Buscar

01 - Economia e Mercado - web

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 120 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 120 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 120 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
T
T
I
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do(s) autor(es) 
a emissão dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá 
ser reproduzida por qualquer meio ou 
forma sem prévia autorização do IBRESP.
A violação dos direitos autorais é crime 
estabelecido na Lei 9.610/98 e punido de 
acordo com o Art. 184 do Código Penal.
Direitos AutoraisExpediente
INSTITUTO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO 
PROFISSIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
ECONOMIA
E MERCADO
AUTOR
Gilson Rede
DIRETOR PRESIDENTE
Arnaldo Manoel Alves
DIRETORA DE OPERAÇÕES
Jaqueline Araújo
DIRETORA ESCOLAR
Maria Tereza N. Abdal S. Cunha
SECRETÁRIA ESCOLAR
Lisamar Delazeri Castro
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO
Ariane Francine Serafim
REVISÃO
Maria Tereza N. Abdal S. Cunha
Ariane Francine Serafim
Valéria Serafim
Davi Bagnatori Tavares
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
João Carlos Rossi Fonseca
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Sueli Costa CRB-8/5213 
Rede, Gilson 
 Economia e mercado [livro eletrônico] / Gilson 
Rede. – São Paulo: IBRESP, 2020. 
 118 p. 
 
 Formato: PDF 
 ISBN: 978-65-88399-02-6 
 
 1. Economia 2. Mercado I. Título 
 
 CDD-330.3 
Índices para catálogo sistemático: 
 1. Economia : Mercado 300.3 
 
 3
4
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
5
Sumário
 ` AULA 1. ECONOMIA – CONCEITOS INICIAIS, PÁG. 11
 ` AULA 2. FATORES DE PRODUÇÃO, PÁG. 29
 ` AULA 3. SISTEMAS ECONÔMICOS, PÁG. 43
 ` AULA 4. MERCADO FINANCEIRO, PÁG. 53
 ` AULA 5. ESTRUTURAS DE MERCADO, PÁG. 69
 ` AULA 6. MERCADO DE TRABALHO E 
 DEMANDA POR EMPREGO, PÁG. 81
 ` AULA 7. INDICADORES ECONÔMICOS, PÁG. 91
 ` AULA 8. POLÍTICAS MACROECONÔMICAS FISCAL, 
 MONETÁRIA E DE CÂMBIO, PÁG. 103
 ` GLOSSÁRIO, PÁG. 114
 ` REFERÊNCIAS, PÁG. 115
 ` GABARITO, PÁG. 116
6
Gilson Rede
Professor
Mestre em Gestão e Desenvolvimento da Edu-
cação Profissional pelo Centro Paula Souza, é Es-
pecialista em Gestão Empresarial pela Fundação 
Getulio Vargas e em Gestão de Negócios pelo IPEP, 
e Graduado em Administração de Empresas com 
habilitação em Comércio Exterior pela UNIP.
Atuou por 25 anos no Banco Bradesco S/A, no 
Departamento de Empréstimos e Financiamentos, 
trabalhando com análise e criação de produtos de 
crédito, precificação e estudos voltados às taxas de 
juros praticadas pelo mercado. Em 2005 ingressou 
no Centro Paula Souza como professor de ensino 
técnico - cursos de Administração, Contabilidade e 
Finanças. Desde 2015 é Coordenador de Projetos na 
mesma instituição, responsável pelo eixo de Gestão 
e Negócios.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
7
Apresentação
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) aos estudos sobre o tema Economia e Mercado, do curso Técnico 
em Transações Imobiliárias. 
Sou o professor Gilson Rede e neste componente curricular você terá contato com os 
diversos assuntos da área econômica, de forma prática e adequada ao desempenho das 
funções do(a) Corretor(a) de Imóveis, de modo que seus objetivos de comercialização 
e locação possam ser alcançados.
Geralmente, o assunto “Economia” pode causar uma certa apreensão, já que con-
templa diversas análises. Porém, desperta muito a curiosidade das pessoas – inclusive 
compradores e vendedores de imóveis –, portanto, cabe-nos analisar seus detalhes e 
explorar os caminhos que facilitarão o exercício profissional do técnico em transações 
imobiliárias.
Neste componente curricular serão abordados não apenas os termos técnicos da 
Economia, mas também sua aplicabilidade, proporcionando familiarização com os ter-
mos mais utilizados sobre o assunto, contemplando exemplos voltados ao segmento 
imobiliário, repletos de análises micro e macroeconômicas, de modo que, ao final dos 
estudos, será possível tratar do tema de forma ampla e funcional.
Bons estudos e vamos ao aprendizado!
8
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
9
Objetivo de 
aprendizagem
Proporcionar instrumentais para que o profissional do segmento imobiliário possa desen-
volver-se e atuar de forma plena, com base em análises econômicas voltadas a comer-
cialização e locação de imóveis residenciais e/ou comerciais, além de terrenos e outros 
serviços/produtos, por intermédio da formação técnica e que estimule o protagonismo 
quando do seu desempenho no mercado de trabalho.
10
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
11
Economia – conceitos iniciais
Caro(a) aluno(a),
Esta primeira aula de Economia e Mercado vai proporcionar a familiarização com os termos 
mais utilizados sobre o assunto, de modo a contemplar a maior diversidade possível de exemplos 
para que você possa compreender o ambiente econômico.
Além disso, faremos a diferenciação entre as duas esferas da ciência econômica: a Microe-
conomia e a Macroeconomia, de modo que, ao final desta aula, será possível analisar o tema de 
modo amplo.
O objetivo desta aula é fazer com que você compreenda as relações econômicas, assim como 
a forma que elas interferem em nossa vida e nas transações imobiliárias.
Para desenvolvimento desta aula, veremos:
 ` Introdução à Economia;
 ` Oferta e demanda por produtos, com abordagem principal aos serviços imobiliários;
 ` Dados setoriais sobre mercado de trabalho.
Vamos ao trabalho!
Aula 1
Economia – conceitos iniciais
12
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
13
Você já deve ter ouvido falar de Economia. Na sua infância, quando seu pai, mãe, avô, ou 
outro familiar lhe dava um valor como mesada, geralmente vinham também alguns conselhos 
como: “faça economia com esse valor, hein?!”, ou “economize, pois você precisa pensar no 
amanhã”. Embora o termo Economia pareça algo extremamente técnico, ele faz parte da nossa 
vida desde cedo.
Como seres sociais, durante toda a nossa existência nos relacionamos com outras pessoas. 
Agora, imaginemos o círculo social de um corretor de imóveis:
 � Com quais indivíduos e/ou empresas ele se relaciona?
 � Em que termos isso acontece?
 � É possível atuar de forma isolada e constituir uma carreira promissora?
Perceba que todos os profissionais precisam saber se relacionar com os demais agentes eco-
nômicos, ou seja, aqueles que de uma forma ou outra exercem seus papéis na sociedade, tais 
como compradores, vendedores, empresas, governo, entre outros. Isso ocorre em um ambiente 
denominado mercado, cuja interferência da economia é relevante e contínua.
TOME NOTA: para o corretor de imóveis, compreender os termos fundamentais 
da Economia é primordial, pois sua atuação requer conhecimento nessa área. Se 
a Economia causa certa apreensão por envolver números, informações por vezes 
complexas ou outros atributos intimidadores, fique tranquilo! Vamos desmistificar 
isso fazendo com que sua formação como técnico em transações imobiliárias seja 
plena e repleta dos conhecimentos fundamentais dessa ciência.
Aula 1
Economia – conceitos iniciais
14
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
15
Introdução à Economia
Por definição, Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo 
de bens e serviços. O termo Economia tem origem na palavra grega oikosnomos, em que oikos 
remete a casa e nomos à lei, significando “a administração de uma casa, do estado ou de uma 
coisa pública”. Sua definição já se refere à existência de uma “casa” a ser administrada, ou seja, 
uma organização dentro de um ambiente. Resumindo, pode-se entender a Economia como a 
ciência que estuda a troca de bens e serviços, fabricados e prestados em um ambiente denomi-
nado mercado, por capital. Segundo Pires: 
Podemos definir ainda Economia como a ciência responsável por estudar a forma 
pela qual os indivíduos e/ou as sociedades determinam ou escolhem como serão 
utilizados os recursos produtivos escassos naprodução das diversas categorias de 
bens e serviços, colocados à disposição dos vários indivíduos e grupos da sociedade, 
com o intuito de satisfazer suas infinitas necessidades (PIRES, 2005).
Diante dessa definição, surge o problema central da Economia: a escassez. Se levarmos ao pé 
da letra, podemos compreender esse fenômeno como a “falta de alguma coisa”. Para a economia, 
é necessário contextualizarmos isso e, para tanto, vamos a um exemplo básico:
Nos anos de 2015 e 2016, o feijão, em certo momento, passou a ser comercializado por um 
preço muito mais alto do que estávamos acostumados a pagar. Quando produtos alimentícios 
têm sua produção comprometida, por conta de condições climáticas ou simplesmente por es-
tratégias do agricultor, seus preços tendem a aumentar nos supermercados e sacolões, pois estes 
se tornaram escassos – se a quantidade produzida é menor que a necessidade dos consumidores, 
seus preços naturalmente sobem.
Um conceito de suma importância para iniciarmos a compreensão da Economia é o que 
abrange os bens econômicos, ou seja, aqueles bens que possuem determinado valor para co-
mercialização e são relativamente escassos e oriundos de processos de fabricação ou de algum 
esforço humano. Podem ser duráveis, quando têm a sua vida útil prolongada, ou não duráveis, 
como os alimentos, que consumimos diariamente.
