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PESSOA JURÍDICA – ou coletivas, morais, fictícias ou abstratas.
Personalidade jurídica da PJ. é adquirida com o registro dos atos constitutivos no órgão competente (RCPJ ou Junta Comercial – art. 985 CC) - personificação 
I – Conceito: “Pessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta personalidade, isto é, são seres que atuam na vida jurídica, com personalidade diversa da dos indivíduos que os compõem, capazes de serem sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil.” - Sílvio Rodrigues
II – Natureza Jurídica: Há várias correntes.  A primeira divisão é entre os afirmativistas e os negativistas. Uns diziam que existia a pessoa jurídica, e outros autores mais antigos diziam que não existiam, que só existiam as pessoas naturais. Hoje, só existem afirmativistas, já que o CC brasileiro, ao dividir as pessoas, dividiu-as em pessoas naturais e pessoas jurídicas. Todos entendem que as pessoas jurídicas existem independentemente das pessoas naturais que as compõem. 
 Dentro dos afirmativistas, se formaram dois grandes grupos. Primeiro, os adeptos da teoria da ficção, cujo mais importante foi Ihering, que diz que a pessoa jurídica é uma ficção da lei, não é real, é apenas uma ficção criada pelo homem para realizar com mais destreza as suas empresas. Essa teoria pode prosperar? Não é porque ela é criação da lei que ela vai ser uma ficção. 
 A corrente majoritária é a teoria da realidade técnica. Essa realidade é orgânica ou é uma realidade técnica? A pessoa jurídica não é uma realidade meramente orgânica, uma reunião de pessoas em torno de um modo para agir e realizar melhor as suas empresas. Ela é uma realidade técnica, normativa, não é uma criação da natureza. Ela tem que ser referendada pela norma técnica, pelo tecnicismo. O artigo 45, CC - Esse artigo pode se utilizado para provar o acerto da teoria da realidade técnica. A pessoa jurídica para existir depende do ato de constituição dos seus membros- requisitos art. 46 CC. 
Característica: A pessoa jurídica, embora normalmente formada por pessoas naturais, tem vida própria e autônoma não se confundindo com a vida de seus membros. – teoria da aparência - CDC 
Confusão entre o nome e a marca – nome é a identificação do empresário e a marca é o sinal distintivo de percepção visual que identifica o produto ou serviço.
O registro do nome é no Cartório das Pessoas Jurídicas, na Junta Comercial, e o registro da marca é no INPI.
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
Pessoa Jurídica Nacional – é a organizada segundo a lei brasileira e tem no Brasil a sua sede principal e os seus órgãos de administração;
Pessoa Jurídica Estrangeira– é aquela formada em outro País, não poderá funcionar no Brasil sem autorização do Poder Executivo.
Corporação – é o conjunto de pessoas que atua com fins e objetivos próprios: sociedades, associações, partidos políticos, e entidades religiosas.
Fundação – é o conjunto de bens arrecadados com finalidade e interesse social.
Pessoa Jurídica de Direito Público – conjunto de pessoas ou bens que visa atender a interesses públicos .
a) P. J. D. P. EXTERNO: Regidas pelo Direito Internacional, abrangendo: ONU/OEA, UNESCO, FIFA, ALCA, FMI, Nações Estrangeiras; entre outros.bSão criadas através de tratados internacionais, fatos históricos, criação constitucional. – art. 42 novo CC – Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
b) P.J. D. P. INTERNO: (art. 41) a) ADM. DIRETA - União, os Estados, os Territórios (retorno dos territórios pelo CC 2002), os Municípios e o Distrito Federal. b) ADM. INDIRETA : art. 41, IV – autarquias, e V – demais entidades de caráter público criadas por lei. Ex.: São exemplos de Autarquias, no âmbito federal, INSS; IBAMA; INCRA .c) FUNDAÇÕES PÚBLICAS: Fim específico, sem fins lucrativos. Surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando-o à realização de um fim administrativo e dotando-o de organização adequada.Ex.: Fundação Nacional de Cultura – instituída por lei. Estudo do Direito Administrativo.
Responsabilidade – art. 43 CC
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO - é a pessoa jurídica instituída pela vontade de particulares, visando a atender os seus interesses.São as sociedades civis ou comerciais, as associações, os partidos políticos, as fundações e as entidades paraestatais, como as empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos; são instituídas por iniciativa de particulares, conforme o art. 16 do CC. Iniciam sua personalidade jurídica com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização do Poder Executivo. Art. 44CC 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado estatal criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria a União ou à entidade de Administração Indireta. 
