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S U M Á R IO 1 124 MDiretorLuís Andrade Ferreira Diretor-Adjunto Raúl Dória Direção Executiva Coordenador Redatorial: Ricardo Sá e Silva r.silva@revistamanutencao.pt · T. 225 899 628 Diretor Comercial: Júlio Almeida j.almeida@revistamanutencao.pt · T. 225 899 626 Chefe de Redação: Helena Paulino h.paulino@revistamanutencao.pt · T. 220 933 964 Design Luciano Carvalho l.carvalho@publindustria.pt Webdesigner Ana Pereira Editor CIE – Comunicação e Imprensa Especializada, Lda.® Assinaturas T. 220 104 872 assinaturas@engebook.com www.engebook.com Colaboração Redatorial Luís Andrade Ferreira, Júlio S. Martins, Carlos Couto, João Luiz Afonso, C. Pereira Cabrita, J. Carlos Matias, F. Bigares Santos, C. Antunes Fernandes, Paulo Peixoto, Telmo dos Santos, Raúl Dória, Rui Assis, Alexandre M. P. Silva, Teresa L. M. Morgado, Helena V. G. Navas, Dinis Carvalho, Luís Reis Neves, Luís Miguel Pires, Brian Berg, Karen Cunningham, Mark Flaherty, João Pequito, Alan Fernandes Teixeira, Leandro Henrique Monaco, Francisco Mendes, Pedro Vieira, Adriano Santos, Lan Hong, Ana Pereira, Ricardo Sá e Silva e Helena Paulino Propriedade APMI – Associação Portuguesa de Manutenção Industrial Rua dos Sapateiros, 207, 2.o Esq. 1100-578 Lisboa Tel.: +351 217 163 881 · Fax: +351 217 162 259 www.apmi.pt · apmigeral@mail.telepac.pt Contribuinte n.o 501654267 Redação e Administração CIE - Comunicação e Imprensa Especializada, Lda.® Grupo Publindústria Tel.: +351 225 899 626/8 · Fax: +351 225 899 629 geral@cie-comunicacao.pt · www.cie-comunicacao.pt Representação no Reino Unido EDWARD J. KANIA/ ROBERT G. HORSFIELD International Publishers Representatives Daisy Bank – Chinley High Peak SK23 6OA – England T. (+44) 1 663 750 242 · F. (+44) 1 663 750 973 ekania@btopenworld.com Representação Alemanha JAN PEUCKERT Arndtstrasse 48 D – 12489 Berlin T. (+49) 30 671 98 418 – F. (+49) 30 962 03 288 Jan.peuckert@t-online.de Publicação Periódica Registo no ICS n.o 108797 Tiragem 3000 exemplares Periodicidade Trimestral Depósito Legal n.o 22330/88 ISSN 0870 – 0702 Imagem Capa Copyright: Brian Snelson Os artigos inseridos são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Manutenção 124 2 EDITORIAL 4 ARTIGO CIENTÍFICO 4 Qualidade de energia elétrica 12 Estados e tempos de manutenção de um bem 16 ESPAÇO FORMAÇÃO Ficha técnica n.º 4 20 INFORMAÇÕES APMI 26 INFORMAÇÕES AAMGA 30 NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA 49 DOSSIER SOBRE A LINHA DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL 49 A linha de produção industrial 50 Impacto das paragens para manutenção de uma linha de produção 54 Filosofia Lean na Linha 2000 57 Introdução aos sistemas de produção (1.a Parte) 62 Controlo do movimento em linhas de produção 66 CASE STUDY 66 Dashboard Digital Clássico (DDC) 70 NOTA TÉCNICA 70 Escolha correta do mancal com rolamento de rolos – instrução passo a passo 74 Manutenção inteligente 78 REPORTAGEM 78 7.ª edição “Rittal on Tour”: sucesso assegurado! 80 Casquilhos igus® comprovam eficiência na volta ao mundo 82 INFORMAÇÃO TÉCNICO-COMERCIAL 82 Equinotec: Linhas de produção otimizadas com VarioFlow plus e TS 2plus da Bosch Rexroth 84 Fluke BT500: analisadores de baterias 86 ABB: Evolução industrial 90 Phoenix Contact: Até 80% menos variantes em stock 92 Endress+Hauser Portugal: Eficiência energética nas indústrias de processo 94 Lubrigrupo: Compressores, novo lubrificante Mobil de última geração 96 igus: Os novos rumos da tecnologia linear 98 VOTANO 100 da OMICRON 100 F.Fonseca: Distribuição de alimentação e sinal simples, eficiente e com provas dadas 102 RUTRONIK: Protocolos de redes sem fios eficientes do ponto de vista energético para sistemas informáticos portáteis 106 BIBLIOGRAFIA 108 PRODUTOS E TECNOLOGIAS 120 CALENDÁRIO DE EVENTOS www.revistamanutencao.pt Aceda ao link através deste QR code. /revistamanutencao E D IT O R IA L 2 124 M P U B P U B Máquinas complexas e de alta tecnologia em sistemas avançados de produção constituem a grande maioria dos capitais investidos na maioria das nossas insta- lações industriais. Os sistemas de produção atuais são mais fiáveis do que os seus antecessores; no entanto, eles ainda estão sujeitos à deterioração com o desgaste provocado pela sua utilização e envelhecimento. A sua deterioração provoca taxas mais baixas de produção (custos de produção, portanto, maiores por item produzido) e, por- ventura, menor qualidade do produto. As políticas de manutenção preventiva, integradas numa política de Gestão de Ativos, representam as ferramentas mais eficazes para aumentar a fiabilidade dos sistemas de produção. Sem um programa de manutenção eficaz, o sistema de produção tenderá a falhar com mais frequência e, dependendo da magnitude dos tempos de reparação e reintegração no serviço ativo, o sistema pode estar sem produzir um tempo significativo. Isto significa que a taxa de produção efetiva dimi- nui significativamente e o sistema pode não ser capaz de lidar com as necessidades de produção de forma efetiva. Uma forma de lidar com esse cenário é manter em stock o produto acabado em quantidade suficiente para satisfazer as necessidades do produto durante o tempo em que a unidade de produção está parada. Mas, como sempre, a questão principal é “quanto stock é o suficiente?”, para além dos custos envolvidos. Claramente, há uma íntima relação entre o processo de reparação e manuten- ção com as políticas de produção/stock utilizado em cada linha de produção. E, como é evidente, quanto mais fiável for o equipamento, quer os custos de manu- tenção quer os custos de manutenção de um stock para prevenir paragens serão mais baixos, melhorando o desempenho da organização. Neste número da revista Manutenção vamos debruçar-nos sobre os problemas gerados pelas paragens de manutenção, sejam elas previstas ou não, nas linhas de produção, analisando as questões que estas colocam. Chamamos também a atenção do leitor para o próximo Congresso Nacional de Manutenção, a ter lugar em Aveiro em novembro próximo, estando abertas desde já as inscrições e a possibilidade de serem apresentadas comunicações. Será, espe- ramos, mais uma reunião técnico-científica de grande interesse para todos os que se preocupam com a Manutenção no espaço lusófono! M Luís Andrade Ferreira Diretor TÍTULO “Manutenção” OBJETO Ciências e Tecnologias do âmbito da Manutenção. OBJETIVO Difundir ciência, tecnologia, produtos e serviços, para a comunidade de profissionais que exercem a sua atividade no setor da Manutenção. ENQUADRAMENTO FORMAL A “Manutenção” respeita os princípios deontológicos da imprensa e a ética profissional, de modo a não poder prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando informação. CARACTERIZAÇÃO Publicação periódica especializada. ESTRUTURA REDATORIAL Diretor – Profissional de reconhecido mérito científico, nomeado pela Associação Portuguesa de Manutenção Industrial. Diretor-Adjunto – Profissional na área de atuação da revista. Coordenador Editorial – Profissional no ramo de engenharia afim ao objeto da revista. Colaboradores – Engenheiros e técnicos profissionais que exerçam a sua atividade no âmbito do objeto editorial, instituições de formação e organismos profissionais. SELEÇÃO DE CONTEÚDOS A seleção de conteúdos técnico-científicos é da exclusiva responsabilidade do Diretor. A revista poderá publicar peças noticiosas com caráter de publicidade paga nas seguintes condições: › identificação com a nomeação de Publi- -Reportagem; › formato de notícia com a aposição no texto do termo Publicidade. ORGANIZAÇÃO EDITORIAL Sem prejuízo de novas áreas temáticas que venham a ser consideradas, a estrutura de base da organização editorial da revista compreende: › Sumário › Editorial › Artigo Científico › Espaço Higiene e Segurança no Trabalho › Espaço Qualidade › Gestão de Resíduos › Crónicas de Manutenção › Coluna de Tribologia › Espaço de Formação › Informações APMI › InformaçõesAAMGA › Notícias › Dossier Temático › Case-Study › Nota Técnica › Reportagem › Publi-Reportagem › Entrevista › Informação Técnico-Comercial › Bibliografia › Produtos e Tecnologias › Calendário de Eventos › Publicidade ESPAÇO PUBLICITÁRIO A Publicidade organiza-se por espaços de páginas e frações, encartes e Publi- Reportagens. A Tabela de Publicidade é válida para o espaço económico europeu. A percentagem de Espaço Publicitário não poderá exceder 1/3 da paginação. A direção da revista poderá recusar Publicidade cuja mensagem não se coadune com o seu objeto editorial. Não será aceite Publicidade que não esteja em conformidade com a lei-geral do exercício da atividade, e em que o anunciante indicie práticas danosas das regras de concorrência, ou não cumprimento dos normativos ambientais e sociais. E S TA TU TO E D IT O R IA L P U B P U B A R TI G O C IE N TÍ F IC O 4 124 M Jú li o S . M ar ti ns , C ar lo s C o ut o, J o ão L ui z A fo ns o jm ar ti ns @ d ei .u m in ho .p t, c co ut o @ d ei .u m in ho .p t, jl a@ d ei .u m in ho .p t, D ep ar ta m en to d e El et ró ni ca In d us tr ia l U ni ve rs id ad e d o M in ho Qualidade de