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PARECER JURÍDICO SOBRE AS NORMAS DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Requerente: Lorena De Melo Freitas em atribuição de professora titular da matéria de Direito Internacional Privado da Universidade Federal da Paraíba - UFPB.
Integrantes: Giovanna Cavalcante Oliveira – Matrícula 20190181039
Marcos Antonio Batista dos Santos – Matrícula: 20170111322
Stefanny Maria Adrião de Albuquerque – Matrícula: 20170108292
Ementa: Conflito de Leis Espaciais. LINDB.
1. RELATÓRIO DOS FATOS
O problema proposto para a confecção do presente parecer jurídico tem como modelo o caso Forgo, indivíduo que deixou uma fortuna em móveis na França, com o seu falecimento aos sessenta e oito anos de idade no respectivo país. O imbróglio decorre do fato de Forgo ser originário da Baviera, região Sul da Alemanha, mas lá ter vivido somente até os seus cinco anos de idade, quando mudou-se para a França, onde permaneceu até a sua morte. 
Na regra geral, o ordenamento jurídico pátrio de um Estado-Nação incide apenas sobre os seus cidadãos, contudo, em casos excepcionais, como é o de Forgo, a resolução se dá através do Direito Internacional Privado, sendo este uma ciência que disciplina, em uma relação jurídica que envolve ordenamentos jurídicos pátrios distintos, qual a norma de direito material e processual aplicável ao caso concreto. Em um conflito de ordenamentos soberanos, o Direito Internacional Privado indicará a quem pertence a competência processual e qual a lei material a ser aplicada, contribuindo para a manutenção da diplomacia entre as nações.
Devido à possibilidade de uma lei exceder fronteiras e aplicar-se em um país diferente daquele onde foi criada, denomina-se essa situação como conflito espacial de leis, sendo, neste condão, precisa a doutrina do respeitado Portela: “Os conflitos de leis no espaço são, portanto, as situações em que mais de um ordenamento nacional possa incidir sobre uma relação privada que transcende as fronteiras de um ente estatal, ou seja, que tenha conexão internacional. A resolução desses conflitos é um dos objetos do Direito Internacional Privado.”. (Paulo Henrique Gonçalves Portela, obra Direito Internacional Público e Privado, página 561, disponível em: (https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4243045/mod_resource/content/1/Portela_p_549-599.pdf).
O caso de Forgo tornou-se referência no Direito Internacional Privado ao analisar qual seria a lei aplicável neste conflito espacial, se a lei baviera ou a francesa. Pela lei baviera, seus herdeiros colaterais naturais teriam direito à herança; já pela lei francesa, tratava-se de herança vacante. A resolução do conflito deu-se pelo entendimento de que não era a lei sucessória interna da Baviera que deveria incidir de forma imediata, mas, sim, as disposições do Código que regulamentavam os conflitos de leis, as quais dispunham que a sucessão de bens móveis se submeteria à lei do lugar do domicílio efetivo do falecido. Nestes termos, a herança em bens móveis deixada por Fogo foi regida pela lei Francesa.
Oportunamente, o objetivo central do presente trabalho é responder como o conflito de leis espaciais que envolve a sucessão de Forgo seria solucionado nas hipóteses do de cujus ter sido cidadão brasileiro ou se aos cinco anos de idade ele tivesse vindo para o Brasil ao invés da França.
2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
O Direito Internacional Privado brasileiro é disciplinado pela Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), responsável por deliberar sobre as relações jurídicas internas que possuem elementos estrangeiros.
Sumariamente, é imprescindível destacarmos o disposto no art. 10 da referida Lei: “A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens”. (BRASIL. LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 09 set. 1942. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm>).
Ato contínuo, a LINDIB e a Constituição Federal de 1988, em seus arts. 10, § 1°, e 5°, XXXI, respectivamente, dispõem de igual modo: “a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus". (BRASIL. LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 09 set. 1942. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm>) e (BRASIL. Constituição. República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>).