EMPRESA PÚBLICA: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado estatal, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
FUNDAÇÕES PARTICULARES: pessoa jurídica de direito privado não estatal. É um acervo de bens livres, que recebe da lei a capacidade jurídica para realizar as finalidades pelo seu instituidor, em atenção aos seus estatutos; sua natureza consiste na disposição de certos bens em vista de determinados fins especiais, logo esses bens são inalienáveis; uma vez que assegura a concretização dos objetivos colimados pelo fundador, embora, em certos casos, comprovada a necessidade de venda, esta possa ser autorizada pelo magistrado, ouvido o MP, que a tutela, para oportuna aplicação do produto em outros bens destinados ao mesmo fim (arts. 26 e 30). É como se o patrimônio ficasse imortalizado para aquela finalidade. O patrimônio, em regra, não volta para o instituidor. Ao criar a fundação, o instituidor está perdendo dinheiro e patrimônio. Artigo 62, § único, do CC: escritura pública ou testamento. Fundação não pode ter intuito de lucro. Art. 62, 63, 66 CC. 
ASSOCIAÇÕES: pessoa jurídica de direito privado não estatal. União de pessoas que se organizam para fins não econômicos. Não tem fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenha patrimônio, formado por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, etc. Art. 53, 54, 55, 56, 57 CC – ex: associação de moradores, esportiva. Lucro pode ser revertido para própria associação.
CASO 2 - Josimar de Sant´Anna, próspero comerciante estabelecido na cidade de Salvador/BA, é um cidadão de bons princípios. Ao saber que herdara todos os bens de seu rico tio solteirão que morrera na Suíça, tratou de buscar dar uma finalidade social à metade de tudo que herdara. Instituiu uma fundação por escritura particular, com finalidade educacional não lucrativa para as crianças carentes da Baixa do Sapateiro, e com dotação de bens livres, tendo registrado o instrumento no Cartório de Títulos e Documentos, deixando de mencionar a maneira de administrá-la. 
Diante do caso acima exposto, pergunta-se:
a) Josimar fez a escolha jurídica correta ao criar uma fundação e não uma associação? Justifique.
Gabarito sugerido: Sim. As fundações constituem um patrimônio personalizado destinado a um fim. A fundação constituiu-se de um patrimônio personalizado destinado a um fim, enquanto a associação caracteriza-se por constituir um agregado de pessoas naturais ou jurídicas no qual o patrimônio tem papel secundário, ou mero acessório, o que não é o que se apresenta no presente caso concreto.
b) O procedimento adotado para criação da fundação está de acordo com a lei? Por quê?Justifique.
Não. A instituição fundacional é nula, integralmente, como nulo é o seu registro. Justificativa:Conforme art. 62 CC, a criação de uma fundação deve ser através de escritura pública, por isso a nulidade absoluta do ato.
SOCIEDADE NÃO EMPRESÁRIA ou SIMPLES: é que visa fim econômico ou lucrativo, que deve ser repartido entre os sócios, sendo alcançado pelo exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços técnicos; tem ela uma certa autonomia patrimonial e atua em nome próprio, pois sua existência é distinta dos sócios (CC, art. 20), de modo que os débitos destes não são da sociedade e vice-versa – DIREITO EMPRESARIAL.
SOCIEDADES EMPRESÁRIA: Visam lucro, mediante exercício de atividade mercantil; para diferenciá-la da civil, basta considerar-se a natureza das operações habituais; se estas tiverem por objeto atos de comércio, a sociedade será comercial, caso contrário, civil. – art. 982, 966 CC – direito empresarial. 
PARTIDOS POLÍTICOS: pessoa jurídica de direito privado não estatal. Associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF/88. Foram considerados como pessoa jurídica de direito privado pela Lei 9.096, de 19.09.1995. São estudados no ramo do direito, chamado Direito Eleitoral ( ver artigo 17, da CR e a Lei 9096/95). Registro TSE
ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS: pessoa jurídica de direito privado não estatal. Para alguns autores tem natureza de associação, para outros é uma corporação sui generis ou especial – lei 10825/2003 – Poder Público não pode impedir o funcionamento, registro diante da liberdade de associação religiosa – art. 5º, XVII CF. 
EIRELI – lei 12441/2011 – empresa individual de resp. limitada – art. 44, VI – não é sociedade, mas novo ente personificado – pessoa jurídica constituída por apenas uma pessoa
Entes ou grupos Despersonalizados - Constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e de bens sem personalidade jurídica e com capacidade processual, mediante representação; dentre eles podemos citar a família, as sociedades irregulares, a massa falida, o espólio e o condomínio. Não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como pessoas jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica “sui generis”. 
Domicílio: é a sua sede jurídica, onde os credores podem demandar o cumprimento das obrigações; é o local de suas atividades habituais, de seu governo, administração ou direção, ou, ainda, o determinado no ato constitutivo. Art. 75 CC 
À exceção da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, as pessoas jurídicas, de direito público interno ou de direito privado, têm como domicílio: 
 a) o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações; ou 
 b) o lugar designado no estatuto ou contrato social ou ato constitutivo. 