energia elétrica RESUMO O número de conversores eletrónicos de potência utilizados, sobretudo, na indústria, mas também pelos consumi- dores em geral, não pára de aumentar. Em resultado disso é possível observar uma crescente deterioração das for- mas de onda de corrente e tensão dos sistemas de potência. Os prejuízos económicos resul- tantes deste e de outros problemas associados aos sistemas elétricos são muito elevados e, por isso, a questão da qualidade da energia elétrica en- tregue aos consumidores finais é hoje, mais do que nunca, objeto de grande preocupação. Neste artigo será abordado o tema da análise e solução dos problemas rela- cionados com a qualidade da energia elé- trica, na sua vertente mais clássica – per- turbações causadas por sobretensões e subtensões, interrupções de serviço, entre outros – e, principalmente, no que diz respeito aos problemas causa- dos pelos harmónicos, decorrentes da utilização de cargas não-lineares. INTRODUÇÃO A Engenharia Eletrotécnica é uma área tecnológica recente. O próprio estudo da eletricidade e magnetismo resulta num aumento das perdas rela- cionadas com o transporte e distribui- ção de energia elétrica, em problemas de interferências com sistemas de comunicação e na degradação do fun- cionamento da maior parte dos equi- pamentos ligados à rede, sobretudo daqueles (cada vez em maior número) que são mais sensíveis por incluírem sistemas de controlo microeletrónicos que operam com níveis de energia mui- to baixos. Os prejuízos económicos resultan- tes destes e de outros problemas dos sistemas elétricos são muito elevados e, por isso, a questão da qualidade da energia elétrica entregue aos consumi- dores finais é hoje, mais do que nunca, objeto de grande preocupação. Segun- do um relatório do EPRI (Electric Power Research Institute) os problemas rela- cionados com a qualidade da energia e quebras no fornecimento de energia custam à economia dos Estados Unidos mais de 119 mil milhões de dólares por ano [1]. Normas Internacionais relativas ao consumo de energia elétrica como IEEE 519, IEC 61000 e EN 50160, limi- tam o nível de distorção harmónica nas tensões com os quais os sistemas elétricos podem operar, e impõem que os novos equipamentos não introdu- zam na rede, harmónicos de corrente de amplitude superior a determinados valores. É, dessa forma, evidenciada a importância em resolver os proble- mas dos harmónicos, quer para os novos equipamentos a serem produ- zidos, quer para os equipamentos já instalados. PROBLEMAS DE QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA Entre os problemas de qualidade de energia, a interrupção do fornecimen- to é, incontestavelmente, o mais grave, uma vez que afeta todos os equipamen- tos ligados à rede elétrica, à exceção daqueles que sejam alimentados por UPSs (Uninterruptable Power Supplies – sistemas de alimentação ininterrup- ta) ou por geradores de emergência. começou há menos de dois séculos, uma vez que só no ano de 1800 Volta desenvolveu uma pilha elétrica, dando origem ao estudo da eletrodinâmica. Em 1831, Faraday descobriu como pro- duzir eletricidade a partir do magnetis- mo. O primeiro sistema completo de produção, transporte e distribuição de energia elétrica em Corrente Alternada data de 1893. Durante dezenas de anos a grande maioria dos recetores ligados às re- des de energia elétrica consistiam em cargas lineares. Por essa razão, e uma vez que as tensões da alimentação são sinusoidais, as corrente consumidas eram também sinusoidais e da mesma frequência, podendo apenas encon- trar-se desfasadas relativamente à ten- são (Figura 1). Com o desenvolvimento da ele- trónica de potência, os equipamentos ligados aos sistemas elétricos evolu- íram, melhorando em rendimento, controlabilidade e custo, permitindo ainda a execução de tarefas não pos- síveis anteriormente. Contudo, esses equipamentos têm a desvantagem de não funcionarem como cargas lineares, consumindo correntes não sinusoidais, e dessa forma “poluindo” a rede elé- trica com harmónicos. A presença de harmónicos nos sistemas de potência Figura 1. Tensão e corrente para um sistema elétrico com cargas lineares. A R TI G O C IE N TÍ F IC O 5 Contudo, outros problemas de quali- dade de energia, como os descritos a seguir e ilustrados na Figura 2, além de levarem à operação incorreta de alguns equipamentos, podem também danificá-los: › Distorção harmónica: quando exis- tem cargas não lineares ligadas à rede elétrica, a corrente que circu- la nas linhas contém harmónicos e as quedas de tensão provocadas pelos harmónicos nas impedâncias das linhas faz com que as tensões de alimentação fiquem também distorcidas; › Ruído (interferência eletromagné- tica): corresponde ao ruído eletro- magnético de alta-frequência, que pode ser produzido pelas comuta- ções rápidas dos conversores ele- trónicos de potência; › Inter-harmónicos: surgem quan- do há componentes de corrente que não estão relacionadas com a componente fundamental (50 Hz); essas componentes de corrente podem ser produzidas por fornos a arco ou por cicloconversores (equipamentos que, alimentados a 50 Hz permitem sintetizar tensões e correntes de saída com uma fre- quência inferior); › Interrupção momentânea: ocorre, por exemplo, quando o sistema elétrico dispõe de disjuntores com religador, que abrem na ocorrência de um curto-circuito, fechando-se automaticamente após alguns mi- lissegundos (e mantendo-se liga- dos caso o curto circuito já se tenha extinguido); › Subtensão momentânea (voltage sag): também conhecido por “cava de tensão” pode ser provocada, por exemplo, por um curto-circuito mo- mentâneo num outro alimentador do mesmo sistema elétrico, que é eliminado após alguns milissegun- dos pela abertura do disjuntor do ramal em curto; › Sobretensão momentânea (voltage swell): pode ser provocada, entre outros casos, por situações de de- feito ou operações de comutação de equipamentos ligados à rede elétrica; › Flutuação da tensão (flicker): acontece devido a variações in- termitentes de certas cargas, causando flutuações nas ten- sões de alimentação (que se tra- duz, por exemplo, em oscilações na intensidade da iluminação elétrica); › Micro-cortes de tensão (notches): resultam de curto-circuitos mo- mentâneos, que ocorrem duran- te intervalos de comutação dos semicondutores de potência dos retificadores; › Transitórios: ocorrem como re- sultado de fenómenos transitó- rios como a comutação de bancos de condensadores ou descargas atmosféricas. Figura 2. Problemas de qualidade de energiaelétrica. A R TI G O C IE N TÍ F IC O 6 ORIGENS DA “polUição” HARMóNICA Grande parte dos problemas que sur- gem nos sistemas elétricos tem origem na excessiva distorção das correntes ou tensões junto ao consumidor final. A principal causa deste fenómeno, que pode ser visto como um tipo de po- luição do ambiente eletromagnético, é a crescente popularidade dos equipa- mentos eletrónicos alimentados pela rede elétrica como computadores, apa- relhos de televisão, balastros eletróni- cos para lâmpadas de descarga, contro- ladores eletrónicos para uma enorme variedade de cargas industriais, entre outros. Quase todos os equipamentos ele- trónicos com alimentação monofásica ou trifásica incorporam um circuito retificador à sua entrada, seguido de um conversor comutado do tipo cc-cc ou cc-ca. Um dos tipos de retificado- res mais utilizados em equipamentos de baixa potência é o retificador mo- nofásico de onda completa com filtro capacitivo, que possui uma corrente de entrada altamente distorcida, tal como se mostra na Figura 3. O elevado conte- údo harmónico da corrente distorce a tensão de alimentação devido à queda de tensão na impedância das linhas. Os controladores de fase, muito utilizados para controlar a potência em sistemas de aquecimento e ajustar a in- tensidade luminosa de lâmpadas (dim- mers), também produzem formas de onda com conteúdo harmónico subs- tancial e interferência eletromagnética de alta-frequência. Mesmo as lâmpadas fluorescentes normais contribuem sig- nificativamente para os harmónicos na rede, devido ao comportamento não linear das descargas em meio gasoso e ao circuito magnético do balastro, que pode operar na região de saturação. Para além da distorção das formas de onda, a presença de harmónicos nas linhas de distribuição de energia origina problemas em equipamentos e componentes do sistema elétrico, no- meadamente [2-8]: › aumento das perdas (aquecimen- to), saturação, ressonâncias, vibra- ções nos enrolamentos e redução da vida útil de transformadores; › aquecimento, binários pulsantes, ruído audível e redução da vida útil das máquinas elétricas rotativas; › disparo indevido dos semicondu- tores de potência em retificado- res controlados e reguladores de tensão; › problemas na operação de relés de proteção, disjuntores e fusíveis; › aumento nas perdas dos conduto- res elétricos; › aumento considerável na dissipa- ção térmica dos condensadores, le- vando à deterioração do dielétrico; › redução da vida útil das lâmpadas e flutuação da intensidade luminosa (flicker – para o caso de ocorrência de subharmónicos); › erros nos