Conforme dispõem os textos normativos supramencionados, o processo de sucessão do estrangeiro obedece à lei do domicílio do defunto, de maneira que os bens situados no Brasil terão a sua sucessão regulada pela lei deste país, a fim de beneficiar os cônjuges ou os filhos brasileiros, ou quem os represente, desde que a lei pessoal do de cujus não lhes seja mais favorável. 
Portanto, o processo de sucessão do de cujus inicialmente é submetido à lei do seu domicílio. No presente caso, estamos a considerar que Forgo era domiciliado no Brasil, assim, será aplicada a lei brasileira. Seguidamente, partindo do pressuposto de que o falecido não possuía herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge), não mais subsiste a possibilidade de aplicação da lei mais favorável aos herdeiros. Com efeito, resta definida a competência exclusiva da lei brasileira para disciplinar o processo sucessório. 
Desta feita, a presente demanda não seria submetida ao ordenamento jurídico da Baviera. Entretanto, ainda que a submetêssemos, do mesmo modo que a lei francesa foi competente para reger a sucessão, a lei brasileira também o seria, posto que o Direito Internacional Privado da Baviera estipula que a sucessão de bens móveis se submete à lei do lugar de efetivo domicílio do falecido. Logo, a competência da legislação brasileira decorre tanto do ordenamento jurídico nacional, como também do sistema normativo bávaro. Respondida está a questão central desse parecer. 
Uma vez definida a lei brasileira como competente para o caso, importa saber quais os efeitos da aplicação da lei nacional para fins sucessórios. 
Nesta esteira, considerando as hipóteses de Forgo ter sido cidadão brasileiro ou ter vindo para o Brasil aos 5 anos de idade e aqui permanecido até a sua morte, devido ao desconhecimento de herdeiro legítimo, a lei brasileira declararia a sua herança como vacante, vindo posteriormente a ser incorporada ao patrimônio público, nos exatos termos do Código Civil de 2002: art. 1.819 “Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância” e art. 1.820 “Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante”. (BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406compilada.htm>.).
Logo, sendo Forgo brasileiro ou tendo se mudado para o Brasil aos 5 anos de idade e aqui permanecido até o falecimento, a sua herança seria tutelada pela lei brasileira. 
Com base na argumentação jurídica cabível, reputam-se respondidos os questionamentos levantados em sede de avaliação. 
3. CONCLUSÃO
Pela observação dos aspectos mencionados, o Direito Internacional Privado, instrumento que media e garante a pacífica solução de conflitos espaciais de lei, se faz primordial na investigação dopresente caso analisado. 
O caso de Forgo, mais um dentre os demais cidadãos do mundo que mudam seus horizontes e criam vínculos em diferentes países, reflete a necessidade de organização para que haja uma diplomacia jurídica mundial. Visto isso, a rápida resolução de uma convergência jurídica entre os países envolvidos é produto de harmonia diplomática soberana, pois, mesmo com a variação hipotética sobre a pátria em que Forgo viveu até seus últimos anos (Brasil e França), é pontuada de maneira clara a competência legal que irá incidir sobre a problemática trazida anteriormente na situação apresentada.
Dado exposto e seguindo a linha argumentativa prestada neste parecer, a adoção da lei brasileira para tutelar o processo sucessório pode ser pontuada como uma busca de adequar e fortificar os laços estabelecidos durante 63 anos de vivência em terras brasileiras. 
Este fato é sustentado pelo efeito jurídico, já citados anteriormente, os quais seus bens passarão a compor o patrimônio público nacional, sendo assim tutelado pela própria nação. Ademais, além dos vários anos decorridos em uma nova pátria, o peso aplicado no domicílio do defunto resulta também em uma forte conexão, determinante para a mecânica analisada pelo Direito Internacional Privado e para deliberar a sucessão do legado galgado pelo indivíduo.
Por fim, é válido salientar que a raiz gerida por um emigrante dentro de um novo país é pontuada e devidamente considerada quando verificado o dispositivo legal pelo qual organiza-se o instituto de sucessões no Brasil, e por isso, é imprescritível destacar a importância dessa ciência no que toca a resolução de conflitos internacionais e ao respeito pela movimentação de indivíduos dentro da esfera global, acatando a história e o caminho transpassado pelo cidadão até então. 
João Pessoa – PB, 17/04/2021
PARECER JURÍDICO SOBRE 
AS NORMAS DE DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO
 
