle 
microbiano 
• primeira: agentes físicos. Falamos sobre o 
calor, sobre o mecânico (como a filtração) e 
íamos falar das radiações 
• segunda: vamos falar mais adiante, mas são os 
agentes químicos 
Vamos entender duas formas diferentes, mas que tem 
a mesma funcionalidade: controlar o crescimento de 
microrganismos fora do nosso corpo. 
 
Uma coisa importante que devemos pensar sobre esse 
controle, a pergunta que a profe fez para a nós: o que 
a gente leva em consideração?. Se ela colocasse na 
prova: Como escolher um agente de controle 
microbiano? Íamos precisar de mais informações 
para responder, como por exemplo: 
- O que eu quero eliminar daquele material? 
- Eu quero estéril? 
- Eu quero só reduzir? 
- Eu quero eliminar bactéria e não fungo? 
Temos que saber qual o nível de controle que a gente 
deseja 
Segunda pergunta: Qual o tipo de material?. É preciso 
fazer essa pergunta para poder conseguir escolher o 
melhor método de controle microbiano, frente ao 
material que vai ser submetido a esse controle. 
Para encerarmos o controle físico vamos falar sobre as 
radiações 
 
RADIAÇÕES 
 
Porque vocês acham que as radiações, e aqui dois 
exemplos a radiação ionizante e não ionizante, 
funcionam bem como métodos de controle 
microbiano? (que nós falamos lá em bactéria na parte 
de mutagênico). 
Quando a gente falou sobre as radiações como sendo 
agentes mutagênicos, eles vão induzir várias mutações 
no material genético dos microrganismos. 
 
Os mais fáceis de sofrer essas mutações são as 
bactérias: primeiro porque ela não tem aquele núcleo 
(membrana que esconde/isola o material genético), 
então seu DNA fica super exposto às radiações que vão 
induzir inúmeras mutações que acaba inviabilizando a 
manutenção dessa célula no meio. Além das bactérias, 
alguns fungos e esporos de fungos podem sofrer ação 
da radiação. 
A radiação tem a capacidade de penetrar e induzir 
mutação no material genético e gerar algo 
´´aberrante´´ que inviabiliza a manutenção desse 
microrganismo no meio. 
 
Radiação: vários efeitos sobre as células, dependendo 
de seu comprimento de onda, intensidade e duração. 
Existem 2 tipos de radiação esterilizante: ionizante e 
não ionizante 
 
Para relembrar: Nós falamos dos 2 tipos de mutação lá 
em bactéria, a ionizante e a não ionizante 
 
RADIAÇÃO IONIZANTE 
 
- 2 exemplos foram dados em genética bacteriana, o 
raio X e o raio Gama. 
 
 
 
Temos que lembrar na nossa prova que a radiação 
ionizante tem um comprimento de onda mais curto 
por isso ela transporta muito mais energia. 
Mas o que isso quer dizer? A radiação ionizante por 
ter esse comprimento de onda mais curto, vai ter 
2 
 
capacidade de penetração, isso é o mais importante ao 
pensar em controle de crescimento microbiano. 
 
Essa capacidade de penetração permite que eu consiga 
esterilizar a parte interna de algum objeto. Por 
exemplo, lá na nossa pratica a gente usa um frasco 
(deve ser um Erlenmeyer) com meio de cultura, para 
esterilizar esse meio de cultura eu posso colocar em 
uma autoclave com 127°C por 20min e estará estéril. 
Mas também, poderia colocar esse frasco com o meio 
de cultura em uma câmera e incidir raio X ou gama (são 
os dois principais utilizados como ionizantes) e por esse 
raio ter capacidade de penetração ele consegue 
atravessar o vidro e atingir o líquido que está no 
interior. Com isso eu consigo esterilizar o que está ao 
redor do vidro e o que está dentro. 
Essa é a grande característica e importância ao se 
pensar na radiação ionizante 
• Se ela colocar na prova, qual radiação 
usaríamos para esterilizar o interior de um 
determinado material? eu preciso de uma 
radiação de comprimento de onda curto pois 
ele tem essa capacidade de penetração 
• Uma vez que ele penetra, ou que ele atue na 
superfície, ele induz a morte dos 
microrganismos da mesma forma que agente 
viu nos mutagênicos, ele vai levar à formação 
dos radicais hidroxila OH, e ele é 
extremamente reativo ao material genético 
DNA. 
• Quando ele reagir com esse material genético 
(radial OH ligando nas bases nitrogenadas), vai 
gerar bolhas no DNA da célula bacteriana, vai 
ser perder o alinhamento e a 
complementariedade. Quando isso acontece a 
bactéria pode ter duas opções: ou ela vai 
entender que aquelas bases estão a mais, e vai 
retirar aquela pare do material genético, ou ela 
vai entender que ela precisa colocar 
nucleotídeos para fazer complementariedade 
com as fitas que estão soltas e vai fazer uma 
inserção. De um modo ou de outro eu vou ter 
uma mutação de fase de leitura, na qual ela vai 
inserir novos nucleotídeos ou vai remover 
aqueles nucleotídeos, e isso vai induzir a morte 
da célula no meio. 
 
