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Paralisia Cerebral e Sindrome de Down

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AULA 3 – PNE 
Paralisia Cerebral e Síndrome de Down 
 
Paralisia Cerebral 
• A cada 1000 pessoas de 2 a 2.5 possui paralisia cerebral; 
• Danos cerebrais permanentes e não progressivos; 
• Desordem de movimento ou postura/Dano de movimento; 
• Não necessariamente afeta o cognitivo; 
• PC pode ser unilateral (hemiplégica = afeta mais os braços) ou bilateral (diplégica = as pernas são mais afetadas); 
• Quando há comprometimento das pernas, braços e tronco se chama de quadriplegia ou tetraplegia; 
• É uma condição e não uma doença, portanto não há cura; 
• O diagnostico raramente é abaixo dos 6 meses (só em casos severos). 
 
ETIOLOGIA: 
Fatores pré-natais (80%) Fatores perinatais (10%) Causas pós natais (10%) 
Hipósia Asfixia durante o parto 
Convulsões de difícil controle e 
prolongada 
Desordens genéticas e 
metabólicas 
Nascimento prematuro Asfixia 
Infecções mais graves Incompatibilidade sanguínea 
Hiperbilirrubinemia (Bebê que 
nasce com icterícia) 
Exposição a agentes 
teratogênicos 
Infecção Doenças pulmonares ou cardíacas 
Crescimento restrito do bebê Uso de instrumentos no parto Síndrome do bebê sacudido 
Trauma abdominal Traumatismo craniano 
CLASSIFICAÇÃO POR IDADE E FUNÇÃO MOTORA (GMFCS): 
 
 
 
• O diagnóstico é dado geralmente após 2 anos; 
• Essa classificação é dada pelo numero de 
atividade que o individuo consegue realizar. As 
atividades analisadas variam de acordo com a 
idade; 
• Geralmente, quando o déficit motor é grande há 
déficit cognitivo associado. 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DE HABILIDADE MANUAL (MACS 2006): 
• É utilizado em conjunto com a GMFCS (classificação motora “mais grossa”); 
• Classifica habilidade manual, uma motricidade “mais fina”; 
Nível 1 Segura objetos facilmente; 
Nível 2 
Segura a maioria dos objetos, mas com qualidade ou tempo limitados (geralmente, precisam de ajuda na 
escovação); 
Nível 3 Segura objetos com dificuldade (precisa de ajuda); 
Nível 4 Segura objetos adaptados e com limitação; 
Nível 5 Não segura objetos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE COMUNICAÇÃO FUNCIONAL (CFCS 2011): 
Nível 1 Efetiva emissão e recepção com familiares e não-familiares; 
Nível 2 Comunicação efetiva, porém, lenta; 
Nível 3 
Efetiva emissão e recepção com familiares, porém, demonstra dificuldade para não-familiares (o que 
dificulta para os CD’s); 
Nível 4 Inconsistente emissão ou recepção com familiares; 
Nível 5 Raramente efetiva (raramente se comunica). 
 
OBS: O individuo já chega classificado, o cirurgião-dentista não dá as classificações. 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TÔNUS: 
• Classificação quanto a limitação e NÃO quanto as habilidades. 
Espástica Hipertonia (músculos contraídos todo tempo), movimentos curtos, resistência à movimentação passiva; 
Tomar cuidado ao mexer no paciente e tentar não modificar a posição dele; Raramente movimenta os 
músculos 
Discinética Tônus flutuante; Há momentos que ele tem hipertonia e momentos que ele tem hipotonia (quando ele 
consegue mexer); 
Atáxica Perda de coordenação de movimentos involuntários; 
Mista 
 
DISTÚRBIOS EM PARALISIA CEREBRAL: 
• Normalmente, a alteração em nível cerebral causa alteração no perfil de movimento e com isso, outras alterações 
podem ocorrer em conjunto, por exemplo: 
1. Alteração de sensações; 
2. Alteração de percepção (em como ele percebe as sensações); 
3. Alteração de cognição; 
4. Alteração de comunicação; 
5. Alteração de comportamento; 
6. Epilepsia (NÃO são todos que possuem, por isso é importante perguntar ao familiar na anamnese). 
 
