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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACID CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA DO ESTADO ARA0192/3710586 - SEGUNDA – MANHÃ PROFESSOR: THIAGO E. A. NORMANDO ALUNO(A): MIRELLE DE SOUSA FIGUEIREDO MATRICULA: 202103787681 QUESTÕES 1º) Estudamos em sala de aula sobre a evolução do Estado até chegar no chamado Estado Moderno. Falamos sobre a Ciência e a Política e discutimos que o Estado é o objeto de estudo da Ciência Política. Sendo assim, discorra sobre a origem do Estado abordando necessariamente em seu texto sobre a teoria naturalista e contratualista, informando seus principais defensores e suas ideias e abordando ainda as críticas marxistas para a concepção jurídica do Estado. O texto deve ser na forma dissertativa expositiva ou argumentativa e com no mínimo 20 linhas. (1,5 pontos) Estado é uma das mais complexas instituições sociais criadas e desenvolvidas pelo ser humano ao longo da história. Mas o que é o Estado? O Estado sempre existiu? Como se formou? E por quê? O Estado sempre existiu para alguns autores. Várias sociedades tanto do passado como do presente já se organizavam sem essa instituição, porém as funções políticas não estavam estabelecidas e formalizadas em uma instancia de poder. Entretanto em determinado tempo da história de diversas sociedades com a intensificação da divisão social de trabalho, algumas funções políticas-administrativas e militares passaram a ser administradas por um grupo específico de pessoas, no qual os mesmos passaram a deter o poder. Várias correntes filosóficas tentaram esclarecer a maneira de como os Estados surgiram. Dentre elas podemos citar as Teorias Naturalistas e Contratualistas. A primeira defende a ideia de que as sociedades são formadas de maneira natural, está no instinto humano ser social. Que os seres humanos sendo seres políticos naturalmente, sente a necessidade de viver em sociedade, discutindo politicamente os seus interesses e necessidades. Aristóteles é o principal defensor da teoria naturalista, segundo ele, o ser humano é por natureza um ser social, pois, para sobreviver, não pode ficar completamente isolado de seus semelhantes. Sendo assim a cidade é um fenômeno natural. Aristóteles também afirma que a cidade tem precedência sobre cada indivíduo, pois, isoladamente, o indivíduo não é autossuficiente. Sendo assim, a existência do Estado é fruto da nossa própria natureza. Contrapondo a Teoria Naturalista da origem da sociedade, encontra-se os que alegam que a sociedade é resultado de um acordo de vontades, isto é, de um contrato fictício efetuado entre os homens. Entre os autores contratualistas pode-se destacar, Tomas Hobbes, John Locke e Rousseau, eles pensaram e refletiram sobre o que era o Estado, principalmente sobre a necessidade do Estado e o que fez o homem sentir a necessidade de viver em local, em uma nação que tivesse essa realidade de Estado. Thomas Hobbes foi o primeiro a dar uma noção de Estado, ele conclui que o homem no seu estado de natureza é cruel, é mau, é egoísta. Nas palavras de Hobbes, “ o homem é o lobo do próprio homem”, então o estado de natureza é um estado de guerra, é um estado de conflito, com isso não é um local, um ambiente aprazível, bom de se viver. Para Hobbes o Estado nasce devido a um problema existente no estado de natureza, ele reflete que é melhor viver sob o domínio de alguém do que continuar tendo uma vida complexa. Então decide ter um governo a partir de uma noção absolutista, todo poder nas mãos de único indivíduo, no qual tem a obrigação de gerar segurança e proteção. Segundo John Locke os seres humanos em seu estado de natureza viveram livres e isolados, ele também afirma que os humanos não nascem nem bons e nem maus, mas com direitos inalienáveis, como a vida, a liberdade e a propriedade. Mas pelo fato de viverem livres e iguais, cada um era juiz da sua própria causa levando ao aparecimento de problemas nas relações entre indivíduos. Devido a isso, os indivíduos decidiram se juntar para formar o Estado, no qual a sua função é de garantir os direitos individuais, ou seja, faz um contrato social para proteger os direitos naturais já existentes. Para Rosseau o homem nasce bom, a sociedade que o corrompe. Então o homem em seu estado natural é bom, vive em harmonia, tem compaixão, porém a propriedade privada corrompe essa vivência em harmonia, gerando uma desigualdade econômica, nascendo aí, a necessidade de um contrato. Com isso o contrato social vem para combater a desigualdade social e o governo vai ser baseado na vontade geral, da vontade do povo, que irão decidir como essa organização vai ocorrer. Para Rosseau o povo deve atuar diretamente na política, o estado é o povo, o interesse coletivo. Já a concepção marxista contrapõe os contratualistas, pois eles não fazem referência aos indivíduos e sim as classes. Para eles o estado não é apenas