Como o foco de atuação do técnico em transações imobiliárias é a compra e venda de bens 
imóveis, que podemos considerar aqui como duráveis, é interessante que saibamos algumas 
Aula 1
Economia – conceitos iniciais
16
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
17
diferenças elementares entre eles; se analisarmos a vida útil de um apartamento, ou seja, por 
quanto tempo será possível habitá-lo, certamente concluiremos que ele durará muitas décadas. 
Isso já não acontece com uma bicicleta ou um fogão, pois de tempos em tempos é necessário 
substituí-los por conta da sua depreciação pelo uso. Cabe ressaltar que os bens imóveis passam 
por depreciação, dadas suas características comerciais, como valor alto, venda complexa e nú-
mero de compradores limitado.
Retomando o problema econômico central, vamos voltar ao início do século XXI. Nos anos 
2000 os bancos brasileiros resolveram facilitar a tomada de crédito para aquisição de moradia 
própria; resolveram questões legais, burocráticas, e investiram em esforços comerciais para que 
os clientes pudessem financiar seus imóveis. Do ponto de vista da escassez, as instituições finan-
ceiras resolveram essa falta de dinheiro disponível com a oferta de crédito propiciando ambiente 
de negócios na compra de moradia, aquecendo o setor.
Com base nesses preceitos, basta lembrar que todos nós comemos, bebemos, vestimos, 
pedalamos, moramos, usufruímos de algo nesse mundo. Dessa forma, como vivemos em um 
sistema capitalista, no qual o que move essa relação de consumo é o capital, isso tudo precisa ser 
comercializado em algum momento – é aí que a ciência econômica atua, analisando as formas 
como são feitas essas trocas.
Microeconomia
Bem, entendida a definição de Economia, vamos dividi-la: de um lado, uma parte que trata 
de um ambiente menor, chamado Microeconomia; de outro, uma análise sobre o ambiente mais 
amplo, chamado Macroeconomia.
Também conhecida como teoria dos preços, a microeconomia estuda o comportamento de 
cada núcleo do sistema por meio de preços e quantidades ofertadas. Para exemplificar, pode-se 
citar a análise do funcionamento de uma empresa do segmento de imóveis (uma imobiliária, por 
exemplo, com suas atividades de compra, venda e locação de imóveis), comparativamente a 
outras do mesmo setor. 
Tecnicamente, a microeconomia é o ramo da Economia voltado ao estudo do comportamento 
das unidades de consumo (indivíduos e famílias), ao estudo das empresas, da produção e dos 
preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos. Nessa análise, pode-se considerar que 
a microeconomia está diretamente ligada ao dia a dia, e seus fundamentos se relacionam com 
nossos hábitos de consumo, compra, venda, poupança, entre outros.
Imagine a padaria do Sr. Alfredo que fica aí pertinho da sua casa. Você não vê inúmeras com-
pras diárias de pão, leite, frios, biscoitos e outros produtos? Quando analisamos tão somente o 
comportamento específico dessa padaria com sua clientela e suas interações com seus concor-
Aula 1
Economia – conceitos iniciais
18
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
19
rentes, por exemplo, estamos falando de microeconomia, que por vezes também é chamada de 
Teoria dos Preços, pois lida apenas com esses aspectos.
As análises microeconômicas que o Sr. Alfredo faz abrangem pontos com foco limitado.
Alguns exemplos:
 � Minha freguesia compra mais pães doces ou salgados?
 � Não estou espantando clientes com meus preços? Se 
estiver, como vou capturar novos fregueses?
 � Será que meu preço está bom em relação ao dos concorrentes?
Note que as análises feitas pelo Sr. Alfredo focam naquilo que ele pode mudar, decidir, trans-
formar. Isso permite que ele volte suas atenções a estratégias de como atingir um equilíbrio entre 
preço e quantidade negociada, evento conhecido como análise de oferta e demanda.
Pensemos agora no segmento de imóveis. Supondo que você é dono de uma imobiliária e 
atua fortemente na venda de imóveis de alto padrão, para quais pontos microeconômicos deverá 
atentar?
Alguns exemplos:
 � A imobiliária vizinha, a 500 metros, vende imóveis de 
alto padrão como a minha empresa?
 � Meus clientes estão satisfeitos com meus preços? É possível aumentar minha carteira?
 � Há a possibilidade de expansão dos meus serviços ofertados, como 
análise de documentações para aquisição e financiamento?
Note que tanto a padaria do Sr. Alfredo como a sua imobiliária têm preocupações parecidas, 
voltadas àquilo que diz respeito diretamente ao seu empreendimento e ao seu mercado de atu-
ação, do ponto de vista de negócios, região, tipos de cliente, entre outras características.
Diante do exposto, é possível concluir que a microeconomia estuda comportamentos de 
consumo de pessoas, famílias e empresas de modo micro, contemplando a produção de bens 
e prestação de serviços correlatos, além da formação dos preços relacionados a um mesmo 
segmento.
Aula 1
Economia – conceitos iniciais
20
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
21
Macroeconomia
Já a macroeconomia examina a economia como um todo, incluindo as medições do Produto 
Interno Bruto (PIB), a taxa de desemprego, inflação dos preços, políticas monetária e fiscal, entre 
outros aspectos. Cabe ressaltar que, mais à frente, abordaremos cada um desses aspectos com 
maior detalhamento, mas por enquanto já é possível fazer algumas análises preliminares, pois a 
esfera macroeconômica também faz parte do dia a dia de todos.
Mas não se assuste. Veja o quadro a seguir:
Crescimento do PIB em 2018 em relação a 2017 1,1%
Taxa de Juros Selic em 2019 6,50% a.a.
Dólar fechado em 31/05/2019 R$ 3,965
Aumento do preço dos pedágios em 2018 2,85%
Índice de desemprego em março/2019 12,70%
Tomando por exemplo a mesma padaria do Sr. Alfredo, a análise macroeconômica abordará 
os seguintes aspectos:
 � O baixo crescimento econômico do nosso país medido pelo PIB 
vai implicar menos concorrentes da minha padaria?
 � A alta nas taxas de juros vai dificultar a tomada de empréstimos 
para ampliar meu estabelecimento comercial?
 � A alta do dólar vai influenciar o preço do trigo que é 
cotado e comercializado em todo o mundo?
 � A alta do preço do trigo vai diminuir minha venda de pão?
 � O aumento do frete devido aos altos valores de pedágios praticados 
no país vai encarecer o preço dos insumos da minha padaria?
 � A alta do desemprego vai influenciar na minha venda de bolos e salgados?
Ao analisarmos os detalhes das informações macroeconômicas, fica mais fácil compreender 
seus conceitos e ver que os exemplos associados a essa ciência estão bem próximos a nós. Alémda padaria do Sr. Alfredo, todos podem ser afetados por essa condição macroeconômica.
Aula 1
Economia – conceitos iniciais
22
Analisemos agora o cenário de uma imobiliária cuja atividade principal é a intermediação em 
negócios de locação de imóveis de médio padrão, com valores entre R$ 1.200,00 e R$ 1.800,00 
ao mês. A análise macroeconômica contemplará alguns fatores:
 � O baixo crescimento econômico do nosso país medido pelo PIB indica 
que os negócios, inclusive imobiliários, estão estagnados?
Um crescimento do PIB abaixo das expectativas pode indicar que os negócios, no geral, estão 
paralisados ou em declínio, gerando desconfiança nos possíveis locatários, o que pode levá-los 
a esperar por um momento melhor para alugar imóveis – por ora, continuarão morando com 
os pais, em imóveis menores, ou ainda “de favor” com parentes.
 � A alta nas taxas de juros vai dificultar a tomada de crédito?
Pela regra da demanda e oferta (que detalharemos mais à frente), preços mais altos fazem 
com que os consumidores comprem menos. Nesse caso, taxas de juros mais altas atraem menos 
clientes para tomar crédito nos bancos, ocasionando assim um efeito em cadeia: com menos 
dinheiro no bolso, menos clientes procurarão por produtos e serviços, o que poderá implicar 
menos negócios de locação.
 � A alta do dólar vai seduzir investidores a comprar dólar e 
permanecer investindo em moeda estrangeira?
Imagine se alguns proprietários que compõem suas rendas com a locação de seus imóveis 
concluírem que vale mais a pena vendê-los e aplicar o valor no mercado financeiro, especifica-
mente na compra de moeda estrangeira. A quantidade de apartamentos e casas à venda poderá 
aumentar ao passo que a de aluguel apresentará retração, interferindo em seus negócios.
 � A alta do desemprego vai influenciar na minha atividade 
como corretor que aluga imóveis residenciais?
O crescimento da taxa de desemprego indica que menos pessoas estão recebendo remu-
neração contínua e, nessas situações, podem se sentir menos atraídas a alugar um imóvel, pois 
não terão recursos para pagar seu compromisso mensal, partindo para alternativas como morar 
com parentes, construir um puxadinho, ou deixar de alugar um imóvel maior.
Pois é... basta atentar ao nosso cotidiano para perceber que a Economia faz parte das nossas 
vidas, sejamos empresários, comerciantes, consumidores, estudantes etc. Por isso, fique atento 
àquilo que te cerca principalmente no mercado imobiliário e seja craque em Economia, aplicando 
sua teoria da forma mais prática e fácil possível!
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
23
Saiba mais
Para mais informações sobre o assunto, recomenda-se acessar 
sites dos principais veículos que abordam a Economia:
Banco Central do Brasil – site da autoridade do Sistema Financeiro Nacional que traz 
informações atuais e séries históricas sobre as variáveis financeiras e econômicas. 
 ` http://www.bcb.gov.br 
Banco Bradesco S/A – banco com forte atuação no mercado imobiliário, cujo 
site disponibiliza informações sobre o cenário setorial, de crédito, entre outras. 
