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Integrações metabólicas Introdução → Para que o metabolismo celular funcione corretamente existe a participação de diversos órgãos, contribuindo com a produção de diversos compostos. Estes por sua auxiliarão no funcionamento de vários sistemas. Tecido adiposo: sintetiza e mobiliza ácidos graxos e triglicerídeos para fornecer energia quando a glicemia estiver baixa. Tecido muscular: utiliza esses ácidos graxos (vindos do metabolismo dos lipócitos e também os corpos cetônicos produzidos pelo fígado). Fígado: mantém reservas de glicogênio e mantém a glicemia através da quebra do glicogênio. Também produz glicose a partir de compostos não glicídicos. Pâncreas: produz hormônios de extrema importância para a regulação do anabolismo e catabolismo (insulina e glucagon. Integração do metabolismo A integração entre os metabolismos é rigidamente controlada pelas enzimas, que possuem sítios alostéricos e funcionam mediante o excesso de substrato ou excesso de produto, fazendo que a enzima trabalhe mais ou menos ativamente Anabolismo → Principal hormônio anabólico: insulina → Quando a insulina está alta os hormônios adrenalina, glucagon, GH e cortisol terão sua produção diminuída → Com a insulina alta haverá a formação de proteínas, glicogênio e triglicerídeos a partir da síntese de ácidos graxos e esteróis. Catabolismo → Insulina em baixa, com aumento da produção de adrenalina, glucagon, GH e cortisol (hormônios catabólicos) → Mobilização e degradação dos aminoácidos, ácidos graxos e glicose. Perfil metabólico do cérebro → Cérebro é um dos tecidos que mais utiliza glicose como energia → 120g de glicose são utilizadas pelos neurônios por dia (60/70% da glicose utilizada no jejum) → Quando o nível de glicose está baixo os neurônios podem utilizar os corpos cetônicos → Há a grande necessidade de energia por parte dos neurônios para manter seu potencial eletrogênico de membrana, através da quebra do ATP → Em uma dieta normal o neurônio utiliza a glicose como fonte de energia. Esta será totalmente oxidada e liberada na forma de CO2 → Os corpos cetônicos, quando utilizados como fonte de energia também são metabolizados até CO2 Perfil metabólico do músculo → É necessária uma grande quantidade de energia nos músculos, para promover a contração das fibras (actina e miosina) → Músculos utilizam preferencialmente a glicose → Em baixos níveis de atividade muscular, os músculos utilizam os corpos cetônicos e ácidos graxos além da glicose. → Outra fonte de energia do músculo é a fosfocreatina. Ela cede o grupamento fosfato para o ATP formando o ATP. → Nos primeiros instantes de uma forte contração muscular o ATP usado é proveniente da fosfocreatina. → O tecido muscular possui uma elevada reserva de glicogênio (3/4 de toda a reserva) → quando houver uma maior necessidade esse glicogênio pode ser quebrado até glicose e essa glicose degradada até lactato → Em momentos de contração leve a glicose (vinda do sangue ou do glicogênio) é degradada até CO2, já em contração elevada a glicose é degradada até lactato. → Isso ocorre porque, a degradação da glicose até lactato ocorre de forma mais rápida, mesmo que forneça menos energia Ciclo de cori: → o glicogênio dos músculos é degradado em glicose → a glicose é oxidada até piruvato, formando ATP → O piruvato é oxidado até lactato → O lactato vai para a corrente sanguínea, indo para no fígado, visando a produção de mais glicose → No fígado o lactato é convertido em glicose, podendo ser armazenado como glicogênio (menor demanda energética), ou cair na corrente sanguínea, indo para o músculo e recomeçando o ciclo. Obs.: o lactato é o responsável pelas cãibras e precisa ser rapidamente eliminado Perfil metabólico do adipócito → Adipócito = células do tecido adiposo que armazenam energia → Principal função: armazenamento de triglicerídeos → A glicose e os ácidos graxos na forma de VLDL podem vir do fígado ou da alimentação → A glicose é oxidada no adipócito formando glicerol-3-fosfarto → Os ácidos graxos são unidos ao glicerol-3-fosfato, formando os triglicerídeos → Os triglicerídeos são armazenados até que haja necessidade de quebra → Com a baixa de glicose no sangue as células alfa do pâncreas liberam o glucagon → O glucagon age no adipócito promovendo a quebra destes triglicerídeos e liberação do glicerol (vai para o fígado fazer gliconeogênese) e dos ácidos graxos (podem ir pro fígado ou tecido muscular esquelético/cardíaco para ser utilizado na beta-oxidação) Perfil metabólico do fígado Hepatócito: células do fígado Perfil metabólico fígado - Glicose: → A glicose entra no fígado através de transportadores por ser hidrofílica e não conseguir passar a membrana → Quando a glicose entra no hepatócito a primeira reação é a fosforilação desta, produzindo glicose-6-fosfato, com intuito de aprisionar a glicose na célula, pois