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AS 01 LICENCIAMNETO AMBIENTAL

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Licenciamento Ambiental
Conceito do Licenciamento Ambiental
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Vivian Fiori
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Selma Aparecida Cesarin 
5
Nesta Unidade, discutiremos, a partir da observação do contexto do panorama ambiental mundial 
resultante das ações humanas, a evolução do conceito do licenciamento ambiental como ferramenta na 
questão da conservação da qualidade do meio ambiente. 
Desde o fim do século XVIII, com a intensificação da industrialização, o meio ambiente começou a 
apresentar alterações cada vez mais severas. O ser humano passou, por meio de um processo de análise, 
a estabelecer regras, por intermédio de legislação ambiental, buscando um equilíbrio desenvolvimento/
preservação ambiental. 
Vamos conhecer as principais mobilizações mundiais e como os países responderam a essas questões. 
Vamos percorrer a legislação ambiental da União e dos estados, verificando os pontos referentes ao 
licenciamento ambiental, tema de nosso estudo.
Temos o objetivo de acompanhar a evolução do conceito do Licenciamento 
Ambiental. Para isto, vamos conhecer os motivos que levaram à necessidade 
de criar legislação ambiental específica e aprimorar a atividade de 
Licenciamento Ambiental. 
Conceito do Licenciamento Ambiental
 · Introdução 
 · Principais Tratados Ambientais Globais
 · Evolução do Licenciamento Ambiental Global
 · Evolução Da Legislação Ambiental no Brasil
 · Considerações Finais
6
Unidade: Conceito do Licenciamento Ambiental
Contextualização
Nesta Unidade, abordaremos a evolução do conceito de licenciamento ambiental. Por meio 
do acompanhamento do início das atividades humanas e suas consequências ambientais 
ao longo dos séculos, principalmente, após a intensificação da atividade industrial, vamos 
conhecer as principais mobilizações ambientais mundiais traduzidas em conferências globais 
como Estocolmo 1972 e Rio-92, as quais impulsionaram os países a aprofundar os assuntos 
quanto à proteção ambiental.
A década de 1970 foi marcante para vários países, inclusive o Brasil, na questão da legislação 
ambiental. Foram criadas as secretarias de meio ambiente, tanto na esfera federal, quanto em 
vários estados. 
Várias leis ambientais foram editadas em vários estados, já considerando a necessidade de 
um controle das atividades potencialmente prejudiciais ao meio ambiente.
A década de 1980 foi decisiva para o licenciamento ambiental. A Constituição Federal 
estabeleceu a responsabilidade do poder público em relação ao controle da autorização de 
funcionamento de atividades potencialmente poluidoras. Foi nessa década, também, que ocorreu 
a edição da Lei 6938/81, que estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente, trazendo 
o conceito de licenciamento ambiental, além da edição da Resolução CONAMA 001/86 que 
estabeleceu a necessidade de Estudo de Impacto Ambiental – EIA para determinadas atividades 
consideradas modificadoras do meio ambiente.
Em 1997, foi editada a Resolução CONAMA 237/97, estabelecendo regras para o licenciamento 
ambiental de atividades consideradas impactantes.
Assim, podemos entender que o Licenciamento Ambiental surgiu na segunda metade do 
século XX como resposta a uma necessidade de controle das atividades humanas. 
7
Introdução 
Nesta Unidade, vamos compreender o conceito de licenciamento ambiental, quando surgiu 
esse termo e as primeiras abordagens e preocupações quanto ao licenciamento ambiental no 
Brasil e no mundo. Por que esse processo se tornou tão importante para exercer as atividades 
industriais e outras atividades? 
Todos esses aspectos serão discutidos para entendermos a importância do licenciamento 
ambiental no cenário atual.
Sabemos que o ser humano sempre explorou os recursos naturais e sempre alterou o meio 
ambiente para realizar suas atividades. Enquanto as atividades humanas se restringiam mais 
à agricultura e à pecuária, as transformações no meio ambiente se caracterizavam mais pelo 
desmatamento e pela substituição das matas por plantações e pastos. Porém, com a Revolução 
Industrial, no início do século XVIII, as alterações no meio ambiente foram se tornando cada 
vez mais impactantes.