um mediador de conflitos em grupos rivais e sim uma instituição que surgiu em meio à crise, quando a assumiu o poder uma das classes em conflito, a classe dominante. Ou seja, em certo ponto, concordando com Rosseau quando ele afirma que o Estado surge com a apropriação da classe dominante. Portanto o Estado nasceu para defender os interesses das classes dominantes, em determinado momento da história, certas funções político-administrativas passaram a ser comandadas por um grupo específico, que detinha forças para determinar normas e organizar a vida coletiva. E consequentemente desse grupo teria se desenvolvido o Estado. Com isso, o Estado nasceu para conter as diferenças, nasceu no meio do conflito e, devido a isso, se tornou representado pela classe dominante. Assim, para os marxistas o Estado nasceu da desigualdade para manter a desigualdade. Nesse sentido, Marx propõe um Estado ideal no qual acabaria com o domínio de uma classe sobre a outra, se tornaria uma sociedade igualitária. Não haveria desigualdade social ou econômica e todos os trabalhadores seriam livres, não existiria sociedade privada. Contudo, podemos concluir que os contratualistas se assemelham entre-se, pois eles tentam mostrar como seria o estado de natureza e os motivos que lavaram os indivíduos a se agrupar e aceitar o contrato social, formando o Estado. De acordo com o que foi exposto, cada filósofo apresenta um motivo e uma maneira diferente de intercessão distinta na vida do indivíduo. É importante ressaltar também que eles identificam e concordam entre-se que a sociedade surge da necessidade natural do homem, sem recusar a cooperação do conhecimento e a vontade do ser humano. Já a concepção marxista diferente dos contratualistas propõe uma crítica na essência do Estado, de qualquer Estado, pois concebem o estado como um instrumento do domínio de classe dentro da sociedade. Devido a isso, em um segundo plano eles chegam a propor o fim do Estado. 2º) Com aproximadamente 30 milhões de pessoas, os curdos formam a maior nação do mundo sem Estado. Essa nação está distribuída nos territórios da Armênia, Azerbaijão, Irã, Iraque, Síria e Turquia. Nesse sentido, esse grupo étnico reivindica a criação de um país próprio, denominado Curdistão. Sabemos que a identificação da presença dos elementos essenciais do Estado como fundamentais para a existência efetiva de um estado, se reconstrói por meio de um processo consequente de modernização social, com a finalidade de examinar suas soluções. Pergunta-se: Podemos afirmar que os curdos formam um Estado, mesmo sem exercer soberania sobre um território? O texto deve ser na forma dissertativa expositiva ou argumentativa e com no mínimo 20 linhas. (1,5 pontos) Analisando o cenário atual, os curdos são a maior nação sem Estado do mundo, ela é composta por 30 milhões de pessoas que dividem as mesmas características históricas, culturais, valores sociais, costumes, idioma, entre outros elementos formando uma identidadecultural, porém, distribuídos em territórios diferentes, nos quais eles reivindicam a criação de um Estado próprio. Sabendo que os principais elementos essenciais para um Estado ser reconhecido internacionalmente é a Soberania, Território e Nação. O que é necessário para que a nação curda seja um Estado? Para entender melhor, busquemos os conceitos desses elementos. De acordo com o professor Santos, a definição de Soberania “é a qualidade que tem o poder de ser supremo dentro dos limites de sua ação, realizando o bem público de forma competente”. Ou seja, é poder supremo que o Estado exerce em um determinado território. Por outro lado, nação, Rodolfo Pena o termo é utilizado "para se referir a um grupo de pessoas ou de habitantes que compartilha de uma mesma origem étnica". Além disso, pode possuir um mesmo idioma e costumes relativamente semelhantes, o que o identifica como grupo unitário Já território é o espaço onde o governo exerce influência e tem controle, assim determinando os limites de seu poder. Com isso percebe-se a dificuldade de todos os países atuais de cederem seus territórios uma vez que implica perder sua área de influência e de controle máximo. Considerando a questão curda e os elementos essenciais de um estado, entende-se que não basta ter uma nação com características com um passado histórico comum, uma língua comum e uma religião comum para ser Estado. São necessários outros elementos, entre eles os mais importantes é a Soberania, território e Nação. Compreende-se que os curdos possuem uma nação sobre um território, mas esse território pertence a outras nações, com isso eles buscam independência política e um território, para que nesse território se organizem e criem um Estado e por último buscarem o reconhecimento de suas fronteiras pelos Estados vizinhos e por parte de outros países, sem esse reconhecimento também não se estabelece um Estado.
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