gera nesta uma carga negativa impedindo a ação do transportador → Se os níveis glicêmicos estiverem baixos o fosfato será retirado da glicose através de uma enzima fosfataze e cai na corrente sanguínea → A glicose poderá também ir para a síntese de glicogênio (glicogênese) → A glicose também pode sofrer desvio das pentoses para formar ribose-5-fosfato que pode ser utilizada na síntese de nucleotídeos ou síntese de NADPH → A glicose pode ser utilizada também para produção de energia, sendo degradada até piruvato e depois acetil-CoA Acetil-CoA: → O acetil-CoA nos hepatócitos pode seguir para o ciclo de Krebs, porem essa não é a forma mais comum de utilização deste. → O acetil-CoA será utilizado para a síntese de colesterol ou ácidos graxos Perfil metabólico fígado - Aminoácidos: → As proteínas provenientes da alimentação são digeridas → Os aminoácidos caem na corrente sanguínea, principalmente na veia porta e são transportados até o fígado → No fígado os hepatócitos utilizam esses aminoácidos para a síntese de proteínas hepáticas, principalmente as proteínas plasmáticas. → Essas proteínas plasmáticas são liberadas no plasma (albumina é a principal delas) → O fígado fornece os aminoácidos para a síntese proteica nos mais diversos tecidos → Os aminoácidos também podem ser utilizados para a síntese de nucleotídeos, hormônios ou de porfirinas → Porfirinas são compostos nitrogenados → A fonte de nitrogênio que entra no organismo vem dos aminoácidos → Os aminoácidos podem ser utilizados como fonte de energia em casos de energia, ou quando há um excesso de aminoácidos que supera as demandas → Nesse caso eles não podem ser armazenados e são degradados → Na degradação será liberado o grupo amina que entra no ciclo da ureia → O piruvato que resulta da degradação pode tornar-se acetil- CoA ou ir para a síntese de glicose se houver necessidade, através da gliconeogênese → O acetil-CoA pode ir para o ciclo de Krebs (mais incomum) ou pode ser destinado para a síntese de ácidos graxos e lipídeos → A alanina, que é produzida pela quebra de proteínas musculares chega ao fígado com finalidade de produzir piruvato, que participará da gliconeogênese. Perfil metabólico fígado - ácidos graxos → O fígado recebe os ácidos graxos vindos da alimentação através dos quilomícrons → Os ácidos graxos podem ser destinados a síntese de lipídeos hepáticos, lipoproteínas e liberação de ácidos graxos no sangue → Os ácidos graxos também podem ser utilizados como fonte de energia. → A beta-oxidação é uma das principais fontes de energia do fígado e consiste na quebra dos ácidos graxos → Os ácidos graxos são quebrados até chegar em Acetil-CoA → O acetil-CoA entrano ciclo de Krebs, porém com a diminuição do oxalacetato, que irá para a gliconeogênese, o Acetil-CoA será desviado para a produção de corpos cetônicos → Essa produção será destinada a suprir das demandas dos tecidos que preferem a glicose como fonte de energia → Além disso, o acetil-CoA será desviado para a produção de colesterol, hormônios esteroides e sais biliares. Adaptações metabólicas a situações distintas: Metabolismo do jejum pode ser dividido em cinco fases Fase 1: → A origem da glicose é exógena, através da alimentação, a glicose está em alto nível no sangue → Todos os tecidos estão utilizando glicose → Fase 1 dura em média 4 horas Fase 2: → vai de 4 a 16 horas depois da alimentação → diminuição significante de glicose → utilização das fontes de reserva de glicogênio, principalmente o hepático → há também a produção de glicose através da gliconeogênese → músculos e tecido adiposo reduzem as taxas de utilização de glicose, priorizando-a para o cérebro, eritrócitos, medula renal, etc. → No lugar da glicose serão utilizados os ácidos graxos e corpos cetônicos Fase 3: → vai de 16 a 28 horas depois da alimentação → glicogênio hepático em baixas extremas → gliconeogênese hepática é a principal forma de produção de glicose e manutenção da glicemia → músculos e tecido adiposo reduzem as taxas de utilização de glicose Fase 4: → varia de um dia a 24 dias de jejum → gliconeogênese hepática não é mais suficiente pois não há mais abundância de compostos precursores de glicose → ocorre também a gliconeogênese renal → Produção em larga escala de corpos cetônicos, pois o Acetil-CoA não consegue ir para o ciclo de Krebs pela baixa de oxalacetato, sendo desviado para a produção destes → Cérebro utiliza glicose como fonte principal de energia e corpos cetônicos como fonte secundária Fase 5: → 24 dias em diante → A gliconeogênese hepática e renal são as fontes de energia → O cérebro reduz suas taxas de utilização da glicose → A glicose é utilizada principalmente por eritrócitos e pela medula renal → A principal fonte de energia para o cérebro são os corpos cetônicos e a fonte secundária a glicose. Estado pós absortivo (após uma refeição) insulina = principal hormônio