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Rui Costa Governador João Leão Vice governador José Geraldo dos Reis Santos Secretário do Meio Ambiente Iara Martins Icó Sousa Chefe de Gabinete Márcia Cristina Telles de Araújo Guedes Diretora Geral do INEMA Aderbal de Castro Meira Filho Superintendente de Políticas e Planejamento Ambientais - SPA Luiz Antônio Ferraro Junior Superintendente de Estudos e Pesquisas Ambientais - SEP Kitty de Queiroz Tavares Diretora de Estudos Avançados em Meio Ambiente - DEAMA/SPA Jabson Machado Prado Diretor Geral Eva Cristina de Castro Borges Assessoria de Planejamento e Gestão - APG Ivone Maria de Carvalho Coordenadora do PDA e Assessoria Especial Rodolfo Souza Araujo Neto Coordenação de Gestão Organizacional e de TIC - APG Ana Paula Porto Santos Coordenadora de Comunicação da Assessoria de Comunicação – Ascom/SEMA Equipe da Deama Alexsandro Silva Santos, Cassiana Marchesan, Felipe Bastos Lobo Silva, Ilyuska Makarya Rodrigues Barbosa, Isabela Souza Santana, Luís Fabrício Moura Viana Santos, Maíra Alves dos Santos, Patrícia Rabelo Nunes da Silva, Zoltan Romero. Estagiários: Yanka Schramm Oliveira, Talita Jesus da Silva, Veronisse Leite De Oliveira. Colaboradores: Carlos Augusto Costa Dos Santos Junior, Tiago Jordao Porto Santos, Luzia Luna Pamponet Vilas Boas, Larissa Cayres De Souza, Joseval Souza De Almeida, Adriano Cassiano Dos Santos, Lorena de Jesus Barbosa. Elaboração Lucia Cardoso e Julia Salomão Grupo de Trabalho do Programa Formar / Apoio na Organização do Curso Alexsandro Santos Silva; Eratóstenes Lima; Paulo Henrique Prates Maia; Rosane Cardoso; Tatiana Stolze; Cassiana Marchesan (Deama); Geni Urpia (Dirre/Inema); Maria das Graças Reis (Coaes/Inema); Naiana Santos (Coaes/Inema); Francisco Neto (Coged/Inema); Stela Soares (Coged/Inema); Alice Senna (Coord. Núcleo de Soluções em Gestão de Pessoas/Flem); Ubaldo Galvão Sampaio Filho (Núcleo de Soluções em Gestão de Pessoas/Flem); Marlei Silva de Figueiredo (Núcleo de Soluções em Gestão de Pessoas/Flem); Claudia Faillace (Coord. Pedagógica do Programa - Núcleo de Soluções em Gestão de Pessoas/Flem); Daniela Alves Carvalho (Coordenadora Executiva/FLEM); Estagiários: Elisângela Conceição Alves, Laís Maiara Neves Alves. 2017 Secretaria do Meio Ambiente – Sema Superintendência de Estudos e Pesquisas Ambientais – SEP Diretoria de Estudos Avançados em Meio Ambiente – Deama Av. Luis Viana Filho, 6ª Avenida, n° 600, 5º andar Centro Administrativo da Bahia - 42.745-900 Salvador – Bahia Telefone: (71) 3118-5454/5464 /5456 http://www.sema.ba.gov.br // e-mail: deama@sema.ba.gov.br Apresentação As questões ambientais globais, percebidas intensamente a cada dia, reforçam a necessidade cada vez mais premente de se reunir esforços para conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a proteção dos recursos naturais, visando garantir a manutenção da qualidade de vida, a integridade ecológica e a equidade social, pressupostos interdependentes para a sustentabilidade. Nesse contexto, a temática ambiental vem ganhando cada vez mais espaço para a tomada de decisão, visando à implantação de qualquer atividade, desde simples a grandes projetos econômicos. Nunca foram tão sentidos os efeitos adversos resultantes do uso indiscriminado dos recursos naturais, os quais denotam a necessidade premente da adoção por toda a coletividade de práticas sustentáveis. Desse modo, surgem a cada dia novas leis, regulamentos, normas e padrões, objetivando regular a ação humana e fazer frente ao controle ambiental almejado. Este Módulo do Curso Licenciamento Ambiental vem de forma didática contribuir para a compreensão dos procedimentos licenciatórios, tendo como propósito colaborar para a formação dos profissionais com atuação no Sistema Estadual do Meio Ambiente (SISEMA), apresentando de forma sistemática a legislação aplicável e os instrumentos normativos referentes ao licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos com potencial de impacto no ambiente, considerando os novos preceitos legais vigentes no Estado da Bahia. As legislações básicas citadas ao longo dessa apostila serão disponibilizadas em meio digital. Sumário 1. BREVE RETROSPECTIVA DO MODELO INSTITUCIONAL LEGAL DA GESTÃO AMBIENTAL NA BAHIA .................................................................................... 8 1.1. Lei Estadual N° 3858/80 (Revogada) ................................................................................... 9 1.2. Lei Estadual N° 7.799/2001 (Revogada) ............................................................................ 10 1.3. Criação Da Secretaria Do Meio Ambiente E Recursos Hídricos (SEMARH) - Atual Secretaria Do Meio Ambiente (SEMA) .............................................................................. 14 1.4. Lei Estadual N° 10.431/2006 ............................................................................................. 14 1.5. Lei Estadual Nº 11.050/2008 ............................................................................................ 15 1.6. Decreto Estadual N° 11.235/2008 (Revogado) ................................................................. 15 1.7. Lei Estadual Nº 12.212/2011 ............................................................................................ 16 1.8. Lei Estadual N° 12.377/2011 ............................................................................................. 23 1.9. Decreto Estadual Nº 14.024/2012 .................................................................................... 25 2. LICENCIAMENTO AMBIENTAL ........................................................................................... 27 2.1. Lei Estadual Nº 10.431/06 ................................................................................................ 28 2.2. A quem compete o licenciamento ambiental? ................................................................. 29 2.2.1. Lei Complementar n°140/2011 ............................................................................ 29 2.2.1.1. Competência da União ......................................................................... 29 2.2.1.2. Competência dos Estados ..................................................................... 31 2.2.1.3. Competência Municipal ........................................................................ 33 2.2.1.4. Licenciamento Ambiental em Áreas de Proteção Ambiental (APAs) ... 35 2.3. Empreendimentos e atividades sujeitas ao sistema de licenciamento ambiental na bahia.................................................................................................................................. 35 2.3.1. Classificação das Atividades Segundo o Porte e Potencial Poluidor .................... 36 2.3.2. Da Remuneração pela Análise ............................................................................. 37 2.4. Penalidades aplicáveis na ausência do licenciamento ...................................................... 38 2.4.1. Lei de Crimes Ambientais ..................................................................................... 40 3. SISTEMA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA BAHIA ...................................................... 42 3.1. A Licença Ambiental .......................................................................................................... 45 3.2. Anuência do órgão gestor da unidade de conservação .................................................... 48 3.3. Autorização Ambiental ..................................................................................................... 50 3.4. Declaração para Transporte de Resíduos Perigosos (DTRP) ............................................. 51 3.5. Automonitoramento Ambiental ....................................................................................... 51 3.6. Licenciamento ambiental de atividadese empreendimentos de pequeno impacto ambiental - Classes 1 e 2 ................................................................................................... 52 3.6.1. Licença Unificada (LU) .......................................................................................... 52 3.6.2. Prazo de Análise da Licença Unificada (LU) ......................................................... 53 3.7. Licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos de médio impacto ambiental Classes 3, 4 e 5 ................................................................................................. 54 3.8. Licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos de significativo impacto ambiental - Classe 6 .......................................................................................................... 54 3.9. Prazo de validade das licenças e autorizações ambientais ............................................... 55 3.10. Renovação de licenças ...................................................................................................... 56 3.11. Prorrogação de prazo de validade .................................................................................... 57 3.12. Revisão de condicionantes ................................................................................................ 57 3.13. Alteração de razão social .................................................................................................. 58 3.14. Transferência de titularidade de licença ........................................................................... 