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1 Tutoria 2.3 1. Reconhecer os mecanismos da visão/Descrever as vias da visão e o mecanismo de formação e interpretação da imagem/Descrever as vias sensoriais a partir da retina que não têm a função da visão 2. Definir os vícios de refração e explicar como ocorre a formação e interpretação da imagem nestes casos. 3. Explicar a relação do diabetes e perda visual/Explicar os mecanismos das lesões apresentadas no problema. 4. Discutir os aspectos psicossociais da perda visual/Discutir a legislação e os serviços oferecidos aos portadores de perdas visuais. DEFINIR OS VÍCIOS DE REFRAÇÃO E EXPLICAR COMO OCORRE A FORMAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM NESTES CASOS. A refração é um fenômeno que ocorre quando o feixe de luz, vindo do ambiente externo, atravessa o globo ocular para formar a imagem na retina. A incidência da luz na retina permite a formação de uma imagem nítida. Quando os feixes de luz sofrem algum desvio provocado pelo formato do olho e não são focados na retina, têm origem os chamados erros de refração, caracterizados pela falta de nitidez da visão. O olho é composto por diversas estruturas anatômicas que podem influenciar a tragetória da luz. Elas são: córnea, humor aquoso, cristalino, humor vítreo. Quando tudo está funcionando corretamente, a luz se propaga por estas quatro estruturas e chega na retina com o foco perfeito. 2 Erros de refração Os erros refrativos não corrigidos constituem a causa mais comum de baixa visão. Nos casos mais acentuados, a baixa visão corresponde ao sintoma mais importante. Os dois sintomas mais comuns relacionadas à presença de erro refrativo não corrigidos ou inadequadamente corrigidos são a baixa de visão e astenopia. A baixa de visão é percebida pelos pacientes como se a imagem do objeto em questão estivesse fora do foco. A intensidade do borramento visual depende da magnitude e do tipo de erro refrativo, mas também é influenciado pela idade das pessoas e pelo nível de iluminação do ambiente. A astenopia é o termo que se aplica a ampla variedade de diferentes sintomas como: cefaléia, dor ao redor ou acima dos olhos, fotofobia, cansaço e desconforto ocular. Miopia Miopia é um erro de refração no qual a imagem de um objeto situado no infinito tem o foco formado antes da retina, o que resulta em visão borrada para longe. Geralmente se desenvolve entre os 8 e 14 anos, podendo progredir até os 20 ou 25 anos e, em uma minoria, pode haver progressão da doença além dos 30 anos. A miopia é a segunda maior causa de cegueira no mundo, atrás somente da catarata. Pode ser dividia em miopia simples (não patológica) e miopia patológica. A primeira contempla uma variação de erro refrativo inferior a -6 dioptrias, com início na infância e adolescências e corrigível 3 com óculos ou lestes de contato. Enquanto a segunda refere- se aos olhos com erro refrativo superior a -6 dioptrias e comprimento axial maior que 26, iniciando cedo na infância, além de apresentar um elevado risco de perda visual. Fisiopatologia: De forma geral, a miopia é explicada pelo aumento do diâmetro anteroposterior do olho em relação ao poder refrativo e pode ser classificada em 04 tipos, de acordo com sua etiologia, conforme detalhado no fluxograma 05. Correção do olho míope: A correção do olho míope consiste em deslocar o foco mais para trás, a fim de que ele localize- se sobre a retina. Como não há um reflexo (como a acomodação para a hipermetropia) do próprio olho capaz de divergir os raios e afastar o foco mais para trás a correção da miopia se dá pela utilização de lentes côncavas (divergentes). Outro procedimento corretivo da miopia é a cirurgia refrativa a laser. O mais comum é o LASIK (laser in situ keratomileusis), cujos resultados gerais são favoráveis, levando à rápida recuperação da visão e ao mínimo de dor após a cirurgia. O laser modifica a curvatura da córnea, tornando-a mais plana e fazendo com que os raios de luz caiam em cima da retina. Outras técnicas bastante utilizadas são PKR (photorefractive keratectomy) e LASEK (laser epithelial keratomileusis). Existem também os implantes de lentes intraoculares, os quais são muito utilizados para correção de catarata e podem ser uma opção para corrigir miopias de elevados graus. Contudo, antes de indicar esse procedimento, é importante considerar seus riscos, como formação de catarata, aumento da pressão intra-ocular e danos à córnea ao longo do tempo. 4 5 A miopia é o erro de refração em que a imagem é formada antes da retina (em vez de diretamente nela), resultando na dificuldade de ver objetos distantes. Uma pessoa míope vê objetos próximos com nitidez, enquanto os distantes parecem borrados. Para conseguir focalizar objetos distantes, o míope costuma apertar os olhos – característica que é a base da palavra que vem do grego myo (fechar) + óps (olho), que dá nome à doença. A formação da imagem antes da retina ocorre quando o globo ocular é muito comprido, ou a córnea muito curva, fazendo com que os raios de luz focalizem antes da retina. Geralmente a miopia manifesta-se durante a fase de crescimento (infância e adolescência) e progride até os 20 e 25 anos de idade. Nesse período, são necessárias frequentes trocas de óculos ou lentes de contato (meios de corrigir a visão). A taxa de progressão aproxima-se de zero quando termina a fase de crescimento. O surgimento de miopia em adultos que não apresentavam o erro de refração na infância ou adolescência pode estar associado à diabetes descompensada ou catarata. A miopia afeta igualmente homens e mulheres, e aqueles com histórico familiar de miopia são mais propensos a desenvolvê-la. Os sintomas mais comuns da miopia são: Visão embaçada quando se olha para objetos distantes; A necessidade de apertar os olhos ou parcialmente fechar as pálpebras para ver claramente objetos distantes; Crianças não conseguem ler o que está escrito na lousa, mas conseguem ler um livro; Dores de cabeça causadas pela fadiga ocular excessiva; 6 Dificuldade ao dirigir um veículo, especialmente à noite. O oftalmologista é o profissional que pode diagnosticar a miopia através de um exame oftalmológico de rotina e recomendar o tratamento correto através do uso de óculos (lentes divergentes) ou lentes de contato que alteram o ponto de foco na retina. Há vários procedimentos cirúrgicos (cirurgia refrativa, que descrevemos em um tópico