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DEFINIÇÕES DOS DIFERENTES MÉTODOS DE REVISÃO Profª Leticya scapin INTRODUÇÃO ▪Dentre as categorias de artigos científicos que utilizam “fontes de informações bibliográficas ou eletrônicas para obtenção de resultados de pesquisa de outros autores, com o objetivo de fundamentar teoricamente um determinado tema” encontram-se os artigos de revisão de literatura que podem ser categorizados como de revisão narrativa e de revisão bibliográfica sistemática em razão de possuírem características e objetivos distintos. ▪Dentre os artigos de revisão bibliográfica sistemática encontram-se os artigos de revisão integrativa TIPOS DE REVISÃO DE LITERATURA REVISÃO SISTEMÁTICA ▪Definição ▪Compilação de estudos semelhantes para responder a uma questão clinica especifica, utilizando estratégia de busca detalhada e abrangente e métodos rigorosos de avaliação ▪Os objetivos são resumir, avaliar e comunicar os resultados e as implicações de todas as pesquisas disponíveis sobre a questão clinica ▪É a abordagem mais rigorosa de revisão, capaz de minimizar vieses na sumarização de pesquisas DESCRIÇÃO E ELABORAÇÃO DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ▪Passo 1: Definindo a pergunta ▪ Assim como qualquer outra investigação científica, uma boa revisão sistemática requer uma pergunta ou questão bem formulada e clara. ▪Ela deve conter a descrição da doença ou condição de interesse, a população, o contexto, a intervenção e o desfecho. EXEMPLO: PASSO 1 “O objetivo desta revisão foi determinar se o fortalecimento muscular produz desfechos benéficos para indivíduos com paralisia cerebral (PC)” DESCRIÇÃO E ELABORAÇÃO DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA▪ Passo 2: Buscando a evidência Os pesquisadores devem se certificar de que todos os artigos importantes ou que possam ter algum impacto na conclusão da revisão sejam incluídos. A busca da evidência tem início com a definição de termos ou palavras-chave, seguida das estratégias de busca, definição das bases de dados e de outras fontes de informação a serem pesquisadas. Para mais detalhes, consultar www.bireme.br e Oxman DESCRIÇÃO E ELABORAÇÃO DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ▪ Passo 2: Buscando a evidência A busca em base de dados eletrônica e em outras fontes é uma habilidade importante no processo de realização de uma revisão sistemática, considerando que sondagens eficientes maximizam a possibilidade de se encontrarem artigos relevantes em um tempo reduzido. Uma procura eficaz envolve não só uma estratégia que inclua termos adequados, mas também a escolha de base de dados que insiram mais especificamente o tema (e.g., biblioteca Cochrane, MEDLINE, EMBASE, CINAHL, SciELO, entre outras) EXEMPLO: PASSO 2 “Bases de dados eletrônicas (MEDLINE, PubMed, EMBASE, CINAHL, Sports Discus, DARE, PsychInfo, ERIC, AusportMed, AMI, Cochrane, PEDro) foram consultadas retrospectivamente até o ano de 1966, usando as seguintes palavras-chave: paralisia cerebral (cerebral palsy) combinada com exercício (exercise), força (strength) e treinamento físico (physical training). A busca se limitou aos artigos escritos em inglês” DESCRIÇÃO E ELABORAÇÃO DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ▪ Passo 3: Revisando e selecionando os estudos ▪ Durante a seleção dos estudos, a avaliação dos títulos e dos resumos (abstracts) identificados na busca inicial deve ser feita por pelo menos dois pesquisadores, de forma independente e cegada, obedecendo rigorosamente aos critérios de inclusão e exclusão definidos no protocolo de pesquisa. ▪ Quando o título e o resumo não são esclarecedores deve-se buscar o artigo na íntegra, para não correr o risco de deixar estudos importantes fora da revisão sistemática. DESCRIÇÃO E ELABORAÇÃO DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ▪ Passo 3: Revisando e selecionando os estudos ▪Os critérios de inclusão e exclusão são definidos com base na pergunta que norteia a revisão: tempo de busca apropriado (e.g. 5 anos), população-alvo (e.g. adulto, criança, atleta), intervenções, mensuração dos desfechos de interesse, critério metodológico, idioma, tipo de estudo, entre outros. ▪As discordâncias que por ventura ocorram devem ser resolvidas por consenso EXEMPLO: PASSO 3 “[..]