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Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 1 Mírian Santos – 7° semestre Problema 03 – “Confusão mental aguda” Objetivos: 1. Compreender o nível de consciência; Conceito; Classificação; Principais causas que alteram o nível de consciencia; Avaliação (exames neurológicos). 2. Discorrer sobre sinais e sintomas de Hipertensão Intraniana; 3. Elucidar quadro clínico da redução dos níveis de consciencia e evolução para morte encefálica; Fases; 4. Entender morte encefálica; Conceito; Causas; Protocolo diagnóstico; Critérios para doação de órgãos. Nível de consciência Conceito; Consciência é o estado de reconhecimento de si proprio e do ambiente. Estados alterados de consciência são comuns na prática clínica e têm diversas etiologias, sendo, um diagnóstico sindrômico e não etiológico. No entanto, independentemente da etiologia, a presença de alteração de consciência é sempre indicativa de gravidade, pois traduz uma falência dos mecanismos de manutenção da consciência. Além disso, temos o conceito de nivel de consciencia que indica o quao acordado ou alerta o paciente que nesse caso depende da integridade da substancia reticular ativadora ascendente e pode variar conforme vigilancia, sonolencia, torpor e coma. Para que lesoes afetem o nivel de consciencia, é necessario que afetem o tronco encefalico, o diencefalo ou os hemisferios cerebrais bilaterais. E importante lembrar que as lesoes restritas aos hemisferios cerebrais precisam ser extensas para causarem coma, ao contrario daquelas restritas a formacao reticular, que podem ser pequenas. Deve-se lembrar de que o metabolismo cerebral é elevado, com necessidade alta de glicose e oxigenio. As alteracoes do estado de consciencia podem ser uma manifestacao secundaria a patologias neurologicas (encefalites, hemorragias intracranianas) ou sistemicas Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 2 Mírian Santos – 7° semestre (delirium, sepse grave) e podem ser classificadas conforme as alteracoes do nivel e do conteudo de consciencia. Conteúdo de consciência – É a soma de todas as funções nervosas do individuo como atenção, memoria, linguagem e também a soma das emoções, tendo como substrato anatomico o cortex cerebral. E importante ressaltar que a avaliacao do conteudo da consciencia é melhor avaliada quando o nivel de consciencia se apresenta preservado. As alterações do nível de consciência podem variar entre dois extremos, desde uma desorientação têmporo-espacial até um estado de coma profundo; Classificação; Vigil Paciente está acordado, porém não necessariamente esta consciente; Pode por exemplo, estar em coma vígil, o que significa que ele tem ciclo sono- vigília, isto é, o paciente acorda e dorme em períodos alterados, mas não pode responder a solicitações ao interagir adequadamente com o meio; Sonolento Indivíduo que passa a dormir um número maior de horas, mas quando solicitado verbalmente responde aos chamados e está orientado temporoespacialmente, bem como responde a questões relativamente complexas; Confuso Apesar de vígil e alerta está desorientado, por vezes agitado, agressivo e com alucinações, mas em outro momento se apresenta embotado, quieto e sem iniciativa; Torpor Apresenta-se com comportamento de quem está dormindo, dificilmente acorda espontaneamente e só o faz após estímulo mecânico; Algumas vezes é necessário estímulo doloroso para acordá-lo e quando desperto responde a solicitações simples e está orientado autopsiquicamente, isto é, sabe quem é mas em geral está desorientado alopsiquicamente (no tempo e espaço); Estupor É um quadro mais profundo de alteração da consciência, em que o paciente só acorda ao estímulo doloroso e, uma vez cessado o estímulo, volta ao estado anterior; As respostas não são obtidas ou são com muita dificuldade; Delirium Refere-se aos pacientes que apresentam com distúrbio da consciência, com habilidade reduzida de focar, sustentar Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 3 Mírian Santos – 7° semestre ou mudar o foco de atenção, alteração e cognição e na percepção, desde que tais alterações não possam ser atribuídas a demência preexistente, estabelecida ou em evolução; O distúrbio desenvolve-se em um curto período de tempo e tende a flutuar durante o curso do dia; Estado minimamente consciente Refere-se ao nível de consciência em que o paciente demonstra, de maneira inequívoca, relacionar-se com o meio, isto é, demostrar por expressão facial reconhecer familiar ou acompanhar o estado de espíritos das pessoas a sua volta; Também apresentam outras manifestações palpáveis, como pode expressar de alguma maneira sim ou não ou alguma verbalização inteligível. Locked-in O paciente parece estar em coma, mas de fato está consciente; A