59 4. OUTORGA DE DIREITO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS ................................................. 61 4.1. Outorga Preventiva ........................................................................................................... 66 4.2. Documentação e estudos necessários para solicitação de outorga ................................. 67 4.3. Renovação de outorga ...................................................................................................... 70 5. VEGETAÇÃO E FAUNA ....................................................................................................... 72 5.1. Supressão de vegetação ................................................................................................... 72 5.1.1. Autorização de Supressão de Vegetação (ASV) ................................................... 74 5.2. Reserva legal ..................................................................................................................... 75 5.3. Fauna ................................................................................................................................. 79 6. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL: EIA / RIMA / AUDIÊNCIA PÚBLICA ...................... 84 6.1. Termo de Referência para Elaboração do EIA/RIMA ........................................................ 84 6.2. Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) ........................................................................... 86 6.3. Divulgação do EIA / RIMA ................................................................................................. 87 6.3.1. Audiência pública ................................................................................................. 87 6.4. Compensação Ambiental .................................................................................................. 88 7. AUTOCONTROLE AMBIENTAL ........................................................................................... 91 7.1. Política Ambiental ............................................................................................................. 91 7.2. Comissão Técnica de Garantia Ambiental (CTGA) ............................................................ 93 7.2.1. Relatório Técnico de Garantia Ambiental (RTGA) ................................................ 95 7.3. Auto Avaliação para o Licenciamento Ambiental (ALA) ................................................... 96 7.4. Balanço Ambiental ............................................................................................................ 97 8. PROCEDIMENTOS PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................ 99 8.1. Etapas .............................................................................................................................. 101 8.1.1. Etapa I - Requerimento da Licença .................................................................... 101 8.1.1.1. Formulário de Caracterização do empreendimento (FCE) ................. 103 8.1.1.2. Da publicidade do Pedido de Licença Ambiental ............................... 104 8.1.1.3. Estudos Ambientais / Responsabilidade ............................................. 104 8.1.2. Etapa II - Análise Técnica e Jurídica .................................................................... 105 8.1.3. Etapa III - Deliberação pelo INEMA .................................................................... 105 8.1.4. Etapa IV - Publicação da Licença ........................................................................ 106 8.1.5. Etapa V - Emissão da Licença ............................................................................. 106 8.2. Cancelamento das Licenças ............................................................................................ 106 9. SISTEMAS UTILIZADOS PELO INEMA PARA A GESTÃO DOS PROCESSOS E ATOS AUTORIZATIVOS .............................................................................................................. 107 9.1. Sistema de Gestão da Qualidade e Padrões (SECTA) ...................................................... 107 9.2. Sistema Estadual de Informações Ambientais e Recursos Hídricos da Bahia (SEIA) ...... 107 9.3. Sistema Cerberus ............................................................................................................ 108 9.4. Sistema Estadual de Informações Sobre Recursos Hídricos (SEIRH-PROHIDROS) .......... 109 9.5. Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (CEFIR) ................................................... 109 10. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 110 Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 8 1. BREVE RETROSPECTIVA DO MODELO INSTITUCIONAL LEGAL DA GESTÃO AMBIENTAL NA BAHIA A Legislação Ambiental do Estado da Bahia teve início na década de 1970 e se constituiu em um grande avanço na área ambiental, quando por meio da Lei nº 3.163 criou em outubro de 1973, o Conselho Estadual de Proteção Ambiental (CEPRAM), pioneiro no Brasil, posteriormente denominado Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM). Analisando este dispositivo legal e sua regulamentação estabelecida pelo Decreto Estadual nº 24.350/74 vê-se que esta lei instituiu não apenas o Conselho Estadual de Meio Ambiente, mas formulou a política estadual de controle da poluição, designando o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (CEPED), órgão estadual vinculado a época à Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia (SEPLANTEC), como órgão executor central da política de controle da poluição, garantindo as autoridades fiscalizadoras o livre acesso a qualquer dia e hora às instalações e empreendimentos capazes sob qualquer forma de poluir o meio ambiente. A referida lei previu também as penalidades aplicáveis aos infratores (advertência, multa e interdição) e criou o Fundo Especial destinado exclusivamente para o financiamento de estudos relativos à proteção do meio ambiente. A criação do CEPRAM foi impulsionada pela implantação do Polo Petroquímico, no município de Camaçari, que teve as primeiras unidades industriais instaladas a partir de 1974. Há de se considerar também que o Brasil e os demais países encontravam-se sobre os efeitos da I Conferência Mundial das Nações Unidassobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo no ano de 1972, o que seguramente repercutiu também no Estado da Bahia. Desde 1973, portanto há quatro décadas, o CEPRAM – órgão consultivo, normativo, deliberativo e recursal do Sistema Estadual de Administração dos Recursos Ambientais – vem sendo um dos mais atuantes no Brasil com um desempenho que lhe assegura um destaque especial entre seus pares. Importante salientar que a referida Lei nº 3.163/73 sinalizou àquela época a participação dos municípios ao se referir que: em casos específicos e quando se fizer necessário serão Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 9 ouvidos pelo Conselho, os representantes de entidades municipais, que atuem no setor de combate à poluição. No período de 1973 a 1979, o CEPRAM com base nos Pareceres Técnicos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CEPED), órgão executor, emanados do Programa de Proteção Ambiental, deliberava sobre a avaliação ambiental dos primeiros projetos implantados no Polo Petroquímico, atual Polo Industrial de Camaçari, que hoje somam mais de 50 empresas. 1.1. Lei Estadual N° 3858/80 (Revogada) Posteriormente, já na década de 1980, foi promulgada a Lei nº 3.858/80, instituindo o Sistema Estadual de Administração dos Recursos Ambientais (SEARA), criando mecanismos para a implementação da Política Ambiental do Estado. O SEARA com a finalidade de promover “[...] a conservação, defesa e melhoria do ambiente, em benefício da qualidade de vida [...]” acolheu como órgão superior o então Conselho Estadual de Proteção Ambiental (CEPRAM). Como órgão executor do SEARA, por meio da Lei Delegada nº 31, foi criado em 1983 o Centro de Recursos Ambientais (CRA), tendo o seu primeiro Regimento aprovado pelo Decreto Estadual nº 29.685, de 22 de junho de 1983. O SEARA, tendo como órgão superior (CEPRAM), órgão executor (CRA) e os órgãos setoriais (demais órgãos do poder público estadual), assim como os instrumentos de controle criados para a gestão e proteção do meio ambiente, teve um importante papel no desenvolvimento e fortalecimento ambiental do Estado, tendo sido, inclusive, pioneiro na implantação de alguns instrumentos de autocontrole ambiental, a exemplo da Comissão Técnica de Garantia Ambienta l(CTGA) e da Autoavaliação para o Licenciamento Ambiental (ALA). Em 1989, a Constituição do Estado da Bahia dispôs sobre a instituição de um sistema de administração de qualidade ambiental, proteção, controle e desenvolvimento do meio ambiente e uso adequado dos recursos naturais para organizar, coordenar e integrar as ações da administração pública e da iniciativa privada, assegurada a participação da coletividade. Como órgão superior, a Constituição baiana acolheu o já existente CEPRAM passando a denominá-lo de Conselho Estadual de Meio Ambiente (e não mais Conselho Estadual de Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 10 Proteção Ambiental) e fixou a representação tripartite e paritária do poder público, das entidades ambientalistas e demais representações da sociedade