específico) que alteram o formato da córnea, mudando o ponto de foco para a retina. Esses procedimentos cirúrgicos, no entanto, não são recomendados até que o processo de crescimento – e consequente evolução da miopia – chegue ao fim. Hipermetropia Defeito refrativo no qual a imagem de um objeto no infinito é formada após a retina, resultando em uma imagem borrada para perto e sem conforto visual. Pode ser causado pelo curto comprimento axial do globo ocular ou pelo maior aplainamento da córnea, que diminui o poder refrativo do olho. SE LIGA! Quanto mais divergentes forem os raios que incidem no olho, mais atrás se formará a imagem e mais borrada ficará, porque maior será o círculo de difusão. Fisiopatologia: A hipermetropia pode ser classificada em dois grandes grupos: axial (encurtamento do eixo axial) ou refrativa, com alterações dos meios refringentes, devido à redução do poder dióptrico da córnea ou do cristalino, que podem apresentar diminuição da curvatura, bem como em 7 virtude da diminuição do índice de refração do humor aquoso. Independente da causa, o foco encontra-se atrás da retina e para focalizar os raios luminosos sobre a retina, o reflexo da acomodação é bastante utilizado pelo olho hipermétrope, o que culmina em hipertrofia das fibras circulares do músculo ciliar ou em um músculociliar mais desenvolvido. Dependendo da exaustão do músculo ciliar, a hipermetropia pode se manifestar sem ou com cicloplegia (paralisação do músculos ciliar) e, de acordo com capacidade de acomodação visual, a hipermetropia pode ser classificada em manifesta, latente ou total. O transtorno visual é um dos mais frequentes sintomas da hipermetropia e se dá devido ao esforço excessivo do músculo ciliar na acomodação visual e consequente astenopia acomodativa. Correção do olho hipermetrope: A correção da hipermetropia pode ser realizada por meio de um dispositivo de superfície mais convexa, como a lente conte convergente, a fim de aumentar o poder de foco da sistema óptico, ou seja, trazer o foco mais para frente. O termo hipermetropia vem do grego hyper (aumentada) + metron (medida) + óps (olho). Hipermetropia é um problema visual caracterizado pela dificuldade de ver objetos próximos. Ela é o oposto da miopia, ocorre quando o globo ocular é menor ou a córnea é menos curva, fazendo com que os raios luminosos que vão em direção aos olhos se encontrem num foco atrás da retina e não em cima como deveria ser para um olho normal. A hipermetropia é hereditária, mas há estudos que tentam associar o problema a fatores ambientais. É uma condição comum, que afeta boa parte das crianças. A hipermetropia tende a diminuir ao longo dos anos de crescimento, em quantidade proporcional ao crescimento natural dos olhos. 8 É possível que o hipermétrope consiga ver de perto ou de longe ao forçar os olhos em razão do poder de acomodação do cristalino, mudando o formato e aumentando a potência dessa lente intraocular em função das distâncias, levando a imagem para o plano focal da retina. Porém, esse esforço resulta em sintomas comuns da hipermetropia, tais como: Visão borrada dos objetos próximos; Vista cansada; Olhos doloridos; Dor de cabeça durante a leitura; Dificuldades no desempenho escolar nos primeiros anos de aprendizagem. O médico habilitado a diagnosticar o problema de visão como a hipermetropia é o oftalmologista que orientará as melhores opções para sua correção através de óculos (lentes convergentes), lentes de contato ou cirurgia refrativa. Astigmatismo Astigmatismo ou, de acordo com os gregos, falta de precisão é um erro de refração no qual a deformação da superfície corneana, por apresentar pelo menos os dois meridianos principais com curvaturas diferentes, provoca a entrada irregular de raios de luz, de forma que eles seguem ao longo de diferentes planos, criando múltiplos focos e impossibilitando a formação de uma imagem nítida sobre fóvea, o que resulta em uma visão embaçada tanto para longe quanto para perto. As principais queixas relacionadas ao astigmatismo são: astenopia, imagem borrada, cefaleia lacrimejamento. Apesar da imagem enxergada por um olho astigmata ser borrada, esse borrão se dá de forma heterogênea. Tipos de astigmatismo: A córnea normal é uma lente esférica, o que garante a mesma curvatura em todos seus 9 meridianos ou eixos. Já a córnea do olho com astigmatismo é oval, por isso possui curvaturas diferentes, o que resulta em pelo menos dois meridianos com curvaturas distintas, os quais são chamados de meridianos principais e determinam se o astigmatismo é regular (meridianos principais diametralmente opostos, ou seja, perpendiculares entre si) ou irregular (meridianos principais não são perpendiculares entre si ou são pelo menos três). Quanto ao estado refrativo do olho, o astigmatismo pode ser: simples (um dos meridianos é emétrope e o outro amétrope), composto (quando os meridianos principais apresentam o mesmo tipo de ametropia, apenas miopia ou hipermetropia, mas vergências distintas) ou misto (um meridiano é míope enquanto o ouro, hipermétrope). Lentes cilíndricas: Diferente da hipermetropia e miopia, que são corrigidas por lentes esféricas, o astigmatismo é corrigido por uma lente cilíndrica, umas vez que esta superfície não apresenta simetria óptica, ou seja, os meridianos opostos da lente não são igualmente curvados, de modo que o eixo da lente cilíndrica localize-se perpendicular ao meridiano de maior erro refrativo ou que se pretende corrigir. Contudo, como a maioria dos paciente astigmatas possuem algum grau de hipermetropia ou miopia (astigmatismo composto), as lentes podem ter também componentes esféricos, equivalendo a lentes esferocilíndricas ou tóricas. O termo astigmatismo vem de “a” que significa “falta de” e “stigma” que significa “um ponto”. O astigmatismo é uma deficiência visual caracterizada pela visão fora de foco. Ela é provocada principalmente pela curvatura anormal da córnea. A córnea ideal tem uma superfície simetricamente curva, como uma bola de basquete. Nos casos de 10 astigmatismo, a curvatura da córnea é mais ovalada. No entanto, também pode estar relacionado a uma curva mais acentuada para uma direção do que para outra do cristalino. Estes desajustes fazem com que a luz se refrate por vários pontos da retina em vez de se focar em apenas um. Para quem sofre de astigmatismo, todos os objetos ficam desfocados, não importa a distância em que estejam. A causa do astigmatismo é desconhecida. Ele é hereditário e geralmente ocorre em conjunto com a miopia ou com a hipermetropia, podendo aumentar ao longo do tempo devido à idade. Além disso, o ato de coçar os olhos, prática muito comum em clima seco e alta concentração de poeira no ar, pode causar o surgimento do astigmatismo. O principal sintoma do astigmatismo é a dificuldade de ver pequenos detalhes, seja de perto ou de longe. Os principais sintomas do astigmatismo são: Não conseguir ler letras pequenas; Visão dupla; Incapacidade de ler perto e longe sem apertar os olhos; Fotofobia (sensibilidade à luz); Piora da acuidade visual à noite; Dor de cabeça; Olhos cansados; O astigmatismo pode ser facilmente diagnosticado em um exame oftalmológico padrão com teste de refração pelo oftalmologista. Óculos (lentes cilíndricas), lentes de contato e cirurgia refrativa são meios usados para corrigir o astigmatismo. 