aparência de coma é devido a falta de movimento dos membros, do rosto e a impossibilidade de emitir som; Em geral é decorrente de uma lesão na base da ponte, o que preserva o SARA (sistema ativador reticular ascendente) e, obviamente, o córtex cerebral também está preservado, mas a lesão das fibras descendentes responsáveis pela motricidade, principalmente do trato piramidal, impede o contato com o meio externo. Coma O grau mais profundo da alteração na consciência, em que o paciente não acorda mesmo com estímulos dolorosos; A maioria dos pacientes não estão em coma quando são avaliados; Estado vegetativo persistente Paciente está alheio e não interage com o meio externo, mas possui o ciclo- vigília preservado; O estado vegetativo persistente ocorre por lesão cortical difusa e preservação das estruturas subcorticais responsáveis pelo sono e vigília; Nessas circunstâncias, o paciente inicia o quadro pelo coma, em virtude da lesão difusa e, evolui progressivamente para esse estado. A avaliacao do nivel de consciencia deve ser realizada por meio de estimulos, que podem variar desde conversa ate estimulo doloroso. Fisiologia nível de consciencia Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 4 Mírian Santos – 7° semestre Para manter a consciência normal, o cérebro requer um fluxo constante de informações sensoriais e a capacidade de processar essas informações. Dados visuais, auditivos, olfativos, gustativos, viscerais e somatossensoriais são sintetizados e interpretados pelo cérebro simultaneamente. A interrupção desse fluxo de informações ou a incapacidade de processá-lo pode levar ao rebaixamento do nível de consciência. Isso pode ocorrer no nível cortical ou subcortical, e a apresentação clínica varia dependendo da localização do insulto. A consciência depende da função cortical intacta. O córtex é responsável pelo conteúdo da consciência ou percepção. Enquanto isso, o alerta é iniciado pelas estruturas subcorticais, incluindo os núcleos do tronco encefálico, tálamo, prosencéfalo basal, hipotálamo e, mais notavelmente, o sistema reticular ativador ascendente (SRAA). O sistema de ativação reticular ascendente (SARA) é uma rede de neurônios originários do tegmento da ponte superior e do mesencéfalo, que acredita-se ser parte integrante da indução e manutenção do estado de alerta. Esses neurônios se projetam para estruturas no diencéfalo, incluindo o tálamo e o hipotálamo, e daí para o córtex cerebral. Alterações no estado de alerta podem ser produzidas por lesões focais no tronco cerebral superior, danificandodiretamente o SARA. Principais causas que alteram o nível de consciencia; As situações neurológicas em que são observadas alterações dos estados de consciência são: Alterações de nível de consciência: – Coma. – Estado vegetativo persistente. – Estado mínimo de consciência. – Estados confusionais agudos. – Morte encefálica. Falsas alterações de nível de consciência: – Retirada psíquica. – Estado deseferentado ou locked-in syndrome. – Catatonia. Coma: O coma é um estado semelhante ao sono, durante o qual os pacientes não respondem adequadamente ao meio ambiente e do qual não conseguem despertar. Os olhos estão fechados e não abrem espontaneamente. Os pacientes não falam. Não existe propósito nos movimentos da face ou dos membros. A estimulação verbal não produz resposta. A estimulação dolorosa pode não produzir resposta ou pode gerar movimentos reflexos sem propósito, mediados por vias medulares ou do tronco cerebral. O coma resulta de um distúrbio da função do sistema reticular ativador do tronco cerebral Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 5 Mírian Santos – 7° semestre acima da metade da ponte ou de ambos os hemisférios cerebrais, uma vez que são estas regiões cerebrais que mantêm a consciência. LESÕES ESTRUTURAIS SUPRATENTORIAIS Hematoma Subdural ➢ É uma coleção de sangue no espaço situado entre a dura-máter e a aracnoide. ➢ Como o hematoma subdural pode ser ressecado, ele sempre deve ser considerado precocemente em qualquer paciente comatoso com suspeita de uma lesão de massa supratentorial. ➢ É mais comum em pacientes idosos, pois a atrofia cerebral distende veias corticais de ligação, tornando-as mais suscetíveis à laceração decorrente de lesão de cisalhamento ou, aparentemente, ruptura espontânea. ➢ Traumatismo é a causa mais comum e, no estágio agudo logo após o traumatismo craniano, os déficits neurológicos focais costumam ser bem evidentes. ➢ Os achados clínicos mais comuns são cefaleia e alteração da consciência, mas os sinais e sintomas podem estar ausentes, ser inespecíficos ou não ser localizadores, em especial com hematomas subdurais crônicos, que podem aparecer meses ou anos após o traumatismo. ➢ A hemiparesia, quando presente, é contralateral à