Pluralidade de domicílio - estabelecimentos em lugares diferentes 
Desconsideração da Personalidade Jurídica – quebra com a regra tradicional pela qual a pessoa jurídica não se confunde com os seus membros. 
art. 50 CC e 28 § 5º CDC- Teoria maior – tem que comprovar a fraude. Teoria menor - o simples prejuízo do credor, ou seja a inadimplencia já possibilita que a desconsideração seja deferida. 
CC adotou a teoria maior e o CDC a menor.
 É comum manter a empresa no pólo passivo da demanda, incluindo também os sócios.
Parâmetros para a aplicação da desconsideração constam no artigo 187 CC 
Desconsideração inversa ou invertida – sócio compra bens com capital próprio no nome da empresa (confusão patrimonial) em casos de divórcio – Enunciado 283 do CJF – V Jornada de Direito Civil, informativo 444 STJ.
Desconsideração sem limites não pode ser utilizada– Justiça do Trabalho – só quando houver a prática de ato irregular, desvio de finalidade social ou confusão patrimonial;
Despersonificação – ausência da personalidade jurídica 
Caso Concreto 3 - Pessoa jurídica: Desconsideração da personalidade jurídica. 
A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda, prestadora de serviço de limpeza, foi despejada da sua sede, por falta de pagamento de alugueres. De fato, parou de exercer suas atividades, pois dispensou seus empregados por telegrama e encontra-se em local incerto e não sabido.  
Além dos ex-empregados que não receberam um tostão sequer pela rescisão do contrato de trabalho, diversos credores tentaram receber seus créditos, em vão. No curso de um dos processos ajuizados por uma empresa credora, a Detergentes Clariol Ltda, foi constatado que um dos sócios da Clean Serviços de Limpeza Ltda. transferiu sua parte na sociedade para o manobrista da garagem de seu prédio, além de contrair de má-fé diversas dívidas em nome da empresa. A sociedade não possui qualquer ativo para pagar suas dívidas.Pergunta-se: a)      A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda. está legalmente extinta? 
Sugestão de gabarito: A sociedade não está legalmente extinta. É necessário o registro da dissolução na JUCERJA – art. 51, parágrafo 1º do CC, não basta para de exercer os atos de comércio.
b)      Qual solução jurídica para os credores receberem seus créditos?
Sugestão de gabarito: Os credores devem requerer ao juiz a desconsideração da personalidade jurídica – art. 50 CC. 
Fim da Pessoa Jurídica - A pessoa jurídica tem o seu fim através da dissolução, deliberada entre seus membros, ou quando é cassada a autorização para seu funcionamento, porém subsiste até a conclusão da liquidação. Concluída a liquidação, será cancelada a inscrição da pessoa jurídica. Ainda poderá ter seu fim por determinação legal ou por ato do governo. 
CASO 1 - Antônio Luckyless ao chegar na garagem de seu prédio, pela manhã, observou que seu automóvel encontrava-se amassado. Diante do fato, Antônio procurou o Síndico para que este tomasse providências no sentido de ressarcir o dano causado ao automóvel de sua propriedade. Entretanto, foi surpreendido pelo Síndico que lhe informou nada poder fazer uma vez que o condomínio não é pessoa jurídica, logo, não pode ser responsabilizado pelos danos que por ventura ocorram nas suas dependências. Com dúvida sobre a pertinência do que foi dito pelo síndico, Luckyless procura você, seu advogado pessoal, para uma consulta jurídica. 
À luz do caso acima narrado, responda justificadamente:
a) Está correta a afirmação do Síndico? Justifique.
 Não, pois o condomínio sendo um ente despersonalizado, ou entidade formal, apresenta capacidade processual, logo, responde por todos os danos causados em suas dependências, desde que não se conheça o verdadeiro culpado. 
b) O condomínio pode figurar no pólo passivo de uma relação jurídica? Justifique.
Sim, pois o ente despersonalizado apresenta capacidade processual. Logo, é sujeito de direitos e deveres na ordem civil.
Obs: Nem todos os grupos constituídos para a consecução de um fim comum gozam de personalidade. Têm capacidade processual , porém não têm personalidade jurídica. Exemplos: espólio (acervo de bens do falecido); condomínio; massa falida. (vide art 12, III, IV, V, VII, VI do CPC) 
Bens - OBJETO DA RELAÇÃO JURÍDICA: PRESTAÇÃO, DIREITOS, BENS JURÍDICOS (NÃO –ECONOMICOS E ECONOMICOS, MATERIAIS E IMATERIAIS)
 
Bem é tudo aquilo que de algum modo nos traz satisfação .
