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ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias T T I T T I écnico em ransações mobiliárias Informamos que é de inteira responsabilidade do(s) autor(es) a emissão dos conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização do IBRESP. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei 9.610/98 e punido de acordo com o Art. 184 do Código Penal. Direitos AutoraisExpediente INSTITUTO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ECONOMIA E MERCADO AUTOR Gilson Rede DIRETOR PRESIDENTE Arnaldo Manoel Alves DIRETORA DE OPERAÇÕES Jaqueline Araújo DIRETORA ESCOLAR Maria Tereza N. Abdal S. Cunha SECRETÁRIA ESCOLAR Lisamar Delazeri Castro COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO Ariane Francine Serafim REVISÃO Maria Tereza N. Abdal S. Cunha Ariane Francine Serafim Valéria Serafim Davi Bagnatori Tavares PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO João Carlos Rossi Fonseca Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sueli Costa CRB-8/5213 Rede, Gilson Economia e mercado [livro eletrônico] / Gilson Rede. – São Paulo: IBRESP, 2020. 118 p. Formato: PDF ISBN: 978-65-88399-02-6 1. Economia 2. Mercado I. Título CDD-330.3 Índices para catálogo sistemático: 1. Economia : Mercado 300.3 3 4 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 5 Sumário ` AULA 1. ECONOMIA – CONCEITOS INICIAIS, PÁG. 11 ` AULA 2. FATORES DE PRODUÇÃO, PÁG. 29 ` AULA 3. SISTEMAS ECONÔMICOS, PÁG. 43 ` AULA 4. MERCADO FINANCEIRO, PÁG. 53 ` AULA 5. ESTRUTURAS DE MERCADO, PÁG. 69 ` AULA 6. MERCADO DE TRABALHO E DEMANDA POR EMPREGO, PÁG. 81 ` AULA 7. INDICADORES ECONÔMICOS, PÁG. 91 ` AULA 8. POLÍTICAS MACROECONÔMICAS FISCAL, MONETÁRIA E DE CÂMBIO, PÁG. 103 ` GLOSSÁRIO, PÁG. 114 ` REFERÊNCIAS, PÁG. 115 ` GABARITO, PÁG. 116 6 Gilson Rede Professor Mestre em Gestão e Desenvolvimento da Edu- cação Profissional pelo Centro Paula Souza, é Es- pecialista em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas e em Gestão de Negócios pelo IPEP, e Graduado em Administração de Empresas com habilitação em Comércio Exterior pela UNIP. Atuou por 25 anos no Banco Bradesco S/A, no Departamento de Empréstimos e Financiamentos, trabalhando com análise e criação de produtos de crédito, precificação e estudos voltados às taxas de juros praticadas pelo mercado. Em 2005 ingressou no Centro Paula Souza como professor de ensino técnico - cursos de Administração, Contabilidade e Finanças. Desde 2015 é Coordenador de Projetos na mesma instituição, responsável pelo eixo de Gestão e Negócios. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 7 Apresentação Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) aos estudos sobre o tema Economia e Mercado, do curso Técnico em Transações Imobiliárias. Sou o professor Gilson Rede e neste componente curricular você terá contato com os diversos assuntos da área econômica, de forma prática e adequada ao desempenho das funções do(a) Corretor(a) de Imóveis, de modo que seus objetivos de comercialização e locação possam ser alcançados. Geralmente, o assunto “Economia” pode causar uma certa apreensão, já que con- templa diversas análises. Porém, desperta muito a curiosidade das pessoas – inclusive compradores e vendedores de imóveis –, portanto, cabe-nos analisar seus detalhes e explorar os caminhos que facilitarão o exercício profissional do técnico em transações imobiliárias. Neste componente curricular serão abordados não apenas os termos técnicos da Economia, mas também sua aplicabilidade, proporcionando familiarização com os ter- mos mais utilizados sobre o assunto, contemplando exemplos voltados ao segmento imobiliário, repletos de análises micro e macroeconômicas, de modo que, ao final dos estudos, será possível tratar do tema de forma ampla e funcional. Bons estudos e vamos ao aprendizado! 8 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 9 Objetivo de aprendizagem Proporcionar instrumentais para que o profissional do segmento imobiliário possa desen- volver-se e atuar de forma plena, com base em análises econômicas voltadas a comer- cialização e locação de imóveis residenciais e/ou comerciais, além de terrenos e outros serviços/produtos, por intermédio da formação técnica e que estimule o protagonismo quando do seu desempenho no mercado de trabalho. 10 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 11 Economia – conceitos iniciais Caro(a) aluno(a), Esta primeira aula de Economia e Mercado vai proporcionar a familiarização com os termos mais utilizados sobre o assunto, de modo a contemplar a maior diversidade possível de exemplos para que você possa compreender o ambiente econômico. Além disso, faremos a diferenciação entre as duas esferas da ciência econômica: a Microe- conomia e a Macroeconomia, de modo que, ao final desta aula, será possível analisar o tema de modo amplo. O objetivo desta aula é fazer com que você compreenda as relações econômicas, assim como a forma que elas interferem em nossa vida e nas transações imobiliárias. Para desenvolvimento desta aula, veremos: ` Introdução à Economia; ` Oferta e demanda por produtos, com abordagem principal aos serviços imobiliários; ` Dados setoriais sobre mercado de trabalho. Vamos ao trabalho! Aula 1 Economia – conceitos iniciais 12 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 13 Você já deve ter ouvido falar de Economia. Na sua infância, quando seu pai, mãe, avô, ou outro familiar lhe dava um valor como mesada, geralmente vinham também alguns conselhos como: “faça economia com esse valor, hein?!”, ou “economize, pois você precisa pensar no amanhã”. Embora o termo Economia pareça algo extremamente técnico, ele faz parte da nossa vida desde cedo. Como seres sociais, durante toda a nossa existência nos relacionamos com outras pessoas. Agora, imaginemos o círculo social de um corretor de imóveis: � Com quais indivíduos e/ou empresas ele se relaciona? � Em que termos isso acontece? � É possível atuar de forma isolada e constituir uma carreira promissora? Perceba que todos os profissionais precisam saber se relacionar com os demais agentes eco- nômicos, ou seja, aqueles que de uma forma ou outra exercem seus papéis na sociedade, tais como compradores, vendedores, empresas, governo, entre outros. Isso ocorre em um ambiente denominado mercado, cuja interferência da economia é relevante e contínua. TOME NOTA: para o corretor de imóveis, compreender os termos fundamentais da Economia é primordial, pois sua atuação requer conhecimento nessa área. Se a Economia causa certa apreensão por envolver números, informações por vezes complexas ou outros atributos intimidadores, fique tranquilo! Vamos desmistificar isso fazendo com que sua formação como técnico em transações imobiliárias seja plena e repleta dos conhecimentos fundamentais dessa ciência. Aula 1 Economia – conceitos iniciais 14 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 15 Introdução à Economia Por definição, Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. O termo Economia tem origem na palavra grega oikosnomos, em que oikos remete a casa e nomos à lei, significando “a administração de uma casa, do estado ou de uma coisa pública”. Sua definição já se refere à existência de uma “casa” a ser administrada, ou seja, uma organização dentro de um ambiente. Resumindo, pode-se entender a Economia como a ciência que estuda a troca de bens e serviços, fabricados e prestados em um ambiente denomi- nado mercado, por capital. Segundo Pires: Podemos definir ainda Economia como a ciência responsável por estudar a forma pela qual os indivíduos e/ou as sociedades determinam ou escolhem como serão utilizados os recursos produtivos escassos naprodução das diversas categorias de bens e serviços, colocados à disposição dos vários indivíduos e grupos da sociedade, com o intuito de satisfazer suas infinitas necessidades (PIRES, 2005). Diante dessa definição, surge o problema central da Economia: a escassez. Se levarmos ao pé da letra, podemos compreender esse fenômeno como a “falta de alguma coisa”. Para a economia, é necessário contextualizarmos isso e, para tanto, vamos a um exemplo básico: Nos anos de 2015 e 2016, o feijão, em certo momento, passou a ser comercializado por um preço muito mais alto do que estávamos acostumados a pagar. Quando produtos alimentícios têm sua produção comprometida, por conta de condições climáticas ou simplesmente por es- tratégias do agricultor, seus preços tendem a aumentar nos supermercados e sacolões, pois estes se tornaram escassos – se a quantidade produzida é menor que a necessidade dos consumidores, seus preços naturalmente sobem. Um conceito de suma importância para iniciarmos a compreensão da Economia é o que abrange os bens econômicos, ou seja, aqueles bens que possuem determinado valor para co- mercialização e são relativamente escassos e oriundos de processos de fabricação ou de algum esforço humano. Podem ser duráveis, quando têm a sua vida útil prolongada, ou não duráveis, como os alimentos, que consumimos diariamente. Como o foco de atuação do técnico em transações imobiliárias é a compra e venda de bens imóveis, que podemos considerar aqui como duráveis, é interessante que saibamos algumas Aula 1 Economia – conceitos iniciais 16 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 17 diferenças elementares entre eles; se analisarmos a vida útil de um apartamento, ou seja, por quanto tempo será possível habitá-lo, certamente concluiremos que ele durará muitas décadas. Isso já não acontece com uma bicicleta ou um fogão, pois de tempos em tempos é necessário substituí-los por conta da sua depreciação pelo uso. Cabe ressaltar que os bens imóveis passam por depreciação, dadas suas características comerciais, como valor