medidores de energia elétrica e instrumentos de medida; › interferência eletromagnética em equipamentos de comunicação; › mau funcionamento ou falhas de operação em equipamentos eletró- nicos ligados à rede elétrica como computadores, controladores ló- gicos programáveis (PLCs), siste- mas de controlo comandados por microcontroladores, entre outros (cabe lembrar que estes equipa- mentos controlam processos de fabrico). NORMALIZAÇÃO Estima-se que em países industrializa- dos cerca de 50 a 60% de toda a potên- cia elétrica flui através de um qualquer equipamento de eletrónica de po- tência originando, por isso, eventuais problemas de qualidade de energia elétrica. E esta percentagem tem vin- do sempre a aumentar. Na Suíça, por exemplo, o conteúdo harmónico nos sistemas de distribuição em Baixa Ten- são subiu de 3,6% no ano de 1971 para 4,7% em 1991. Para combater o aumento da “po- luição” eletromagnética, organizações como a CEI – Comissão Electrotécnica Internacional (IEC – International Elec- trotechnical Commission) e o IEEE – Ins- tituto dos Engenheiros Eletrotécnicos e Eletrónicos – têm elaborado Normas para limitar os conteúdos harmónicos nos sistemas elétricos. Ao mesmo tem- po, fabricantes e utilizadores de equi- pamentos de eletrónica de potência têm vindo a desenvolver soluções para os problemas existentes. No âmbito da Comunidade Euro- peia, no sentido da harmonização da legislação sem a qual ficaria afetada a livre troca de bens e serviços, várias Diretivas foram publicadas tendentes a eliminar as diferenças na legislação dos diferentes estados. Uma dessas Direti- vas é a Diretiva de Conselho n.º 85/374 sobre responsabilidade por produtos defeituosos. O seu 2.º Artigo define a eletricidade como um produto, e como tal tornou-se necessário definir as suas caraterísticas, o que originou a Norma Europeia EN 50160. NORMA NE/EN 50160 “Caraterísticas da Tensão Fornecida pelas Redes Públicas de Distribuição” – – Esta Norma, publicada pelo CÉNÉLEC (Comité Europeu de Normalização Electrotécnica), define no ponto de fornecimento ao consumidor (PCC – – Point of Common Coupling), as cara- terísticas principais da tensão para as redes públicas de abastecimento de energia em Baixa Tensão e Média Ten- são como frequência, amplitude, for- ma de onda, cavas de tensão, sobreten- sões, harmónicos e inter-harmónicos de tensão, simetria das tensões trifási- cas, transmissão de sinais de informa- ção pelas redes de energia [9]. Figura 3. Retificador monofásico com filtro capacitivo: (a) formas de onda da tensão e da corrente de entrada; (b) harmónicos da corrente (valores normalizados). A R TI G O C IE N TÍ F IC O 7 Para as redes de Baixa Tensão (BT), relativamente aos harmónicos de tensão, nas conduções normais de exploração, durante o período de uma semana, 95% dos valores eficazes de cada harmónico de tensão (valores médios em cada 10 minutos), não de- vem ultrapassar os valores indicados na Tabela 1. Além disso, esta Norma especifi- ca que a taxa de distorção harmónica total da tensão fornecida (tendo em conta os primeiros 40 harmónicos) não deverá ultrapassar 8%. Para as redes de Média Tensão aplica-se a mesma Tabela, com a obser- vação de que o valor do harmónico de ordem 3, dependendo da conceção da rede, pode ser muito mais baixo. NORMA CEI/IEC 61000 A série 61000 de Normas CEI (Comissão Eletrotécnica Internacional) [10-12] diz respeito à compatibilidade eletromag- nética e compreende as seguintes partes: 1) Generalidades – considerações ge- rais, definições, terminologia, e ou- tros (61000-1-x); 2) Ambiente – descrição do ambiente, caraterísticas do ambiente onde vai ser instalado o equipamento, níveis de compatibilidade (61000-2-x); 3) Limites – limites de emissão, de- finindo os níveis de perturbação permitidos pelos equipamentos ligados à rede de energia elétrica, limites de imunidade (61000-3-x); 4) Ensaios e medidas – técnicas de me- dida e técnicas de ensaio para asse- gurar a conformidade com as ou- tras partes da Norma (61000-4-x); 5) Guias de instalação e de atenuação – fornecem guias para a aplicação em equipamentos como filtros, equipamentos de compensação, descarregadores de sobreten- sões e outros, para resolver pro- blemas de qualidade da energia (61000-5-x); 6) Normas gerais e de produto – de- finem os níveis de imunidade re- queridos pelos equipamentos em geral ou para tipos específicos de equipamentos (61000-6-x). Os níveis de compatibilidade ele- tromagnética são especificados de acordo com o vocabulário eletrotécni- co internacional, CEI 60050(161) VEI. Define-se: › Nível de emissão: nível máximo per- mitido para um consumidor de uma rede pública ou para um aparelho; › Nível de compatibilidade: nível má- ximo especificado de perturbação que se pode esperar num dado ambiente; › Nível de imunidade: nível de pertur- bação suportado por um aparelho ou sistema; › Nível de suscetibilidade: nível a partir do qual um aparelho ou sistema começa a funcionar deficientemente. A Norma CEI 61000-2-2 define os níveis de compatibilidade para os harmónicos de tensão para redes de Baixa Tensão, de acordocom a Tabela 2. Por sua vez, a Norma CEI 61000-2-4 estabelece os níveis de compatibilida- de para redes industriais (Tabela 3). Definem-se 3 classes com exigência de compatibilidade diferentes em fun- ção dos ambientes eletromagnéticos possíveis: Classe 1 – Aplica-se a redes pro- tegidas e tem níveis de compatibili- dade mais baixos do que os das redes públicas. Diz respeito à utilização de aparelhos muito sensíveis às perturba- ções da rede elétrica como, por exem- plo, instrumentação de laboratórios tecnológicos, certos equipamentos de automação e de proteção, certos com- putadores, entre outros. Classe 2 – Esta classe aplica-se aos PAC (Ponto de Acoplamento Comum à rede pública) e aos pontos de liga- ção interna nos ambientes industriais em geral. Os níveis de compatibilidade desta classe são idênticos aos das re- des públicas, pelo que os equipamen- tos destinados à utilização nestas redes podem ser usados nesta classe de am- biente industrial. Classe 3 – Esta classe aplica-se so- mente aos pontos de ligação interna dos ambientes industriais. Os níveis de compatibilidade são superiores aos da Classe 2 para certas perturbações. Esta classe deve ser considerada, por exem- plo, quando uma das seguintes con- dições é satisfeita: a maior parte das cargas são alimentadas através de con- versores; existem máquinas de soldar; ocorrem arranques (partidas) frequen- tes de motores de grande potência; as cargas variam rapidamente. Refira-se que os limites máximos individuais dos harmónicos de tensão e a taxa de distorção total impostos pela Norma Europeia NE/EN 50160 Tabela 1. Valores dos primeiros 25 harmónicos de tensão nos pontos de fornecimento, expressos em percentagem da tensão nominal UN. Tabela 2. Níveis de compatibilidade para os harmónicos de tensão em redes públicas de Baixa Tensão. Harmónicos ímpares Harmónicos pares Não múltiplos de 3 Múltiplos de 3 Ordem n Tensão relativa (%) Ordem n Tensão relativa (%) Ordem n Tensão relativa (%) 5 6,0 3 5,0 2 2,0 7 5,0 9 1,5 4 1,0 11 3,5 15 0,5 6 - 24 0,5 13 3,0 21 0,5 17 2,0 19 1,5 23 1,5 25 1,5 Nota: os valores correspondentes aos harmónicos de ordem superior a 25, por serem geralmente baixos e muito imprevisíveis (devido aos efeitos de ressonância), não são indicados nesta tabela. Harmónicos ímpares não múltiplos de 3 Harmónicos ímpares múltiplos de 3 Harmónicos pares Ordem n Tensão harm. (%) Ordem n Tensão harm. (%) Ordem n Tensão harm. (%) 5 6 3 5 2 2 7 5 9 1,5 4 1 11 3,5 15 0,3 6 0,5 13 3 21 0,2 8 0,5 17 2 >21 0,2 10 0,5 19 1,5 12 0,2 23 1,5 >12 0,2 25 1,5 >25 0,2 + 0,5 × 25/n A R TI G O C IE N TÍ F IC O 8 e garantem que o equipamento poluidor não conduz ruído de alta- -frequência para a rede elétrica; › Os transformadores de isolamento com blindagens eletroestáticas ga- rantem não só isolamento galvâni- co como também evitam picos de tensão de modo comum ou entre linhas; › Os transformadores ferro-resso- nantes asseguram a regulação de tensão bem como a filtragem de picos de tensão entre linhas; › A regulação de tensão pode tam- bém ser garantida por transforma- dores com várias saídas associados a um esquema eletrónico de comu- tação por triacs ou tiristores mon- tados em antiparalelo. As interrupções prolongadas de forne- cimento de energia elétrica obrigam à utilização de fontes de alimentação ininterrupção (UPSs) ou a qualquer outra forma alternativa de geração de energia, como os geradores de emergência. A solução para alguns problemas de qualidade de energia elétrica obriga à utilização de conversores comutados (ou ressonantes). É o caso do proble- ma dos harmónicos que em seguida se aborda de forma um pouco mais detalhada. SOLUÇÕES PARA O PROBLEMA DOS HARMóNICOS De forma a cumprir com as regulamen- tações europeias sobre harmónicos (Normas IEC) os equipamentos de ele- trónica de potência devem ser conce- bidos dentro das Normas, ou então, filtros passivos ou ativos devem ser previstos à entrada do equipamento original. Equipamentos de baixa potência (Alimentação Monofásica) O mais