11 Presbiopia Presbiopia ou visão senil é um erro não refrativo que afeta a acuidade visual, uma vez que corresponde à perda gradual e fisiológica do poder de acomodação do olho com o avançar da idade, que é marcada pela redução linear da elasticidade do cristalino. Geralmente se inicia a partir dos 40 - 45 anos, progredindo até os 60 anos e tem como principais queixas sintomas de cansaço visual e a dificuldade em enxergar objetos próximos, que se tornam borrados. SE LIGA! Essa degeneração do cristalino e a perda da acomodação é fisiológica e universal. Devido à redução linear da acomodação, é possível inclusive estimar a média da amplitude de acomodação em função da idade da pessoa: AA = 15 – 0,25 x idade. Fisiopatologia: Com o envelhecimento e a perda da complacência do cristalino, há perda da capacidade dessa estrutura em tornar-se mais curvada quando as fibras zonulares afrouxam, impossibilitando portanto o aumento do poder dióptrico do olho e a aproximação do foco de trás da retina para localizar- -se sobre a retina, de modo que uma pessoa que antes não referia queixa para enxergar de perto, em torno dos 40 anos pode começar a apresentar essa dificuldade. Estudos sugerem diversos motivos para a perda acomodativa com a idade dentre os quais estão perda da elasticidade capsular e zonular, atrofia do músculo ciliar, depósito contínuo de fibras sobre o cristalino tornando-o mais compacto com pouca maleabilidade e aumento do grau de dureza do cristalino envelhecido, levando a uma inabilidade de responder ao estímulo acomodativo. Outros fatores como alteração na composição protéica do cristalino, mudança no ponto de inserção da zônula,encurtamento do 12 raio de curvatura da superfície anterior do cristalino, diminuição na capacidade de transmissão da luz, alteração na capacidade de contração e relaxamento do músculo ciliar também estão relacionados com o desenvolvimento da presbiopia. SE LIGA! A presbiopia ocorre precocemente nos indivíduos com hipermetropia e tardiamente (ou não ocorre) nos indivíduos com miopia. Assim como na hipermetropia, a presbiopia é corrigida com lentes convergentes (positivas), entretanto o poder dióptrico deverá ser aumentado conforme a idade do paciente avança, normalmente não excedendo +3,00 D. O termo presbiopia deriva da combinação de presbi (idoso) mais opia (visão), é a dificuldade de distinguir com nitidez objetos próximos, e está relacionado à idade. Manifesta-se quando a capacidade de focalização do olho torna-se insuficiente para suprir a demanda visual para perto, e isso tende a ocorrer aos 40 anos de idade. A presbiopia ocorre em um processo natural de envelhecimento do corpo. O cristalino é uma estrutura semelhante a uma lente, que muda sua forma para melhorar a focalização das imagens, principalmente ao enxergar algo próximo. Para isso, ele é movido pelos músculos ciliares que encontram-se ao seu redor e são determinantes na capacidade acomodativa do cristalino. Porém, com o tempo, esses músculos passam a não funcionar tão bem e o cristalino não se adaptada mais da melhor forma à focalização da imagem. Como resultado, a visão de perto acaba sendo prejudicada. Entre os sintomas da presbiobia, encontramos: Dificuldade em enxergar letras e imagens muito pequenos; Visão borrada ao ler algo na distância normal; 13 Dores de cabeça ou fadiga após tarefas que envolvem a visão de perto; Precisar de mais luz ao executar atividades que envolvem a visão de perto; Necessidade de afastar algo para ler melhor. Hipermétropes utilizam parte da acomodação para compensar o erro de refração. Quanto maior a hipermetropia, maior será a sobrecarga acomodativa e, consequentemente, maior a possibilidade da presbiopia se instalar em torno dos 40 anos de idade. Os míopes exercem menos esforço acomodativo que hipermétropes e emétropes (olho de visão normal) e, por isso, tendem a apresentar os sintomas da presbiopia em idades mais avançadas, ao redor dos 45 anos dependendo do grau da miopia. A presbiopia não tem cura, mas pode ser corrigida e estabilizada com tratamento adequado. Para tanto, são indicados métodos que compensem a dificuldade em focalizar de perto através do uso de óculos, lentes de contato ou cirurgia. Ambliopia Ambliopia é a redução funcional da acuidade visual causada pelo desenvolvimento visual anormal durante a infância. O período crítico para o desenvolvimento das funções visuais é do nascimento aos 5 anos de idade, por isso a existência de qualquer obstáculo à formação da imagem na retina de um ou ambos os olhos pode comprometer esse desenvolvimento. Se um obstáculo se interpõe ao desenvolvimento de um dos olhos enquanto o outro evolui normalmente, o olho afetado não tem suas funções desenvolvidas devido à falta de estímulo adequada, tornando-se amblíope. A ambliopia, entretanto, não se restringe somente ao comprometimento funcional por falta de estímulo, mas compreende também 14 alterações orgânicas, uma vez que a privação prolongada de respostas aferentes a estruturas visuais do sistema nervoso central pode levar a danos neurológicos representados por atrofia de neurônios do corpo geniculado lateral e do córtex estriado. Apesar de o período crítico de desenvolvimento visual ser até os 5 anos, a privação visual responsável pela ambliopia pode se estender um pouco mais, até cerca dos 7 ou 8 anos de idade, período até o qual se deve fazer o possível para combater a ambliopia, uma vez que passada essa idade, o SNC já pode ter sofrido muitas alterações estruturais. É