lesão em cerca de 70% dos casos. ➢ A dilatação pupilar, quando presente, é ipsilateral em aproximadamente 90% dos casos. ➢ A frequência de hematomas bilaterais pode tornar a localização difícil, assim como uma contusão cerebral coexistente. ➢ O diagnóstico é feito por meio de TC ou por RM ➢ O tratamento do hematoma subdural causando coma é feito por evacuação cirúrgica. Hematoma Epidural ➢ Resulta em geral de um traumatismo craniano associado a uma fratura lateral do crânio e ruptura da artéria e da veia meníngea média. ➢ Os pacientes podem ou não perder a consciência inicialmente. ➢ Com frequência, existe um intervalo lúcido de várias horas antes do início do coma, durante o qual podem ocorrer cefaleia, vômitos, embotamento, convulsões e sinais neurológicos focais. ➢ O diagnóstico pode ser feito por meio de TC ou RM, que classicamente mostram uma massa biconvexa em forma de lente e radiodensa comprimindo o hemisfério cerebral. ➢ A pronta evacuação cirúrgica do hematoma é essencial para evitar um resultado fatal. Contusão cerebral ➢ É uma lesão do cérebro por pancada, ocasionada por um traumatismo craniano. Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 6 Mírian Santos – 7° semestre ➢ Ela está associada com inconsciência inicial (concussão) da qual o paciente se recupera. ➢ O edema que circunda a contusão pode levar a flutuações do nível de consciência; convulsões e sinais neurológicos focais podem se desenvolver. ➢ Uma punção lombar é desnecessária e potencialmente perigosa. ➢ TC e RM são os procedimentos diagnósticos de escolha. ➢ Diferente dos hematomas subdurais e epidurais, as contusões cerebrais raramente são operadas Hemorragia Intracerebral ➢ A causa mais comum de hemorragia intracerebral não traumática é a hipertensão crônica. ➢ Costuma ocorrer enquanto o paciente está acordado. ➢ Não é precedida de sintomas prodrômicos transitórios, como os ataques isquêmicos transitórios (AITs), frequentemente associados com infarto cerebral ➢ A cefaleia ocorre em muitos casos e pode ser moderada a grave. Quando presente, pode estar localizada ao lado da hemorragia ou ser generalizada. ➢ Náusea e vômito são comuns. ➢ A alteração da consciência pode progredir continuamente para estupor ou coma, em minutos ou horas. ➢ Ao exame, os pacientes quase sempre são hipertensos (PA 170/90 mmHg ou mais), mesmo nos estágios finais da herniação transtentorial. ➢ O exame fundoscópico em geral mostra alterações vasculares associadas com hipertensão crônica. ➢ A rigidez de nuca é comum. ➢ Pode ocorrer um desvio do olhar – em direção ao lado de uma hemorragia no putame ou hemorragia lobar, ou para baixo e medialmente na hemorragia talâmica. ➢ Hemiparesia é frequente em decorrência da proximidade dos locais comuns de hemorragia, como os núcleos da base e o tálamo, com a cápsula interna, que transporta fibras motoras descendentes do córtex. ➢ Crises convulsivas ocorrem em cerca de 10% dos casos e com frequência são focais. ➢ A TC cerebral sem contraste ou a RM mostra sangue intraparenquimatoso e confirma o diagnóstico. Acidente Vascular Cerebral (AVC) ➢ A oclusão embólica ou trombótica de uma artéria carótida não causa coma diretamente, pois são necessárias lesões hemisféricas bilaterais para que ocorra perda da consciência. ➢ No entanto, o edema cerebral após infarto hemisférico pode comprimir o hemisfério contralateral ou causar herniação transtentorial, e ambas as condições podem produzir o coma. ➢ O edema torna-se máximo dentro de 48 a 72 horas após o infarto, podendo causar Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 7 Mírian Santos – 7° semestre progressão do déficit neurológico original e, por fim, levar a estupor e coma. ➢ A hemorragia cerebral é excluída por meio de TC ou RM. ➢ O uso de corticosteroides e agentes desidratantes para o tratamento de edema cerebral associado com AVC não produziu benefícios claros. LESÕES ESTRUTURAIS INFRATENTORIAIS Trombose de Artéria Basilar ou Oclusão Trombótica ➢ Produzem coma pelo distúrbio de fluxo sanguíneo para o sistema reticular ativador do tronco cerebral. ➢ Os pacientes costumam ser indivíduos de meia-idade ou mais velhos e, frequentemente, têm uma história de HAS, doença vascular aterosclerótica ou AITs. ➢ A trombose, geralmente, afeta a porção media, e a oclusão embólica afeta o topo da artéria basilar. ➢ Quase todos os pacientes se apresentam com alguma alteração da consciência, e 50% dos pacientes estão comatosos no momento da apresentação. ➢ Sinais neurológicos focais estão presentes desde o início. ➢ As anormalidades pupilares variam com o local da lesão e incluem pupilas fixas de tamanho médio no envolvimento mesencefálico e pupilas puntiformes nas lesões pontinas. ➢ Desvios verticais oblíquos dos olhos são comuns, e os movimentos oculares