ALTERAÇÕES DENTÁRIAS EM PACIENTES COM PC: 
• 60 A 92% dos pacientes possuem malclusão; 
• Geralmente, são classe II (overjet e overbite) e possuem mordida anterior mais aberta; 
• Também podem ser respiradores bucais (que favorece a classe II e a alteração do crescimento ósseo favorecendo a 
face longa), maior facilidade de mancha branca e carie, incompetência labial e ressecamento do lábio com ulcera e 
descamação; 
BRUXISMO: 
• O bruxismo também é extremamente comum devido a hipertonicidade dos músculos e a ausência de propriocepção 
no periodonto; 
• Para o tratamento do bruxismo nesses pacientes: Botox 
EROSÃO DENTÁRIA: 
• A etiologia se deve ao refluxo gastresofágico presente nesses pacientes. 
CÁRIES: 
• São de alta prevalência devido a dieta dos pacientes, falta de higienização correta por parte dos familiares e função 
oromotora que pede uma alimentação mais liquida/pastosa; 
• É importante conversar com a família sobre a importância dos dentes do paciente avaliando cada situação; 
 
 
SIALORRÉIA/SIALOESTASE: 
• Sialorréia: Excesso de secreção de saliva; 
• Sialoestase: Alteração nos mecanismos de deglutição que favorece o acumulo de saliva na boca; Mais comum em 
paciente com PC 
HIGIENE ORAL EM PACIENTE COM PC: 
• Bastante deficiente, principalmente quando é dependente de outra pessoa; 
• O reflexo de mordida também dificulta a higiene bucal quando feita por outra pessoa; 
• É sempre importante motivar a família para a higienização bucal do paciente (assim como ensinar a confecção do 
abridor em casa). 
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO: 
• Geralmente, a apreensão se faz presente, pois os pacientes não costumam se relacionar com estranhos e já 
passaram por MUITOS profissionais da saúde; 
• Há dificuldade de comunicação com o individuo com PC, por isso é importante saber a classificação do paciente, se 
ele pode entender e colaborar; 
• É importante que o CD não deixe de lado o processo de condicionamento; 
• Muitas vezes o paciente tem dificuldade de concentração, por isso evitar distração durante o condicionamento. 
• Deixar o atendimento odontológico mais previsível para o paciente; 
• CAUTELA em relação a postura do paciente na cadeira, é sempre importante adaptar a cadeira ao paciente (por 
exemplo: a cadeira mais inclinada para pacientes que se engasgam com a própria saliva). 
 
1. PACIENTE COM HISTÓRICO DE CONVULSÃO: CD deve estar psicologicamente preparado; Importante evitar a 
luz do foco diretamente no rosto deles. 
2. PARA PACIENTE ESPÁSTICOS: É necessária a contenção para maior segurança; Avisar a família antes e dar o 
termo de contenção. 
3. PARA PACIENTE COM DISFUNÇÃO RESPIRATÓRIA OU QUE RETEM SECREÇÃO TRAQUEOBRÔNQUICAS: 
Auxiliar deve estar totalmente atento para sugar as secreções na região de ororfaringe. 
4. PARA CONTROLAR ESPASMOS: Colocar a cabeça do paciente na linha média e não esticar as pernas do paciente, 
apenas deixar em semi-flexão. 
 
TÉCNICAS DE MANEJO PARA PACIENTES COM PC: 
1. Distração 
2. Reforço Positivo 
3. Falar-Mostrar-Fazer 
4. Premiação 
5. Modelação 
 
 
 
