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- -1 ECONOMIA E MERCADO IMOBILIÁRIO MICROECONOMIA - -2 Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Compreender os fundamentos de Microeconomia. 2. Conhecer os tópicos abordados pela Microeconomia. 3. Compreender a condição .coeteris paribus 4. Entender os fundamentos da Teoria da Demanda. 5. Analisar a demanda de mercado. 1 Fundamentos da Microeconomia A permite a análise dos fenômenos econômicos como se usasse um microscópio, observando os Microeconomia agentes econômicos individuais, consumidor e produtor, preocupando-se com a formação de preços de bens e serviços e dos fatores de produção, em mercados específicos. A Microeconomia estuda a interação entre consumidores e produtores de bens e serviços no sistema de livre marcação de preços, analisando a oferta (atuação dos produtores) e (comportamento dos consumidores) e o mercado de bens e serviços. Ademanda Microeconomia analisa, também, a oferta (atuação dos consumidores) e procura dos fatores de produção (comportamento dos produtores) e suas respectivas remunerações e ainda, o mercado de fatores de produção. Microeconomia, ou Teoria dos Preços, é a parte da teoria econômica que estuda o comportamento das famílias e das empresas e os mercados nos quais operam. A Microeconomia preocupa-se mais com a análise parcial, as unidades (consumidores, firmas, mercados específicos), enquanto a Macroeconomia estuda os grandes agregados (Produto Nacional, Nível Geral de Preços etc.), dentro de um enfoque de análise global. A Microeconomia analisa a formação de preços no mercado. Como já foi visto, os preços formam-se com base em dois mercados: o mercado de bens e serviços (preços de bens e serviços) e o mercado dos serviços dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis e lucros) (VASCONCELLOS, 2009, p. 29). A condição é uma expressão em latim que significa tudo o mais constanteCoeteris Paribus: coeteris paribus (VASCONCELLOS, 2009, p. 29). - -3 2 Divisão dos tópicos de Microeconomia Na análise microeconômica básica, muitas vezes, é necessário considerar apenas uma variável independente, ou um determinado grupo de variáveis independentes para se verificar o efeito causado. Assim, algumas variáveis independentes são deixadas de fora da análise, simplificando o problema. Por exemplo, para se analisar a procura por vinhos finos na época natalina, pode-se considerar apenas a variável renda, deixando-se de lado as variáveis como preço do vinho, preços de cerveja, gostos e preferências do consumidor etc. Os grandes tópicos abordados na análise microeconômica são os seguintes: Fonte: Vasconcellos, 2009, p. 30. A Teoria da Demanda ou Teoria da Procura estuda as diferentes formas que a demanda pode assumir e os fatores que a influenciam. A Teoria da Oferta abrange a Teoria da Produção, que estuda o processo de produção numa perspectiva econômica, e a Teoria dos Custos de Produção, que classifica e analisa os custos. A Teoria da Produção envolve apenas relações físicas entre o produto e os fatores de produção, enquanto a Teoria dos Custos já envolve preços dos insumos de produção. A análise das estruturas de mercado aborda a maneira como estão organizados os mercados e como são determinados o preço e quantidade de equilíbrio nesses mercados. É dividida na análise da estrutura dos mercados de bens e serviços e dos mercados dos fatores de produção (cuja procura é chamada demanda derivada, dado que os mercados de insumos derivam, em última análise, de como se comporta o mercado de bens e serviços) (VASCONCELLOS, 2009, p. 30). - -4 3 Análise da demanda de mercado Procura, ou demanda individual, é a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir em certo período de tempo. Demanda é um desejo de adquirir, é uma aspiração, um plano, e não sua realização. Não se deve confundir procura com compra, nem oferta com venda. Demanda é o desejo de comprar. Demanda é um fluxo por unidade de tempo (GREMAUD ., 2010, p. 109).et al 4 Restrição orçamentária A restrição orçamentária é o montante de renda disponível