Radiação ionizante: ionização da água, que forma 
radicais hidroxila altamente reativos. Esses radicais 
reagem com os componentes orgânicos celulares, 
especialmente o DNA 
Resumindo: a radiação ionizante para controle de 
crescimento microbiano é importante devido a sua 
capacidade de penetração, por ser um comprimento 
de onda curto e com isso conseguir penetrar e atuar 
naquilo que está no meio/ interior e isso é importante 
para a esterilização 
 
RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE 
 
Ela é exatamente o oposto, pois é um comprimento de 
onda maior. 
O principal exemplo é a radiação UV (ultravioleta). Seu 
comprimento de onda é 260nm: absorvidos 
especificamente pelo DNA celular. 
É um comprimento de onda grande, por isso não tem 
capacidade de penetrar e não consegue atravessar 
qualquer objeto/obstáculo que está no meio. 
Pensando no Erlen (frasco), coloco 2 Erlen com meios 
de cultura, um sob a radiação X ou gama e outra sob a 
radiação UV, os dois frascos vão ser esterilizados pois 
ambas radiações, ionizante e não ionizante. Ambos vão 
atingir o meio externo que não tem barreira. Porém, só 
vai ser esterilizado internamente aquele que foi 
exposto a radiação ionizante, porque o UV (não 
ionizante) não consegue atravessar essa parede (vidro) 
para esterilizar o interior 
 
Como a radiação UV vai induzir a mutação para que 
isso sirva para eliminar o microrganismo do meio? Por 
meio da formação dos dímeros de timina 
 
Dímeros de timina: timinas que estão lado a lado, na 
mesma fita de DNA, e que naturalmente fazem 
pareamento com a adenina (ligação por ponte de 
hidrogênio, ligação fraca) 
• Quando tenho a incidência da radiação UV 
essas timinas para de parear com a adenina e 
pareiam entre si 
• A ligação entre 2 timinas é uma ligação 
covalente 
• Isso deixa as minhas bases sem pareamento, e 
a bactéria/microrganismo vai entender que 
precisa remover aquilo ou inserir uma nova 
base nitrogenada 
Isso é uma mutação por fase de leitura por remoção ou 
inserção 
 
 
3 
 
 
 
Na imagem tem a representação de 1 dímero de 
timina, mas ao longo de todo material genético vão 
existir vários dímeros. Isso acaba inviabilizando a 
manutenção dessa célula de microrganismo no meio. 
 
O que precisamos aplicar para controle: a capacidade 
de penetração. Uma consegue atravessar a barreira de 
um frasco ou metal e a outra não tem essa capacidade 
de penetração, então isso limita o uso da radiação UV 
apenas para superfícies externas. 
 
No laboratório tem o fluxo laminar com luz UV, que 
tem luzes roxas e tudo o que estiver na superfície desse 
equipamento vai sofrer essas mutações e vai morrer. 
Então dentro desse fluxo laminar eu vou ter um 
ambiente paratrabalhar, livre de contaminação. 
 