alto, venda complexa e nú- mero de compradores limitado. Retomando o problema econômico central, vamos voltar ao início do século XXI. Nos anos 2000 os bancos brasileiros resolveram facilitar a tomada de crédito para aquisição de moradia própria; resolveram questões legais, burocráticas, e investiram em esforços comerciais para que os clientes pudessem financiar seus imóveis. Do ponto de vista da escassez, as instituições finan- ceiras resolveram essa falta de dinheiro disponível com a oferta de crédito propiciando ambiente de negócios na compra de moradia, aquecendo o setor. Com base nesses preceitos, basta lembrar que todos nós comemos, bebemos, vestimos, pedalamos, moramos, usufruímos de algo nesse mundo. Dessa forma, como vivemos em um sistema capitalista, no qual o que move essa relação de consumo é o capital, isso tudo precisa ser comercializado em algum momento – é aí que a ciência econômica atua, analisando as formas como são feitas essas trocas. Microeconomia Bem, entendida a definição de Economia, vamos dividi-la: de um lado, uma parte que trata de um ambiente menor, chamado Microeconomia; de outro, uma análise sobre o ambiente mais amplo, chamado Macroeconomia. Também conhecida como teoria dos preços, a microeconomia estuda o comportamento de cada núcleo do sistema por meio de preços e quantidades ofertadas. Para exemplificar, pode-se citar a análise do funcionamento de uma empresa do segmento de imóveis (uma imobiliária, por exemplo, com suas atividades de compra, venda e locação de imóveis), comparativamente a outras do mesmo setor. Tecnicamente, a microeconomia é o ramo da Economia voltado ao estudo do comportamento das unidades de consumo (indivíduos e famílias), ao estudo das empresas, da produção e dos preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos. Nessa análise, pode-se considerar que a microeconomia está diretamente ligada ao dia a dia, e seus fundamentos se relacionam com nossos hábitos de consumo, compra, venda, poupança, entre outros. Imagine a padaria do Sr. Alfredo que fica aí pertinho da sua casa. Você não vê inúmeras com- pras diárias de pão, leite, frios, biscoitos e outros produtos? Quando analisamos tão somente o comportamento específico dessa padaria com sua clientela e suas interações com seus concor- Aula 1 Economia – conceitos iniciais 18 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 19 rentes, por exemplo, estamos falando de microeconomia, que por vezes também é chamada de Teoria dos Preços, pois lida apenas com esses aspectos. As análises microeconômicas que o Sr. Alfredo faz abrangem pontos com foco limitado. Alguns exemplos: � Minha freguesia compra mais pães doces ou salgados? � Não estou espantando clientes com meus preços? Se estiver, como vou capturar novos fregueses? � Será que meu preço está bom em relação ao dos concorrentes? Note que as análises feitas pelo Sr. Alfredo focam naquilo que ele pode mudar, decidir, trans- formar. Isso permite que ele volte suas atenções a estratégias de como atingir um equilíbrio entre preço e quantidade negociada, evento conhecido como análise de oferta e demanda. Pensemos agora no segmento de imóveis. Supondo que você é dono de uma imobiliária e atua fortemente na venda de imóveis de alto padrão, para quais pontos microeconômicos deverá atentar? Alguns exemplos: � A imobiliária vizinha, a 500 metros, vende imóveis de alto padrão como a minha empresa? � Meus clientes estão satisfeitos com meus preços? É possível aumentar minha carteira? � Há a possibilidade de expansão dos meus serviços ofertados, como análise de documentações para aquisição e financiamento? Note que tanto a padaria do Sr. Alfredo como a sua imobiliária têm preocupações parecidas, voltadas àquilo que diz respeito diretamente ao seu empreendimento e ao seu mercado de atu- ação, do ponto de vista de negócios, região, tipos de cliente, entre outras características. Diante do exposto, é possível concluir que a microeconomia estuda comportamentos de consumo de pessoas, famílias e empresas de modo micro, contemplando a produção de bens e prestação de serviços correlatos, além da formação dos preços relacionados a um mesmo segmento. Aula 1 Economia – conceitos iniciais 20 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 21 Macroeconomia Já a macroeconomia examina a economia como um todo, incluindo as medições do Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de desemprego, inflação dos preços, políticas monetária e fiscal, entre outros aspectos. Cabe ressaltar que, mais à frente, abordaremos cada um desses aspectos com maior detalhamento, mas por enquanto já é possível fazer algumas análises preliminares, pois a esfera macroeconômica também faz parte do dia a dia de todos. Mas não se assuste. Veja o quadro a seguir: Crescimento do PIB em 2018 em relação a 2017 1,1% Taxa de Juros Selic em 2019 6,50% a.a. Dólar fechado em 31/05/2019 R$ 3,965 Aumento do preço dos pedágios em 2018 2,85% Índice de desemprego em março/2019 12,70% Tomando por exemplo a mesma padaria do Sr. Alfredo, a análise macroeconômica abordará os seguintes aspectos: � O baixo crescimento econômico do nosso país medido pelo PIB vai implicar menos concorrentes da minha padaria? � A alta nas taxas de juros vai dificultar a tomada de empréstimos para ampliar meu estabelecimento comercial? � A alta do dólar vai influenciar o preço do trigo que é cotado e comercializado em todo o mundo? � A alta do preço do trigo vai diminuir minha venda de pão? � O aumento do frete devido aos altos valores de pedágios praticados no país vai encarecer o preço dos insumos da minha padaria? � A alta do desemprego vai influenciar na minha venda de bolos e salgados? Ao analisarmos os detalhes das informações macroeconômicas, fica mais fácil compreender seus conceitos e ver que os exemplos associados a essa ciência estão bem próximos a nós. Alémda padaria do Sr. Alfredo, todos podem ser afetados por essa condição macroeconômica. Aula 1 Economia – conceitos iniciais 22 Analisemos agora o cenário de uma imobiliária cuja atividade principal é a intermediação em negócios de locação de imóveis de médio padrão, com valores entre R$ 1.200,00 e R$ 1.800,00 ao mês. A análise macroeconômica contemplará alguns fatores: � O baixo crescimento econômico do nosso país medido pelo PIB indica que os negócios, inclusive imobiliários, estão estagnados? Um crescimento do PIB abaixo das expectativas pode indicar que os negócios, no geral, estão paralisados ou em declínio, gerando desconfiança nos possíveis locatários, o que pode levá-los a esperar por um momento melhor para alugar imóveis – por ora, continuarão morando com os pais, em imóveis menores, ou ainda “de favor” com parentes. � A alta nas taxas de juros vai dificultar a tomada de crédito? Pela regra da demanda e oferta (que detalharemos mais à frente), preços mais altos fazem com que os consumidores comprem menos. Nesse caso, taxas de juros mais altas atraem menos clientes para tomar crédito nos bancos, ocasionando assim um efeito em cadeia: com menos dinheiro no bolso, menos clientes procurarão por produtos e serviços, o que poderá implicar menos negócios de locação. � A alta do dólar vai seduzir investidores a comprar dólar e permanecer investindo em moeda estrangeira? Imagine se alguns proprietários que compõem suas rendas com a locação de seus imóveis concluírem que vale mais a pena vendê-los e aplicar o valor no mercado financeiro, especifica- mente na compra de moeda estrangeira. A quantidade de apartamentos e casas à venda poderá aumentar ao passo que a de aluguel apresentará retração, interferindo em seus negócios. � A alta do desemprego vai influenciar na minha atividade como corretor que aluga imóveis residenciais? O crescimento da taxa de desemprego indica que menos pessoas estão recebendo remu- neração contínua e, nessas situações, podem se sentir menos atraídas a alugar um imóvel, pois não terão recursos para pagar seu compromisso mensal, partindo para alternativas como morar com parentes, construir um puxadinho, ou deixar de alugar um imóvel maior. Pois é... basta atentar ao nosso cotidiano para perceber que a Economia faz parte das nossas vidas, sejamos empresários, comerciantes, consumidores, estudantes etc. Por isso, fique atento àquilo que te cerca principalmente no mercado imobiliário e seja craque em Economia, aplicando sua teoria da forma mais prática e fácil possível! ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 23 Saiba mais Para mais informações sobre o assunto, recomenda-se acessar sites dos principais veículos que abordam a Economia: Banco Central do Brasil – site da autoridade do Sistema Financeiro Nacional que traz informações atuais e séries históricas sobre as variáveis financeiras e econômicas. ` http://www.bcb.gov.br Banco Bradesco S/A – banco com forte atuação no mercado imobiliário, cujo site disponibiliza informações sobre o cenário setorial, de crédito, entre outras. ` http://www.economiaemdia.com.br Portal Exame – periódico reconhecido por abordar questões relevantes sobre política, negócios e economia. ` https://exame.abril.com.br Ou escaneie o código Aula 1 Economia – conceitos iniciais 24 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 25 Questão para reflexão As altas consecutivas do dólar já vistas em épocas recentes influenciaram nos preços dos imóveis? Imagine uma construtora que importa diversos insumos para construir seus empreendimentos imobiliários, como cimento, vigas de ferro, esquadrias de alumínio para janelas, entre outros, e negocia preços com o mercado internacional em moeda estrangeira. Tenha a certeza de que, com a alta do dólar, ela pagará um valor maior em Reais por conta da desvalorização da nossa moeda em relação à estrangeira e, certamente, repassará isso ao preço final dos apartamentos. Síntese da aula ` Familiarização com os termos mais utilizados em Economia; ` Diferenciação entre Microeconomia e Macroeconomia; ` Introdução aos preceitos da oferta e demanda, com foco em produtos e serviços imobiliários; ` Atuação do corretor de imóveis diante do cenário econômico. Aula 1 Economia – conceitos iniciais 26 Exercícios Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula? Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria. 1. Assinale a alternativa que contempla a definição de Economia: A. ( ) É a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços em um ambiente denominado mercado. B. ( ) Consiste na análise dos fatores externos que impactam no bolso do consumidor quando da demanda por bens e serviços. C. ( ) Consiste na análise dos fatores internos que influenciam no consumo das famílias. D. ( ) É a ciência que analisa a produção de bens em indústrias brasileiras e estrangeiras e o impacto na pauta de exportações. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 27 2. A Economia, por sua abrangência, merece atenção no segmento: A. ( ) Financeiro, pois o dinheiro concentrado principalmente em bancos comerciais e de investimento é a mola propulsora da economia. B. ( ) Produtivo, já que a produção em maior ou menor volume influencia a economia, gerando superávits ou déficits. C. ( ) De serviços, pois grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é formada por esse setor. D. ( ) Todos os segmentos existentes, pois é uma ciência ampla que contempla todo o ambiente em que há transações de compra e venda. 3. Quando os bancos comerciais de todo o país aumentam suas taxas de juros, o consumidor: A. ( ) Fica propenso a tomar crédito, pois alta dos juros significa melhora no ambiente econômico. B. ( ) Tende a tomar menos crédito (empréstimos e financiamentos), pois os preços dessas operações ficam mais altos. C. ( ) Pratica investimentos em títulos públicos, mesmo possuindo dívidas renegociadas com instituições financeiras. D. ( ) Aumento na taxa de juros não interfere no consumo, pois o cidadão, no geral, compra produtos/serviços sem a necessidade de crédito. 4. Esses mesmos bancos, nos anos 2000, facilitaram a tomada de crédito para compra de moradia própria. Com isso, o segmento imobiliário: A. ( ) Apresentou retração, pois as aquisições de imóveis são feitas à vista. B. ( ) Permaneceu o mesmo, pois o crédito não influencia a compra de bens imóveis. C. ( ) Apresentou melhora nos negócios, pois mais dinheiro no mercado possibilitou mais negociações. D. ( ) Afundou em uma crise sem precedentes, pois a economia é muito sensível às ações dos bancos. 5. Com relação à alta do dólar, podemos afirmar que: A. ( ) Nada interfere no segmento imobiliário. B. ( ) Interfere no segmento imobiliário. C. ( ) Interfere apenas em empresas exportadoras. D. ( ) Interfere apenas em empresas importadoras. G ab ar it o e r es p o st as n a p ág in a 11 6 Aula 1 Economia – conceitos iniciais 28 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 29 Fatores de Produção Caro(a) aluno(a), Nesta aula sobre Fatores de Produção, estudaremos situações em que os indivíduos, sendo eles pessoas físicas ou jurídicas, que detêm esses fatores são os personagens que movimentam investimentos e geram riquezas. Pensando nisso, são pessoas que abrem empresas, constroem empreendimentos imobiliários, ofertam crédito, entre outras inúmeras atividades. O objetivo desta aula é compreendermos os fatores de produção do ponto de vista da ativi- dade imobiliária e de serviços, para que, fundamentalmente, os conhecimentos sobre economia sejam absorvidos na prática. Para desenvolvimento desta aula, veremos: ` Definição de fatores de produção; ` Detalhamento dos fatores terra, trabalho e capital e de suas interações no ambiente econômico. Em algum momento você já deveter assistido a algum noticiário ou lido reportagens sobre a força brasileira no agronegócio, resultado da produção para consumo interno e exportação de soja, milho, feijão, entre outros grãos, além de produtos como algodão e café. Outros países, como os situados no Oriente Médio, são produtores de petróleo e derivados, concentrando na região boa parte das áreas exploradas para sua obtenção. Os Estados Unidos têm forte partici- pação na produção de laranja e seus derivados, como suco. Para que haja essa atividade produtiva, é necessário empregar os diversos recursos necessários para tal, como mão de obra, operação de máquinas e equipamentos, terrenos para construção de imóveis ou plantio, entre outros. TOME NOTA: o corretor de imóveis precisa compreender a importância dos fatores produtivos, pois isto interferirá na sua atividade profissional. Qual o nível de utilização da capacidade instalada das empresas? Há consumidores para os produtos ofertados? Em caso de excesso de produtos/serviços, como a oferta se dará? Não é possível ter respostas prontas para isso, mas é preciso analisar o ambiente em que vivemos para termos mais informações em mãos quando da tomada de decisões. Se considerarmos o segmento imobiliário, é preciso ter ciência de como os recursos (terre- nos, capital, matérias-primas) estão sendo direcionados a essa atividade. Também é necessário analisar a oferta de imóveis, tanto para venda quanto para locação, pois isso indica como o setor está atuando e os rumos que irá tomar nos anos seguintes. Analisar os fatores de produção é sua tarefa agora. Vamos lá?! Aula 2 Fatores de Produção 30 Fatores de Produção Para podermos compreender a importância dos fatores de produção, vamos analisar a pas- sagem a seguir: Para a produção dos bens e serviços, a sociedade utiliza os fatores produtivos disponíveis, que serão transformados pelas unidades produtivas (empresas ou pessoas). Esses fatores produtivos (inputs) são todos os bens (tangíveis ou intangíveis) utilizados, mediante a combinação de diferentes tecnologias, na produção de outros bens que serão colocados no mercado (outputs) (DIAS, 2015, p. 19). Note que surgem dois conceitos importantes quando analisamos os fatores de produção: input, que podemos chamar de “entradas”, e outputs, ou “saídas”. Analisemos a representação gráfica a seguir: Input Output Como abordado no início da aula, para que se possa produzir alguma coisa, devem ser em- pregados esforços, recursos naturais, pessoas, tecnologia, capital, entre outros insumos. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 31 Como há escassez de recursos, essa produção naturalmente é limitada para atender às ne- cessidades dos indivíduos, que por sua vez são ilimitadas. Vamos refletir sobre a construção de um prédio com 20 salas comerciais. Quais os inputs necessários para construir esse empreendimento? Alguns exemplos: � Cimento/concreto; � Alicerces; � Esquadrias; � Programas de computador para projetos arquitetônicos; � Portas, batentes, maçanetas. Uma vez empregados esses fatores de produção, após um processamento teremos o output, que, nesse caso, é o próprio empreendimento imobiliário. Fica evidente que a economia depende das decisões de produção e alocação dos recursos – seu uso descontrolado ou impróprio acarreta desequilíbrio do sistema, causando problemas dos mais diversos tipos, como desemprego, alta de moeda, supervalorização de determinados produtos, entre outros. Para nos aprofundarmos nas características desses fatores de produção, vamos detalhar os três mais usuais no setor imobiliário: terra, trabalho e capital. Aula 2 Fatores de Produção 32 Fator terra Primeiramente, vamos a uma pergunta: qual a atividade-fim de um corretor de imóveis? IMPORTANTE: Você sabe qual a atividade-fim do corretor de imóveis? Segundo o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT), o corretor de imóveis organiza ações de compra, venda e locação de imóveis, encaminha as documentações referentes a avaliações e registros de transações imo- biliárias, apresenta os imóveis aos clientes potenciais e identifica e aplica parâmetros de uso e ocupação para imóveis, entre outras funções. Logo, sua atividade-fim é exercer consultoria a vendedores e compradores de imóveis. É possível concluir que o corretor de imóveis é um intermediador na aquisição de produtos do segmento habitacional, ou seja, compra, venda ou locação de casas, salas comerciais, terrenos etc. Ao olhar para essa atividade, nota-se que o fator de produção terra é importantíssimo, uma vez que ele é necessário para que imóveis sejam concebidos para futura comercialização/locação. Este fator abrange todos os recursos naturais, como solo, águas, clima, fauna e flora. É notório que essas reservas compõem praticamente todas as atividades de transformação, e a sociedade está buscando otimizar a utilização desses recursos, basta atentarmos às reportagens sobre a escassez de água, derretimento de geleiras, poluição atmosférica, entre outras. Isso interfere na economia global, pois é fator de sobrevivência da humanidade. O Brasil, em especial, possui vasta extensão territorial, litoral exuberante e clima temperado em boa parte do país. Estas são condições para exploração de vários segmentos da economia, como indústrias, turismo, atividades marinhas, agronegócio etc., permitindo-nos avançar eco- nomicamente em inúmeras direções. Podemos tomar como exemplo a atuação das construtoras, que adquirem no mercado grandes terrenos e constroem empreendimentos imobiliários para habitação. Esse mesmo terreno poderia ser comprado por alguma empresa para nele implantar uma fábrica de borrachas, por exemplo. O fator terra, neste caso, é fundamental para que se instalem elementos necessários à economia, quer seja pela redução do déficit habitacional, quer seja para geração de empregos na indústria. TOME NOTA: déficit habitacional é a medida que expressa o número de pessoas sem moradia adequada. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 33 Especificamente nesse caso optou-se pela construção de moradias, renunciando à instalação de uma indústria, e nesse momento cabe uma pergunta instigadora: quem está com a razão? O que é certo fazer: instalar fábricas ou construir casas? De antemão, já lhe respondo: não existe resposta certa ou errada. Quando se opta por uma alternativa em detrimento de outra, “paga-se” um preço e a isso atribuímos o nome de custo de oportunidade. Por definição, o custo de oportunidade é aquilo que conseguimos de alguma forma mensurar e que é renunciado quando fazemos uma escolha em detrimento de outra. Do ponto de vista econômico, o custo de oportunidade tem relação direta com escolha e escassez. Segundo Mankiw: [...] a tomada de decisões exige comparar os custos e os benefícios de possibilidades alternativas de ação. Em muitos casos, contudo, o custo de uma ação não é tão claro quanto pode parecer à primeira vista. Vamos considerar, por exemplo, a decisão de ir à faculdade. Os benefícios principais são o enriquecimento intelectual e uma vida com melhores oportunidades de emprego. Mas qual é o custo? Para responder a essa pergunta, você talvez se sinta tentado a somar os gastos que tem com anuidades, livros, moradia e alimentação. Entretanto, esse total não representa aquilo que você sacrifica para passar um ano na faculdade (2018, p. 4). Vamos a outro exemplo: João possui um imóvel em que reside com a família do qual não pretende se mudar tão cedo. Também é dono de um imóvel de 30 m2 localizado na região central de São Paulo adquirido para investimento, cujo aluguel está sendo utilizado para complementar sua renda. IMPORTANTE: O valor do aluguel de um imóvel de 30m2 no centro de São Paulo está em torno de R$ 1.500,00. O valor desse imóvel para venda está em torno de R$ 230.000,00. O banco “X” oferece investimentos que rendem 0,7% ao mês para valores acima de R$ 200.000,00. É hora de fazermos algumascontas simples. Com o aluguel, João terá rendimentos de R$ 1.500,00 mensais. Note que existe o risco de inadimplência por parte do locatário, demora em con- seguir inquilino, comissão à imobiliária caso João opte por esse modelo de negócio, entre outros. Aula 2 Fatores de Produção 34 Caso João opte por vender o apartamento e investir a quantia oriunda da comercialização no banco “X”, esses R$ 230.000,00 (valor de mercado do imóvel) renderão R$ 1.610,00 de juros – valor maior que os R$ 1.500,00 conquistados com o aluguel. Em teoria, o investimento bancário é mais interessante, mas há de se analisar outro cenário: e se a valorização dos imóveis na região central de São Paulo corresponder a 10% ao ano? Ao final desse período, a casa terá um valor de mercado de R$ 253.000,00. Em resumo, haverá valorização do capital investido, algo que no investimento bancário não acontece, pois os R$ 230.000,00 permanecerão inalterados, uma vez que João retirará os juros mensalmente. Por fim, a pergunta que fica: qual a possibilidade oferece mais vantagens: alugar o imóvel ou vendê-lo e investir o dinheiro no banco? E a resposta é: depende! Note que existem vários fatores de risco e peculiaridades que fazem com que, para alguns, a preferência seja alugar (como muitas pessoas fazem) e, para outros, opta-se pela venda e investimento em papéis de uma instituição financeira confiável, pois não querem correr riscos com uma possível inadimplência dos inquilinos. Não necessariamente o custo de oportunidade é algo negativo; ele simplesmente visa medir o que se deixou de usufruir ao renunciar aquela escolha. Posto isso, ao analisar o primeiro fator de produção, fica evidente que a economia é resultado de uma série de tomadas de decisões – algumas mais adequadas, outras nem tanto. Para enriquecer a discussão, vamos analisar outro fator produtivo, igualmente importante para compreensão da economia. As empresas do segmento imobiliário também se deparam cotidianamente com decisões sobre como investir seu dinheiro. Exemplo real: uma grande construtora oriunda da cidade de Goiânia-GO muito provavelmente optou por caminhos errados para conduzir suas atividades e os resultados não foram os melhores: A história da Encol começa em Goiânia, em 1961, como uma pequena fábrica de tacos, até sua falência em 1999, com mais de 700 obras paradas em 66 grandes cidades do país, e rombo superior a dois bilhões de reais na época. Os problemas permearam o Judiciário envolvendo o maior rombo da história imobiliária do país. Ultrapassando a parte histórica e doutrinária, sabe-se que se organizaram associa- ções e condomínios, para retomada e conclusão dos prédios abandonados. Foram canceladas muitas hipotecas não pagas pela empresa, apesar de os compradores pagarem todo o preço contratado. As perdas foram generalizadas. [...] (CORDEIRO FILHO, 2013, p. 92). Note que analisamos até agora apenas o fator terra, e já estamos diante de várias indagações sobre como utilizar da melhor maneira os recursos disponíveis. Vamos, agora, verificar as pecu- liaridades de um outro fator de produção, igualmente importante na análise econômica. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 35 Fator trabalho Pensando que possuímos terra para produzir, é necessário alocar o fator produtivo trabalho nessa atividade – nisso se incluem todas as atividades profissionais, desde operários até presi- dentes de empresa, passando por professores, coletores, enfermeiros, pedreiros, entre outros. O maior desafio econômico é harmonizar os fatores de produção. Quando abordamos o custo de oportunidade, já estamos diante de decisões que abrirão mão de determinado benefi- ciamento – a economia é moldada por todas essas decisões. Exemplos bem-sucedidos de países como Japão pós-guerra se baseiam em decisões dessa natureza. O que a nação oriental decidiu por fazer após ser destruída pelos combates? Investiu em infraestrutura, contando inclusive com ajuda norte-americana, para se reerguer economica- mente e se tornar uma potência econômica. Exemplo mais recente e muito criticado por organismos do mundo todo, a China emprega boa parte da sua população em atividades consideradas por muitos como mão de obra escrava. Independentemente dessa análise, o país optou por trazer a população rural para as cidades, oferecendo-lhes atividades operacionais de manufatura, tornando o país grande exportador de produtos, além de empregar boa parte do seu povo, embora com salários baixos. Aula 2 Fatores de Produção 36 Se analisarmos a escassez de oportunidades de trabalho, podemos concluir que ela é necessária, pois consiste em um mecanismo de negociação de salário versus oferta de mão de obra, gerando condições de produção de bens e serviços visando ao atendimento do mercado consumidor. Quando se fala do fator produtivo trabalho, é preciso analisar o contingente que forma essa esfera. Imaginemos a população brasileira, com mais de 211 milhões de habitantes (abrangendo idosos, jovens, adultos e crianças). Para que a economia brasileira funcione, é necessário haver trabalho para que as pessoas recebam seus salários e possam consumir – comida, diversão, arte, aluguel, viagens, entre outras inúmeras alternativas. Agora, vamos analisar pormenorizadamente esses mais de 211 milhões de pessoas; as crianças de cinco anos de idade podem trabalhar? Idosos que passaram dos 80 anos, salvo algumas ex- ceções, estão trabalhando? Doentes crônicos afastados do trabalho por sofrerem de patologias severas estão em condições de produzir nas fábricas? Partindo das respostas preliminares a essas perguntas, elaborou-se um conceito que traduz a força de trabalho possível de uma nação: a sua população economicamente ativa. IMPORTANTE: a população economicamente ativa é composta dos indivíduos aptos a trabalhar, estando ou não ocupados em funções que geram renda e mobilizam a economia de uma nação. Em épocas de crise, como o Brasil vem vivendo desde meados da década de 2010, é interes- sante analisarmos outra população, chamada de economicamente inativa, formada por pessoas que, por qualquer motivo, não estão exercendo suas atividades laborais – isso será feito com detalhes mais à frente. Fator capital Este fator tem como princípio a quantificação, via moeda ou outro tipo de instrumento de valor, de recursos acumulados a serem utilizados. Como exemplo clássico, o dinheiro consiste no mais conhecido capital econômico. Para acumulação desse capital, faz-se uso de algumas práticas, como investimentos e aquisições, além de poupança e outras formas de guardar dinheiro. Podemos falar, também, de componentes que possuem valor monetário, como máquinas e equipamentos utilizados na fabricação de determinados produtos ou na prestação de serviços. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 37 A definição técnica deste fator produtivo também permeia a abrangência da economia no que tange à escassez. [...] compreende o conjunto de riquezas acumuladas pela sociedade para fins produ- tivos. É com o emprego dessas categorias de riquezas que a população ativa se torna equipada para o exercício das atividades de produção. Esse conjunto de riquezas que dá suporte às operações produtivas existentes em todas as sociedades econo- micamente organizadas, independentemente de seu estágio de desenvolvimento econômico (ROSSETTI, 2016, p. 99). De acordo com a definição do autor, o capital é o instrumento que viabiliza a execução do trabalho nos ambientes econômicos, consistindo em importante item quando da atividade eco- nômica de um país ou região. Suponhamos que a empresa multinacional “x” esteja propensa a realizar investimentos no país por intermédio da ampliação de sua operação de fabricação de cimento, usado em larga escala na construção de imóveis. Note que esses investimentos, feitos por conta da acumulação ou obtenção de capital de terceiros, é que viabilizarão a investida citada, proporcionandoum número maior de empregos. Relatada a importância da análise dos fatores produtivos, no próximo tema abordaremos os sistemas econômicos, com as características elementares de cada ambiente, para que seja possível diferenciá-los entre si e expor as possibilidades no exercício da profissão de corretor de imóveis. Vamos pensar um pouco mais sobre os fatores de produção na questão reflexiva e na síntese da aula. Aula 2 Fatores de Produção 38 Questão para reflexão Nos anos de 2015 a 2018, o mercado imobili- ário acusou um movimento fraco na comer- cialização de imóveis novos, além da queda no preço dos aluguéis residenciais. De pos- se dessas informações, você acha que a po- pulação, em vez de comprar imóveis, optou por adquirir outros tipos de bens, como car- ros ou motocicletas? Ou houve outro tipo de fenômeno que culminou nesses números do segmento imobiliário? Embora haja muitas informações na literatura e em re- portagens sobre o setor, os números mais fracos do setor imobiliário nos anos citados não são resultados de um fator isolado, mas sim de uma conjuntura de fatos e ações que culminaram em um momento ruim não somente desse setor, mas da economia como um todo. Se analisarmos especificamente os imóveis para moradia, existem bens substitutos? Será que alguém, salvo casos excepcionais, deixará de adquirir um imóvel e comprar um automóvel e utilizá-lo como moradia? No caso do segmen- to imobiliário, o fraco desempenho não se deu por conta de uma migração de consumidores para outro produto e/ou serviço, mas sim por questões mais amplas, como desemprego, alto valor dos imóveis, entre outras situações que aprofundaremos mais à frente. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 39 Saiba mais Para detalhamento do assunto desta aula, recomenda-se acessar sites que divulgam os números da indústria imobiliária, no que tange à venda e locação de casas, estabelecimentos comerciais, entre outros: Banco Bradesco S/A – no site da equipe econômica do banco, há publicação sobre os setores econômicos nacionais, inclusive imobiliário. ` http://bit.ly/32mfNNI Portal Exame – no portal é possível obter informações sobre os setores econômicos e os principais eventos. ` https://exame.abril.com.br Ou escaneie o código Síntese da aula ` Conceitos fundamentais do fatores de produção terra, trabalho e capital; ` Abordagem sobre custo de oportunidade; ` Utilização dos recursos necessários à atividade econômica; ` Ações de tomada de decisão envolvendo o segmento imobiliário. Aula 2 Fatores de Produção 40 Exercícios Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula? Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria. 1. Este fator de produção tem como princípio a quantificação, via moeda ou outro tipo de instrumento de valor, de recursos acumulados a serem utilizados: A. ( ) Trabalho. B. ( ) Terra. C. ( ) Capital. D. ( ) Econômico. 2. Fator de produção que consiste nos recursos naturais existentes, como solo, águas, clima, fauna e flora – essas reservas compõem praticamente todas as atividades de transformação: A. ( ) Trabalho. B. ( ) Terra. C. ( ) Capital. D. ( ) Econômico. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 41 3. Assinale a alternativa que descreve custo de oportunidade: A. ( ) São os custos implícitos na fabricação de produtos manufaturados. B. ( ) São os custos que incorrem quando da fabricação de bens ou prestação de serviços por parte dos empreendedores que identificaram oportunidade de mercado. C. ( ) Consiste nos custos que desembolsamos em negócios de ocasião, como compras com desconto de fornecedores. D. ( ) Consiste naquilo que conseguimos de alguma forma mensurar e que é renunciado quando fazemos uma escolha em detrimento de outra. 4. Assinale a alternativa que contemple elementos da população economicamente ativa: A. ( ) Adultos e crianças. B. ( ) Crianças e indivíduos aptos a trabalhar, estando ou não ocupados em trabalhos que geram renda. C. ( ) Indivíduos aptos a trabalhar, estando ou não ocupados em trabalhos que geram renda. D. ( ) Adultos inaptos a trabalhar, mas que estão procurando emprego por força das necessidades. 5. Analise a seguinte situação: João possui um apartamento que de acordo com avaliações de mercado vale R$ 200.000,00. Caso alugue o imóvel, há locatários propensos a pagar R$ 1.400,00 mensais. Um banco de investimento ofereceu ao Sr. João uma aplicação financeira que rende 0,7% ao mês. Caso venda o apartamento e aplique o valor de R$ 200.000,00, terá rendimentos mensais de R$ 1.400,00. Considerando o custo de oportunidade, o que João deverá fazer? A. ( ) Não há ação certa ou errada – João deverá analisar os riscos e peculiaridades da situação, como valorização de imóveis e possíveis taxas cobradas por bancos de investimento. B. ( ) Vender o apartamento e investir o valor de R$ 200.000,00, pois correrá menos riscos com uma possível desvalorização dos imóveis. C. ( ) Permanecer com o apartamento e alugá-lo, pois poderá aumentar o valor do aluguel quando da renovação do contrato, o que lhe trará maior retorno financeiro. D. ( ) Nessa situação, a opção sempre deverá ser a venda de imóveis, pois, em cenários de pouco crescimento econômico, o ideal é se desfazer de ativos dessa natureza. G ab ar it o e r es p o st as n a p ág in a 11 6 Aula 2 Fatores de Produção 42 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 43 Sistemas Econômicos Caro(a) aluno(a), A aula sobre Sistemas Econômicos traz as características elementares de cada ambiente, de modo a diferenciá-los entre si e expor ao corretor de imóveis as possibilidades existentes na profissão. O objetivo central de analisar o capitalismo, o socialismo e a economia mista é compreender a essência de cada um desses sistemas, e desmistificar os “rótulos” atribuídos a eles. Ao final deste estudo, você será capaz de identificar as melhores condições para promover a atividade de comercialização de bens imóveis. Para desenvolvimento desta aula, veremos: ` Definição de sistema econômico; ` Características de cada sistema; ` Vantagens e desvantagens do capitalismo, socialismo e sistema misto. Muito se ouve falar sobre o embate entre capitalismo e socialismo, com críticas severas a ambos os lados. Como profissional do segmento imobiliário, é preciso estar conectado aos fa- tos econômicos que delineiam o ambiente de negócios do nosso país. O capitalismo realmente funciona? O socialismo seria a melhor alternativa para o Brasil? Essas questões, muitas vezes com cunho ideológico, têm sido recorrentes e, para analisá-las, é preciso entender seus fundamentos. TOME NOTA: o corretor de imóveis precisa saber diferenciar os sistemas econômicos e perceber como atuar no mercado brasileiro, cuja prática é muito mais próxima ao capitalismo. Mesmo assim, é enriquecedor compreender as diferentes estruturas econômicas, inclusive para ter argumentos quando das negociações com seus clientes. Vamos ao trabalho, pois este assunto é bem interessante! Aula 3 Sistemas Econômicos 44 Sistemas Econômicos Podemos definir sistema econômico como um conjunto maior que regula as transações de compra e venda de produtos e serviços, constituído a partir de certos fatos históricos, em que há relações recíprocas. Cabe ressaltar que um sistema econômico não é estático nem durará para sempre, pois depende de fatores políticos que podem, inclusive, descaracterizá-lo como tal. Esses sistemas consistem em arranjos historicamente constituídos, a partir dos quais os agentes econômicos são levados a empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados (ROSSETTI, 2016), em que as formas pelas quais serão utilizados os fatores de produção – terra, capital e trabalho – irão decidir as regras de mercado e quais instituições darão suporte para isso. De forma prática,os sistemas econômicos mais conhecidos são o capitalismo, o socialismo e o misto. Outras nomenclaturas, como liberalismo, são práticas de mercado, não sendo carac- terizadas como sistema. Vamos detalhar cada uma dessas possibilidades, lembrando que, no Brasil, vivemos em um ambiente capitalista – independentemente de julgá-lo como sendo melhor ou pior, cabe a nós inserirmo-nos nesse sistema e procurar as melhores oportunidades de negócio como corretor de imóveis. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 45 Capitalismo Certamente podemos passar horas e horas falando do capitalismo – bem e mal – mas, obviamente, o que nos importa mesmo é compreender esse sistema. Também conhecido como economia de mercado, no capitalismo as atividades econômicas são organizadas pelo mercado, no qual há livre interação entre compradores e vendedores de bens e serviços. As decisões sobre demanda e oferta, bem como de formação dos preços e dos investimentos, não sofrem interferência do governo, e os lucros são distribuídos para os proprietários e investidores das organizações produtivas. Com o advento da globalização, que aproximou as transações comerciais entre os países, o sistema capitalista passou a predominar no mundo, porém de forma não igualitária, pois a lógica de produção, por natureza, é desigual, já que somente parte dos países pode ser considerada desenvolvida. Dessa forma, alguns deles estão em estágios mais avançados de capitalismo, enquanto outros ainda estão em fases iniciais. Aula 3 Sistemas Econômicos 46 Pensando na prática do capitalismo, cabe ressaltar suas principais caraterísticas: � Níveis de produtividade otimizados por conta da livre concorrência; � Escala produtiva flexível de acordo com a demanda e a oferta; � Pouca ou nenhuma interferência do Estado, tendo as empresas liberdade para atuar; � Possibilidade de evolução tecnológica viabilizada por investimentos das empresas, tendo em vista o nível de excelência que se deseja oferecer aos clientes; � Possibilidade de desigualdades na distribuição de renda, pois os proprietários do capital (terra, máquinas, equipamentos), se competentes, maximizarão seus lucros e acumularão mais riqueza do que a grande massa de trabalhadores; � Eventuais falhas de mercado, propiciando estruturas que favoreçam determinadas empresas que dominam certos segmentos – veremos em detalhes esse assunto mais à frente; � Desemprego e obsolescência da mão de obra devido aos desenvolvimentos tecnológicos. Considerando essas características, cabe ao profissional corretor de imóveis compreender essa sistemática, de modo a manter seu desempenho nos negócios de acordo com o mercado. Socialismo A principal diferença entre o socialismo e o capitalismo é a presença de um governo sendo responsável pelas práticas econômicas do país. No socialismo, as propriedades e meios de pro- dução são da sociedade, representada pelo Estado – este faz intervenções de modo que seja igualitária a distribuição dos recursos para a produção de bens e serviços desejáveis ou simples- mente necessários para as pessoas. Geralmente, neste tipo de sistema, o governo central de uma nação decide as prioridades a serem providas à sociedade – não existe um mercado propriamente dito, tampouco oferta e demanda livres para harmonizar compradores e vendedores. As quantidades daquilo a ser pro- duzido são estipuladas por esse governo, e essas decisões não têm correlação com lucros, mas sim com as necessidades sociais. Vejamos as principais características do sistema socialista: � Possibilidade de estabilidade econômica, pois não há crises de mercado ou oscilações causadas por concorrência; � Alocação eficiente dos recursos disponíveis para a produção de bens e serviços apenas em quantidades necessárias; ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 47 � Foco no bem-estar da sociedade; � Ausência de desigualdade social em decorrência do não acúmulo de riqueza; � Pouca liberdade de escolha de bens e serviços, bem como limitação na alocação da mão de obra disponível; � Igualmente ao capitalismo, pode haver obsolescência da mão de obra, nesse caso por defasagem tecnológica, incorrendo em menores níveis de produção; � Controle do governo. No sistema socialista, a propriedade, por ser controlada pelo Estado, não permite a livre co- mercialização, o que inviabiliza a atuação do corretor de imóveis. Sistema econômico misto No sistema econômico misto, são verificadas características tanto do capitalismo quanto do socialismo. Neste sistema, o controle da atividade econômica é exercido por instituições públi- cas e privadas, que compartilham a produção, distribuição e comercialização de bens e serviços. É normal nesse sistema a existência do livre mercado, porém com atuação governamental por meio de políticas públicas. Quando da existência de um sistema econômico misto, também existem características es- senciais: � Utilização eficiente dos recursos, com atuação da iniciativa privada e do governo; � Regulação de preços pelo mercado, porém com observação do governo – este funciona como uma espécie de fiscal; � Satisfação das necessidades da sociedade pela oferta de produtos e serviços, além da busca pelo bem-estar social; � Falta de articulação entre as esferas pública e privada, de modo a uma das partes desejar exercer mais influência; � Ações do governo que prejudicam o livre mercado. Concluindo o assunto, percebe-se que nos três sistemas há interesse de promoção do bem- -estar das pessoas. Independentemente do sistema econômico, a sociedade anseia por consumir, se divertir, ter serviços públicos de qualidade, portanto tende a exercer influência no mercado. Aula 3 Sistemas Econômicos 48 Questão para reflexão Segundo algumas pessoas, o sistema capita- lista gera riquezas, mas de forma muito desi- gual, pois poucos conseguem isso. O capitalismo é o vilão da humanidade? Pode- mos nos considerar culpados por desejarmos produtos e serviços do mercado, bem como termos interesses em acumular riqueza? Obviamente, esta é uma questão muito reflexiva e particu- lar. Cabe destacar que vivemos no Brasil e, em nosso país, o capitalismo é praticado amplamente. Muito se ouve que grande parte da riqueza do país está nas mãos de poucos, e isso é verdade, porém não é ideia razoável apenas nos queixarmos. Ao analisarmos detalhadamente o capitalismo, há muitas críticas a fazer, porém é mais produtivo nos adequarmos a ele do que combatê-lo o tempo todo. A atividade do corre- tor de imóveis está diretamente ligada à comercialização de bens patrimoniais (casas, apartamentos e terrenos) de alto valor, e nem todos os cidadãos possuem propriedades dessa natureza. Assim, é necessário ter coerência e atuar de forma profissional, demonstrando empatia e compreendendo as reais necessidades dos clientes do segmento imobiliário. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 49 Saiba mais Para familiarização com as terminologias utilizadas nos sistemas econômicos, recomenda-se leitura de livros e artigos, além da consulta a sites de notícias econômicas e de assuntos gerais, lembrando sempre que ao fazê-lo é preciso ter imparcialidade e criticidade: Portal Exame – periódico reconhecido por abordar questões relevantes sobre economia. ` https://exame.abril.com.br Portal Brasil Escola – site com diversos artigos e materiais que abordam as origens dos sistemas econômicos, que podem despertar interesse nos estudos sobre o tema. ` https://brasilescola.uol.com.br/ Ou escaneie o código Síntese da aula ` Características essenciais e diferenças de cada sistema; ` Vantagens e desvantagens do capitalismo, socialismo e sistema misto; ` Caracterização técnica dos sistemas econômicos; ` Ambientes para negociação e comercialização de bens imóveis. Aula 3 Sistemas Econômicos 50 Exercícios Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula? Caso tenha ficadocom dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria. 1. Um sistema econômico é: A. ( ) Um conjunto de políticas fiscais, cambiais e monetárias que existe para estabelecer regras de comercialização de produtos e serviços. B. ( ) Um regramento que estabelece os contratos (obrigações) de compradores e vendedores. C. ( ) Um conjunto de regras que estipula as condições de compra e venda de produtos e serviços. D. ( ) Uma série de regras que define tributos e impostos incidentes em produtos e serviços. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 51 2. Analise as alternativas a seguir e indique aquela que contempla a síntese do capitalismo: A. ( ) Nesse sistema, existe muita intervenção do Estado, que dita as políticas públicas a serem praticadas. B. ( ) Sistema em que as atividades econômicas são regidas pelo mercado, e compradores e vendedores têm livre interação. C. ( ) Sistema híbrido, em que Estado e mercado formulam estratégias de atuação e de comercialização de produtos e serviços. D. ( ) Situação em que apenas uma empresa domina o mercado e dita seus preços como bem entender. 3. Assinale a alternativa que descreve características do socialismo: A. ( ) As propriedades e meios de produção são da sociedade, representada pelo Estado, que procura intervir de modo igualitário. B. ( ) O controle da atividade econômica é exercido por instituições públicas e privadas, que compartilham a produção. C. ( ) Atividades econômicas organizadas pelo mercado social, em que há livre interação entre compradores e vendedores de bens e serviços. D. ( ) As propriedades e meios de produção são providos por um número limitado de empresas, de modo a haver controle por parte do governo central. 4. Podemos citar como desvantagens do sistema capitalista: A. ( ) Bons níveis de produtividade e escala produtiva flexível. B. ( ) Investimentos de empresas em inovação tecnológica e pouca interferência do Estado. C. ( ) Ausência de controle do governo central e produtividade controlada. D. ( ) Desigualdade na distribuição de renda e obsolescência da mão de obra. 5. O sistema econômico misto é caracterizado principalmente por contemplar alguns aspectos, a saber: A. ( ) Utilização controlada de recursos financeiros, provenientes de instituições públicas de incentivo à economia. B. ( ) Controle dos meios econômicos por parte do Estado, a fim de promover distribuição de recursos a empresas e cidadãos. C. ( ) Otimização da utilização dos recursos, com participação eficiente da iniciativa privada e do governo. D. ( ) Presença do livre mercado, marcado principalmente pela atuação do Estado na pauta de exportações e importações. G ab ar it o e r es p o st as n a p ág in a 11 6 Aula 3 Sistemas Econômicos 52 ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 53 Mercado Financeiro Caro(a) aluno(a), Nesta aula sobre Mercado Financeiro, estudaremos primeiramente como é a estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN), para compreender a função dos seus órgãos reguladores. A partir disso, analisaremos cada ator do mercado e aquilo que é oferecido em termos de produtos e serviços ao cidadão, com destaque ao segmento imobiliário. O propósito é identificarmos as situações em que o SFN atua e correlacionarmos essas si- tuações com a atividade do corretor de imóveis. Com as inúmeras possibilidades de oferta de produtos financeiros, é interessante que o profissional de transações imobiliárias saiba sobre isso para que possa orientar seus clientes quando necessário. Para desenvolvimento desta aula, veremos: ` Estrutura do Sistema Financeiro Nacional e seus órgãos normativos; ` Fundamentos da economia monetária; ` Principais produtos do mercado financeiro. Da