Requerente: 
Lorena 
De Melo Freitas
 
em atribuição de 
professora 
titular da matéria de 
Direito Internacional P
rivad
o da Universidade Federal da Paraíba 
-
 
UFPB.
 
Integrantes: 
 
Giovanna 
Cavalcante Oliveira 
–
 
Matrícula 
20190181039
 
Marcos Ant
o
nio Batista
 
dos Santos 
–
 
Matrícula: 20170111322
 
Stefanny Maria Adrião de Albuquerque 
–
 
Matrícula: 20170108292
 
Ementa:
 
Conflito de Leis Espaciais.
 
LINDB.
 
1.
 
RELATÓRIO
 
DOS FATOS
 
O
 
problema proposto
 
para a confecção do presente parecer jurídico
 
tem como modelo 
o caso Forgo, 
indivíduo 
que
 
deixou uma
 
fortuna em móveis 
na França, 
com 
o 
seu 
falecimento aos sessenta e oito anos de idade 
no respectivo país
. 
O imbróglio decorre do 
fato de Forgo ser originár
io da Baviera, região Sul da Alemanha, mas lá ter vivido 
somente até os seus cinco anos de idade, quando mudou
-
se para a França, onde 
permaneceu até a sua morte. 
 
Na regra geral, o ordenamento
 
jurídico
 
pátrio de um Estado
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Nação incide 
apenas 
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os 
seus 
cidadãos, contudo, 
em casos excepcionais
, 
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através do 
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que 
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uma relação jurídica que envolve ordenamentos jurídicos pátrios distintos, qual 
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norma de direito material 
e processual 
aplicável ao caso concreto.
 
E
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, o Direito Internacional Privado 
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a quem pertence a 
competência processual e qual a lei material 
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aplicada, contribuindo
 
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manutenção da diplomacia entre as nações.
 
Devido à possibilidade de um
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são, portanto, as situações em que mais de um ordenamento nacional possa incidir sobre 
uma relação privada que transcende as fronteiras de um ente estatal, ou seja, que tenha 
conexão internacional. A reso
lução desses conflitos é um dos objetos do Direito 
Internacional Privado.”. (Paulo Henrique Gonçalves Portela, obra 
Direito Internacional 
PARECER JURÍDICO SOBRE AS NORMAS DE DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO 
Requerente: Lorena De Melo Freitas em atribuição de professora titular da matéria de 
Direito Internacional Privado da Universidade Federal da Paraíba - UFPB. 
Integrantes: Giovanna Cavalcante Oliveira – Matrícula 20190181039 
Marcos Antonio Batista dos Santos – Matrícula: 20170111322 
Stefanny Maria Adrião de Albuquerque – Matrícula: 20170108292 
Ementa: Conflito de Leis Espaciais. LINDB. 
1. RELATÓRIO DOS FATOS 
O problema proposto para a confecção do presente parecer jurídico tem como modelo 
o caso Forgo, indivíduo que deixou uma fortuna em móveis na França, com o seu 
falecimento aos sessenta e oito anos de idade no respectivo país. O imbróglio decorre do 
fato de Forgo ser originário da Baviera, região Sul da Alemanha, mas lá ter vivido 
somente até os seus cinco anos de idade, quando mudou-se para a França, onde 
permaneceu até a sua morte. 
Na regra geral, o ordenamento jurídico pátrio de um Estado-Nação incide apenas sobre 
os seus cidadãos, contudo, em casos excepcionais, como é o de Forgo, a resolução se dá 
através do Direito Internacional Privado, sendo este uma ciência que disciplina, em 
uma relação jurídica que envolve ordenamentos jurídicos pátrios distintos, qual a 
norma de direito material e processual aplicável ao caso concreto. Em um conflito de 
ordenamentos soberanos, o Direito Internacional Privado indicará a quem pertence a 
competência processual e qual a lei material a ser aplicada, contribuindo para a 
manutenção da diplomacia entre as nações. 
Devido à possibilidade de uma lei exceder fronteiras e aplicar-se em um país diferente 
daquele onde foi criada, denomina-se essa situação como conflito espacial de leis, sendo, 
neste condão, precisa a doutrina do respeitado Portela: “Os conflitos de leis no espaço 
são, portanto, as situações em que mais de um ordenamento nacional possa incidir sobre 
uma relação privada que transcende as fronteiras de um ente estatal, ou seja, que tenha 
conexão internacional. A resolução desses conflitos é um dos objetos do Direito 
Internacional Privado.”. (Paulo Henrique Gonçalves Portela, obra Direito Internacional