um distúrbio majoritariamente unilateral, que acomete cerca de 1 a 4% da população mundial, igualmente prevalente entre homens e mulheres. Há fatores associados ao aumento do risco de ambliopia como parto prematuro, pequeno tamanho para a idade gestacional, histórico familiar de 1º grau de ambliopia e retardo do desenvolvimento neurológico. Tipos de ambliopia e causas Causas As vias visuais da criança não estão completamente desenvolvidas ao nascimento. O sistema visual e o cérebro precisam, para se desenvolver normalmente, ser estimulados por imagens claras, focalizadas, propriamente alinhadas e sobrepostas de ambos os olhos. Esse desenvolvimento ocorre principalmente nos primeiros três anos de vida, mas não está completo até cerca dos oito anos de idade. Caso o cérebro não receba estimulação visual apropriada de um dos olhos durante o período de desenvolvimento, ele aprende a ignorar (suprimir) a imagem desse olho, o que resulta em perda da visão. Caso a supressão persista por muito tempo, a perda da visão pode ser permanente. Essa perda permanente da visão é chamada ambliopia. Há diversas razões para a falta de uma 15 estimulação visual apropriada e cada uma delas pode causar um tipo de ambliopia: Desalinhamento dos olhos (estrabismo) Problemas de focalização (erros de refração) Bloqueio da visão - Ambliopia causada por estrabismo O desalinhamento dos olhos (estrabismo) também pode causar ambliopia. Os olhos produzem duas imagens, uma de cada olho, que normalmente estão fundidas ou unidas em uma única imagem no cérebro e que são então integradas para produzir imagens tridimensionais e níveis elevados de percepção da profundidade. A capacidade de fundir imagens se desenvolve durante a primeira infância. Caso as duas imagens estejam tão desalinhadas a ponto de não poderem ser fundidas, o cérebro suprime uma das imagens e ignora os sinais desse olho. O cérebro não tem conhecimento da imagem do olho afetado, ainda que olho possa estar estruturalmente normal. Nos adultos, uma vez que as vias visuais já estão desenvolvidas, ver duas imagens diferentes resulta em visão dupla (diplopia) em vez de em perda da visão. - Ambliopia causada por erros de refração A ambliopia pode ser causada por um erro de refração desigual, geralmente hipermetropia (incapacidade de ver objetos próximos claramente), miopia (incapacidade de ver objetos distantes claramente) ou astigmatismo (uma curvatura irregular das superfícies de focalização do olho). Um erro de refração causa embaçamento da imagem ou imagens que chegam ao cérebro, resultando em uma grande diferença de foco entre os dois olhos. Esses erros podem se desenvolver em um ou ambos os olhos. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-oculares-nas-crian%C3%A7as/estrabismo https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/sintomas-das-doen%C3%A7as-oculares/vis%C3%A3o-dupla https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-oculares-nas-crian%C3%A7as/dist%C3%BArbios-de-refra%C3%A7%C3%A3o-em-crian%C3%A7as https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-oculares-nas-crian%C3%A7as/dist%C3%BArbios-de-refra%C3%A7%C3%A3o-em-crian%C3%A7as 16 - Ambliopia causada por bloqueio ou diminuição da visão Um terceiro tipo de ambliopia se desenvolve quando uma turvação ou opacificação do cristalino (como devido à catarata congênita) ou da córnea reduz ou distorce a luz que entra no olho, ou quando outra causa (como glaucoma) leva à redução da visão em um olho. Uma pálpebra muito recaída também pode bloquear a visão e causar ambliopia. A principal causa de ambliopia é o estrabismo (representando cerca de 30 a 45 % do total de casos de ambliopia), seguido pela ametropia (15 a 20% dos casos), depois pela combinação de ambos(cerca de 30%) e, por último, pela privação (menos de 5% dos casos). Há também, apesar da expressão reduzida, a ambliopia por anisometropia. De acordo com essas etiologias, ambliopia é classificada em quatro grupos: • Ambliopia estrábica – Estrabismo é o desalinhamento da visão binocular/interação binocular anormal. Um dos olhos não consegue focar no ponto para o qual se tenta concentrar a visão, de modo que são formadas duas imagens diferentes e não complementares: o olho fixador recebe uma imagem na fóvea e, portanto, nítida; enquanto o olho desviado recebe a imagem em um ponto periférico da retina e consequentemente, uma imagem borrada. Nesses casos, o córtex visual suprime a imagem do olho de maior ametropia (imagem menos nítida), que caso persista por um longo período, resulta na ambliopia. • Ambliopia refrativa – Geralmente é resultado de significativos erros refrativos não corrigidos em ambos os olhos, comprometendo a formação de uma imagem igual e https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-oculares-nas-crian%C3%A7as/catarata-cong%C3%AAnita https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/glaucoma/glaucoma 17 nítida nas fóveas, assim como um pleno desenvolvimento da acuidade visual. A ambliopia por anisometropia acontece devido à elevada diferença de dioptrias entre os olhos, podendo resultar em uma interação binocular anormal, impossibilitando a fusão de imagens diferentes entre si e, consequentemente, pode causar supressão da visão do olho mais amétrope. A anisometropia está presente em aproximadamente 50% dos estrábicos, ocorrendo nas principalmente nas hipermetropias, mas também nos astigmatismos e miopias unilaterais de altos graus. Também tem sido sugerido que a ambliopia anisometrópica resulte de dificuldades acomodativas. • Ampliopia por privação – É o tipo menos comum e mais grave de ambliopia. Normalmente resulta da interrupção do eixo visual ou distorção grave da imagem foveal e, caso não seja tratada, pode causar um comprometimento visaulpermanente. As principais causas da ambliopia por privação são: cataratas congênitas, ptose, opacidades congênitas da córnea, hemorragia vítrea e graves erros de refração. Tratamento O tratamento consiste em corrigir a causa da ambliopia, com finalidade de possibilitar melhor da acuidade visual. No caso da ambliopia refrativa, o tratamento é a correção da ametropia com o devido uso de lentes corretoras. Já em relação a ambliopia por privação, deve-se corrigir a alteração visual inicial, como é o caso da cirurgia para remoção da catarata. Quando mais cedo for realizado o tratamento maiores as chances de recuperação da visão. No que tange a