podem estar ausentes ou assimétricos durante a manobra dos olhos de boneca ou com teste calórico com água fria. ➢ O desvio do olhar conjugado, quando presente, está dirigido para longe do lado da lesão e em direção à hemiparesia ➢ Sinais simétricos ou assimétricos de tratos longos, como hemiparesia, hiper-reflexia e respostas tipo Babinski, podem estarpresentes. ➢ Não há sangue no LCS. ➢ O tratamento convencional envolve anticoagulação para a trombose subtotal progressiva da artéria basilar, a despeito da ausência de evidência clara sobre sua eficácia. ➢ A anticoagulação reduz a frequência de embolia cardíaca recorrente, caso seja um problema subjacente. ➢ A remoção intravascular do coágulo tem sido usada em centros especializados. ➢ O prognóstico depende diretamente do grau de lesão cerebral. Hemorragia ou Infarto Cerebelar ➢ A apresentação clínica varia desde um coma de início súbito, com rápida evolução para o óbito, até uma síndrome na qual cefaleia, tontura, vômito e incapacidade de permanecer em pé progridem para o coma em horas ou mesmo vários dias. ➢ Uma deterioração aguda pode ocorrer repentinamente; isso enfatiza a necessidade de observação cuidadosa e tratamento precoce de todos os pacientes. Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 8 Mírian Santos – 7° semestre ➢ Uma TC ou RM é útil para a confirmação do diagnóstico. ➢ A descompressão cirúrgica pode produzir uma redução dramática dos sintomas e, com tratamento cirúrgico apropriado, pacientes letárgicos ou mesmo em estado de estupor podem sobreviver com déficits residuais mínimos ou até sem déficits e com intelecto intacto. ➢ No entanto, se o paciente se encontra profundamente comatoso, a probabilidade de sobrevivência é pequena ENCEFALOPATIAS DIFUSAS Meningite e Encefalite ➢ A meningite e a encefalite podem se manifestar por meio de um estado confusional agudo ou coma e estão, caracteristicamente, associadas com febre e cefaleia. ➢ Na meningite, os sinais de irritação meníngea, em geral, também estão presentes. ➢ Esses sinais incluem resistência do pescoço à flexão completa para a frente, flexão do joelho durante a flexão passiva do pescoço, e flexão do pescoço ou do joelho contralateral durante a elevação passiva da perna estendida . ➢ Sinais meníngeos podem estar ausentes na encefalite sem envolvimento meníngeo e na meningite que ocorre em extremos de idade, ou em pacientes profundamente comatosos ou imunossuprimidos. ➢ Os achados do exame neurológico geralmente são simétricos, mas características focais podem ser observadas em certas infecções, como encefalite por herpes simples ou meningite bacteriana complicada por vasculite. ➢ Na presença de sinais de irritação meníngea, o exame do LCS não deve ser retardado para a obtenção de uma TC. Hemorragia Subaracnóidea ➢ Na hemorragia subaracnóidea, os sintomas começam subitamente e quase sempre incluem cefaleia, que é típica, mas não invariavelmente grave. ➢ No início, existe perda da consciência, seja transitória ou permanente. ➢ Postura de descerebração ou, raramente, convulsões podem ocorrer nesse momento. ➢ Sangue subaracnoide causa irritação meníngea e sinais meníngeos. ➢ O exame de fundo de olho pode mostrar hemorragias agudas, decorrentes de aumento súbito da pressão intracraniana, ou hemorragias sub-hialoides superficiais mais clássicas ➢ O LCS é sanguinolento, e a TC mostra sangue no espaço subaracnoide. Avaliação (exames neurológicos). Resumo: A avaliacao mais objetiva da consciencia e feita por meio da aplicacao da escala de coma de Glasgow, que avalia 3 parametros de resposta: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora. Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 9 Mírian Santos – 7° semestre Com relacao a alteracoes da atencao, o deficit global da atencao denomina-se delirium (estado confusional agudo). Nesse caso, normalmente, nao há sinais neurologicos focais, com a possivel presenca de movimentos involuntarios, como tremores, mioclonias ou asterix (flapping). Entre pacientes conscientes, a avaliacao da resposta motora pode ser realizada com a solicitacao de comandos; entre inconscientes, ela deve ser realizada por meio das respostas motoras reflexas, avaliadas por meio de estimulos dolorosos aplicados na face, no tronco e nos membros. Respostas importantes possiveis sao decorticacao (aducao e flexao dos bracos), descerebracao (extensao e pronacao dos bracos) ou a ausencia de estimulos. Padrao respiratorio e outro ponto a ser avaliado, podendo haver padroes como de Cheyne-Stokes, hiperventilacao neurogenica central, respiracao apneustica, respiracao ataxica etc. As anormalidades dos movimentos oculares entre individuos comatosos podem indicar lesao estrutural. Os centros do desvio conjugado horizontal dos olhos esta o localizados no