civil. O CEPRAM era composto de 15 (quinze) membros Conselheiros, disciplinado por meio da Lei nº 6.529/93 como um órgão colegiado, normativo e deliberativo. A participação ampliada dos movimentos ambientalistas e de outros segmentos da sociedade civil representou, certamente, um grande avanço no sentido de propiciar maior legitimidade às decisões do CEPRAM e de ampliar o debate das questões ambientais no Estado, trazendo-as para um foro institucional com poder de decisão. Objetivando realizar a articulação com os órgãos superior e executor do SEARA, foram criados os Núcleos Ambientais, nos diversos órgãos setoriais centralizados e entidades descentralizadas da administração estadual, cujas atividades estivessem, total ou parcialmente, associadas às de conservação, defesa e melhoria do ambiente, articulados permanentemente ao CRA, com a finalidade de acompanhar a execução do programa ambiental nas questões relativas às respectivas áreas de competência. Estes Núcleos Ambientais posteriormente foram consolidados nas Comissões Técnicas de Garantia Ambiental (CTGA), existentes nas diversas estruturas de governo, que têm por objetivo coordenar, executar, acompanhar, avaliar e pronunciar-se sobre os planos, programas e projetos desenvolvidos no âmbito de sua competência. A Lei nº 3.858/80 tratou de disciplinar a política estadual de meio ambiente no Estado da Bahia e representou um marco no panorama nacional, tendo sido inclusive editada previamente a Lei nº 6.938/81 que institui a política nacional de meio ambiente, um ano após. A lei ambiental baiana vigorou durante 20 anos e inovou ao disciplinar desde a sua edição o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), entre outros mecanismos de controle ambiental. 1.2. Lei Estadual N° 7.799/2001 (Revogada) Em 2001, a Lei n° 3.858/80 foi revogada, tendo sido revista e atualizada, buscando maior eficácia, com uma abordagem mais próxima de conceitos modernos de gestão dos recursos ambientais. Resultou na promulgação da 2ª lei ambiental do Estado da Bahia – Lei nº 7.799 de 07 de fevereiro de 2001, tendo sido regulamentada por meio do Decreto Estadual nº 7.967, em junho desse mesmo ano. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 11 A Lei n° 7.799 disciplinou o Sistema Estadual de Administração dos Recursos Ambientais (SEARA), que foi reorganizado com o propósito de redefinir claramente as competências dos vários órgãos que o compõem, incorporar os novos atores, a exemplo dos municípios e dos órgãos colaboradores (organizações não governamentais) e dar mais eficiência e articulação entre os órgãos setoriais e locais. Sobre seu conteúdo deve ser dito, já de início, que essa lei trouxe disposições inovadoras, fruto da experiência adquirida ao longo de 20 anos de atuação e das mudanças, tanto da legislação ambiental federal, como das disposições constitucionais relativas à distribuição de competências entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. No Sistema Estadual foi redefinido o papel dos diversos órgãos, objetivando sua melhor articulação na execução da Política Estadual de Administração de Recursos Ambientais, conferindo-lhes tratamento e atribuições diferenciados e definindo-os como: • a) Órgãos Executores Centrais: órgãos dotados de poder de polícia administrativa e responsáveis pela aplicação e fiscalização da legislação ambiental do Estado. Enquadrava-se nessa categoria, o Centro de Recursos Ambientais (CRA), a Diretoria de Desenvolvimento Florestal (DDF) e a Superintendência de Recursos Hídricos (SRH). Dentre estes, o CRA teve um papel especial, exercendo ainda as atribuições previstas na Constituição do Estado, de Órgão Coordenador do Sistema e de Secretaria Executiva do CEPRAM. • b) Órgãos Executores Setoriais: referia-se aos órgãos centralizados e entidades descentralizadas da administração estadual, responsável pelo planejamento, aprovação, execução, coordenação ou implementação de políticas, planos, programas e projetos total ou parcialmente associados ao uso dos recursos naturais. Nessa época foram expressamente incluídos no SEARA, os Órgãos Executores Locais, que são os órgãos do Poder Público Municipal responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades efetiva ou potencialmente causadoras de impacto ambiental, dentro de seu âmbito de competência e jurisdição. O papel das Prefeituras Municipais, no que se refere à defesa, conservação e melhoria do meio ambiente, mudou sensivelmente, em decorrência das atribuições conferidas pela Constituição Federal/88 e pela Constituição Estadual/89, sendo percebido que as Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 12 municipalidades vêm, a cada dia, estruturando-se para o exercício dessa atividade e ocupando um espaço antes preenchido quase que exclusivamente pelo Estado. À esfera municipal, por meio dos órgãos da administração direta e indireta que constituemesse nível de poder, cumpre importante papel junto ao SEARA, em especial em face da competência Local/Municipal suplementar dos municípios de legislar sobre o uso do solo, conservação de floresta, fauna e flora, proteger o meio ambiente e combater a poluição, conferida pela Constituição Federal/88. Reforçada no âmbito estadual por meio da Lei nº 7.799/01 e de seu Regulamento, aprovado pelo Decreto nº 7.967/01, a participação dos municípios na descentralização das ações de fiscalização e licenciamento ambiental para os empreendimentos e atividades causadoras de impacto local, passou a configurar na lei ambiental do Estado, assegurada a participação desde que atendidas às seguintes condições básicas: • I - existência de política municipal de meio ambiente prevista em lei orgânica ou legislação específica, devidamente regulamentada; • II - Conselho Municipal de Meio Ambiente, devidamente empossado e regimentado; • III - órgão ou instância técnico-administrativa na estrutura do Poder Executivo Municipal, com atribuições específicas na área de meio ambiente, dotado de corpo técnico multidisciplinar, com experiência na área ambiental. Finalmente, foram incluídas no SEARA, na qualidade de Órgãos Colaboradores, as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), definidas em legislação específica, bem como as demais organizações da sociedade civil que desenvolvam ou possam desenvolver ações na área ambiental. O papel das Prefeituras Municipais, no que se refere à defesa, conservação e melhoria do meio ambiente, mudou sensivelmente, em decorrência das atribuições conferidas pela Constituição Federal/88 e pela Constituição Estadual/89, sendo percebido que as municipalidades vêm, a cada dia, estruturando-se para o exercício dessa atividade e ocupando um espaço antes preenchido quase que exclusivamente pelo Estado. O papel do CEPRAM, Órgão Superior do Sistema, também foi reorientado, centrando sua competência na formulação, acompanhamento e revisão da política ambiental do Estado e de seus instrumentos e no estabelecimento de diretrizes, normas, critérios e Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 13 padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais. Esta atribuição, bastante ampla, conferiu ao colegiado, competência para disciplinar o licenciamento ambiental e os estudos ambientais necessários para instruir o licenciamento, nestes incluído o Estudo de Impacto Ambiental. Também aí se inclui sua competência para estabelecer normas e padrões de qualidade ambiental, padrões de emissão e outras normas necessárias ao controle e à manutenção da qualidade ambiental. Cabe-lhe ainda disciplinar o autocontrole ambiental e os espaços territoriais especial -mente protegidos. Com esta nova orientação reforçou-se a atuação do CEPRAM, valorizada pelas novas atribuições relativas à discussão de temas relevantes para o desenvolvimento sustentável do Estado, liberando-o da prática de atos técnico-administrativos rotineiros, que passaram para o CRA, como é o caso das licenças de implantação, de operação e de alteração, anteriormente sob sua responsabilidade. Ressalta-se ainda que naquela época competia ao CEPRAM expedir as licenças de localização, bem como as licenças de implantação ou de operação, quando se tratava da primeira licença solicitada por fonte degradante irregularmente instalada ou não sujeita ao licenciamento ambiental pela legislação. Pretendeu-se, com isto, além de livrar o CEPRAM dos atos rotineiros de licenciamento, dar mais agilidade e rapidez aos processos, mantendo, contudo, o controle do Conselho, no exercício de sua competência para avocar os respectivos processos, quando entender necessário. A lei facultou, também, ao CRA, encaminhar processos de sua competência para deliberação do CEPRAM, sempre que as características do caso assim o recomendarem. Coube-lhe ainda impor às penalidades as infrações mais graves, como interdição e embargo definitivos, demolição e destruição ou inutilização de produtos, enquanto a interdição e o embargo temporários e apreensão de equipamentos, penalidades que normalmente requerem urgência em sua imposição, bem como as penalidades de multa, simples ou diária, eram atribuídas ao CRA. Mantém, o CEPRAM, sua competência recursal no que se refere tanto ao licenciamento como às penalidades impostas pelo CRA. Sem sombra de dúvida, a edição da Lei n° 7.799 e o seu regulamento, no início do novo século, foram responsáveis na Bahia pelo grande movimento e despertar dos municípios Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 14 para a gestão ambiental local, tendo sido pauta de discussões, reuniões, seminários, entre tantos outros eventos produzidos pelos órgãos responsáveis. 1.3. Criação Da Secretaria Do Meio Ambiente E Recursos Hídricos (SEMARH) - Atual Secretaria Do Meio Ambiente (SEMA) Em 20 de dezembro de 2002, a Lei Estadual nº 8.538, criou a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), tendo por finalidade formular e executar a política estadual de ordenamento ambiental, de desenvolvimento florestal e de recursos hídricos. A SEMARH, que teve o seu regimento aprovado pelo Decreto Estadual n° 8.419/03, certamente se constitui em um novo marco para a gestão ambiental no Estado da Bahia, reunindo na mesma Secretaria os órgãos executores do SEARA, responsáveis pela agenda marrom (CRA), agenda verde (Superintendência de Desenvolvimento Florestal e Unidades de Conservação) e a agenda azul (SRH), cujas agendas, anteriormente, estavam vinculadas a três diferentes Secretarias: Planejamento, Ciência e Tecnologia; Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária; Infraestrutura. 1.4. Lei Estadual N° 10.431/2006 Após três anos de criação da SEMARH e pleno exercício da competência a ela atribuída, foi realizado pela mesma, reconhecido esforço visando integrar em um único diploma legal, a política estadual de meio ambiente, a política florestal e de biodiversidade e a política de recursos hídricos, reguladas até então por meio de três diferentes diplomas legais, Lei n° 7.799/01, Lei n° 6.569/94 e Lei n° 6.855/95, respectivamente. Fruto do exercício conjunto para a junção dessas agendas, sob a coordenação da SEMARH, foi elaborada a nova Política de Meio Ambiente, Florestas e Biodiversidade, sancionada em 20 de dezembro de 2006, sob o n° 10.431, reunindo em um só diploma legal a área florestal e ambiental. A Política Estadual de Recursos Hídricos foi aprovada em separado pela Lei n° 10.432, na mesma data, tendo sido posteriormente revogada pela Lei nº 11.612, de 08 de outubro de 2009. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 15 A Lei n° 10.431/2006 ampliou a composição do CEPRAM, passando de 15 (quinze) membros para 21 (vinte e um) Conselheiros, assim designados: • a) 7 (sete) representantes do Poder Público Estadual; • b) 7 (sete) representantes da Sociedade Civil; • c) 7 (sete) representantes do Setor Produtivo. Estas leis (n°s 10.431 e 11.612) foram alteradas em 2011, por meio da Lei Estadual n° 12.377, em 29/12/2011 (a qual será comentada mais adiante). 1.5. Lei Estadual Nº 11.050/2008 A Lei nº 11.050, de 06 de junho de 2008, alterou a denominação dos órgãos ambientais estaduais, passando a SEMARH a ser denominada Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), o CRA de Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a SRH de Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ). O então SEARA passou a denominar-se Sistema Estadual do Meio Ambiente (SISEMA), no teor do Regulamento, aprovado pelo Decreto Estadual n° 11.235/08. 1.6. Decreto Estadual N° 11.235/2008 (Revogado) A Lei n° 10.431/2006 foi regulamentada em outubro de 2008 pelo Decreto Estadual n° 11.235, o qual tratou também em regulamentar a Lei nº 11.050, de 06 de junho de 2008, que alterou a denominação, a finalidade, a estrutura organizacional e de cargos em comissão da SEMARHe das entidades da Administração Indireta a ela vinculadas. Este Decreto foi revogado e substituído pelo Decreto n° 14.024, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), em 07 de junho de 2012, aplicando-se aos processos de licenciamento e autorização ambiental, iniciados a partir de sua vigência. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 16 1.7. Lei Estadual Nº 12.212/2011 Esta lei nº 12.212, publicada no DOE em 05/05/2011, modificou a estrutura organizacional e de cargos em comissão da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, envolvendo as diversas secretarias de governo. Os artigos 102 a 131 versam sobre a extinção do IMA e do INGÁ e a criação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), com a fusão dos órgãos extintos, bem como a finalidade, competências, recursos orçamentários e outros dispositivos. O INEMA tem a finalidade de executar a Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, a Política Estadual de Recursos Hídricos, a Política Estadual sobre Mudança do Clima e a Política Estadual de Educação Ambiental. A seguir encontram-se transcritos os artigos da Lei Estadual nº 12.212/2011, referentes ao INEMA: Art. 102 - Ficam extintos, na estrutura da Administração Pública do Poder Executivo Estadual: I - o Instituto do Meio Ambiente - IMA, previsto no art. 5º da Lei nº 11.050, de 06 de junho de 2008, anteriormente denominado Centro de Recursos Ambientais, autarquia estadual criada pela Lei Delegada nº 31, de 03 de março de 1983; II - o Instituto de Gestão das Águas e Clima - INGÁ, previsto no art. 10 da Lei nº 11.050, de 06 de junho de 2008, anteriormente denominado Superintendência de Recursos Hídricos - SRH, autarquia estadual criada pela Lei nº 6.812, de 18 de janeiro de 1995. Art. 103 - Fica criado o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - INEMA, como autarquia vinculada à Secretaria do Meio Ambiente - SEMA, dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, o qual reger-se-á por esta Lei e demais normas legais aplicáveis. § 1º - O INEMA terá sede e foro na cidade de Salvador, Estado da Bahia e prazo de duração indeterminado. § 2º - O INEMA gozará, no que couber, de todas as franquias e privilégios concedidos aos órgãos da Administração Direta do Estado. Art. 104 - Os recursos orçamentários e financeiros, bem como os acervos e obrigações do IMA e do INGÁ passam a ser transferidos para o INEMA, Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 17 que os sucederá ainda nos direitos, créditos e obrigações decorrentes de lei, ato administrativo ou contrato, inclusive nas respectivas receitas. Art. 105 - O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - INEMA tem por finalidade executar a Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, a Política Estadual de Recursos Hídricos, a Política Estadual sobre Mudança do Clima e a Política Estadual de Educação Ambiental. Art. 106 - O INEMA tem as seguintes competências: I - executar as ações e programas relacionados à Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, da Política Estadual de Recursos Hídricos, da Política Estadual sobre Mudança do Clima e da Política Estadual de Educação Ambiental; II - participar da elaboração e da implementação do Plano Estadual de Meio Ambiente, do Plano Estadual de Recursos Hídricos e do Plano Estadual sobre Mudança do Clima; III - realizar ações de Educação Ambiental, considerando as práticas de desenvolvimento sustentável; IV - promover a gestão florestal e do patrimônio genético, bem como a restauração de ecossistemas, com vistas à proteção e preservação da flora e da fauna; V - promover as ações relacionadas com a criação, a implantação e a gestão das Unidades de Conservação, em consonância com o Sistema Estadual de Unidades de Conservação - SEUC, bem como elaborar e implementar os Planos de Manejo; VI - promover a gestão das águas superficiais e subterrâneas de domínio do Estado; VII - fomentar a criação e organização de Comitês de Bacia Hidrográfica, visando garantir o seu funcionamento, bem como acompanhar a implementação dos seus respectivos planos; VIII - executar programas, projetos e ações voltadas à proteção e melhoria do meio ambiente, da biodiversidade e dos recursos hídricos; IX - propor ao Conselho Estadual de Meio Ambiente - CEPRAM e ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH normas para a proteção, conservação, defesa e melhoria do meio ambiente e dos recursos hídricos; X - expedir licenças ambientais, emitir anuência prévia para implantação de empreendimentos e atividades em unidades de conservação estaduais, Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 18 autorizar a supressão de vegetação, conceder outorga de direito de uso de recursos hídricos e praticar outros atos autorizativos, na forma da lei; XI - efetuar a cobrança pelo uso de recursos hídricos, de bens da biodiversidade e de outras receitas previstas na legislação ambiental e de recursos hídricos; XII - elaborar e gerenciar os cadastros ambientais e de recursos hídricos; XIII - coordenar, executar, acompanhar, monitorar e avaliar a qualidade ambiental e de recursos hídricos; XIV - pesquisar e monitorar o tempo, o clima e as mudanças climáticas, bem como a ocorrência da desertificação; XV - efetuar a previsão meteorológica e os monitoramentos hidrológicos, hidrogeológicos, climáticos e hidrometeorológicos; XVI - realizar estudos e pesquisas destinados à elaboração e execução de programas, projetos e ações voltadas à melhoria da qualidade ambiental e de recursos hídricos; XVII - celebrar convênios, contratos, ajustes e protocolos com instituições públicas e privadas, nacionais, estrangeiras e internacionais, bem como termos de compromisso, observada a legislação pertinente; XVIII - exercer o poder de polícia administrativa, preventiva ou repressiva, fiscalizando o cumprimento da legislação ambiental e de recursos hídricos. Art. 107 - O INEMA atuará em articulação com os órgãos e entidades da Administração Pública Estadual e com a sociedade civil organizada, para consecução de seus objetivos, em consonância com as diretrizes das Políticas Nacionais do Meio Ambiente, de Recursos Hídricos, sobre Mudança do Clima e de Educação Ambiental. Art. 108 - O INEMA tem a seguinte estrutura organizacional básica: I - Conselho de Administração; II - Diretoria Geral. Art. 109 - O Conselho de Administração, órgão consultivo, deliberativo, de orientação e supervisão superior, tem por finalidade o acompanhamento, controle e avaliação das ações executadas pelo INEMA, sendo integrado pelos seguintes membros: I - o Secretário do Meio Ambiente, que o presidirá; II - o Diretor Geral do INEMA; III - 01 (um) representante da Casa Civil; IV - 01 (um) representante da Secretaria da Administração; V - 01 (um) representante da Procuradoria Geral do Estado; Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 19 VI - 01 (um) representante dos servidores do INEMA. § 1º - Os membros do Conselho de Administração e seus suplentes serão nomeados pelo Governador do Estado, para um mandato de 02 (dois) anos, permitida uma recondução, sendo que os referidos nos incisos III a V serão indicados pelos respectivos órgãos. § 2º - O representante dos servidores do INEMA e seu respectivo suplente serão escolhidos por votação, mediante escrutínio secreto, realizada por entidade dos servidores ou, na sua falta, por comissão de servidores especialmente constituída para este fim. § 3º - O Diretor Geral do INEMA participará das reuniões do Conselho, porém, sem direito a voto, quando forem deliberadas matérias referentes a relatórios e prestações de contas da Autarquia ou assuntos do seu interesse próprio. § 4º - Os membros do Conselho serão substituídos, em suas ausências e impedimentos, pelos respectivos suplentes. § 5º - O Regimento do Conselho de Administração, por eleaprovado e homologado por ato do Governador do Estado, fixará as normas de seu funcionamento. Art. 110 - A Diretoria Geral do INEMA, composta pelo conjunto de órgãos de planejamento, assessoramento, execução, avaliação e controle, tem a seguinte organização: I - Gabinete do Diretor Geral; II - Procuradoria Jurídica; III - Coordenação de Ações Estratégicas; IV - Coordenação de Atendimento Ambiental; V - Coordenação de Interação Social; VI - Coordenação de Gestão Descentralizada: Unidades Regionais; a) Unidades Regionais; VII - Diretoria de Regulação; VIII - Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Ambiental; IX - Diretoria de Águas; X - Diretoria de Biodiversidade; XI - Diretoria de Unidades de Conservação; XII - Diretoria Administrativa e Financeira. Art. 111 - O Gabinete do Diretor Geral tem por finalidade prestar assistência ao Diretor Geral em suas tarefas técnicas e administrativas. Art. 112 - A Procuradoria Jurídica tem por finalidade exercer a representação judicial e extrajudicial, a consultoria e o assessoramento Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 20 jurídico ao INEMA, mediante a vinculação técnica à Procuradoria Geral do Estado e, de acordo com a legislação das Procuradorias Jurídicas das Autarquias e Fundações do Estado da Bahia. Art. 113 - A Coordenação de Ações Estratégicas tem por finalidade coordenar ações que promovam a melhoria da gestão e do aperfeiçoamento do Sistema Estadual de Informações Ambientais e de Recursos Hídricos - SEIA, de acordo com as diretrizes e prioridades estabelecidas pela SEMA, voltadas à otimização do desempenho organizacional e fortalecimento dos resultados institucionais, em articulação com as unidades do INEMA. Art. 114 - A Coordenação de Atendimento Ambiental tem por finalidade executar a triagem técnica e administrativa de documentos, formar, exercer o acompanhamento, controle e guarda de processos, bem como realizar o controle e a expedição de correspondências destinadas ao Instituto ou geradas por este. Art. 115 - A Coordenação de Interação Social tem por finalidade coordenar, gerir e executar, de forma descentralizada e participativa, as ações relativas à implementação e funcionamento dos Conselhos Gestores das Unidades de Conservação, dos Comitês de Bacia Hidrográfica e das Audiências Públicas. Art. 116 - A Coordenação de Gestão Descentralizada tem por finalidade promover a articulação, a gestão e a integração das Unidades Regionais, bem como apoiar a desconcentração e descentralização da gestão ambiental do Estado. Parágrafo único - As Unidades Regionais são unidades de desconcentração da gestão das atividades da Autarquia, que têm por finalidade executar a Política Estadual do Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade e a Política Estadual de Recursos Hídricos, nas suas respectivas regiões, através do licenciamento, monitoramento e fiscalização ambiental, além de prestar apoio aos municípios no desenvolvimento da gestão ambiental local, em articulação com a SEMA. Art. 117 - A Diretoria de Regulação tem por finalidade planejar, organizar e coordenar as ações necessárias para emissão das licenças ambientais e dos atos autorizativos de meio ambiente e de recursos hídricos, na forma da lei. Art. 118 - A Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Ambiental tem por finalidade fiscalizar o cumprimento da legislação ambiental e de recursos Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 21 hídricos, bem como coordenar, executar, acompanhar, monitorar e avaliar a qualidade ambiental e de recursos hídricos. Art. 119 - A Diretoria de Águas tem por finalidade implementar os planos de recursos hídricos, bem como promover estudos, implementar e avaliar medidas, ações, programas e projetos, visando assegurar o gerenciamento do uso, a qualidade e conservação dos recursos hídricos e o atendimento da demanda e da oferta hídrica estadual. Art. 120 - A Diretoria de Biodiversidade tem por finalidade coordenar a gestão florestal e do patrimônio genético, bem como a execução de programas e projetos de proteção e restauração de ecossistemas. Art. 121 - A Diretoria de Unidades de Conservação tem por finalidade coordenar as ações relacionadas com a criação, a implantação e a gestão das Unidades de Conservação, em consonância com o SEUC, bem como elaborar e implementar os Planos de Manejo. Art. 122 - A Diretoria Administrativa e Financeira tem por finalidade executar as atividades de programação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e análises, material, patrimônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa e informática, administração financeira e de contabilidade, e de arrecadação. Art. 123 - Ato do Chefe do Poder Executivo estabelecerá as Unidades Regionais, definindo as suas áreas de abrangência. Art. 124 - O Diretor Geral será nomeado pelo Governador do Estado. Art. 125 - Aos Diretores e demais dirigentes do INEMA incumbe planejar, dirigir, avaliar o desempenho, coordenar, controlar e orientar a execução das atividades de sua área de competência e exercer outras atribuições que lhes forem cometidas pelo Diretor Geral da entidade. Art. 126 - Constituem patrimônio do INEMA, os bens móveis e imóveis, valores, rendas e direitos atualmente pertencentes ao IMA e ao INGÁ ou que lhe venham a ser adjudicados ou transferidos. § 1º - Os bens, diretos e valores do INEMA serão utilizados, exclusivamente, no cumprimento dos seus objetivos, permitida, a critério da Diretoria Geral, a utilização de uns e outros para obtenção de rendas destinadas ao atendimento de suas finalidades. § 2º - Em caso de extinção do INEMA, seus bens e direitos reverterão ao patrimônio do Estado da Bahia, salvo disposição em contrário expressa em lei. Art. 127 - Constituem receitas do INEMA: Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 22 I - os créditos orçamentários que lhe forem consignados pelo Orçamento Geral do Estado; II - os recursos correspondentes a 95% (noventa e cinco por cento) dos valores das multas administrativas por atos lesivos ao meio ambiente, a serem repassados pelo Fundo de Recursos para o Meio Ambiente - FERFA; III - os valores correspondentes às multas administrativas por descumprimento da legislação estadual de recursos hídricos; IV - os valores da arrecadação da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental, incidente sobre as atividades utilizadoras de recursos naturais e atividades potencialmente poluidoras do meio ambiente, prevista no art. 3º da Lei Estadual nº 11.631, de 30 de dezembro de 2009; V - os recursos correspondentes a até 25% (vinte e cinco por cento) dos previstos no inciso III do art. 1º da Lei Estadual nº 9.281, de 07 de outubro de 2004, referentes às compensações financeiras previstas no § 1º do art. 20 da Constituição Federal, a serem repassados pelo FERFA; VI - os recursos correspondentes a 20% (vinte por cento) da cobrança pelo fornecimento de água bruta dos reservatórios; VII - os valores provenientes da remuneração pela análise dos processos de licenciamento ambiental e pela prestação de serviços; VIII - os valores provenientes da cobrança de emolumentos administrativos para expedição das outorgas de direito de uso dos recursos hídricos; IX - os valores correspondentes às multas aplicadas pelo descumprimento de Termo de Compromisso celebrado pela Entidade; X - os valores provenientes da venda de publicações ou outros materiais educativos e técnicos produzidos pela Entidade; XI - os recursos oriundos de convênios, acordos ou contratos celebrados com entidades públicas ou privadas, organismos ou empresas nacionais, estrangeiras ou internacionais; XII - as doações, legados, subvenções e quaisquer outras fontes ou atividades. § 1º - Será destinado a projetos de melhoria ambiental o percentual de 80% (oitenta por cento) do valor resultante do recurso previsto no inciso II do caput deste artigo. § 2º - Fica mantida a destinação de 80% (oitenta por cento) dos recursos previstosno inciso VI do caput deste artigo para o órgão responsável pela administração, operação e manutenção do reservatório. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 23 Art. 128 - A prestação de contas do INEMA, relativa à administração dos bens e recursos obtidos, no exercício ou na gestão, será elaborada em conformidade com as disposições constitucionais sobre a matéria, com o disposto em lei, no Regimento e demais normas legais aplicáveis, devendo ser encaminhadas ao Tribunal de Contas do Estado. Art. 129 - O exercício financeiro do INEMA coincidirá com o ano civil. Art. 130 - O regime jurídico do pessoal do INEMA é o estabelecido para o serviço público estadual. § 1º - A admissão de servidores do INEMA dar-se-á mediante concurso público e com observância ao plano de cargos e salários e benefícios previstos em lei. § 2º - Os cargos efetivos do INGÁ e do IMA passam a integrar o quadro do INEMA, onde desempenharão as suas respectivas atribuições legais. § 3º - Ficam transferidos da estrutura de cargos efetivos do IMA e do INGÁ para o INEMA os cargos de Procurador Jurídico e suas respectivas classes, previstos no Anexo II da Lei nº 8.208, de 04 de fevereiro de 2002. § 4º - O Poder Executivo poderá colocar à disposição do INEMA servidores públicos do seu quadro para auxiliar no desempenho de programas ou projetos específicos. Art. 131 - Fica criado o Sistema Estadual de Informações Ambientais e de Recursos Hídricos - SEIA, que absorverá o Sistema Estadual de Informações Ambientais - SEIA e o Sistema Estadual de Informações de Recursos Hídricos - SEIRH. 1.8. Lei Estadual N° 12.377/2011 Publicada no DOE em 29/12/2011, altera a Lei nº 10.431, de 20 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, a Lei nº 11.612, de 08 de outubro de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e a Lei nº 11.051, de 06 de junho de 2008, que Reestrutura o Grupo Ocupacional Fiscalização e Regulação. Esta lei introduziu várias mudanças no sistema de licenciamento ambiental vigente, com a criação de novos mecanismos e modalidades de licenças, as quais estão descritas nos itens específicos deste Guia. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 24 Salienta-se que a emissão das licenças ambientais, de qualquer modalidade passou a ser de competência plena do INEMA. Mantém o CEPRAM, sua competência recursal no que se refere às penalidades impostas pelo INEMA. A classificação dos empreendimentos e atividades passou a considerar além dos critérios de porte e natureza da atividade ou empreendimento, o potencial poluidor classificando-o em pequeno, médio ou alto. O CEPRAM teve a sua composição ampliada de 21 (vinte e um) para 33 (trinta e três) Conselheiros membros, com a seguinte representação: • I - por 07 (sete) representantes do Poder Público Estadual, dos seguintes órgãos: • a) Secretaria do Meio Ambiente; • b) Secretaria do Planejamento; • c) Secretaria de Desenvolvimento Urbano; • d) Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração; • e) Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária; • f) Secretaria de Infraestrutura; • g) Secretaria da Saúde. • II - por um representante do Poder Público Municipal; • III - 02 (dois) representantes da Assembleia Legislativa da Bahia; • IV - 01 (um) representante do Poder Público Federal; • V - 06 (seis) representantes de Organizações Não Governamentais Ambientalistas - ONGs, cadastradas no Cadastro Estadual de Entidades Ambientalistas (CEEA) e, preferencialmente representadas por biomas: • a) 02 (dois) do Bioma Mata Atlântica, considerando a zona costeira; • b) 02 (dois) do Bioma Caatinga; • c) 02 (dois) do Bioma Cerrado. • VI - 01 (um) representante dos sindicatos de trabalhadores rurais; • VII - 01 (um) representante dos movimentos sociais urbanos; Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 25 • VIII - 01 (um) representante das comunidades quilombolas; • IX - 01 (um) representante dos povos indígenas; • X - 01 (um) representante das universidades; • XI - 11 (onze) representantes do setor empresarial, sendo: • a) 01 (um) representante das entidades de representação profissional; • b) 03 (três) representantes do setor da indústria; • c) 03 (três) representantes do setor rural; • d) 03 (três) representantes do setor de comércio e serviços; • e) 01(um) representante do setor do turismo. A estrutura do CEPRAM compreende a Presidência, o Plenário, a Secretaria Executiva e as Câmaras Técnicas e Setoriais, cujas atividades e funcionamento serão definidos em seu Regimento Interno. Cada membro do CEPRAM contará com 02 (dois) suplentes para substituí-lo em suas ausências e impedimentos. Os representantes da sociedade civil e do setor econômico são escolhidos entre seus pares, nos termos de edital de convocação aprovado pelo CEPRAM, e terão mandato de 02 (dois) anos, sendo permitida a recondução por igual período. 1.9. Decreto Estadual Nº 14.024/2012 Este Decreto publicado no DOE em 07/06/2012 aprovou o novo Regulamento da Lei nº 10.431, de 20 de dezembro de 2006, que instituiu a Política de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade do Estado da Bahia, e da Lei nº 11.612, de 08 de outubro de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Além de revogar o Decreto n° 11.235/2008. Ressalta-se que em 15/06/2012, o Decreto n° 14.032 alterou alguns artigos deste Regulamento, aprovado pelo Decreto nº 14.024/2012 e em novembro de 2014 o decreto 15.682 altera novamente este regulamento. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 26 Chamamos a atenção para as Leis e Decretos que já foram revogados, os quais foram citados, neste capítulo, apenas como trajetória histórica da Legislação Ambiental da Bahia. As leis vigentes em sua íntegra estão disponibilizadas em meio digital que acompanha esta apostila. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 27 2. LICENCIAMENTO AMBIENTAL O licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual a administração pública, por intermédio do órgão ambiental competente, analisa a proposta apresentada para o empreendimento e o legitima, considerando as disposições legais e regulamentares aplicáveis e sua interdependência com o meio ambiente, emitindo a respectiva LICENÇA. O Licenciamento Ambiental no Estado da Bahia está sob a responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), autarquia vinculada à Secretaria do Meio Ambiente (SEMA). A Diretoria de Regulação (DIRRE) do INEMA é responsável pela análise e emissão de Parecer Técnico referente ao Licenciamento, deliberando sobre a expedição da Licença Ambiental requerida. O licenciamento ambiental, realizado em processo único, compreende, além da avaliação de impactos ambientais, a outorga de direito de uso de recursos hídricos, a supressão de vegetação, a anuência do órgão gestor da unidade de conservação e demais atos associados, quando couber. Neste sentido, a equipe da DIRRE vem analisando os processos licenciatórios de forma integrada, o que garante maior eficácia e celeridade na análise, reduzindo as inconsistências e o retrabalho. A Portaria do INEMA publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) concedendo a licença ambiental requerida é a mesma que concede a outorga de uso de recursos hídricos e a supressão de vegetação, fixados em um único ato administrativo. A Licença Ambiental é o ato administrativo por meio do qual o INEMA estabelece as condições, restrições e as medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página28 Licenciar uma atividade significa avaliar os processos tecnológicos em conjunto com os parâmetros ambientais e socioeconômicos, fixando medidas de controle, levando-se em conta os objetivos, critérios e normas para conservação, defesa e melhoria do ambiente e, especialmente, as diretrizes de planejamento e ordenamento territorial do Estado. 2.1. Lei Estadual Nº 10.431/06 A Lei Estadual nº 10.431, de 20/12/2006 (e suas alterações), está regulamentada por meio do Decreto nº 14.024, publicado em 07/06/2012, com as alterações que lhe sucederam, conforme quadro a seguir: Quadro 1. Lei e Decreto Ambiental e suas Alterações Diploma Legal Alterações Lei Estadual nº 10.431 de 20/12/2006 Lei Estadual nº 12.377 de 28/12/2012 Decreto Estadual nº 14.024 de 06/06/2012 Decreto Estadual nº 14.032 de 15/06/2012 Decreto Estadual nº 15.682 de 19/11/2014 Fonte: Elaboração própria, 2013 alterado 2015. O Sistema de Licenciamento Ambiental está disciplinado no Capítulo VII (arts. 42 a 53 da Lei nº 10.431/2006) e no Capítulo VII do seu Regulamento (arts. 97 a 196), aprovado pelo Decreto n° 14.024/2012. O Art. 42 da Lei Estadual nº 10.431/2006, estabelece que: “A localização, implantação, operação e alteração de empreendimentos e atividades que utilizem recursos ambientais, bem como os capazes de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento ambiental, na formado disposto nesta Lei e demais normas dela decorrentes.” Definem-se como atividades e empreendimentos potencialmente degradantes do ambiente, de acordo com a legislação ambiental, aqueles que direta ou indiretamente: • a) causem prejuízos à saúde, à segurança e ao bem-estar da população; • b) causem danos aos recursos ambientais e aos bens materiais; • c) criem condições adversas às atividades socioeconômicas; Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 29 • d) afetem as condições estéticas, de imagem urbana, de paisagem, ou as condições sanitárias do meio ambiente. 2.2. A quem compete o licenciamento ambiental? A Constituição Federal de 1988 estabeleceu em seu art. 23 a competência comum entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios para a atuação em matéria ambiental, reservando à lei complementar a fixação de normas de cooperação entre os mesmos, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional (art. 23, parágrafo único). Desse modo, no exercício do poder de polícia administrativa, todos os entes federados, por intermédio de seus órgãos ambientais, estão aptos a fiscalizar e licenciar atividades e empreendimentos utilizadores de recursos naturais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) por meio da Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 editou as normas gerais de licenciamento ambiental para todo o território nacional, estabelecendo os níveis de competência federal, estadual e municipal, de acordo com a extensão do impacto ambiental, além de estabelecer que os empreendimentos e atividades devem ser licenciados em um único nível de competência. 2.2.1. Lei Complementar n°140/2011 Recentemente foi sancionada a Lei Complementar n° 140, aprovada em 08 de dezembro de 2011, que fixou normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora. 2.2.1.1. COMPETÊNCIA DA UNIÃO De acordo com o art. 7º, XIV da Lei Complementar n° 140/2011 compete a União, por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), órgão executor do SISNAMA, promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 30 a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999; g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); ou h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento. (LEI COMPLEMENTAR, Nº 140/11) Vê-se que a definição de novas hipóteses de licenciamento no âmbito federal passa pela análise da Comissão Tripartite Nacional. Recentemente (julho/2013) o MMA instituiu a Comissão Tripartite Nacional, com a finalidade de estabelecer as tipologias de atividades e empreendimentos sujeitas ao licenciamento pelo órgão federal. Poderá o IBAMA delegar as ações administrativas mediante convênio, devendo para tanto, o ente federativo destinatário da delegação, conforme o art. 5º da LC/140, dispor de: a ) Conselho de Meio Ambiente; e b) Órgão ambiental capacitado, considerado aquele que possua técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações a serem delegadas. (LEI COMPLEMENTAR, N° 140/11) Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 31 O IBAMA fará o licenciamento após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. 2.2.1.2. COMPETÊNCIA DOS ESTADOS A competência para o licenciamento ambiental dos Estados foi definida no art.8º, incisos XIV e XV da LC n° 140/2011, passando a ser residual. Ao invés de a LC 140 tentar enumerar todas as hipóteses de licenciamento estadual, optou por elencar os casos de licenciamento federal e municipal (art. 7º e 9º), sendo estadual o licenciamento de todos os empreendimentos e atividades que ali não se enquadrarem. A prevalência do licenciamento ambiental no âmbito estadual que já era uma tendência na legislação vigente (Lei nº 6.938/81), não sofreu grandes alterações, em que pesem os esforços para o licenciamento no âmbito local. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o licenciamento após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. O INEMA é o órgão executor da Política Estadual de Meio Ambiente, com as atribuições nas áreas de controle ambiental, florestas e recursos hídricos. Os procedimentos para o licenciamento ambiental, envolvendo a supressão de vegetação e as outorgas tramitam na Diretoria de Regulação (DIRRE), que tem por finalidade planejar, organizar e coordenar as ações necessárias para emissão das licenças ambientais e dos atosautorizativos de meio ambiente e de recursos hídricos. O fluxograma apresentado a seguir detalha as Coordenações Técnicas (em número de sete) que compõem a Diretoria de Regulação do INEMA e de forma resumida demonstra o fluxo para emissão da licença ambiental e sua publicação no Diário Oficial do Estado (DOE). Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 32 Figura 1. Fluxograma Coordenações Técnicas Fonte: INEMA, 2011. Observa-se que a Diretoria de Regulação (DIRRE) possui Coordenações específicas para tratar do licenciamento de atividades e empreendimentos de acordo com o segmento econômico: mineração, agrossilvopastoris, indústrias e serviços, infraestrutura e energia, turismo e urbanismo, empreendimentos de interesse social e fauna e aquicultura, visando otimizar a análise setorial dos requerimentos formulados. As licenças ambientais concedidas pelo INEMA são objeto de publicação no Diário Oficial do Estado (DOE), com prazo de validade específico para cada modalidade. As renovações devem ser requeridas pelo interessado com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração da respectiva validade, posto que quando requeridas neste prazo, ainda que posteriormente vencidas, ficarão automaticamente prorrogadas até a manifestação definitiva do INEMA. Na Bahia, o sistema de licenciamento ambiental está disciplinado pela Lei Estadual n° 10.431, de 20 de dezembro de 2006 e pelo Regulamento desta Lei, aprovado pelo Decreto Estadual n° 14.024, de 06 de junho de 2012, prevendo as seguintes modalidades de licenças: • I - Licença Prévia (LP) • II - Licença de Instalação (LI) • III - Licença Prévia de Operação (LPO) • IV - Licença de Operação (LO) Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 33 • V - Licença de Alteração (LA) • VI - Licença Unificada (LU) • VII - Licença de Regularização (LR) • VIII - Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC). 2.2.1.3. COMPETÊNCIA MUNICIPAL A partir da Constituição Federal de 1988, o município passou a ser considerado um ente federado, que opera politicamente, visando atingir a satisfação das necessidades das comunidades locais. Neste contexto, o processo de descentralização da gestão ambiental, que já se dava na esfera estadual, estendeu-se no âmbito municipal. Nos termos do art. 9º, inciso XIV da LC n°140/2011 compete aos Municípios o licenciamento de atividades ou empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). (LEI COMPLEMENTAR, Nº 140/11). (grifo nosso) A descentralização da gestão ambiental para os municípios surgiu numa perspectiva de gerir com maior eficácia os recursos ambientais em nível local, dado a proximidade para aferição dos impactos, bem como o aproveitamento do conhecimento tradicional, que muitas vezes indica sabiamente o melhor caminho a ser seguido. Aliado a estes fatores, a diminuição dos gastos públicos se faz presente na consecução dessas finalidades; municipalizar a gestão ambiental significa internalizar na esfera local conceitos e mecanismos de controle sustentáveis para fazer frente às pressões sobre o ambiente, resultantes das atividades impactantes. Para desempenhar esse papel cabe às administrações municipais estruturarem-se para a implementação e o aperfeiçoamento de um sistema próprio de controle ambiental, que envolva os aspectos legal, institucional, técnico e operacional, de modo a atender às exigências de uma ação eficiente e eficaz no trato das questões ambientais locais. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 34 Nesse sentido, recomenda-se que o município deve se organizar para exercer a competência a ele atribuída, devendo observar a existência dos seguintes requisitos: • I - política municipal de meio ambiente prevista em legislação específica; • II - conselho municipal de meio ambiente, devidamente empossado e regimentado; • III - órgão ou instância técnico-administrativa na estrutura do Poder Executivo Municipal, com atribuições específicas na área de meio ambiente, dotado de corpo técnico multidisciplinar, com experiência na área ambiental; • IV - sistema de licenciamento e fiscalização ambiental municipal implantado. O Regulamento da Lei Ambiental do Estado da Bahia (aprovado pelo Decreto n° 14.024/2012), na Seção IX, art. 145, reafirmou o disposto na supracitada LC n°140/2011, como segue: Art. 145 - Compete aos órgãos municipais de meio ambiente promover o licenciamento e a fiscalização ambiental das atividades ou empreendimentos: I - que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelo CEPRAM, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou II - localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental - APAs. Nesse sentido, e para atender a LCP 140, a resolução CEPRAM 4,327 de 31 de outubro de 2013 dispõe sobre as atividades de impacto local de competência dos Municípios, fixa normas gerais de cooperação federativa nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente e ao combate da poluição em qualquer de suas formas. No caminho do desenvolvimento sustentável em que a preocupação primacial é utilizar os recursos naturais sem esgotá-los, para garantir que estejam disponíveis às futuras gerações, a participação do poder público na avaliação, licenciamento e fiscalização das atividades e empreendimentos capazes de gerar impacto ambiental há que ser sistêmica, interagindo nos três níveis de poder: federal, estadual e municipal. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 35 2.2.1.4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL EM ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APAS) O licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados em APAs passou a ter regras próprias, de acordo com a LC n°140/2011, não se aplicando o critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação para a definição de competência, conforme art. 12 da referida lei. Deverão, no caso, serem observados os critérios previstos nas alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do art. 7º, no inciso XIV do art. 8º e na alínea “a” do inciso XIV do art. 9º da LC n°140/2011 para fins da delimitação da competência. Desse modo, a competência do ente que irá proceder ao licenciamento ambiental em área de Área de Proteção Ambiental (APA) será definida, em regra, pelo grau de impacto da atividade, independentemente se a APA é federal, estadual ou municipal. Entretanto, para as demais categorias de Unidades de Conservação, entende-se que o ente federativo responsável pela criação da respectiva UC, a princípio, ficará também responsável pelo licenciamento ambiental da atividade ou do empreendimento a ser instalado. 2.3. Empreendimentos e atividades sujeitas ao sistema de licenciamento ambiental na Bahia De acordo com o Art. 98 do Regulamento da Lei nº 10.431/06, aprovado pelo Decreto nº 14.024/2012: Art. 98 - A localização, implantação, operação e alteração de empreendimentos e atividades que utilizem recursos ambientais, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento ambiental. São passíveis de licença ou autorização ambiental os empreendimentos ou atividades definidos no Anexo IV do Regulamento, como seguem: Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 36 • I - Divisão A: Agricultura, Florestas e Caça • II - Divisão B: Mineração • III - Divisão C: Indústrias • IV - Divisão D: Transporte • V - Divisão E: Serviços • VI - Divisão F: Obras Civis • VII- Divisão G: Empreendimentos Urbanísticos, Turísticos e de Lazer • VIII - Divisão H: Biotecnologia Consulte o Anexo II do Decreto 15.682/2014 que altera o Regulamento da Lei 10.431/2006 (aprovado pelo Decreto n° 14.024/2012) e verifique onde se enquadra a atividade ou empreendimento objeto do licenciamento ambiental. 2.3.1. Classificação das Atividades Segundo o Porte e Potencial Poluidor O enquadramento das atividades far-se-á, quanto ao porte segundo três grupos distintos Pequeno (P), Médio (M) e Grande (G), e quanto ao potencial poluidor (p) pequeno, (m) médio e (a) alto, conforme critérios estabelecidos no Anexo II do Decreto 15.682/14 que regulamenta a Lei 10.431/06, aprovado pelo Decreto n° 14.024/2012. Conforme preceitua o art. 109 do referido Regulamento, em função do porte e do potencial poluidor o empreendimento será enquadrado em uma das Classes, como segue: Art. 109 - A classificação de empreendimentos e atividades obedecerá a seguinte correspondência: I - Classe 1 - pequeno porte e pequeno potencial poluidor; II - Classe 2 - médio porte e pequeno potencial poluidor ou pequeno porte e médio potencial poluidor; III - Classe 3 - médio porte e médio potencial poluidor; IV - Classe 4 - grande porte e pequeno potencial poluidor ou pequeno porte e alto potencial poluidor; V - Classe 5 - grande porte e médio potencial poluidor ou médio porte e alto potencial poluidor; VI - Classe 6 - grande porte e alto potencial poluidor. Parágrafo único - As correspondências estabelecidas no caput deste artigo seguem a seguinte tabela classificatória: Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 37 Os empreendimentos enquadrados nas classes 1 e 2 serão objeto de licenciamento ambiental, mediante a concessão de Licença Unificada (LU), antecedido de Estudo Ambiental para Atividades de Pequeno Impacto (EPI). Aqueles enquadrados nas classes 3, 4 e 5 serão objeto de licenciamento ambiental, obedecendo as etapas de LP, LI e LO, antecedido do Estudo Ambiental para Atividades de Médio Impacto (EMI). Já os empreendimentos e atividades enquadrados na classe 6 serão objeto de licenciamento ambiental, obedecendo as etapas de LP, LI e LO, antecedido de Estudo Prévio de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). No caso de licenciamento ambiental de duas ou mais tipologias vinculadas ao mesmo empreendimento ou atividade adotar-se-ão os seguintes critérios de classificação, de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental, diante das circunstâncias do caso concreto: • I - o enquadramento será realizado pela maior classe; • II - verificando-se que o conjunto das atividades ligadas ao empreendimento são capazes de provocar significativo impacto ambiental, serão enquadradas, pelo conjunto, na Classe 6. 2.3.2. Da Remuneração pela Análise A remuneração, pelos interessados, dos custos correspondentes às etapas de vistoria e análise dos requerimentos das autorizações e licenças ambientais será efetuada de acordo com a modalidade da Licença e a Classe da Atividade (1 a 6), cujos valores em Reais estão fixados no Anexo III do decreto 15.682/14. Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 38 Quando o custo realizado para inspeção e análise da licença ambiental requerida exceder o valor básico fixado no Anexo III do Regulamento, o interessado ressarcirá as despesas realizadas pelo INEMA. Nos casos sujeitos à elaboração de EIA/RIMA, ou outros estudos ambientais de maior complexidade, o valor básico será complementado no momento da entrega dos estudos pelo empreendedor. 2.4. Penalidades aplicáveis na ausência do licenciamento Os empreendimentos e atividades considerados efetiva ou potencialmente poluidores não devem se instalar sem o prévio Licenciamento Ambiental, estando sujeitos às sanções e penalidades previstas em Lei, que podem ser aplicadas pelo INEMA através da Advertência, Multa, Interdição, Embargo ou Demolição. De acordo com o previsto no Anexo VI do Regulamento da Lei 10.431/06, que dispõe sobre a Classificação das Infrações Ambientais, é considerada infração GRAVE, construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, atividades, obras ou serviços utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, em desacordo com a licença obtida ou contrariando as normas legais e regulamentos pertinentes. Podendo ser aplicada a penalidade de Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). O art. 248 do Regulamento da Lei nº 10.431/06, aprovado pelo Decreto 14.024/2012 relaciona as penalidades aplicáveis em caso de infração ambiental, como segue: Art. 248 - Sem prejuízo das sanções penais e da responsabilização civil, aos infratores das disposições da Lei nº 10.431/2006, das normas dela decorrentes e outras regras de proteção ambiental, serão aplicadas às seguintes penalidades, independentemente de sua ordem de enumeração: I - advertência; II - multa de R$500,00 (quinhentos reais) a R$50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais); III - multa diária de R$50,00 (cinquenta reais) a R$500.000,00 (quinhentos mil reais); IV - interdição temporária ou definitiva; Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 39 V - embargo temporário ou definitivo; VI - demolição; VII - apreensão dos animais produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; VIII - suspensão parcial ou total de atividades; IX - suspensão de venda e fabricação do produto; X - destruição ou inutilização de produto; XI - destruição de fornos para produção de carvão vegetal; XII - perda ou restrição de direitos consistentes em: a) suspensão de registro, licença ou autorização; b) cancelamento de registro, licença e autorização; c) perda ou restrição de benefícios e incentivos fiscais; d) perda ou suspensão da participação em linhas financiamento em estabelecimentos públicos de crédito; e) proibição de licitar e contratar com a Administração Pública pelo período de até 03 (três) anos. As penalidades previstas poderão ser impostas isoladas ou cumulativamente e caso o infrator venha a cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações de natureza diferente, poderão ser-lhe aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas correspondentes. Todas as despesas decorrentes da aplicação das penalidades correrão por conta do infrator, sem prejuízo da indenização relativa aos danos a que der causa. Sem obstar a aplicação das penalidades previstas acima, é o degradador obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar e/ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. Vale ainda ressaltar que a fruição de benefícios, estímulos e incentivos fiscais e financeiros, bem como financiamentos ou subsídios de qualquer natureza, concedidos direta ou indiretamente pelo poder público, vinculados à respectiva atividade, na área estadual, poderá ser sustada perante as autoridades competentes, quando o Formar EAD - Licenciamento Ambiental- Página 40 beneficiário estiver descumprindo determinação da lei estadual ou normas dela decorrentes. Isto implica que empreendimentos não legalizados por meio da Licença ou Autorização Ambiental poderão ter suspensos os benefícios, incentivos e financiamentos, por ventura solicitados. 2.4.1. Lei de Crimes Ambientais Em 12 de fevereiro de 1998, foi sancionada a Lei de Crimes Ambientais – Lei nº 9.605. Destaca-se o Art. 60 da Seção III da Lei 9.605/08, a seguir transcrito: Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:
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