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INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO Vanessa Scopel Funcionalidade Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir funcionalidade em projetos de arquitetura. � Comparar beleza e funcionalidade. � Reconhecer a importância da funcionalidade na arquitetura. Introdução O princípio da funcionalidade está diretamente ligado ao propósito de uma edificação. Uma arquitetura funcional significa que ela está adequada aos usos de determinada edificação e colabora para que as tarefas nela realizadas aconteçam de maneira prática e eficaz. Neste capítulo, você vai estudar sobre o princípio da funcionalidade, considerado uma premissa fundamental para o sucesso dos projetos de arquitetura. Você verá sua definição, sua relação com a beleza e sua importância para as edificações. O que é funcionalidade na arquitetura? A palavra função pode ser definida como uma atividade ou característica de algo que tem um papel a desempenhar, ou uma obrigação a cumprir. Tudo que tem uma função tem um propósito maior e, no caso da arquitetura, esse propósito é voltado ao uso das edificações e dos espaços. O termo funciona- lidade advém da palavra função, e significa algo que funciona, que atende às necessidades, que está de acordo com sua função. Em arquitetura, a funcionalidade é um princípio bastante importante, pois trata sobre a função, o uso ou a necessidade que o projeto em questão tem de atingir ou de se adequar, ou seja, cada espaço, ambiente ou edificação deve estar organizado e ser projetado de maneira que o todo funcione. Por exemplo, quando se projeta um hospital, é preciso que a disposição dos ambientes permita o atendimento de todos os fluxos: as conexões entre as salas, a setorização dos espaços, tudo deve estar adequado para que os serviços realizados ali consigam ser feitos da melhor maneira possível. Imagine se esses locais não fossem pensados conforme sua funcionalidade, se fossem jogados em qualquer lugar ou onde coubessem, e se as pessoas que chegam de ambulância tivessem que passar por uma lavanderia ou rouparia, por exemplo, isso prejudicaria toda a função da edificação, o trabalho a ser feito ali e a melhora dos próprios pacientes. Da mesma forma, uma casa, se não fosse projetada a partir de sua função, e a entrada principal desse para um dormitório, toda a função dessa residência estaria prejudicada, juntamente com a convivência e a rotina de quem ali fosse morar. O funcionalismo na arquitetura nasceu na primeira metade do século XX, incentivado pela segunda revolução industrial que ocorreu no século XIX. O desenvolvimento da indústria contribuiu para mudanças significativas na sociedade. Na época, as fábricas passaram a atrair pessoas do campo que foram para as cidades com o intuito de ter um emprego assalariado. Para dar conta da vinda de novos moradores, os centros urbanos precisaram se transformar para atender a essa demanda. Porém, a falta de planejamento resultou em um caos urbano. Nesse momento, as cidades não tinham saneamento básico, e as construções próximas demais barravam o sol e o vento, gerando ainda mais doenças e falta de salubridade. Essa revolução introduziu na arquitetura edificações construídas com materiais como o aço, o ferro e o vidro, e surgiram escolas que passaram a questionar a relação entre a forma e a função dos projetos. Nesse momento, a preocupação estética começou a perder importância para a tecnologia e para a ciência, originando uma mentalidade mais racionalista e funcionalista para que as necessidades da população das cidades fossem supridas, e os problemas, evitados. Por volta do século XX, o arquiteto Louis Sullivan disse que toda a forma deve seguir a função. Ele descrevia uma maneira de redirecionar a arquitetura, seguindo a premissa de que a forma de qualquer edificação deve ser definida pelas atividades que serão realizadas em seu interior – e não por precedentes históricos ou ideais estéticos. Sullivan projetou os primeiros arranha-céus do mundo tendo em mente os princípios de projeto funcionalistas. O conceito