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1 Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ Disciplina: Português V Coordenador: Elaine Alves Santos Melo APX2 – 2021.1 Aluno(a): ______________________________________________________________________________________ Polo: _______________________________________ Matrícula: __________________________________________ Nota: __________________________________________________________________________________________ Leia atentamente o trecho de “O causo da bicicleta”1 e responda o que se pede 2: Contar causos é “uma forma a mais de criticar o que está errado e valorizar a riqueza de nossa cultura, um jeito gostoso, enfim, de chamar a atenção sobre a alma caipira que nos molda como povo”.(Boldrin, 2003) Texto I “Uai minino, nesta época, sô!, que pegô a saí essas bicicleta, esses recursu, nunha ocasião a muié rumô lá uma perrenguice, uma clamura, uma gemura isquisita, aquilo não miorava; eu rancava uma saroba ali no terreiro memo, fazia uma xaropada, dava pra ela bebê... foi ficanu pió; aí eu manei: danô!. Aí eu tentei levá ela pra cidade prum doutô dá uma reforma nela pra mim. Aí fui lá, rumei um agasaio, e levei ela... falei pro doutô: “óia, eu troxe a muié, o sinhô espia o que tá fartanu nela e arruma ela pra mim. Eu num posso ficá aí não”. - Eu tinha serviço e era longe. (...) Acho que ela [a bicicleta] nem tava incostano no chão... quando eu senti o calorzim do fogo do pito no beiço, e eu num puxei fumaça, não; o vento memo veio trazenu aquilo. Eu não podia largá do chifre dela pá acudi purque si não levava. Aí eu pensei: “hora que eu vê que queima, eu guspo ele fora [...]. Mas aí, quando o fogo apertô, que eu fui guspi fora, ele tinha pregado nos beiço. Rapáiz! Ocê precisa de vê que maçaroca. Rapáiz! Eu bufava que nem um jumento pá vê se aquilo desapregava e o trem [...] e quando eu abria a boca pá bufá, o vento fazia “ZROOON”, ainda levava o fogo pra dentro, minino.”. Questão 1. A partir do fragmento abaixo, retirado do texto II, responda o que se pede: (2,0 pontos) “Aí eu tentei levá ela pra cidade prum doutô dá uma reforma nela pra mim... , e levei ela... falei pro doutô: “óia, eu troxe a muié, o sinhô espia o que tá fartanu nela e arruma ela pra mim” – a Cite o nome dos processos fonológicos presentes no grupo das consoantes laterais do português do Brasil 1 In: GERALDINHO. Trova, prosa e viola. V. 1, 2003) 2 ATENÇÃO: Cópias de textos sem as devidas citações serão desconsideradas e acarretarão a atribuição da nota zero à questão 2 b. Dê um exemplo de cada caso c. Discorra sobre eles Questão 2- No segundo parágrafo o autor se vale de um recurso estilístico que promove expressividade ao texto e confere correspondência com o que se pretende exprimir. Diga o nome desse recurso e exemplifique. (1,0 ponto) Questão 3- A propósito dos encontros vocálicos, consonantais e dígrafos, assinale as alternativas corretas e justifique as incorretas: (1,0 ponto) a. ( ) Na palavra “esquisita” temos um encontro consonantal e um dígrafo b. ( ) As palavras bicicleta, serviço , prum , chifre apresentam encontros consonantais c. ( ) Há um dígrafo consonantal e um dígrafo vocálico em “ perrenguice”- d. ( ) Em tentei temos dois encontros vocálicos- e. ( ) Há hiato em: saí , muié , uai miorava e fazia Questão 4- Dentre as palavras a seguir, preencha os parênteses segundo os casos: (1,0 ponto) (1) Somente vogal nasalizada (2) Somente Vogal Nasal (3) Vogal nasal e vogal nasalizada (4) NDA ( ) VENTO ( ) TENTEI ( ) NELA ( ) NÃO ( ) SINHÔ ( ) MIORAVA ( ) JUMENTO ( ) MUIÉ ( ) QUEIMA ( ) INCOSTANO Texto II Romaria É de sonho e de pó O destino de um só Feito eu perdido em pensamentos sobre o meu cavalo É de laço e de nó De gibeira o jiló Dessa vida cumprida a só Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida O meu pai foi peão Minha mãe solidão Meus irmãos perderam-se na vida a custa de aventuras Descasei e joguei Investi, desisti Se há sorte, eu não sei, nunca vi 3 Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida Me disseram porém Que eu viesse aqui Pra pedir de romaria e prece paz nos desaventos Como eu não sei rezar Só queria mostrar Meu olhar, meu olhar, meu olhar Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida (Renato Teixeira- LETRAS.MUS.BR) Questão 5. Após a leitura do texto II, responda o que se pede (1,5 ponto): a. Ao longo do texto II, cite a figura fônica predominante utilizada pelo autor de modo a lhe conferir expressividade. Explique a particularidade da figura em questão e exemplifique com palavras do texto. b. Classifique o tipo de Rima da última estrofe quanto à sonoridade e quanto ao acento. Questão 6: Dado o verso: “Ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida” (1,5 ponto) a. Destaque e classifique a ocorrência de um dos fenômenos da Fonética Sintática evidenciado no verso acima. b. Quanto aos seus constituintes prosódicos, retire o fragmento que se caracteriza como frase fonológica. Justifique sua resposta. Questão 7- Faça a Transcrição Fonética e Fonológica das palavras abaixo, segundo o dialeto carioca (2,0 pontos) Destino Gibeira Senhora Escura Aventuras BOA PROVA!
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