Para Orlando Gomes – bem é o gênero e coisa é espécie. 
Segundo Teixeira de Freitas, coisa tem por definição tudo aquilo que possui existência material, seja suscetível de valoração ou não e, conseqüentemente, possa ser objeto de apropriação. Conclui-se que a noção de coisa conecta-se, a priori, à de substancia. 
Bem é tudo o que tem valor e, por esse motivo, adentra no universo jurídico como objeto de direito, é um bem. Evidencia-se, portanto que a utilidade e a possibilidade de apropriação são o que dão valor às coisas, transformando-as em bens. 
 Bem no sentido de valor, utilidade ou interesse de natureza material, econômico ou moral, ou, em outras palavras, é tudo aquilo que é protegido pelo Direito, tendo ou não conteúdo ou valoração econômica.
Bens são coisas materiais ou concretas, úteis aos homens e de expressão econômica, suscetível de apropriação, inclui o que pode ser objeto de direito sem valor econômico (nome,honra) – mais amplo. Enquanto que coisa (no sentido jurídico) restringe-se às utilidades patrimoniais, sendo qualquer ente suscetível de apropriação ou utilização por um sujeito de direito para satisfazer uma necessidade.
Para Arnold Wald e outros autores, o bem jurídico seria todo o interesse protegido pela lei, abrangendo tanto as coisas como as obrigações, sendo incluído no rol dos bens os próprios direitos da personalidade (liberdade, nome, honra,etc)
Em sentido amplo, o conjunto de bens pertencente a um titular constitui o seu patrimônio. Em sentido estrito, abrange apenas as relações jurídicas ativas e passivas de que a pessoa é titular, aferíveis economicamente (ativo e passivo) seja corpóreo ou incorpóreo (ex: direitos autorais – art. 91 CC.
Arnold Wald – o conjunto de relações jurídicas imputáveis a uma pessoa e passíveis de apreciação pecuniária.
 É o conjunto de bens de que alguém é titular, abrangendo todas as relações jurídicas passíveis de avaliação pecuniária e imputável a mesma pessoa. Fazem parte do patrimônio tanto os direitos como os deveres, tanto ativo, como o passivo. 
 Excluem-se: os direitos da personalidade, direito a saúde, a liberdade, ao nome e os direitos de família puros, sem apreciação patrimonial (pátrio poder), incluindo-se os que tenham expressão pecuniária, como o direito aos alimentos.
O CC/16 não distinguia bem de coisa, utilizando as palavras para referir-se ao objeto.
O CC/2002 utiliza sempre a expressão bens, evitando o vocábulo coisa, que o conceito é mais amplo
O PATRIMÔNIO é composto de elementos positivos e negativos. Os bens e direitos representam o aspecto positivo patrimonial. As obrigações, o aspecto negativo. Ainda que as dívidas superem os bens e direitos, o patrimônio existe.
Ativo = Bens + Direitos
Passivo = Dívidas 
Patrimônio Mínimo – art. 548 CC – sem valor mensurável – Princípio da dignidade da pessoa humana.
A teoria do patrimônio mínimo se baseia na regra da proibição da doação universal pela qual é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
 Muito embora esta regra humanitária seja antiga, com origens romanas, estando no CC de 1916, art. 1.175, só ganhou destaque com a CF de 1988, que consagrou o fenômeno da repersonalização do Direito Civil. Antes disso, no Código de 1916, muito patrimonialista, a regra estava praticamente ignorada. Hoje, no art. 548 do CC, passa a ter a atenção que sempre mereceu.
Patrimônio - Mudança de paradigma
Caso 1 - Noção de patrimônio. Distinção entre bens e coisas. Jairo Silva Santos, jovem tímido de 19 anos é convidado pelos colegas de escola para participar de um luau na praia do Peró, em Cabo Frio/RJ. 
A noite estava estrelada, a música envolvente e aquela gente toda dançando freneticamente deixavam o jovem ainda mais deslocado. Até que conhece Maria Priscila, que o leva para o outro lado da praia e com quem acaba tendo sua primeira noite de amor. No calor do momento, Jairo enterra uma das mãos no chão e segura um punhado de grãos de areia que resolve guardar como recordação daquele momento especial.Ao voltar para a festa, Jairo tropeça num objeto semi-enterrado na areia, descobrindo que se trata de uma carteira de couro da grife Giorgio Armani contendo R$200,00. Diante do caso acima relatado, responda:
a)     Em razão do grande valor sentimental que aquele punhado de areia possui para Jairo, pertence ele a seu patrimônio? Por quê?