 
SÍNDROME DE DOWN 
 
• Alteração cromossômica mais estudada; 
• 1 a cada 800-1000 nascidos vivos; 
• Alteração no cromossomo 21; 
CARACTERÍSTICAS CRANIOFACIAIS: 
• Braquicefalia; 
• Pescoço curto; 
• Ponte nasal baixa; 
• Implantação das orelhas baixa; 
• Pregas epicânticas; 
• Manchas de brushfield (manchas esbranquiçadas no olho e exclusiva dessa síndrome); 
• Fenótipo das mãos: Curtas, largas, pregas simiescas (prega única na palma da mão), quinto dedo encurvado; 
 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: 
• Desenvolvimento no limite inferior da curva normal; 
• Alterações na 1ª década de vida e permanece por toda a vida; 
• O pico de aprendizagem é estabilizado na adolescência; 
• Fala atrasada e diminuição das funções orais (ex: erupção dentaria, movimentação da língua, dificuldade na 
movimentação do alimento); 
• Desenvolvimento variável: Estimulo na fase pré-escolar é importante, assim como a inserção social e 
autonomia (eles precisam aprender a se cuidar sozinhos e isso deve ser encorajado pela família); 
 
PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS: 
• Desenvolvimento sexual e inicio da puberdade é bem aflorado, portanto o sexo feminino tem a capacidade de 
engravidar e o sexo masculino possui baixa fecundidade. Por isso, é importante a orientação sobre educação sexual 
e os cuidados com pessoas externas por riscos de abuso sexual; 
 
DESORDENS CADÍARCAS:• MUITO IMPORTANTE PERGUNTAR NA ANAMNESE se o paciente possui alguma cardiopatia. Se ele 
possuir, atentar-se a profilaxia antibiótica e se o responsável disser “tinha, mas foi corrigido” pedir parecer do 
médico para avaliação. Também perguntar se ele toma medicamento e é acompanhado; 
• 44-58% possuem alguma anomalia cardíaca; 
• Algumas desordens: Defeito átrio-ventricular e ventrículo septal; Prolapso de válvula mitral; 
• Reconhecimento precoce de cardiopatia; 
 
 
HIPOTIREODISMO: 
• Condição comum em paciente com Síndrome de Down, cerca de 32% dos pacientes possuem hipotireoidismo; 
• Se necessário, pedir avaliação. Se o paciente tiver, saber a medicação que o paciente tá tomando; 
• Se o paciente tiver, o desenvolvimento ósseo e dentário é comprometido. 
AUDIÇÃO 
• Alteração no ouvido médio, cerca de 70 a 80% dos pacientes possuem; 
• Falar um pouquinho mais alto nesses casos; 
ALTERAÇÕES OCULARES: 
• Também fazem parte do fenótipo da síndrome, por exemplo: estrabismo, hipertelorismo (distalizados da linha 
média) e risco maior de catarata precoce. 
CARACTERISTICAS BUCAIS: 
• Entre os achados bucais mais comuns, a literatura cita: lábios fissurados, mandíbula e cavidade oral pequenas, língua 
fissurada, palato duro menor e de forma ogival, úvula bífida bem como fenda labial e palatina. Também são 
encontradas alterações oclusais, sendo a mais comum uma má oclusão de Classe III de Angle de origem 
essencialmente esquelética, caracterizada pelo posicionamento mais anterior da mandíbula em relação à maxila, 
sendo que a discrepância pode ser causada pela deficiência anterior da maxila, prognatismo mandibular excessivo ou 
a combinação e, mordida cruzada anterior e posterior. A posição da língua mais anteriorizada produz força anormal 
nos dentes anteriores. Observa-se ainda bruxismo e macroglossia decorrente de hipotonia lingual, retardo na erupção 
dos dentes principalmente dos decíduos, taurodontia, agenesias, microdentes, dentes conoides e hipodontia; 
• Nos acometidos, o primeiro dente decíduo na cavidade oral ocorre por volta do 12º ao 20º mês de vida e a dentição 
decídua estará totalmente erupcionada somente aos 4 ou 5 anos de idade. Eventos semelhantes ocorrem com a 
dentição permanente, sendo que o primeiro dente dessa dentição erupciona aproximadamente aos 8 ou 9 anos de 
idade; 
• Acúmulo de placa bacteriana predispõe gengivite; periodontite; úlceras aftosas; infecções orais por cândida; 
destruição periodontal severa; halitose e perda precoce dos elementos dentários são sintomas encontrados no 
portador de SD.

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