simples dos filtros passivos consiste num indutor em série com a entrada do equipamento poluidor, fre- quentemente um retificador com um filtro capacitivo na saída (Figura 4 (a)). Trata-se de uma solução fiável e de baixo custo. Contudo, a bobina é pe- sada (devido ao ferro do seu circuito magnético) e ocupa muito espaço, o Tabela 3. Níveis de compatibilidade para harmónicos. Tabela 4. Limites máximos de distorção. coincidem com os valores das Normas CEI 61000-2-2 e 61000-2-4, Classe 2 para ambientes industriais. NORMA ANSI/IEEE 519 – 1992 De acordo com esta Norma, as em- presas distribuidoras são responsáveis pela manutenção da qualidade da ten- são em todos os seus sistemas [13]. A Norma estipula os limites de distorção para os diferentes níveis de tensão a observar nas redes elétricas, de acordo com a Tabela 4. MONITORIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA A utilização de monitorizadores de qualidade de energia é a melhor forma de detetar e diagnosticar problemas nos sistemas elétricos de potência. Estes equipamentos permitem, basi- camente, medir e registar ao longo do tempo valores de tensões, correntes e potências em vários canais. Com base na informação que vai sendo recolhida é então possível gerar alarmes (eventu- almente em tempo real) e produzir re- latórios de diversos tipos, selecionando aplicações como: Aplicação “Osciloscópio e Distorção Harmónica” – O equipamento funciona como um osciloscópio de vários canais e permite ainda calcular valores mé- dios, “true rms”, máximos e mínimos, de tensões e correntes. Pode ainda identificar os harmónicos e calcular os valores do conteúdo harmónico total (THD – “Total Harmonic Distortion”). Aplicação “Forma de Onda” – Per- mite detetar anomalias nas formas de onda das tensões, armazenando esses eventos juntamente com o instante da ocorrência. Aplicação “Sobretensões e Subten- sões Momentâneas” – Deteta e regista estes fenómenos, juntamente com o instante em que ocorrem e a sua duração. Aplicação “Grandezas Clássicas” – – Permite o cálculo de valores de am- plitude e fase de tensões e correntes, impedâncias, potências aparente, ativa e reativa, fator de potência medidas de energia, valores relativos a desequilí- brios de fases, entre outros. No mercado existe um leque bas- tante variado de equipamentos para monitorizar a qualidade da energia elétrica. Contudo, estes equipamentos são normalmente muito caros, sobre- tudo os que apresentam bons desem- penhos e múltiplas funções. Por essa razão é ainda hoje interessante de- senvolver sistemas de monitorização virtuais baseados na utilização de PCs, placas de aquisição de dados standard e ferramentas de desenvolvimento do tipo LabView, uma vez que é possível conseguir soluções com caraterísti- cas interessantes a custos muito mais baixos. SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS DE QUALIDADE DE ENERGIA ELÉTRICA A solução para os problemas de qua- lidade de energia elétrica tradicionais (excetuando as interrupções de serviço prolongadas) passa pela utilização de alguns dos seguintes condicionadores de rede elétrica: › Os varístores (TVSS – Transient Vol- tage Surge Suppressors) garantem proteção contra picos de tensão nas linhas; › Os filtros de interferência eletro- magnética ajudam a prevenir o pro- blema dos micro-cortes de tensão Classe 1 Classe 2 Classe 3 Distorção harmónica total 5% 8% 10% Tensão nominal no PAC (Un) Distorção harmónica individual (%) Distorção harmónica total (%) Un ≤ 69 kV 3,0 5,0 69 kV < Un ≤ 161 kV 1,5 2,5 Un > 161 kV 1,0 1,5 A R TI G O C IE N TÍ F IC O 9 que limita praticamente esta solução a equipamentos de baixa potência (< 600 VA). Uma alteração muito comum feita no projeto de equipamentos eletró- nicos monofásicos para reduzirsig- nificativamente os harmónicos pro- duzidos, consiste na utilização de um conversor cc-cc do tipo step-up após a ponte retificadora (Figura 4 (b)). Esse circuito, quando corretamente controlado permite que a corrente consumida pelo equipamento seja praticamente sinusoidal, podendo ser usado até à potência normalmente disponível nas tomadas monofásicas (3 kVA). Embora os problemas de peso e espaço aqui não se coloquem, a so- lução apresenta como desvantagens o custo relativamente elevado, a pouca fiabilidade, e o facto de injetar ruído de alta-frequência na linha, devido à comutação do dispositivo semicondu- tor de potência (o que requer um filtro adicional). Equipamentos de Média e Alta Potência Ao contrário dos equipamentos de bai- xa potência, os equipamentos indus- triais, que podem ter potências desde alguns kWs até vários MWs, não estão sujeitos à obrigatoriedade do cumpri- mento de Normas relativas à “poluição” harmónica por eles produzida. A Nor- ma da IEC 61000 que cobre estes casos ainda não está terminada, existindo apenas em forma de esboço. A Norma IEEE 519-1992 cobre aplicações de alta potência, mas o seu cumprimento não é obrigatório. Durante muito tempo, as empresas de distribuição de energia elétrica im- punham aos consumidores industriais apenas limites para a potência reativa consumida. A solução normalmente adotada pelas indústrias consiste na utilização de bancos de condensado- res para a correção do fator de potên- cia da instalação, colocando-o dentro dos limites impostos pela empresa distribuidora. Mais recentemente, as empresas distribuidoras de alguns países que já têm preocupações com os harmóni- cos de corrente que circulam na rede elétrica, obrigam os consumidores a aplicar técnicas de redução de harmó- nicos baseados em filtros passivos. Contudo esta solução apresenta várias desvantagens, nomeadamente: ape- nas filtram as frequências para as quais foram previamente sintonizados; quan- do as tensões de alimentação estão dis- torcidas, mesmo que moderadamente, os filtros passivos absorvem valores elevados de corrente, nas frequências harmónicas para as quais estão sinto- nizados; precisam frequentemente de ser sobredimensionados, uma vez que como não é possível limitar a sua operação a uma certa carga (muitas vezes acabam por absorver harmóni- cos de outras cargas ligadas ao sistema elétrico; podem ocorrer fenómenos de ressonância entre o filtro passivo e as outras cargas ligadas à rede, com resultados imprevisíveis; o dimensio- namento dos filtros passivos deve ser coordenado com as necessidades de potência reativa da carga, sendo difícil fazê-lo de forma a evitar-se que o con- junto opere com um fator de potência capacitivo em algumas condições de funcionamento. Para ultrapassar estas desvanta- gens têm sido feitos recentemente esforços no sentido de desenvolver fil- tros ativos de potência [14-16]. Filtro Ativo Paralelo O filtro ativo de potência do tipo para- lelo (Figura 5) tem como função com- pensar os harmónicos das correntes nas cargas, podendo ainda compensar a potência reativa (corrigindo o fator de potência). Permite ainda compensar a componente de sequência zero da corrente, equilibrando as correntes nas três fases (e eliminando a corrente no neutro) Ou seja, a rede elétrica passa a ver o conjunto constituído pelo filtro ativo e pelas cargas como se se tratasse de um recetor trifásico equilibrado do tipo resistivo. Na Figura 6 apresenta-se o esque- ma elétrico de um filtro ativo paralelo trifásico. O filtro é, basicamente, com- posto por um inversor fonte de tensão com controlo de corrente e o respeti- vo controlador. O controlador, a partir da medida dos valores instantâneos das tensões das fases (v a, vb, vc) e das correntes na carga (ia, ib, ic), produz as correntes de compensação de referên- cia (ica*, icb*, icc*, icn*) para o inversor. O inversor injeta as correntes de compen- sação (ica, icb, icc, icn) requeridas pela car- ga, de forma que as correntes nas fa- ses da rede elétrica (isa, isb, isc) passam a ser sinusoidais e equilibradas, fazendo Figura 4. Soluções para redução dos harmónicos de corrente à entrada dos equipamentos: (a) indutor em série; (b) conversor step-up. Figura 5. Filtro ativo paralelo: exemplo de operação. A R TI G O C IE N TÍ F IC O 1 0 com que a corrente no neutro da rede elétrica (isn) assuma um valor nulo. Filtro Ativo Série O filtro ativo de potência do tipo série (Figura 7) é o dual do filtro ativo para- lelo. A sua função é compensar as ten- sões da rede elétrica (vsa, vsb, vsc), para os casos em que estas contenham harmó- nicos, de forma a tornar as tensões na carga (va, vb, vc) sinusoidais. Em certos casos, dependendo da duração dos fe- nómenos e da energia que o filtro ativo puder disponibilizar, é ainda possível compensar sobretensões, subtensões ou interrupções momentâneas. TEORIAS PARA ANÁLISE DE SISTEMAS ELÉTRICOS COM HARMóNICOS A teoria clássica de análise de circui- tos de Corrente Alternada em regime permanente e para formas de onda de tensão e correntes sinusoidais não é apropriada para o tratamento de siste- mas com harmónicos. Têm surgido diversas teorias [17-21] que permitem lidar com os problemas resultantes do apareci- mento de harmónicos na rede elétri- ca. Destas destaca-se a “teoria geral da potência reativa instantânea em sistemas trifásicos”, também