ambliopia por estrabismo, a mais importante das modalidades terapêuticas empregadas é a oclusão do olho de melhor visão, com a finalidade de estimular o olho com baixa visão. Quanto mais precoce o início do tratamento, melhor é o prognóstico de reversão da ambliopia, apesar de estudos demonstrarem resultados 18 também com crianças que iniciaram o tratamento tardiamente. Entretanto, após os 12 anos de idade, o problema pode ser irreversível. O esquema de oclusão do olho mais forte ou fixador varia conforme a idade e o grau do problema. Além do tampão, pode ser utilizados outros artifícios para turvar a imagem do olho mais forte, estimulando o uso do olho mais fraco, como a aplicação de colírios específicos ou utilização óculos com a lente turva. Quando a criança não responde à oclusão do olho dominante, a cirurgia dos músculos extraoculares torna-se uma possibilidade. EXPLICAR A RELAÇÃO DO DIABETES E PERDA VISUAL/EXPLICAR OS MECANISMOS DAS LESÕES APRESENTADAS NO PROBLEMA. Ter uma dieta equilibrada com o auxílio de um endocrinologista, praticar atividades físicas regularmente, e realizar exames de acompanhamento são algumas das atividades recomendadas. Além disso, outra recomendação básica é que todo paciente diabético se consulte com um oftalmologista periodicamente. Isso porque a visão pode ser afetada pela doença, ocasionando problemas como a retinopatia, o edema macular diabético, e até o glaucoma e a catarata. Para entender melhor sobre essa relação entre a diabetes e possíveis problemas de visão, acompanhe o artigo. Como a diabetes prejudica a visão? A diabetes é uma doença crônica, na qual o corpo produz pouca insulina (hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue) no organismo, ou não consegue empregá-lo adequadamente. 19 O resultado disso é uma alta concentração de glicose (hiperglicemia), que pode afetar os órgãos, nervos e vasos sanguíneos do corpo. Nesse sentido, os vasos sanguíneos dos olhos também ficam prejudicados. Se a diabetes não for controlada, com o tempo, a visão começa a ficar turva e embaçada, piorando na medida em que esses vasos sanguíneos incham e rompem no interior dos olhos. Cerca de 40% dos diabéticos sofrem essas alterações oftalmológicas decorrentes da doença, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia. A diabetes pode levar à cegueira? Sim. Quando não tratada, a doença pode prejudicar gradativamente a visão, até que ela chegue a cegueira — muitas vezes, irreversível. Inclusive, a principal doença ocular decorrente da diabetes é a chamada retinopatia diabética, que pode piorar e causar um edema macular. Continue acompanhando o artigo para entender melhor como surgem essas e outras doenças subsequentes. Retinopatia diabética e Edema Macular Diabético A retinopatia é um termo usado para designar aquelas doenças que acometem a retina do olho — tecido responsável pela formação da imagem. No caso da retinopatia diabética, ela é caracterizada por um entupimento dos vasos que nutrem a retina. Com o aumento descontrolado da glicemia, esses vasos vão se fechando progressivamente, interrompendo o fluxo de oxigênio para as células e ocasionando hemorragias. Como resultado, a visão vai ficando embaçada, causando problemas cada vez mais sérios na medida em que a retinopatia piora. https://vivaoftalmologia.com.br/retinopatia-diabetica-entenda-mais-sobre-esse-problema-que-pode-causar-a-perda-da-visao/ 20 É aí que surge o chamado edema macular diabético. Ele ocorre quando os fluidos acumulados nesses vasos, vazam para regiões próximas à retina e à mácula, formando, assim, o edema. Trata-se de um problema grave e que precisa ser tratado imediatamente, a fim de evitar a cegueira irreversível do paciente. - Retinopatia diabética Manifestações da retinopatia diabética incluem microaneurismas, hemorragia intrarretiniana, exsudatos, edema e isquemia maculares, neovascularização, hemorragia vítrea e descolamento da retina de tração. Às vezes, os sintomas só se desenvolvem no final da doença. O diagnóstico é por fundoscopia; detalhes adicionais são elucidados por retinografia colorida, angiofluoresceinografia e tomografia de coerência óptica. O tratamento engloba o controle da glicemia e da pressão arterial. Tratamentos oculares por fotocoagulação a laser da retina, injeção intravítrea de fármacos do fator de crescimento endotelial antivascular (p. ex., aflibercepte, ranibizumabe, bevacizumabe), corticoides intraoculares, vitrectomia ou uma combinação destes. Fisiopatologia A retinopatia diabética é a principal causa de cegueira, especialmente em adultos em idade de trabalho. O grau de retinopatia está altamente correlacionado com os seguintes fatores Duração do diabetes Níveis sanguíneos de glicose 21 Níveis de pressão arterial A gestação pode prejudicar o controle de glicose no sangue e, assim, agravar a retinopatia. Retinopatia não proliferativa Retinopatia não proliferativa (também conhecida como retinopatia de fundo) se desenvolve primeiro e causa aumentoda permeabilidade capilar, microaneurismas, hemorragias, exsudatos, isquemia macular e edema macular (espessamento da retina causado pelo extravasamento de líquido a partir dos capilares). Retinopatia proliferativa A retinopatia proliferativa se desenvolve após a retinopatia não proliferativa e é mais grave; ela pode causar hemorragia vítrea e descolamento da retina de tração. A retinopatia proliferativa é caracterizada por formação de vasos novos anormais (neovascularização), que ocorre na superfície (vítreo) interna da retina, e pode estender-se para dentro da cavidade vítrea, causando hemorragia vítrea. A neovascularização é muitas vezes acompanhada por tecido fibroso pré-retínico que, juntamente com o vítreo, pode se contrair, resultando em descolamento da retina de tração. A neovascularização também pode ocorrer no segmento anterior do olho sobre a íris; pode ocorrer crescimento da membrana neovascular no ângulo da câmera anterior do olho na margem periférica da íris, e esse crescimento leva a glaucoma neovascular. A perda de visão com retinopatia proliferativa pode ser grave. Edema macular clinicamente significativo pode ocorrer com retinopatia não proliferativa ou proliferativa e é a causa mais comum de perda de visão devido a retinopatia diabética. 