 ` http://www.economiaemdia.com.br 
Portal Exame – periódico reconhecido por abordar questões 
relevantes sobre política, negócios e economia. 
 ` https://exame.abril.com.br
Ou escaneie o código
Aula 1
Economia – conceitos iniciais
24
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
25
Questão 
para reflexão
As altas consecutivas do dólar já vistas 
em épocas recentes influenciaram 
nos preços dos imóveis?
Imagine uma construtora que importa diversos insumos 
para construir seus empreendimentos imobiliários, como 
cimento, vigas de ferro, esquadrias de alumínio para janelas, 
entre outros, e negocia preços com o mercado internacional 
em moeda estrangeira. Tenha a certeza de que, com a alta 
do dólar, ela pagará um valor maior em Reais por conta da 
desvalorização da nossa moeda em relação à estrangeira e, 
certamente, repassará isso ao preço final dos apartamentos.
Síntese da aula
 ` Familiarização com os termos mais utilizados em Economia;
 ` Diferenciação entre Microeconomia e Macroeconomia;
 ` Introdução aos preceitos da oferta e demanda, com 
foco em produtos e serviços imobiliários;
 ` Atuação do corretor de imóveis diante do cenário econômico.
Aula 1
Economia – conceitos iniciais
26
Exercícios
Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula?
Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria.
 1. Assinale a alternativa que contempla a definição de Economia:
A. ( ) É a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo 
 de bens e serviços em um ambiente denominado mercado.
B. ( ) Consiste na análise dos fatores externos que impactam no bolso 
 do consumidor quando da demanda por bens e serviços.
C. ( ) Consiste na análise dos fatores internos que influenciam no consumo das famílias.
D. ( ) É a ciência que analisa a produção de bens em indústrias brasileiras 
 e estrangeiras e o impacto na pauta de exportações.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
27
 2. A Economia, por sua abrangência, merece atenção no segmento:
A. ( ) Financeiro, pois o dinheiro concentrado principalmente em bancos 
 comerciais e de investimento é a mola propulsora da economia.
B. ( ) Produtivo, já que a produção em maior ou menor volume 
 influencia a economia, gerando superávits ou déficits.
C. ( ) De serviços, pois grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) 
 brasileiro é formada por esse setor.
D. ( ) Todos os segmentos existentes, pois é uma ciência ampla que contempla 
 todo o ambiente em que há transações de compra e venda. 
 3. Quando os bancos comerciais de todo o país aumentam suas taxas de juros, o consumidor:
A. ( ) Fica propenso a tomar crédito, pois alta dos juros 
 significa melhora no ambiente econômico. 
B. ( ) Tende a tomar menos crédito (empréstimos e financiamentos), 
 pois os preços dessas operações ficam mais altos.
C. ( ) Pratica investimentos em títulos públicos, mesmo possuindo 
 dívidas renegociadas com instituições financeiras.
D. ( ) Aumento na taxa de juros não interfere no consumo, pois o cidadão, 
 no geral, compra produtos/serviços sem a necessidade de crédito. 
 4. Esses mesmos bancos, nos anos 2000, facilitaram a tomada de crédito para 
compra de moradia própria. Com isso, o segmento imobiliário:
A. ( ) Apresentou retração, pois as aquisições de imóveis são feitas à vista.
B. ( ) Permaneceu o mesmo, pois o crédito não influencia a compra de bens imóveis. 
C. ( ) Apresentou melhora nos negócios, pois mais dinheiro 
 no mercado possibilitou mais negociações.
D. ( ) Afundou em uma crise sem precedentes, pois a economia 
 é muito sensível às ações dos bancos. 
 5. Com relação à alta do dólar, podemos afirmar que:
A. ( ) Nada interfere no segmento imobiliário.
B. ( ) Interfere no segmento imobiliário.
C. ( ) Interfere apenas em empresas exportadoras.
D. ( ) Interfere apenas em empresas importadoras. G
ab
ar
it
o
 e
 r
es
p
o
st
as
 n
a 
p
ág
in
a 
11
6
Aula 1
Economia – conceitos iniciais
28
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
29
Fatores de Produção
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula sobre Fatores de Produção, estudaremos situações em que os indivíduos, sendo 
eles pessoas físicas ou jurídicas, que detêm esses fatores são os personagens que movimentam 
investimentos e geram riquezas. Pensando nisso, são pessoas que abrem empresas, constroem 
empreendimentos imobiliários, ofertam crédito, entre outras inúmeras atividades.
O objetivo desta aula é compreendermos os fatores de produção do ponto de vista da ativi-
dade imobiliária e de serviços, para que, fundamentalmente, os conhecimentos sobre economia 
sejam absorvidos na prática.
Para desenvolvimento desta aula, veremos:
 ` Definição de fatores de produção;
 ` Detalhamento dos fatores terra, trabalho e capital 
e de suas interações no ambiente econômico.
Em algum momento você já deveter assistido a algum noticiário ou lido reportagens sobre 
a força brasileira no agronegócio, resultado da produção para consumo interno e exportação 
de soja, milho, feijão, entre outros grãos, além de produtos como algodão e café. Outros países, 
como os situados no Oriente Médio, são produtores de petróleo e derivados, concentrando na 
região boa parte das áreas exploradas para sua obtenção. Os Estados Unidos têm forte partici-
pação na produção de laranja e seus derivados, como suco.
Para que haja essa atividade produtiva, é necessário empregar os diversos recursos necessários 
para tal, como mão de obra, operação de máquinas e equipamentos, terrenos para construção 
de imóveis ou plantio, entre outros.
TOME NOTA: o corretor de imóveis precisa compreender a importância dos fatores 
produtivos, pois isto interferirá na sua atividade profissional. Qual o nível de utilização 
da capacidade instalada das empresas? Há consumidores para os produtos ofertados? 
Em caso de excesso de produtos/serviços, como a oferta se dará? Não é possível ter 
respostas prontas para isso, mas é preciso analisar o ambiente em que vivemos para 
termos mais informações em mãos quando da tomada de decisões.
Se considerarmos o segmento imobiliário, é preciso ter ciência de como os recursos (terre-
nos, capital, matérias-primas) estão sendo direcionados a essa atividade. Também é necessário 
analisar a oferta de imóveis, tanto para venda quanto para locação, pois isso indica como o setor 
está atuando e os rumos que irá tomar nos anos seguintes. 
Analisar os fatores de produção é sua tarefa agora. Vamos lá?!
Aula 2
Fatores de Produção
30
Fatores de Produção
Para podermos compreender a importância dos fatores de produção, vamos analisar a pas-
sagem a seguir: 
Para a produção dos bens e serviços, a sociedade utiliza os fatores produtivos 
disponíveis, que serão transformados pelas unidades produtivas (empresas ou 
pessoas). Esses fatores produtivos (inputs) são todos os bens (tangíveis ou intangíveis) 
utilizados, mediante a combinação de diferentes tecnologias, na produção de outros 
bens que serão colocados no mercado (outputs) (DIAS, 2015, p. 19).
Note que surgem dois conceitos importantes quando analisamos os fatores de produção: 
input, que podemos chamar de “entradas”, e outputs, ou “saídas”.
Analisemos a representação gráfica a seguir:
Input Output
Como abordado no início da aula, para que se possa produzir alguma coisa, devem ser em-
pregados esforços, recursos naturais, pessoas, tecnologia, capital, entre outros insumos.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
31
Como há escassez de recursos, essa produção naturalmente é limitada para atender às ne-
cessidades dos indivíduos, que por sua vez são ilimitadas.
Vamos refletir sobre a construção de um prédio com 20 salas comerciais. Quais os inputs 
necessários para construir esse empreendimento?
Alguns exemplos:
 � Cimento/concreto;
 � Alicerces;
 � Esquadrias;
 � Programas de computador para projetos arquitetônicos;
 � Portas, batentes, maçanetas.
Uma vez empregados esses fatores de produção, após um processamento teremos o output, 
que, nesse caso, é o próprio empreendimento imobiliário.
Fica evidente que a economia depende das decisões de produção e alocação dos recursos 
– seu uso descontrolado ou impróprio acarreta desequilíbrio do sistema, causando problemas 
dos mais diversos tipos, como desemprego, alta de moeda, supervalorização de determinados 
produtos, entre outros.
Para nos aprofundarmos nas características desses fatores de produção, vamos detalhar os 
três mais usuais no setor imobiliário: terra, trabalho e capital.
Aula 2
Fatores de Produção
32
Fator terra
Primeiramente, vamos a uma pergunta: qual a atividade-fim de um corretor de imóveis?
IMPORTANTE:
Você sabe qual a atividade-fim do corretor de imóveis?
Segundo o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT), o corretor de 
imóveis organiza ações de compra, venda e locação de imóveis, encaminha 
as documentações referentes a avaliações e registros de transações imo-
biliárias, apresenta os imóveis aos clientes potenciais e identifica e aplica 
parâmetros de uso e ocupação para imóveis, entre outras funções. Logo, sua 
atividade-fim é exercer consultoria a vendedores e compradores de imóveis.
É possível concluir que o corretor de imóveis é um intermediador na aquisição de produtos do 
segmento habitacional, ou seja, compra, venda ou locação de casas, salas comerciais, terrenos 
etc. Ao olhar para essa atividade, nota-se que o fator de produção terra é importantíssimo, uma 
vez que ele é necessário para que imóveis sejam concebidos para futura comercialização/locação.
Este fator abrange todos os recursos naturais, como solo, águas, clima, fauna e flora. É notório 
que essas reservas compõem praticamente todas as atividades de transformação, e a sociedade 
está buscando otimizar a utilização desses recursos, basta atentarmos às reportagens sobre a 
escassez de água, derretimento de geleiras, poluição atmosférica, entre outras. Isso interfere na 
economia global, pois é fator de sobrevivência da humanidade.