conheci- da por “teoria p-q”, desenvolvida pelo Prof. Akagi, [19,20]. A aplicação desta teoria implica, basicamente, uma trans- formação de coordenadas das tensões e correntes dos eixos a-b-c (sistema trifásico normal) para os eixos α-β-0, e o subsequente cálculo das potências nesse novo referencial: p (potência real instantânea), q (potência imaginária instantânea) e p o (potência instantânea de sequência zero). À luz desta teoria conclui-se que, para que os filtros ati- vos cumpram o seu objetivo, devem permitir anular as componentes de po- tência q, po, e a componente alternada da potência p. CONCLUSÃO Este artigo apresentou, de forma sucinta, um assunto atual e de gran- de relevância para as indústrias em geral: o problema da qualidade de energia elétrica. Mercê da utilização crescente e generalizada de equipa- mentos de eletrónica de potência, que “poluem” os sistemas elétricos, e necessidade da automatização dos sistemas de produção, que obriga a que cada vez mais se utilizem contro- ladores eletrónicos extremamente sensíveis ao meio eletromagnético em que estão inseridos, a atenção dada à qualidade da energia elétrica é crucial tendo em vista a garantia da qualidade do produto final e a redu- ção de custos de produção. O investimento em equipamentos de baixa potência tendo em vista a so- lução dos problemas de qualidade de energia elétrica resultante dos harmó- nicos pode pagar-se em poucos anos, mesmo que se contabilizem apenas as perdas nos transformadores e con- dutores do sistema de alimentação da indústria. Muitos dos problemas de qualida- de de energia podem fazer com que alguns equipamentos funcionem de forma incorreta e levar à interrupção de processos de fabrico com prejuí- zos muito elevados. Tais problemas podem ser resolvidos quando as suas causas são identificadas e se adotam as medidas apropriadas para a sua correção. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à FCT (Fun- dação para a Ciência e a Tecnolo- gia), financiadora do Projeto POCTI/ ESE/41170/2001. BIBLIOGRAFIA [1] Gerg Mazurkiewicz, www.achrnews.com/ CDA/ArticleInformation/ features/BNP__ Features__Item/0,1338,62014,00.html, 2001; [2] IEEE Task Force, Effects of Harmonics on Equipments, IEEE Trans. Power Delivery, vol. 8, no. 2, pp. 672-680, Abril de 1993; [3] Henderson, R. D., Rose P. J., Harmonics: The Effects on Power Quality and Trans-formers, IEEE Trans. Industry Applications, vol. 30, pp. 528-532, 1994; Figura 6. Esquema de um filtro ativo paralelo. Figura 7. Esquema de um filtro ativo série. P U B [4] Fuchs, Roesler, Alashab, Sensitivity of Electrical Appliances to Harmonics and Fractional Harmonics of the Power System’s Voltage. Part I: Transformers and Induction Machines, IEEE Trans. Power Delivery, Vol. PWRD-2, No. 2, pp. 435-444, Abril de 1987; [5] Girgis, Nims, Jacamino, Dalton, Bishop, Effect of Voltage Har- monics on the Operation of Solid State Relays in Industrial Ap- plications, Proc. IAS, pp. 1821-1828, 1990; [6] Cavallini A., Ghinello I., Mazzanti G., Montanari G. C., Consider- ations on the Life Performance and Installation Practice of Shunt Capacitors in the Presence of Harmonics Generated by Ac/Dc Converters, IEEE Trans. Power Delivery, vol. 14, no. 1, Jan. 1999; [7] Cavalcante, F., Stephan R., Mello A., Américo M., Harmonic Ef- fects on Electrical Measurement Instruments, Proc. IEEE, pp. 531-536, 1996; [8] IEEE Working Group, “Power Lines Harmonics Effects on Com- munication Line Interference”, IEEE Trans. Power Apparatus and Systems, vol. 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S., Couto, C., Active Filters with Con- trol Based on the p q Theory, IEEE Industrial Electronics Society Newsletter, vol. 47, nº 3, Setembro de 2000; [16] Afonso, J. L., Aredes, M., Watanabe, E., Martins, J. S., Shunt Ac- tive Filter for Power Quality Improvement, International Confe- rence UIE 2000, Lisboa, Portugal, 1 a 4 de Novembro de 2000; [17] Depenbrock, M., Skudelny, H., Dynamic Compensation of Non- Active Power Using the FBD-Method – Basic Properties Demon- strated by Benchmark Examples, ETEP - Eur. Trans. Elect. Power Eng., vol. 4, no. 5, pp. 381-388, Sept/Oct 1994; [18] Marques, G. D., “A Comparison of Active Power Filter Control Methods in Unbalanced and Non-sinusoidal Conditions”, IESC, IECON’98, Ago.- Set., pp. 444-449; [19] Akagi, H., Kanazawa, Y., Nabae, A., Generalized Theory of the Instantaneous Reactive Power in Three-Phase Circuits, IPEC’83 - Int. 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A nt un es F er na nd es (1 ) (1 ) C IS E – El ec tr o m ec ha tr o ni c Sy st em s R es ea rc h C en tr e (2 ) C A ST – C en tr e fo r A er o sp ac e Sc ie nc e an d T ec hn o lo gi es U ni ve rs id ad e d a B ei ra In te ri o r ca b ri ta @ ub i.p t Estados e tempos de manutenção de um bem RESUMO Para um melhor entendimento de diver- sos aspetos abordados no nosso último artigo (revistas 117 e 118/119), relacio- nado com manutibilidade e disponibilida- de apresentam-se, de forma discrimina- da, os conceitos e definições associados aos estados de um bem (item) e aos seus tempos de manutenção. 1. ESTADOS DE UM BEM Na Figura 1 exemplificam-se, de forma esquemática, os diferentes estados de um bem, de acordo com a Norma NP EN 13306:2007, “Terminologia da Ma- nutenção”. Ainda de acordo com esta Norma tem-se, respetivamente: › Estado de disponibilidade: estado de um bem caraterizado pelo facto que pode cumprir uma função requerida, assumindo que o fornecimento de recursos externos, eventualmente necessários, está assegurado; › Estado de indisponibilidade: estado de um bem caraterizado por um es- tado de avaria ou por uma eventual incapacidade para desempenhar uma função requerida durante a manutenção preventiva; › Estado de repouso: estado de um bem disponível quando não está em funcionamento durante um tempo em que não é requerido; › Estado de espera: estado de um bem disponível quando não está em funcionamento durante um tempo em que é requerido; › Estado de funcionamento: estado de um bem que cumpre uma fun- ção requerida; › Estado de incapacidade: estado de um bem caraterizado pela sua inap- tidão para cumprir uma função re- querida, seja qual for a razão; › Estado de incapacidade externa: estado de incapacidade de um bem disponível, por falta de recursos ex- ternos necessários ou que não está disponível devido a ações programa- das que não sejam de manutenção; manutenção preventiva ou a outras ações programadas, ou ainda devi- da à ausência de recursos externos. 2. TEMPOS DE MANUTENÇÃO Na Figura 3 exemplificam-se os diver- sos tempos relativos aos estados de um bem, assim como os tempos de manutenção, de acordo com a Norma NP EN 13306, tendo-se os seguintes conceitos e definições associadas: › Falha: cessação da aptidão de um bem para cumprir uma função requerida; › Tempo entre falhas: intervalo de tempo de calendário entre duas fa- lhas consecutivas de um bem; › Tempo de disponibilidade: interva- lo de tempo durante o qual um bem está em estado de disponibilidade; › Tempo de indisponibilidade: interva- lo de tempo durante o qual um bem está em estado de indisponibilidade; › Tempo de manutenção: intervalo de tempo durante o qual é realizada, manual ou automaticamente, uma ação de manutenção sobre um bem, incluindo atrasos técnicos e logísticos; › Tempo de manutenção corretiva: parte do tempo de manutenção durante o qual a manutenção cor- retiva é efetuada num bem, incluin- do atrasos técnicos e logísticos ine- rentes à manutenção corretiva; › Tempo de manutenção preventiva: parte do tempo de manutenção du- rante o qual é efetuada a manuten- ção preventiva num bem, incluindo Estado de Indisponibilidade Estado de Disponibilidade Estado de Repouso Estado de Espera Estado de Funcionamento Estado de Incapacidade Externa Tempo Requerido Tempo não Requerido Tempo Requerido Tempo não Requerido Figura 1. Exemplificação dos estados de um bem, de acordo com a Norma NP EN 13306. › Tempo requerido: intervalo de tem- po durante o qual o utilizador exige que o bem esteja em condições de cumprir uma função requerida; › Tempo não requerido (não definido na norma): intervalo de tempo du- rante o qual o utilizador não exige que o bem esteja em condições de cumprir uma função requerida. Por sua vez, a Figura 2 exemplifica os estados de um bem de acordo com a Secção 191-06 da Norma IEC 60050 (191):1990, “Vocabulaire Electrotechni- que International, Chapitre 191: Sûreté de Fonctionnement et Qualité de Service”. A completar as definições anteriores, têm- se ainda as seguintes (Norma IEC 60050): › Estado ocupado: estado deum bem que se encontra a desempe- nhar uma função requerida por um utilizador e que, por esta razão, não se encontra acessível para ser requerido por outros utilizadores; › Estado de incapacidade interna (não definido na Norma): estado de inca- pacidade de um bem, que não está disponível devido a avaria ou a ações programadas de manutenção; › Estado de manutenção preventiva: estado de um bem que se encontra a ser sujeito a manutenção preventiva, incluindo atrasos técnicos e logísti- cos inerentes a essa manutenção; › Estado