lobo frontal (a rea 8 de Brodmann – sindrome de Foville superior) e na ponte (formaca o reticular paramediana pontina – sindrome de Foville inferior). Pupilas e reflexo fotomotor direto e consensual tambem fazem parte da avaliacao. A evolucao de pacientes com alteracao do nivel de consciencia pode deteriorar-se para uma situacao de irreversibilidade e ausencia de funcoes encefalicas, o que caracteriza a morte encefalica, cujo diagnostico deve preencher criterios como diagnostico da doenca ou situacao que precipitou a condicao clinica, afastamento de situacoes que simulem morte encefalica, ao exame neurologico Glasgow 3, pupilas medias ou midriaticas, motricidade ocular negativa, resposta motora inexistente, apneia oxigenada ate paCO2 entre 55 e 60 e observacao clinica minima de 6 horas. Exames confirmatorios da ausencia de atividade cerebral e do fluxo cerebral sao obrigatorios. Coma: O aspecto crucial da historia e o tempo durante o qual o coma se desenvolve.. 1. Um início súbito do coma sugere uma origem vascular, especialmente acidente vascular de tronco cerebral ou hemorragia subaracnoidea. 2. A rápida progressão de sinais hemisfericos, como hemiparesia, deficit hemissensorial ou afasia, chegando ao coma em questao de minutos a horas, e caracteristica de hemorragia intracerebral. 3. Uma evolução mais subaguda levando ao coma (alguns dias a uma semana ou mais), é observada em tumores, abscessos ou hematoma subdural cronico. 4. Um coma precedido por estado confusional ou agitação e delirium, sem sinais ou sintomas de lateralizacao, provavelmente e decorrente de disturbio Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 10 Mírian Santos – 7° semestre metabolico ou infeccao (meningite ou encefalite). Exame físico geral Sinais de traumatismo 1. A inspecao da cabeca pode revelar sinais de fraturavbasilar de crânio, incluindo o que segue: A. Olhos de guaxinim – equimoses periorbitais. B. Sinal de Battle – edema e descoloracao sobre o osso mastoide, atras da orelha. C. Hemotímpano – sangue atras da membrana timpanica. D. Rinorreia ou otorreia de líquido cerebrospinal – (LCS) – vazamento de LCS pelo nariz ou orelha. – A rinorreia de LCS deve ser distinguida de outras causas de rinorreia, como a rinite alergica. – A concentracao de glicose nao diferencia de modo confiavel LCS de muco nasal, mas a beta-2 transferrina e exclusiva do LCS, e sua presenca documenta a fonte de liquido cerebrospinal de rinorreia. 2. A palpacao da cabeca pode demonstrar uma fratura de cranio com depressao ou edema de tecidos moles no local do traumatismo. Pressão arterial Uma pressao arterial elevada em um paciente comatoso pode refletir hipertensao de longa data, que predispoe a hemorragia intracerebral ou ao acidente vascular. Pressao arterial elevada tambem pode ser uma consequencia do processo que causa o coma, como na hemorragia intracerebral ou na hemorragia subaracnoidea ou, raramente, no acidente vascular de tronco cerebral. Temperatura A hipotermiaocorre no coma causado por intoxicacao por etanol ou sedativos, hipoglicemia, encefalopatia de Wernicke, encefalopatia hepatica e mixedema. Coma com hipertermia e observado em choque de calor, status epileptico, hipertermia maligna relacionada com anestesicos inalatorios, intoxicacao por drogas anticolinergicas, hemorragia pontina e certas lesoes hipotalamicas. Sinais de irritação meníngea Sinais de irritacao meningea (p. ex., rigidez de nuca ou sinal de Brudzinski) podem ser extremamente uteis para o pronto diagnostico de meningite ou hemorragia subaracnoidea, mas esses sinais sao perdidos no coma profundo, de modo que sua ausencia nao exclui essas condicoes. Fundo de olho O exame de fundo de olho pode revelar papiledema ou hemorragias retinianas, compativeis com hipertensao cronica ou aguda, ou uma elevacao na pressao intracraniana. EXAME NEUROLÓGICO O exame neurologico é essencial para o diagnostico etiologico no paciente comatoso. O TAMANHO E A REATIVIDADE PUPILAR, os MOVIMENTOS REFLEXOS DO OLHO (reflexo oculocefalico e oculovestibular) e a RESPOSTA MOTORA A DOR devem ser detalhadamente avaliados. Pupilas Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 11 Mírian Santos – 7° semestre 1. Pupilas normais – pupilas normais tem um diametro de 3 a 4 mm e apresentam tamanho iguais; elas se contraem rapida e simetricamente em resposta a luz. Pupilas normalmente reativas em um paciente comatoso sao caracteristicas de uma causa metabolica. 2. Pupilas talâmicas – pupilas levemente menores (,2 mm) e reativas estao presentes nos estagios iniciais de compressao talamica por lesoes de massa, talvez decorrentes da interrupcao das vias simpaticas descendentes. 