O Brasil, em especial, possui vasta extensão territorial, litoral exuberante e clima temperado 
em boa parte do país. Estas são condições para exploração de vários segmentos da economia, 
como indústrias, turismo, atividades marinhas, agronegócio etc., permitindo-nos avançar eco-
nomicamente em inúmeras direções.
Podemos tomar como exemplo a atuação das construtoras, que adquirem no mercado grandes 
terrenos e constroem empreendimentos imobiliários para habitação. Esse mesmo terreno poderia 
ser comprado por alguma empresa para nele implantar uma fábrica de borrachas, por exemplo. 
O fator terra, neste caso, é fundamental para que se instalem elementos necessários à economia, 
quer seja pela redução do déficit habitacional, quer seja para geração de empregos na indústria.
TOME NOTA: déficit habitacional é a medida que expressa o número de pessoas 
sem moradia adequada.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
33
Especificamente nesse caso optou-se pela construção de moradias, renunciando à instalação 
de uma indústria, e nesse momento cabe uma pergunta instigadora: quem está com a razão? O 
que é certo fazer: instalar fábricas ou construir casas?
De antemão, já lhe respondo: não existe resposta certa ou errada. Quando se opta por uma 
alternativa em detrimento de outra, “paga-se” um preço e a isso atribuímos o nome de custo 
de oportunidade. Por definição, o custo de oportunidade é aquilo que conseguimos de alguma 
forma mensurar e que é renunciado quando fazemos uma escolha em detrimento de outra. Do 
ponto de vista econômico, o custo de oportunidade tem relação direta com escolha e escassez.
Segundo Mankiw: [...] a tomada de decisões exige comparar os custos e os benefícios 
de possibilidades alternativas de ação. Em muitos casos, contudo, o custo de uma 
ação não é tão claro quanto pode parecer à primeira vista. Vamos considerar, por 
exemplo, a decisão de ir à faculdade. Os benefícios principais são o enriquecimento 
intelectual e uma vida com melhores oportunidades de emprego. Mas qual é o custo? 
Para responder a essa pergunta, você talvez se sinta tentado a somar os gastos 
que tem com anuidades, livros, moradia e alimentação. Entretanto, esse total não 
representa aquilo que você sacrifica para passar um ano na faculdade (2018, p. 4).
Vamos a outro exemplo:
João possui um imóvel em que reside com a família do qual não pretende se mudar tão cedo. 
Também é dono de um imóvel de 30 m2 localizado na região central de São Paulo adquirido para 
investimento, cujo aluguel está sendo utilizado para complementar sua renda.
IMPORTANTE:
O valor do aluguel de um imóvel de 30m2 no centro de São Paulo está em 
torno de R$ 1.500,00.
O valor desse imóvel para venda está em torno de R$ 230.000,00.
O banco “X” oferece investimentos que rendem 0,7% ao mês para valores 
acima de R$ 200.000,00.
É hora de fazermos algumascontas simples. Com o aluguel, João terá rendimentos de R$ 
1.500,00 mensais. Note que existe o risco de inadimplência por parte do locatário, demora em con-
seguir inquilino, comissão à imobiliária caso João opte por esse modelo de negócio, entre outros.
Aula 2
Fatores de Produção
34
Caso João opte por vender o apartamento e investir a quantia oriunda da comercialização 
no banco “X”, esses R$ 230.000,00 (valor de mercado do imóvel) renderão R$ 1.610,00 de juros – 
valor maior que os R$ 1.500,00 conquistados com o aluguel. Em teoria, o investimento bancário 
é mais interessante, mas há de se analisar outro cenário: e se a valorização dos imóveis na região 
central de São Paulo corresponder a 10% ao ano? Ao final desse período, a casa terá um valor 
de mercado de R$ 253.000,00. Em resumo, haverá valorização do capital investido, algo que no 
investimento bancário não acontece, pois os R$ 230.000,00 permanecerão inalterados, uma vez 
que João retirará os juros mensalmente.
Por fim, a pergunta que fica: qual a possibilidade oferece mais vantagens: alugar o imóvel ou 
vendê-lo e investir o dinheiro no banco? E a resposta é: depende! Note que existem vários fatores 
de risco e peculiaridades que fazem com que, para alguns, a preferência seja alugar (como muitas 
pessoas fazem) e, para outros, opta-se pela venda e investimento em papéis de uma instituição 
financeira confiável, pois não querem correr riscos com uma possível inadimplência dos inquilinos.
Não necessariamente o custo de oportunidade é algo negativo; ele simplesmente visa medir 
o que se deixou de usufruir ao renunciar aquela escolha. Posto isso, ao analisar o primeiro fator 
de produção, fica evidente que a economia é resultado de uma série de tomadas de decisões – 
algumas mais adequadas, outras nem tanto. Para enriquecer a discussão, vamos analisar outro 
fator produtivo, igualmente importante para compreensão da economia.
As empresas do segmento imobiliário também se deparam cotidianamente com decisões 
sobre como investir seu dinheiro. Exemplo real: uma grande construtora oriunda da cidade de 
Goiânia-GO muito provavelmente optou por caminhos errados para conduzir suas atividades e 
os resultados não foram os melhores:
A história da Encol começa em Goiânia, em 1961, como uma pequena fábrica de 
tacos, até sua falência em 1999, com mais de 700 obras paradas em 66 grandes 
cidades do país, e rombo superior a dois bilhões de reais na época. Os problemas 
permearam o Judiciário envolvendo o maior rombo da história imobiliária do país. 
Ultrapassando a parte histórica e doutrinária, sabe-se que se organizaram associa-
ções e condomínios, para retomada e conclusão dos prédios abandonados. Foram 
canceladas muitas hipotecas não pagas pela empresa, apesar de os compradores 
pagarem todo o preço contratado. As perdas foram generalizadas. [...] (CORDEIRO 
FILHO, 2013, p. 92).
Note que analisamos até agora apenas o fator terra, e já estamos diante de várias indagações 
sobre como utilizar da melhor maneira os recursos disponíveis. Vamos, agora, verificar as pecu-
liaridades de um outro fator de produção, igualmente importante na análise econômica.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
35
Fator trabalho
Pensando que possuímos terra para produzir, é necessário alocar o fator produtivo trabalho 
nessa atividade – nisso se incluem todas as atividades profissionais, desde operários até presi-
dentes de empresa, passando por professores, coletores, enfermeiros, pedreiros, entre outros.
O maior desafio econômico é harmonizar os fatores de produção. Quando abordamos o 
custo de oportunidade, já estamos diante de decisões que abrirão mão de determinado benefi-
ciamento – a economia é moldada por todas essas decisões.
Exemplos bem-sucedidos de países como Japão pós-guerra se baseiam em decisões dessa 
natureza. O que a nação oriental decidiu por fazer após ser destruída pelos combates? Investiu 
em infraestrutura, contando inclusive com ajuda norte-americana, para se reerguer economica-
mente e se tornar uma potência econômica.
Exemplo mais recente e muito criticado por organismos do mundo todo, a China emprega 
boa parte da sua população em atividades consideradas por muitos como mão de obra escrava. 
Independentemente dessa análise, o país optou por trazer a população rural para as cidades, 
oferecendo-lhes atividades operacionais de manufatura, tornando o país grande exportador de 
produtos, além de empregar boa parte do seu povo, embora com salários baixos.
Aula 2
Fatores de Produção
36
Se analisarmos a escassez de oportunidades de trabalho, podemos concluir que ela é necessária, 
pois consiste em um mecanismo de negociação de salário versus oferta de mão de obra, gerando 
condições de produção de bens e serviços visando ao atendimento do mercado consumidor.
Quando se fala do fator produtivo trabalho, é preciso analisar o contingente que forma essa 
esfera. Imaginemos a população brasileira, com mais de 211 milhões de habitantes (abrangendo 
idosos, jovens, adultos e crianças). Para que a economia brasileira funcione, é necessário haver 
trabalho para que as pessoas recebam seus salários e possam consumir – comida, diversão, arte, 
aluguel, viagens, entre outras inúmeras alternativas.
Agora, vamos analisar pormenorizadamente esses mais de 211 milhões de pessoas; as crianças 
de cinco anos de idade podem trabalhar? Idosos que passaram dos 80 anos, salvo algumas ex-
ceções, estão trabalhando? Doentes crônicos afastados do trabalho por sofrerem de patologias 
severas estão em condições de produzir nas fábricas? Partindo das respostas preliminares a essas 
perguntas, elaborou-se um conceito que traduz a força de trabalho possível de uma nação: a 
sua população economicamente ativa.
IMPORTANTE: a população economicamente ativa é composta dos 
indivíduos aptos a trabalhar, estando ou não ocupados em funções que 
geram renda e mobilizam a economia de uma nação.
Em épocas de crise, como o Brasil vem vivendo desde meados da década de 2010, é interes-
sante analisarmos outra população, chamada de economicamente inativa, formada por pessoas 
que, por qualquer motivo, não estão exercendo suas atividades laborais – isso será feito com 
detalhes mais à frente.
Fator capital
Este fator tem como princípio a quantificação, via moeda ou outro tipo de instrumento de 
valor, de recursos acumulados a serem utilizados. Como exemplo clássico, o dinheiro consiste 
no mais conhecido capital econômico. Para acumulação desse capital, faz-se uso de algumas 
práticas, como investimentos e aquisições, além de poupança e outras formas de guardar dinheiro.
Podemos falar, também, de componentes que possuem valor monetário, como máquinas e 
equipamentos utilizados na fabricação de determinados produtos ou na prestação de serviços.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
37
A definição técnica deste fator produtivo também permeia a abrangência da economia no 
que tange à escassez.