Os países viam o meio ambiente como fonte de recursos para o desenvolvimento econômico, 
por meio da industrialização. A maioria dos processos fabris exigia a extração de recursos 
naturais para a sua transformação em outros produtos, além do uso de recursos naturais 
como coadjuvantes nessa transformação da matéria-prima em produtos finais, como água, 
combustíveis fósseis e energia elétrica advinda de hidrelétricas ou termoelétricas. 
Além disso, como resultado dos processos industriais, os resíduos eram gerados em larga 
escala, alterando severamente o meio ambiente. Como principais resíduos dos processos 
tínhamos os óleos, borras em geral, efluentes sem tratamento, resíduos de insumos, entre outros.
Por anos, esse processo foi ocorrendo, tendo como resultado a total transformação do meio 
ambiente. À medida que as indústrias foram crescendo nos países, essas transformações foram 
sendo cada vez mais sentidas pela população no resultado da contaminação das águas, do 
ar e do solo, da poluição sonora e visual. O ser humano, ao mesmo tempo em que recebia 
os resultados positivos dos avanços tecnológicos, também recebia os resultados negativos da 
desordenação causada no meio ambiente. 
Os centros urbanos de países industrialmente consolidados na Europa e na América do Norte 
começaram a sentir os reflexos da poluição gerada pelas atividades. Problemas de saúde na 
população dos grandes centros urbanos começaram a pressionar os dirigentes a estabelecerem 
regras para as atividades industriais. 
Explore:
Cidades como Ambientes Heterotró� cos
http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=1971
Assim, as indústrias e outras atividades começaram a passar por processos de licenciamento 
ambiental para o seu funcionamento. As leis ambientais, em todo o Planeta, foram surgindo 
como consequência do resultado da atividade humana. 
http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=1971
8
Unidade: Conceito do Licenciamento Ambiental
Principais Tratados Ambientais Globais
Foi na década de 1970 que começaram as primeiras convenções globais para o estudo 
e assinatura de tratados mundiais ambientais, visando a conter a acelerada degradação 
ambiental nos países, resultante da poluição gerada pelo crescimento da industrialização.
Em 1968, foi criado o Clube de Roma, que consistia num centro de pesquisa formado 
por um grupo de cientistas, economistas, políticos, entre outros pesquisadores, que 
analisavam os problemas da crise ambiental mundial e que publicou, em 1972, o 
relatório intitulado “Limites do crescimento”, que apontava o aumento do crescimento 
populacional, a industrialização excessiva e a escassez dos recursos naturais como as 
principais causas dos problemas ambientais. 
Diante disso, acreditavam que o “crescimento zero” dos países desenvolvidos e em 
desenvolvimento seria a solução para evitar o colapso do sistema econômico e ambiental 
(SANTANA, 2005).
Esse documento levou os países signatários da ONU a decidirem realizar uma Conferência 
Global para discutir as questões ambientais de forma global, o que foi o prenúncio da 
Conferência de Estocolmo, que veremos no item a seguir.
Conferência de Estocolmo
Em 1972, por meio da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, foi 
assinada a Declaração de Estocolmo, Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o 
Meio Ambiente. Foi o primeiro documento legal ambiental internacional estabelecido como 
forma de preservar e conservar o meio ambiente global. 
Os países deveriam guiar suas leis internas ambientais considerando os princípios 
estabelecidos na Declaração de Estocolmo. Essa declaração resultou num desafio, pois, 
por um lado, os países buscavam um crescimento econômico baseado no aumento da 
industrialização, principal responsável pelasalterações no Planeta, e por outro lado, esse 
crescimento estava resultando em impactos ambientais severos, que afetariam as atividades.
Os países periféricos e o Brasil estavam nessa posição, reivindicando que só era 
possível o crescimento econômico do país com o crescimento industrial. Era uma visão 
de desenvolvimento a qualquer custo. Já os países centrais, como os Estados Unidos e os 
países europeus, pleiteavam diretrizes ambientais que deveriam ser adotadas por todos. 