de avaria: estado de um bem avariado, isto é, inapto a cumprir uma função requerida, não incluindo a inaptidão devida a Estado de Disponibilidade Estado de Indisponibilidade Estado de Incapacidade Estado de Repouso Estado Ocupado Estado de Incapacidade Externa Estado de Incapacidade Interna Estado de Manutenção Preventiva Estado de Avaria Figura 2. Exemplificação dos estados de um bem, de acordo com a Norma IEC 60050 (191). A R TI G O C IE N TÍ F IC O 1 3 atrasos técnicos e logísticos ineren- tes à manutenção preventiva; › Tempo de repouso: intervalo de tempo durante o qual um bem está em estado de repouso; › Tempo de espera: intervalo de tem- po durante o qual um bem está em estado de espera; › Tempo de funcionamento entre ava- rias: duração acumulada dos tempos de funcionamento entre duas falhas consecutivas de um bem; › Tempo de incapacidade externa (não definido na Norma): intervalo de tempo durante o qual um bem está em estado de incapacidade externa; › Tempo requerido: intervalo de tem- po durante o qual o utilizador exige que o bem esteja em condições de cumprir uma função requerida; › Tempo não requerido (não definido na Norma): intervalo de tempo du- rante o qual o utilizador não exige que o bem esteja em condições de cumprir uma função requerida; › Tempo de calendário (não defini- do na Norma): intervalo de tempo medido entre dias consecutivos e completos de calendário. Adicionalmente, na Figura 4 mostra-se o diagrama dos tempos de manuten- ção de acordo com a Secção 191-08 da Norma IEC 60050. Ainda de acordo com esta Norma, como complemento dos tempos já de- finidos anteriormente, têm-se ainda os seguintes conceitos e definições: › Tempo de incapacidade: intervalo de tempo durante o qual um bem está em estado de incapacidade; › Tempo de avaria latente: intervalo de tempo entre uma falha e a dete- ção da avaria daí resultante; › Atraso administrativo: dura- ção acumulada dos tempos du- rante os quais as operações de manutenção de um bem não podem ser realizadas por razões administrativas; › Tempo de manutenção ativa: parte do tempo de manutenção durante o qual uma operação de manuten- ção é efetuada num bem, quer ma- nual ou automaticamente, excluin- do os atrasos logísticos (nota: uma ação de manutenção ativa poderá ser efetuada enquanto o bem está a cumprir uma função requerida); › Atraso logístico: tempo acumulado durante o qual a manutenção não pode ser efetuada, devido à neces- sidade de se adquirir recursos de manutenção, excluindo qualquer atraso administrativo (nota: os atrasos logísticos podem ser devi- dos, por exemplo, a deslocações não previstas às instalações, espera da chegada de sobressalentes, de técnicos especialistas, de equipa- mentos de ensaios ou de informa- ção, ou ainda a condições ambien- tais não apropriadas); › Tempo de manutenção corretiva ativa: parte do tempo de manuten- ção ativa durante o qual são reali- zadas operações de manutenção corretiva num bem. › Tempo de manutenção preventi- va ativa (não definido na norma): parte do tempo de manutenção ativa durante o qual são realizadas operações de manutenção preven- tiva num bem; › Atraso técnico: tempo acumulado durante o qual é necessário efetuar operações técnicas auxiliares asso- ciadas às operações de manuten- ção propriamente ditas; › Tempo de localização da avaria: parte do tempo de manutenção corretiva ativa durante o qual se efetua a localização da avaria; › Tempo de correção da avaria: parte do tempo de manutenção corretiva ativa durante o qual se efetua a cor- reção da avaria; › Tempo de verificação de funcio- namento: parte do tempo de ma- nutenção corretiva ativa durante o qual se efetua a verificação do funcionamento; › Tempo de reparação: parte do tem- po de manutenção corretiva ativa durante o qual se efetuam as ope- rações de reparação do bem. Quanto ao nosso Artigo (revistas 117 e 118/119), propôs-se o seguinte no senti- do da simplificação dos tempos inerentes às atividades de manutenção (Figura 5): › Os tempos de manutenção, de in- disponibilidade e de incapacidade são coincidentes, admitindo-se também que as operações de ma- nutenção possam ocorrer com o bem em funcionamento; › Para a manutenção preventiva não se incluem atrasos logísticos, na medida em que é uma manutenção planeada, contudo considera-se a possibilidade de serem necessários ensaios de verificação; › Para a manutenção corretiva, du- rante o tempo de avaria latente, o bem poderá não se encontrar em estado de indisponibilidade e Falha Falha Tempo entre Falhas Tempo de Indisponibilidade Tempo de Disponibilidade Tempo de Manutenção Corretiva Tempo de Manutenção Preventiva Tempo de Repouso Tempo de Espera Tempo de Funcionamento entre Avarias Tempo de Incapacidade Externa Tempo não Requerido Tempo Requerido Tempo não Requerido Tempo Requerido Tempo não Requerido Tempo de Calendário Figura 3. Tempos relativos aos estados de um bem, e tempos de manutenção, de acordo com a Norma NP EN 13306. Tempo de Disponibilidade Tempo de Indisponibilidade Tempo de Disponibilidade Tempo de Incapacidade Tempo de Manutenção Tempo de Avaria Latente Atraso Administrativo Tempo de Incapacidade Externa Tempo de Manutenção Tempo de Manutenção Ativa Tempo de Manutenção Preventiva Tempo de Manutenção Corretiva Atraso Logístico Tempo de Manutenção Preventiva Ativa Tempo de Manutenção Corretiva Ativa Atraso Logístico Atraso Técnico Tempo de Localização da Avaria Tempo de Correção da Avaria Tempo de Verificação de Funcionamento Tempo de Reparação Figura 4. Diagrama dos tempos de manutenção de um bem, de acordo com a Norma IEC 60050. A R TI G O C IE N TÍ F IC O 1 4 P U B incapacidade, considerando-se que os tempos associados a estes esta- dos correspondem aos tempos de manutenção ativa e de reparação. Curiosamente, existe uma contradição entre as Normas IEC 60050 e IEC 61703: › A Norma IEC 61703 apresenta, para bens reparáveis com tempo de ava- ria não nulo, a expressão de MTTR (Mean Time to Restoration, Média dos Tempos de Recuperação), fa- zendo referência à sua definição na Norma IEC 60050 (Ref. 191-13-08) – “esperança matemática (valor mé- dio) da duração do tempo de avaria”, definição esta que coincide com a designação atribuída na Norma 61703: “duração média de avaria, ou tempo médio de recuperação”. › Na Secção 191-08 (tempos de manu- tenção) da Norma 60050, o tempo Tempo de Disponibilidade Tempo de Indisponibilidade Tempo de Disponibilidade Tempo de Indisponibilidade Tempo de Incapacidade Tempo de Incapacidade Tempo de Manutenção Corretiva Tempo de Manutenção Preventiva Tempo de Manutenção Preventiva Tempo de Manutenção Preventiva Tempo de Manutenção Preventiva Ativa Tempo de Verificação de Funcionamento Tempo de Manutenção Corretiva Tempo de Avaria Latente Tempo de Indisponibilidade Tempo de Incapacidade Interna Tempo de Manutenção Corretiva Ativa Atraso Administrativo Atraso Logístico Atraso Técnico Tempo de Localização da Avaria Tempo de Correção da Avaria Tempo de Verificação do Funcionamento Tempo de Reparação Figura 5. Diagrama dos tempos de manutenção de um bem, de acordo com a proposta dos autores. Estado de DisponibilidadeEstado de Indisponibilidade (permanente) Falha Figura 6. Bem não reparável. Est. de Disp. Est. de Disp. Est. de Disp. Est. de Disp. Falha Falha Falha Figura 7. Bem reparável com tempo de avaria nulo. Est. de Disp. Est. de Indisp. Est. de Disp. Est. de Indisp. Est. de Disp. Falha Recuperação Falha Recuperação Figura 8. Bem reparável com tempo de avaria não nulo. Estado de Disponibilidade Estado de Funcionamento Contínuo EF ER EE EF EE EF Estado de Funcionamento Intermitente EF – Estado de Funcionamento ER – Estado de Repouso EE – Estado de Espera Figura 9. Funcionamento contínuo e funcionamento intermitente de um bem. de avaria latente e o atraso adminis- trativo não fazem parte do tempo de manutenção (ver Figura 4). › No entanto, na Norma IEC 61703 tem-se: MTTR = MUFT + MAD + MLD + MACMT = = MUFT + MAD + MLD +MTD + MRT sendo MUFT o Mean Undetected Fault Time (Tempo Médio de Avaria Latente), MAD o Mean administrative Delay (Atra- so Administrativo Médio), MLD o Mean logistic Delay (Atraso Médio Logístico), MACMT o Mean ative Corrective Main- tenance Time (Tempo Médio de Manu- tenção Corretiva Ativa), MTD o Mean Technical Delay (Atraso Técnico Médio), e MRT o Mean Repair Time (Tempo Médio de Reparação). Ou seja, a IEC 61703 inclui o tempo de avaria latente e o atraso administrativo no tempo de manutenção, tal como o fizeram os au- tores (ver Figura 5). 3. BENS NÃO REPARÁVEIS E REPARÁVEIS Nas Figuras 6, 7 e 8 exemplificam-se respetivamente os conceitos de bem não reparável, bem reparável com tem- po de avaria nulo, e bem reparável com tempo de avaria não nulo. Por sua vez, na Figura 9 diferencia-se um bem em funcionamento contínuo de um bem em funcionamento intermitente, se- gundo a Norma IEC 61703. 