[...] compreende o conjunto de riquezas acumuladas pela sociedade para fins produ-
tivos. É com o emprego dessas categorias de riquezas que a população ativa se torna 
equipada para o exercício das atividades de produção. Esse conjunto de riquezas 
que dá suporte às operações produtivas existentes em todas as sociedades econo-
micamente organizadas, independentemente de seu estágio de desenvolvimento 
econômico (ROSSETTI, 2016, p. 99).
De acordo com a definição do autor, o capital é o instrumento que viabiliza a execução do 
trabalho nos ambientes econômicos, consistindo em importante item quando da atividade eco-
nômica de um país ou região.
Suponhamos que a empresa multinacional “x” esteja propensa a realizar investimentos no 
país por intermédio da ampliação de sua operação de fabricação de cimento, usado em larga 
escala na construção de imóveis. Note que esses investimentos, feitos por conta da acumulação 
ou obtenção de capital de terceiros, é que viabilizarão a investida citada, proporcionandoum 
número maior de empregos.
Relatada a importância da análise dos fatores produtivos, no próximo tema abordaremos os 
sistemas econômicos, com as características elementares de cada ambiente, para que seja possível 
diferenciá-los entre si e expor as possibilidades no exercício da profissão de corretor de imóveis.
Vamos pensar um pouco mais sobre os fatores de produção na questão reflexiva e na síntese 
da aula.
Aula 2
Fatores de Produção
38
Questão 
para reflexão
Nos anos de 2015 a 2018, o mercado imobili-
ário acusou um movimento fraco na comer-
cialização de imóveis novos, além da queda 
no preço dos aluguéis residenciais. De pos-
se dessas informações, você acha que a po-
pulação, em vez de comprar imóveis, optou 
por adquirir outros tipos de bens, como car-
ros ou motocicletas? Ou houve outro tipo de 
fenômeno que culminou nesses números do 
segmento imobiliário?
Embora haja muitas informações na literatura e em re-
portagens sobre o setor, os números mais fracos do setor 
imobiliário nos anos citados não são resultados de um fator 
isolado, mas sim de uma conjuntura de fatos e ações que 
culminaram em um momento ruim não somente desse 
setor, mas da economia como um todo.
Se analisarmos especificamente os imóveis para moradia, 
existem bens substitutos? Será que alguém, salvo casos 
excepcionais, deixará de adquirir um imóvel e comprar um 
automóvel e utilizá-lo como moradia? No caso do segmen-
to imobiliário, o fraco desempenho não se deu por conta 
de uma migração de consumidores para outro produto 
e/ou serviço, mas sim por questões mais amplas, como 
desemprego, alto valor dos imóveis, entre outras situações 
que aprofundaremos mais à frente.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
39
Saiba mais
Para detalhamento do assunto desta aula, recomenda-se acessar sites 
que divulgam os números da indústria imobiliária, no que tange à venda 
e locação de casas, estabelecimentos comerciais, entre outros:
Banco Bradesco S/A – no site da equipe econômica do banco, há 
publicação sobre os setores econômicos nacionais, inclusive imobiliário.
 ` http://bit.ly/32mfNNI
Portal Exame – no portal é possível obter informações sobre 
os setores econômicos e os principais eventos. 
 ` https://exame.abril.com.br
Ou escaneie o código
Síntese da aula
 ` Conceitos fundamentais do fatores de produção terra, trabalho e capital;
 ` Abordagem sobre custo de oportunidade;
 ` Utilização dos recursos necessários à atividade econômica;
 ` Ações de tomada de decisão envolvendo o segmento imobiliário.
Aula 2
Fatores de Produção
40
Exercícios
Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula?
Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria.
 1. Este fator de produção tem como princípio a quantificação, via moeda ou outro 
tipo de instrumento de valor, de recursos acumulados a serem utilizados:
A. ( ) Trabalho.
B. ( ) Terra.
C. ( ) Capital.
D. ( ) Econômico.
 2. Fator de produção que consiste nos recursos naturais existentes, como solo, águas, clima, 
fauna e flora – essas reservas compõem praticamente todas as atividades de transformação:
A. ( ) Trabalho.
B. ( ) Terra.
C. ( ) Capital.
D. ( ) Econômico.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
41
 3. Assinale a alternativa que descreve custo de oportunidade:
A. ( ) São os custos implícitos na fabricação de produtos manufaturados.
B. ( ) São os custos que incorrem quando da fabricação de bens ou prestação de serviços 
 por parte dos empreendedores que identificaram oportunidade de mercado.
C. ( ) Consiste nos custos que desembolsamos em negócios de 
 ocasião, como compras com desconto de fornecedores.
D. ( ) Consiste naquilo que conseguimos de alguma forma mensurar e que é 
 renunciado quando fazemos uma escolha em detrimento de outra.
 4. Assinale a alternativa que contemple elementos da população economicamente ativa:
A. ( ) Adultos e crianças.
B. ( ) Crianças e indivíduos aptos a trabalhar, estando ou não 
 ocupados em trabalhos que geram renda.
C. ( ) Indivíduos aptos a trabalhar, estando ou não ocupados 
 em trabalhos que geram renda.
D. ( ) Adultos inaptos a trabalhar, mas que estão procurando 
 emprego por força das necessidades.
 5. Analise a seguinte situação:
 João possui um apartamento que de acordo com avaliações de mercado vale R$ 200.000,00. 
Caso alugue o imóvel, há locatários propensos a pagar R$ 1.400,00 mensais.
 Um banco de investimento ofereceu ao Sr. João uma aplicação financeira 
que rende 0,7% ao mês. Caso venda o apartamento e aplique o valor de 
R$ 200.000,00, terá rendimentos mensais de R$ 1.400,00.
 Considerando o custo de oportunidade, o que João deverá fazer?
A. ( ) Não há ação certa ou errada – João deverá analisar os riscos e peculiaridades da situação, 
 como valorização de imóveis e possíveis taxas cobradas por bancos de investimento.
B. ( ) Vender o apartamento e investir o valor de R$ 200.000,00, pois correrá 
 menos riscos com uma possível desvalorização dos imóveis.
C. ( ) Permanecer com o apartamento e alugá-lo, pois poderá aumentar o valor do 
 aluguel quando da renovação do contrato, o que lhe trará maior retorno financeiro.
D. ( ) Nessa situação, a opção sempre deverá ser a venda de imóveis, pois, em cenários 
 de pouco crescimento econômico, o ideal é se desfazer de ativos dessa natureza. G
ab
ar
it
o
 e
 r
es
p
o
st
as
 n
a 
p
ág
in
a 
11
6
Aula 2
Fatores de Produção
42
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
43
Sistemas Econômicos
Caro(a) aluno(a),
A aula sobre Sistemas Econômicos traz as características elementares de cada ambiente, de 
modo a diferenciá-los entre si e expor ao corretor de imóveis as possibilidades existentes na 
profissão.
O objetivo central de analisar o capitalismo, o socialismo e a economia mista é compreender 
a essência de cada um desses sistemas, e desmistificar os “rótulos” atribuídos a eles. Ao final 
deste estudo, você será capaz de identificar as melhores condições para promover a atividade 
de comercialização de bens imóveis.
Para desenvolvimento desta aula, veremos:
 ` Definição de sistema econômico;
 ` Características de cada sistema;
 ` Vantagens e desvantagens do capitalismo, socialismo e sistema misto.
Muito se ouve falar sobre o embate entre capitalismo e socialismo, com críticas severas a 
ambos os lados. Como profissional do segmento imobiliário, é preciso estar conectado aos fa-
tos econômicos que delineiam o ambiente de negócios do nosso país. O capitalismo realmente 
funciona? O socialismo seria a melhor alternativa para o Brasil? Essas questões, muitas vezes com 
cunho ideológico, têm sido recorrentes e, para analisá-las, é preciso entender seus fundamentos.
TOME NOTA: o corretor de imóveis precisa saber diferenciar os sistemas econômicos 
e perceber como atuar no mercado brasileiro, cuja prática é muito mais próxima ao 
capitalismo. Mesmo assim, é enriquecedor compreender as diferentes estruturas 
econômicas, inclusive para ter argumentos quando das negociações com seus 
clientes.
Vamos ao trabalho, pois este assunto é bem interessante!
Aula 3
Sistemas Econômicos
44
Sistemas Econômicos
Podemos definir sistema econômico como um conjunto maior que regula as transações de 
compra e venda de produtos e serviços, constituído a partir de certos fatos históricos, em que 
há relações recíprocas. Cabe ressaltar que um sistema econômico não é estático nem durará 
para sempre, pois depende de fatores políticos que podem, inclusive, descaracterizá-lo como tal.
Esses sistemas consistem em arranjos historicamente constituídos, a partir dos quais os agentes 
econômicos são levados a empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos 
produtos gerados (ROSSETTI, 2016), em que as formas pelas quais serão utilizados os fatores 
de produção – terra, capital e trabalho – irão decidir as regras de mercado e quais instituições 
darão suporte para isso.
De forma prática,os sistemas econômicos mais conhecidos são o capitalismo, o socialismo 
e o misto. Outras nomenclaturas, como liberalismo, são práticas de mercado, não sendo carac-
terizadas como sistema.
Vamos detalhar cada uma dessas possibilidades, lembrando que, no Brasil, vivemos em um 
ambiente capitalista – independentemente de julgá-lo como sendo melhor ou pior, cabe a nós 
inserirmo-nos nesse sistema e procurar as melhores oportunidades de negócio como corretor 
de imóveis.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
45
Capitalismo
Certamente podemos passar horas e horas falando do 
capitalismo – bem e mal – mas, obviamente, o que nos importa 
mesmo é compreender esse sistema. Também conhecido 
como economia de mercado, no capitalismo as atividades 
econômicas são organizadas pelo mercado, no qual há livre 
interação entre compradores e vendedores de bens e serviços.