Apesar dos conflitos de interesses, a Declaração de Estocolmo iniciou um processo sem 
volta em termos ambientais. A partir dela, todos os países passaram a considerar os assuntos 
da Declaração na sua legislação.
9
Protocolo de Montreal
Em 1987, foi promulgado o Protocolo de Montreal, com o objetivo de reduzir o buraco na camada 
de ozônio, consequência da liberação do gás refrigerante CFC, à base de clorofluorcarbono.
Esse gás refrigerante foi descoberto na década de 20 do século XX, e utilizado em larga 
escala no resfriamento de equipamentos industriais, nos equipamentos de ar condicionado de 
residências e automóveis e também utilizado em aerossóis. 
Na década de 1970, foi constatado que este gás, em contato com a camada de ozônio 
presente na atmosfera, alterava a cadeia molecular dela resultando na destruição das partículas 
de ozônio que funcionam como um filtro das ondas solares UVA e UVB. 
Mas, somente na década de 1980, os países assumiram que o CFC já havia provocado um 
buraco na camada de ozônio da Terra. O Protocolo de Montreal, assinado em 16 de setembro 
de 1987, estabeleceu regras e metas para a substituição deste gás por outros, numa escala 
cronológica aceita por vários países, entre eles o Brasil.
Nosso Futuro Comum – Relatório de Brundtland
Em 1987, é assinado o relatório de Bruntland, conhecido também como Nosso Futuro 
Comum, como resultado do trabalho da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, da ONU, presidida por Gro Harle Brundtland, mestre em saúde pública e 
ex-Primeira Ministra da Noruega. 
Desde 1983, a comissão Brundtland passou a discutir os temas inicialmente apresentados aos 
países em 1972, em Estocolmo; porém, considerando o conceito de desenvolvimento sustentável. 
O relatório Nosso Futuro Comum apresenta aos países um novo caminho a ser trilhado, o caminho 
do desenvolvimento sustentável, permitindo o crescimento de forma a preservar o meio ambiente.
Rio-92
Em 1992, foi realizada, na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas para 
o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também lembrada como conferência da Cúpula da 
Terra, dando continuidade aos temas propostos na Conferência de Estocolmo em 1972. 
Como principais resultados da Rio-92 temos a Agenda 21, a Convenção da Biodiversidade 
e a Convenção sobre Mudança Climática.
Algo surpreendente que aconteceu na Rio-92 foi o discurso de sete minutos realizado por Severn 
Cullis-Suziki, uma menina canadense, na época com 13 anos, que falou em nome dela e de mais 
alguns colegas em favor do meio ambiente. Mas, na verdade, ela falou em nome de todas as crianças, 
adolescentes, adultos, que se preocupavam com os rumos ambientais que nosso Planeta continuava 
tomando, mesmo 20 anos após a primeira Conferência realizada em Estocolmo. 
Explore:
A menina que calou o mundo por 5 minutos
http://www.youtube.com/watch?v=tN1Q_9ETBJU
http://www.youtube.com/watch?v=tN1Q_9ETBJU
10
Unidade: Conceito do Licenciamento Ambiental
Conferência de Kyoto
Em 1997, como consequência da Convenção sobre Mudança Climática criada na Rio-92, 
ocorre a Conferência de Kyoto, no Japão, onde foram estabelecidas metas para a redução da 
emissão dos gases do efeito estufa. 
Uma das principais alterações do meio ambiente resultante das atividades industriais é a 
emissão de gases resultantes da queima de combustíveis fósseis que provocaram um aquecimento 
maior do globo terrestre. Isso porque esses gases, como por exemplo o CO2, dióxido de carbono, 
ficam retidos na camada atmosférica da Terra e agem como uma barreira impedindo que o calor 
que incide na Terra vindo do Sol volte ao espaço. 
Esses gases agem como um cobertor e impedem a liberação do calor. Isso, em longo prazo, está 
causando um aumento considerável da temperatura na Terra. O principal resultado deste impacto 
é o derretimento das capotas polares, que por sua vez acarretam em mudanças climáticas.
No quadro a seguir, você pode visualizar os principais eventos ambientais globais.