3. Pupilas fixas, dilatadas – pupilas com mais de 7 mm de diametro e fixas (nao reativas a luz) geralmente resultam de compressao do nervo oculomotor (III). Mas tambem sao observadas na intoxicacao por farmacos anticolinergicos ou simpatomimeticos. 4. Pupilas fixas, de tamanho médio – pupilas fixas de aproximadamente 5 mm de diametro resultam de uma lesao do tronco cerebral no nivel mesencefalico. 5. Pupilas puntiformes – pupilas puntiformes (1 a 1,5 mm de diametro) em um paciente comatoso geralmente indicam overdose de opioides ou, menos comumente, uma lesao estrutural focal na ponte. 6. Pupilas assimétricas – assimetria do tamanho pupilar (anisocoria) com uma diferenca de 1 mm ou menos no diametro e um achado normal que ocorre em 20% da populacao. Nessa anisocoria fisiologica, as pupilas se contraem em uma extensao similar em resposta a luz, e os movimentos extraoculares nao estao prejudicados. Em contraste, uma pupila que se contrai menos rapidamente ou em menor extensao que sua equivalente contralateral indica uma lesao estrutural afetando o mesencefalo, o nervo oculomotor ou o olho. Motricidade ocular extrinseca As anormalidades dos movimentos oculares entre individuos comatosos podem indicar lesao estrutural. Os centros do desvio conjugado horizontal dos olhos estao localizados no lobo frontal (area 8 de Brodmann) e na ponte (formacao reticular paramediana pontina). Uma lesão da área 8 de Brodmann no lobo frontal (síndrome de Foville superior) causa desvio conjugado dos olhos para o lado da lesão e hemiparesia contralateral (pacientes olham para o lado oposto à hemiparesia). Em caso de crises convulsivas da mesma área, o desvio conjugado do olhar se dá para o lado oposto à lesão devido ao hiperfuncionamento desses neurônios. Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 12 Mírian Santos – 7° semestre As lesões da ponte na formação reticular paramediana pontina (síndrome de Foville inferior) causam desvio conjugado dos olhos para o lado contralateral à lesão e hemiparesia contralateral (pacientes olham para a hemiparesia). Movimentos horizontais rápidos e intermitentes dos olhos sugerem atividade ictal subjacente. Os movimentos oculares extrínsecos do paciente comatoso podem ser testados por meio do reflexo oculocefálico (manobra “dos olhos de boneca”) e do reflexo oculovestibular (infusão de água gelada nos condutos auditivos). Movimentos normais – Um paciente comatoso com funcao de tronco cerebral intacta apresenta movimentos oculares conjugados horizontais completos, que ocorrem espontaneamente ou durante a manobra dos olhos de boneca, assim como desvio tonico conjugado de ambos os olhos em direcao a irrigacao com agua gelada durante o teste calorico com agua fria. Movimentos oculares horizontais completos em um paciente comatoso excluem lesao estrutural no tronco cerebral como causa do coma, sugerindo uma causa nao estrutural (p. ex., metabolica) ou, menos comumente, lesoes hemisfericas bilaterais. Movimentos anormais A. Com lesoes afetando o nervo oculomotor (III) ou o nucleo oculomotor, como lesoes de massa hemisfericas, causando herniacao transtentorial para baixo (Figura 3-2), o teste calorico com agua fria nao produz aducao do olho ipsilateral, enquanto o olho contralateral abduz normalmente. B. Irresponsividade completa ao teste calorico com agua fria em um paciente comatoso indica lesao estrutural do tronco cerebral afetando a ponte ou disturbio metabolico afetando, preferencialmente, o tronco cerebral, como intoxicacao por sedativos. C. Desvio para baixo de um ou de ambos os olhos em resposta a um teste calorico unilateral com agua fria tambem sugere intoxicacao por sedativos. Resposta motora à dor A resposta motora a dor e avaliada aplicando-se uma pressao forte sobre a borda supraorbital, o esterno ou os leitos ungueais. A resposta a tais estimulos pode indicar se a condicao Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 13 Mírian Santos – 7° semestre causando o coma afeta o cerebro simetricamente (tipico de disturbios metabolicos e difusos) ou assimetricamente (como nas lesoes estruturais unilaterais). A resposta motora a dor tambem pode ajudar a localizar o nivel anatomico da disfuncao cerebral, ou fornece uma indicacao da profundidade do coma. 1. Com disfuncao cerebral de gravidade moderada, os pacientes podem localizar estimulos nocivos alcancando o local da estimulacao. Os movimentos de abducao do membro quase nunca representam reflexos. 2. Uma resposta decorticada a dor (flexao do braco junto ao cotovelo, aducao do ombro e extensao da perna e do tornozelo) esta classicamente associada com lesoes que envolvem o talamo diretamente ou grandes massas hemisfericas que comprimem o talamo a partir de cima. 3. Uma resposta descerebrada (extensao junto ao cotovelo, rotacao interna do ombro e do antebraco e extensao da perna) tende a ocorrer quando a disfuncao cerebral desce ate o nivel do mesencefalo. Assim, a postura descerebrada em geral indica disfuncao cerebral mais grave do que a postura de decorticacao, embora nenhuma resposta localize precisamente o local da disfuncao. 