. artigos identificados pela estratégia de busca inicial foram avaliados independentemente por dois autores, conforme os seguintes critérios de inclusão: (1) população (adultos ou crianças), (2) intervenção (treinamento de força ou programa de exercício de resistência progressiva), (3) desfecho (medida de mudança na força, atividade, ou participação)” DESCRIÇÃO E ELABORAÇÃO DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA▪ Passo 4: Analisando a qualidade metodológica dos estudos ▪ A qualidade de uma revisão sistemática depende da validade dos estudos incluídos nela. ▪ Nesta fase é importante que os pesquisadores considerem todas as possíveis fontes de erro (bias), que podem comprometer a relevância do estudo em análise. ▪ Um conhecimento aprofundado de métodos de investigação e de análise estatística, bem como das medidas ou dos instrumentos de mensuração empregados, é requisito indispensável para que os pesquisadores possam desempenhar a sua tarefa EXEMPLO: PASSO 4 ▪ Foram excluídos também artigos que apresentavam informações repetidas ou disponíveis em outros artigos” DESCRIÇÃO E ELABORAÇÃO DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA▪ Passo 5: Apresentando os resultados ▪ Os artigos incluídos na revisão sistemática podem ser apresentados em um quadro que destaca suas características principais, como: ▪ autores; ▪ ano de publicação ▪ desenho metodológico ▪ número de sujeitos (N), ▪ grupos de comparação caracterização do protocolo de intervenção (tempo, intensidade, freqüência de sessões, etc.), ▪ variáveis dependentes e principais resultados. DESCRIÇÃO E ELABORAÇÃO DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ▪ Passo 5: Apresentando os resultados ▪ A seção de métodos é especialmente importante e necessita ser bem detalhada (e.g. estratégias de busca, como os estudos foram selecionados para inclusão na revisão sistemática, entre outros) e passível de reprodução. ▪ Informações sobre a confiabilidade entre examinadores na avaliação da qualidade da evidência precisam ser apresentadas assim como os critérios usados para resolver as discordâncias entre eles DESCRIÇÃO E ELABORAÇÃO DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA▪ Passo 5: Apresentando os resultados ▪ Muitos autores de revisões sistemáticas tendem a comunicar somente os resultados positivos de ensaios clínicos, ou seja, os resultados de intervenções que produziram efeito. ▪ É importante apresentar também os resultados negativos dos estudos, já que os profissionais que estão na clínica necessitam dessa informação para mudar a sua prática. ▪ Publicar nas revisões sistemáticas os aspectos positivos e negativos das intervenções/tratamento só aumentará o conhecimento a respeito da sua eficácia e da sua limitação. RESUMINDO: IMPORTÂNCIA ▪ Conhecer o processo de desenvolvimento de uma revisão sistemática pode auxiliar o leitor a compreender esse tipo de estudo. ▪ No entanto, o leitor tem de se preparar ainda para avaliar a qualidade da revisão sistemática e para selecionar o que interessa entre diferentes revisões sobre o mesmo tema. ▪ É importante considerar como as conclusões desse tipo de estudo podem ser aplicadas na prática clínica, levando-se em conta o paciente e o contexto em que essa será implementada IMPORTÂNCIA ▪ A publicação de estudos de revisão sistemática, bem como de outros que sintetizam resultados de pesquisa, é um passo para a prática baseada em evidência. ▪ Mas, para que isso ocorra de fato, torna-se necessária uma mudança de comportamento