Gabarito sugerido: A noção de patrimônio reporta-se aos direitos que tenham por objeto bens avaliáveis em dinheiro, de conteúdo econômico ou pecuniário. Na medida em que “patrimônio é o conjunto de relações jurídicas imputáveis a um titular e suscetíveis de avaliação econômica”, fica nítido que o punhado de areia ainda que possua um valor para Jairo, não faz parte de seu patrimônio.
 b)    Como Jairo não conseguiu identificar o dono da carteira ela passa a fazer parte de seu patrimônio?  Por quê?
Gabarito sugerido: Não. O Código Civil, na norma do art. 1.233 e seguintes, frustra aquele que encontrar coisa de outrem, porque dela não poderá se apropriar, pois estaria contrariando a lei. 
c)     É possível, de acordo com o Direito Civil brasileiro, uma pessoa ser destituída de todo e qualquer patrimônio?
Gabarito sugerido: Não, posto que reconhecido atualmente pelo Direito Civil-Constitucional o instituto do Mínimo Existencial, decorrência do princípio da dignidade humana. “
 
Caso Concreto 2 - Noção de patrimônio. 
  
Paula resolve entrar para uma comunidade religiosa em que os bens materiais individuais são considerados impuros. Somente pouquíssimos bens, essenciais, para a sobrevivência do grupo, são passíveis de serem aceitos e passam a pertencer à comunidade. Sua mãe, viúva, a adverte de que não poderá se desfazer de todos os seus bens por causa da teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo. 
a)     Paula poderá se desfazer do patrimônio que possui, herança de seu pai? 
Gabarito sugerido: Não. Pois deve manter pelo menos a titularidade de seu patrimônio mínimo. 
b)    A advertência da mãe de Paula está correta? 
Gabarito sugerido:Sim, em razão da teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo que tem como fundamento de partida a regra da proibição da doação universal (doação inoficiosa), segundo a qual é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. - art. 548 do Código Civil de 2002.
Existem coisas que não são apropriáveis embora sejam úteis, sendo, portanto, denominadas res communes, dentre as quais podemos destacar o ar, a luz, as estrelas, o mar. Assim, as coisas comuns são de todo mundo ao mesmo tempo em que não são de ninguém. Há também as coisas que podem ser apropriadas, porém não pertencem a ninguém, como é o caso dos animais de caça, dos peixes e das coisas abandonadas (res derelictae). - coisa abandonada, pode ser apropriada por qualquer outra pessoa – art. 1275, II, do CC; 
O nosso sistema jurídico admite, como uma das formas de aquisição originária do domínio, a ocupação de coisa abandonada pelo dono (res derelicta), desde que se demonstre a intenção deste de abandonar o bem. Portanto, não é bem abandonado aquele deixado em um local para um fim específico ou porque o dono ainda não tenha dado utilidade para o fim a que se destina. 
Não confundir com a coisa perdida (res amissa), pois as coisas perdidas não podem ser apropriadas pela ocupação, mas sim devem ser devolvidas ao dono. 
A perda da coisa não implica perda da propriedade. O ditado popular "achado não é roubado" é falso, e a coisa perdida não pode ser ocupada pelo descobridor sob pena de crime (art. 169, pú, II do CP). - coisa perdida – art. 1233 e 1234 CC. 
O descobridor deve agir conforme art. 1233 do CC, mas tem direito a uma recompensa do 1234 (achádego é o nome dessa recompensa), salvo se o dono da coisa preferir abandoná-la, hipótese em que o descobridor pode ocupar a coisa por se tratar, agora, de res derelictae.
Este art. 1234 consagra uma obrigação facultativa do dono da coisa/devedor da recompensa. Agora é evidente que se o descobridor passar a usar a coisa terminará adquirindo-a pela usucapião e o passar do tempo irá também beneficiá-lo com a prescrição do aludido crime do Código Penal. 
Na compreensão jurídica, somente como bens podem ser compreendidas as coisas que tenham dono, isto é, as coisas apropriadas. Escapam, pois, ao sentido de bens, as coisas se dono (res nulius).
Res Nullius – coisa de ninguém, pode ser apropriada – ex: um peixe nadando no mar; 
Pessoas como objeto de R.J. – segundo Manuel de Andrade – no direito moderno só há em casos muito restritos ex: patrio poder e tutela – é discutível.
Prestação como objeto de R.J. – para que as ações humanas (prestações) possam ser consideradas objetos, é preciso que tenham conteúdo econômicos, sejam lícitas, possíveis e determináveis (ex: locação, depósito, mandado).
Direitos como objeto de R.J. – embora haja divergência, boa parte dos autores admite (ex: penhor de crédito)– art. 1451 CC 
Classificaçãodos bens - O Código Civil armou a estrutura normativa do instituto dos bens, com a arrumação que comporta o seguinte esquema de classificação, observando-se três grupos: 
os bens considerados em si mesmos (móveis e imóveis; fungíveis e infungíveis; consumíveis e inconsumíveis; divisíveis e indivisíveis; singulares e coletivos); 
2) os bens reciprocamente considerados (principais e acessórios); e 
3) os bens conforme a natureza das pessoas de seus titulares (públicos e privados, disponíveis ou indisponíveis). 