mesma forma que existe um mercado imobiliário, em que são comercializados imóveis, terrenos, locações etc., há um mercado em que são ofertados produtos e serviços de natureza financeira. Como exemplo, podemos citar as aplicações financeiras que podem ser investimentos no Tesouro Nacional, em um banco comercial na forma de Certificado de Depósito Bancário (CDB), ou até mesmo o depósito de recursos na Caderneta de Poupança. TOME NOTA: para que haja harmonia no mercado financeiro, é preciso regulação e fiscalização; para tanto, existem órgãos exercendo esses papéis. E na atuação do corretor, que envolve recursos financeiros significativos, nada mais natural do que ter uma visão de como funciona esse ambiente. Algumas perguntas que poderão surgir: � Como o governo está intervindo na oferta de crédito? � Como está a atuação dos bancos de investimento junto aos seus clientes? � A Bolsa de Valores brasileira é um bom investimento? Vamos descobrir essas respostas, incrementando o rol de práticas positivas do profissional de transações imobiliárias. Aula 4 Mercado Financeiro 54 Mercado Financeiro Exemplificando, quando precisamos adquirir itens específicos para fazer um jantar (Semana Santa), reformar um imóvel ou mobiliar um dormitório, procuramos esses itens em seus respec- tivos mercados. Respectivamente, vamos ao mercado de peixes e afins para comprar um belo bacalhau, vamos a uma loja de materiais de construção repleta de produtos para reforma e, por último, consultamos uma loja de móveis com muitas opções para pesquisarmos e decidirmos sobre a possível compra. Quando falamos de produtos financeiros, existe um mercado específico que rege esses servi- ços. Órgãos reguladores e operadores são organizados para oferecer o máximo de segurança ao cidadão e empresas, bem como fiscalização para que seja mantido o nível de serviço aos clientes. Vamos analisar esse ordenamento, a fim de compreendermos as possibilidades que existem de produtos financeiros. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 55 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de agentes que regulam e fiscalizam a ativi- dade de intermediação entre indivíduos e entidades dispostos a captar recursos. É por intermédio do SFN que as pessoas, empresas e governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos. Seu “lugar” de atuação é o mercado financeiro ou mercado de bens monetários, em que se comercializam (compra e venda) valores mobiliários, tais como ações, mercadorias (como pedras preciosas ou produtos agrícolas), entre outros. O SFN é formado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os primeiros determi- nam as regras para o bom funcionamento do sistema; as entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos; e os operadores ofertam serviços financeiros. Órgãos normativos Agora, vamos conhecer alguns órgãos normativos. Conselho Monetário Nacional (CMN) Órgão considerado autoridade do sistema financeiro, o CMN define a política monetária e de crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país, por intermédio do controle do volume de dinheiro e efeitos inflacionários, prezando pelo equilíbrio do balanço de pagamentos. Também é responsável pela organização e aplicação de recursos das instituições financeiras, bem como pela fiscalização da sua atividade. Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deliberar sobre esses assuntos, a fim de adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia, além de regular o valor interno e externo da moeda e a aplicação dos recursos das instituições financeiras. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) O CNSP é o órgão normativo das atividades da área de seguros e está vinculado ao Ministério da Fazenda. Criado em 1966, tem como principal atribuição a gestão das diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados, Capitalização e Previdência Privada. Aula 4 Mercado Financeiro 56 ConselhoNacional de Previdência Complementar (CNPC) O CNPC é o órgão que regula o regime de previdência complementar, operado pelas entidades fechadas desse segmento. Foi instituído em 2010 para substituir o extinto Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC). Entidades supervisoras Agora, conheceremos as entidades supervisoras da área financeira. Banco Central do Brasil (Bacen) O Bacen é o agente executor das estratégias do sistema financeiro no que tange às políticas macroeconômicas, exercendo fiscalização e prezando pelo correto funcionamento das insti- tuições. É uma autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda que zela pela estabilidade do poder de compra da moeda do país (Real) e pelo bom funcionamento do mercado financeiro. É a instituição responsável por executar a estratégia estabelecida pelo CMN para controlar a inflação e formular políticas da moeda e do crédito no país. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) A CVM, em síntese, é a autoridade reguladora das atividades realizadas no mercado de títulos e valores de renda variável. Rege principalmente as bolsas de valores – entidades em que são feitas as negociações e transações de títulos e valores mobiliários. Foi criada em 1976 com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Superintendência de Seguros Privados (Susep) A Susep é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdên- cia privada aberta, capitalização e resseguro, fixando características gerais para esses contratos. Atua na fiscalização das operações das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradoras, zelando pela defesa dos interesses dos consu- midores, além de promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do sistema. Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) A Previc atua como entidade de fiscalização e supervisão das atividades das entidades fe- chadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência complementar. Entre outras responsabilidades, a Previc apura e julga infrações e aplica penalidades cabíveis, zelando pelo fiel cumprimento dos procedimentos relativos à previdência complementar. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 57 Operadores do SFN Bancos e Caixas Econômicas Os bancos são as instituições financeiras especializadas em intermediar o dinheiro entre pou- padores e aqueles que precisam de empréstimos, além de providenciar serviços financeiros para os clientes (saques, empréstimos, investimentos etc.). São supervisionados pelo Bacen. As caixas econômicas são empresas públicas que exercem atividades típicas de banco comercial, com prioridade institucional para concessão de empréstimos e financiamentos de programas e projetos de natureza social. Atualmente, a única instituição desse segmento em atividade é a Caixa Econômica Federal (CEF), vinculada ao Ministério da Fazenda. A CEF tem como objetivos a captação de economias populares para fomento à aquisição de casa própria, a concessão de empréstimos e financiamentos a programas de assistência social e a atuação como órgão executor de política de crédito governamental (BRITO, 2016). Como banco que fomenta a aquisição de moradias, a CEF é a principal facilitadora na con- cessão de crédito para esse fim, contando com taxas de juros mais competitivas e processos estruturados para contemplar, por exemplo, programas como o Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, operacionalizando os repasses aos cidadãos. Outras frentes de atuação da CEF abrangem a arrecadação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o pagamento do Seguro-desemprego e a gestão dos recursos provenientes do Programa de Integração Social (PIS). Ressalta-se que, igualmente ao Banco do Brasil, opera como banco múltiplo, fazendo-se valer do relacionamento com os clientes que possuem conta devido aos financiamentos imobiliários, ofertando-lhes seguros, capitalização, linhas de crédito para consumo, entre outros produtos e serviços bancários. Administradoras de consórcios O consórcio é um agrupamento de pessoas que estão em busca de um objetivo em comum, com prazo de duração e número de cotas previamente determinado, promovido por uma admi- nistradora que propicia a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou serviço, por meio de autofinanciamento. Importa ressaltar que o interesse do grupo de consórcio é soberano perante o interesse individual dos consorciados. Os grupos de consórcio caracterizam-se como sociedades não personificadas com patrimônio próprio, o qual não deve ser confundido com o patrimônio dos demais grupos nem com o da administradora. Aula 4 Mercado Financeiro 58 Como existem várias modalidades de consórcio, sendo uma delas para aquisição de moradia própria, é interessante o corretor de imóveis aprofundar conhecimentos nesta modalidade. Prin- cipais empresas que ofertam o produto, quais valores médios de prestação mensal, entre outras informações podem ser relevantes quando do exercício da profissão. Para familiarização e entendimento sobre a modalidade, sugere-se navegar nos sites das principais empresas que ofertam o produto, como Porto Seguro (www.consorcioonlineporto. com.br/), Bradesco Consórcios (www.banco.bradesco/Consórcio/Institucional), entre outros. Nesses portais, é possível realizar simulações, verificar valores de cartas de crédito para aquisição de imóvel, entre outras funcionalidades. Também é recomendável acessar alguns canais de vídeos sobre Consórcio, pois muitos deles contemplam o assunto de forma didática e prática. Gustavo Cerbasi, autor que escreve sobre educação financeira, fala sobre o tema no link: https://www.youtube.com/watch?v=J1CNpyIA9is. Bolsa de valores A bolsa de valores é um mercado organizado para negociação de ações de sociedades de capital aberto, públicas ou privadas e outros valores