por parte dos profissionais da saúde. ▪ Essa mudança implica não só consumir a literatura disponibilizada, mas também levar essa informação para a prática clínica cotidiana. ▪ O objetivo final desse processo é melhorar a qualidade dos cuidados oferecidos pelos profissionais da saúde EXEMPLOEXEMPLO REVISÃO INTEGRATIVA ▪A revisão integrativa: emerge como uma metodologia que proporciona a síntese do conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática. REVISÃO INTEGRATIVA ▪A PBE (Prática Baseada em Evidências), caracteriza-se por uma abordagem voltada ao cuidado clínico e ao ensino fundamentado no conhecimento e na qualidade da evidência. PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS ▪Envolve: ▪ a definição do problema clínico; ▪ a identificação das informações necessárias; ▪ a condução da busca de estudos na literatura e sua avaliação crítica; ▪ a identificação da aplicabilidade dos dados oriundos das publicações e a determinação de sua utilização para o paciente REVISÃO INTEGRATIVA ▪A revisão integrativa é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. REVISÃO INTEGRATIVA ▪Combina também dados da literatura teórica e empírica, além de incorporar um vasto leque de propósitos: definição de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular. ▪A ampla amostra, em conjunto com a multiplicidade de propostas, deve gerar um panorama consistente e compreensível de conceitos complexos, teorias ou problemas de saúde relevantes para a enfermagem REVISÃO INTEGRATIVA ▪A revisão integrativa determina o conhecimento atual sobre uma temática específica, já que é conduzida de modo a identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos independentes sobre o mesmo assunto, contribuindo, pois, para uma possível repercussão benéfica na qualidade dos cuidados prestados ao paciente. REVISÃO INTEGRATIVA ▪A seguir, são apresentadas, de forma sucinta, as seis fases do processo de elaboração da revisão integrativa REVISÃO INTEGRATIVA ▪ 1ª Fase: elaboração da pergunta norteadora ▪A definição da pergunta norteadora é a fase mais importante da revisão, pois determina quais serão os estudos incluídos, os meios adotados para a identificação e as informações coletadas de cada estudo selecionado. ▪ Inclui a definição dos participantes, as intervenções a serem avaliadas e os resultados a serem mensurados. ▪Deve ser elaborada de forma clara e específica, e relacionada a um raciocínio teórico, incluindo teorias e raciocínios já aprendidos pelo pesquisador RESUMINDO: PASSO 1 ▪ Passo 1: Elaboração da questão norteadora ▪Escolha e definição do tema ▪Construção do objetivo do estudo ▪Tema relacionado com a pratica clinica; REVISÃO INTEGRATIVA ▪ 2ª Fase: busca ou amostragem na literatura ▪É a busca em base de dados de uma forma ampla e diversificada, contemplando a procura em bases eletrônicas, busca manual em periódicos, as referências descritas nos estudos selecionados, o contato com pesquisadores e a utilização de material não-publicado. ▪ Os critérios de amostragem precisam garantir a representatividade da amostra, sendo importantes indicadores da confiabilidade e da fidedignidade dos resultados. REVISÃO INTEGRATIVA ▪ 2ª Fase: busca ou amostragem na literatura ▪A conduta ideal é incluir todos os estudos encontrados ou a sua seleção randomizada; porém, se as duas possibilidades forem inviáveis pela quantidade de trabalhos, deve-se expor e discutir claramente os critérios de inclusão e exclusão de artigos. ▪ Desta forma, a determinação dos critérios deve ser realizada em concordância com a pergunta norteadora, considerando os participantes, a intervenção e os resultados de interesse. RESUMINDO: PASSO 2 ▪ Passo 2: Amostragem ou busca na literatura dos estudos primários ▪Estabelecimento de critérios de inclusão/exclusão; ▪ Identificação dos descritores controladores e palavras chaves ▪Busca em base de dados; ▪ Seleção dos