Bens Corpóreos e Incorpóreos.
É inquestionável a possibilidade de as coisas físicas serem objeto de relações jurídicas. 
Assim, na propriedade de uma coisa qualquer (um carro, um relógio), o objeto será a própria coisa. 
Os incorpóreos são os que não têm existência tangível e são relativos aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as coisas, sobre os produtos de seu intelecto ou com outra pessoa, apresentando valor econômico, tais como os direitos reais, obrigacionais e autorais.
CERTAS COISAS INCORPÓREAS COMO OBJETO DE RELAÇÕES JURÍDICAS - São aquelas que não tem existência tangível e são relativos aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as coisas, sobre os produtos de seu intelecto ou contra outra pessoa, apresentando valor econômico, tais como: direitos reais, obrigacionais, autorais. Referimo-nos também aos chamados bens de personalidade: CF-88, art 5 º, incisos IV, VI, IX, X,XIII e aos bens imateriais (Lei do Direito Autoral)
OS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS 
móveis (podem se deslocar de um lado para o outro sem alteração de sua substância ou forma – art. 82 CC. Do mesmo modo há bens a que a lei atribui a qualidade de móveis: art. 83 CC -ler). Se dividem em semoventes (os que se movem por força própria, como os animais) e os propriamente ditos (os que admitem remoção por força alheia, sem dano, como os objetos inanimados, não imobilizados por sua destinação). O gás, os navios e as aeronaves são bens móveis. A doutrina distingue, ainda, uma terceira categoria que é os móveis por antecipação (são bens incorporados ao solo, mas com a intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móveis, como as árvores destinadas ao corte ou, então, os que por sua ancianidade são vendidos para fins de demolição);
imóveis (o solo e tudo aquilo que, natural ou artificialmente a ele se agrega, seja uma árvore ou uma construção, as coisa que não podem ser removidas de um lugar para o outro sem destruição – art. 79 CC. Todavia, há outros bens a que a lei atribui a qualidade de imóvel – os do art. 80 CC – determinação legal). 
Podem ser: imóveis por natureza – somente o solo com sua superfície, subsolo e espaço aéreo;
Obs: As árvores quando destinadas ao corte são consideradas bens móveis por antecipação. 
móveis por acessão artificial ou industrial – justaposição, é a produzida por trabalho do homem, são as construções e plantações. 
Ler art. 81 – bens imóveis – casas pré-fabricadas e 84 CC.Desta distinção resultam os importantes efeitos jurídicos abaixo, entre outros:1- A propriedade dos bens móveis se transfere com a tradição (1267 CC), enquanto que a transferência da propriedade dos imóveis se faz por escritura pública (1245 CC); 2- Os bens móveis podem ser alienados livremente, enquanto que os imóveis, ressalvado o regime de separação absoluta de bens, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis (1647 CC). 
Os bens moveis dividem-se em :fungíveis (são aqueles que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade fungível = substituível, ex: dinheiro, sacos de feijão –art. 85, 586 CC - mútuo) e infungíveis (não podem substituir-se por outros da mesma espécie e quantidade e qualidade – ex: uma tela de Di Cavalcanti- art. 579 CC - comodato). A fungibilidade ou infungibilidade resultam não só da natureza do bem como também da vontade das partes (ex: moeda é fungível, determinada moeda pode se tornar infungível para um colecionador). Falar do princípio da fungibilidade dos recursos;
Logo, todo bem móvel único é infungível, assim como todo bem imóvel. 
São infungíveis as obras de arte, bens produzidos em série que foram personalizados, objetos raros dos quais restam um único exemplar, etc. 
consumíveis (bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância (ex: alimentos), sendo também, considerados tais os destinados a alienação, ou seja, coisas que se excluem, num só ato, com o primeiro uso – art. 86 do CC) e inconsumíveis (bens que proporcionam reiterada utilização do homem, sem destruição da substância). 
Assim, não é consumível a roupa, de uso de uma pessoa, já que lhe proporciona o uso reiterado. Todavia, a mesma roupa torna-se consumível numa loja, onde se destina à venda. Pode o bem consumível tornar-se inconsumível pela vontade das partes (ex: garrafa de bebida rara emprestada para uma exposição);
Na caracterização do bem consumível, deixa-se de investigar a natureza a causa ou a natureza do consumo, haja vista que importa constatar que, com o uso, lhe ocorreu a destruição imediata da própria substância. 