4. OBSERVAÇÕES › Aconselha-se a leitura do excelente livro de referência, de José Saraiva Cabral, da Lidel em 2009, intitulado “Gestão da Manutenção de Equipa- mentos, Instalações e Edifícios”; › A Norma IEC 60050 (191) serviu de base para a elaboração da EN 13306:2001, sendo a NP EN 13306 uma tradução desta última para a língua portuguesa; › Na Norma IEC 60050 (191), Ref. 191-04-01, failure, défaillance, fallo, têm o mesmo significado (falha), definida como a cessação da aptidão de um bem para des- empenhar uma função requerida; › Na Norma IEC 60050 (191), Ref. 191-05-01, fault, panne, avería, têm o mesmo significado (avaria), defin- ida como o estado de um bem ca- raterizado pela sua inaptidão para desempenhar uma função requeri- da, excluindo a inaptidão devida à manutenção preventiva ou a outras ações programadas, ou à ausência de recursos externos; › Na Norma NP EN 13306, failure e fault são traduzidas respetivamen- te para avaria e falha, sendo acon- selhável que, na próxima revisão desta Norma, sejam repostas as traduções corretas. A este pro- pósito, aconselha-se a leitura da comunicação intitulada “Conceitos e Definições de Falha e avaria nas Normas Portuguesas de Manuten- ção NP EN 13306:2007 e NP EN 15341:2009”, de C. Pereira Cabrita e A. J. Marques Cardoso, apresen- tada no 17.º Congresso Ibero-Ame- ricano de Manutenção. M P U B 1 6 124 M E S PA Ç O D E F O R M A Ç Ã O A resistência elétrica define-se como a maior ou menor dificuldade que os materiais apresentam à passagem da corrente elétrica. A unidade desta grandeza é o Ohm (Ω) e o aparelho utilizado para a sua medição é o ohmímetro, que deve ser ligado em paralelo com o elemento em análise. A presente Ficha Técnica abordará esta grandeza e a forma como varia com a temperatura, comprimento, secção e tipo de material. 4. RESISTÊNCIA ELÉTRICA 4.1. Resistência de um condutor Para estudar o conceito de resistência elétrica de um con- dutor iremos realizar uma experiência na qual iremos cons- truir dois circuitos elétricos constituídos por um gerador (pilha), que irá gerar uma diferença de potencial constante, um recetor, que poderá ser uma lâmpada da experiência anterior e um interruptor. Este último dispositivo é um apa- relho de corte e comando que nos permite ligar e desligar a nossa lâmpada. Obviamente que estes dispositivos terão de ser interligados através de elementos que possibilitem a passagem dos eletrões. A estes elementos dá-se o nome de condutores, e normalmente nos circuitos mais comuns são produzidos em cobre. A única diferença entre os circuitos é o condutor metálico colocado entre os pontos identifica- dos na Figura 19. Iremos ainda ligar em série com o circuito um amperímetro para medição da intensidade de corrente elétrica. a) Interruptor para circuitos eletrónicos. b) Símbolo de um interruptor. Figura 18. Elementos necessários à construção dos circuitos elétricos. Figura 19. Circuitos elétricos para estudo da resistência elétrica. Ficha técnica n.o 4 Antes de ligarmos o interruptor S podemos verificar que o amperímetro regista uma corrente elétrica nula. Isto verifica- -se já que temos um circuito aberto, logo os eletrões não podem circuitos entre o terminal positivo e negativo do gerador. Após ligarmos o interruptor estabelece-se uma corrente elétrica, que convencionalmente seguirá o sentido do pólo positivo para o pólo negativo. Nesta circunstância estamos perante um circuito fechado. Contudo, por análise dos dois amperímetros registamos as seguintes medições: Tabela 7. Valores de intensidade de corrente elétrica obtidos na experiência. Identificação do circuito Intensidade de corrente elétrica registada Circuito 1 I1 = 0,2 A Circuito 2 I1 = 0,1 A Dos valores obtidos podemos inferir que o circuito 2 apre- senta uma maior dificuldade à passagem da corrente elétrica, uma vez que a corrente elétrica que nele circula é menor. Podemos introduzir uma nova grandeza que se denomina de resistência elétrica e define-se como a maior ou menor dificuldade que os materiais apresentam à passagem da cor- rente elétrica. Para uma mesma diferença de potencial apli- cada a vários condutores quanto maior a resistência menor será a intensidade de corrente elétrica que o percorre. Na experiência realizada podemos tirar a seguinte conclusão: I1 > I2 R1 < R2 Analisaremos no tema seguinte que além do material exis- tem outros fatores que afetam a resistência de um condutor. O valor da resistência elétrica é definido pela seguinte expressão matemática: R = U I em que: R – Resistência elétrica – Ohm (Ω) U – Diferença de potencial ou tensão (V) I – Intensidade da corrente elétrica (A) P au lo P ei xo to A TE C – A ca d em ia d e Fo rm aç ão 1 7 E S PA Ç O D E F O R M A Ç Ã O A unidade que define a resistência elétrica é o Ohm (Ω) e representa-se por R. O aparelho de medida utilizado para medir esta grandeza é o ohmímetro e liga-se em paralelo. 4.2. Resistividade Já analisamos que a resistência elétrica de um condutor depende diretamente do material que a constitui. Esta gran- deza que carateriza o material designa-se por resistividade e representa-se por r (a leitura é: ró). Contudo existem mais fatores que influenciam a resis- tência de um condutor. Para uma mesma área de secção reta, quanto maior for o comprimento de um condutor maior será o obstáculo oferecido à passagem da corrente elétrica, logo maior a sua resistência: l1 > l 2 R1 > R2 (S constante) Figura 20. Variação da resistência com o comprimento. Analisemos agora o efeito da secção na resistência elétrica dos materiais. Para um mesmo comprimento quanto maior a secção menor dificuldade encontram os eletrões para atraves- sar o condutor, logo regista-se uma menor resistência elétrica: S1 > S 2 R1 < R2 (l constante) Figura 21. Variação da resistência com a secção. A expressão matemática que relaciona estas grandezas é a seguinte: R =ρ · l S em que: R – Resistência elétrica – Ohm (Ω) ρ – Resistividade do material (Ω.m)1 1 É usual a utilização da unidade de resistividade em Ω.mm2/m sendo para tal a secção expressa em mm2. l – Comprimento (m) S – Área de secção (m2) 4.3. Variação da Resistência com a temperatura – Coeficiente de temperatura Além dos fatores analisados no ponto anterior, a resistência elétrica varia também com a temperatura. A grandeza que carateriza esta variação chama-se coeficiente de tempera- tura a (a leitura é: alfa). Tabela 9. Valores de resistividade e coeficiente de temperatura (T=20º C). 2 Material Tipo de material Resistividade (Ω.m) Resistividade (Ω.mm2/m) Coeficiente de temperatura (ºC-1) Prata Condutor 1,6 x 10-8 0,016 0,0036 Cobre Condutor 1,7 x 10-8 0,017 0,0039 Ouro Condutor 2,4 x 10-8 0,024 0,0034 Alumínio Condutor 2,8 x 10-8 0,028 0,004 Carbono Resistente 3500 x 10-8 35 -0,0005 Manganina2 Resistente 42 x 10-8 0,42 0,00002 Silício Semicondutor 640 640 x 106 -0,075 Germânio Semicondutor 0,45 0,45 x 106 -0,048 Porcelana Isolante 3 x 1012 3 x 1018 - Pela análise da Tabela podemos verificar que nos materiais con- dutores o aumento da temperatura conduz a um aumento da resistência, uma vez que o coeficiente de temperatura é posi- tivo. No caso dos materiais semicondutores utilizados em com- ponentes utilizados na eletrónica, como os díodos e os transís- tores, o coeficiente de temperatura é negativo. Isto significa que com o aumento da temperatura a resistência diminui. Tomando como exemplo a prata, quando um condutor deste material com a resistência de 1 Ω sofrer o aumento de 1º C de temperatura a sua resistência irá variar de 0,0036 Ω. › T = 20º C – Rprata = 1 Ω › T = 21º C – Rprata = 1 Ω + 0,0036 = 1,0036 Ω A expressão que permite calcular estas variações é dada por: R 2 = R1 · [1 + α · (T2 – T1)] em que: R2 – Resistência do material à temperatura T2 (Ω) R1 – Resistência do material à temperatura T1 (Ω) T2 – Temperatura mais alta (º C) T2 – Temperatura mais alta (º C) α – Coeficiente de temperatura (º C-1) 2 A manganina é uma liga resistente composta por cobre (86%), manga- nês (12%) e níquel (2%). Tabela 8. Definição da grandeza resistência elétrica. Grandeza Símbolo Unidade Aparelho medida Simbologia Modo de ligação Resistência Elétrica R Ohm (Ω) Ohmímetro Ω Paralelo 1 8 E S PA Ç O D E F O R M A Ç Ã O P U B EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1. Considere um circuito elétrico composto por uma bate- ria de 3,7 V e uma lâmpada. A intensidade de corrente elétrica que percorre o circuito é de 100 mA, determine a resistência deste recetor. RESOLUÇÃO: Todos os recetores apresentam uma resistência elétrica que poderá ser maior ou menor, dependendo do mate- rial elétrico e respetivas caraterísticas que o constitui. 1. Reduzir a corrente elétrica à unidade fundamental (Ampere): 100 mA = 100 × 10-3 A = 0,1 A 2. Aplicação da fórmula que define a resistência elétrica para determinar a resistência da lâmpada: R = U I = 3,7 0,1 = 37 Ω Resposta: A resistência elétrica da lâmpada inserida no circuito é de 37 Ω. 2. Pretende-se construir uma resistência de precisão com o valor de 100 Ω e para tal iremos utilizar um fio de 0,2 mm de diâmetro de manganina que apresenta uma resistivi- dade de 0,42 Ω.mm2/m à temperatura de 20º C. 2.1. Calcular o comprimento de fio necessário para construir a resistência. 