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Qual é a justiça competente para julgar as ações decorrentes do exercício do direito de greve de servidores públicos?

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UNIFESO
ATIVIDADE AULA 24/03/2020
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
CHRISTIE WINGLER
Qual é a justiça competente para julgar as ações decorrentes do exercício do direito de greve de servidores públicos?
	Por uma interpretação literal e sistemática do inciso I do art. 114 da CF, parece que as demandas que envolvam greves oriundas da relação de trabalho entre os servidores estatutários (ou temporários) e a Administração Pública tratam da competência da Justiça do Trabalho. Porém não é este o entendimento do STF, que na ADI n. 3.395, proposta pela AJUFE – Associação dos Juízes Federais do Brasil, suspendeu toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF. 
	Nesse sentido decidiu o Pleno do STF no MI 708/DF, no qual ressaltou, inclusive, a competência (material e funcional) da Justiça comum para julgar, até a edição da lei específica (CF, art. 37, VII), as ações que envolvam o direito de greve dos servidores públicos civis, autorizando a aplicação analógica das Leis ns. 7.701/88 e 7.783/89:
	Art. 37, VII, da CF/88:
				Art. 37. A administração pública direta e indireta de 				qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 				Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 				legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 				eficiência e, também, ao seguinte:
				VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos 				limites definidos em lei específica;
	Esta limitação se dá pelo fato de que a paralisação dos serviços públicos, quaisquer que sejam, pode ser apenas parcial, atendendo os requisitos de tentativa de negociação prévia, direta e pacífica; deflagração após decisão assemblear; comunicação ao ente da Administração Pública a que a categoria se encontre vinculada e à população, com antecedência mínima de 72 horas (uma vez que todo serviço público é atividade essencial);adesão ao movimento por meios pacíficos; e a garantia de que continuarão sendo prestados os serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades dos administrados (usuários ou destinatários dos serviços) e à sociedade.
	Ocorre, contudo, que serviços públicos desenvolvidos por grupos armados: as atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para esse efeito, às dos militares, em relação aos quais a Constituição expressamente proíbe a greve [art. 142, § 3º, IV CRFB].
	Aduz Bezerra ainda sobre a repercussão geral no RE 846.854 que o STF fixou tese de no sentido de que matéria sobre abusividade de greve de servidores públicos celetistas compete à Justiça comum, federal e estadual. Vale dizer, dissídio coletivo envolvendo servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, ainda que regidos pela CLT, compete à Justiça comum federal ou estadual.
	Ou seja, no que tange a competência, se os servidores públicos que estiverem realizando a greve forem municipais ou estaduais, a competência será da Justiça Estadual, mas se os servidores públicos grevistas forem da União, suas autarquias ou fundações, a competência será da Justiça Federal.
FONTES DE PESQUISA:
Livro - Curso de direito processual do trabalho / Carlos Henrique Bezerra Leite. 16. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018.
Artigo - https://www.dizerodireito.com.br/2017/09/compete-justica-comum-e-nao-justica-do.html

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