Pergunta 1: sobre a radiação não ionizante, por ela não 
conseguir atravessar o interior, ela não é um 
mecanismo totalmente estéril né? 
Resposta: vamos pensar, no fluxo laminar por exemplo 
que você não vai colocar nada no sentido de esterilizar 
o interno, ele é para esterilização. Então é só para a 
superfície. Agora, se for levar em consideração o 
método de escolha, tem que pensar no que eu vou 
utilizar para esterilizar. Por exemplo, para esterilizar 
uma sala eles colocam uma lâmpada comprida com UV, 
passa álcool e liga essa luz UV por meia hora, deixando 
toda a superfície do meio estéril. Se eu quiser 
esterilizar um frasco com meio de cultura dentro, eu 
preciso escolher outro método 
 
Pergunta2: Profe eu tenho uma dúvida, a radiação só 
vai mudar a fase do DNA basicamente? 
Resposta: isso, fase de leitura. Mas não é só isso, tem 
muita coisa, pode se repetir ao longo da molécula toda. 
O dano é muito drástico porque a partir daquele 
pedação alterado toda a sequência da fase de leitura é 
alterada, com isso não vai haver a produção de 
proteínas e moléculas viáveis no microrganismo, então 
ele morre. 
 
MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE MICROBIANO 
 
Vamos entender como alguns produtos funcionam 
nesse sentido de controle. Vamos focar qual é o alvo, o 
que esse método tenta fazer no microrganismo para 
induzir a morte ou paralisar seu crescimento e fazer a 
diminuição do seu controle 
 
Alguns métodos químicos 
• Fenóis e compostos fenólicos 
• Halogênicos 
• Metais pesados 
• Agentes de superfície 
• Sabão e detergentes 
• Compostos quaternários de amônio 
• Oxido de etileno 
 
Métodos que envolvem a parte química e não mais a 
física para o controle do crescimento microbiano 
 
FENÓIS E COMPOSTOS FENÓLICOS 
 
Mecanismo de atuação: membrana plasmática 
Esse composto quando utilizado para fazer controle vai 
alterar a permeabilidade da membrana plasmática, vai 
ocorrer morte por lise osmótica. 
 
Qual a diferença de fenóis e compostos fenólicos? 
O fenol tem capacidade de irritação de pele muito alta 
(está em desuso). Quando utilizamos fenóis em 
4 
 
grandes quantidades para outras coisas, devemos ter 
cuidado, usar luva e máscara pois ele é extremamente 
irritativo para a pele. Na tentativa de diminuir a 
irritação na pele, surgiu os compostos fenólicos. Os 
compostos fenólicos tem característica de diminuir a 
irritação na pele. Além disso, o fenol para ser usado na 
pele ou para uso no ser humano tem que ter uma 
concentração ligeiramente acima de 1%, abaixo disso 
ele não tem nenhum efeito de controle microbiano. 
Quando for usado em superfícies a sua concentração 
pode estar acima de 5% e conseguir efeitos 
significativos. 
• Os fenóis tem efeito principalmente em 
bactérias 
• Outros microrganismos são poucos sensíveis 
ao uso dos fenóis 
 
Os compostos fenólicos vieram com outra proposta, 
além de diminuir a irritação na pele, vieram com a 
proposta de aumentar o efeito antibacteriano. Já que 
ele não tem um efeito significativo, tentaram melhorar 
o efeito antibacteriano dos compostos fenólicos 
Exemplo: 
• Sprays de garganta: na bula tem fenol 1,4% e 
nessa concentração ligeiramente acima de 1% 
ele tem um efeito antibacteriano significativo 
 
 
 
• Fenol atua na permeabilidade da membrana 
celular e é mais voltado para a função 
antibacteriana 
 
HALOGÊNIOS: IODO E CLORO 
 
Esses são os mais comuns, o iodo e o cloro 
 
Iodo 
• Tem mais afinidade pela tirosina, então onde 
tem tirosina? nas proteínas 
• O iodo atua em proteínas e causa alterações 
nas membranas celulares microbicidas 
• ele vai se ligar e quando se liga nesse 
aminoácido das proteínas, dos 
microrganismos, ele vai simplesmente inativar 
a proteína, então não tem desnaturação 
Onde tem proteína e resíduos de tirosina o iodo 
gruda, a proteína fica afuncioal. Pode ser tanto em 
bactérias, fungos, vírus e endósporos bacterianos 
 
• O endósporo bacteriano era uma capa proteica, e 
essa capa tem resíduos de tirosina e o iodo 
consegue se ligar nela e aí essa proteína que 
formava a capa e dava proteção vai ficar afuncional, 
perder sua função estrutural e isso fragiliza o 
endósporo e leva ele a morte 
 
• O iodo além de mexer na proteína, também faz 
alteração de permeabilidade da membrana celular. 
 