estudos; REVISÃO INTEGRATIVA ▪ 3ª Fase: coleta de dados ▪ Para extrair os dados dos artigos selecionados, faz-se necessária a utilização de um instrumento previamente elaborado capaz de assegurar que a totalidade dos dados relevantes seja extraída, minimizar o risco de erros na transcrição, garantir precisão na checagem das informações e servir como registro. ▪ Os dados devem incluir: definição dos sujeitos, metodologia, tamanho da amostra, mensuração de variáveis, método de análise e conceitos embasadores empregados. RESUMINDO: PASSO 3 ▪ Passo 3: Extração de dados dos estudos primários: ▪Extração das informações ▪Organização e síntese dos dados coletados de cada estudo primário; ▪ Formação do banco dos dados REVISÃO INTEGRATIVA ▪4ª Fase: análise crítica dos estudos incluídos ▪à análise dos dados das pesquisas convencionais, esta fase demanda uma abordagem organizada para ponderar o rigor e as características de cada estudo. A experiência clínica do pesquisador contribui na apuração da validade dos métodos e dos resultados, além de auxiliar na determinação de sua utilidade na prática REVISÃO INTEGRATIVA ▪Para auxiliar na escolha da melhor evidência possível, propõe-se uma hierarquia das evidências, segundo o delineamento da pesquisa, que é um dos itens a serem analisados nesta fase. ▪Nível 1: evidências resultantes da meta-análise de múltiplos estudos clínicos controlados e randomizados; ▪Nível 2: evidências obtidas em estudos individuais com delineamento experimental; REVISÃO INTEGRATIVA ▪ Nível 3: evidências de estudos quase-experimentais; ▪Nível 4: evidências de estudos descritivos (não-experimentais) ou com abordagem qualitativa; ▪Nível 5: evidências provenientes de relatos de caso ou de experiência; ▪Nível 6: evidências baseadas em opiniões de especialistas. RESUMINDO: PASSO 4 ▪ Passo 4: avaliação dos estudos primários incluídos na revisão ▪ Inclusão/exclusão de estudos; ▪Aplicações de análise estatísticas ▪Analise critica dos estudos selecionados REVISÃO INTEGRATIVA ▪ 5ª Fase: discussão dos resultados ▪ Nesta etapa, a partir da interpretação e síntese dos resultados, comparam-se os dados evidenciados na análise dos artigos ao referencial teórico. ▪ Além de identificar possíveis lacunas do conhecimento, é possível delimitar prioridades para estudos futuros. Contudo, para proteger a validade da revisão integrativa, o pesquisador deve salientar suas conclusões e inferências, bem como explicitar os vieses RESUMINDO: PASSO 5 ▪ Passo 5: Análise e síntese dos resultados da revisão ▪ Síntese das evidencias ▪Discussões e resultados; ▪ Proposta de recomendações ▪Limitações do estudo ▪ Sugestão de futuras pesquisas; REVISÃO INTEGRATIVA ▪ 6ª Fase: apresentação da revisão integrativa ▪ A apresentação da revisão deve ser clara e completa para permitir ao leitor avaliar criticamente os resultados. ▪Deve conter, então, informações pertinentes e detalhadas, baseadas em metodologias contextualizadas, sem omitir qualquer evidência relacionada. ▪ Na revisão integrativa, a combinação de diversas metodologias pode contribuir para a falta de rigor, a inacurácia e o viés, devendo ser conduzida dentro de padrões de rigor metodológico. REVISÃO INTEGRATIVA ▪ 6ª Fase: apresentação da revisão integrativa ▪ Torna-se imperativo, portanto, tecermos pontuais considerações acerca de algumas fases do processo: coleta de dados, análise e discussão dos dados. ▪ Um dos métodos para a análise dos dados de uma pesquisa qualitativa relaciona-se com a variedade de achados da revisão integrativa. ▪ Consiste na redução, exposição e comparação, bem como na conclusão e verificação dos dados. RESUMINDO: PASSO 6 ▪ Passo 6: Apresentação da revisão integrativa ▪Citação de documentos que descreve detalhadamente a revisão integrativa EXEMPLO DE INSTRUMENTO DE COLETA EXEMPLO DE INSTRUMENTO DE COLETA EXEMPLO: REVISÃO INTEGRATIVA
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