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Empreendedorismo Feminino


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Empreendedorismo Feminino: o que é, números e principais exemplos
	
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Já parou para pensar na importância do empreendedorismo feminino?
O movimento tem provocado transformações no mercado de trabalho, oxigenando as ideias e agregando em diversidade.
Além disso, tem contribuído para o empoderamento das mulheres, abrindo caminhos para que se tornem líderes não apenas de equipes, como também de sua própria trajetória profissional e pessoal.
Personalidades como Camila Farani e Luiza Helena Trajano colocam o Brasil entre os celeiros mundiais de empreendedoras de sucesso, inspirando mais mulheres a assumir posições de destaque no mundo dos negócios.
Tanto que o empreendedorismo feminino está em crescimento no país, como mostraremos ao longo deste artigo.
A partir de agora, você acompanha os principais dados, conquistas e desafios das empreendedoras, tanto no país como no mundo.
Se desejar, navegue pelos seguintes tópicos:
●O que é empreendedorismo feminino?
●Qual é o dia do empreendedorismo feminino?
●Como surgiu o empreendedorismo?
●A importância empreendedorismo feminino
●Por que é fundamental estimular o empreendedorismo feminino?
●Principais dados do empreendedorismo no Brasil
●Dados do empreendedorismo feminino
●Quais são os maiores empreendedores do Brasil?
●Principais dados do empreendedorismo no mundo
●Os desafios que mulheres empreendedoras ainda enfrentam
●Exemplos e ideias de empreendedorismo feminino para você se inspirar.
O que é empreendedorismo feminino?
Empreendedorismo feminino é o movimento que reúne negócios idealizados e comandados por uma ou mais mulheres.
Em um sentido mais amplo, ele pode ser entendido, também, como as iniciativas de liderança feminina, incluindo a atuação das mulheres em altos cargos dentro de empresas.
Isso porque o perfil empreendedor não se restringe às pessoas que abrem seu próprio negócio, mas, sim, àquelas que têm uma postura focada na determinação, coragem e inovação.
Ou, conforme define o Sebrae:
“Ser empreendedor significa ser um realizador, que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação.”
Mas o empreendedorismo feminino vai além dessa definição, representando uma quebra de paradigmas quanto à capacidade de liderança da mulher.
É por isso que o empreendedorismo feminino vem ganhando força e apoio de organizações e pessoas por todo o planeta.
Qual é o dia do empreendedorismo feminino?
Desde 2014, 19 de novembro foi estabelecido como o Dia do Empreendedorismo Feminino pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Já em seu ano de criação, a data foi celebrada durante a Semana Global de Empreendedorismo, com atividades realizadas em mais de 150 países.
A ideia é atrair a atenção mundial para o impacto econômico e social do movimento, fortalecendo o protagonismo feminino.
O Dia do Empreendedorismo Feminino é uma das iniciativas coordenadas pela ONU Mulheres, braço da entidade que tem como objetivo unir, fortalecer e ampliar os esforços mundiais em defesa dos direitos humanos das mulheres.
A fim de diminuir a desigualdade de gênero, a ONU Mulheres atua em seis áreas prioritárias:
●Liderança e participação política das mulheres
●Empoderamento econômico
●Fim da violência contra mulheres e meninas
●Paz e segurança e emergências humanitárias
●Governança e planejamento
●Normas globais e regionais.
Como surgiu o empreendedorismo?
Não existe um consenso sobre a origem do empreendedorismo, provavelmente porque, desde os primórdios da História, a humanidade tenha evoluído por causa de ações empreendedoras.
Basta recordar o trabalho de antigas civilizações, como a egípcia, que culminou na construção das pirâmides sem as máquinas e recursos tecnológicos de que dispomos atualmente.
O século XV, época das Grandes Navegações, também foi marcado por descobertas protagonizadas por indivíduos com espírito empreendedor, nascidos em diferentes nações (Holanda, Portugal, Inglaterra, França, Espanha).
Dois séculos mais tarde, o economista irlandês Richard Cantillon utilizou, pela primeira vez, a palavra “entrepreneur“, da qual deriva “empreendedor”.
O termo descrevia, inicialmente, uma pessoa que assume riscos.
O conceito de empreendedorismo só foi explorado mais a fundo em 1942, quando outro economista – desta vez, austríaco -, Joseph A. Schumpeter, citou o empreendedor como uma figura essencial para o desenvolvimento da economia capitalista.