As decisões sobre demanda e oferta, bem como de 
formação dos preços e dos investimentos, não sofrem 
interferência do governo, e os lucros são distribuídos para os 
proprietários e investidores das organizações produtivas.
Com o advento 
da globalização, que 
aproximou as transações 
comerciais entre os 
países, o sistema 
capitalista passou a 
predominar no mundo, 
porém de forma não 
igualitária, pois a lógica 
de produção, por 
natureza, é desigual, 
já que somente parte 
dos países pode ser 
considerada desenvolvida. 
Dessa forma, alguns deles 
estão em estágios mais 
avançados de capitalismo, 
enquanto outros ainda 
estão em fases iniciais.
Aula 3
Sistemas Econômicos
46
Pensando na prática do capitalismo, cabe ressaltar suas principais caraterísticas:
 � Níveis de produtividade otimizados por conta da livre concorrência;
 � Escala produtiva flexível de acordo com a demanda e a oferta;
 � Pouca ou nenhuma interferência do Estado, tendo as empresas liberdade para atuar;
 � Possibilidade de evolução tecnológica viabilizada por investimentos das empresas, 
tendo em vista o nível de excelência que se deseja oferecer aos clientes;
 � Possibilidade de desigualdades na distribuição de renda, pois os proprietários 
do capital (terra, máquinas, equipamentos), se competentes, maximizarão seus 
lucros e acumularão mais riqueza do que a grande massa de trabalhadores;
 � Eventuais falhas de mercado, propiciando estruturas que favoreçam determinadas empresas 
que dominam certos segmentos – veremos em detalhes esse assunto mais à frente;
 � Desemprego e obsolescência da mão de obra devido 
aos desenvolvimentos tecnológicos.
Considerando essas características, cabe ao profissional corretor de imóveis compreender 
essa sistemática, de modo a manter seu desempenho nos negócios de acordo com o mercado.
Socialismo
A principal diferença entre o socialismo e o capitalismo é a presença de um governo sendo 
responsável pelas práticas econômicas do país. No socialismo, as propriedades e meios de pro-
dução são da sociedade, representada pelo Estado – este faz intervenções de modo que seja 
igualitária a distribuição dos recursos para a produção de bens e serviços desejáveis ou simples-
mente necessários para as pessoas.
Geralmente, neste tipo de sistema, o governo central de uma nação decide as prioridades 
a serem providas à sociedade – não existe um mercado propriamente dito, tampouco oferta e 
demanda livres para harmonizar compradores e vendedores. As quantidades daquilo a ser pro-
duzido são estipuladas por esse governo, e essas decisões não têm correlação com lucros, mas 
sim com as necessidades sociais.
Vejamos as principais características do sistema socialista:
 � Possibilidade de estabilidade econômica, pois não há crises de 
mercado ou oscilações causadas por concorrência;
 � Alocação eficiente dos recursos disponíveis para a produção de 
bens e serviços apenas em quantidades necessárias;
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
47
 � Foco no bem-estar da sociedade;
 � Ausência de desigualdade social em decorrência do não acúmulo de riqueza;
 � Pouca liberdade de escolha de bens e serviços, bem como 
limitação na alocação da mão de obra disponível;
 � Igualmente ao capitalismo, pode haver obsolescência da mão de obra, nesse 
caso por defasagem tecnológica, incorrendo em menores níveis de produção;
 � Controle do governo.
No sistema socialista, a propriedade, por ser controlada pelo Estado, não permite a livre co-
mercialização, o que inviabiliza a atuação do corretor de imóveis.
Sistema econômico misto
No sistema econômico misto, são verificadas características tanto do capitalismo quanto do 
socialismo. Neste sistema, o controle da atividade econômica é exercido por instituições públi-
cas e privadas, que compartilham a produção, distribuição e comercialização de bens e serviços. 
É normal nesse sistema a existência do livre mercado, porém com atuação governamental por 
meio de políticas públicas.
Quando da existência de um sistema econômico misto, também existem características es-
senciais:
 � Utilização eficiente dos recursos, com atuação da iniciativa privada e do governo;
 � Regulação de preços pelo mercado, porém com observação do 
governo – este funciona como uma espécie de fiscal;
 � Satisfação das necessidades da sociedade pela oferta de produtos 
e serviços, além da busca pelo bem-estar social;
 � Falta de articulação entre as esferas pública e privada, de modo 
a uma das partes desejar exercer mais influência;
 � Ações do governo que prejudicam o livre mercado.
Concluindo o assunto, percebe-se que nos três sistemas há interesse de promoção do bem-
-estar das pessoas. Independentemente do sistema econômico, a sociedade anseia por consumir, 
se divertir, ter serviços públicos de qualidade, portanto tende a exercer influência no mercado. 
Aula 3
Sistemas Econômicos
48
Questão 
para reflexão
Segundo algumas pessoas, o sistema capita-
lista gera riquezas, mas de forma muito desi-
gual, pois poucos conseguem isso. 
O capitalismo é o vilão da humanidade? Pode-
mos nos considerar culpados por desejarmos 
produtos e serviços do mercado, bem como 
termos interesses em acumular riqueza?
Obviamente, esta é uma questão muito reflexiva e particu-
lar. Cabe destacar que vivemos no Brasil e, em nosso país, 
o capitalismo é praticado amplamente. Muito se ouve que 
grande parte da riqueza do país está nas mãos de poucos, 
e isso é verdade, porém não é ideia razoável apenas nos 
queixarmos.
Ao analisarmos detalhadamente o capitalismo, há muitas 
críticas a fazer, porém é mais produtivo nos adequarmos a 
ele do que combatê-lo o tempo todo. A atividade do corre-
tor de imóveis está diretamente ligada à comercialização de 
bens patrimoniais (casas, apartamentos e terrenos) de alto 
valor, e nem todos os cidadãos possuem propriedades dessa 
natureza. Assim, é necessário ter coerência e atuar de forma 
profissional, demonstrando empatia e compreendendo as 
reais necessidades dos clientes do segmento imobiliário.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
49
Saiba mais
Para familiarização com as terminologias utilizadas nos sistemas 
econômicos, recomenda-se leitura de livros e artigos, além da consulta a sites de notícias 
econômicas e de assuntos gerais, lembrando sempre que ao fazê-lo é preciso ter imparcialidade 
e criticidade:
Portal Exame – periódico reconhecido por abordar questões relevantes sobre economia. 
 ` https://exame.abril.com.br
Portal Brasil Escola – site com diversos artigos e materiais que abordam as origens 
dos sistemas econômicos, que podem despertar interesse nos estudos sobre o tema.
 ` https://brasilescola.uol.com.br/
Ou escaneie o código
Síntese da aula
 ` Características essenciais e diferenças de cada sistema;
 ` Vantagens e desvantagens do capitalismo, socialismo e sistema misto;
 ` Caracterização técnica dos sistemas econômicos;
 ` Ambientes para negociação e comercialização de bens imóveis.
Aula 3
Sistemas Econômicos
50
Exercícios
Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula?
Caso tenha ficadocom dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria.
 1. Um sistema econômico é:
A. ( ) Um conjunto de políticas fiscais, cambiais e 
 monetárias que existe para estabelecer regras 
 de comercialização de produtos e serviços.
B. ( ) Um regramento que estabelece os contratos 
 (obrigações) de compradores e vendedores.
C. ( ) Um conjunto de regras que estipula as condições 
 de compra e venda de produtos e serviços.
D. ( ) Uma série de regras que define tributos e 
 impostos incidentes em produtos e serviços.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
51
 2. Analise as alternativas a seguir e indique aquela que contempla a síntese do capitalismo:
A. ( ) Nesse sistema, existe muita intervenção do Estado, 
 que dita as políticas públicas a serem praticadas.
B. ( ) Sistema em que as atividades econômicas são regidas pelo 
 mercado, e compradores e vendedores têm livre interação.
C. ( ) Sistema híbrido, em que Estado e mercado formulam estratégias 
 de atuação e de comercialização de produtos e serviços.
D. ( ) Situação em que apenas uma empresa domina o mercado 
 e dita seus preços como bem entender.
 3. Assinale a alternativa que descreve características do socialismo:
A. ( ) As propriedades e meios de produção são da sociedade, representada 
 pelo Estado, que procura intervir de modo igualitário.
B. ( ) O controle da atividade econômica é exercido por instituições 
 públicas e privadas, que compartilham a produção.
C. ( ) Atividades econômicas organizadas pelo mercado social, em que há 
 livre interação entre compradores e vendedores de bens e serviços.
D. ( ) As propriedades e meios de produção são providos por um número limitado 
 de empresas, de modo a haver controle por parte do governo central.
 4. Podemos citar como desvantagens do sistema capitalista:
A. ( ) Bons níveis de produtividade e escala produtiva flexível.
B. ( ) Investimentos de empresas em inovação tecnológica e pouca interferência do Estado.
C. ( ) Ausência de controle do governo central e produtividade controlada.
D. ( ) Desigualdade na distribuição de renda e obsolescência da mão de obra.
 5. O sistema econômico misto é caracterizado principalmente 
por contemplar alguns aspectos, a saber:
A. ( ) Utilização controlada de recursos financeiros, provenientes 
 de instituições públicas de incentivo à economia.
B. ( ) Controle dos meios econômicos por parte do Estado, a fim de 
 promover distribuição de recursos a empresas e cidadãos.
C. ( ) Otimização da utilização dos recursos, com participação 
 eficiente da iniciativa privada e do governo.