4. Uma postura simetrica bilateral pode ser observada em disturbios estruturais e metabolicos. 5. Uma postura unilateral ou assimetrica sugere doenca estrutural no hemisferico contralateral ou no tronco cerebral. 6. Em pacientes com lesoes pontinas e medulares, em geral nao ha resposta a dor, mas ocasionalmente nota-se algum grau de flexao no joelho (um reflexo espinal). Padrão respiratório De modo resumido, a respiracao de Cheyne- Stokes, a hiperventilacao e a apneia se alternam e estao presentes em lesoes cerebrais bilaterais, diencefalicas e do tronco cerebral superior ou em encefalopatia metabolica. A hiperventilacao neurogenicacentral prolongada se deve a acidose metabolica, encefalopatia hepatica, congestao pulmonar ou drogas analgesicas; raras vezes, e causada por lesao no tronco cerebral superior (mesencefalo inferior ou parte superior da ponte). Respiracao com pausas inspiratorias (apneustica) existe em lesoes pontinas, enquanto respiracao ataxica (Biot) indica lesao no bulbo e pode evoluir para apneia. Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 14 Mírian Santos – 7° semestre A perda da respiracao automatica e a preservacao da voluntaria ocorrem em lesoes do bulbo (“maldicao de Ondina”). Morte encefálica Para finalizar, independentemente da etiologia que esteja levando ao comprometimento da consciência, o estado neurológico pode deteriorar para uma situação de irreversibilidade e ausência de funções encefálicas, o que caracteriza a morte encefálica (ME). A perda completa e irreversível das funções encefálicas, definida pela cessação das atividades corticais e de tronco encefálico, caracteriza a morte encefálica e, portanto, a morte da pessoa. O diagnóstico de ME é obrigatório e a notificação compulsória para a Central de Notificação, Captação e distribuição de órgãos (CNCDO), independente da possibilidade de doação ou não de órgãos e/ou tecidos. (Lei 9434/1997). O conceito de ME deve se basear em quatro princípios fundamentais: Reconhecimento de uma causa conhecida e irreversível do coma. Demonstração de um coma aperceptivo com ausência de reflexos do tronco encefálico. Evidência de falência do centro respiratório a ser constatada por meio do teste da apneia. Ausência de perfusão sanguínea e de atividade elétrica ou metabólica encefálica a serem constatadas por meio de exames complementares. Diante de tal situação, é importante compreender que não está em pauta a discussão do prognóstico do paciente, mas sim os aspectos éticos, morais e legais decorrentes da constatação da morte encefálica naquele momento. Vale salientar que, na determinação de ME, os seguintes pontos devem ser observados: O diagnóstico de ME é independente da condição de o paciente ser doador ou não de órgãos, sendo necessária apenas a suspeita clínica para se iniciar o protocolo. A resolução do CFM exige um tempo mínimo de observação hospitalar de seis horas, exceto nos comas por encefalopatia anóxico-isquêmica, onde esse tempo de observação deve ser de pelo menos 24 horas. Situações que podem simular uma ME devem ser excluídas e, se presentes, revertidas: Distúrbio hidroeletrolítico, acidobásico/endócrino e intoxicação Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 15 Mírian Santos – 7° semestre exógena grave. A hipernatremia grave refratária ao tratamento não contraindica a prova de ME, exceto se for a única etiologia possível do coma. Hipotermia (temperatura retal, vesical ou esofagiana < 35°C) deve ser corrigida antes de se iniciar a prova de ME. Fármacos sedativos do SNC e bloqueadores neuromusculares, se administrados em infusão contínua em pacientes com função renal e hepática normais, fazem com que seja necessário aguardar um intervalo mínimo de quatro a cinco meias-vidas após sua suspensão. Se insuficiência hepática ou renal, hipotermia terapêutica ou suspeita de intoxicação por uso em doses maiores que as usuais, deve-se aguardar tempo maior que cinco meias-vidas do fármaco. O teste clínico deve ser executado por dois médicos em um intervalo, de acordo com a faixa etária do paciente. No caso de indivíduos acima de dois anos de idade, esse intervalo é de uma hora. A atual resolução determina alguns critérios para o estabelecimento dos examinadores: ter capacitação e experiência (acompanhamento ou realização de pelo menos dez provas), um deles deve ser especialista em neurologia, neurocirurgia, neurologia infantil, medicina intensiva ou medicina de emergência e nenhum deles pode fazer parte da equipe de transplante. Quando há a presença de alterações anatômicas que impossibilitam