No livro “Capitalismo, socialismo e democracia“, Schumpeter afirma que o capitalismo é influenciado por uma força chamada processo de destruição criativa, fundamental para extinguir velhos produtos, metodologias e mercados e substituí-los por coisas novas.
O autor afirma que o empreendedor é o responsável por esse processo, sendo um agente de transformação.
A importância do empreendedorismo feminino
O empreendedorismo feminino colabora para a construção de uma sociedade mais justa, gerando oportunidades de liderança para as mulheres.
Embora elas representem 52% da população brasileira, só ocupam posições de destaque em 13% das 500 maiores empresas no país.
Assumir o próprio negócio é uma forma de empoderamento e ascensão para cargos de liderança, com o potencial de mudar a realidade das empreendedoras.
É o caso de Cleusa Maria da Silva, fundadora da Sodiê Doces – famosa franquia de bolos artesanais.
Quando jovem, Cleusa trabalhou cortando cana de açúcar e, em seguida, como empregada doméstica.
Sua empreitada rumo ao sucesso começou quando, diante de um problema de saúde, a esposa de seu empregador, que fazia bolos sob encomenda, adoeceu e pediu que a ajudasse.
A experiência deu muito certo e, em 1997, Cleusa assumiu o negócio, inaugurando a Sodiê Doces em um imóvel de 20 metros quadrados, localizado no interior paulista, na cidade de Salto.
Anos mais tarde, a rede alcançou o status de maior franquia especializada em bolos artesanais do país, com mais de 300 lojas em 13 estados brasileiros.
Outro ponto que mostra a relevância do empreendedorismo feminino aparece em um levantamento do Sebrae, que revela que as brasileiras empreendem, principalmente, devido à necessidade de ter outra fonte de renda ou para adquirir a independência financeira.
Ou seja, os ganhos com o próprio negócio ajudam as mulheres a sustentar suas famílias, diminuindo ou acabando com sua dependência financeira quanto aos companheiros, por exemplo.
Por que é fundamental estimular o empreendedorismo feminino?
Estimular o empreendedorismo feminino é necessário porque a presença das mulheres em cargos de liderança resulta em melhorias na sociedade, economia e nas empresas.
A seguir, detalhamos os impactos em cada um desses segmentos.
Para a sociedade
Como dissemos no tópico anterior, o empreendedorismo feminino desempenha um papel importante para reduzir as diferenças entre as oportunidades de ascensão na carreira para homens e mulheres.
Mas não é só isso.
O movimento ainda favorece a diversidade de negócios no mundo, destacando perspectivas inovadoras identificadas pelas empreendedoras.
Um exemplo é a empresa Lady Driver, que funciona por meio de um aplicativo de transporte com um time de motoristas composto apenas por mulheres.
A empresa foi pensada por Gabryella Correa depois que ela vivenciou uma experiência ruim junto a um motorista de aplicativo.
Durante a viagem, Gabryella foi assediada e temeu denunciar o profissional, já que ele sabia onde ela morava.
A empresária, então, decidiu transformar o episódio em um impulso para forjar um serviço especialmente desenvolvido para mulheres.
Percebendo que conhecidas passavam pelo mesmo problema, ela fundou o Lady Driver, que reuniu mais de 50 mil motoristas até 2019, sem registrar casos de assédio.
Para a economia
Além de oxigenar as ideias de negócio, a inclusão de novas empreendedoras teria um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
De acordo com um estudo divulgado no final de 2019 pelo Boston Consulting Group, diminuir a diferença de gênero em altos cargos executivos poderia elevar o PIB entre US$ 2,5 trilhões e US$ 5 trilhões.
Shalini Unnikrishnan e CherieBlair, autoras do estudo, explicaram que os benefícios de apoiar a liderança feminina não se restringem ao incremento na receita global, explicando, em reportagem da Forbes, que:
“Diminuir a lacuna de gênero no empreendedorismo e alimentar o crescimento de empresas pertencentes a mulheres lançará novas ideias, serviços e produtos em nossos mercados. E, no final, essas forças podem redefinir o futuro“.
Para as empresas
Mulheres com comportamento empreendedor são parte importante para a estratégia das empresas.