• Porque vocês acham que ele tem atuação na 
membrana celular? Lembra que na membrana tem 
as proteínas integrais ou periféricas de membrana, 
as células microbianas também, então vai ter 
proteínas integrais ou periféricas e nessas proteínas 
eu tenho resíduos de tirosina. O iodo se liga a essa 
tirosina e deixa a proteína afuncional, perde-se a 
permeabilidade da membrana. Para bactérias que 
tem as permeases, proteínas transportadoras 
presentes na membrana, também vou 
comprometer esse transporte alterando a 
permeabilidade dessa membrana plasmática 
 
• Iodo está disponível como tintura, que é o iodo 
solubilizado em álcool e como iodósforos. O mais 
comum de encontrar ele é o iodóforos, que é o iodo 
associado ao iodóforo, isso que é utilizado hoje em 
dia. 
 
• Iodóforo é uma molécula que faz uma liberação 
gradativa de qualquer composto, nesse caso do 
iodo. 
 
• Exemplo clássico que utilizamos na prática é o PVTI 
iodopovidona, povidona é a molécula que funciona 
como um iodoforo (o iodo é liberado lentamente) e 
o iodo funciona como o a gente de controle 
microbiano 
 
• Então essa polvidona é como se ela grudasse no 
iodo e aí ela libera gradativamente/lentamente o 
iodo, não é a mesma coisa que pegar iodo puro ou 
tintura e colocar na pele, por exemplo se colocar 
100 moléculas, as 100 agem. Se colocar polvidona, 
ela vai liberando por exemplo 10 moléculas de iodo 
por vez, a liberação é gradativa e isso faz com que 
eu tenha menos irritabilidade, já que puro ou na 
tintura ele pode provocar irritação na pele 
5 
 
• Liberado lentamente, o iodo causa menos irritação 
e isso aumenta a eficácia do controle microbiano já 
que o iodo vai se ligar na tirosina e altera a 
permeabilidade da membrana aos poucos, vai 
haver uma ação gradual do iodo no meio 
 
• Essa povidona nesse caso é o iodóforo da molécula, 
que funciona como um reservatório de iodo, vai 
liberando gradativamente essas moléculas de iodo 
no meio, isso faz com que tenha menos 
irritabilidade e haja maior eficácia do controle 
microbiano. 
 
 
Cloro 
 
• o que funciona de fato como agente de controle é o 
ácido hipocloroso. 
 
• E ele é eficaz para atuar no microrganismo e induzir 
a morte desse microrganismo pois é uma molécula 
neutra, e por ser neutro ele tem difusão pela célula 
microbiana passiva, assim como a agua, então ele 
consegue atravessar a parede celular e membrana 
plasmática e chegar lá no interior das células 
microbianas, pois é que ele faz o efeito de controle 
microbiano 
 
• Esse ácido hipocloroso é oxidante, e uma vez que 
ele promove oxidação das proteínas, vai 
comprometer o funcionamento enzimático, vai 
comprometer todas as proteínas (dentro das 
proteínas tem aquelas com funçãoenzimáticas, então acaba comprometendo todo o 
funcionamento metabólico microbiano. 
 
• Pelo fato de ser neutro, tem difusão livre e é fácil 
para ele entrar e provocar essa oxidação nas 
proteínas microbianas. 
 
• O que a gente encontra muito quando se pensa em 
cloro no nosso dia a dia é o tal do hipoclorito. Se a 
gente pegar um frasco de água sanitária tem 
hipoclorito. 
 