22 Sinais e sintomas Retinopatia não proliferativa Os sintomas visuais são causados por edema ou isquemia macular. Mas os pacientes podem não ter perda de visão mesmo com retinopatia avançada. Os primeiros sinais da retinopatia não proliferativa são Microaneurismas capilares Hemorragias retinianas Exsudatos duros Exsudatos algodonosos (exsudatos moles) Retinopatia diabética (não proliferativa) Exsudatos duros são partículas discretas e amarelas dentro da retina. Quando presentes, eles sugerem edema crônico. Manchas algodonosas são áreas do microinfarto da camada de fibras nervosas da retina que levam à opacificação retínica; suas margens são indistintas e os vasos subjacentes são brancos e obscuros. Os sinais em estágios posteriores são Edema macular (visto na lâmpada de fenda biomicroscópica como elevação e indefinição das camadas da retina) 23 Dilatação venosa e anormalidades microvasculares intrarretinianas Retinopatia proliferativa Os sintomas podem incluir visão borrada, moscas volantes (pontos negros) ou luzes brilhantes no campo de visão, bem como perda de visão súbita, aguda e indolor. Esses sintomas são tipicamente causados por hemorragia vítrea ou descolamento da retina de tração. A retinopatia proliferativa, diferentemente da não proliferativa, causa a formação de neovascularização dos vasos pré-retinianos visível no nervo óptico ou na superfície da retina. Edema macular ou hemorragia retiniana pode ser visível à fundoscopia. Retinopatia diabética (proliferativa) Diagnóstico Fundoscopia Retinografia colorida Angiofluoresceinografia Tomografia de coerência óptica O diagnóstico é por fundoscopia. Retinografia colorida ajuda a classificar o nível da retinopatia. A angiofluoresceinografia é utilizada para determinar a extensão da retinopatia, desenvolver um plano de tratamento e monitorar os resultados. Tomografia de 24 coerência óptica também é usada para avaliar a gravidade do edema macular e da resposta ao tratamento. Triagem Como a detecção precoce é importante, todos os pacientes com diabetes devem fazer um exame oftalmológico anual. Pacientes grávidas com diabetes devem ser examinadas a cada trimestre. Sintomas visuais (p. ex., visão turva) são indicações para avaliação oftalmológica. Tratamento Controle da glicemia e da pressão arterial Para edema macular, injeção intraocular de fármacos do fator de crescimento endotelial antivascular (anti- VEGF), implantes intraoculares de corticoides, laser focal e/ou vitrectomia Na retinopatia proliferativa complicada ou de alto risco, medicamentos anti-VEGF, fotocoagulação a laser panretiniana e, às vezes, vitrectomia Controle da glicemia e da pressão arterial são medidas fundamentais, pois o controle intensivo da glicose no sangue retarda a progressão da retinopatia. O edema de mácula diabético com repercussão clínica significativa é tratado por meio de injeção intraocular de fármacos anti-VEGF (p. ex., ranibizumabe, bevacizumabe, aflibercepte) e/ou fotocoagulação focal a laser (1). O implante de dexametasona intraocular e triancinolona intravítrea pode tratar olhos com edema macular persistente. Em alguns países, o implante intraocular de fluocinolona está disponível para pacientes com edema de mácula diabético crônico. Vitrectomia pode ser útil no edema macular diabético recalcitrante. Em casos selecionados de https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/doen%C3%A7as-da-retina/retinopatia-diab%C3%A9tica#v28588151_pt 25 retinopatia grave não proliferativa, fotocoagulação com laser pan-retiniana pode ser utilizada; mas esse procedimento pode ser postergado até a retinopatia proliferativa se desenvolver. A retinopatia diabética proliferativa com características de alto risco de hemorragia do vítreo, neovascularização pré-retiniana extensa ou neovascularização do segmento anterior/glaucoma neovascular deve ser tratada com laser de fotocoagulação pan-retiniano. Estudos recentes também corroboraram o uso de anti-VEGF intravítreos no tratamento da retinopatia diabética proliferativa (2). Esses tratamentos reduzem significativamente o risco de perda grave de visão. Vitrectomia pode ajudar a preservar e restaurar a visão perdida, muitas vezes em pacientes com qualquer um dos seguintes: Hemorragia vítrea persistente Formação extensiva de membrana pré-retiniana Descolamento da retina tracional - Edema macular diabético recalcitrante O edema macular diabético é uma grave consequência do diabetes não controlado. Ao longo do tempo, níveis glicêmicos altos (glicose no sangue) podem levar a complicações vasculares em vários tecidos e órgãos, como no coração, sistema nervoso, rins, membros inferiores (pernas e pés) e inclusive nos olhos.1-3 O diabetes mellitus é uma doença muito comum em indivíduos de todas as idades, e o número de casos vem aumentando nos últimos anos. Estima-se que 422 milhões de pessoas vivam com o diabetes, o que corresponde a quase 9% da população mundial.1,2 https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/doen%C3%A7as-da-retina/retinopatia-diab%C3%A9tica#v28588151_pt 26 Existem duas formas de o diabetes acometer a retina, sendo uma delas o edema macular diabético e a outra a retinopatia diabética. O diabetes é hoje a principal causa de cegueira em pessoas na idade produtiva. Ele afeta os vasos sanguíneos do olho, em particular os vasos da retina, que é a área do olho responsável por formar as imagens enviadas ao cérebro.3-6 O edema macular diabético (EMD), também conhecido como maculopatia diabética, é caracterizado pelo acúmulo de líquido na mácula, que é a área da retina responsável pela visão central nítida, usada para ler, reconhecer rostos, cores e dirigir.4-6 O edema macular diabético é na verdade uma consequência da retinopatia diabética. O EMD pode ocorrer em qualquer estágio da retinopatia diabética, embora o risco aumente de acordo com a gravidade da retinopatia diabética. Cerca de metade das pessoas com retinopatia diabética desenvolve também EMD.3-6 A principal causa do desenvolvimento do edema macular diabético são alterações estruturais nos vasos da retina causadas pela hiperglicemia (altos níveis de açúcar no sangue). Quando o diabetes não está controlado, a hiperglicemia desencadeia várias alterações no nosso corpo, como aumento do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF),danos na estrutura do DNA e de outros componentes celulares (danos oxidativos) e da inflamação crônica. Essas alterações lesam os vasos sanguíneos e aumentam a permeabilidade vascular da retina. À medida que se tornam mais permeáveis, líquidos, proteínas e