de Funcionalismo foi aprimorado pelo arquiteto austríaco Adolf Loos. Ele considerava o “orna- mento um crime”, afirmando que o ato de decorar edificações era supérfluo e desnecessário. O pensamento de ambos resultou em respostas novas e modernas ao projeto de arquitetura (FARRELLY, 2014, p.142). Funcionalidade2 Isso significa que a volumetria gerada, as fachadas, as formas, tudo está diretamente ligado à disposição e à ordenação dos ambientes em planta baixa. Esses ambientes são dispostos tendo em vista toda a organização da edificação, voltada à sua função e ao seu uso. Dessa reflexão surgiu o movimento moderno, com base em conceitos totalmente funcionalistas. O movimento moderno tinha como objetivo atender às necessidades das edificações de maneira prática, evitando ornamentos e detalhes desnecessários, ordenando as áreas das cidades. Com a utilização de outros materiais, a forma passou a ser um reflexo do programa de necessidades e dos materiais escolhidos para a edificação. No movimento moderno, o conceito de funcionalidade esteve bastante presente nos ideais de racionalidade dos projetos. Le Corbusier, o precursor do movimento, defendia o funcionalismo com base nos seguintes princípios: � espaços com um sentido prático, projetados de acordo com as suas funções, como se a casa fosse uma máquina de morar; � volumes simplificados para as edificações, porém combinados entre si, evitando o uso apenas do cubo, ou paralelepípedo; � eliminação do ornamento e da decoração, buscando paredes lisas e a cor branca nas edificações; � grandes aberturas e vãos livres; � coberturas com lajes impermeabilizadas e terraços, evitando o uso do telhado; � edificações sob pilotis, liberando o pavimento térreo; � espaços internos flexíveis. A funcionalidade do movimento moderno não estava presente apenas nas edificações privadas, mas aparecia no urbanismo também. A ideia de tornar a cidade funcional se dava por meio de princípios como: assegurar a entrada de sol e vento nas edificações com o afastamento dos prédios e o uso de recuos; organizar as áreas da cidade em locais de moradia, de trabalho, de indústrias e de lazer; criar vias de circulação para facilitar os deslocamentos, entre outros. 3Funcionalidade Charles-Edouard Jeanneret-Gris foi um arquiteto e pintor franco-suíço que se tornou uma das figuras mais importantes da arquitetura no século XX. Adotou o pseudônimo profissional Le Corbusier por causa do sobrenome de sua avó materna, e teve grande influência para a formação da geração modernista de arquitetos brasileiros. Le Corbusier desenvolveu extensa atividade acadêmica e teórica e publicou muitos artigos sobre seus estudos arquitetônicos. Admirador da arquitetura da Grécia Antiga, estudou os usos da razão áurea e da sequência de Fibonacci. É tido como um dos nomes mais influentes da arquitetura do século XX, ao lado do brasileiro Oscar Niemeyer, Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto e Ludwig Mies van der Rohe. Le Corbusier foi responsável por formular conceitos que expandiram os horizontes da arquitetura do século XX. Suas ideias estão presentes no projeto da Villa Savoye: a construção sobre pilotis, o terraço-jardim, a planta livre da estrutura, a fachada livre da estrutura e a janela em fita. Suas teorias deram base ao desenvolvimento da cidade de Brasília. O arquiteto é conhecido por definir métodos de construção racionalistas e funcionais. Também desenvolveu procedimentos para tornar paredes mais leves, usando novas formas de concreto armado (CONTRIBUIÇÕES DE…, 2015). Confira, nas imagens a seguir, a fachada e a planta baixa de Villa Savoye. Fonte: Montse Zamorano (2016). Funcionalidade4 Rampa Garagem Entrada Quarto de empregado Lavanderia Calçada Rampa Escadaria Varanda Terraço Fonte: Mello (2012). Rampa Garagem Entrada Quarto de empregado Lavanderia CalçadaRampa Escadaria Varanda Terraço Fonte: Mello (2012). 