mobiliários, como debêntures, Letras do Tesouro Nacional, entre outras possibilidades. Nesse ambiente, os preços das ações indicam o valor de mercado das empresas cotadas, acusando altas ou baixas nos preços, ocasionando os movimentos de procura e oferta por determinados papéis. Como várias incorporadoras e construtoras têm ações na bolsa de valores, é recomendável que o corretor de imóveis saiba da situação dos papéis dessas organizações: estão em alta ou queda no ano? Há motivos noticiados que provocam esses movimentos positivos ou negativos das ações? Como dito no início da aula sobre economia, é preciso sempre estar atento àquilo que é divulgado para com a análise desses fatores, tomar decisões corretas na área profissional. Cooperativas de crédito A atuação das cooperativas de crédito é relativamente recente no Brasil. São instituições financeiras formadas por uma associação de pessoas para prestar serviços financeiros exclusiva- mente aos seus associados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços. Nas cooperativas de crédito são ofertados os principais produtos dos bancos comerciais, como aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos. Como o coo- perativismo não visa lucros, e os direitos e deveres de todos são iguais, é uma boa opção para estímulo da economia. Corretoras e distribuidoras de valores mobiliários As corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVM) e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVM) intermedeiam a negociação desses papéis entre investidores e tomadores de recursos. Como exemplo, podemos citar as debêntures, as ações, entre outras possibilidades. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 59 As corretoras e distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços como platafor- mas de investimentopela internet, consultoria financeira, clubes de investimentos, financiamento para compra de ações e administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes, consistindo em um amplo leque de alternativas no mercado financeiro. Ressalta-se que é um ambiente muito específico, no qual o corretor de imóveis não necessita tanto conhecimento, embora sempre seja bom saber das alternativas ofertadas. Aula 4 Mercado Financeiro 60 Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) A BM&F é um tipo de bolsa de valores, mas tem a especificidade de negociar cotas de fundos de investimento, preços de bens agrícolas e recursos naturais (commodities), além de títulos pú- blicos e privados. Quando é noticiado que a saca do café atingiu determinado valor ou a arroba do boi gordo manteve seu preço, tais acontecimentos ocorreram na BM&F. Instituições de pagamento São grupos bem específicos, em que é possível realizar pagamentos independentemente de relacionamentos com bancos e outras instituições financeiras, por meio de cartões pré-pagos ou telefone celular, por exemplo. Nessas situações, o usuário pode portar valores e efetuar tran- sações sem estar com moeda em espécie. As instituições de pagamento não são instituições financeiras, portanto não podem realizar atividades privativas destas instituições, como empréstimos e financiamentos. Ainda assim, estão sujeitas à supervisão do Bacen. Instituições não bancárias No Sistema Financeiro Nacional (SFN), além dos bancos e caixas econômicas, os clientes e consumidores contam com serviços financeiros ofertados por instituições não bancárias, como ações, CDBs, títulos, letras de câmbio e debêntures. São várias as instituições dessa natureza: so- ciedade de crédito, financiamento e investimento, agência de fomento, associação de poupança e empréstimo, entre outras. ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 61 Seguradoras e resseguradoras Seguradoras são empresas que assumem riscos no lugar do cliente segurado, que paga um determinado valor em dinheiro, denominado prêmio. As seguradoras ofertam operações de se- guros que são contratos de adesão para proteção patrimonial, em que assumem obrigação de indenizar o segurado em caso de sinistro, ou seja, prejuízos decorrentes de eventos estipulados na apólice. Importa dizer que a seguradora não assume o risco do segurado, mas o indeniza quando acontecem esses eventos indesejáveis. Já as resseguradoras são empresas que assumem os riscos das seguradoras, dando suporte às operações, ou seja, oferecem serviços de cobertura a carteiras da seguradora, além de resse- guros avulsos – a seguradora transfere parte de sua carteira para a resseguradora, e esta passa a responder pelos riscos. O resseguro é popularmente conhecido como “seguro das seguradoras”. Sociedades de capitalização São entidades que negociam títulos de capitalização e que têm por objetivo controlar depó- sitos periódicos e, depois de cumprido o prazo contratado, providenciar o resgate dos valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente. Entidades abertas e fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) São constituídas para instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário conce- didos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas. São conhecidas, também, como fundos de pensão. Conclusões Após a análise de toda essa estrutura, você deve estar se perguntando: por que, como profis- sional de transações imobiliárias, devo compreender o funcionamento do SFN? Como resposta, pode-se pressupor que seria até certo ponto presunçoso saber quais funções desempenham cada um dos elementos que formam nosso sistema financeiro, mas considera-se razoável saber alguns papéis. Como exemplo, um cliente confessa a você que quer fazer um investimento em longo prazo, podendo comprar um apartamento para revenda futura ou ainda aplicar seus recursos em CDB (Certificado de Depósito Bancário), ofertado por vários bancos. Para mostrar-lhe que o inves- timento em um imóvel é mais vantajoso, você deverá ter em mãos a evolução dos preços dos imóveis para comparação ao rendimento que essa aplicação oferece. Para tanto, é primordial saber que esse tipo de investimento seja ofertado por vários bancos denominados comerciais – operadores do SFN. Várias bandeiras nacionais, como Bradesco e Itaú, e de origem internacional, como Santander, estão aptos a oferecer esses produtos bancários aos seus clientes. Aula 4 Mercado Financeiro 62 Saiba mais Para aprofundamento no assunto, é recomendável que sejam consultados sites especializados no mercado financeiro. Dentre inúmeros, destacam-se: Banco Central do Brasil – site da autoridade do Sistema Financeiro Nacional, que traz a or- ganização do Sistema Financeiro Nacional. ` http://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn Portal Uol - Economia – área do portal destinada a notícias sobre economia, em tempo real, em que é possível analisar situações cotidianas do mercado financeiro. ` http://economia.uol.com.br Portal Exame – periódico reconhecido por abordar questões relevantes sobre economia. ` https://exame.abril.com.br Economia Monetária A economia monetária é o ramo da Economia que estuda as funções básicas da moeda e seus desdobramentos, caracterizando-se, imprescindivelmente, como uma intermediária para trocas – no nosso caso, a compra, venda e locação de imóveis. Seu conceito tradicional contempla a análise do comportamento da moeda em seu ambien- te natural – o mercado financeiro – nos casos de oferta (abundância) ou demanda (carência). Dessa forma, a teoria monetária visa a compreender a razão da falta ou excesso de moeda em mercados específicos. A moeda (ou dinheiro em espécie) é a forma de riqueza que possui maior liquidez em relação aos outros tipos de ativo. Ou escaneie o código Ou escaneie o código Ou escaneie o código ECONOMIA E MERCADO T T I écnico em ransações mobiliárias 63 LIQUIDEZ: característica essencial dos ativos que mais facilmente são con- vertidos em um meio de troca da economia ou em espécie, conhecido como “dinheiro vivo”. Exemplo: possuo R$ 200.000,00 de saldo positivo em uma conta corrente no “Banco X”; meu irmão possui um apartamento no litoral de São Paulo, avaliado em R$ 200.000,00. Note que eu tenho um recurso que posso utilizá-lo imediatamente. Já meu irmão, para ter o valor disponível, terá que angariar potenciais com- pradores do apartamento, negociar, fechar a venda e receber – algo que pode demorar meses ou até anos. Cabe ressaltar que é quase impossível realizar alguma transação comercial sem a intermedia- ção de valores monetários, quaisquer que sejam suas formas – espécie, cheque, duplicatas etc. Assim, devemos detalhar a função do dinheiro na Economia, destacando-se duas distintas frentes: ` Dinheiro como instrumento intermediário de trocas Esta é a função essencial do dinheiro desde as etapas primitivas da sociedade, pois a compra e a venda de produtos e serviços acontecem por intermediação da moeda. Exemplificando: um apartamento custa uma quantidade de dinheiro e não de laranjas ou sapatos – apartamentos são comprados com moedas e vendidos em troca de moeda. Interessante analisar que essa função do dinheiro elimina os inconvenientes da “dupla coin- cidência de desejos”, ou seja, transações que acontecem apenas quando uma pessoa deseja o produto da outra e vice-versa. ` Dinheiro como medida de valor Os bens, produtos e serviços, ao serem trocados ou comercializados, passam a possuir um determinado valor estipulado pelo mercado. A partir disso, podem-se estipular dois valores de uma mercadoria: o valor de uso e o valor de troca. O primeiro refere-se a itens para uso próprio, com intenção de satisfazer as próprias necessidades. Como exemplo, podemos citar quando vamos a uma lanchonete e adquirimos o prato do dia e um suco e os consumimos de imediato para saciar nossa fome. Já o
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