outras moléculas vazam de dentro dos vasos sanguíneos e se acumulam próximos da retina e da mácula formando o edema macular diabético.4 27 No início o edema geralmente não apresenta sinais ou sintomas, mas com o passar do tempo, a visão se torna borrada e distorcida e, se não diagnosticado e tratado corretamente o EMD pode evoluir para cegueira irreversível. Portanto, manter o controle da glicemia e as consultas frequentes ao endocrinologista e ao oftalmologista são as melhores formas de evitar a perda da visão. Por isso, pessoas com diabetes precisam ter cuidado redobrado com a saúde ocular, e procurar um especialista periodicamente ou caso apresentem qualquer alteração da visão.3,5 Durante muitos anos, a cirurgia a laser era o único tratamento para o edema macular diabético. No entanto, mais recentemente, tratamentos com medicamentos como os anti-VEGF e implantes de corticosteroides têm demonstrado barrar a progressão do edema macular diabético e, em alguns casos, até recuperar parte da visão perdida em muitos pacientes com EMD.3,4,7 - Catarata Catarata é o embaçamento (opacidade) do cristalino, que provoca perda progressiva e indolor da visão. A visão pode ficar embaçada, perder o contraste e serem visíveis halos em torno de luzes. 28 Os médicos conseguem reconhecer a catarata ao examinar o olho com um oftalmoscópio ou lâmpada de fenda. A maioria das cataratas podem ser retiradas e substituídas por lentes artificiais. A catarata é a principal causa de cegueira em todo o mundo. A catarata é comum nos Estados Unidos onde afeta a maioria da população de idosos. Cerca de uma em cada cinco pessoas com idade entre 65 e 74 anos desenvolve um grau de catarata avançado o bastante para reduzir a visão, e cerca de uma em cada duas pessoas com mais de 75 anos tem catarata. Felizmente, nos Estados Unidos as pessoas podem ter um tratamento adequado da catarata antes de chegarem à fase da cegueira. A catarata em geral surge com a idade ou se manifesta sem causa aparente. No entanto, outros fatores de risco incluem: Lesão no olho Uso prolongado de alguns medicamentos (como corticosteroides) Exposição prolongada a raios x (como radioterapia no olho) Doenças oculares inflamatórias e infecciosas (como uveíte) Doenças como diabetes Má nutrição Tabagismo Exposição prolongada à luz solar direta https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7as-oculares/o-exame-do-olho#v1157375_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/diagn%C3%B3stico-de-doen%C3%A7as-oculares/o-exame-do-olho#v1157375_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/les%C3%B5es-oculares/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-les%C3%B5es-oculares https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/uve%C3%ADte-e-dist%C3%BArbios-relacionados/uve%C3%ADte https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/diabetes-mellitus-dm-e-dist%C3%BArbios-do-metabolismo-da-glicose-no-sangue/diabetes-mellitus-dm 29 Uso de álcool Exposição ao calor de infravermelho Pessoas que tiveram catarata em um olho têm mais probabilidade de ter mais tarde no outro olho. Algumas vezes a catarata pode se desenvolver em ambos os olhos ao mesmo tempo. Os bebês podem nascer com catarata (catarata congênita) e crianças também podem desenvolver a catarata, geralmente devido a lesão ou doença. As cataratas geralmente se desenvolvem lentamente ao longo de anos. Visto que a luz que entra no olho passa sempre pelo cristalino, a catarata (opacidade do cristalino) pode bloquear e distorcer a luz, o que causa a má visão. Os sintomas iniciais podem incluir: Visão de halos e pontos luminosos em volta da luz (brilho) Dificuldade para leitura devido à dificuldade de distinguir o contraste entre o claro e o escuro das letras impressas em uma página Necessidade de mais luz para ver bem Problemas em distinguir azul escuro de preto Visão embaçada Cores aparentando mais amarelas e menos vibrantes Menos comum, a leve visão dupla (também chamada de imagens fantasma) Embora a catarata raramente provoque dor, algumas vezes pode inchar e aumentar a pressão no olho (glaucoma), o que pode ser doloroso. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-oculares-nas-crian%C3%A7as/catarata-cong%C3%AAnita https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/glaucoma/glaucoma 30 How Cataracts Affect Vision À esquerda, o cristalino normal recebe e foca a luz na retina. À direita, a catarata impede a passagem de luz pelo cristalino e dispersa a luz, não deixando que o foco nítido chegue na retina. As mudanças na visão que uma catarata provoca dependem da intensidade de luz que entra no olho e da localização da catarata. Com uma catarata no centro (dentro) do cristalino (catarata nuclear), os seguintes sintomas são mais comuns: Piora da visão à distância Inicialmente, há melhora da visão de perto visto que a catarata atua como um cristalino mais forte, portanto recentralizando a luz. As pessoas que precisavam de óculos de leitura desde os 40 e poucos anos podem descobrir que podem ver de perto novamente sem seus óculos, um fenômeno chamado "segunda visão". Esse efeito é temporário e desaparece conforme a catarata torna-se mais opaca. 31 Com a catarata próxima da parte posterior do cristalino (catarata subcapsular posterior), os seguintes sintomas são mais comuns: Visão embaçada (menor acuidade visual) quando a pupila se contrai (por exemplo, na luz intensa ou durante a leitura) Perda de contraste Halos e pontos de luzes (brilhos) intensos de lâmpadas muito fortes ou faróis de carros à noite. Pessoas que tomam medicamentos que provocam contração da pupila (por exemplo, alguns colírios para o glaucoma) também podem sofrer maior perda da visão. A catarata é uma doença que atinge o cristalino — uma das lentes naturais do olho —, deixando a visão embaçada e cinzenta. Embora a correlação entre a catarata e a diabetes ainda não seja totalmente conhecida, sabe-se que o excesso de glicose no sangue pode causar alterações no cristalino, levando a uma perda de transparência. Além disso, sabe-se também que alguns fatores estão intimamente ligados ao surgimento da catarata em pacientes com diabetes, como: Diabetes tipo 1; O tempo de duração do diabetes; Idade avançada no momento do diagnóstico do diabetes; Retinopatia diabética avançada; Uso de diuréticos; Controle metabólico inadequado. https://vivaoftalmologia.com.br/catarata-saiba-tudo-sobre-doenca/ 