• Esse hipoclorito é carregado negativamente, então 
ele não vai ter difusão livre como o ácido 
hipocloroso, não entra facilmente nesses 
microrganismos. Na água sanitária está escrito 
hipoclorito de sódio, o sódio é um íon carregado 
negativamente. Então o sódio se liga ao hipoclorito 
e forma uma estrutura neutra. Essa é a função do 
sódio, ajudar o hipoclorito que é um íon que não 
conseguiria fazer uma difusão fácil a se tornar uma 
molécula neutra que consegue penetrar facilmente 
pela célula microbiana 
 
• No laboratório usamos hipoclorito de cálcio, que 
tem exatamente a mesma função, promover a 
neutralização desse íon hipoclorito e assim como o 
ácido hipocloroso, consegue ter difusão passiva 
pela célula e microbiana e vai promover a oxidação 
das proteínas 
 
• Uma vez oxidadas, as proteínas perdem suas 
funções, e a célula microbiana morre 
 
• Quando eu uso hipoclorito ele vem sempre 
associado a um íon positivo para se tornar neutro e 
ter difusão passiva pela parede celular, membrana 
plasmática e conseguir atuar no citoplasma dessas 
células 
 
O ácido hipocloroso é um forte agente oxidante que 
impede o funcionamento de boa parte do sistema 
enzimático celular 
 
 
 
 
6 
 
ÁLCOOIS 
 
O exemplo mais utilizado é o etanol, mas em alguns 
procedimentos tem o álcool isopropílico/isopropanol, 
que é mais eficiente que o etanol. Mas, é menos 
utilizado por ter uma capacidade irritante um pouco 
maior do que o etanol e por ser muito mais caro 
 
O álcool tem 2 mecanismos de atuação 
- Desnaturação de proteínas 
- Rompimento de membrana 
 
Na coloração de gram, feita no laboratório, fizemos 
rompimento da membrana externa de gram-negativa. 
 
O álcool tem capacidade de dissolver a bicamada 
lipídica. Ele pode tanto romper essa bicamada, como 
pode desnaturar proteínas 
 
Essa desnaturação proteica depende da capacidade do 
álcool entrar na minha célula microbiana 
 
O etanol puro não entra na célula. O álcool puro não é 
mais eficiente que o álcool 70% porque o álcool puro 
iria desidratar ainda mais a parede celular dos 
microrganismos, e se desidratar ele var formar algo tão 
compacto/fechado que nada vai entrar. Para o álcool 
ter sua função de desnaturação de proteínas ele tem 
que entrar no citoplasma da célula bacteriana. Para 
resolver isso, mistura-se álcool com a água. Então, 
usamos álcool 70% para facilitar a entrada do álcool no 
citoplasma da célula microbiana. Álcool puro não 
passaria 
 
Segunda função do álcool 70%: é para ele não evaporar 
rapidamente, isso garante que ele fique mais tempo 
em contato com a superfície. Ele vai ter mais tempo de 
fazer a dissolução da membrana externa, entrar no 
microrganismo e induzir a desnaturação proteica - por 
isso junto água com álcool 
 
Foi feito experimentos das gradações de álcool que 
funcionam para controle microbiano e eles viram que 
em torno de 50% já tem uma eficácia boa para 
controle, e isso vai ate 90-95%, acima disso já não ata 
mais como controle microbiano, por que vai desidratar 
e não vai conseguir entrar para atuar 
 
´´ ah profe, mas e se você colocar na prova que a gente 
está usando álcool puro para controlar bactérias gram 
negativas?´´. Ele puro é suficiente para fazer isso? . 
Coloco lá: em uma prática de laboratório desejamos 
eliminar apenas bactérias gram negativas e para isso é 
utilizado álcool puro (etanol) como meio de controle 
microbiano, isso é suficiente, sim ou não? Sim porque 
ele precisa da água para entrar, mas a membrana 
externa é o que está mais externo na bactéria. Na 
prática usamos álcool puro/acetona, que vai quebrar a 
membrana externa. Então, pensando em uma gram 
negativa isso vai ser eficiente pois esse álcool puro vai 
atacar e dissolver a membrana externa, com isso você 
vai estar tirando parte da parede celular que serve para 
proteção, com isso a célula morre. Mas, se eu quero 
que o álcool entre na célula, eu preciso de água 
 