Ano Evento Documentos Resultados
1972
Primeira Conferência 
Mundial sobre o 
Homem e o Meio 
Ambiente, em 
Estocolmo – Suécia.
Declaração de Estocolmo
Participaram 113 países. 
Criação do PNUMA – 
Programa das Nações 
Unidas para o Meio 
Ambiente.
1987
Reunião em Montreal 
– Canadá.
Protocolo de Montreal
Redução e substituição 
dos gases CFC.
1987 Noruega
Relatório Brundtland – 
Nosso Futuro Comum
Princípios sobre 
desenvolvimento 
sustentável.
1992
Conferência das 
Nações Unidas para 
o Meio Ambiente e 
o Desenvolvimento 
no Rio de Janeiro – 
Brasil.
Declaração do Rio
Agenda 21
Participaram 172 
países. Princípios da 
Agenda 21; convenção 
da biodiversidade, 
convenção sobre 
mudança climática.
1997
Conferência de Kyoto, 
no Japão.
Protocolo de Kyoto
Metas para redução 
de gases do efeito 
estufa pelos países 
industrializados.
11
Como vimos, os países vem buscando soluções por meio de acordos globais para os problemas 
ambientais gerados pelo modelo de desenvolvimento. Esses acordos, como num efeito dominó, 
quando ratificados pelos países, por meio de leis federais, determinam mudanças, principalmente, nas 
atividades industriais. Por exemplo, quando o Brasil assinou o Protocolo de Montreal, foi publicado 
um documento legal federal estabelecendo as regras quanto ao uso de CFC por parte dos fabricantes, 
revendedores e consumidores. Para alcançar resultados globais, as ações devem ser pontuais.
Hoje, mais de 40 anos após a Declaração de Estocolmo, os países ainda estão às voltas 
com soluções para impasses ambientais resultantes das atividades humanas, sendo que 
hoje temos como principal reflexo, já sentindo por praticamente todos os países, a mudança 
climática no Planeta.
Evolução do Licenciamento Ambiental Global
Com a conferência de Estocolmo, os países começaram a sofrer os impactos das decisões 
tomadas e assinadas na Declaração de Estocolmo. Vários países passaram a considerar o Direito 
Ambiental tema necessário em documentos legais e na Constituição, como o Canadá, em 1973, 
Portugal, em 1976, a Espanha, em 1978, e o Equador, em 1979, mas foram os Estados Unidos, 
em 1969, numa ação pioneira quanto ao Licenciamento Ambiental, que formalizaram, por meio 
da criação do NEPA (National Environmental Policy Act) a “Avaliação dos Impactos Ambientais 
– AIA” como instrumento da sua política ambiental.
Com o estabelecimento destas leis e ações ambientais, as indústrias e outras atividades 
em vários países começaram a passar por processos de licenciamento ambiental para o 
seu funcionamento.
Evolução Da Legislação Ambiental no Brasil
Foi no Brasil Colônia que as primeiras leis ambientais começaram a ser editadas. Como 
exemplo, temos a primeira lei para a pesca da baleia, regulamentada em 1602. 
Até a proclamação da República, muitas outras leis foram editadas, principalmente as ligadas 
ao extrativismo de recursos naturais como o pau-brasil, espécie arbórea nativa do Brasil, 
amplamente explorada, e a mineração, com a extração do ouro. 
Mas, foi com a Constituição de 1934, já no Brasil República, que surgiram os principais 
documentos legais na área ambiental, sendo: o Código das Águas (1934), o Código Florestal 
(1965) e o Código de Mineração (1967). 
É importante considerar que estes três temas estão ligados às principais atividades industriais 
do país, pois quase todas as indústrias utilizam água para os processos; a madeira que é 
amplamente utilizada tanto como produto final (indústria de mobiliário, construção civil, 
12
Unidade:Conceito do Licenciamento Ambiental
indústria naval, entre outros) como insumo energético nos processos (lenha e carvão); e, por 
último, temos os minérios, que também entram em inúmeros processos fabris resultando em 
produto acabado, como por exemplo, automóveis, eletrodomésticos etc.
