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Karl Marx - História e Capitalismo (Fichamento da Aula)

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Karl Marx: História e Capitalismo 
 
 Iniciamos, assim como o professor, com o trecho provocador a seguir, obtido do livro 
“Manifesto Comunista”, que iremos discutir ao longo desse relatório: 
“[...] Onde quer que tenha conquistado o poder, a burguesia calcou aos pés as relações feudais, patriarcais e idílicas. 
Todos os complexos e variados laços que prendiam o homem feudal a seus "superiores naturais" ela os despedaçou 
sem piedade, para só deixar subsistir, de homem para homem, o laço do frio interesse, as duras exigências do 
"pagamento à vista". Afogou os fervores sagrados do êxtase religioso, do entusiasmo cavalheiresco, do 
sentimentalismo pequeno-burguês nas águas geladas do cálculo egoísta. 
Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as numerosas liberdades, conquistadas com 
tanto esforço, pela única e implacável liberdade de comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração velada por 
ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, cínica, direta e brutal. [...] A burguesia 
rasgou o véu de sentimentalismo que envolvia as relações de família e reduziu-as a simples relações monetárias. [...] 
Foi a primeira a provar o que pode realizar a atividade humana: criou maravilhas maiores que as pirâmides do Egito, 
os aquedutos romanos, as catedrais góticas; conduziu expedições que empanaram mesmo as antigas invasões e as 
Cruzadas. 
A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, 
por conseguinte, as relações de produção e, como isso, todas as relações sociais. A conservação inalterada do antigo 
modo de produção constituía, pelo contrário, a primeira condição de existência de todas as classes industriais 
anteriores. Essa revolução contínua da produção, esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitação 
permanente e essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes [...]” 
 De início, um ponto chave para entender Karl Marx e seu legado, é entender o 
capitalismo como fator social, político, econômico, ético e que adentra e permeia todas as 
esferas do pensamento racional e irracional, e as ações do homem “capitalista”. Por isso, nos 
seguintes parágrafos, nos debruçaremos extensamente sobre tal assunto, extraindo o essencial 
da aula. O capitalismo, em suma, é o sistema social que pôs fim ao abastecimento primário, a 
desconcentração da produção, transformando a lógica do trabalho por meio de dois pontos 
extremamente importantes e característicos: o advento das indústrias (e a potencialização da 
produção através da máquina), e a exploração permanente do trabalho. Essa nova lógica/visão 
do trabalho, gradativamente limita e põe o ser humano como agente secundário da produção, 
tornando o processo produtivo, que era algo cultural, em algo automatizado, muitas vezes sem 
o fator humano, sem sua essência inicial. 
 Dessa forma, dando continuidade, pode parecer que o capitalismo é um fator 
meramente econômico, no entanto, ele permeia e rege as relações sociais, atribuindo interesse 
às mesmas, por isso é político; é ético pois determina as condições de vida e a forma de 
pensamento do ser humano (e consequentemente da sua coletividade), traz danos morais e 
psicológicos ao homem cuja vida não satisfaz os padrões de produtividade e acúmulo de capital, 
mas mesmo assim, dia após dia trabalha incessantemente para sobreviver, sonhando com tais 
feitos no futuro. 
 Assim, vemos que a classe que alavancou o avanço do capitalismo, embasou e mais se 
beneficiou desse sistema ao longo de toda sua evolução (até hoje), é a classe detentora dos 
meios de produção e capital. Essa classe que tem por essência o movimento (não só o constante 
movimento, mas a aceleração deste) e a transformação. Aceleração essa, motor da expansão e 
atual domínio quase hegemônico (em quantidade) na geopolítica mundial. 
 A mudança de paradigma inserida pela lógica capitalista, promoveu o avanço 
exponencial da sociedade, avanços esses, tecnológicos e científicos, não morais e éticos, uma 
vez que a geração e acúmulo de riquezas tornou o homem egoísta e individualista, capaz de 
destruir o ambiente em que vive, de forma ilógica e irrecuperável, pelo mero acúmulo de capital. 
 Karl Marx: História e Capitalismo 
 
 Essa produção desenfreada, visando suprir a “máquina do desenvolvimento” – cada dia 
mais ávida por recursos naturais – faz parte do pensamento burguês, e, portanto, é também, 
uma consequência do rumo que o capitalismo desenhou para a sociedade humana. A partir 
desse pensamento, o ser humano refina seu egoísmo, para se tornar também competitivo. 
Assim torna-se necessária uma mudança das condições de vida, relações sociais, através de uma 
revolução coletiva, uma vez que o capitalismo por base apequena o homem, o tornando, 
sozinho, desprezível.

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