Gram-positiva: a camada mais externa dela é só açúcar 
e proteína, para o álcool entrar eu preciso de água para 
não desidratar a camada de peptídeoglicano para o 
álcool poder passar pela membrana plasmática e 
atingir o interior da célula, para atuar e desnaturar as 
proteínas 
 
Outro exemplo é o álcool isopropílico, tem a mesma 
função de desnaturação de proteínas e rompimento de 
membrana que o etanol 
- Pergunta: profe existe um tempo mínimo para que a 
ação do álcool seja eficaz? 
- Resposta: leva-se em consideração a população 
microbiota. Se for usar o álcool em uma superfície 
muito grande vai ser necessário um tempo maior, se 
for uma superfície pequena, como por exemplo fazer a 
assepsia da pele, o tempo que ele evapora já é 
suficiente 
- Muitas pessoas acham que o álcool puro é melhor 
para limpar, mas não, ele precisa de uma porcentagem 
de água para ser eficaz 
 
Alcoômetro mede a porcentagem de água que tem em 
um álcool 
 
Álcoois: matam efetivamente as bactérias e os fungos, 
mas não os endósporos e os vírus não envelopados 
 
METAIS PESADOS 
 
Exemplos mais utilizados: 
- Prata 
- Cobre (em desuso) 
- Mercúrio (em desuso) 
- Zinco 
 
O cobre foi descoberto como agente de controle 
microbiano por acidente, caiu uma moeda antiga em 
uma placa de Petri, e eles viram que ao redor da moeda 
formou uma zona clara, não cresceu nada em volta. Aí 
começaram os estudos e viram que o cobre tem essa 
capacidade antimicrobiana, voltada principalmente 
para bactéria. 
 
Prata: alguns curativos contem nitrato de prata, que vai 
atuar nas proteínas, levando a sua desnaturação, e isso 
induz a morte de todos microrganismos como 
7 
 
bactérias, fungos e vírus. Então alguns curativos que 
tem o nitrato de prata que tem função de controle por 
desnaturação. Isso é comum quando se tem parto 
normal e a mãe tem gonorréia (que em alguns casos 
pode ser assintomática e a mãe pode não saber que 
tem). Esse curativo serve como profilaxia, já existe lá 
um colírio com uma gotinha com nitrato de prata para 
evitar oftalmia gonocócica. Isso serve para evitar que 
haja algum problema na visão do bebê. Após o parto 
esse curativo é feito o bebe 
 
 
Mercúrio cromo, era utilizado uma vez (quando ralava 
o joelho), mas parou de ser vendido pois viram que 
havia doses significativas de mercúrio e isso era muito 
irritante para a pele (o mercúrio é nocivo para o nosso 
corpo). Outro motivo pelo qual aboliram o uso de 
mercúrio cromo foi pela cor. 
• Fez um corte na pele e encheu de mercúrio, 
ficou vermelho/laranja, o que podemos estar 
mascarando com isso e não conseguir 
visualizar o que está acontecendo na nossa 
pele? Um processo inflamatório – área 
vermelha. 
• Então aboliram, pois, mascarava o processo 
inflamatório, o qual muitas vezes pode estar 
associado a uma infecção, aí se você usa esse 
mercúrio você poderia mascarar isso 
• Caiu em desuso esse mercúrio cromo e veio o 
mertiolate que é transparente e pode ter 
noção do que está acontecendo 
 
Zinco: encontra-se em enxaguantes bucais, por 
exemplo o Listerine, que tem efeito de controle 
microbiano, e em algumas formulações, existem 
outros agentes. O que faz controlar as bactérias na 
nossa boca é a presença de um metal pesado, como 
por exemplo o cloreto de zinco. 
 