Até as décadas de 1960 e 1970, a legislação ambiental tinha um caráter mais pontual com 
enfoque no controle da poluição. Foi na década de 1980 que a legislação ambiental ganhou 
caráter mais global, distanciando-se dos documentos legais até então aplicáveis a temas 
específicos e de caráter controlador.
A Lei nº 6.938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, instituiu o CONAMA 
– Conselho Nacional de Meio Ambiente, órgão consultivo e deliberativo, responsável pelo 
estabelecimento de normas e critérios para o licenciamento ambiental.
A Lei nº 6.938/81 também estabeleceu a avaliação de impactos ambientais e o licenciamento 
de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, assuntos também pautados na Constituição 
Federal de 1988, como veremos adiante.
Por fim, cabe ressaltar que a Lei nº 6.938/81 não só considerou o licenciamento ambiental, 
como também o zoneamento ambiental, ponto importante para manter os ecossistemas. Porém, 
em termos de uso do solo e planejamento territorial, em 1979 foi editada a Lei Federal nº 6766/79, 
denominada Lei de Parcelamento do Solo Urbano, um início da ordenamento espacial.
Andou bem o legislador ao colocar o zoneamento ambiental antes do licenciamento, isto 
porque as regras para o uso do solo e o desenvolvimento de atividades em um espaço territorial 
merece ser previsto antes do licenciamento (MACHADO, 2014).
Em 23 de janeiro de 1986, o CONAMA publicou a Resolução nº 001, que passou a exigir o 
Estudo de Impacto Ambiental e seu Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA como etapa 
necessária ao processo de licenciamento de atividades potencialmente poluidoras. 
Importante ressaltar que o EIA/RIMA deve estar disponível para consulta pública. No entanto, 
caso alguma sociedade civil ou o Ministério Público solicitem, o Poder Público deve convocar 
audiência pública para discussão, na qual qualquer cidadão pode participar.
A participação da Sociedade Civil entra no Direito Ambiental Brasileiro em 1985, pela Lei 
7.347/85, que regulamenta a Ação Civil Pública, mas, em 3 de dezembro de 1987, o CONAMA 
editou a Resolução nº 009/87 que dispôs sobre a realização de audiências públicas no processo 
de licenciamento ambiental.
13
Na Constituição Federal de 1988, o direito ambiental ganhou o Capítulo VI, com o Art. 
225, sendo que o inciso IV, do § 1º, incumbe o Poder Público de exigir, na forma da lei, para a 
instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, ao qual se dará publicidade.
Em 1997, o CONAMA publicou a Resolução 237, revisando os procedimentos de 
licenciamento ambiental, considerando, principalmente, as competências para o licenciamento 
nas esferas federal, estadual e distrital e as etapas do processo de licenciamento.
Em 12 de fevereiro de 1998, é publicada a Lei nº 9.605, que dispõe sobre as sanções penais 
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras 
providências, Lei que ficou conhecida com a Lei de Crimes Ambientais, pois elevou à condição 
de crime quaisquer condutas lesivas ao meio ambiente, provenientes da não observância à 
legislação ambiental.
Consideradas aí também as questões do licenciamento ambiental, na qual ficam 
constituídos como crime ambiental a construção, reforma, ampliação, instalação ou 
funcionamento, em qualquer parte do território nacional, de estabelecimentos, obras ou 
serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais 
competentes ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes ao licenciamento 
(Art. 60 da Lei nº 9.605/98).
Em 27 de dezembro de 2000, foi promulgada a Lei nº 10.165 que alterou a Lei nº 6.938/81, 
estabelecendo, principalmente, que toda atividade potencialmente poluidora deve ser cadastrada 
junto ao IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. 
Esse cadastro estabelece o pagamento da TCFA – Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental, 
que varia conforme o tamanho da empresa e o seu grau de impacto, conforme definido pela 
sua atividade. 
Além do pagamento da taxa, toda empresa, deve, anualmente, encaminhar ao IBAMA 
relatório de suas atividades ambientais, o qual considera a quantidade de insumos utilizada nos 
processos e a quantidade de resíduos gerados, entre outras informações.