5Funcionalidade Relação entre beleza e funcionalidade Uma arquitetura que preza pela funcionalidade deve considerar como fator primordial a finalidade e o uso de cada edificação ou espaço. Assim, o espaço deve ser projetado e construído para atender às necessidades dos moradores ou usuários daquele local, tornando o ambiente totalmente apropriado para as tarefas que ali serão desempenhadas. O conceito de funcionalismo e funcionalidade na arquitetura advém do movimento moderno, que evitava o uso de ornamentos e detalhes. Isso não significa que a estética da edificação fosse esquecida, porém, naquele momento, ela não era o princípio mais importante – a função da edificação exercia esse papel. Para Karen Laia, o movimento moderno comunicava uma ideologia de igualdade, modelo que a sociedade daquela época desenvolveu. Para ela: [...] o Modernismo e seus ideais foram revolucionários e necessários na evo- lução da arquitetura, possibilitando o surgimento de novos ideais e estilos, desvencilhando a arquitetura, de certa forma, da “tendência” de se seguir ou perpetuar modelos, estilos e ideias passadas. Apesar disso, é importante considerarmos o que aconteceu no cenário da arquitetura de épocas anterio- res para utilizarmos desses conhecimentos, intervenções e propostas para continuarmos propondo projetos que condizem com nossa época e nossas necessidades atuais. Apesar de o ideal racionalista partir de um princípio de que os ornamentos são, de certa forma, “supérfluos”; uma obra puramente funcionalista pode ser muito bela, como muitas que poderiam ser citadas. Isso é possível não somente pelas suas formas, cores e texturas puras, como também, simplesmente por seus objetivos, intenções e sua essência (LAIA, 2012, p.1). A beleza, ou estética, das edificações está ligada aos princípios de ordem, às proporções, ao ritmo, à organização dos ambientes e das formas volumétri- cas. Nesse sentido, quando existe uma ordem, uma unidade, uma proporção, existe uma beleza, que não está diretamente ligada a ornamentos e detalhes. Assim, a estética pode andar lado a lado com a funcionalidade. Os projetos das edificações podem ser funcionais e, ao mesmo tempo, belos, a partir da utilização desses princípios arquitetônicos. É importante ressaltar que o conceito de funcionalismo, ou funcionalidade, deve vir antes da beleza, porque de nada adianta uma edificação esteticamente magnífica se internamente ela não funciona nem atende às necessidades de seus ocupantes. Contudo, a boa arquitetura, além de ser funcional, pode e Funcionalidade6 A arquitetura contemporânea é caracterizada principalmente pela junção dos prin- cípios de funcionalidade e estética. Em projetos que se preocupam com a qualidade de vida, aliada a uma planta funcional que tenha integração com o exterior, que se destaque pelas formas inovadoras e criativas, são utilizados os mais variados materiais, os volumes e as cores não têm regras, e esse é um dos motivos que faz com que a arquitetura contemporânea se destaque muito no Brasil e no mundo. Além disso, essas características tornam esse estilo mais flexível e prazeroso de se trabalhar. O arquiteto Marcio Kogan é um bom exemplo a ser citado, pois consegue aliar essas características em seus projetos. “Seus desenhos priorizam linhas retas, decoração minimalista, tons neutros, funcionalidade e amplos espaços, sem incorrer na perda do conforto, do aconchego, da leveza, da simetria, do refinamento, da praticidade e da beleza” (ANTUNES, 2018, documento on-line). Um bom exemplo de projeto desenvolvido por Kogan que alia funcionalidade e estética é a casa de veraneio em Paraty. Nesse projeto, o arquiteto trabalhou bem o conceito com a criação de duas caixas de concreto em balanço com linhas retas e puras. A casa se inseriu no entorno, sem criar impacto, o que faz dela uma residência especial. deve aliar elementos estéticos, para que a arte da ação de fazer arquitetura seja transmitida nos projetos. De nada adianta um projeto ser funcional, mas não ser pensado quanto às suas proporções, à sua integração com o espaço, entre outros. Por isso, a complexa função do arquiteto é aliar – além dos materiais – a função e a beleza, garantindo edificações atrativas, bem organizadas, funcionais e que estejam de acordo com a paisagem da cidade