É interessante observar que a lei também emprestou o caráter de bem móvel consumível a todo bem que se destina à alienação, por isso o processo que lhe explica a natureza não é apenas o consumo biológico.
No entanto, vale a ressalva de que consumibilidade não se confunde com deteriorabilidade, atributos que se impregnam nos bens, conforme a natureza.
A deteriorabilidade é, no geral, caráter de coisa inconsumível; a consumibilidade, de coisa consumível, obviamente 
simples (formam um todo homogêneo. Podem ser materiais – ex: cavalo, carro; ou imateriais – ex: crédito) e composta (são as que se formam de várias partes ligadas a arte humana. Podem ser materiais – ex: construção de um edifício com fornecimento de materiais e mão-de-obra) ou imateriais (fundo de negócio); 
singulares (art. 89 CC - tem individualidade própria, valor próprio – ex: livro) e coletivas ou universais (são as que embora constituídas de duas ou mais coisas singulares, consideram agrupadas num todo). As coisas coletivas compreendem as universalidades de fato como o rebanho, biblioteca, e as universalidades de direito como o patrimônio, a herança, a massa falida e o fundo de comércio. Na universalidade de fato, concorre a pluralidade de bens singulares, simples ou compostos da mesma pessoa, natural ou jurídica, que se prestam à destinação unitária ou comum. 
Na universalidade de fato - tome-se o exemplo de uma esquadrilha, biblioteca, pinacoteca, manada, esquadra, etc -, há composição homogênea dos bens, sob o mesmo domínio. Podem ser objeto de relação jurídicas próprias , razão por que se diz que eles, se assim desejar o titular, destacam-se do patrimônio agrupado para servir a negócios jurídicos autônomos. – art. 90 e 91 CC;
presentes e futuras;
divisíveis (são as que podem partir-se em porções reais distintas, formando cada qual um todo perfeito – art. 87 CC) e indivisíveis (são aquelas que não comportam fracionamento ou aquelas que fracionadas, perdem a possibilidade de prestar serviço e utilidade que o todo anteriormente oferecia – art. 88 CC), um relógio é indivisível. Os bens podem ser indivisíveis por natureza (os que não se pode fracionar sem alteração da substância, diminuição de valor ou prejuízo), por determinação legal (as servidões e hipotecas) ou por vontade das partes (art. 88 CC) – prazo não superior a 5 anos – art. 1320, § 1° CC);
Um exemplo de bem indivisível é um carro ou um diamante lapidado (uma vez que sua divisão irá acarretar uma diminuição considerável de valor). Vale lembrar que um bem fisicamente divisível pode ser transformado em indivisível por vontade das partes ou por determinação legal. Também, ressalta-se que a divisão física em partes iguais de coisa indivisível, quando possível (um terreno, por exemplo) é denominada pro indiviso. 
Caso 3
BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
Principais (são aqueles que existem por si só – art. 92 CC); 
Acessórios (são aqueles cujaexistência supõe a do principal). Assim, o solo é principal e a árvore é acessório e os rendimentos são acessórios do imóvel – art. 510 CC. Contrato de compra e venda, locação – principais e fiança – acessório. Também são consideradas acessórias da coisa todas as benfeitorias (art. 96 CC), frutos e produtos (art. 95 CC) e as pertenças (art. 93 CC).
Os bens acessórios, pelas suas características, recebem a seguinte classificação: 
b.1) os frutos; 
b.2) os produtos; 
b.3) os rendimentos; 
b.4) as acessões;
b.5) as benfeitorias; e
b.6) as pertenças. 
As benfeitorias – são obras ou despesas feitas em bens já existentes. Podem ser úteis (aumentam ou facilitam o uso da coisa, ocorre aumento - físico ou funcional - do bem principal, por força da qual se torna maior, melhor ou mais funcional), necessárias (tem por fim conservar a coisa ou evitar ou evitar que se deteriore) ou voluptuárias (de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual, ainda que se torne mais agradável ou elevado o seu valor) - art. 96 CC. DIREITO DE RETENÇÃO (Art.1219) 
Vide arts. 1209 CC.
Produto – utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade (ex: pedras e metais extraídos das pedreiras ou minas). São bens acessórios, que resultam de outros bens (principais), sem dizimá-los, conservando-os com os mesmos caracteres e com as mesmas finalidades. 
Habituou-se a doutrina a dividir os frutos , segundo: 
a) a origem (natural, industrial e civil); 
b) a natureza (vegetal, animal e artificial); 
c) o estado (pendentes, percipiendos, percebidos - ou colhidos -, existentes e consumidos). 