No quadro a seguir, podemos ver um resumo dos principais documentos legais ambientais 
federais aplicáveis ao licenciamento ambiental no Brasil.
14
Unidade: Conceito do Licenciamento Ambiental
Principais documentos legais do licenciamento ambiental.
Documento Data Principais temas
Lei nº 6.938 Agosto de 1981
Licenciamento e Avaliação de 
Impacto Ambiental - AIA
Resolução CONAMA 001 Janeiro de 1986
Conceito de EIA/RIMA – Estudo e 
Relatório de Impacto Ambiental
Constituição Federal Outubro de 1988
Estudo Prévio de Impacto 
Ambiental
Resolução CONAMA nº 237 Dezembro de 1997
Esferas federal, estadual 
e municipal.
Etapas para o processo de 
licenciamento.
Lei nº 9.605 Fevereiro de 1998
Lei de Crimes Ambientais. 
Considera como crime ambiental 
qualquer conduta lesiva ao meio 
ambiente, tanto de pessoa física, 
quanto jurídica.
Lei nº 10.165 Dezembro de 2000
Cadastro das empresas junto 
ao IBAMA; pagamento de taxa 
anual de fiscalização; 
envio anual de relatório das 
atividades ambientais.
Podemos, por meio do vídeo a seguir, verificar os principais documento legais ambientais federais.
Explore: http://www.youtube.com/watch?v=AbJMsbCbNQs
http://www.youtube.com/watch?v=AbJMsbCbNQs
15
Legislação sobre Licenciamento Ambiental em alguns estados brasileiros
Bahia
Em 4 de outubro de 1973, pela Lei nº 3.163, foi criado o CEPRAM – Conselho Estadual de 
Proteção Ambiental, hoje, Conselho Estadual de Meio Ambiente.
Em 3 de novembro de 1980, foi sancionada a Lei Estadual nº 3.858, que instituiu o Sistema 
Estadual de Administração dos Recursos Ambientais – SEARA, estabelecendo os primeiros 
mecanismos para o licenciamento ambiental por meio da expedição das licenças de localização, 
implantação e funcionamento de atividades potencialmente degradantes do meio ambiente.
Em 7 de fevereiro de 2001, é sancionada a Lei nº 7.799, que estabelece a Política Estadual 
de Administração dos Recursos Ambientais, revogando a Lei nº 3.858/80. A Lei nº 7.799/01 
mantém o CEPRAM como órgão responsável por emitir as licenças ambientais.
Em 20 de dezembro de 2006, é sancionada a Lei nº 10.431, que dispõe sobre a Política de 
Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade do Estado da Bahia e dá outras providências, 
aprovada pelo Decreto nº 11.235, de 10 de outubro de 2008, revogando a Lei nº 7.799/01. 
Em 28 de dezembro de 2011, é sancionada a Lei nº 12.377, que altera a Lei nº 10.431/06. 
Atualmente, o licenciamento ambiental no estado da Bahia deve obedecer à Lei nº 10.431/01 
e suas alterações, dadas pela Lei nº 12.377/11.
Minas Gerais
Em 8 de setembro de 1980, foi criada a Lei nº 7.772, que dispõe sobre a proteção, 
conservação e melhoria do meio ambiente, mas foi em 29 de abril de 1977 que, pelo Decreto 
nº 18.466, foi criada a Comissão de Política Ambiental – COPAM, órgão responsável pelas 
questões ambientais.
A Lei Estadual nº 7.772/80, foi alterada pela Lei nº 15.972/06, organizando as etapas do 
licenciamento ambiental no estado de Minas Gerais.
Pará
Em 11 de maio de 1988, com a Lei nº 7.026, foi criada a Secretaria de Estado de Meio 
Ambiente – SEMA. 
Em 9 de maio 1995, foi criada a Lei nº 5.887, que estabelece a Política Estadual de Meio 
Ambiente, sendo que, no seu Capítulo VIII, considera-se sobre o Licenciamento Ambiental de 
atividades que possam degradar o meio ambiente.