e seu entorno. Nos espaços internos, a decoração, que serve para atribuir beleza e estética diferenciadas ao espaço, pode estar ligada à função, deixando de ser apenas um elemento decorativo, contribuindo para as funções do ambiente. Uma arquitetura que se preocupa com a funcionalidade e com a estética aproveita todos os espaços de maneira criativa e consciente, facilitando a vida das pessoas e contribuindo para sua qualidade de vida. A arquitetura funcional não deve ser pensada internamente, mas composta com a estética, criando soluções funcionais e decorativas para os ocupantes da edificação. O desafio está em equilibrar e organizar as propostas capazes de unir a funcionalidade e a beleza, criando conexões, integrando os ambientes e a edificação, criando bons exemplos para a arquitetura. 7Funcionalidade Fonte: Kon (2010). Sua planta baixa com espaços comuns integrados e ambientes íntimos com privaci- dade, além dos demais fluxos e acessos, garante o atendimento às necessidades dos moradores e, consequentemente, a funcionalidade da edificação. 15 15 15 11 13 12 98 2 1 4 53 Fonte: Kon (2010). Funcionalidade8 A importância da funcionalidade na arquitetura A arquitetura, desde a antiguidade, é resultado das demandas sociais, da ne- cessidade de abrigo, e proporciona uma reflexão referente à forma e à função. O espaço é o vazio existente entre as formas. Ele é o principal meio da ar- quitetura, por poder ser habitado. Além disso, na arquitetura, o espaço é cuidadosamente configurado para acomodar várias funções – ele confere propósito a uma edificação. Ele é determinado pelo programa de necessidades de uma obra de arquitetura, e é responsabilidade do arquiteto configurar es- paços que possam acomodar as diversas funções de uma edificação (CHING; ECKLER, 2014, p.87). Pode-se constatar, a partir da afirmação de Ching e Eckler, que a funcio- nalidade de uma edificação está diretamente ligada ao seu propósito, ou seja, a importância desse princípio está no sentido de que, quando uma edificação não funciona, ela não serve para seus fins, ou seja, não atende ao propósito de uma boa arquitetura, que tem o dever de atender às necessidades de seus ocupantes, moradores ou usuários. Para Ching e Eckler (2014), ao pensar a função de cada edificação ou espaço, alguns critérios devem ser considerados, como por exemplo: � as dimensões dos espaços determinam os usos e as funções que ele consegue acomodar ou não; � sua ordem e ligação com outros espaços da edificação determinam o grau de acesso e as relações com as outras funções do projeto. Um preceito muito importante para o sucesso de um projeto, tanto na questão externa quanto na interna, é se ele é funcional. Funcionalidade é o nível mais fundamental de um projeto. Projetamos para melhorar o funcio- namento dos espaços internos e para tornar mais convenientes as tarefas e atividades que executamos neles. O funcionamento adequado de um projeto está diretamente relacionado aos propósitos daqueles que o habitam e usam, assim como as suas habilidades e dimensões físicas. Segundo Francis Ching e James Eckler (2014, p. 377): Para cumprir a função e o objetivo de um espaço, é necessário analisar cuida- dosamente o usuário e as exigências impostas pelas atividades que ocorrerão naquele espaço. As ideias gerais a seguir podem ajudar o projetista a incluir 9Funcionalidade essas exigências no programa de necessidades, traduzir tais necessidades em formas e padrões e as integrar no contexto espacial. A primeira coisa que se deve entender sobre a atividade do arquiteto é que as edificaçõestêm propósitos específicos, e devem ser organizadas para alcançar esses objetivos. O arquiteto tem a obrigação de configurar os espaços internos de um prédio, posicionando-o de modo adequado ao seu contexto. Essa questão influencia o sucesso de uma edificação em alcançar seu propósito. Para Ching e Eckler (2014), o arquiteto deve organizar uma edificação em seu terreno tendo em mente sua função específica, e deve distribuir os espaços internos da edificação de modo a dar o suporte adequado à sua função. Para