do consumidor, em dado período de tempo. Ela limita as possibilidades de consumo, condicionando quanto ele pode gastar. Ou seja, enquanto a curva de indiferença refere-se ao conjunto de bens e serviços que o consumidor deseja adquirir, considerando apenas as preferências subjetivas do consumidor, a restrição orçamentária condicionará o conjunto possível de bens e serviços que o consumidor pode adquirir. Nesse sentido, define-se linha de preços ou reta orçamentária como as combinações máximas possíveis de bens, dados a renda do consumidor e os preços dos bens. Assim, a linha orçamentária representa um menu de opões que o consumidor poderá comprar, de acordo com sua renda e dados os preços dos bens considerados. Supondo dois bens, temos (VASCONCELLOS, 2009, p. 35): Fonte: Vasconcellos, 2009, p. 35. - -5 Fonte: Vasconcellos, 2009, p. 35. Portanto, a RO representa pontos em que o consumidor gasta toda a sua renda na compra dos dois bens. Abaixo da reta, ele está gastando menos do que poderia: acima de RO, o consumidor não tem condições de adquirir os bens, com a renda de que dispõe e dados os preços de mercado. Assim, se o consumidor deseja maximizar seu nível de utilidade deverá procurar alcançar, dada sua restrição orçamentária, a curva de indiferença mais alta que for possível (que representa o maior nível de bem-estar que pode ser alcançado). Ou seja, o consumidor estará maximizando sua utilidade, quando sua reta orçamentária tangenciar sua curva de indiferença, como a seguir (VASCONCELLOS, 2009, p. 35-36): Fonte: Vasconcellos, 2009, p. 35. Desse modo, o ponto (5,3) representa o equilíbrio do consumidor, no sentido de que, uma vez alcançado esse ponto, não haverá incentivos para que ele realize uma realocação de sua renda gasta no consumo dos dois bens. Em outras palavras, se o consumidor realocasse sua renda, reduzindo o consumo de um dos bens e aumentando o consumo do outro, o aumento de bem-estar gerado pelo maior consumo seria exatamente compensado pela redução do bem-estar decorrente da diminuição do consumo do primeiro bem. Se a renda do consumidor aumenta, ou, alternativamente, os preços dos bens e serviços que ele deseja adquirir se reduzem, a reta orçamentária eleva-se, e permite que ele atinja níveis maiores de satisfação (isto é, uma CI mais elevada), podendo adquirir mais produtos (VASCONCELLOS, 2009, p. 36): - -6 Fonte: Vasconcellos, 2009, p. 35. Atenção Portando, na análise que se segue, está suposto que o consumidor sempre busca situações que maximizem sua satisfação, dada sua renda e os preços dos bens e serviços que deseja adquirir (VACONCELLOS, 2009, p. 35-37). 5 Variáveis que afetam a demanda A demanda de um bem ou serviço pode ser afetada por muitos .fatores • Riqueza (e sua distribuição). • Renda (e sua distribuição). • Preço do bem. • Preço dos outros bens. • Fatores climáticos e sazonais. • Propaganda. • Hábitos, gostos, preferências dos consumidores. • Expectativas sobre o futuro. • Facilidades de crédito (disponibilidade, taxa de juros, prazos). (VASCONCELLOS, 2009, p. 37). Tradicionalmente, a função demanda é colocada como dependente das seguintes , consideradas as variáveis mais relevantes e gerais, pois costumam ser observadas na maioria dos mercados de bens e serviços (VASCONCELLOS, 2009, p. 37): • • • • • • • • • - -7 São as variáveis mais frequentes para explicar a demanda de qualquer bem ou serviço. Agora, o mercado de cada bem tem suas particularidades, e algumas dessas variáveis podem ou não afetar a demanda; ou, ainda, a demanda pode ser afetada por variáveis não incluídas nessa relação (por exemplo, localização dos consumidores, influência de fatores sazonais). Para estudar o efeito individual de cada uma dessas variáveis sobre a procura de um determinado bem ou serviço, recorremos à hipótese de (todas as demaiscoeteris paribus variáveis permanecem constantes) (VASCONCELLOS, 2009,p. 37). 