Riode Janeiro
No Estado do Rio de Janeiro, foram editados o Decreto-Lei nº 134/1975, que tornou 
obrigatória a prévia autorização para operação ou funcionamento de instalação ou atividades 
real ou potencialmente poluidoras e o Decreto nº 1.633, de 1977, que instituiu o Sistema de 
Licenciamento de AtividadesPoluidoras –SLAP. 
16
Unidade: Conceito do Licenciamento Ambiental
Em 3 de dezembro de 2009, foi publicado o Decreto nº 42.159, criando o SLAM – Sistema 
de Licenciamento Ambiental, em substituição ao SLAP.
Em 3 de junho de 2014, foi publicado o Decreto nº 44.820, alterando e revisando os SLAM, 
revogando o Decreto nº 42.159/09.
Santa Catarina
No estado de Santa Catarina, temos as seguintes principais leis para o licenciamento ambiental:
- Lei nº 14.675, de 13 de abril de 2009, que Institui o Código Estadual do Meio Ambiente, 
sendo que nos Arts. 29 e 31está descrito sobre o licenciamento de atividades consideradas 
potencialmente causadoras de degradação ambiental;
- Resolução CONSEMA nº 001, de 14 de dezembro de 2006, que lista os requisitos mínimos 
a serem atendidos pelos estudos ambientais que o órgão ambiental pode exigir para fins 
de licenciamento das atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental;
- Resolução CONSEMA nº 014, de 14 de dezembro de 2012, que aprova a listagem das 
atividades consideradas potencialmente causadoras de degradação ambiental de impacto 
local para fins do exercício da competência do licenciamento ambiental municipal e dispõe 
sobre a possibilidade de os Conselhos Municipais do Meio Ambiente definirem outras 
atividades de impacto local não previstas nas Resoluções do CONSEMA; e, por último
- Resolução CONSEMA n° 13, de 23 de janeiro de 2013, que aprova a listagem das 
atividades consideradas potencialmente causadoras de degradação ambiental, para 
o Estado de Santa Catarina, passíveis de licenciamento ambiental pela Fundação do 
Meio Ambiente – FATMA e a indicação do competente estudo ambiental para fins de 
licenciamento ambiental. 
São Paulo
A primeira lei ambiental no estado de São Paulo foi a Lei nº 2.182, de 23 de julho de 1953, 
que estabelecia normas para evitar a contaminação das águas.
Nas duas décadas seguintes, foram promulgadas outras leis também direcionadas às 
águas, principal preocupação quanto aos recursos naturais. As principais delas, que também 
consideraram a questão do zoneamento ambiental foram a Lei nº 898, de dezembro de 1975, 
que disciplinou o uso do solo para a proteção de mananciais, cursos e reservatórios de água, e 
a Lei nº 1.172, de 17 de novembro de 1976, que delimitou as áreas de proteção relativas aos 
mananciais, cursos e reservatórios de água protegidos pela Lei 898/75. 
No entanto, mesmo com essas medidas legislativas, os principais mananciais da grande São 
Paulo, represas Billings e Guarapiranga, tiveram ao longo de décadas, a invasão de áreas com 
loteamentos clandestinos provocando impactos na qualidade da água. 
Ainda em 6 de fevereiro de 1987, foi promulgada a Lei nº 5.597, que estabelece normas e 
diretrizes para o zoneamento industrial.
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Em 24 de julho 1968, por meio do Decreto Estadual nº 50.079, foi criada a CETESB – 
Centro Tecnológico de Saneamento Básico, com o intuito de controlar a poluição das águas.
Em 31 de maio 1976, o estado de São Paulo aprovou a Lei nº 997, regulamentada pelo 
Decreto Estadual 8.468, que ainda é referência para o Licenciamento Ambiental no estado de 
São Paulo, considerando vasto assunto nos campos ambientais.
Este decreto vem sendo aplicado e aprimorado constantemente, mas mantém inalterados os 
mecanismos de licenciamento que, aliás, foram incorporados pela legislação federal – Lei nº 
6938/81 (FERREIRA, 2010).