D. ( ) Presença do livre mercado, marcado principalmente pela atuação 
 do Estado na pauta de exportações e importações. G
ab
ar
it
o
 e
 r
es
p
o
st
as
 n
a 
p
ág
in
a 
11
6
Aula 3
Sistemas Econômicos
52
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
53
Mercado Financeiro
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula sobre Mercado Financeiro, estudaremos primeiramente como é a estrutura do 
Sistema Financeiro Nacional (SFN), para compreender a função dos seus órgãos reguladores. 
A partir disso, analisaremos cada ator do mercado e aquilo que é oferecido em termos de produtos 
e serviços ao cidadão, com destaque ao segmento imobiliário.
O propósito é identificarmos as situações em que o SFN atua e correlacionarmos essas si-
tuações com a atividade do corretor de imóveis. Com as inúmeras possibilidades de oferta de 
produtos financeiros, é interessante que o profissional de transações imobiliárias saiba sobre isso 
para que possa orientar seus clientes quando necessário.
Para desenvolvimento desta aula, veremos:
 ` Estrutura do Sistema Financeiro Nacional e seus órgãos normativos;
 ` Fundamentos da economia monetária;
 ` Principais produtos do mercado financeiro.
Da mesma forma que existe um mercado imobiliário, em que são comercializados imóveis, 
terrenos, locações etc., há um mercado em que são ofertados produtos e serviços de natureza 
financeira. Como exemplo, podemos citar as aplicações financeiras que podem ser investimentos 
no Tesouro Nacional, em um banco comercial na forma de Certificado de Depósito Bancário 
(CDB), ou até mesmo o depósito de recursos na Caderneta de Poupança.
TOME NOTA: para que haja harmonia no mercado financeiro, é preciso regulação 
e fiscalização; para tanto, existem órgãos exercendo esses papéis. E na atuação do 
corretor, que envolve recursos financeiros significativos, nada mais natural do que 
ter uma visão de como funciona esse ambiente.
Algumas perguntas que poderão surgir:
 � Como o governo está intervindo na oferta de crédito?
 � Como está a atuação dos bancos de investimento junto aos seus clientes?
 � A Bolsa de Valores brasileira é um bom investimento?
Vamos descobrir essas respostas, incrementando o rol de práticas positivas do profissional de 
transações imobiliárias.
Aula 4
Mercado Financeiro
54
Mercado Financeiro
Exemplificando, quando precisamos adquirir itens específicos para fazer um jantar (Semana 
Santa), reformar um imóvel ou mobiliar um dormitório, procuramos esses itens em seus respec-
tivos mercados. Respectivamente, vamos ao mercado de peixes e afins para comprar um belo 
bacalhau, vamos a uma loja de materiais de construção repleta de produtos para reforma e, por 
último, consultamos uma loja de móveis com muitas opções para pesquisarmos e decidirmos 
sobre a possível compra.
Quando falamos de produtos financeiros, existe um mercado específico que rege esses servi-
ços. Órgãos reguladores e operadores são organizados para oferecer o máximo de segurança ao 
cidadão e empresas, bem como fiscalização para que seja mantido o nível de serviço aos clientes.
Vamos analisar esse ordenamento, a fim de compreendermos as possibilidades que existem 
de produtos financeiros.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
55
Estrutura do Sistema 
Financeiro Nacional
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de agentes que regulam e fiscalizam a ativi-
dade de intermediação entre indivíduos e entidades dispostos a captar recursos. É por intermédio 
do SFN que as pessoas, empresas e governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas 
dívidas e realizam seus investimentos.
Seu “lugar” de atuação é o mercado financeiro ou mercado de bens monetários, em que se 
comercializam (compra e venda) valores mobiliários, tais como ações, mercadorias (como pedras 
preciosas ou produtos agrícolas), entre outros.
O SFN é formado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os primeiros determi-
nam as regras para o bom funcionamento do sistema; as entidades supervisoras trabalham para 
que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos; e 
os operadores ofertam serviços financeiros.
Órgãos normativos
Agora, vamos conhecer alguns órgãos normativos.
Conselho Monetário Nacional (CMN)
Órgão considerado autoridade do sistema financeiro, o CMN define a política monetária e 
de crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do 
país, por intermédio do controle do volume de dinheiro e efeitos inflacionários, prezando pelo 
equilíbrio do balanço de pagamentos. Também é responsável pela organização e aplicação de 
recursos das instituições financeiras, bem como pela fiscalização da sua atividade.
Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deliberar sobre esses assuntos, a 
fim de adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia, além de 
regular o valor interno e externo da moeda e a aplicação dos recursos das instituições financeiras.
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
O CNSP é o órgão normativo das atividades da área de seguros e está vinculado ao Ministério 
da Fazenda. Criado em 1966, tem como principal atribuição a gestão das diretrizes e normas da 
política governamental para os segmentos de Seguros Privados, Capitalização e Previdência Privada.
Aula 4
Mercado Financeiro
56
ConselhoNacional de Previdência Complementar (CNPC)
O CNPC é o órgão que regula o regime de previdência complementar, operado pelas entidades 
fechadas desse segmento. Foi instituído em 2010 para substituir o extinto Conselho de Gestão 
da Previdência Complementar (CGPC).
Entidades supervisoras
Agora, conheceremos as entidades supervisoras da área financeira.
Banco Central do Brasil (Bacen)
O Bacen é o agente executor das estratégias do sistema financeiro no que tange às políticas 
macroeconômicas, exercendo fiscalização e prezando pelo correto funcionamento das insti-
tuições. É uma autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda que zela pela estabilidade do 
poder de compra da moeda do país (Real) e pelo bom funcionamento do mercado financeiro.
É a instituição responsável por executar a estratégia estabelecida pelo CMN para controlar a 
inflação e formular políticas da moeda e do crédito no país.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A CVM, em síntese, é a autoridade reguladora das atividades realizadas no mercado de títulos e 
valores de renda variável. Rege principalmente as bolsas de valores – entidades em que são feitas 
as negociações e transações de títulos e valores mobiliários. Foi criada em 1976 com o objetivo 
de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
Superintendência de Seguros Privados (Susep)
A Susep é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdên-
cia privada aberta, capitalização e resseguro, fixando características gerais para esses contratos.
Atua na fiscalização das operações das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades 
de Previdência Privada Aberta e Resseguradoras, zelando pela defesa dos interesses dos consu-
midores, além de promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais 
a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do sistema.
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)
A Previc atua como entidade de fiscalização e supervisão das atividades das entidades fe-
chadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência 
complementar.
Entre outras responsabilidades, a Previc apura e julga infrações e aplica penalidades cabíveis, 
zelando pelo fiel cumprimento dos procedimentos relativos à previdência complementar.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
57
Operadores do SFN
Bancos e Caixas Econômicas
Os bancos são as instituições financeiras especializadas em intermediar o dinheiro entre pou-
padores e aqueles que precisam de empréstimos, além de providenciar serviços financeiros para 
os clientes (saques, empréstimos, investimentos etc.). São supervisionados pelo Bacen.
As caixas econômicas são empresas públicas que exercem atividades típicas de banco comercial, 
com prioridade institucional para concessão de empréstimos e financiamentos de programas 
e projetos de natureza social. Atualmente, a única instituição desse segmento em atividade é a 
Caixa Econômica Federal (CEF), vinculada ao Ministério da Fazenda.
A CEF tem como objetivos a captação de economias populares para fomento à aquisição de 
casa própria, a concessão de empréstimos e financiamentos a programas de assistência social e 
a atuação como órgão executor de política de crédito governamental (BRITO, 2016). 
Como banco que fomenta a aquisição de moradias, a CEF é a principal facilitadora na con-
cessão de crédito para esse fim, contando com taxas de juros mais competitivas e processos 
estruturados para contemplar, por exemplo, programas como o Minha Casa, Minha Vida, do 
Governo Federal, operacionalizando os repasses aos cidadãos. 
Outras frentes de atuação da CEF abrangem a arrecadação do Fundo de Garantia por Tempo 
de Serviço (FGTS), o pagamento do Seguro-desemprego e a gestão dos recursos provenientes 
do Programa de Integração Social (PIS). Ressalta-se que, igualmente ao Banco do Brasil, opera 
como banco múltiplo, fazendo-se valer do relacionamento com os clientes que possuem conta 
devido aos financiamentos imobiliários, ofertando-lhes seguros, capitalização, linhas de crédito 
para consumo, entre outros produtos e serviços bancários.
Administradoras de consórcios
O consórcio é um agrupamento de pessoas que estão em busca de um objetivo em comum, 
com prazo de duração e número de cotas previamente determinado, promovido por uma admi-
nistradora que propicia a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou serviço, 
por meio de autofinanciamento.
Importa ressaltar que o interesse do grupo de consórcio é soberano perante o interesse 
individual dos consorciados. Os grupos de consórcio caracterizam-se como sociedades não 
personificadas com patrimônio próprio, o qual não deve ser confundido com o patrimônio dos 
demais grupos nem com o da administradora.
Aula 4
Mercado Financeiro
58
Como existem várias modalidades de consórcio, sendo uma delas para aquisição de moradia 
própria, é interessante o corretor de imóveis aprofundar conhecimentos nesta modalidade. Prin-
cipais empresas que ofertam o produto, quais valores médios de prestação mensal, entre outras 
informações podem ser relevantes quando do exercício da profissão.
Para familiarização e entendimento sobre a modalidade, sugere-se navegar nos sites das 
principais empresas que ofertam o produto, como Porto Seguro (www.consorcioonlineporto.
com.br/), Bradesco Consórcios (www.banco.bradesco/Consórcio/Institucional), entre outros. 
Nesses portais, é possível realizar simulações, verificar valores de cartas de crédito para aquisição 
de imóvel, entre outras funcionalidades.
