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Picadas de cobras, como agir? No Brasil existem 70 espécies de cobras venosas, no entanto algumas são mais importantes quando se trata de ataques a animais de estimação e os acidentes, apesar de comuns, acontecem principalmente em áreas próximas a zonas de mata. Os cães são mais acometidos do que os gatos e as picadas ocorrem principalmente na região do focinho, peito e pescoço, que compreendem os locais mais expostos durante o contato visual, onde o animal tende a se aproximar para tentar cheirar a cobra por curiosidade ou, por vezes, para caçá-la. É preciso saber qual o tipo de cobra responsável pela picada a fim de se aplicar o soro antiofídico correto e tomar algumas medidas específicas. Eventualmente é possível identificar a cobra envolvida no acidente pelas características de alguns sintomas, o que ajuda muito nos casos em que a cobra não estiver no local do acidente. As principais espécies de cobras envolvidas em acidentes com animais no Brasil e algumas das suas características, assim como sinais clínicos associados à ação das suas toxinas, são as seguintes: · Jararaca – São as principais responsáveis por acidentes com cobras no Brasil. Existem muitas espécies de jararacas distribuídas por todo o território nacional, dos mais variados ambientes. Atingem, no máximo, 2 metros de comprimento. · Sintomas do envenenamento – Dor, inchaço evidente, manchas arroxeadas na pele ou dentro da boca e sangramento. Pode aparecer sangue na urina. · Possíveis Complicações – Gangrena, descolamentos da pele, bolhas ou abscessos no local da picada, insuficiência renal aguda. · Cascavel – Segunda espécie de cobra que mais causa acidentes com animais domésticos. Chega a medir 1,8 metros. Possui um chocalho na cauda e permanece escondida em locais escuros e úmidos. · Sintomas do envenenamento - Até 3 horas após a picada o animal apresentará sinais neurológicos. O veneno causa alterações na visão (o animal parecerá que apresenta tontura), dor muscular, urina avermelhada que se torna escura com o passar do tempo. · Possíveis Complicações: Insuficiência renal. · Surucucu – É uma cobra grande que chega a medir 4,5 metros de comprimento. É mais comum na região amazônica. · Sintomas do envenenamento – Inchaço no local, diarreia, vômito e sangramento. · Coral – Responsáveis por menos de 0,4% dos acidentes com cobra. É difícil de diferenciar as corais verdadeiras das falsas que não possuem veneno. Atualmente existem 65 espécies conhecidas e Coral nas Américas. Normalmente vivem escondidas em tocas e aparecem após inundações. O veneno é altamente potente, podendo matar em alguns minutos. · Sintomas do envenenamento – Sinais neurológicos como dificuldade para abrir os olhos, falta de ar, dificuldade de engolir, insuficiência respiratória aguda. Como proceder após a picada? · Apesar de os pelos dificultarem a visualização, deve-se buscar pelo local da picada, onde nitidamente poderão ser observadas as duas incisões das presas da cobra. · O local apresentará inchaço e bastante dor ao toque. Pode tornar-se arroxeado e haver desprendimento dos pelos. · Alguns animais podem entrar em estado de choque se uma grande dose de veneno for injetada. · Os sintomas podem variar de gravidade de acordo com a quantidade de veneno injetada. Fatores como idade e tamanho da cobra, se ela se alimentou recentemente ou não influenciam na quantidade de veneno disponível no momento da picada. · Os sintomas também variam de acordo com o tipo da cobra, onde o local da picada da jararaca tende a inchar bastante, ao passo que animais picados pelos outros tipos de cobras tendem a apresentar mais sinais neurológicos. · Se na região é comum acidentes com cobras, pode-se adquirir o soro antiofídico veterinário com algum veterinário da região e manter na residência para aplicações futuras. · O soro antiofídico deve ser aplicado assim que possível, não passando de um prazo de 6 horas após o acidente. Se os sintomas forem leves pode-se fazer a aplicação subcutânea. Em casos emergenciais a aplicação deve ser na veia. O uso de torniquetes no membro atingido NÃO é mais uma medida que deva ser tomada pois pode favorecer a gangrena e uma consequente amputação. Outras medidas como aplicação de remédios caseiros (fumo, terra, etc.) NÃO são aconselhadas uma vez que podem promover a infecção do local da picada. Além disso, fazer cortes no local da lesão com a finalidade de retirar o veneno, também é uma medida que NÃO deve ser realizada, uma vez que muitos venenos causam hemorragias, podendo agravar o quadro. Deve-se evitar sugar o veneno do local da picada com a boca, sob o risco de que alguma quantidade possa ser absorvida pela mucosa oral, levando ao envenenamento da pessoa, além do animal. ( O ambiente deve ser sempre mantido limpo, evitando-se acúmulo de lixo ou mato, que possa servir de esconderijo para as cobras, incluindo os sacos de ração, que devem ser mantidos em locais altos e bem fechados, para evitar as cobras.) Uma medida de controle populacional das cobras é preservar as suas espécies predadoras, como emas, gansos, seriemas, gaviões, gambás e a cobra muçurana. Materiais caso ocorra acidentes com cobras: · Gaze. · Antisséptico. · Pomada antibiótica. · Bolsa de água congelada ou gelo. Como proceder em casos de acidentes, independente do tipo de cobra: · Manter a calma. · Manter o animal calmo e evitar que ele se movimente, para tentar retardar a ação do veneno. · Se o animal permitir, faça compressa de gelo no local da picada. · Se o animal entrar em estado de choque (temperatura baixa, respiração e batimentos cardíacos acelerados), mantenha-o aquecido até o momento do atendimento veterinário. · Se conseguir visualizar o local da picada, lave com solução antisséptica e aplique pomada antibacteriana. · Faça uma maca com um cobertor e transporte o animal o mais rápido possível para atendimento. · Encaminhe o animal ao veterinário para poder receber o soro antiofídico específico e, se possível, identifique a cobra envolvida no acidente. · Em casos onde não for possível identificar a cobra, um soro antiofídico polivalente (jararaca, cascavel e surucucu) poderá ser aplicado.
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