Em 20 de março de 1997, é decretada a Lei nº 9.509, que dispõe sobre a Política Estadual 
de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, a qual foi regulamentada 
pelo Decreto nº 47.400, de 4 de dezembro de 2002, alterado pelo Decreto nº 55.149, em 10 de 
dezembro de 2009, referente ao licenciamento ambiental.
Considerações Finais
A relação do homem com o meio ambiente se caracterizou, inicialmente, pelo extrativismo 
de recursos naturais. Com o passar do tempo, o homem, além de continuar a extrair todos os 
recursos naturais para sua transformação, também passou a lançar os resíduos de seus processos 
no meio ambiente. 
Com a intensificação da industrialização, esse quadro se mostrou cada vez mais intenso, até 
que começou um alerta para a questão ambiental. O homem percebeu que o seu processo 
estava afetando de tal modo o meio ambiente que logo seria difícil manter a vida no Planeta. 
A partir desta constatação, os países, na segunda metade do século XX, passaram a se reunir 
para discutir as questões ambientais, assinando tratados mundiais de políticas ambientais. 
Esses estudos foram se intensificando até que foi considerado o conceito de sustentabilidade, 
ou seja, o desenvolvimento econômico, considerando as questões socioambientais.
Os países, como resultado desses avanços, passaram a considerar a questão do direito 
ambiental, promulgando leis específicas para o meio ambiente. Em busca de conciliar o 
desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, foram estabelecidas regras e normas 
direcionadas ao licenciamento das atividades humanas. 
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Unidade: Conceito do Licenciamento Ambiental
Material Complementar
Para aprofundar seus estudos, consulte os seguintes links:
Vídeos:
Cidades como Ambientes Heterotró� cos
http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=1971
A menina que calou o mundo por 5 minutos
http://www.youtube.com/watch?v=tN1Q_9ETBJU
Documentário - Legislação Sobre Meio Ambiente - Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=AbJMsbCbNQs
Artigo:
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Manual para 
elaboração de estudos para o licenciamento com avaliação de impacto ambiental. São 
Paulo: CETESB, 2014.
http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/cetesb/documentos/Manual-DD-217-14.pdf. 
http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=1971
http://www.youtube.com/watch?v=tN1Q_9ETBJU
http://www.youtube.com/watch?v=AbJMsbCbNQs
http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/cetesb/documentos/Manual-DD-217-14.pdf.
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Referências
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Licenciamento Ambiental. 
Disponível em: <http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/legislacao/estadual/decretos/2009_Dec_
Est_55149.pdf>. São Paulo. Acesso em: out. 2014.
FERREIRA, P. O Sistema do Licenciamento Ambiental e o Desafio Econômico – 
Proposta para o Estado de São Paulo. São Paulo, 2010.
GOLDEMBERG, J.;t BARBOSA, L. M. A legislação ambiental no Brasil e em São Paulo. In: 
Revista Eco 21, Ano XIV, Edição 96, novembro 2004.
INEA – Instituto Estadual do Ambiente. Disponível em: <http://www.inea.rj.gov.br/Portal/
index.htm>. Rio de Janeiro. Acesso em: out. 2014
RIBEIRO, I. C. S. Licenciamento ambiental simplificado: uma análise crítica aplicada à 
realidade das micro e pequenas empresas da Bahia. Salvador: Universidade Federal da Bahia 
– UFBA, 2004.
SANTANA, A. D. F. Uma análise da evolução histórica do Direito Ambiental e o artigo 
225 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Âmbito Jurídico, Rio 
Grande, XIV, n. 89, jun 2011. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/>. Acesso 
em: set. 2014.
SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. 
Disponível em: <http://www.meioambiente.mg.gov.br/servicos-semad Acessado em out/2014>. 
Minas Gerais. Acesso em: out. 2014
SOUSA, A. C. A. A evolução da política ambiental no Brasil do sec. XX. In: Revista de 
Ciências Políticas. nº 26, nov. – dez. 2005. Rio de Janeiro. 2005.
http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/legislacao/estadual/decretos/2009_Dec_
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http://www.ambito-juridico.com.br/
http://www.meioambiente.mg.gov.br/servicos-semad
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Unidade: Conceito do Licenciamento Ambiental
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