2.2. Se a temperatura subir para 40º C, qual o valor da resistência construída? RESOLUÇÃO: 1.1. Cálculo do comprimento de fio necessário para construir uma resistência: 1. Cálculo da secção do fio de manganina: Figura 22. Cálculo da área de secção de um círculo. Sendo o raio metade do diâmetro teremos: S = π · r 2 = π · d 2 2 = π · d 2 22 S = π · d 2 4 Substituindo pelo diâmetro obtemos: S = π · d 2 4 = 3,14 · 0,2 4 = 0,0314 mm2 2. Cálculo do comprimento de fio necessário: R = ρ · l S l = R.S ρ l = 100 × 0,0314 0,42 = 7,48 m Resposta: Para construir uma resistência elétrica de fio de manganina de 100 Ω serão necessários 7,48 metros de fio. 2.2. Cálculo da resistência de manganina construída a 40º C: A manganina é utilizada na produção de resistên- cias de precisão pois é um dos materiais resistentes, cujo valor óhmico quase não varia com a tempera- tura. O seu coeficiente de temperatura é muito re- duzido: α(20º C) = 0,00002º C -1. R2 = R1 · [1 + α · (T2 – T2)] R2 = 100 × [1 + 0,00002 × (40 – 20)] R2 = 100,04 Ω Resposta: A resistência do condutor à temperatura de 40º C apresenta o valor de 100,04 Ω. Como esperado, a variação com a subida de 20º C de temperatura foi muito reduzida devido ao baixo coeficiente de temperatura da manganina. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1. Um fio metálico apresenta uma resistência elétrica de 100 Ω e é percorrido por uma intensidade de corrente elétrica de 500 mA. Determine a diferença de potencial a que está submetido. Resposta: U = 50 V 2. Um fio condutor de cobre apresenta 100 metros de com- primento sendo a sua área de secção reta de 1,0 mm2. Calcule qual a sua resistência elétrica à temperatura de 20º C. Resposta: R = 1,7 Ω 3. Considere um fio de prata com 10 m de comprimento e 2,0 mm de diâmetro que apresenta a resistência elétrica de 0,05 Ω. Através destes dados determine a resistivida- de da prata. Resposta: ρ = 0,016 Ω.mm2/m ou 1,6 × 10-8 Ω.m. 4. Nas linhas de transporte de eletricidade é normalmente utilizado o alumínio. Este material, além de apresentar uma resistividade superior quando comparado com o co- bre, apresenta a vantagem de ser mais leve. Considere um fio de alumínio com 2 km e uma área de secção reta de 30 mm2. A resistividade do alumínio é de 0,028 Ω.m e o coeficiente de temperatura apresenta o valor de 0,004º C-1 à temperatura de 20º C. 4.1. Determine a resistência do condutor. 4.2. Se a temperatura aumentar para 60º C qual a resis- tência do fio de alumínio? 4.3. Qual o efeito na resistência do fio se o comprimen- to for reduzido a metade? Resposta: 4.1) R = 1,87 Ω; 4.2) R=2,17 Ω. M P U B 2 0 124 M IN F O R M A Ç Õ E S A P M I Se cç ão r ed ig id a se gu nd o o A nt ig o A co rd o O rt o gr áfi co w w w .a p m i.p t CHAMADA PARA TRABALHOS TÉCNICOS A Associação Portuguesa de Manutenção Industrial – A.P.M.I., realiza o 13.º Congresso Nacional de Manutenção nos dias 19 e 20 de Novembro de 2015, no Centro de Congressos de Aveiro. Simultaneamente organiza, em colaboração com a AAMGA – As- sociação Angolana de Manutenção e Gestão de Activos, o 3.º En- contro de Manutenção dos Países de Língua Oficial Portuguesa. Comunicações ao congresso Os resumos de trabalhos a apresentar em Língua Portu- guesa, não deverão exceder as 250 palavras nem ultrapas- sar uma Página A4 dactilografada a dois espaços, tipo de letra Arial, tamanho 10. O template está disponível em: http://www.apmi.pt/o-que-fazemos/congressos. Deverão ser enviados à Comissão Organizadora até 15 de Maio de 2015. Até 15 de Junho de 2015 serão con- tactados os autores dos trabalhos aceites a Congresso. Até 15 de Setembro de 2015 os autores dos trabalhos aceites deverão enviar os textos definitivos. Os temas abordados nesta edição são: › Gestão e organização da Manutenção; › Tecnologias aplicadas à Manutenção; › Formação em Manutenção; › Normalização e certificação; › Segurança na Manutenção; › Manutenção de equipamentos para as indústrias agrícola e extractiva; › A Internacionalização da Manutenção; › A Manutenção inserida numa política de Gestão de Activos. EVENTOS PARALELOS: Dia 18 de Novembro - Cursos de Formação Profissional Dia 21 de Novembro - Visita Técnica INSCRIÇÕES: Inscrições recebidas até 30 de Abril de 2015: Sócio APMI/AAMGA/AEP/APQ/ATEC ........................... 380,00 € Não Sócios ........................................................................ 430,00€ Estudantes ...................................................................... 220,00 € Inscrições a partir de 1 de Maio de 2015 Sócio APMI/AAMGA/AEP/APQ/ATEC ........................... 430,00 € Não Sócios ........................................................................ 530,00 € Estudantes ....................................................................... 250,00 € O custo de Inscrição compreende: › Participação no Congresso (19 e 20 de Novembro de 2015); › Documentação/Actas do Congresso; › Almoços; › Pausas para café; › Certificado de Presença; › Visita Técnica. O custo da inscrição no Congresso não abrange os eventos paralelos do dia 18 de Novembro de 2015 nem o Jantar do Congresso. Descontos para Empresas: 3 ou mais inscritos ................ 10% Elementos de Grupos de 10 ou mais Estudantes .....70,00 € Este preço não abrange os eventos paralelos do dia 18 de Novembro nem o Jantar do Congresso. CURSOS PARALELOS – 18 de Novembro de 2015 «Tecnologias ligadas à Manutenção» «Novas Filosofias de Manutenção» «NP EN ISO 55000» Para os cursos, que têm a duração de 7 horas, a realizar em 18 de Novembro de 2015, os preços das inscrições são os seguintes: Sócio APMI/AAMGA/AEP/APQ/ATEC ........................... € 200,00 Não Sócios ........................................................................ € 240,00 Estudantes ....................................................................... € 100,00 O custo de Inscrição compreende: Documentação, Certificado, Almoço e Pausas para Café. ENTREGA DE RESUMOS ATÉ 15 DE MAIO DE 2015 13.º CONGRESSO NACIONAL DE MANUTENÇÃO CENTRO DE CONGRESSOS DE AVEIRO 19 E 20 DE NOVEMBRO DE 2015 FICHA DE INSCRIÇÃO Agradeço a minha inscrição no 13.º C.N.M. | 19 e 20 de Novembro de 2015, Centro de Congressos de Aveiro NOME: N.º DE CONTRIBUINTE: MORADA: LOCALIDADE: CóDIGO POSTAL: TELEFONE/TM: FAx: E-MAIL: PROFISSÃO: CARGO: EMPRESA: DEPARTAMENTO: MORADA LOCALIDADE CóDIGO POSTAL: N.º DE CONTRIBUINTE: TELEFONE: ExTENSÃO: FAx: E-MAIL: TM: SóCIO APMI/AAMGA/AEP/APQ/ATEC NÃO SóCIO ESTUDANTE DESEJO APRESENTAR UM TRABALHO TÉCNICO: SIM NÃO TEMA: TíTULO: INSCREVO-ME NO CURSO: FORMAS DE PAGAMENTO CHEQUE N.º SOBRE O BANCO NO VALOR DE: NIF DA APMI: 501 654 267 TRANSFERêNCIA BANCÁRIA PARA SANTANDER TOTTA – LUMIAR, LISBOA. NIB: 0018 0000 08741608001 60 P U B P U B 2 2 IN F O R M A Ç Õ E S A P M I Nova sede da A.P.M.I. A A.P.M.I. mudou a sua Sede para a Travessa das Pedras Negras, N.º 1, 1.º Dto. em Lisboa. A nova sede está instalada num Edifício do Séc. xVIII, mo- dificado no Séc. xIx. A sua fachada integra quatro lápides com inscrições romanas, conhecidas como Lápides das Pe- dras Negras, sendo duas delas dedicadas aos deuses Mer- cúrio e Cibele; classificadas como Monumento Nacional, desde 1910, foram descobertas aquando da construção do prédio, juntamente com imponentes ruínas romanas. As novas instalações são amplas, arejadas e luminosas e contam com uma sala de Formação com capacidade para 20 formandos. 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Fotocopie, preencha e envie a: Associação Portuguesa de Manutenção Industrial Rua dos Sapateiros, 207, 2.º Esq. 1100-578 Lisboa Telf.: +351 217 163 881 · Fax: +351 217 162 259 apmigeral@mail.telepac.pt ·www.apmi.pt SóCIO COLECTIVO A.P.M.I. - CUPÃO DE INSCRIÇÃO Pretendemos tornar-nos Sócio Colectivo da Associação Portuguesa de Manutenção Industrial, de acordo com o Regulamento a seguir indicado: 1. De acordo com os Estatutos da A.P.M.I. - Capítulo II, Art.º 4º, podem ser membros todas as pessoas colectivas que reconheçam a utilidade da Associação e estejam interessadas no desenvolvimento dos seus objectivos. 2. As pessoas colectivas que detenham instalações fabris fisicamente distintas da Sede Social serão consideradas como Sócios nas seguintes condições: 2.1 A Sede Social inscrever-se-á como Sócio Colectivo. 2.2 Se a empresa detiver centros fabris todos fisicamente distintos da Sede Social, só beneficiam da qualidade de Membro Colectivo a Sede Social e uma instalação fabril expressamente designada na proposta de admissão. 2.3 As restantes instalações fabris que estejam interessadas em beneficiar igualmente da qualidade de membro colectivo da APMI deve- rão inscrever-se expressamente uma a uma. 3. Os membros Colectivos designarão o seu representante através de carta enviada à Direcção da Associação. A representação é válida por um ano. 4. Os membros Colectivos receberão um exemplar da Revista “Manutenção”. Poderão receber os números de exemplares que pretenderem pelo valor das assinaturas que subscreverem. 5. O presente Regulamento foi aprovado em Reunião de Direcção de 20.05.1985 e é aplicável a todas as empresas cujas unidades fabris tenham carácter permanente (isto é, mais de três anos). Não é aplicável a instalações do tipo estaleiro com vida provisária
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