Conforme aponta o consultor, empreendedor e palestrante César Souza, as mulheres têm mais facilidade para desenvolver as competências comportamentais ou soft skills, extremamente valorizados em um mercado que exige flexibilidade.
Souza comenta, em sua coluna no site Istoé Dinheiro:
“Na Era dos Serviços, do Intangível e do Compartilhamento que vivemos, a matéria-prima básica é composta por imaginação humana, criatividade e inovação. As organizações que desejam sobreviver nesse novo cenário não podem mais se dar ao luxo de selecionar apenas uns poucos para pensar, enquanto engaiolam a maioria da sua força produtiva na execução. Também fica inviável prescindir do emocional das pessoas e contar apenas com seu lado racional no dia a dia do trabalho.”
Apostar na liderança feminina auxilia no aproveitamento dos talentos de toda organização, além de estabelecer uma proximidade com a clientela de grande parte das companhias, pois as mulheres são maioria no Brasil.
No cenário mundial, uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho evidencia que empresas preocupadas com o impacto da diversidade de gênero na liderança contam com funcionários mais engajados e crescimento de 5% a 20% nos lucros.
Principais dados do empreendedorismo no Brasil
Em 2019, estudo realizado pela consultoria McKinsey, em parceria com o evento Brazil at Silicon Valley, classificou o Brasil como um país de empreendedores ao constatar que 39% da população economicamente ativa (PEA) tem sua própria empresa.
Um ano antes, a pesquisa “Empreendedorismo no Brasil – Relatório executivo 2018” já mostrava uma taxa de empreendedorismo de 38%, considerando a população entre 18 e 64 anos.
Ou seja, quase 52 milhões de pessoas estão à frente do próprio negócio no Brasil, conforme os dados, levantados a partir do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) com apoio do Instituto Brasileiro de Qualificação Profissional (IBQP), Sebrae e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Segundo um relatório produzido pela MindMiners, 59% dos empreendedores brasileiros são homens, e 41% são mulheres.
Quanto à faixa etária, eles se dividem assim:
· 32% entre 18 e 24 anos
· 30% de 25 a 30 anos
· 27% têm entre 31 e 40 anos
· 11% têm 41 anos ou mais.
A maior parte (42%) dos negócios atua no online e offline, enquanto outros 38% só têm presença física e 20%, somente online.
A principal motivação citada para abrir a própria empresa foi ter mais liberdade e/ou autonomia (57%), seguida pela percepção de uma oportunidade (53%).
Uma parcela expressiva (35%) também empreende para deixar de ser empregado, por frustração com o mercado de trabalho tradicional (19%) e por necessidade (18%).
Dados do empreendedorismo feminino
Análises do Sebrae revelam que o país conta com 9,3 milhões de mulheres à frente de uma empresa, sendo que 45% delas são chefes de família, ou seja, têm a principal renda em seus lares.
Em comparação com os homens que empreendem, elas possuem escolaridade 16% superior, porém, seus negócios faturam 22% menos.
Para se ter uma ideia, em 2018, os empreendedores brasileiros registraram rendimento mensal médio de R$ 2.344, ao passo que as empreendedoras faturaram, em média, R$ 1.831 por mês.
As mulheres representam 48% dos microempreendedores individuais (MEI) no país, se destacando em setores como beleza, moda e alimentação.
Quais são as maiores empreendedoras do Brasil?
Com tantos negócios de impacto idealizados por mulheres, fica difícil eleger os mais promissores.
Mas vale citar algumas lideranças que têm colocado o Brasil em evidência no universo do empreendedorismo, como Luiza Helena Trajano e Camila Farani.
À frente do Magazine Luiza, a empresária Luiza Helena Trajano começou como balconista na companhia, que pertencia a seus tios desde a década de 1950.
Sonhando em comprar presentes de Natal para a família, Luiza, então com 12 anos, decidiu trabalhar na loja dos tios e conseguiu realizar esse primeiro desejo.
A menina continuou se esforçando, fez faculdade de Administração de Empresas e, em 1991, iniciou a empreitada como gestora, sempre apostando em inovações.
Uma de suas ideias foi inserir computadores nas lojas para que os clientes pudessem encomendar produtos indisponíveis nas prateleiras, ainda em 1992, quando as máquinas eram raridade.
Camila Farani é outra empresária de sucesso que deu os primeiros passos na companhia da família – uma pequena tabacaria.