Também é recomendável acessar alguns canais de vídeos sobre Consórcio, pois muitos deles 
contemplam o assunto de forma didática e prática. Gustavo Cerbasi, autor que escreve sobre 
educação financeira, fala sobre o tema no link: https://www.youtube.com/watch?v=J1CNpyIA9is.
Bolsa de valores
A bolsa de valores é um mercado organizado para negociação de ações de sociedades de 
capital aberto, públicas ou privadas e outros valores mobiliários, como debêntures, Letras do 
Tesouro Nacional, entre outras possibilidades. Nesse ambiente, os preços das ações indicam o 
valor de mercado das empresas cotadas, acusando altas ou baixas nos preços, ocasionando os 
movimentos de procura e oferta por determinados papéis.
Como várias incorporadoras e construtoras têm ações na bolsa de valores, é recomendável 
que o corretor de imóveis saiba da situação dos papéis dessas organizações: estão em alta ou 
queda no ano? Há motivos noticiados que provocam esses movimentos positivos ou negativos 
das ações? Como dito no início da aula sobre economia, é preciso sempre estar atento àquilo 
que é divulgado para com a análise desses fatores, tomar decisões corretas na área profissional.
Cooperativas de crédito
A atuação das cooperativas de crédito é relativamente recente no Brasil. São instituições 
financeiras formadas por uma associação de pessoas para prestar serviços financeiros exclusiva-
mente aos seus associados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, 
participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços.
Nas cooperativas de crédito são ofertados os principais produtos dos bancos comerciais, 
como aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos. Como o coo-
perativismo não visa lucros, e os direitos e deveres de todos são iguais, é uma boa opção para 
estímulo da economia.
Corretoras e distribuidoras de valores mobiliários
As corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVM) e as distribuidoras de títulos e valores 
mobiliários (DTVM) intermedeiam a negociação desses papéis entre investidores e tomadores 
de recursos. Como exemplo, podemos citar as debêntures, as ações, entre outras possibilidades.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
59
As corretoras e distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços como platafor-
mas de investimentopela internet, consultoria financeira, clubes de investimentos, financiamento 
para compra de ações e administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes, 
consistindo em um amplo leque de alternativas no mercado financeiro. Ressalta-se que é um 
ambiente muito específico, no qual o corretor de imóveis não necessita tanto conhecimento, 
embora sempre seja bom saber das alternativas ofertadas.
Aula 4
Mercado Financeiro
60
Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F)
A BM&F é um tipo de bolsa de valores, mas tem a especificidade de negociar cotas de fundos 
de investimento, preços de bens agrícolas e recursos naturais (commodities), além de títulos pú-
blicos e privados. Quando é noticiado que a saca do café atingiu determinado valor ou a arroba 
do boi gordo manteve seu preço, tais acontecimentos ocorreram na BM&F.
Instituições de pagamento
São grupos bem específicos, em que é possível realizar pagamentos independentemente de 
relacionamentos com bancos e outras instituições financeiras, por meio de cartões pré-pagos 
ou telefone celular, por exemplo. Nessas situações, o usuário pode portar valores e efetuar tran-
sações sem estar com moeda em espécie.
As instituições de pagamento não são instituições financeiras, portanto não podem realizar 
atividades privativas destas instituições, como empréstimos e financiamentos. Ainda assim, estão 
sujeitas à supervisão do Bacen.
Instituições não bancárias
No Sistema Financeiro Nacional (SFN), além dos bancos e caixas econômicas, os clientes e 
consumidores contam com serviços financeiros ofertados por instituições não bancárias, como 
ações, CDBs, títulos, letras de câmbio e debêntures. São várias as instituições dessa natureza: so-
ciedade de crédito, financiamento e investimento, agência de fomento, associação de poupança 
e empréstimo, entre outras.
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
61
Seguradoras e resseguradoras
Seguradoras são empresas que assumem riscos no lugar do cliente segurado, que paga um 
determinado valor em dinheiro, denominado prêmio. As seguradoras ofertam operações de se-
guros que são contratos de adesão para proteção patrimonial, em que assumem obrigação de 
indenizar o segurado em caso de sinistro, ou seja, prejuízos decorrentes de eventos estipulados 
na apólice. Importa dizer que a seguradora não assume o risco do segurado, mas o indeniza 
quando acontecem esses eventos indesejáveis.
Já as resseguradoras são empresas que assumem os riscos das seguradoras, dando suporte 
às operações, ou seja, oferecem serviços de cobertura a carteiras da seguradora, além de resse-
guros avulsos – a seguradora transfere parte de sua carteira para a resseguradora, e esta passa a 
responder pelos riscos. O resseguro é popularmente conhecido como “seguro das seguradoras”.
Sociedades de capitalização
São entidades que negociam títulos de capitalização e que têm por objetivo controlar depó-
sitos periódicos e, depois de cumprido o prazo contratado, providenciar o resgate dos valores 
depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente.
Entidades abertas e fechadas de previdência 
complementar (fundos de pensão)
São constituídas para instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário conce-
didos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas. 
São conhecidas, também, como fundos de pensão.
Conclusões
Após a análise de toda essa estrutura, você deve estar se perguntando: por que, como profis-
sional de transações imobiliárias, devo compreender o funcionamento do SFN? Como resposta, 
pode-se pressupor que seria até certo ponto presunçoso saber quais funções desempenham 
cada um dos elementos que formam nosso sistema financeiro, mas considera-se razoável saber 
alguns papéis.
Como exemplo, um cliente confessa a você que quer fazer um investimento em longo prazo, 
podendo comprar um apartamento para revenda futura ou ainda aplicar seus recursos em CDB 
(Certificado de Depósito Bancário), ofertado por vários bancos. Para mostrar-lhe que o inves-
timento em um imóvel é mais vantajoso, você deverá ter em mãos a evolução dos preços dos 
imóveis para comparação ao rendimento que essa aplicação oferece. Para tanto, é primordial 
saber que esse tipo de investimento seja ofertado por vários bancos denominados comerciais – 
operadores do SFN. Várias bandeiras nacionais, como Bradesco e Itaú, e de origem internacional, 
como Santander, estão aptos a oferecer esses produtos bancários aos seus clientes.
Aula 4
Mercado Financeiro
62
Saiba mais
Para aprofundamento no assunto, é recomendável que sejam consultados 
sites especializados no mercado financeiro. Dentre inúmeros, destacam-se:
Banco Central do Brasil – site da autoridade do Sistema Financeiro Nacional, que traz a or-
ganização do Sistema Financeiro Nacional. 
 ` http://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn
Portal Uol - Economia – área do portal destinada a notícias sobre economia, em tempo real, 
em que é possível analisar situações cotidianas do mercado financeiro. 
 ` http://economia.uol.com.br
Portal Exame – periódico reconhecido por abordar questões relevantes sobre economia. 
 ` https://exame.abril.com.br
Economia Monetária
A economia monetária é o ramo da Economia que estuda as funções básicas da moeda e 
seus desdobramentos, caracterizando-se, imprescindivelmente, como uma intermediária para 
trocas – no nosso caso, a compra, venda e locação de imóveis.
Seu conceito tradicional contempla a análise do comportamento da moeda em seu ambien-
te natural – o mercado financeiro – nos casos de oferta (abundância) ou demanda (carência). 
Dessa forma, a teoria monetária visa a compreender a razão da falta ou excesso de moeda em 
mercados específicos.
A moeda (ou dinheiro em espécie) é a forma de riqueza que possui maior liquidez em relação 
aos outros tipos de ativo.
Ou escaneie o código
Ou escaneie o código
Ou escaneie o código
ECONOMIA
E MERCADO
T
T
I
écnico em
ransações
mobiliárias
63
LIQUIDEZ: característica 
essencial dos ativos que 
mais facilmente são con-
vertidos em um meio de 
troca da economia ou em 
espécie, conhecido como 
“dinheiro vivo”.
Exemplo: possuo R$ 200.000,00 de saldo positivo em 
uma conta corrente no “Banco X”; meu irmão possui 
um apartamento no litoral de São Paulo, avaliado em 
R$ 200.000,00. Note que eu tenho um recurso que 
posso utilizá-lo imediatamente. Já meu irmão, para ter 
o valor disponível, terá que angariar potenciais com-
pradores do apartamento, negociar, fechar a venda e 
receber – algo que pode demorar meses ou até anos.
Cabe ressaltar que é quase impossível realizar alguma transação comercial sem a intermedia-
ção de valores monetários, quaisquer que sejam suas formas – espécie, cheque, duplicatas etc. 
Assim, devemos detalhar a função do dinheiro na Economia, destacando-se duas distintas frentes:
 ` Dinheiro como instrumento intermediário de trocas
 Esta é a função essencial do dinheiro desde as etapas primitivas da sociedade, pois a compra 
e a venda de produtos e serviços acontecem por intermediação da moeda. Exemplificando: um 
apartamento custa uma quantidade de dinheiro e não de laranjas ou sapatos – apartamentos são 
comprados com moedas e vendidos em troca de moeda.
Interessante analisar que essa função do dinheiro elimina os inconvenientes da “dupla coin-
cidência de desejos”, ou seja, transações que acontecem apenas quando uma pessoa deseja o 
produto da outra e vice-versa.
 ` Dinheiro como medida de valor
 Os bens, produtos e serviços, ao serem trocados ou comercializados, passam a possuir um 
determinado valor estipulado pelo mercado. A partir disso, podem-se estipular dois valores de 
uma mercadoria: o valor de uso e o valor de troca. O primeiro refere-se a itens para uso próprio, 
com intenção de satisfazer as próprias necessidades. Como exemplo, podemos citar quando 
vamos a uma lanchonete e adquirimos o prato do dia e um suco e os consumimos de imediato 
para saciar nossa fome.
Já o

Outros materiais