Metais pesados, todos são íons que vão se ligar nas 
proteínas e ao ligar na proteína induz uma 
desnaturação, essas proteínas tronam-se afuncionais e 
a célula microbiana morre 
 
 
 
 
 
 
 
AGENTES DE SUPERFÍCIE: SURFACTANTES OU 
TENSOATIVOS 
 
 
De uma forma geral, é o sabão (super eficiente) 
Podemos ter 3 classificações para esses agentestensoativos 
 
• Detergente ou sabão comum (não iônico): 
promovem o controle. Esses sabões não tem nada 
para matar o microrganismo, mas fazem o controle 
por um processo de degermação. Na nossa pele há 
uma camada de gordura, quando usamos sabão a 
função dele é promover emulsificação (agentes 
degermantes), que rompe as moléculas de gordura 
(as ligações lipídicas) e o fluxo da água faz essas 
moléculas irem embora, então uma bactéria, fungo 
ou vírus que estava ali na superfície, vai embora 
junto. Isso é um processo eficiente, mas que não 
tem morte, porque não tem nenhum principio ativo 
para matar o microrganismo. Faço uma 
degermação, uma remoção mecânica 
 
• Detergentes aniônicos: Tem o princípio ativo para 
conseguir matar/eliminar/ reduzir o microrganismo 
presente numa amostra. Carregados 
negativamente. Exemplos: Lauril sulfato de sódio 
(faz a espuma do shampoo) e SDS (Dodecil sulfato 
de sódio). Onde ele vê proteína ele liga e ao se ligar, 
ele promove desnaturação (abre a proteína e deixa 
ela na sua estrutura primaria) e isso faz com que o 
microrganismo não consiga sobreviver. Ocorre a 
eliminação do patógeno 
 
• Detergentes catiônicos: são detergentes 
carregados positivamente, e com isso interagem 
com membrana plasmática (de fungo, bactéria ou 
vírus envelopado). Ao interagir com a membrana 
eles induzem a formação de buracos/poros na 
membrana e isso altera a permeabilidade celular, 
microrganismo vai morrer por lise osmótica. 
Exemplo de enxaguante bucal Cepacol que tem um 
agente de superfície catiônico o Cloreto de 
Cetilpiridíneo (0,05%) é ele que tem essa 
capacidade de matar os microrganismos por alterar 
a permeabilidade da membrana plasmática. Ouro 
exemplos de agentes catiônicos, são os QUATS 
Compostos Quartanários de Amônio que é o Protex 
(sabonete) tem o Cloreto de Benzalcônio (0,13%) a 
finalidade dele é ser um composto antibacteriano, 
esse cloreto já foi visto atuando em fungos e vírus. 
Grande parte da espuma é promovida por esse 
cloreto de benzalcônio, que também é responsável 
pela espuma do enchaguante bucal quando 
chacoalhado 
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ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA – ÓXIDO DE ETILENO 
 
Esse é outro método químico de controle microbiano. 
Quando se pensa em esterilização, se associa a 
métodos físicos, onde será garantido que os materiais 
estarão esterilizados, livres de microrganismos 
 
O óxido de etileno é um gás, é um composto químico 
que faz esterilização, por isso e uma esterilização 
química. 
Se a gente pensar no oxide de etileno porque ele é tão 
bom? Por ele ser um gás, altamente penetrante, será 
muito utilizado. Além disso, por ser um gás ele se 
difunde muito fácil 
 
Um exemplo que ocorre nos grandes hospitais, é a 
esterilização química de algumas alas, como por 
exemplo a ala de queimados, onde precisa que o 
ambiente seja o mais limpo possível. Nesse caso, eles 
usam o óxido de etileno para esterilizar colchões, pois 
como ele é um gás, ele tem capacidade de penetração 
muito grande. Assim, se consegue esterilizar grandes 
volumes 
 
O óxido de etileno pode ter diferentes formas de 
atuação 
• Pode atuar no ácido nucleico e gerar mutação pra 
inviabilizar o processo de replicação e a célula 
morre 
• Pode atuar nas proteínas 
 
Esse óxido de etileno é altamente inflamável, então ele 
é usado em associação com outros gases para diminuir 
essa capacidade inflamável, e ainda tem a atuação e 
eficácia para esterilização do material 
 
Dependendo do que você associa com esse óxido de 
etileno, você pode ter algumas variações em relação ao 
mecanismo de atuação. Mas, independente da 
associação quem faz a esterilização é o óxido de etileno 
e por isso você garante que tem um material estável 
 
Outra utilização para óxido de etileno, em laboratório, 
é para coisas de plástico e tudo aquilo que é térmico 
sensível (que jamais consegue ser esterilizado por meio 
do calor) 
Quando vai esterilizar algo tem que levar em conta o 
tipo de material que será submetido a essa 
esterilização 
Então o óxido nítrico é indicado para matérias 
termossensíveis, substituindo a esterilização por calor, 
úmido ou seco 
 
Não é qualquer lugar que consegue manter uma 
câmera de óxido de etileno, em razão do custo. 
Geralmente se encontra em grandes centros e grandes 
hospitais em que tem uma demanda muito grande. 
Então, um ponto negativo do óxido de etileno em 
relação aos outros métodos falados é o custo elevado, 
pois os outros são baratos e acessíveis. Então esse 
método fica limitado a grandes centros e hospitais 
 
CONTROLE MICROBIANO 
 
Juntando os métodos físicos e químicos, percebe-se 
que tirando os processos de esterilização que mata 
tudo e não deixa nada vivo, todos os outros métodos, 
pode atuar em bactérias, fungos, vírus, alguns tem 
efeitos antibacterianos, outros atuam em alguns 
endósporos, então não garante esterilidade pois posso 
ter outros endósporos que não são alvo do meu 
método. Isso mostra que os métodos de controle 
microbiano não têm uma eficácia uniforme, exceto o 
que a gente falou de esterilização, pois vai matar tudo 
 
Essa figura mostra o grau de resistência ou grau de 
suscetibilidade dos microrganismos. Ela mostra do 
mais resistente ao menos resistente. 
Os Príons (da vaca louca) é uma proteína, e proteína é 
extremamente estável, então ele é só proteína. O 
endósporo é resistente porque ele contém uma 
capsula proteica. As micobactérias, são o grupo de 
bactérias que não tem parede celular, mas tem um 
esterol de membrana, o opanóide, e isso faz ela ser 
resistente. Após isso vem as bactérias gram-negativas, 
fungos, incluindo a maioria das formas de esporos 
fúngicos que são estruturas resistentes já que é uma 
capa proteica. Em seguida vem vírus não envelopado, 
bactérias gram-positivas e por último vírus envelopado 
que é o menos sensível. 
 
 
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Na aula passada foi comparado o vírus da hepatite que 
não tem envelope com o vírus HIV que tem envelope, 
ainda tem algumas contradições sobre o tempo que o 
HIV sobrevive NA superfície 
 
Então os vírus envelopados são os mais fáceis da gente 
eliminar, porque o externo deles é membrana 
plasmática, que é um pedaço da nossa membrana, e 
essa membrana não foi feita para gerar proteção, ela 
foi feita para revestir a célula e trocar material com o 
meio externo. Então é algo extremamente sensível, por 
isso é fácil eliminar esses microrganismos por 
simplesmente eliminar o envelope viral 
 
Quando pensamos em controle microbiano, exceto 
aqueles que fazem esterilização a gente nunca vai 
conseguir atingir tudo. Por isso a gente tem que 
perguntar: o que você quer eliminar e qual é o material 
que você vai submeter a esse método de controle 
microbiano 
 
Pergunta: professora os príons, para eliminar eles 
como a gente teria que fazer? Com proteases, que é a 
mesma coisa para endósporo bacteriano e fungo não 
envelopado. Só que isso é extremamente caro então é 
inviável se a gente for limpar uma sala com protease. 
Cada frasquinho de protease custa 5.000 reais, e não 
vai conseguir usar em larga escala. É inviável, então 
teria que fazer um tratamento com uma enzima que 
digere proteína 
 
Curiosidade: o sabão que agente usa, que faz espuma, 
não mata só faz remoção mecânica. O sabão que não 
espuma tem outro princípio ativo para fazer a morte do 
microrganismo, não nesse caso não precisa fazer a 
emulsificação da camada de gordura da pele. 
 
Pergunta: profe então esses sabões caseiros só fazem 
remoção mecânica? Exato. Os sabões que agente usa 
em casa faz remoção mecânica. O protex além de fazer 
a remoção mecânica, ele tem um princípio ativo que 
mata.

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