Os frutos pendentes são aqueles ainda presos ao bem principal, haja vista que se lhe desaconselha a colheita ou recolhimento precoce; os frutos percebidos, aqueles que foram colhidos, com resultado útil; os frutos percipiendos, aptos a serem colhidos, não foram; os frutos existentes, os que, apartados do principal, aguardam sejam consumidos; e os frutos consumidos, os que desapareceram pelo uso ou consumo. 
 Frutos são utilidades que uma coisa periodicamente produz. Os frutos podem ser: naturais (renovam pela própria natureza – ex: frutas, cria dos animais), industriais (atuação do homem sobre a natureza – ex:produção e uma fábrica) e civis (rendimentos – ex: juros, aluguéis)
Pertenças – bem móveis que não constituindo partes integrantes estão afetados de forma duradoura a
Rendimentos - Apropriadamente chamados de frutos civis , consistem no resultado da apropriação das rendas ou receitas geradas pelos bens corpóreos ou incorpóreos, as quais se traduzem em valores aferíveis monetariamente. 
O rendimento significa o resultado decorrente do capital empregado econômica ou financeiramente, capaz de gerar juros, rendas, aluguéis e lucros, em propriedades mobiliárias ou propriedade imobiliárias. 
Acessões - Fenômeno, natural ou artificial, em decorrência do qual se processa um acréscimo sobre o bem principal, que, assim, o incorpora, com os atributos que lhe são próprios, formando um todo jurídico. 
 Diz-se, pois, que a acessão decorre de fenômeno: 
 a) natural; ou 
 b) artificial, chamada, também, de industrial ou intelectual.
Entre as acessões provocadas por fenômeno natural, destacam-se: 
A) ALUVIÃO - fenômeno causado pelas águas, mediante o qual, gradual e evolutivamente, se acresce ao terreno porção nova de terra, ampliando-se, em conseqüência, a propriedade imobiliária, que se desenha em novos perímetros ; 
B) AVULSÃO - fenômeno por força do qual se dá deslocamento de uma certa porção de terra que se descola de um terreno juntando-se a outro. 
Na acessão provocada por fenômeno estimulado por artifício do engenho humano, inserem-se as construções e as plantações, que, também, geram a acessão, que se credencia à aquisição da propriedade imobiliária.
Bens quanto ao titular do domínio: a) Públicos (são os de domínio nacional, pertencente à União, aos Estados, ou Municípios). Podem ser de 1 - uso comum do povo – por característica natural ou jurídica, franqueia-se ao público, sem qualquer discriminação ex: rios, estradas, ruas e praças – art. 99, I, CC, 2 - de uso especial – cujo uso ocorre com certas e determinadas restrições legais e regulamentares, haja vista que se destinam a satisfazer uma utilidade ou necessidade pública especial, são destinados à execução dos serviços públicos ex: edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou estabelecimento federal, estadual ou municipal, são os utilizados exclusivamente pelo poder público ou 3- dominicais - os que constituem patrimônio da União, Estados e Municípios, como objeto de direito pessoal, ou real de cada uma das entidades. Sobre eles o poder público exerce poderes de proprietário. Ex: estradas de ferro. – art. 99, III e 101 CC ; 
1 e 2 são impenhoráveis e inalienáveis (não é absoluta esta regra – art. 100 CC – desafetação) art. 102 CC c/c Súmula 340 STF – impossibilidade de usucapião
Particulares (todos os outros, seja qual for a pessoa a que pertencem. arts. 98, 100, 101 e 103 CC.
Afetação é o ato jurídico mediante o qual se impõe a um bem uma destinação, gravando-o com característica diferente daquela que o identificava e determinando-lhe outra finalidade de acordo com a qual será utilizado. 
Coisas que estão fora do comércio – são aquelas insuscetíveis de apropriação (ar atmosférico, luz solar, etc) e as legalmente inalienáveis (de uso comum e de uso especial, bens dos incapazes, coisas doadas com cláusula de inalienabilidade) além dos bens que constituem direta irradiação da personalidade (liberdade, honra, nome, privacidade – art. 11 CC e 199 § 4° CF – órgãos do comportamento humano, etc) e dos indisponíveis pela vontade humana (deixados em testamento ou doados com cláusula de inalienabilidade – 1848 e 1911 CC). 
Art. 1911 CC e Súmula 49 STF. 
Bem de família - Lei no. 8.009, o bem de família dispensa ato formal de instituição, porque já constituído pela própria lei, ou pelo Estado, e atinge todo e qualquer imóvel onde viva família ou entidade, em o tornando impenhorável, e assim os móveis quitados que o guarneçam, ou ainda esses mesmos móveis quitados existentes na casa que - não sendo própria - for alugada; Requisitos: o prédio deve ser residencial e, além, o grupo deverá estar residindo nele efetivamente.
À hipótese de família multi ou pluridomiciliada, que tenha residências onde alternativamente viva (art. 71 do Código Civil)

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