que um projeto seja considerado funcional, ele deve ser projetado tendo como referência as medidas do corpo humano. Segundo Cornetet e Pires (2016), se os usuários da edificação forem considerados como uma referência no projeto, eles poderão realizar suas tarefas, movimentar-se pelos espaços e, assim, usá-lo com qualidade e conforto, garantindo que a função da edificação seja atendida com sucesso. Disso advém a importância da funcionalidade na arquitetura, pois é por meio dela que os ambientes serão usados de maneira eficiente, segura e prática, uma vez que foram projetados adequadamente para seus usos. Um projeto funcional requer o conhecimento de princípios de organização formal e morfológica de uma planta. O uso desses princípios e, consequen- temente, a priorização da funcionalidade garantirão uma distribuição orde- nada de acesso e circulação, gerando um fluxo apropriado para a edificação, permitindo que seja usufruída sem interferências que possam prejudicar seu funcionamento. Várias situações podem definir a melhor forma de organizar as plantas baixas, definindo os elementos de projeto. No entanto, existem conceitos consagrados de princípios ordenadores da arquitetura que nos auxiliam a definir as relações entre os espaços, que são: o eixo, a simetria, a hierarquia, a referência e o ritmo (CORNETET; PIRES, 2016, p. 70). O processo projetual, que garante a funcionalidade das edificações, é algo complexo que requer diversas análises, tanto dos aspectos do programa de necessidades, quanto da integração e dos fluxos dos espaços e seus usos e tipos de usuários. Portanto, a funcionalidade pode ser considerada um importante princípio para o sucesso das edificações e, se aliada à ordem, à proporção, à beleza, à harmonia, entre outros fatores, garante uma arquitetura adequada e interessante para o meio urbano. Funcionalidade10 1. A funcionalidade é um princípio arquitetônico importante para a concepção e elaboração dos projetos e propostas, tendo em vista a criação de uma boa arquitetura. Sobre esse princípio, assinale a alternativa correta. a) A funcionalidade trata exclusivamente da função ou uso que um novo projeto deve atender diante de uma edificação existente. b) A funcionalidade refere-se à organização geral da edificação: se ela existe, é sinal de que ela funciona. c) A funcionalidade está diretamente ligada às conexões entre os espaços, e não é influenciada pelos fluxos e pelos diferentes acessos. d) Para que haja funcionalidade, é necessário que os ambientes sejam locados de forma linear, facilitando as circulações entre os espaços. e) A funcionalidade é mais importante em projetos de grande escala, e não é relevante para proposições residenciais ou comerciais menores. 2. O princípio da funcionalidade está ligado ao termo funcionalismo. Esse termo esteve mais presente na arquitetura após a segunda Revolução Industrial, e foi evidenciado pelo movimento moderno. Sobre o surgimento do funcionalismo nos projetos e o movimento moderno, assinale a alternativa correta. a) O funcionalismo advém do pensamento moderno que os arquitetos deveriam atender às exigências das edificações de maneira complexa. b) Le Corbusier, precursor do movimento moderno, concluiu que toda forma segue uma função, determinando os princípios do funcionalismo. c) O movimento moderno estabeleceu a importância da funcionalidade em projeto privados, sem preocupar-se com a racionalização urbana. d) Adolf Loos aprimorou o conceito de funcionalismo, ressaltando que todo ornamento era supérfluo e que não contribuía para as edificações. e) O funcionalismo pretendido pelo movimento moderno era representado por edificações com fluxos truncados e espaços internos rígidos. 