a avaliação bilateral dos reflexos, sendo possível exame em apenas um dos lados, se constatada ausência de reflexos do lado sem alterações, será dado prosseguimento às demais etapas para determinação de ME. A causa dessa impossibilidade deverá ser registrada em prontuário. Os exames complementares confirmatórios (eletroencefalograma [EEG], Doppler transcraniano, angiografia cerebral ou cintilografia cerebral) poderão ser feitos mesmo antes do exame clínico. A abertura do protocolo (ou seja, a suspeita de ME) deve ser prontamente comunicada aos familiares (ou responsáveis legais). A suspeita e o diagnóstico de ME devem ser notificados obrigatoriamente às centrais de captação e distribuição de órgãos dos estados. Cabe a essas centrais a abordagem aos responsáveis sobre a autorização da doação. No caso de negativa ou de contraindicação à doação de órgãos, é autorizada a suspensão das medidas de suporte avançado de vida, desde que a família já esteja esclarecida quanto ao diagnóstico de ME. PERSISTÊNCIA DA DISFUNÇÃO CEREBRAL Os critérios de morte cerebral descritos na seção anterior devem persistir por um período adequado, como a seguir: Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 16 Mírian Santos – 7° semestre 6 horas com um EEG isoelétrico (plano) confirmatório, realizado de acordo com as técnica -padrão da American Electroencephalographic Society. 12 horas sem um EEG isoelétrico confirmatório. 24 horas para lesão cerebral anóxica, sem um EEG isoelétrico confirmatório. Protocolo para doação de orgãos Exames para validação do potencial doador: História clínica detalhada Avaliação de antecedentes mórbidos e revisão do prontuário Exame físico minucioso Exames complementares Inventário cirúrgico durante a remoção de órgãos. Exames complementares: Exames e sorologias devem ser atuais (não mais que 24 horas antes da doação). Avaliar hemodiluição. Declaração de óbito: Conforme a lei 9434 de 1997, a partir do diagnóstico de ME é declarada morte, e para tal deve ser emitida declaração de óbito pelo médico responsável, ou seu substituto, ou médico que tenha concluído diagnóstico de ME. Em caso de morte de causa violenta, deve ser emitida por médico perito do IML. A hora do óbito é determinada pelo horário do último exame conclusivo de ME. Contraindicações a doação: 1. Infecciosas: a. HIV b. HTLV I e II c. hepatite aguda d. tuberculose em atividade e. malária f. infecções virais agudas graves g. sepse não controlada Obs: Sepse não controlada: Não se considera como contraindicação o potencial doador que se apresentar séptico, mas com estabilidade hemodinâmica e/ou redução progressiva de vasopressores. Todos resultados de culturais devem ser revisados e informados a CNCDO. 2. Neoplásicas Neoplasias malignas em atividade, exceto: 1. carcinoma in situ de pele 2. carcinoma in situ de colo uterino 3. alguns tumores primários do SNC Manutenção do potencial doador: A morte encefálica traz consigo respostas fisiopatológicas potencialmente danosas aos órgão que poderão ser doados. Requer esforços Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 17 Mírian Santos – 7° semestre com a finalidade de obter estabilidade hemodinâmica e função orgânica otimizada. 1. temperatura corporal – entre 36 e 37°C 2. hemodinâmica – PAS>90 ou PAM>65; 3. ventilação 4. endócrino/metabólico 5. hemocomponentes 6. infecções Identificação do potencial doador; Potencialdoador maior de idade; Potencial doador menor de idade; Potencial doador sem documento de identificação; União estavel; Referências Medicina de Emergência da USP; Tratado de Neurologia de Greenberg; Neurologia Clínica de Harisson; Neurologia – Medcel; Neurologia – Medcurso; Protocolo sobre morte encefálica – 2017; Diretrizes para avaliação e validação do potencial doador de órgãos em morte encefálica.Rev Bras Ter Intensiva, 2016;28(3):220-255; Brasil.Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº 2173, de 23 de novembro de 2017. Brasília: CFM; 2017. Disponível em https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/res olucoes/BR/2017/2173. Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 18 Mírian Santos – 7° semestre Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 19 Mírian Santos – 7° semestre Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 20 Mírian Santos – 7° semestre Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 21 Mírian Santos – 7° semestre Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 22 Mírian Santos – 7° semestre Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 23 Mírian Santos – 7° semestre Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 24 Mírian Santos – 7° semestre Distúrbios Sensoriais, Motores e da Consciência 25 Mírian Santos – 7° semestre
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