Aos 21 anos, Camila sugeriu que a mãe incluísse, no cardápio, coquetéis feitos com café, além da versão mais simples da bebida.
O resultado foi um aumento expressivo nas vendas e a formação de uma sociedade com a mãe, sua primeira oportunidade de empreender.
Mais tarde, Camila fundou a G2 Capital, focada em investimentos para empresas de tecnologia, ajudando vários empreendedores a potencializar seu negócio.
Principais dados do empreendedorismo no mundo
Considerando o cenário mundial, o empreendedorismo feminino tem avançado principalmente nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Canadá, de acordo com o terceiro Mastercard Index of Women Entrepreneurs, divulgado em novembro de 2019.
Num ranking formado por 58 mercados, que respondem por quase 80% da mão-de-obra feminina do planeta, o Brasil ficou na 32ª posição.
Já o levantamento “Women in The Boardroom — Uma Perspectiva Global”, da consultoria Deloitte, evidenciou o crescimento mundial do empreendedorismo feminino nos últimos anos.
O percentual de aberturas de empresas por mulheres passou de 18%, em 2016, para 25% em 2019.
Os desafios que mulheres empreendedoras ainda enfrentam
Enquanto os empreendedores em geral apontam a liberdade como principal motivo para abrir seu negócio, as mulheres brasileiras acabam tomando essa decisão por necessidade, para complementar a renda ou alcançar a independência financeira.
Isso porque, muitas vezes, elas precisam assumir o sustento da família.
Como mencionamos acima, as empreendedoras ainda recebem menos que os homens e, segundo o Sebrae, têm menor acesso a linhas de crédito para estruturar e expandir seu negócio.
Outros desafios estão relacionados à maternidade, que exige maior flexibilidade no trabalho.
Dados da Rede Mulher Empreendedora (RME) revelam que 53% das empreendedoras brasileiras são mães, sendo que a maioria busca por horários flexíveis que permitam conciliar as tarefas domésticas e a vida profissional.
Muitas empreendedoras também tomam esse caminho devido ao pouco espaço em cargos de chefia no mercado tradicional.
Conforme o estudo “Women in The Boardroom – Uma Perspectiva Global“, elas estão presentes em somente 16,9% dos assentos de conselhos de grandes empresas no planeta – número que cai para 8,6% no Brasil.
Nesse meio corporativo, elas ainda enfrentam assédio e preconceito, partindo de ideias retrógradas como a de que são muito emotivas ou de que não poderão se comprometer com a empresa se tiverem filhos.
Exemplos e ideias de empreendedorismo feminino para você se inspirar
Reunimos, neste trecho, duas histórias de coragem e inovação para servir de inspiração a você embarcar na jornada do empreendedorismo feminino.
Confira!
A iniciativa de Alcione Albanesi
Fundadora da FLC, líder no segmento de lâmpadas no país, Alcione sempre teve uma veia empreendedora.
Tanto que, ainda durante a adolescência, criou uma confecção de roupas de sucesso, que foi vendida alguns anos mais tarde.
Em viagem aos Estados Unidos, em 1992, Alcione se deparou com uma lâmpada fluorescente vendida a preço muito baixo, importada da China.
Na época, o produto era novidade e custava caro no Brasil, o que levou aempreendedora a viajar para a China para entender como as lâmpadas eram fabricadas.
De volta ao Brasil, ela inaugurou a FLC, fruto de muita pesquisa e investimento em tecnologia.
O pioneirismo de Alice Ferraz
Outro destaque vai para Alice Ferraz, CEO e fundadora do Fhits – plataforma com um time de influenciadores digitais de moda e liftestyle.
Em 2019, Alice, que criou um novo modelo de negócio, foi citada pela Revista Forbes entre as mulheres mais poderosas e influentes do Brasil.
Atual, sua empresa foi reconhecida como uma das empresas mais inovadoras no mundo pela Fast Company.
Conclusão
Ao longo deste artigo, trouxemos dados, conceitos e histórias do empreendedorismo feminino, tanto dentro como fora do Brasil.
Apesar dos desafios, muitas mulheres estão tomando a dianteira e fazendo a diferença no mundo, através da criação de negócios de impacto social e econômico.
Por isso, o movimento está crescendo e deve ser apoiado para diminuir as desigualdades de gênero e aumentar a diversidade.

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