3. O princípio da funcionalidade pode ser empregado juntamente com outras premissas. A beleza é algo que pode ser aliada ao princípio da funcionalidade. Sobre esses princípios, assinale a alternativa correta. a) Uma obra puramente funcionalista, por meio de suas formas e texturas puras e simples, também pode ser considerada bela. b) A beleza das edificações é adquirida unicamente por meio de ornamentos, ou 11Funcionalidade seja, quanto mais detalhes, mais bonita é a obra. c) A partir da opção pela utilização dos princípios arquitetônicos, é possível definir se uma edificação será funcional ou bela. d) Uma edificação apenas bela, sem apresentar qualquer outro princípio, já representa uma boa arquitetura. e) As decorações dos espaços internos são totalmente voltadas à estética, sem exercer qualquer função para os ambientes. 4. Tudo que tem uma função tem um propósito maior, no caso da arquitetura, voltado ao uso das edificações e dos espaços. Nesse sentido, a funcionalidade é de extrema importância para o propósito dos projetos. Sobre a importância desse princípio, assinale a alternativa correta. a) A funcionalidade é importante para se atingir a apropriação e o uso adequado de cada ambiente, garantindo-lhe a inoperância. b) A funcionalidade permite a promoção de ambientes de maneira que eles se conformem em planta baixa de uma forma dissonante. c) A funcionalidade garante que a estética da edificação se torne interessante por meio de formas, proporções e volumes. d) A funcionalidade é relevante nos projetos, pois está voltada exclusivamente à organização dos volumes que compõem as fachadas. e) A funcionalidade permite que cada ambiente esteja de acordo com as necessidades e tarefas que precisam ser realizadas neles. 5. O papel do arquiteto e urbanista é utilizar o princípio da funcionalidade, no sentido de garantir que cada proposta se torne, de fato, uma boa arquitetura. Considerando a função do profissional de arquitetura e a relação com esse conceito, marque a alternativa correta. a) Para cumprir o propósito de um ambiente, deve ser feita uma análise do usuário e das exigências impostas pelas atividades que ocorrerão naquele espaço. b) Para garantir a funcionalidade dos espaços, o arquiteto deve usar dimensões médias, sem adequar a um público específico. c) O funcionamento eficaz de uma proposta está indiretamente relacionado aos propósitos daqueles que o habitam e usam, assim como às suas habilidades. d) O arquiteto deve prever a configuração dos espaços internos de uma edificação de maneira que se relacionem entre si, sem considerar o contexto. e) Por meio da organização do funcionamento e dos fluxos da edificação, o arquiteto deve promover circulações com interferências entre os espaços e as ligações. Funcionalidade12 ANTUNES, J. Márcio Kogan. Disponível em: <https://arqurbmaismais.wordpress.com/ contemporanea/marcio-kogan/>. Acesso em: 24 abr. 2018. CHING, F. D. K.; ECKLER, J. F. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2014. CONTRIBUIÇÕES de Le Corbusier à arquitetura. 2015. Disponível em: <https://www. galeriadaarquitetura.com.br/Blog/post/contribuicoes-de-le-corbusier-a-arquitetura>. Acesso em: 24 abr. 2018. CORNETET, B. C.; PIRES, D. G. M. (Orgs.). Arquitetura. Porto Alegre: SAGAH, 2016. FARRELLY, L. Fundamentos de arquitetura. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. KON, N. Paraty House. 2010. Disponível em: <https://www.archdaily.com/74934/ paraty-house-marcio-kogan>. Acesso em: 24 abr. 2018. LAIA, K. O. Modernismo: racionalismo e funcionalismo arquitetônico. 2012. Disponível em: <http://sobrearquitetur.blogspot.com.br/2012/12/modernismo-racionalismo-e--funcionalismo.html>. Acesso em: 24 abr. 2018. MELLO, C. H. Villa Savoye – casa projetada por Le Corbusier na cidade de Poissy. 2012. Disponível em: <http://www.cristinamello.com.br/?p=6109>. Acesso em: 24 abr. 2018. MONTSE ZAMORANO. Villa Savoye, Le Corbusier’s machine of inhabit. 2016. Disponí- vel em: <https://www.metalocus.es/en/news/villa-savoye-le-corbusiers-machine- -inhabit>. Acesso em: 24 abr. 2018. 13Funcionalidade https://arqurbmaismais.wordpress.com/ http://galeriadaarquitetura.com.br/Blog/post/contribuicoes-de-le-corbusier-a-arquitetura https://www.archdaily.com/74934/ http://sobrearquitetur.blogspot.com.br/2012/12/modernismo-racionalismo-e- http://www.cristinamello.com.br/?p=6109 https://www.metalocus.es/en/news/villa-savoye-le-corbusiers-machine- Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: