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DIRETO TRIBUTÁRIO Prof. Flávio Galvão 2021 2 DIRETO TRIBUTARIO – Prof. Flávio Galvão 26/02/2021 – Aula 1 1. Sistema Tributário Nacional COMPETÊNCIA TRIBUTARIA é o poder que a Constituição outorga para os entes federativos para que eles possam criar as leis que vão exigir os tributos que estão disciplinados na própria Constituição. Ou seja, competência tributária, é um poder para que a união, estados membros e municípios possam criar por meio das leis competentes e exigir os tributos disciplinados na Constituição. A Constituição tem 3 funções relevantes em matéria tributária. A competência tributária e essa outorga de poder para legislar a competência tributária, onde a constituição 1- Estabelece os princípios constitucionais tributários; 2- Disciplina as imunidades tributarias, ou seja, as relações jurídicas que não vão se submeter a tributação; 3- Estabelece o chamado núcleo definidor dos elementos que compõe a norma tributaria, é a hipótese de que é o comportamento do contribuinte que vai desencadear o dever de pagar tributo, qual a base de cálculo desses tributos, quem é o sujeito passivo desses tributos e em que momento ocorre o dever de pagamento do tributo; E, com isso, se estabelece nessas 3 funções, ao lado da competência tributária, esses requisitos essenciais para que a tributação pode ser considerada válida no ordenamento jurídico. Obedecer aos princípios tributários que a própria constituição estabelece, excluir/ impedir determinadas relações jurídicas para que se submeta a tributação, pois as imunidades estão no plano da constituição. E ao definir os tributos que podem ser cobrados, a CF de 88 limita a atuação do legislador ordinário, o legislador infraconstitucional. E dentro desse contexto também, ela estabelece o que pode e o que não pode ser feito no contexto da tributação, quem pode e quem não pode exigir os tributos. Ou seja, a CF impõe a competência tributária. Essa COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA vem disciplinada a partir do Art. 145 da CF; A MODALIDADE DOS TRIBUTOS existentes nos Arts. 153 ao 156 CF; E PRICÍPIOS TRIBUTÁRIOS a partir do Art. 150 CF. O dever de pagar tributo é uma condição inexorável da nossa cidadania. Pessoas físicas não detém de imunidade tributária. A CF não cria o tributo, quem cria o tributo são as leis emanadas pela União, Estados membros e Municípios, por meio dessas leis ordinárias competentes, esses entes federativos criam ou até mesmo majoram os tributos. Essa possibilidade também, de criação e majoração dos tributos pode ser atribuída a lei complementar. 3 Quem efetivamente cria os tributos, por outorga de competência são os entes federativos, seja por meio de suas leis ordinárias, o que exige votação de quórum público, emanadas pelo legislativo do ente público ou a própria união, como também a constituição exige a possibilidade de criação e majoração de tributo por meio de LEI COMPLEMENTAR. • A exceção a essa regra diz respeito a possibilidade da Lei Complementar criar empréstimos compulsórios (art. 148, da CF); o imposto de competência residual (art. 154, I), além das outras contribuições sociais (§ 4º do art. 195) e, por último, o imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VIII), que é um imposto competente a união federal, mas ainda não existe lei complementar, ainda não foi criado. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA O sujeito ativo do tributo será sempre a União, Estados membros, DF e os municípios. Estes são chamados os entes federativos que recebem e são vinculados a competência tributária que a CF estabelece. O sujeito passivo será pessoa natural física ou jurídica de direito privado. A capacidade tributaria tem a ver com a sujeição ativa do tributo. Administração Pública Direta (está vinculada aos órgãos da administração pública centralizada que se vincula diretamente ao ente político, ex.: Receita Federal do Brasil, está vinculada diretamente a tributação da união federal) Administração Pública Indireta (autarquias e fundações mantidas pelo poder público). A capacidade tributaria ativa significa a outorga de poderes para a cobrança e fiscalização dos tributos a uma outra entidade da adm. pública, são eles órgãos da adm. pública indireta, mas que é atribuída pela Lei, e não pela CF. a Lei criadora ou majoradora, por outorga de competência da CF, então, a capacidade tributaria ativa significa que a lei competente pode atribuir a cobrança e fiscalização dos tributos a um outro órgão distinto da adm. publica indireta. Inclusive até podendo utilizar o que é cobrado e arrecadado para o custeio de atividades do órgão da adm. publica indireta. A competência tributária é da CF que outorga competência para editar as leis tributarias para a exigência ou majoração dos tributos, quem recebe essa outorga de poder são os entes federativos, e com a outorga dessa competência eles editam as leis competentes para exigir ou majorar os tributos. A competência tributária não se transfere. A capacidade tributaria ativa significa que quando esta lei, competentes para exigir ou majorar os tributos, é criada pelos entes federativos, pode esta lei em 2 atividades essenciais na atividade jurídica tributaria: cobrança e/ ou fiscalização dos tributos atribuir este dever de cobrar e fiscaliza a outro órgão da adm. publica indireta, destes mesmos entes federativos. (Ex.: quando a OAB (autarquia) cobra anuidade do advogado, tributo para o exercício de atividades profissionais). A capacidade tributaria ativa pode ser transferida. Resumo: “A capacidade tributária ativa é a aptidão para figurar, por lei, na posição de sujeito ativo da relação tributária, ou seja, na posição de credor, com as prerrogativas que lhe são inerentes de 4 fiscalizar o cumprimento das obrigações pelos contribuintes e de cobrar os respectivos créditos tributários.” A competência tributária é o poder conferido pela Constituição Federal de 1988 aos entes políticos (União, estados membros, Distrito Federal e municípios) para a instituição de tributos. O que a caracteriza é o fato de ser facultativa, indelegável, intransferível, incaducável e irrenunciável. Em outras palavras, podemos dizer que a competência tributária não é de exercício obrigatório, não pode ser entregue a outra pessoa jurídica de Direito Público nem a outra entidade política, não tem prazo para ser exercida e não pode ser objeto de renúncia. Já a capacidade tributária ativa, por sua vez, consiste na atividade de arrecadar e fiscalizar tributos. Tem como principais características o fato de ser delegável a outras pessoas jurídicas de Direito Público (autarquias profissionais), transferível para outra entidade política e precária, pois sua delegação pode ser revogada a qualquer tempo, conforme preceitua o artigo 7º do Código Tributário Nacional. Desta forma, conclui-se que a competência tributária é o poder de tributar do ente federativo, conferido pela Constituição Federal de 1988, e que somente será exercido pelo ente político constitucionalmente competente; enquanto a capacidade tributária ativa é o ato de arrecadar e fiscalizar tributos, o qual pode ser transferido para outra entidade política. Por exemplo, somente a União pode instituir o IGF (Imposto sobre Grandes Fortunas), porém ela pode delegar a arrecadação e fiscalização deste tributo a outra pessoa jurídica de Direito Público. Neste caso, a União possui o poder mais abrangente (competência), pois cria um tributo, não sendo necessário que ela própria arrecade e fiscalize a tributação de referido imposto (poder menos abrangente). Acrescente-se ainda que, como acima visto, a recíproca não é verdadeira, pois mesmo que uma entidade política tenha capacidade tributária ativa, esta pode ser revogada a qualquer tempo. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10591016/artigo-7-da-lei-n-5172-de-25-de-outubro-de-1966 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984008/c%C3%B3digo-tribut%C3%A1rio-nacional-lei-5172-66 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984008/c%C3%B3digo-tribut%C3%A1rio-nacional-lei-5172-66 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 5 A AUTONOMIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO O Direito Tributário se apresenta como um ramo autônomo (relativamente) do direito. Indiscutivelmente, o Direito Tributário tem: a) autonomia dogmática, isto é, possui certos princípios e métodos que lhe são próprios, diferentes dos que são exclusivos de outros ramos do direito. O Direito Tributário tem forma própria, específica. No Direito Tributário há princípios que são seus pilares: PRINCIPAIS PRINCÍPIOS CONCEITO Estrita legalidade tributária Todos os elementos integrantes do tributo devem estar definidos em lei Anterioridade da lei tributária Antes do inicio do exercício financeiro, lei tributária e lei orçamentária devem estar em vigência Definição legal do fato gerador Deve ser interpretada com abstração da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo contribuinte, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos Convenções particulares A responsabilidade pelo pagamento de tributos, não pode ser oposta à Fazenda Pública para alterar a definição legal do sujeito passivo tributário b) autonomia estrutural, isto é, possui certos institutos jurídicos específicos, próprios, diferentes dos existentes nos demais ramos do direito. O Direito Tributário tem conteúdo próprio, especifico. No Direito Tributário encontramos o estatuto do contribuinte, a consulta tributária, a obrigação tributária, a capacidade tributária, e outros. Como tais princípios, métodos e institutos são distintos dos que informam outros ramos do direito, o Direito Tributário passa a ter certa independência (relativa) para oferecer suas conclusões e defender sua finalidade específica. Daí a autonomia (relativa) do Direito Tributário perante o direito e os demais ramos jurídicos. A autonomia do Direito Tributário é, pois, uma realidade indiscutível. Este ramo do direito atinge suas finalidades, alcança os seus objetivos e realiza os seus fins de modo inconfundível. Atende, incontestavelmente, os requisitos dogmáticos e estrutural, essenciais para a autonomia. Esta autonomia está consagrada também no ápice do nosso ordenamento jurídico, pois a Constituição Federal dedica um capítulo especial ao Sistema Tributário Nacional (artigos 145 ao 162) e prevê que lei complementar estabeleça normas gerais em matéria de legislação tributária (artigo 146, inciso III). Além disso, a existência do CTN — Código Tributário Nacional — é decisivo para derrubar qualquer argumento tendente a questionar a autonomia do Direito Tributário. 6 RECEPÇÃO DO CTN PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988 Através do princípio da recepção, todas as normas jurídicas em vigência anteriores a um ordenamento constitucional e que não entrem em conflito com este último, são absorvidas pelo sistema jurídico, permanecendo em vigor. A Constituição de 1988, exatamente no art. 146, inciso III, alínea "b", exige a edição de lei complementar para tratar, como norma geral aplicável aos entes estatais (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), dos institutos da decadência e da prescrição tributárias. O CTN - Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966, cumpre as funções da lei complementar exigida pela Constituição de 1988 para tratar de prescrição e de decadência tributárias no art. 150, parágrafo quarto; no art. 156, inciso V; no art. 173 e no art. 174. Desta forma, a aplicabilidade atual do CTN, sob a égide da Constituição de 1988 decorre do fenômeno, teoria ou princípio da recepção (art. 34, §5 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). No aspecto formal, como a Constituição Federal de 1967 exigia que a matéria tributária, em se tratando de ‘normas gerais, conflitos de competência e limitações ao poder tributante’ fosse de natureza complementar, o CTN, diploma que versava sobre tais assuntos, embora fosse lei ordinária, passou a ter ‘eficácia de lei complementar’ por força do princípio da recepção. http://www.portaltributario.com.br/obras/ctn.htm 7 CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS TRIBUTARIAS Competência cumulativa – Art. 147 CF e 155 CF Art. 147 CF - Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. - Não temos território federal na federação brasileira, mas se tivermos pode ser exercida a competência cumulativa. Competência privativa, é exclusiva, ou seja, só aquele ente pode exigir ou majorar aqueles específicos tributos. o União Federal: - Impostos - Art. 153 CF (só a união federal cobra o ITR; imposto sobre grandes fortunas, ainda que não criado, mas só ela tem esse poder; IOF;) - Empréstimo compulsório (é um tributo) – Art. 148 + Sum 418 STF - Contribuições – Art. 149 o Estados membros e DF: - Impostos - Art. 155 CF (ex.: IPVA, ITCMD - O imposto sobre transmissão causa mortis e doação é um imposto brasileiro de competência dos estados e do Distrito Federal, que incide quando da transmissão não onerosa de bens ou direitos, tal como ocorre na herança ou na doação.) - Contribuições Sociais do Sistema Previdenciário dos Estados, DF: §1º, do Art. 149. o Municípios e DF - Impostos - Art. 156 CF (ex.: IPTU, ISS, ITBI, …) - Contribuições Sociais do Sistema Previdenciário dos Estados, DF: §1º, do Art. 149. COSIP: Art. 149-A. Competência comum = Taxas e Contribuições de melhorias – Art. 145 CF Competência residual = é a possiblidade da criação de impostos novos, e de acordo com a interpretação do STF esses impostos novos não podem ter base de cálculo em fato gerador dos já existentes na CF. no que tange na possibilidade de contribuições sociais novas, essa competência da união federal, e de acordo com a interpretação do STF, ela pode sim ter idêntica base de cálculo em fato gerador a impostos. Uma das modalidades de contribuição do Artigo 149 são as Contribuições sociais, distintas dos impostos. Quando se fala de competência residual se fala na possibilidade da união federal de editar leis para a exigência de impostos novos, que não tenham previsão na CF. desde que, na interpretação do STF esses impostos novos não podem ter base de cálculo em fato gerador dos impostos já existentes na CF. 8 Quando a união federal vai exercer essa competência para as contribuições sociais, elas serão novas contribuições socias, mas o SFT entende que não há nenhum impedimento condicional a esse que essas contribuições sociais possam ter e terão a mesma base de cálculo em fato gerador dos impostos, isso sem prejuízo a CF. - IMPOSTO = é um tributo não vinculado a qualquer tipo de atividade estatal, contra prestação estatal, o imposto não recebe absolutamente nada em troca. E tampouco impostos podem ter destinação específica. - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL = são tributos cuja característica essencial é possuírem destinação específica. - TAXAS = de acordo com o artigo 77º do CTN, taxa é um tributo “que tem como fato gerador o exercício regulador do poder de polícia, ou a utilização efetiva e potencial, de serviço público específico e divisível”. Competência extraordinária = aquela advinda de imposto extraordinário de guerra, se o Brasil entrar em guerra com outro país na orbita internacional, uma guerra externa (não abrange guerra civil interna), pode ser criado um imposto extraordinário de guerra Art. 154, II CF. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA o Privativa = significa que a competência para a instituiçãode determinados tributos conferidas aos entes federativos são de caráter exclusivo, então quando a união recebe competência para tributar impostos sobre a rende, apenas a união poderá faze-la. Respeitando os limites estabelecidos pela CF para a criação do imposto sobre a renda. Inclusive impossibilita que outros entes federativos possam usurpar essa competência, pois não se tem autorização para tanto. Tratados Internacionais ou Convenções internacionais em face da ordem tributária jurídica vigente, a convivência deve ser harmônica, havendo a prevalência do tratado em face do princípio oriundo do direito internacional, oriundo dessa convenção estabelecida por meio de tratados internacionais entre os países, ou seja, ou tratados vão prevalecer sobre a ordem jurídica interna, estes tratados devem estar devidamente ratificados por meio de decreto legislativo. Art. 98 do código tributário nacional. Então quando o Decreto legislativo integra e ratifica o Tratados Internacionais ou Convenções internacionais realizado pelo Brasil, no âmbito do ordenamento jurídico interno, ele vai revogar todas as disposições normativas anteriores que disporem em contrário. Os tratados e convenções internacionais, em matéria tributária, necessitam de serem ratificados por meio de decreto legislativo e tem status de lei ordinária, emanada pela CF, de acordo com o Art. 98 do código tributário nacional. 9 Portanto, pela interpretação do STF (ADIn 1.480/DF-2001), no caso de uma lei tributária interna POSTERIOR já existente for incompatível com a norma prevista em tratado ou convenção internacional, prevalece este último, por força do princípio da especialidade, não existindo hierarquia entre eles, permanecendo em vigor a lei tributária interna existente naquilo que for compatível. Ou seja, pela interpretação do STF no caso de uma lei tributária que seja POSTERIOR a um tratado e convenções internacionais e que seja contraria ao que dispõe o tratado internacional, o STF entende que não vai valer o princípio da especialidade. Então os tratados e convenções internacionais vão perder a sua vigência e eficácia em face da lei nova que é incompatível com seu texto. Nunca a lei superveniente será nula por força ou existência do tratado, prevalecendo a soberania interna brasileira no que tange a sua competência legislativa. (1h23m) DECRETOS LEGISLATIVOS = sua função é de introduzir no ordenamento jurídico brasileiro os convênios internacionais no âmbito tributário, então eles ratificam os tratados e convenções internacionais em matéria tributária, como também vai ratificar os decretos legislativos, convênios que são realizados entre os entes políticos e estados, municípios entre a união e os estados ou municípios. ➢ Não confundir decreto legislativo com decreto regulamentador que é baixado pelos chefes do executivo para dar fiel cumprimento a lei. Decreto legislativo é lei ordinária, seja ela federal, estadual ou municipal. Decreto regulamentador não é lei é ato normativo secundário. Art. 62 CF. (1h25m) Competência tributária: o Indelegável = possibilidade absoluta de poder, legislar para outros entes federativos em matéria tributária, essas funções não podem ser atribuídas ao poder executivo. Só quem legisla em matéria tributária, que tem a competência tributária, são os entes federativos por meio dos seus órgãos próprios para legislar, são eles, congresso nacional, governo federal, assembleia legislativa estaduais e câmaras municipais e distritais. o Incaducável = o poder para legislar em matéria tributária não fica veiculado ao tempo, se se perde ao decurso do tempo, não prescreve ou decai. A qualquer momento pode ser exercida pela união federal o Irrenunciável = o poder para legislar em matéria tributária pelos entes federativos não pode ser objeto de renúncia. o Inalterável = é matéria reservada a CF, somente pode ser alterada por meio de emenda. Nem a lei complementar pode dispor sobre a competência tributária. o Facultativa = os entes federativos não são obrigados a legislar sobre matéria tributária, ou seja, ao exercício da criação e cobrança dos tributos. (ex.: imposto sobre grandes fortunas). OBS.: CUIDADO. O art. 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2001), significa que uma vez instituído o tributo está estabelecido a arrecadação tributária do tributo por meio de lei, o ente federativo não pode mais abrir mão. Então ela é facultativa no exercício de legislar, mas uma vez exercida a perspectiva de poder para a criação de tributos o ente federativo exerce e cria o tributo, não vai mais deixar de arrecadar, sob pena de sanção jurídica atribuída ao respectivo poder. 10 (1h30m) Bitributação = mais de um ente federativo, mais de um ente político que compõe a federação brasileira tributar duas vezes o mesmo fato. Significa dizer que mais de um ente federativo, por exemplo a união e o estado membro, muitas vezes entra-se essa possibilidade pela CF de que 2 entes federativos podem cobrar em face do mesmo comportamento do ser humano, seja pessoa física ou jurídica de direito privado, poderemos ter o mesmo comportamento do sujeito de direito sendo submetidos a tributação. Isto é, 2 entes federativos, cobram o mesmo tributo ao mesmo tempo em face do mesmo comportamento. Bis in Idem = um ente federativo, o mesmo ente federativo, cobrando 2 vezes o mesmo tributo federativo. Ex.: imposto de importação, IPI da importação. Exemplo de contribuições do art. 149, a união federal cobra PIS e COFINS sobre o faturamento e sobre a importação de mercadorias. 11 05/03/2021 – Aula 2 Princípios Constitucionais Tributários - Princípio da Legalidade tributaria – Art. 150, I CF = significa a proeminência, primado, o respeito a legalidade, todo tributo para ser criado ou majorado deve ser previamente submetido a aprovação do poder legislativo. A exigência e a majoração do tributo é fruto de uma atividade parlamentar, que se conclui com a aprovação da lei, só a lei pode exigir ou aumentar o tributo. O decreto regulamentador (ato normativo secundário), que é aquele de competência dos chefes do poder executivo para baixar normas para o fiel cumprimento de lei, não tem a possibilidade pelo sistema constitucional brasileiro de criar ou majorar tributos. Ou seja, o tributo deve ser criado ou majorado sempre por meio de lei, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte. Art. 150 CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; (21m30s) - Regime jurídico da MP - Medidas PROVISÓRIAS em matéria tributárias - Art. 62, § 2º CF = é um instrumento normativo utilizado em casos de relevância e urgência. A MP tem força de lei, ainda que seja um expediente excepcional. Nenhum chefe do executivo pode desprezar a esse comando constitucional. Art. 62 CF - Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei complementar; § 2º - Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nosarts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Temos uma regra de eficácia estabelecida no Art. 62, § 2º CF. significa dizer que, em que se pese a possibilidade de o presidente da república taxar com relevância e urgência a MP em matéria tributária, em impostos, ela só produz seus efeitos jurídicos a todos os cidadãos brasileiros só a partir do exercício financeiro seguinte. (ex.: havendo um aumento das alíquotas de impostos, essa MP para ter eficácia e produzir seus efeitos validos, a partir do exercício financeiro seguinte, ou seja, a partir de janeiro de 2022. E desde que essa MP tenha sido convertida em lei até o último dia, 31 de dezembro de 2021, daquele exercício financeiro em que ela foi editada). exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, = esses típicos impostos, como o imposto de importação do Art. 153, I; imposto de exportação do Art. 153, II; IPI do Art. 153, IV; IOF do Art. 153, 12 V; e o imposto extraordinário de guerra do Art. 154, II; quando se tratar desses impostos a MP terá eficácia imediata. Não haverá necessidade de aguardar o exercício financeiro seguinte, nem mesmo aguardar a conversão em lei. ***Exceto para os impostos de importação, exportação, IPI, IOF e imposto extraordinário de guerra, da qual quando assim a MP estipular majoração ou criação de impostos a eficácia é imediata!!! Para as Contribuições Sociais, do Art. 149 CF = vamos encontrar a autorização, pelo entendimento do SFT, de MP para a instituição e majoração de contribuições sociais. Também fica permitida a utilização de MP para a instituição de taxas e contribuições de melhoria. Quando a Constituição determinar que um assunto que ela dispõe deve ser regulado por meio de lei complementar, a MP não vai poder disciplinar, pois a CF proíbe que toda e qualquer matéria reservada a Lei complementar não poderá ser editada por MP. Art. 62, III CF. Impossibilidade de MP para matérias de competência da Lei Complementar: • Imposto Residual (imposto novo): Art. 154, I, da CF. Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não- cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; • Empréstimo Compulsório: Art. 148, da CF Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. • Imposto sobre Grandes Fortunas: 153, VII, da CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. • Contribuição Social Previdenciária Nova: 195, §6º, da CF Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". • Normas Gerais em Direito Tributário: Art. 146 da CF Art. 146. Cabe à lei complementar: 13 I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: I - será opcional para o contribuinte; II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. • ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços): Art. 155, §2º, XII e alíneas da CF Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: XII - cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a" f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. • ITCMD (imposto de transmissão causa mortis e doação): Art. 155, §1º, III, da CF Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: § 1º O imposto previsto no inciso I: III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; • ISS (imposto sobre serviços de qualquer natureza): Art. 156, III e §3º da CF Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 14 III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. • Contribuição Social: Art. 195, §11º (remissão = perdão do crédito e anistia = perdão da multa tributária, para débitos em montante fixado em lei complementar).Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: § 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso II do caput. Aparente exceção ao Princípio da Legalidade – Art. 153, §1º CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. Os incisos tratam dos impostos de importação, exportação, IPI e IOF. Esses 4 impostos, pelo critério de extra fiscalidade que a Constituição adota, ou seja, pela relevância desses impostos, exatamente por se tratarem de impostos que tem uma influencia imediata no que tange a regulamentação do mercado interno, inclusive das importações e exportações, influenciam na balança comercial brasileira. Esses 4 impostos, podem ter suas alíquotas, manipuladas pelo Poder Executivo/presidente da república e quando ele o faz, o faz por meio de decreto, mas quando ele faz por decreto, que não é lei, alíquota não pode ser criada por meio de decreto, porem nestes 4 impostos a CF permite. O presidente da república pode manipular, ele pode ir do grau mínimo ao grau máximo previsto em lei, para dispor sobre as alíquotas dos impostos. E porque é uma “aparente exceção”, pois o presidente não pode ficar mexendo da forma que quiser. Pois ele só pode manipular dentro do grau mínimo e o teto máximo estipulado por lei. E somente nos impostos acima mencionados. Outra aparente exceção ao Princípio da Legalidade, que permite a manipulação das alíquotas dos referidos impostos por meio de Decreto do Presidente da República: está previsto- Art. 177, § 4º, “b” da CF: Art. 177. Constituem monopólio da União: § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: 15 I - a alíquota da contribuição poderá ser: a) diferenciada por produto ou uso; b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b; Aqui estamos falando da manipulação das alíquotas da CIDE – Combustíveis por meio de Decreto Presidencial. A CIDE Combustível é um tributo, é uma contribuição de intervenção no domínio econômico, ramo da economia que ativa as atividades de importação e de comercialização de petróleo e derivados, gás natural e derivados de etanol. 16 Os CONVÊNIOS celebrados pelas entidades federativas, possuem uma previsão normativa no Art. 199 CTN – Lei 5.172 de 25 de outubro de 1966. Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar- se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. São acordo de apropriação em matéria tributária, que são realizados pelas entidades de direito público internas, principalmente celebrados entre os estados que compõe a federação brasileira, entre os estados membros e municípios e também podem existir convênios celebrados entre a união federal e estados membros ou entre a união federal e municípios. E esses convênios são acordos de cooperação, que visam estipular regras bem especificas sobre arrecadação e fiscalização de tributos. E também servem para tratar de isenções tributarias, reduções de base de cálculo, incentivos e benefícios fiscais. Essas regras só podem ser aplicadas, quando todos os estados da federação concordam sobre ela. Então esses convênios são celebrados pelos entes federativos, naquilo que vem estipulado na CF inclusive por meio de um órgão, o CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária. Tudo isso com autorização constitucional e do CTN. A aplicação é feita de maneira uniforme em todo o território nacional. O Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ é o colegiado formado pelos Secretários de Fazenda, Finanças ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal, cujas reuniões são presididas pelo Ministro de Estado da Fazenda, competindo-lhe, precipuamente, celebrar convênios para efeito de concessão ou revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais e financeiros do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação – ICMS (Constituição, art. 155, inciso II e § 2° , inciso XII, alínea g e Lei Complementar n° 24, de 7.1.1975). Incumbe-lhe, ainda, nos termos do seu regimento interno, aprovado pelo Convênio ICMS 133/97: - sugerir medidas com vistas à simplificação e à harmonização de exigências legais; - promover a gestão do Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico-Fiscais - SINIEF, para a coleta, elaboração e distribuição de dados básicos essenciais à formulação de políticas econômico-fiscais e ao aperfeiçoamento permanente das administrações tributárias. - promover estudos com vistas ao aperfeiçoamento da Administração Tributária e do Sistema Tributário Nacional como mecanismo de desenvolvimento econômico e social, nos aspectos de inter-relação da tributação federal e da estadual; - colaborar com o Conselho Monetário Nacional na fixação da Política de Dívida Pública Interna e Externa dos Estados e Distrito Federal, para cumprimento da legislação pertinente e na orientação das instituições financeiras públicas estaduais, propiciando sua maior eficiência como suporte básico dos Governos Estaduais. Esses convênios estaduais, que são celebrados pelos entes federativos estaduais, em matéria de ICMS são disciplinados no Art. 155, §2º, Inciso XII, “g”, da CF; então todos os estados, incluindo o DF, vão conceder isenções, incentivos e benefícios fiscais. E todos esses convênios que são celebrados tem previsão em Lei Complementar – LC no 24 de 1975.] Então esses convênios de ICMS que integram a legislação tributária do próprio imposto, então todas essas desonerações tributarias vão ser disciplinadas por convênios e devem ser ratificadas, ou seja, confirmadas, por meio de decreto do poder executivo. No caso de ICMS é o governador do estado. Aqui não se trata de uma exceção ao principio da legalidade, pois os convênios são aos acordos de confederação, previstos na CF por exemplo em matéria de ICMS. A organização, feitura e elaboração desses convênios está previsto em LC e tem previsão no CTN no artigo 199, e com isso esses convênios editados por esses órgãos da adm. Pública, tanto da união federal com os estados, 17 ou da união federal com os municípios, ou entre os próprios estados membros da federação e DF. Quando assim são editados há uma regra que os disciplina em lei com autorização constitucional para tanto, ai não há em matéria de ICMS isso se reforça com a previsão do Art. 155, §2º, Inciso XII, “g”, da CF. Então, os típicos casos de convênios celebrados entre os estados da federação brasileira, para celebrar matéria tributária relativa a isenção, redução de base de cálculo, concessão de incentivo e benefícios fiscais/ tributário não são considerados aparente exceções, são previsões constitucionais para disciplinar a matéria tributaria e integram o ordenamentojurídico conforme a lei, tanto no CTN – art. 199, como na LC. O Convenio, celebrado pelas entidades federativas, não é lei mas tem autorização legal e constitucional para disciplinas matéria tributaria e dentro desse contexto são ratificadas por meio de decreto legislativo ou decreto regulamentador. Os casos de isenção, extinção e redução dos demais tributos, que também obedecem ao princípio da legalidade, conforme previsão do §6º, do Art. 150 da Constituição Federal. Art. 150 §6ºCF - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. Pag.11 DECRETO LEGISLATIVO = é ato normativo primário, tem status de lei ordinária. Caráter de Lei Ordinária. Ato Normativo Primário. Art. 62 da CF. É oriundo e decorrente do processo legislativo. Decreto legislativo é o meio da qual se vai internar no ordenamento jurídica brasileiro os convênios internacionais, os chamados tratados convênios e resoluções internacionais em matéria tributária, então aí a manifestação do estado na ação, no caso a união federal. E também podem junto com o decreto regulamentador, disciplinar e ratificar internamente os convênios que são celebrados entre os estados da federação, entre os estados e municípios. Eles PODEM também, como decreto regulamentador, não há proibição do decreto regulamentador disciplinar também os convênios, isso por força da CF. Quando se tratar de ratificar tratado, convenção ou resolução que trate de caráter de participação do brasil como manifestação do estado em ação, nesses tratados ou convenções internacionais, é o DECRETO LEGISLATIVO que tem essa típica função exclusiva de integrar e ratificar os tratados ou convenções internacionais em matéria tributaria na legislação brasileira. DECRETO LEGISLATIVO = é ato normativo primário, tem status de lei ordinária. Caráter de Lei Ordinária. Ato Normativo Primário. Art. 62 da CF. ou seja, é lei e não decreto regulamentador. As Resoluções. Previsão do Art. 59, Inciso VII, da CF. Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; 18 II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Resoluções podem tratar de matéria tributária e tem caráter de lei conforme a CF. ➢ Em matéria de ICMS, temos a previsão do Inciso IV, do Art. 155, da CF, que determina que resolução do Senado Federal fixarão as alíquotas máximas de ICMS. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; ➢ A seu turno Resolução do Senado, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações de caráter interestadual, previsão do Inciso IV, do §2º, do art. 155, da CF. Art. 155, § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação; ➢ Ainda, em matéria de ICMS, vamos encontrar a previsão do Art. 155, §2º, Inciso V, “a”, da CF, que dispõe de resolução para definir as alíquotas máximas e mínimas nas operações e prestações internas, como também, fixar as alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados (Art. 155, §2º, Inciso V, “b”). Art. 155, V - é facultado ao Senado Federal: a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; ➢ O ITCMD terá sua alíquota máxima fixada pelo senado Federal por meio de resolução. O ITCMD tem a alíquota máxima fixada pela Resolução 9/92, que a fixa em 8% (Art. 155, §1º, Inciso IV). Art. 155, § 1º O imposto previsto no inciso I: IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; ➢ Outro exemplo é em relação ao IPVA, o Senado poderá estabelecer por resolução alíquotas mínimas para o imposto, na previsão do Inciso I, §6º, do art. 155, da CF (Projeto Resolução do Senado Federal nº 15/2017). Art.155, § 6º O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; 19 pag12. PRINCIPIO CONSTITUCIONAL DA NÃO-CUMULATIVIDADE - Art. 153, II, § 3º, e Art. 155, § 2º, I da CF Com relação ao IPI – imposto sobre produtos industrializados: não cumulatividade dos impostos sobre os produtos industrializados e sobre o comercio de mercadorias, relativamente com relação ao consumo desses produtos e mercadoria. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 3º - O imposto previsto no inciso IV: II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; Com relação ao ICMS – imposto sobre operações relativas a circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; O IPI e ICMS incide e vem embutido no preço da mercadoria. São exemplos de impostos inseridos no Princípio da Não-Cumulatividade, pois na base de cálculo para definir o preço para definir o produto, vai ter que ser aplicada a compensação de créditos do próprio imposto, isso significa que, quando a empresa coloca o produto na circulação de consumo, ou seja, realiza uma operação de venda para o comerciante, esse comerciante compra o produto da empresa fabricante, que fez incidir sobre seu preço o IPI e ICMS, embutindo no preço da venda. E quando o consumidor final adquire esse produto, o comerciante faz a venda desse produto incidindo mais ICMS, IPI não pois ele não produziu mais nada sobre o produto. Então ele faz a venda do produto para o consumidor final e esse comerciante vai ter que pagar o ICMS da operação dele, pois ele realizou uma nova operação de circulação de mercadoria para o consumidor. Então temos o ICMS da indústria para o comerciante e temos o ICMS do comerciante para o consumidor. O ICMS que o comerciante vai ter que recolher para o fisco será então o ICMS a recolher fruto/ resultado da operação de abatimento. Ou seja, o comerciante pagou o ICMS embutido no preço do produto, este sendo de obrigação de recolhimento da indústria, então esse ICMS que ele pagou nessa operação antecedente, vira um credito que vai abater do debito da operação subsequente, ou seja do comerciante para o consumidor. Então o ICMS a ser recolhido vai ser o fruto resultado dessa operação de abatimento. Isso significa a aplicação do principio constitucional da não- cumulatividade. E, se o credito for maior que o debito, vai gerar acumulo, gera credito para o período subsequente. Esse princípio pode ocorrer dentro no mesmo estado, bem como entre estados diferentes. 20 12/03/2021 – Aula 3 Pag.13 PRINCIPIODA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA - Art. 150, III, § 3º, a, da CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; Toda lei tributaria se projeta seus efeitos jurídicos para o futuro, a partir de sua vigência e eficácia da lei tributaria, inclusive em relação aos fatos gerados dos comportamentos gerados a partir da vigência e eficácia da lei tributária. Exceção, em que a lei retroage no tempo, na previsão do CTN, no art. 160 do CTN. Art. 106, I CTN - Uma lei interpretativa é uma lei cujo dispositivos interpretam e dão uma noção conceitual, há institutos jurídicos contidos em outra lei anterior, então uma lei nova interpreta os institutos jurídicos da conceituação jurídica descrevendo o conteúdo jurídico contido em uma lei antecedente. A lei retroativa vai retroagir no tempo em qualquer caso. A lei interpretativa, quando retroagem para seu entendimento de um instituto jurídico contido em lei anterior, se porventura o contribuinte agiu de maneira contraria ao entendimento a lei nova sobre o instituto jurídico contido na lei anterior, ou seja o contribuinte não agiu conforme a interpretação dada pela lei nova em razão da lei anterior que estabeleceu o conteúdo jurídico, Não vai ser aplicada sansão para a falta de cumprimento, não há consequência ao comando normativo interpretado pela lei nova. Ou seja, a lei interpretativa é inócua (ineficiente). Exemplo: PIS e COFINS (são contribuições sociais – Art. 149) Art. 106, II CTN - A lei tributaria vai retroagir no tempo, mas desde que ocorra uma situação elencada nas alíneas a, b e c, porem se tem coisa julgada não vai poder retroagir. O que significa dizer que o ato ou fato pretérito deixou de ser considerado infração, deixou de ser considerado fraudulento, comina uma penalidade menos severa, contudo não pode o ato ou fato pretérito estar submetido ao manto da coisa julgada, ou seja, não pode ter sido submetido a jurisdição tanto do processo administrativo fiscal, quanto do poder judiciário. Se tem coisa julgada nã vai poder retroagir. - alínea a = quando deixa de definir o ato ou fato pretérito como infração, ou seja, o ato o fato enquanto comportamento do contribuinte deixa de ser considerado com infração tributária. Ex.: não emitir nota fiscal, é uma infração a legislação tributária, aí vem uma lei nova que não considera mais uma infração tributaria. O fato ou ato deixou de ser considerado infração, vai retroagir no tempo, vai mas sob a condição de se tratar de ato não definitivamente julgado. - alínea b = quando deixa de definir o ato ou fato pretérito como fraudulento e desde que não tenha implicado na falta de pagamento do tributo. E.: o contribuinte pratica uma fraude ao não emitir nota fiscal, é uma infração a legislação tributária, aí vem uma lei nova que não considera mais uma infração tributaria. O fato ou ato deixou de ser considerado infração, vai retroagir no tempo, vai mas sob a condição de que o ato ou fato não estejam submetidos a coisa julgada. - alínea c = ex.: a lei nova afirma que a penalidade pelo descumprimento de uma determina lei tributaria é de 30%, mas a penalidade prevista na lei anterior é de 50%, então a penalidade aplicada é menos severa, então ela vai retroagir. Caso de diminuição de alíquotas de multa. Art. 106 CTN - A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 21 I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA - Art. 150, III, b, c, combinada com o Art. 150, § 1º, e Art. 195, § 6º, da CF O Princípio da Anterioridade tributária, está vinculado ao momento de vigência e eficácia da lei tributária, ou seja do momento para a lei tributaria em que produz seus efeitos validos, seja para produzir ou majorar tributos. Tem aplicação para a Administração Fazendária e ao próprio poder Legislativo, onde ambos devem obediência irremediável. Envolve a preservação do princípio da segurança jurídica. Garantia individual do contribuinte com o entendimento do STF ADI nº 939-7 (1993). Direito Fundamental. Cláusula Pétrea (Impossibilidade de Supressão). De acordo com o Art. 150, III CF, fica vetado aos entes federativos cobrar tributos, de acordo com o disposto nas alíneas “b” e “c”. A alínea “b” diz que, toda lei tributária vai se projetar em eficácia, vai produzir efeitos validos, a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte da publicação da lei que os institui ou aumenta. Ou seja, exige que a lei produz seus efeitos validos somente a partir do exercício financeiro seguinte da publicação lei que os institui ou majora. Ex.: lei tributaria hoje, 12/03/2021, que majora determinado tributo, só vai produzir eficácia a partir de 01/01/2022. A alínea “c” diz que, dispõe que sua eficácia só terá efeitos do exercício seguinte e antes de decorridos 90 dias a partir da data de publicação da lei que os institui ou aumenta. Observado o disposto na alínea “b”, ou seja, a produção de efeitos será conjugada com o disposto na alínea “b”, devendo ser respeitado o prazo estipulado por esta também. Devem ser cumpridos os requisitos das alíneas “b” e “c”. Isso se aplica para a regra geral. As exceções estão contidas no Art. 150, § 1º CF. • Exceções a Alínea “b”, do Inciso III, do Art. 150: 148, I = Empréstimo Compulsório decorrente de Calamidade Pública e Guerra Externa 153, I = Imposto de Importação 153, II = Imposto de Exportação 153, IV = IPI 153, V = IOF 154, II = Imposto Extraordinário de Guerra • Exceções a Alínea “c”, do Inciso III, do Art. 150 148, I = Empréstimo Compulsório decorrente de Calamidade Pública e Guerra Externa 153, I = Imposto de Importação 153, II = Imposto de Exportação 153, III = IR 153, V = IOF 154, II = Imposto Extraordinário de Guerra 155, III = Base de Cálculo do IPVA 156, I = Base de Cálculo de IPTU (imposto sobre propriedade territorial urbana) 22 OBS.: As exceções tem eficácia imediata. Com atenção para o artigo 153, IV = IPI (SE APLICA O PRAZO DE 90 DIAS, MAS NÃO SE APLICA O EXERCICIO FINANCEIRO SEGUINTE); E os artigos 153, III = IR e 155, III = Base de Cálculo do IPVA e 156, I = Base de Cálculo de IPTU, (NÃO SE APLICA O PRAZO DE 90 DIAS, MAS SE APLICA O EXERCICIO FINANCEIRO SEGUINTE); Tais que devem respeitar as exceções APENAS de suas respectivas alíneas. Art. 150 CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; § 1º - A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.203) Art. 195 CF - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". No artigo Art. 195, § 6º da CF, rege que a Contribuição Social, a modalidade de contribuição de seguridade social, o prazo para eficácia tributaria é limitado na CF aos 90 dias a partir da data de publicação da lei que os institui ou aumenta, não precisa obedecer ao exercício financeiro seguinte. Aqui não sofre nenhum tipo de exceção. IMPORTANTE!!! Art. 104 do CTN, que se encontra derrogado em face da Constituição de 1988, pelo princípio da anterioridade. Trata de dispositivos que, em se tratando de tributos e impostos inseridos sobre o patrimônio e a renda. Trata de imposto de: IR, IPTU e IPVA, que são impostos sobre patrimônio e renda. Art. 104 CTN - Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. ➢ No que se refere o Artigo 104, III CTN, a respeito da Revogação de Isenção: não obedece a regra geral do princípio da anterioridade, nesse sentido o contribuinte imediatamente estará submetido a eficácia da lei que impõe o tributo, inclusive relativamente ao ICMS e Tratados Internacionais Revogados, salvo aquelas concedidas a prazo certo e sob condição, QUE CONTINUAM SOB A ÉGIDE DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA. No entendimento do STF, em matéria de tributação sobre renda e patrimônio, no caso de redução da isenção ou de revogação de isenção de tributo, o contribuinte já sabia qual era a carga http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art12 23 tributária que ele tinha e se ele está na condição de isento, é porque ele tem consciência de que a qualquer momento ele pode voltar para a tributação, por afinal de contas a isenção só exclui o pagamento do tributo. Neste sentido, revogada a isenção, ou reduzida parcialmente a isenção, a lei vai ter eficácia imediata, isso no entendimento do STF, não precisa aguardar o exercício financeiro seguinte e nem os 90 dias. Em suma, revogada a isenção ou extinta parcialmente a isenção, não precisa aguardar o exercício financeiro seguinte e nem os 90 dias, ela já vai ter exercício imediato, o contribuinte vai ter que se submeter a tributação no dia seguinte. Salvo, se a isenção fora concedida a prazo certo e sob condição, isto é, por exemplo, uma isenção de IPTU por 5 anos, desde que você esteja desempregado e tenha uma família constituída morando naquele imóvel, e se você ingressa no mercado de trabalho, você perde a condição, automaticamente você deve voltar a contribuir com o tributo, porem se aplica o principio da anterioridade tributaria, ou seja você só vai pagar o tributo no exercício financeiro seguinte. 24 PRINCÍPIO DA IGUALDADE TRIBUTÁRIA - ART. 150, II CF Art. 150 CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; Os entes federativos tem proibição em instituir tratamento desigual entre contribuintes. Todo aquele que está submetido a incidência da norma tributaria, tendo igualdade na lei, mas a lei para aplicar a isonomia tributária, e toda a lei tributaria deve sim obediência a isonomia, quando ela estabelecer os critérios de diferenciação entre os contribuintes os deve fazer com toda a observância da riqueza por ele revelado, proibindo qualquer tipo de critério que leve em consideração ocupação profissional, função, característica pessoais do contribuinte ou a determinação dada para títulos ou direitos que o contribuinte possa ter. A isonomia tributaria estabelece um paradoxo, ao estabelecer a suposta igualdade, não é igualdade de todos para ser submetidos a tributação. Acontece que a lei tributaria para ser isonômica não pode ser apenas igualdade perante a lei, tem que ser igualdade na lei, ou seja, deve se estabelecer critérios para diferenciar o contribuinte em razão de determinado nível de riqueza que ele apresenta. Por isso existe a gradação de aplicação de alíquotas, tanto quanto maiores em face da riqueza apresentada pelo contribuinte. Ou seja, não temos a isonomia tributária como um critério justo a ser aplicado para a tributação. • Igualdade perante a Lei: objetivo do aplicador da lei que deve impor o conteúdo da norma jurídica a todos aqueles que realizarem a conduta descrita na hipótese legal. • Igualdade na Lei: proibição ao legislador de impor critérios de diferenciação entre os cidadãos baseados no arbítrio, estabelecendo diferenças jurídicas sem fundamento jurídico razoável. • Princípio constitucional tributário autoaplicável destinado ao legislador infraconstitucional no momento do exercício de sua competência tributária. Tem por função limitar a atuação do legislador, proibindo a adoção de privilégios tributários a determinada categorias de contribuintes, devendo aquele estabelecer critérios de diferenciação entre contribuintes a ponto de equipará-los de maneira justa e razoável, em face dos níveis de riqueza que se apresentam. Princípios que decorrem dentro da IGUALDADE/ ISONOMIA TRIBUTÁRIA: 1 – Princípio da capacidade contributiva – Art. 145, § 1º CF Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Todos os tributos, e principalmente os impostos, e contribuições do art. 149, que a base de cálculo revelam riqueza também, pois até as contribuições estão submetidas ao critério isonômico, 25 então mais ainda reforçado para os impostos, que sempre terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, sempre e todos os impostos. Isso se reforça para os impostos, pois a característica da base de calculo que confirma o comportamento tributário que é a riqueza. Todos os impostos mensuram a riqueza do contribuinte. • Contribuições Sociais - Art. 195, §9º: por força de diferenciação de alíquotas em função de atividade econômica, utilização de mão-de-obra ou porte da empresa. • Taxas: princípio da retributividade em face do serviço prestado e poder de polícia realizado. A capacidade contributiva também é utilizada em caráter extrafiscal, já que se é tributado do ponto de vista de riqueza, a capacidade contributiva também serva para inibir certos comportamentos indesejáveis do sujeito passivo, que muitas vezes são contrários ao ordenamento jurídicos, você vai ter alíquotas gradativas aplicáveis em face do mau uso da propriedade, ou seja, se ela descumpre com a sua função social ela é mau usada e sendo mal usada ela dá ensejo para as alíquotas progressivas, pelo critério da extrafiscalidade, então ela tem a capacidade contributiva em seu critério extrafiscal. • A capacidade contributiva também se presta como instrumento deextrafiscalidade, enquanto finalidade não arrecadatória, mas que visam inibir e reprovar condutas indesejáveis dos contribuintes, tudo em prol do cumprimento dos demais princípios constitucionais que compõem o sistema. • O contexto jurídico de aplicação do princípio da capacidade contributiva determina a adoção de técnicas de aferição da mensuração pessoal da riqueza do contribuinte em matéria de impostos. • Nesse sentido, temos subprincípios de aplicação da capacidade contributiva, tais como a progressividade e a seletividade contidas na CF de 1988. 2 – Princípio da Progressividade Fiscal e Extrafiscal: A aplicação de alíquotas progressivas na medida do aumento do grau da riqueza do contribuinte, revelado na base de cálculo do contribuinte, isso é um princípio constitucional. Os tributos que se submente a progressividade são: • Imposto de Renda - Art. 153, § 2º, I CF Temos o Imposto de Renda como imposto progressivo previsto no Art. 153, §2º, I, será informado pelos critérios de generalidade, universalidade e progressividade, correspondendo o alcance da lei tributária do imposto sobre a renda àqueles que tenham realizado a hipótese de incidência do tributo, abrangendo todas as rendas e proventos auferidos pelos contribuintes, com aplicação de alíquotas variadas em de acordo com o aumento da base de cálculo. OBS (1): Por reiterada posição jurisprudencial do STF, restou definido que o Poder Judiciário não pode autorizar a correção monetária da tabela progressiva do imposto sobre a renda pessoa física na ausência de lei para tanto (RE 388.312). Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; 26 II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. § 2º O imposto previsto no inciso III: I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; • ITR - Art. 153, § 4º, I CF O imposto territorial rural apresenta-se como progressivo, na conformidade do Art. 153, §4º, I, da CF de 1988, fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. 153, § 4º, inciso III, da Constituição Federal, determina que o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que isso não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal, sendo que, de acordo com o.... Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) • IPTU: Art. 156, § 1º, I e II e Art. 182, §4º, II, da CF O imposto sobre a propriedade territorial e predial urbana de competência municipal e distrital é um imposto progressivo, levando em consideração alíquotas progressivas em razão da localização, valor e uso do imóvel, na esteira do Art. 156, §1º, Incisos I e II, bem como o Art. 182, §4º, Inciso II, ambos da CF, de 1988. Esta última progressividade está relacionada com a progressividade do IPTU no tempo, em caso de descumprimento de exigência pelo poder público municipal de adequado aproveitamento de solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado. Aplicação da Súmula 668 do STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo para destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.” Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. (Regulamento) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.presidencia.gov.br/CCIVIL/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art156§1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm 27 § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; • ITCMD: Art. 155, Inciso I e IV, da CF c/c Resolução do Senado Federal nº 9/92. Interpretação Constitucional STF RE 562.045. O imposto de transmissão causa morte e doação, previsto no Art. 155, Incisos I a IV, da CF de 1988, combinado com a Resolução do Senado federal nº 9/92 é um imposto progressivo, inclusive, conforme interpretação constitucional do STF em repercussão geral no AgR-RE 542.485, Precedente RE 562.045/RS. OBS (2): Salientamos, que o ITBI, imposto sobre transmissão de bens imóveis inter vivos, de competência municipal, não terá aplicação da progressividade fiscal ou extrafiscal, conforme interpretação do STF, Súmula 656: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o ITBI com base no valor venal do imóvel.” Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; RESOLUÇÃO Nº 9 - DE 5 DE MAIO DE 1992. Faço saber que o senado Federal aprovou, nos termos do inciso IV, do § 1º, do artigo 155 da Constituição, e eu, Mauro Benevides, presidente , promulgo a seguinte Resolução: Art. 1º A alíquota máxima do Imposto de que trata a alínea "a", inciso I, do art. 155 da Constituição Federal será de oito por cento, a partir de 1º de janeiro de 1992. Art. 2º As alíquotas dos Impostos, fixadas em lei estadual, poderão ser progressivas em função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber, nos termos da Constituição Federal. Art. 3º Essa Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. • IPVA conforme o Art. 155, §6º, Inciso II, da CF O imposto sobre a propriedade de veículos automotores é um imposto progressivo, na conformidade do Art. 155, §6º, Inciso II, da CFde 1988, aplicando-se alíquotas progressivas em razão do tipo e utilização do veículo. (TIPO = cilindrada, flex) (UTILIZAÇÃO = utilitário, coletivo) Veículos acima de 20 anos de sua fabricação são isentos de IPVA. Art. 155, § 6º - O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 28 I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) OBS (3): Não se pode confundir a progressividade fiscal, como princípio constitucional corolário da capacidade contributiva e isonomia fiscal, com a técnica de tributação conhecida como proporcionalidade. A proporcionalidade significa a aplicação de uma alíquota única sobre uma base de cálculo variável. Ainda, que se possa afirmar que seja a proporcionalidade um mecanismo “neutro” de justiça fiscal, por meio do qual se induz que o pagamento do tributo pelo contribuinte seja proporcional a expressão econômica de sua riqueza, aplicando-se uma alíquota única. A proporcionalidade tributaria não é um critério isonômico, não está conforme o princípio da isonomia tributária. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 29 19/03/2021 – Aula 4 Pag.24 3 – Princípio da Seletividade Fiscal É a extensão de aplicação do princípio da capacidade contributiva. E a seletividade fiscal, quando se trata de analisar em face de impostos indiretos, que são aqueles que repercutem na cadeia econômica, e que em a cada fase da circulação ou produção de mercadoria ou produtos eles incidem, e por isso que a sistemática do princípio da não-cumulatividade estabelece uma prestação de débitos e créditos em cima do imposto, esses impostos indiretos (ICMS e IPI) Esses são impostos que se aplica o princípio da seletividade fiscal. É uma maneira de estabelecer a capacidade contributiva para esses típicos impostos, que incidem sobre o consumo de mercadorias ou produtos, então a modalidade de aferição da capacidade contributiva se dá nesses típicos impostos pela seletividade fiscal, onde vai ter a gradação de alíquotas em razão da essencialidade de mercadorias ou produtos. Produtos supérfluos tem alíquotas mais altas (ex.: cigarro, possui alíquotas de 300% de IPI), e produtos essenciais tem alíquotas mais baixas, justamente por conta da necessidades básicas da sociedade ter o acesso a essas mercadorias. - Art. 153, § 3º, I – IPI - Art. 155, § 2º, III da CF - ICMS Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 3º - O imposto previsto no inciso IV: I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; 4 – Princípio Constitucional do Não-Confisco - Art. 150, IV da CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV - utilizar tributo com efeito de confisco; Temos uma proibição constitucional, mas ao mesmo tempo trata de uma norma extremamente vaga, porque não se tem uma delimitação constitucional no tocante ao patamar ao que se inicia a partir de então o efeito confiscatório dos tributos. Chamando a atenção para a aplicação de alíquotas confiscatórias. Não existe uma delimitação específica para considerar que acima de um patamar de aplicação de alíquotas poderíamos ter um tributo com efeitos confiscatórios. Então é uma norma jurídica que impõe uma proibição, mas não estabelece qual a medida considerada confiscatória no que tange a aplicação de tributos com alíquotas que seja considerada elevadas. Esse princípio tem uma relação com a condição do contribuinte, seja pessoa física ou jurídica, onde não se teria pela tributação, um objetivo de impedir que na pessoa física, por exemplo, se estabelecesse uma tributação tão alta que prejudique a própria sobrevivência digna 30 do ser humano. E em relação a pessoa jurídica uma tributação confiscatória com esse espectro de subjetividade não poderia tolher a iniciativa econômica, a iniciativa de estabelecer alguma atividade econômica, e aí por conta disso o estado se vale de uma tributação confiscatória impedindo que essa atividade econômica seja desenvolvida, pois a tributação acaba se tornando tão excessiva que acaba consumindo grande parte do faturamento empresarial para prover o pagamento de tributos. O efeito confiscatório dos tributos não pode entrar como uma medida de parâmetro do legislador, quando nós temos a chamada função extrafiscal dos tributos. A extrafiscalidade é utilizada para inibir determinadas condutas que estão em prejuízo aos valores consagrados na CF. como por exemplo, eu atribuo uma função extrafiscal a tributação da propriedade (IPTU ou ITR) para inibir o uso especulativo ou a própria ofensa pela propriedade a função social que ela detém em relação ao seu uso. No caso de importação de mercadorias do estrangeiro, temos uma função extrafiscal de extrema importância para a economia brasileira. Quando se tem o aumento das importações a balança comercial brasileira fica prejudicada, o consumo interno também fica prejudicado, e isso afeta nitidamente a arrecadação interna de tributos. Então com a tributação Aduaneira, você tem uma autorização da CF de manipular, com as alíquotas dos tributos aduaneiros para proteger a econômica brasileira, aí pode por parte do presidente da república, determinar um decreto elevando gradativamente ao patamar permitido em lei das alíquotas desses tributos aduaneiros, aí neste caso não seria considerado um efeito confiscatório. Importante salientar, no princípio do não confisco, o equilíbrio que se deve ter com a aplicação desse princípio em face da função extrafiscal dos tributos. • Com relação as taxas, o efeito confiscatório na seara tributária apresenta-se no descompasso existente entre a cobrança elevada e o custo efetivo da prestação estatal aferido em sua base de cálculo. • No mesmo sentido, em relação as contribuições de melhoria, quando existe uma falta de correspondência entre a valorização imobiliária experimentada pelo contribuinte, em razão da obra pública realizada, com o montante do tributo cobrado. • No tocante as contribuições, existe confisco na falta de proporção entre o valor cobrado pelo Estado e a finalidade pretendida com a arrecadação do tributo, com a noção do benefício que deverá ser atingido ou mesmo quando inexiste a finalidade pretendida contida na lei. • Notoriamente, vamos encontrar o efeito confiscatório com a aplicação de pesadas e excessivas multas tributárias, que extrapolam o limite do razoável, de cunho a evidenciar receita adicional além da tributária, com características evidentes de atingir a totalidade do patrimônio do contribuinte. A jurisprudência do STF já consolidou entendimento, considerando confiscatória a penalidade tributária aplicada acima
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