atuante! → Elevada quantidade de aminoácidos e glicose, ácidos graxos → Glicose e aminoácidos vão para o fígado através da veia porta → A glicose em abundância libera a insulina do pâncreas Glicose no fígado: → A insulina estimula a síntese de glicogênio no fígado, pois estimula as enzimas que atuam nesse processo → Além disso a glicose no fígado será utilizada como fonte de energia, sendo degradada em piruvato e acetil-CoA → O acetil-CoA em excesso será convertido em ácidos graxos e depois em triglicerídeos → Os triglicerídeos serão utilizados para a formação de lipoproteínas, principalmente a VLDL → A VLDL levará os triglicerídeos ao tecido adiposo, e lá ele será armazenado Aminoácidos no fígado: → os aminoácidos serão utilizados para a produção de α-ceto-ácidos, estes por sua vez atuarão na síntese de ureia. → os aminoácidos poderiam ser utilizados como fonte de energia ou participar da síntese de glicose, mas nesse momento não é necessário. → Os aminoácidos também serão utilizados para a síntese de proteínas Lipídeos: → Os lipídeos são utilizados para a formação dos quilomícrons, caindo no sistema linfático → Sistema linfático leva os quilomícrons até o fígado e ao músculo → Parte dos lipídeos será utilizada nos músculos durante a contração muscular → Os lipídeos também chegam ao músculo através da VLDL → Os quilomícrons também levam os lipídeos até o tecido adiposo para serem armazenados na forma de triglicerídeos Glicose em outros tecidos: → a glicose que chega ao fígado depois será desfosfatada e liberada, indo para outros tecidos → lá ela será oxidada completamente até CO2, participando do metabolismo energético e produzindo ATP Estado de jejum recente: → quando a glicose baixa o pâncreas sintetiza o glucagon → o glucagon vai até o fígado utilizar as reservas de energia na forma de glicogênio Glucagon no fígado: → o glicogênio hepático será quebrado, liberando glicose-6- fosfato, que fornecerá glicose para o cérebro → o glucagon atuará nas proteínas musculares, promovendo a proteólise e liberação dos aminoácidos → os aminoácidos entram na circulação e vão até o fígado → no fígado eles serão utilizados para a síntese de piruvato → esse piruvato participará da síntese de glicose, na gliconeogênese Glucagon no tecido adiposo: → no tecido adiposo o glucagon promove a quebra dos triglicerídeos promovendo a liberação dos ácidos graxos → o glicerol liberado com a quebra dos triglicerídeos chega até o fígado e participa da gliconeogênese. → Os ácidos graxos liberados serão a fonte alternativa de energia para o fígado e musculo Escolha do combustível no exercício físico: Corridas longas: → O organismo deve fazer a dosagem para quebrar o combustível certo no momento certo → A quebra da glicose e dos ácidos graxos até CO2 e H2O gera um grande ganho energético, mas também um tempo muito grande é necessário, portando a velocidade da corrida é menor → Portando as principais fontes de energia serão a quebra do glicogênio até o lactato, e também dos ácidos graxos, corpos cetônicos e glicose sanguínea até CO2 Corridas curtas: → Utilizado inicialmente o ATP armazenado no músculo → Segunda fonte utilizada é a fosfocreatina, que produz ATP → Nos instantes finais da corrida a fonte de energia utilizada será o glicogênio, degradado em glicose e está quebrada até o lactato Controle das enzimas no estado absortivo: → No estado absortivo (2 – 4 horas após a alimentação) os níveis de glicose estão altos → A alta da glicose estimula a síntese de glicogênio, ativando a glicogênio sintase e inibindo a glicogênio fosforilaze, impedindo a degradação do glicogênio. → a frutose 2,6 difosfato estimula a PFK1 (atuante na glicólise) e inibe a Fru 1,6 difosfatase (atuante na gliconeogênese) pois a síntese de glicose não é necessária no momento → frutose 1,6 difosfato estimula a piruvato quinase, que sintetiza piruvato a partir do fosfenolpiruvato (PEP) → O piruvato estimulará a piruvato desedrogenase, que o converterá em Acetil-CoA → O citrato estimulará a enzima acetil-CoA carboxilase, que carboxila o acetil-CoA até malonil Obs.: nesse momento será estimulada a síntese de ácidos graxos, então, glicose em excesso estimula a produção de gordura. → Malonil-Coa inibe a enzima carnitina palmitoil transferase impedindo a quebra dos ácidos graxos (beta-oxidação), pois há glicose em excesso. Controle das enzimas no estado de jejum: → Diminuição da glicose e de acetil- CoA → Acetil-CoA estimula a piruvato carboxilase e inibe a piruvato desedrogenase. Assim diminui-se a entrada do Acetil-CoA no ciclo de Krebs e estimula a produção do piruvato e a síntese de mais glicose por gliconeogênese → O Acetil-CoA de cadeia longa inibe a enzima acetil-CoA carboxilase, impedindo a produção de ácidos graxos → O citrato inibe a PFK1, inibindo a glicólise → Fru 6-fosfato inibe a glicoquinase.
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