32 Como a catarata evolui lentamente, sem que o paciente perceba, na maioria dos casos, ela só é descoberta quando a pessoa passa por um exame de fundo de olho, em uma consulta de rotina com o oftalmologista. Daí a importância do diabético em ter um acompanhamento com o médico dessa especialidade. - Glaucoma Outra doença que pode surgir em pacientes diabéticos é o glaucoma. Trata-se de uma doença que acomete o nervo óptico, causada, na maioria das vezes, pelo aumento da pressão intraocular. Segundo a Sociedade Americana de Diabetes, pessoas com diabetes tipo 2 são 40% mais propensas a sofrer de glaucoma do que aquelas sem a doença. Em seu estágio inicial, o glaucoma é assintomático no início. Ela só começa a se mostrar mais evidente quando ela afeta a visão periférica dopaciente. A partir daí, a pessoa só consegue enxergar pessoas e objetos que estejam à sua frente. E é importante lembrar: o glaucoma não tem cura e, uma vez instalado, não é possível revertê-lo mesmo controlando a diabetes. Por isso, é muito importante que todas as pessoas, principalmente os diabéticos, consultem-se regularmente com um oftalmologista. O que é glaucoma? Glaucoma não é uma doença única, mas sim um grupo de doenças que resultam na lesão no nervo óptico, o responsável por levar os estímulos visuais captados pelos olhos até o https://vivaoftalmologia.com.br/glaucoma-sintomas-e-tratamento/ 33 cérebro. Com o nervo óptico lesado, as imagens captadas pelos olhos não chegam cérebro e o resultado é a cegueira. O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. A cegueira pela catarata é mais comum que pelo glaucoma, mas ela é uma causa de cegueira reversível. Causas Um aumento da pressão intraocular, ou seja, da pressão dentro dos olhos, é a principal causa de glaucoma, porém, não é a única. Existem casos de glaucoma onde a pressão intraocular encontra-se normal.Entre a córnea e o cristalino existe uma cavidade que é preenchida com um líquido, chamado de humor aquoso. O humor aquoso é constantemente produzido e drenado, de modo que o seu volume e pressão mantém-se sempre mais ou menos constantes. Quando ocorre algum distúrbio neste ciclo, seja por aumento da produção do humor aquoso, ou por uma diminuição da sua drenagem, o aumento de líquido nesta cavidade causa uma aumento da pressão dentro dos olhos. https://www.mdsaude.com/oftalmologia/catarata/ 34 A pressão intraocular normal varia entre 8 e 21 mmHg. Quando esta se torna maior que 21 mmHg, começa a haver risco de lesão do nervo óptico. O problema do glaucoma é o fato deste ser uma doença silenciosa já que o simples aumento da pressão intraocular não é capaz de causar nenhum sintoma. Diferenças entre glaucoma de ângulo aberto e de ângulo fechado O humor aquoso que circula na cavidade anterior do olho é drenado constantemente através de um tecido poroso, parecido com uma peneira, chamado de malha trabecular. O glaucoma de ângulo fechado ocorre quando há uma obstrução física à malha trabecular e, consequentemente, à drenagem deste líquido. No glaucoma de ângulo aberto a malha trabecular está livre de obstruções, porém, sua capacidade de drenagem está reduzida. Para facilitar o entendimento, imagine a malha trabecular como o ralo da pia e a água da torneira aberta como a produção de novo humor aquoso. O glaucoma de ângulo fechado é semelhante ao que ocorre quando subitamente colocamos uma tampa no ralo e impedimos por completo a drenagem da água. Já o glaucoma de ângulo aberto seria aquele caso em que a abertura do ralo está livre, mas há algum grau de entupimento dos canos impedindo a drenagem completa da água, fazendo com está lentamente vá subindo de nível. O glaucoma de ângulo fechado agudo (que ocorre subitamente) é uma emergência médica, pois a pressão intra- ocular sobe rapidamente, e em questão de horas, o nervo 35 óptico pode ser destruído, levando a perda irreversível da visão. Sintomas O glaucoma é uma doença perigosa porque ela habitualmente não provoca sintomas nas fases iniciais. Só quando a pressão ocular está muito elevada, geralmente maior do que 40 mmHg, é que o paciente pode sentir dor nos olhos e na cabeça. Isso ocorre com mais freqüência nos glaucomas de ângulo fechado. A cegueira causada pelo glaucoma também pode ser traiçoeira, porque ela costuma ocorrer de modo lento e de fora para dentro, ou seja, acomete primeiro o campo de visão periférico e progressivamente vai se tornando mais central, como na ilustração abaixo. Às vezes, o processo de perda de visão é tão gradual que o paciente só nota estar ficando cego em fases avançadas do glaucoma. Os principais sintomas do glaucoma de ângulo fechado agudo são: Forte dor nos olhos. Náuseas e vômitos. Visão borrada. Olhos vermelhos. Diminuição da visão, perincipalmente se há baixa luminosidade. O glaucoma de ângulo fechado também pode ocorrer de modo crônico, quando a obstrução da malha trabecular ocorre de modo progressivo. Neste caso a evolução é mais lenta, parecida com o glaucoma de ângulo aberto. 36 No glaucoma de ângulo aberto, como já dito, o quadro é insidioso, progredindo lentamente sem causar sintomas até fases avançadas da doença, quando o paciente nota estar perdendo a visão. Fatores de risco Pressão intraocular elevada – A imensa maioria dos casos de glaucoma estão associados a hipertensão ocular, porém, por motivos ainda não bem esclarecidos, existem casos de lesão do nervo óptico mesmo com a pressão intraocular normal. Raça negra – Não se sabe o porquê, mas negros têm de 6 a 8 vezes mais chances de desenvolver glaucoma que brancos. Além disso, o glaucoma em negros também costuma ser mais grave. Idade – Todo mundo com mais de 60 anos apresenta maior risco de desenvolver glaucoma. Negros devem começar a ter sua pressão ocular avaliada a partir dos 30 anos. História familiar de glaucoma – Pessoas com parente de primeiro grau com glaucoma apresentam até 6 vezes mais chances de também desenvolverem a doença. Diabetes – Pacientes diabéticos parecem ter maior risco de desenvolverem glaucoma. Uso crônico de corticoides. RECONHECER OS MECANISMOS DA VISÃO/DESCREVER AS VIAS DA VISÃO E O MECANISMO DE FORMAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM/DESCREVER AS VIAS SENSORIAIS A PARTIR DA RETINA QUE NÃO TÊM A FUNÇÃO DA VISÃO. https://www.mdsaude.com/endocrinologia/diabetes/ https://www.mdsaude.com/endocrinologia/glicocorticoides/
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