6 Curva de demanda de mercado de um bem ou serviço Até aqui, não houve distinção entre a demanda do consumidor individual e a demanda de mercado. A demanda de mercado é igual ao somatório (de quantidades) das demandas individuais (VASCONCELLOS, 2009, p. 43). Assim, a cada preço, a demanda de mercado é a soma das demandas dos consumidores individuais (A e B), conforme os gráficos a seguir. - -8 7 Variações da demanda As dizem a respeito ao deslocamento da curva da demanda, em virtude de alterações emvariações da demanda ps , pc, R ou G (ou seja, mudanças na condição coeteris paribus). Por exemplo, supondo uma campanha antitabagista, haverá uma diminuição da demanda, conforme mosta a figura a seguir (VASCONCELLOS, 2009, p. 44): Fonte: Adaptado de Vasconcellos, 2009, p. 45. - -9 Fonte: Adaptado de Vasconcellos, 2009, p. 45. 8 Variação na quantidade demanda Variação na quantidade demanda refere-se ao movimento ao longo da própria curva da demanda, em virtude da variação do preço do próprio bem pi (no caso houve um aumento no preço do cigarro), mantendo-se as demais variáveis constantes (coeteris paribus), como mostra a figura ao lado (VASCONCELLOS, 2009, p. 44-45): Fonte: Adaptado de Vasconcellos, 2009, p. 45. 9 O excedente do consumidor O é o benefício líquido que o consumidor ganha por ser capaz de comprar um bemexcedente do consumidor ou serviço. É a diferença entre a por parte do consumidor e o que ele efetivamentedisposição máxima a pagar paga. - -10 No diagrama a seguir, dado um preço de mercado de $ 120, o consumidor estaria disposto a pagar até $ 200, pela primeira unidade, até $ 180 pela segunda unidade etc. No entanto, ele tem que pagar apenas o preço fixado pelo mercado. Em outras palavras, está auferindo um benefício (uma utilidade marginal ou adicional) acima do custo efetivo do produto, ganhando um “excedente de utilidade”, que pode ser medido pela área escura no diagrama. Fonte: Adaptado de Vasconcellos, 2009, p. 45. Atenção Trata-se de um conceito útil, particularmente na área de tributação, para avaliar a capacidade de pagamento dos contribuintes, e na área de economia internacional, para avaliar os ganhos e perdas no comércio, da imposição de tarifas alfandegárias (VASCONCELLOS, 2009, p. 43-44). O é uma exceção à Lei Geral da Demanda, em que a curva de demanda é positivamenteParadoxo de Giffen inclinada, ou seja, há uma relação direta, e não inversa, como usual, entre a quantidade demandada e o preço do bem. O bem de Giffen é um caso especial de bem inferior. O exemplo frequentemente utilizado seria o de uma comunidade inglesa, no século XVIII, muito pobre, e que consumia basicamente batatas. Ocorreu uma grande queda no preço do produto. Como a população gastava a maior parte de sua renda no consumo de batatas, essa queda de preço levou a um aumento do poder aquisitivo da população. Contudo, eles já estavam saturados de batatas, e passaram a gastar mais dinheiro em outros tipos de produtos, inclusive diminuindo o consumo de batatas. Portanto, o preço da batata caiu, bem como a - -11 quantidade demandada; ou seja, nesse caso a curva de demanda é positivamente inclinada. Como se pode observar, trata-se de uma possibilidade mais teórica, do que efetiva, não se conhecendo outros exemplos de ocorrência desse fato (VASCONCELLOS, 2009, p. 46-47). Para uma melhor compreensão, veja a figura. O que vem na próxima aula Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: • Conceitos básicos da Microeconomia: oferta e equilíbrio de mercado. • Compreender o que significa elasticidade e seus tipos. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Compreendeu os conceitos básicos de Microeconomia. • Conheceu a condição coeteris paribus. • Conheceu como se divide o estudo da Microeconomia. • Conheceu e analisou como funciona o mercado quanto à formação de preços e demanda. • • • • • • Olá! 1 Fundamentos da Microeconomia 2 Divisão dos tópicos de Microeconomia 3 Análise da demanda de mercado 4 Restrição orçamentária 5 Variáveis que afetam a demanda 6 Curva de demanda de mercado de um bem ou serviço 7 Variações da demanda 8 Variação na quantidade demanda 9 O excedente do consumidor O que vem na próxima aula CONCLUSÃO
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